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APRESENTADA PARA SER SUSTENTADA311
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PERANTE
A
FACULDADE
DE
MEDICINA
DA
BAHIA
POR
NATURAL D'ESTA PROVÍNCIA,
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INTERNODO HOSPITAL DA SANTA CASA DA MISERICÓRDIA6 ftfâo feailimo Do â)t. Ã>iúcmo &m5ei
Como
DaíMá
f e2). 3auesJbng.uita DeJIWcícA SXtftto $iha;
PARA OBTER
GRÁO
DE DOUTOR
EM
MEDICINA
Lamedecine remonteíiDicu par lasympathíé
qu'éveilleennous1'aspectdelasouíTrance; mais
comme sciencedesi haute origine,ellenedoit
complétcment son ocuvre qu'á la condition dé demander à la chame «on aniour et son de-vouement.
(Max. Simoní dbs devoirs et des droits des médeciss.)
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YPOGRAPIIIAPOGGETTI
DE
T01MNH0
I É<*Hua
doCorpo
Santo n.°47
1§64
FACULDADE DE
MEDICINA.
DA
BAHIA.
DIRECTOR
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Ex.™
Snr. Conselheiro
M9r.Jfoão
Baptista
tiosAnjos.
Ex.
m0
Snr. Conselheiro Dr. Vicente Ferreira de Magalhães.\•ANNO. MATÉRIAS QUEL1CIONAM ossns.doutores
^ physica em geral, cparticularmente cm suas Cons. Vicente Ferreirade Magalhães. .] applicaçõesaMedicina.
FranciscoRodrigues daSilva. . .
gggÇae
Mlngogia.AdrianoAlvesdeLimaGordilho . . . Anatomiauíscripina.
».•ANNO.
António deCerqueira Pinto
8$i8g!?
MllCa'ãSàSSÚÚOàiJi
l. Í Í
S^&d^Smiadcscriptiva.
5.' ANNO.
EliasJoséPcdroza
iSSiffiSSí
Palh0l°giCa'Joséde GóesSiqueira . . . •
^ffgjg^'
A.°ANNO.
Cons.ManoelLadisláoAranhaDantas. . Patologiaexterna.
AlexandreJosé deQueiroz
....
•;
Jí^^Jggfffc
mulherespejadasedemeninos.MathiasMoreiraSampaio \ rcccinnascidos.
8.»ANNO.
AiPTinrti-PJoséde Oueiroz. . . : . • Continuação de Pathologiainterna.
JoséAntónio deFreitas \ apparelhos
C
ANNO.AntónioJosé Ozorio Pharmacia.
Salustiano Ferreira Souto Medicinalegal
MMn
.DomingosRodriguesSeios
....
Hygienc,c HistoriadaMedicina. ininnin José Alves Clinicaexternado3.'e*.• anno.AntónioJanuííio de Faria Clinicainternado5.»e
C
anno.RozendoAprigio PereiraGuimarães. .)
lgnacio José daCunha. (çnrrto Aeeessoria.
PedroRibeiro deAraújo. ...,•• •>becçaoACtewuua.
José lgnacio de BarrosPimentel• • •)
VirgílioClimaco Damazio /
José AfTonso Paraizo deMoura. . . •)
Augusto Gonçalves Martins fç
Prr,ftCirúrgica.
DomingosCarlosdaSilva.
....
.JSecçaourur ica.António AlvaresdaSilva. )
ÍSfíSSÍSÍSS^'-
\ : : -.SecçãoMedica.João Pedro daCunhaValle \
JerónimoSodré Pereira
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Exm.
Sr.I»r.Cincinnato PintodaSilva.<è3?íiima\3.a)iiBaanaaíiíaiiii
O
JSr. Dr.Thomaz
«VAquino CJaspar.AFaculdade nãoapprova,nemreprovaasopiniões emittidasnas
A
MIMIA
H\E
Ficastes só, ena flor daidade!
!
Os vossos mais bcllosdias emniurcheceram-secomo pesodos trabalhos.
Descançaiagora; coroai-mc conivossa benção; e eu serei feliz, cserá para
mim
a coroa maisestimada.A
MEUS
BOKS IRMÃOS
AEX.n'" SENHORA
D. FranciscaJoanna de Menezes Dallro Silva.
O SENUOR
Joaquim Simões Dallro Silva.
Temos sidomuito unidosc seremossempre.
k
mxiteàs
t:í.s
ASEXCELLENTISSIMASSENHORAS
D.
Marianna
Dallro
Castro.
D.
Sil
veria
Maria da
Silva,
Consideração e respeito.
FRANCISCO
SIMÕES
DA
SILVA
Fallou-rac
meuPae
eoamor quelhe devia aquina terralenho-v os dedicado.A
MEU
PRIMO
E
AMIGO
O
SENHOR
Dr.
Antero
Simões
da
Silva
Cuim
Attuá.
Amisade desde ainfância.
Á
MEU
ESTIMÁVEL
PARENTE
O IU.USTRISSIMO SNR. MAJCRPAtMXO
PEREIRA 15AK1UO.
Glorio-me quando tos considero mco amigo especial; sois
um
perfeito ca-valleiro; o vosso nome traz á lembrança a nobreza devossa alma.COM
ESPECIALIDADE
osnjUK." siurs.
ALCIBÍADES
DALTRO
CASTRO.
DR.
JOAQUIM
D'ALMEIDA
VILLAS-BOAS.
A vossaamisade reconheço que é sincera.
Á
EXCELLENTÍSSIMA
SENHORA
2). 'Umfvfiurt JbfíA-auDtiua D'Jbfmcíía Cou{o.
Tributoás altas virtudesque vosornam; muita estima c considerarão.
AO
ILXUSTRISSOIO
SR.
TENEJVTE
JOAQUIM
CAETANO
D'ALMEIDA
COUTO
JÚNIOR.
m
WEmMMSMM
Slllfâ
VOXWMO
AJVrOJVMO
PEREIRA
ERAWCO.
Lembrança de
um
amigo dedicado.SJDr
y&tcetaS&/vatcJ
c/oJ c/a-nc/oà.Moita araisade.
í.
1ÍEJ5
DISTI1TCT0SMESTRES
OS EXCELLENTISSIMOS SENHORES CONSELHEIROS
JDr.
3onatl)a0
2U>ott.
Or.
Vicente
tfmeha
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ífôtt<wll)àcs.
Gratidão e respeito.
Á
ILLUSTRADA
CONGREGAÇÃO
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Homenagemao mérito.A
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MEMORIA
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SEMPRE
CHORADO
ELEMBRADO
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ANTÓNIO SIMÕES
GOMES
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SILVA.
SENTIDA
MORTE
DE
MINHA
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JD.
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AOS
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DE
MEUS
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PRIMEIRA
PARTJE.
NTES
de tratarmos do ponto dado pela Faculdade,convém
dizermos algumas palavras sobre a defini-ção, historiae symptomatologia do diabetes.diabetesassucarado é
uma
moléstia apyretica, caracterisada poruma
excreção muito considerável de ourinas, contendouma
substan-cia sacharinacristalisavel, análoga ao assucar de fécula,
acompanhada
deappctite voraz, sede insaciável e
emmagrecimento
progressivo.HISTORIA.
Noticiar os factos mais importantes da historia do diabetes,
mos-trar as diíTerentes epochas d'essa historia
com
as modificações queentre cilas se teem dado, apresentar as opiniões mais verosímeis,
acompanhar os mais importantes estudos que se teem feito desde o
conhecimento da moléstia até nós, seria, de certo, fazer
uma
4ia mais ou
menos
completa;mas
nos desviaríamos muito do assumptode
nosso trabalho. Pelo que diremos somente algumas palavras, quejulgarmos mais necessárias para a elucidação das questões que
tiver-mos
de apresentar.A
historia do diabetesnão data da existência de Hippoerates, pelomenos
em
suas obras não encontra-se vestígioalgum
pelo qual sepossa concluir do conhecimento d'esta moléstia; o
mesmo
se devodizer a respeito do Aristóteles.
É
deCelso que principia, ainda que muito Incompleta, a suahisto-ria; menciona elle alguns symptomas, que se
podem
referir á esta moléstia, d'entre outroschama
a attenção dos observadores para aabundância da secreção urinaria; entretanto, si Celso e
com
elleGa-Jono foram pouco explícitos na historia do diabetes, Arctéu, porém,
depois d'cllos dá
uma
descripção mais precisa da moléstia, eoceupa-se muito de sua semeiologia; quanto aos authores quelhesuecederam pôde-se dizer que foram simples
commentadores
de suas idéas; assimse \è Alexandre de Tralles reproduzindo quasi exactamente os seus
escriptos e Aecio seguindo a sua therapeutica.
Foi Willís que
em
1674
abriuuma
nova epocha á historia dodia-betes, antes d'este se ignorava que apresença de assucar nas ourinas
fosse
um
dos principaes caracteres da moléstia; reconhecendo elle ogosto assucarado d'esse liquido
chamou
a attenção dos chimicos paraisso, e provocou suas analyses; todavia a existência do assucar
não
foi chimicamente confirmada
em
seu tempo.Em
1778
Cawley
de-monstrou por suas experiências chimicas a existência deuma
matériaassucarada nas ourinas diabéticas, que já tinha sido presentida por
Pool e
Dobson
em
1775, c depois confirmada porFrank
em
1791. Alguns annos depois Nicolas e Gueudeville apreciaram rigorosamentea verdade d'esta observação, e traçaram
uma
historia tãocompleta damoléstia queé
sempre
admirada por seus suecessores.vcem-se ainda mais empenhados nas luctas da intelligencia; se lhes disse que asourinas continham assucar,
mas
nãoondeeste se formava,nem
como
apparecia n'ellas;quizeram sabcl-o, trabalharamincessan-te e affanosamente, edepois de tantas fadigas, depois de cahirem por
terra thcorias suppostas incontrastaveis, pararam extáticos, batendo
as palmas ao lidador da sciencia que alcançou os louros da victoria, annunciando o descobrimento da verdade.
De
certo, quanto se deve aos trabalhos do Snr. Bouchardat!Com
que força quer elle sustentar suas idéas, modificações das do Snr. Rollo!
Gomo
ésurprehendcdora a lheoria do Snr. Mialhe, parecendoex-plicar tudo pormeio de suas reacções chimicas!
Tudo
cede ao peso das convincentes experiências do Snr. CláudioBernard, c é estephysiologistadistincto quefecha o quadro histórico
dodiabetes
com
sua eloquente e semprerespeitável palavra.Permitia-se-nos não desenvolverjá estastheorias, nos reservando
para~quando tratarmos da pathogenia da moléstia.
SYEí]PT3m7®L9@]JL
O
diabetes, apparecendo algumas vezes rapidamente no meio deuma
saúde perfeita, disfarça-se quasi sempreem
seu começocom
symptomas
de poucaintensidade e manifesta-se deum
modo
obscuro.Os doentes, depois de ter apresentado
uma
displicência geral,enfra-quecimento nas forças e varias perturbações nas funeções digestivas,
como
eruetações acidas, bocca e garganta seccas,em
razão dadimi-nuição da secreção da saliva, que é branca e espessa, sentem
uma
mudança
notável na secreção urinaria. De certo sãobem
importantesquantidade tão considerável, as vezes, que segundo
Baumes
e Fon-seca, certos doentes expellem até duzentas libras por dia;porém
oseu termo
médio
é de dez a dezaseis libras.A
abundância das ourinas variacom
as epocíias da moléstia, con-forme Gontour; assim, no principio, sendo pouco considerável,aug-menta
progressivamente até a moléstia chegar ao seu maiorgráo deintensidade.
Ê
n'estaoccasião que o infeliz diabético parecefundir-seem
ourinas. Continua a moléstia, c de então, ou tendendo aum
exilofeliz, ou terminando pela morte, asourinas
diminuem
sensivelmente;mas
nem
por isso sedeve suppôr que estesphenomenos
seobservam
constantemente; porquanto pôde dar-sc o diabetes
sem
que as ourinassoffram modificação alguma
cm
sua quantidade.Pareceria rasoavel crer-se que a quantidade de ourinas expellidas
estivesse
em
relaçãocom
a dos líquidos ingeridos, inas a opiniãoge-ral, representada por Dupuytren,
Thenard
e Gontour, é contraria aesle
modo
de pensar.Qualquer que seja a quantidade de ourinas excretadas, esle liquido
tem
propriedades cbimicas e physicas características; é transparente,menos
corado do que no estado normal,sem
cheiro,tem
as vezes ocheiro aromáticosemelhando ao da violeta.
Depois de alguns dias de repouso
em
uma
temperatura moderada,adquire
um
cheiro azedo, assemelhando-se ao do vinho,em
vez de serammoniacal,
como
normalmente, é acido pelapresençado acidocar-bónico desenvolvido pela fermentação.
Seu pesoespecifico ésuperior ao que ellas teem noestado normal, consideram-no
em
relaçãocom
a quantidade de assucarque
conteem,.entretanto as analyses de Contour
provam
que as ourinas excreta-laspela
manhã,
que são as queteem
menos
assucar, apresentamum
pesoespecifico maior doque asdas outras horas
do
dia.Graves vê no
augmento
de peso das ourinas a maneira de explicar5
doente, fazendo-as evaporar e depois pesando o resíduo solido, poude
concluir que elle perdia
em
vinte e quatro horas esomente pelos rinsuma
libra eum
quarto de matéria animal.«Já se vê, diz elle, que é
uma
perda considerável e é naturalqueuma
grandequantidade de alimentossejanecessáriapara compensal-a*Ê
realmente o que se passa no diabetes; a actividade dos órgãosdi-gestivosaugmenta
em
proporção das perdasdo organismo; sefosse deoutro
modo
os doentes suecumbiriam rapidamente aos progressos doemmagrecimento. Observareis, continua o eminente clinico, esta
acti-vidade das funeções digestivas
em
certas moléstias que determinamum
emmagrecimento
considerável; vereis osdoentesque se levantam deuma
febre de longa duração comere digerircom
facilidadeuma
porção de alimentos que traria
uma
perturbação nas funeçõesdigesti-vas no estado de saúde»
.
O
sabor das ourinasé doce, denunciandoconteruma
certaquanti-dadede substancia sacharina.
A
presença deassucar nas ourinas é o caracter principaldamolés-tia, é ellequetem mais prendido a attençãodos observadores, é d'elle que partem as theorias mais importantes; entretanto cumpre notar
que as vezes as ourinas apresentam-se
sem
sabor, outendoum
saborsalgado, e
nem
por isso se deve concluir que ellas nãoconteem as-sucar, esim que seu sabor é obscurecidopelo de outros saes queexis-tem conjunctarnente
com
elle.Muitos são os processos pelos quaes se pode reconhecerapresença
de assucar nas ourinas. de
Trommer,
que é geralmente aceito,consiste
em
ajuntar ao liquidoum
pouco depotassa cáusticae de bi-sulfato de cobre, se n'elle existir assucar, se observa a reducção dosal de cobre sob aforma de
um
precipitado amarello avermelhado.Ainda que apresençado assucarnas ourinas seja o
symptoma
maisimportante do diabetes, comtudo porsi sónão basta paraconstituil-o,
assim
como
aalbuminanãobasta paraconstituir a moléstiadeBright.G
O
Snr. Cláudio Bernard faz observar quecm
um
grandenumero
deeircumstaucias o assucar se mostra nas ourinas de
uma
maneirapas-sageira.
Estas glycosurias
momentâneas
pódem-se manifestar depois dain-gestão de certos alimentos, decertosmedicamentos,
como
o ether, porexemplo; outras vezes suecedem á impressões ou
commoções
moraesvivas.
É
ainda á perturbaçãodo systema nervosoque sedeve altribuir,segundoTrousseau, o assucarnas ourinas dosepilépticos egotosos logo
depois dos ataques.
Estas glycosurias são manifestações tão rápidas
como
aspertur-bações que lhes dão logar; ha outras, porém, que,
com
quantoacci-dentaes, sendo a consequência de
uma
affecção mais profunda doácentrosnervosos, prolongam-se por mais
tempo
até que desappareça aalteração a que são subordinadas.
Os
exemplosseguintescitados porTrousseau confirmam este
modo
de pensar. Assim Goolden, Paggle eoutros referem factos de glycosurias temporárias consecutivas á
uma
commoção
doencephalo nos indivíduosque tinham recebido pancadas na cabeça.O
Dr. Szolskaski (de Savigny-Sur-Baune) cita a historia deum
homem
que tornou-se glycosurico depois deuma
quedaem
que tinhafracturado o craneo, apresentando
uma
depressão no meioda suturasagittal; no dia seguinte ao acontecimento os
symptomas
do diabetesse declararam e cessaram no fim de cinco semanas,
tempo
em
que odoentese restabeleceu.
Os
Drs. Leudet e Bequerellembram
exemplos de glycosuriaper-sistente, symptomatica dealteraçõesgraves do cérebro, eultimamente
Levrat de Perroton,
em
1859, oceupou-se deum
caso deglycosuriadeterminada por
um
tumor colloide existente no quarto ventrículo.Estas glycosurias accidentaes, symptomaticas, passageiras ou
inter-mitentes, diz o Snr. Trousseau, não constituem a moléstia especial a
exa-me
cadavérico não revela lesão alguma apreciável verdadeiramente'característica; assim
como
as albuminurias symptomaticas demoléstias-docoração, de febres graves, <fce., não constituem esta moléstia
espe-cial que nós
chamamos
moléstiade Briçht.Para completar o quadro nosologico dodiabetes énecessário
reti-nirmos aos
sympfomas
já referidos outrosphenomenos
particulares cujo valor sóo estudo do doente nos pôde fazer apreciar.Os
doentes são atormentados poruma
sede insaciável, soffrem omaior constrangimentoquando se lhes prohibe tomar líquidos; os
to-mam
em
grande quantidade, e muita vez não reparam na qualidade;'é assim que
um
diabético daclinica do Snr. Pidoux bebia quantidadesconsideráveis de aguardente,
sem
experimentaros effeitosda
embria-guez; é este
mesmo
doente que, selhe prohibindoo usoimmoderado
de líquidos, sentiu
em uma
noiteuma
sede tão cruel, quetragoucom
avidez todo o liquido existente no vaso de matérias excrementicias.
Acompanhando
a sede intensavem
o appetite voraz; não ha decerto moléstia alguma
em
que se observeuma
tal exageração doap-petite, que torna-se
uma
verdadeira bolimia; ha certosdoentes que,por mais que
comam,
parecem não saciar-se, e, segundo affirmam osSnrs. Bouehardat e Dupuytren, houve
um
doente que comiaem
um
dia
uma
quantidade de alimentos, correspondente ao terço dopeso de seu corpo.
É
de admirarcomo
tão grande quantidade de alimentos édigerida,
e
como
atéum
certotempo, estasdigestõessefazemsem
difficuldade.Graves diz que conhecia
um
nobre de Dublin que, ha sete annossof-fria dediabetes, entretanto seuappetite era admirável, suas digestões
fáceis, seu vigor physieo extraordinário, tanto que administrava
com
grande actividade c intelligenciaum
prédioque possuía.A
pelle soffre diversas alterações, ora é secca, escamosa, cobertade erupções, outras vezesé insensível.
conside--8
rado
como
constante falha muitas vezes; ainda é Graves que nos faliade
um
doenteque
tinha abundante secreção cutânea.Phenomenos
bem
variados senotam
da parte do systemanervoso:este é a sede de perturbações extravagahtes, ora é
uma
perversão damotilidade ora da sensibilidade.
O
Snr. Trousseau traz o exemplo deuma
mulher
diabética que apresentavacm
todo lado direito dores,como
caimbras taes queo contacto dosvestidos lheera insupportavel, se exasperando pelo toque,em
quanto queuma
pressãoum
pouco maisforte não produzia sensação dolorosa;
com
esta hypcrestesia a forçamuscular e amotilidade tinham se conservado de
ambos
os lados.Completa o quadro triste dos
symptomas
do diabetes a phthisicapulmonar; é esta moléstia que se
incumbe
as mais das vezes de levarao tumulo o infeliz doente; as perturbações nervosas se pronunciam
ainda mais, o moral se afíecta, ahypocondrialevada ao seu ultimo
gráo, sonhos terríveis que assaltam
uma
imaginaçãojá tãodoente, adescrença desanimadora, o abatimento considerável, o desespero
vem
9
SE«U3Í»A.
PARTE*
Não
pretendendo nos occupar de todas as theorias que seteeni-creado até hoje, nos restringimos a tratar somente d'aquellas que,
acompanhando
os progressos dasciencia, ainda existem na arena dasdiscussões.
Ha
mais de cincoenta annos queRollo collocava a sedeprimitiva dodiabetes no estômago, e pensava que ahi se formava o assucar, que*
absorvidoera depois levadoás ourinas; Mac-Gregordepois provou
ex-perimentalmente sua asserção cdemonstrou queoassucar era formada
especialmente a custa dos alimentos vegetaes.
Foi n'cstc estado que Bouchardat achou a questão quando,
toman-do-a asi, procurou descnvolvcl-a.
Segundo elle o assucar encontrado nas ourinas dos diabéticos se
forma no estômago á custa das substancias feculentas e
assucaradas-que
em
presença deum
principio especial existente somente nosuecogástrico d'estes doentes, se transformam
em
glycose. Considera essapropriedade exclusiva das substancias feculentas, tanto que se
prohi-birmos, diz elle, aos diabéticos asuaingestão veremos desapparecer
totalmenteo assucarde suasourinas.
Não
existindo, no estado normal, esse principio, que actuandoso-brea fécula a transforme
em
assucar, e sendo certo que só poressatransformação é ella absorvida, concluir-se-hiaque seria considerada,
como
extranha aosphenomenos
nutritivos e d'ahi a sua inutilidadecomo
alimento.transformação-10
das substancias feculentas
cm
glycose, e simum
acto normal,como
explicar que, sendo esta absorvida, só apparece nas ourinas d'cstes?
Bouchardatexplica essa apparente anomalia pela maneiradiíTerente
porque os feculentos são digeridos pelo
homem
no estado de saúde epelos diabéticos.
No
estado normal estas substancias são apenasata-cadas no estômago, faz-se lentamente sua transformação
em
assucarnos intestinospela acçãodo suecopancreatico, absorvidoeste produeto
é levado ao fígado pela sua
pequena
circulação, atravessa-o, ahi soffVeuma
demora
útil, c é depois derramado na grande circulação; no dia-béticoda-se rapidamente no estômago,em
consequência da diastascqueahi existe, a transformação das substancias feculentas
em
glycose, esta immediatamente é levada para o sangue e não podendo serdes-truída pelaabundância é eliminada pelasecreção renal.
Estatheoria não pôdeser aceita e á proporção que formos tratando
das outras iremosdandoa rasão d'isso.
Poróra
exporemos a do Snr. Mialhe que principia a contrarial-a;
por sua vez
também
analysaremos esta e mostraremos seus defeitos epor tanto a rasão de não a admittirmos, aceitando ade Cláudio
Ber-nard quenos parecea mais convincente.
Mialhe, partindo do
mesmo
principio que Bouchardat, explica deoutramaneira a sua theoria; admitte que as substancias feculentas e
assucaradas sejam
mudadas
om
glycose;mas
em
vez de achar sóno
suecogástricodosdiabéticoso principio especialpara essa
transforma-ção, oencontranormalmente desde a saliva; por consequência, logo
queos feculentos
cahem
na bocac soffrema acção da saliva, principiaa sua modificação.
Assim
tantono
diabéticocomo
no
homem
são dão-se osmesmos
phenomeflos á respeito da digestão das substancias amylaceas, eco-mo
a secreçãosalivar éem
maior abundâncian'este do que n'aquelle,resultará que a transformação será mais fácil e mais completa no
11
saliva será esta insuííiciente paraactuar sobre o amidoingerido ás ve-zes
em
grande quantidade.Sendo assim,
como
encontra-se assucar nas ourinas dos diabéticos,e não nas do
homem
no estado normal?Mialhc crô que o assucar é destruido na economia pelos alcalis do
sangue, funda-se n'este principio para explicarsua presença nas
ouri-nas dosdiabéticos; considerandoosangue d'estes
como
neutroouacidoem
quanto que o dohomem
no estado de saúde é alcalino.« Para ellc
em
suachegadaao liquidosanguíneoa glycoscdecompõe
oscarbonatosalcalinos, forma
com
as bases novos produetos,glyco-satos, epõe
em
liberdade o acidocarbónico ; os glycosatos, saes muitopoucoestáveis, se transformam rapidamente
em
ácidos glycico, ulmicoe fórmico ou antes
em
glyciatos, ulmiatos e formiatos, os quaes secombinam
com
o oxi^eneo do sangue e softVemuma
verdadeiracom-bustão dando nascimento aagua eacido carbónico. Eisahi
uma
quan-tidade de acido carbónico que
provém
deduas origensbem
distinctas:de
uma
parte da decomposição dos carbonatosalcalinos, e daoutra da combustão dos saes derivadosdaglycose;uma
parte d'este acidocar-bónico é expellida da economia, aoutra fica para secombinar
com
osalcalis tornados livrespelacombustão, e tornar a formar carbonatos,
que, por suavez, vãoservir paradecompor a nova quantidade de
gly-coseque chegar átorrentecirculatória: estabelece-seassim
um
circulode reacções, que asseguram a completa oxidação da glycose e
reno-vam
a proporção dos carbonatos alcalinos necessários á economia.Portanto a destruição da glycose é
um
phenomeno
de combustão; épela intervenção dos alcalisdo sangue quea glycose eseus congéneres
se
decompõem
seoxidamqueimam-se etornam-se verdadeirosalimen-tos respiratórios ».
Logo
todas as vezes que houver falta de alcalisno sangue deixa deter logar a destruição daglycose, eentão estaé eliminada pelas secre-ções, d'ondc o diabetes assucarado.
12
Tal é a thcoria de Mialhe
bem
interressante c engenhosa;porém
que infelizmente calie perante os factos experimentaes e não é
come
nientemente explicada,
cm
presença doestado actualdosconhecimen-tos médicos.
Para que fosse verdadeira essa theoria seria preciso que Mialhe
provasse que o sangue perde sua alcalinidade nos diabéticos; o que
iria de encontro as analyses de Bouchardat, que
demonstram
queosangue dos diabéticosé tão alcalino
como
o deum
individuo no estadode saúde.
A
vida é incompatívelcom
a acidezou neutralidade dosan-gue.
Demais,
sendoatemperatura do organismode trinta c selegráos,não pode a glycose ser queimada
cm
presença dosalcalinos, porque segundo Poggiale, é necessário unia temperatura de noventa e cincoacem
gráos para que isso se dê;cm
segundologar Poggiale observaque
injectando nos vasossimultaneamenteglycose c
um
salalcalinoaquan-tidade de assucar nas ourinas era a
mesma
que quando se o injectavasó. Por consequência é improcedente a thcoria de Mialhe, c cremos
que as razões expendidas bastam para proval-o: entretanto na
conti-nuação desle trabalho, expondo a theoriade Cláudio Bcrnard, de que
nos oceuparemos agora, talvez lenhamos occasião mais de
uma
vez de justificar essa nossa asserção.Firmados
cm
uma
lei physiologica, então universalmente aceita,que os princípios immediatos que se encontram na economiasão
tira-dos exclusivamente tira-dos vegetaes, acreditavam todos que o assucar,
que ahi se acha, provinha somente daalimentação; e,
como
julgavamque
eram
as substancias feculentas que,em
presença dos suecos intes-tinaes, se transformavamem
assucar, concluíam d'ahi que aquantida-de d'este variava
com
a naturesa da alimentação, á ponto de só se oencontrar n'aquclles animaes que,
como
os herbívoros,alimcnlavam-se d'estas substancias ; por conseguinte os carnívoros não tinham o
privilegio de conter assucar
em
sua economia.13
principiando seus trabalhos sobre a funeção glycogenica do fígado,
provou que não só se encontrava assucar
em
igual quantidade nasdif-ferentes espécies da serieanimal, qualquer quefosse o género de
ali-mentação;
como também
queo assucar seformava naquelles animaesque,
como
os fetos, não gosando da vida exterior, nunca tinhamto-mado
alimenlos.Como
explicar, pois, esta igualdade na quantidade do assucaren-contrado nos diversos animaes, independente da qualidade e
quanti-dade da alimentação, c até
com
a inteira ausência d'esta?É
que, alémdaorigem na alimentação, tem o assucar noorganis-mo
mesmo uma
origeminteiramente distinctae independente dapri-meira, dirigida talvez por algum órgão ou apparelho encarregado de
exercer esta funeção.
Tal era o pensar do Snr. Cláudio Bernard: incansável, proseguindo
em
suas experiências, procurava assucar nos diversos tecidos, órgãose apparclhos, observavasuas funeções, até que, analysando o fígado,
reconheceu que era o único órgão que se achava impregnado d'csta
substancia, e
como
toda glândula é impregnada do produelo de suasecreção, o lesliculo do esperma, o pâncreas do suecopancrealico &c.
seguc-se que o fígado, sendoimpregnadode assucar, deveterpor
pro-priedade alémdas mais, a secreçãod'este. Continuando o celebre
phy-siologista chegoua demonstar peremptoriamente esta propriedade es-pecial do fígado. Tendo nutrido muitos cães, por bastante tempo,
ex-clusivamente de carne, analysou n'estes o sangue que é levado pela
veia porta para oíigado, enão encontrouassucar, emquanto que,
ana-lysando aquelle que pelas veias super-hepaticas sahe do órgão
encon-trou-o carregado deassucar; observou o
mesmo
no sanguedaveiaca-va inferior, coração direito &c. notando que a quantidade de assucar
ia diminuindo á proporção que ia-sc affastando do fígado, d'ahi
con-cluiu sereste o órgão formador do assucar.
u
funcção glycogeniea d'aquclle órgão, e considerai a independente da
qualidade da alimentação. Está determinado, portanto, que ha duas
origens para o assucar nos animaes:
uma
exterior, dependente deuma
condição variávelda alimentação, outra interior, que é subordinada a
um
uso dofígado e de mais importância que a primeira.O
assucar de origem exterior, que é,como
jáYimos, o resultado datransformaçãoconstante, desde a Loca atéos intestinos, das substancias feculentas e
assucaradas
em
glycose, é absorvido e levado pelo systema da veiaporta ao fígado, onde édestruído, transformado, segundo Cláudio
Ber-nard
em uma
substancia emulsiva especial. Já se vê, pois, que oas-sucar de origem exterior não
augmenta
de maneira alguma o queexis-tena economia.
O
assucar de origem interior, porém, que é segregado pelo fígado,passa
com
o sangue de seus capillares para as veias super-hepaticas,cava inferior, onde se mistura
com
o sangue quevem
das partes in-feriores do corpo, depois vae ao coração e dahi, por intermédioda
circulação, se distribue no organismo.
Agora
que é isto sabidopasse-mos
aomechanismo
dodiabetes.O
assucar que existe no sangueem
uma
quantidade determinada,onde é decomposto incessantemente
em
agua eacido carbónico, pôdeultrapassar os limitesda normalidade eapparecer
em
excesso, desorteque ahi se accumulando passa, por intermédio da circulação, para as
ourinas e d'ahi o diabetes assucarado.
accumulo de assucar nas ourinaspôde explicar-sc de duas
manei-ras: ou porque este produetose forma
em
maior quantidade no fígado,oupor falta de acção dos agentes destruidores.
Os
dous casos sãopos-síveis, crê Cláudio Bernard;
mas
nada provaquea destruiçãodo assu-car sejademorada,em
quanto que muitas circumstanciasnosmostram
que
a produção pôde ser activada.15
assucar não era eliminado pelas ourinas senão quando o sangue
con-tinha
em
seu resíduo secco mais de Irez por cento d'elle.Boecker, contra a opinião de Álvaro Reynoso que suppunha os
pulmõesasede da destruiçãodo assucar, e por isso consideravaa
gly-cosuria
como
consequência deuma
lesão cTestes órgãos, provou queos animaes, quando artificialmente diabéticos, absorviam maior
quan-tidade de oxigeneo e exhalavam maior porção deacido carbónico do que no estado normal; e por tantoque a destruição physiologica do
assucar se fazia perfeitamente. Sehiff para resolveresta importante
questão recorreu ás suas delicadas experiências: tomou raãs
artificial-mente diabéticas, ligou porções cada vezmaioresdo fígado, e
racioci-nou d'estc modo: se o diabetes
provém
da falta de agentesdestruido-res, a porção de fígadoque nãofoi ligada, produzindo
uma
certaquan*tidade de assucar, o derramará no sangue, onde elle se accumulará
porfaltade destruição; essas raãs deveráõ continuar diabéticas apezar
daligadura.
Sc ao contrario o diabetes for consequência da hypersecrecão de
as-sucar no fígado, diminuindopela ligadura a extensão d'esteórgão
pro-duetor, haverá
um
momento
em
que o excesso de producção seacharátão enfraquecido, que os animaesdeixarão deser diabéticos, apesar da
picada do quartoventrículo. Feitas as experiências Sehiff concluiu
em
favor da segundaopinião.
Portanto está sabido que a hyper-secreção glycogenica do fígado é
que produz o diabetes. Desta maneiraé
bem
fácil omechanismo
destamoléstia; toda vez que houver exageração da funeção sacharinaá pon-to de apresentar-se assucarnos ourinas terálogar o diabetes.
Agora que estádeterminado
como
se produz esta moléstia vejamosquaes as causas quedão logar á sua manifestação.
Fentre
cilas Cláudio Bernard temem
consideração a actividadeda digestão c as perturbações dosystcina nervoso.
16
mo
varia conforme a maiorou
menor
actividade dosphenomenos
di-gestivos; é assim que pelamanhã,
antes de lomar-se qualqueralimen-tação, encontra-se no sangue a
menor
quantidade possível de assu< ar;logoque dá«se a comida, a circulaçãoabdominal activa-se, assim
como
todos os actos digestivos, o fígado recebe mais sangue, activa-se por
sua veze derrama nacirculação maior quantidade de assucar.
Àppli-cando estes princípios ao diabético nota-scque as oscillações do
assu-car
em
suas ourinas coincidemcom
as que se dão nohomem
noes-tado desaúde;
com
effeito, demanhã
pode acontecerque
se nãoen-contre assucare no caso de encontrar-se será
menos
do que nasou-tras horas do dia.
A
actividade dos actos digestivos pôde, pois, concorrer activandoporsua vez o fígado para
augmento
do assucar nas ourinas dosdia-béticos.
Quando, porém, por qualquer circumstancia, osactos digestivos
di-minuem, como
em uma
moléstia febril, a varíola, pneumonia,ác,
ocontrario
tem
lugar.Os
diabéticospodem
deixar de ter suas ourinascarregadas de assucar
em
quanto perdura a moléstia; desapparecc amoléstia intercurrent.e, melhora-se o estado de saúde do individuo, o
assucar reapparece nas ourinas
como
d'antes.« Cest donc là une affeclion chroniqae singulière en ceqiielh
exi-ge pour semanifester une soríe tV integritè fonclionclle qui cst iVordi-naire Vapanage de (a santè » (Claudc Bernard).
Passemosagora a fallardas lesõesdo systema nervoso
como
influin-do no apparecimento influin-do diabetes.
Ê em
suas experiências sobre o systema nervoso c sobre aproduc-çãodo diabetes artificial que destingue-se Cláudio Bernard de todos
os outros que
com
ellesetem empenhado
no estudo d'esta moléstia;
é ahiquese basêa toda sua theoria, é onde se encontram as
explica-ções maisplausíveis e as rasõesmais convincentes da maneira de ser
17
Que
o fígado era o órgãosecretor do assucar, Cláudio Bernard já ohavia demonstrado; que os órgãos secretores eslam debaixo da
in-fluenciadosystema nervoso, a physiologia já lh'o tinha dito: que a
funeção do órgão devia ser modificada ou alterada, conforme as
con-dições de modificaçãooualteração,
em
que aquelle se achasse, elle opresumia; e decerto pouco depois demonstrou experimentalmente.
Dando
uma
picada no pavimento do quarto ventrículo, entre aori-gem
dos pneumogastricos, edos nervosauditivos, o assucarespalhou-se no organismo
cm
tão grande abundância que manifestou-se nasourinas.
A
excitação produzida pela picada dos centros nervosos é transmittida ao fígadopela medulla espinhal e pelos nervos do grandesympathico, a secreção do assucar se tem exagerado, e o sangue
sa-turado d'esta substancia a tem levado atravéz do pulmão á circulação
geral, d'onde sendo eliminadapelos rins se apresenta nas ourinas.Por
opposição, cortando a medulla espinhal, acima da origem dos filetes
do grandesympathico, que vão ter aofígado, ouantes, cortando estes
filetes, a secreção do assucar é interrompida. Bastam estas
experiên-ciaspara demonstrar que
uma
lesão,em
um
certo ponto dos centros nervosos, écapaz de produzir odiabetese que hanecessidade deuma
continuidade de nervos para que leve ao fígado a impressão ou
alte-ração quese tem dado nos centros que presidem a sua funeção.
Si Cláudio Bernard consideraosystema nervoso
como
influindo naproducção do diabetes, não lhe dá, entretanto, o papel que lhe
com-pele na producçãod'esta moléstia.
Antes de desmonstral-o, cumpre notar que, depoisda picada do
quarto ventrículo, o systema capillar abdominal engorgita-se de
san-gue, os vasos superficiaes dofígado tornam-se mais apparentes, a
culação abdominal activa-se muito, coincidindo odiabetes
com
adura-çãod'esta actividade anormal.
Aquiha a estabelecer duas questões
bem
importantes:será asuper-secreção de assucar no fígado a consequência d
1
sangue-18
obrando mechanícamente, ou
um
efifeíto orgânico ou vital do ligadodirectamemte estimulado?
Ê
n'esta occasião que Cláudio Bernard não dáa importância devida ao systema nervoso, crê naprimeira opinião epronuueia-se d'estama-ríeíra.
« Quanto ao
mechanismo
próximo da hypersccreçãodo assucarqueproduz o diabétis, consiste
cm uma
acceleracão da circulação dofi-gado produzida pelo nervo sympathico. Esta acceleracão da circulação
multiplica o contacto entre o soro do sangue e a matéria glycogenica
insolúvel segregada pelo íigado.
Do
maior contacto entre esta substancia susceptível defermentar-se c o fermento, que a
muda
cm
assucar, resultauma
producçao maisconsiderável d'esta ultima substancia, que solúvelé levada paraa
tor-rente circulatória. « Diz mais,
quando
trata da influenciado systemanervoso sobre a trasformação da substancia glycogenica: »
Quando
analysa-se seu
modo
de obrar (do systemanervoso) reconhece-se queseus effeitos são mechanicos e obra primittivamente sobre osórgãos
motores da circulação capillar, que tem por effeito oradiminuir ora
augmentarocontactodeduas substancias capazes por suas propriedades
de reagir
uma
sobreoutra; ellas dãoassim origem aum
phenomeno
chimiCo que osystemnervoso regula indirectamente,
porem
que nãotem
acção directa e primitiva ».
Schiífé da
mesma
opiniãoqueCláudioBernard e até, segundo suasexperiências, não épreciso recorrer ao systema nervoso para produzir
âugméntd
da secreção do assucar no fígado, para isso basta engorgifarl-o de sangue.
É, porém, o Snr. Bernard
mesmo
queem
suas experiênciasforne-Ce-nos argamentos para provar a falsidade de sua maneira de pensar.
Faz observar que toda vez que se corta o grande sympathico
acti-vassea circulação do órgão onde vão destribuir-scseus filetes, e o
sympathi-19
co, nao ha que duvidar; portanto, logo que este nervo fosse cortado activar-se-hia a circulação do órgão, e este estaria nas condições
pre-cisaspara a hypersecreção do assucar;
mas
dizCláudio Bernard,cor-tamoso grande sympathico no thorax e quando esperávamos o
diabe-tesartificial, contratoda nossa espectativa, ellenãose manifestou.
Si, pois, cortando-seeste nervoe, por consequência dando-se maior aííluxode sangue para o fígado, o diabetes não se manifestou,
segue-sc que não poderá serexplicado por este
phenomeno
qualquerque se-ja omodo
porque elle se produza.Portanto o systema nervoso não representa só este papel
mechani-co sobreos capillares,
como querem
Bernard e Schiíf, e cremos queobra directamente sobre a producção da matéria glycogenica que
se-gregada
em
maior quantidadeem
virtudedeum
estimulo levado sobreofígado, e
em
contactocom
osfermentos do sangue, maior quantidade de assucar offerecerá á circulação geral; produzindo a falta de estimulonervoso o contrario.
Concluamos, pois, o systema nervoso representa o principal papel
liaproducção do diabetes, a sualesão só bastaparaexplicar
a maneira
d'elleproduzir-se, e
como
resultado daexcitaçãolevada por seu inter-médio ao fígado da-seum
affluxo desangue paraeste órgão.Sifizermos applicaçâo d'estes factos physiologicos á pathologia da
moléstianosservirão ellesparaexplicar os casos d'estesdiabetes
sym
•ptomaticos de diversas perturbações doscentros nervosos, de que nos
oceupamos, quandotratamosda symptomatologia da moléstia.
No
caso, porém, d'este diabetes rebelde, diabetesclinico, que fogeáinvestigaçãodo escalpellodoanatomista, nosépermittidoconcluir pelo
que temos ditos
com
o Snr. Trousseau, que depende deuma
pertur-bação dos centros nervosos echoando sobre as funeções digestivas e
20
a Si la nature de celte'pcrturbatiou nous échappe, elle se traduit
du
moinspar
des symptomes varies: troubles gastriqucs, troubles dela sensibilitè, de la motilitè, des facultes intellectuelles, accideutsdu
côtê des appareils des sens, des organes de la gèncration ».
21
TfiltCEIltA
PARTE.
mivwmm
m
mmmwL
Não
ha lherapeutica mais rica e variadado que a do diabetesCon-tra esta moléstia setem empregado grande
numero
de medicamentos.Á
proporção que se criauma
theoria, surge a seu ladoum
tratamen-to differente: d'ahi resulta o emprego dos mais extravagantes
medica-mentos, de medicações inteiramente oppostas. Cada qual quer, oupor
espirito systematico, ou por factos malobservados, fazer valer o
tra-tamento, que teve ideia empregar; desortequeda multiplicidade de
opiniões, ás vezes
bem
imponentes, resultaacom
fusãoem
vezdo es-clarecimento, as trevasem
vez daluz, aduvida, a incerteza,em
vez daverdade e evidencia.
Na
actualidade, porém, ouporque osestudossobre a moléstiasejammais sinceros, ouporque asopiniõesvão se tornando mais concordes,
á medida que se enriquecem de conhecimentosverdadeiros, o certo é
que todos osespíritos tendema uniformisar-se, e estaquantidade
con-siderávelde medicamentos até entãoempregadavae sendo deixada por
um
tratamento maissimples.Entretanto, antes de faltarmos do tratamento presentemente
acon-selhado, cumpre-nosdar
uma
noticiaainda que rápida, de algunsme-ios lherapeuticos que empregados,
em
outro tempo,com
o fim decu-rar radicalmente a moléstia,
podem
servir hoje para combateralgunssvmptomas
que, a complicando,augmentam
os soffrimentos dodoente.
Podemos
dividir estes meios lherapeuticosem
internos e externos.22
D'entre os internos uns aconselham os antispasmodicos
como
muito úteis. Richter eDzondi aconselham a camphora, e
Frank
a assafetida.Outros dão muitovalor aos narcóticos, e
com
particularidade aoópio,que adquiriu grande reputação, e ainda hoje o consideram muito
effi-caz; na verdade o ópio diminue a sede insaciável e o appetite voraz dos diabéticos, e por consequência a secreção urinaria
;
porém
temo incoveniente de diminuir o appetite
quando
se faz uso d'elle pormuito tempo, consequência
má
nesta moléstia,em
que as perdas sãoabundantes.
A
grandepallidezdos diabéticos, a íraquesa de suas forças fazendosuppôrum
sangue pobre de princípios vivificantes levaram alguns
mé-dicos a fazeruso dos ferruginosos.
Vem,
por suavez,lambem
entre os meios therapeuticos dodiabe-tes, os purgativos e voinilivos. Já se vê que não é possível
conside-rarem-sehoje estes medicamentos,
como
influindo na cura damolés-tia, apezar de os aconselharem
com
esse fimhomens
muito notáveiscomo
Richter e Berndt.É
innegavel, porém, queem
certas circumstancias é necessáriousar-sed'elles; é assim que, quaudo se tiver de livrar o estômago do
doente de
uma
grande quantidade de alimentos que, nãopodendo
ser digerida, muito os incommoda,
convém
empregarum
vomitivo, domesmo
modo
que para vencer-se a constipação queacompanha
fre-quentemente o principio damoléstia se lançamão
dos purgativos.Desde muito
tempo
setem
preconisado o uso dos sudoríficoscom
o fim de excitar a pelle, porque acreditava-se que o diabetes tinha porcausaa suppressão chronica dasecreção cutânea, c por isso
procura-va-se restabelecer tal funeção.
Hufeland dá muita importância aeste
modo
de considerar o diabetese Bouchardat e Mialhe, seguindo suas idéas, consideram os sudoríficos
como
parte essencial de sua medicação.23
cllcs são aconselhados. Ilufeland os
rccommenda
e nos diz ter obtidafelizes resultadosdo seuuso. Mialhe e Contourbaseam seu tratamento
na acção d'elles. Trousseau ultimamente
vem
aceitar esta medicação,não acceitando,
porém
omodo
porqueosseus authoresa consideram,É
o quedevemos
dizer, por ora,arespeitodos alcalinos deixando pa*rafallar mais minuciosamente d'elles, quando exposermos cada tra*
tamento
em
particular.Alem
d'cstesmedicamentos se teem dado os tónicos, adstringentes, diuréticos, os ácidos, aspreparações de cobre, de mercúrio, de tere-»benthina, ofel de boi, o café, enxofre
&c,
e finalmentea uréa,quan-do se supunha que estasubstancia tinhadesapparecido dasourinas dos
diabéticos, ou quando sejulgava que era ellaconvertida
em
assucar.Os
remédios externos eram empregados a maior partecom
o fim deobrar sobrea pelle excitando-a e regularisando suas funcções que se
achavam alteradas.
Assim usava-se de fricções seccas ou aromáticas, da
pommada
deAulhenrieth, de vesicatórios e sinapismos;
porém
de todos os meiosempregadosparaexcitar a pelleomaisaconselhadosão os banhos de
vapor. Aretée eAecio faziam uso d'elles e á sua semelhança muitos
outrosque lhessuccederam. Mialhe aconselha-os muito.
N'estes últimos tempos, a alimentação
tem
muito influído nacura dodiabetes principalmente depoisque se acreditou que os diabéticostinham o privilegio de transformar certassubstancias alimentares
em
assucar.
Rollo faz consistir quasi todo seu tratamento no uso de
uma
ali-mentaçãoazotada e exclusivamente animal; submette os doentes aouso decaldos gordos, carnes velhas, manteiga rançosa &c. e faz
acre-ditar na eíficacia d'estes meios, citando factos de cura considerados
por muitotempo
como
decisivos. Nicolas e Gueudeville, depois d'elle,dizem tertirado vantagem cVeste tratamento;
porém
foi sobre tudo24
-portancia a este
methodo
que Renaaldin,um
de seus mais zelosospropugnadores aventurou a seguinte asserção
—
que elle é Ião eficaz
nodiabetes como as preparações de quina nas febres intermillenles.
O
quelevou estesmédicos a taes conclusões foi
pensarem
que nas ouri-nas dos diabéticos haviafalta de uréa, á auzencia d'este principio
at-tribuiam todosos
phenomenos
mórbidos ;porém
hoje que é provadoque aproporção de uréa nas ourinasdiabéticas é a
mesma
que noes-tadonormal,
em
vez de ser vantajoso eslemodo
de obrar é as vezesprejudicial, visto
como
faz desappareccr o appetite c fatiga os órgãosdigestivos que precisam estar
em
todo seu vigor para compensar asperdasabundantes que continuadamentesedão n'esta moléstia.
Bouchardat, que pensa que o diabeteséo resultado da
transforma-ção das substanciasfeculentas
em
assucar, fundao seu tratamentoem
privar os doentesdo uso d'estas substancias, e
como
crê queaacidezdoslíquidos digestivos,devidaasuppressãodatranspiração,
também
in-flua
na
producção da moléstia, para isso aconselha os excitantescutâ-neos, os sudoríficos etodososmeioscapazes de revocara pelle ao
exer-cícionormal de suasfuneções.
Para preencher a primeira indicação
manda
usardo pão de glútenem
vez do pão queseusa ordinariamente e se abster dos vegetaesfe-culentos.
Gomo
meiosempregados para fazer reapparecer a transpira-çãoreeommenda
que os doentes evitem o frio,usem
de vestidos de flanella, de banhos quentesede vapor etomem
internamenteum
ex-citantecutâneo,
dando
preferenciaao carbonato deammoniaco.
Aconselha que os doentes passeiem eseentreguematéa trabalhos
ruraes, sesuas forças o permittirem.
Quando
tratamos da pathogenia da moléstia, fizemos ver queBer-nard demonstrou que o assucar que se encontra tanto no animal são,
como
no diabético, se forma independente de toda e qualqueralimen-tação; portanto o tratamento de Bouchardat firma-sesobre
uma
base25
que usa
lambem
dos alcalinos, talé ocarbonato de ammoniaco,medi-(amentos que são considerados hoje
como
os maisproveitosos contrao diabetes.
Mialhe que foi feliz naapplicação dos meios therapeuticospara
com-bater o diabetes não o foi, entretanto, na interpretação que lhesdeu.
Fazendo depender o diabetes da falta de alcalinidade do sangue, ra-ciocina d'este
modo
: toda vez que levar-se ao sangueuma
quantidadede alcalisufíiciente paradestruir todo o assucar existente na economia, ter-se-ha corrigido sua viciação eo collocado, pelo
menos
temporaria-mente, nas circumstanciasnormaes, desorteque o assucarnãoé mais
levadoas ourinas; ora é o queobtem-se pelo empregodos alcalis, por
tanto tem-sed'este
modo
conseguido curaro diabetes.Parece á primeira vista
bem
razoável atheoria de Mialhe, é lodoseutratamento fundado
em
reacções chimicas, eabstrahindo de todas ascondições inherentes ao organismo, elle o considera
como
um
perfeitolaboratório chimico. Ainda assim, outro chimicoo Snr. Poggiale
vem
contrarial-o provando que no organismo nãoexistemas circunstancias precisas para cstabclecerem-se as reacções sobre que elle firma sua
theoria.Demonstra,
como
já vimos, que, para que o assucar sejades-truído
em
presença dos alcalis é necessáriouma
temperatura deno-venta c cinco a
cem
gráos; entretanto que ado organismo é de trintae sete; observa
maiVque
injectando-seuma
certa quantidade de assu-car juntamentecom
um
salalcalino nosvasosdeum
animal essasubs-tancia era encontrada na
mesma
quantidade nas ourinas que quandose o injectava só
sem
o alcali.Portanto se os alcalis curamo diabetesnão é porque ellcs vão, se reunindo ao sangue, corrigir sua falta de
alcalinidade:
mas
sim por outra razão não apreciada por Mialhe.É
Trousscau
quem
nol-a dá, diz: que da utilidade incontestável doem-prego d'estes medicamentos não se deve concluir que actuam elles
como
alcalinos na economia, isto é, produzindo asmesmas
reacçõesque produzem nos laboratórios, ao contrario
obram como
26
res poderosos do apparelho digestivo, cujas funeções regularisam;
obram
não curando o diabetes,porém
collocando osdoentesem
con-dições particulares
em
virtude das quaes a produceão anómalaexa-gerada de assucar não terá logar. Acontece para o diabetes o
mesmo
que acontecepara as ourinas arenosas por exemplo, não é
alcalinisan-do as ourinas é regularisandoas secreções renaesque cllesactuam.
Os
alcalinos foram aconselhados desde o século passadocomo
capa-stes de moderar a sede e diminuira secreção doassucar; hoje
empre-ga-se
um
grandenumero
d'elles dando se preferencia ás aguas deVi*chy e ao bicarbonato de soda.
Cumpre
notarque
deve-se usard'ellescom
moderação, oito a dez diasno
mez
em
doses regulares; póde-scaddicionar o rhuibarbo na dose de trez, quatro a cinco grãos
em
cadacomida
também
domesmo
modo;
ó para não fatigar os órgãos diges-tivos que setem
esta cautclla.Trousseau dá muitaimportância ao regimen, crê que aalimentação
animal
convém
mais aos diabéticos,não porque a alimentação vegetalforneça substancias
que
sejam transformadasem
assucar,como
sepen-sava;
porém
porque as substancias vegetaes, principalmentequando
são feculentas,
augmentam
a actividade das funeções do fígado c dosrins. Trousseau, porém, não é exclusivista: nãousa da alimentação
animal só; reúne áesta a alimentação vegetal; porque
tem
muitocui-dadodenão perturbar as funeçães digestivas, que representam
um
pa-pel importante n'esta moléstia; por isso
manda
usar deuma
alimen-tação variada paranão trazer o fastio resultado douso aturado
de
uma
só qualidade de alimentos;
recommenda,
porém, o uzomoderado
dosfeculentos.
Tem-se
também
usado da hydrotherapiacomo
capaz de,estimu-lando as funeçõesassimiladoras, obrar sobre osgrandes apparelhos da
economia.
O
exercício inílue muito para a cura damoléstia. Trousseaufalla-nos de diabéticos, que fazendo grandes exercícios,como
o da caça,mc^
27
lhoravam muito de saúde pelo desapparecimenlo da maiorparte dos
symptomas
da moléstia.Portanto o uzo moderado dos alcalinos,
uma
alimentação variadaao
mesmo
tempo animal e vegetal, a hydrotherapia, o exercícioe aapplicação de outrosmeios hygienicos necessários, tal é
em
conclusãoo tratamento actualmente aconselhado.
D'este
modo
tem-se conseguido, graças aos progressos scienlificos,erguer do leito de dores o infelizdoente que, victima de
uma
consum-pção rápida, de
uma
moléstia tão cruel e rebelde, outrora pediaalli-vios á Medicina e ella por impotente cruzando osbraços o entregava
SECÇÃO
MEDICA.
CASAMENTOS
ILLEGITIMOSPERAOTE
AHIGIÈM.
3i
IL0¥O8IC6£&
1.»
Na
escolha reciproca dos esposos assenta o futuro dasjerações (1 )2.'
Se o filho representaa dupla organisação dos pães,
como
esperai-o
perfeito, quando
uma
d'ellas ouambas
forem deterioradas? 3.»Esperarque
um
esperma viciado vá unindo-secom
um
ovulocons-tituir
um
novo ser perfeito, é esperar queuma
sementemá
produzaum
lindo vegetal.Nâo
cremos,como
Londe, que não hajam moléstias queobriguemo medico a nâo aconselhar o casamento.
5.a
Taes são d'cntre outras aquellasque,
como
agota, e a phlhisica, epi-lepsia,zombando
da Medicina, são herdadascom
tanta certezacomo
os própriosbens, segundo dizBaillou.
(1) Thésc do Di. AssisFreitas.
30
6/
Cremos
que os defeitos physieos,como
por exemplo, os vicios de conformação da bacia,bastem
para não julgar-se convenienteum
consorcio7.a
Contra a opinião do
mesmo
Londe
dou mais apreço até as primei'ras do queas ultimas causas.
8.8
As
ultimas sódizem respeito aospãese as primeirassetransmittemporvia degeração aos filhos e a seus descendentes.
O
medicosó deve attender ao resultadoda união dos esposos.10.
Que
nos importa asmás
consequênciasas vezesproduzidaspelapro-hibição doscasamentos?
11.
Por
ventura não seráõ peiores as resultantes do consentimentod'elles?
12.
Segue-sedo que fica ditoque omedico deve dar sua opinião franca
e conscienciosa, e considerar muitos casamentos
como
illegilimospe-rante a Hygiéne,
I
SECÇÃO
CIRÚRGICA.
RESECÇÕES.
Resecção é
uma
operaçãoem
que se divide e se tirauma
parte oua totalidade de
um
ou mais ossos conservando os tecidos molles queas rodeiam.
2.»
As
rcsecções dividcm-seem
parciaes e totaes. 3.»As
resecções parciaes subdividem-seem
resecçõesnacontinuidadee na contiguidade.
4.a
Muitascausas physicas e orgânicas indicam esta operação.
5.1
A
theoriaensina e a praticaconfirma que todas as resecçõesdevem
ser feitaspor meio de
uma
só incisão.6.*
Estadeve ser feita no ponto maisafastadodos nervos e vasos mais
importantes e o maisaproximadodo osso que sequer reseccar.
7.'
Nas resecções dcve-se poupar o mais possível os vasos, nervos,
32
8."
Em
todas as resecções articulares havantagem
em
fazer preceder asecção do osso á]sua desarticulação.
Quando
nas resecçõessetem
mais deum
osso á desarticular se deveprincipiar pelo queder
menos
trabalho.10.
No
processo deuma
só incisão emprega-se a serrado cadeia paradi-vidiro osso.
11.
Só se deve praticarresecçõesnos
membros
inferioresquando
sees-perar conservar a sua solidez; o contrarioacontece nos
membros
supe-rioresque esta operaçãoé a regra geral.
12.
A
reunião immediata é a geralmente adoptada n'csta operação,fa-cilitando-se
uma
sahida ao pus porum
dos ângulos da ferida.13.
As
resecçõesvariam muito de resultado conforme a idade,consti-tuição doindividuo e a natureza da lesão.
14.
Esta operação é feita quando, reconhecendo-se a insuíFicicncia dos
meios therapeuticos, a parte lesada ou a vida do doente for
SECÇÃO
AGCESSOBIA.
YIMIOS
MEDICINES.
mfcu
'KliZl.a
Vinhos medicinaes são aquelles
em
que se tem feito dissolveruma
ou mais substancias medicamentosas.
2.a
A
acção dissolvente dos vinhos varia conforme esse é mais oume-nos espirituoso.
3."
Dividcm-se geralmente os vinhos
cm
três espécies: vinhosverme-lhos, brancos e espirituosos.
A
escolha deum
d'cllcs variacom
a natureza da substancia adis-solver.
A
agua e o álcoolsão os principaesagentesdedissolução nos vinhos.6.*
Entretanto lodos os princípios que entram na composição dos
vi-nhos influem de
uma
certa maneira sobre seumodo
deactuar.7.a
As substancias que entram na composição dos vinhos
medicinaes-devem
ser seccas cbem
divididas.34
8.'
Quando,
porém, peladeseccação ellasperderem
suas propriedades,devem-se
empregar
verdes.9.8
Na
preparação dos vinhosmedicinaes se deve tercm
muitaconsi-deração a qualidade do vinho empregado.
10.
São dous os processos mais geralmente seguidos na preparação dos
medicinaes: a maceração e as tinturas alcoólicas.
11.
A
maceração é o processo melhor e o mais empregado.12.
Pode-seusar das tinturas alcoólicas
quando
as substancias aIIIPPOCRATIS
APHORISMI.
i&&Q
^i
I.
Vitabrevis, ars longa, occasio praeceps, experientiafallax, judicium
difficile.
fSect.
1/
iipA. l.°)II.
Ad
extremos morbos, extrema remediaexquisite, óptima.{Sect. 1.» ify/<. 6.°)
III.
Ubi
somnus
delirium sedat,bonum.
(Sect. 2.a 4pA.
3.°)
IV.
Duobus
doloribus simul obortis,non
ineodem
loco vehementiorobscurat alterum.
{Sect. 2.a
Aph. 46.;
V.
Vulnerl convulsio superveniens, lcthalc.
(Sect. 5." Aph. 2.°)
VI.
Mulieri,menstruisdeficientibus, enaribussanguinemfluere,
bonum.
(Sect. 8.a Aph. 7.o)
3íeme/á'c/a a %om>nj/$ão gicmáola.
Waúa
c &'acu/c/ac/<: c/e ^ec/tc/na*7 c/e //càm&o c/e *é(í4.
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Jccteiat'\o Uúeúuo.
Safa //íc.ic
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Van/fa Tá//c <%mto*.&>#. s/.ó/evatedc/aSeiva.
JmÁitma-Jf.
Ma/ta
e ê/acuá/ac/ec/e^/êec/tcina*p c/ecfct/u/io c/e/éS-4.gfir. éfáa/itàfa,