<r 3 ^ ^
A D V E R T Ê N C I A S
I N T E R E S S A N T E S
A’
p r o v í n c i a d oMA R A NH
aO,
PELO CORONEEI Z I D O R O R O D R I G U E S P E R E I R A .
1
M A R A N H A 0:
N A I M P R E N S A N A C I O N A L . A nno 1822»' ' tuÉÍ ■•/y H-. -,; ■>■ A a T / : I i^'51 - ' VI s t n a - a A l^'-ï I H >1 A A lA O A l O / . I ■'■ u ,: -I - 'i. < V '*■ * aJ^^vHoo OkI'^t ; A «■' T »-.f <7 U ■,} 1 <I Ct O H r -P V ■■! fi A ; ■ -, psA V ' 'l W ^ ' /n-rv c;,':‘ > '^ei<«i.'.)i-<^-v t ' ^ -i' fv» : u t , U V Î A Ï Ï A 1 ' ,J : . f ' ’ C I /v A ? >'i i â X i't- i. • ■ ■■ Î Î A ‘ ■ " " ' f t Í V * A t ¥; i î ' 1 ! 'TA. • ' T| A ; Ú ' .'J‘ • ■ • A ' ^ ■ f i ■ '-> ■ S ; ' 1 " ^ 1 - ' • '• T f Í *. • ••i-v
s ' 1*
^ l! "f. ' >1I S ]
A D V Ê R T E N C IA S IN T E R E S S A N T E S A ’ PRO VÍN CIA. D O
M A R A N H A O.
Envia y ó Deos, a tua virtude: cónfinna ó Deos y isto que tens obrado em nós.
Salm. 67.
m
A
prinieira coiiza, que os Senhores Deputados em Cortes^ da Província do Maranhão^ deveriaõ reprezentar perante o Soberano Congresso Nacional, he sem duvida a Economia publica, que tem em vista o interesse da Naç*aõ, principal- mente em hum tempo calamitozo, que a natureza tem sido pouco abundante em colheitas, e que sendo o preço dos ge nerös de exportação diminuto, he com tudo excessivo nos da primeira necessidade, e consumo da terra.He axioma certo que tirada a eaiiza deve cessar o effeito.
Sua Magestade sahio de Portugal para o Brasil, pelos motivos declarados no Real Decreto de 26 de Novembro de 1807, e chegando á Bahia abrio os Portos, e franqueou o Commercio a todas as Nações amigas da Europa, pela Carta Regia de 28 de Janeiro de 1808. N o mesmo anno, e nos mais que se seguirão durante a sua rezidencia no Bra zil, promulgou boas Leys em beneficio dos seus Súbditos, e impos os Tributos que julgou necessários para suprir as despezas do Estado.
Os executores porem, excedendo os limites da authori- dade, que lhes fora conferida pelo Rey, abuzarão da sua execução, e declararão-se oppressores do Povo, o qual achan do -se opprimido no ultimo gráo de dezesperação, sacodio o ju go que o afligia para salvar a Patria, e o seu Rey en ganado pelos ditos executores, e pelos validos cm quem ei le se confiava.
[ 4 ]
T odos sabem, que a Provincia do Maranhão, antes de Sua Magestade vir firmar o seu Throno, e a sua Corte no R io de Janeiro, naõ era sobrecarregada de tributos, porque apenas pagava o Dizimo dos fructos que produzia a terra, e a Dizima dos generös, e fazendas de importação vindos dé Portugal; e com tudo florecia o Commercio, Agricultura, e Navegação, principalmente do tempo do Governo do G e neral D. Fernando Antonio de Noronha, athe o Governo de
Paulo Joze da Silva Gama; havendo sempre numerário no
Thezouro Nacional, para suprir todas as despezas da P ro vincia, e athe para o Para, e outras precizões do Estado. Retirou-se ElRey para Portugal, e com a sua chegada a his^
hoa, cessãraõ todas as cauzas que derao motivo a tantos tri
butos no Brazil, que sendo hum Reino recente, he de evi dente necessidade aliviallo dos tributos, (1) e animar os Povos que nelle habitaõ a promover os interesses da Nação, ja pela cultura das terras, ja pelo Commercio, e Navegafaô, e hnalmente pelas Artes, e Sciencias, para adquirirem conheci mentos uteis, que fação a felicidade da Nação e do Rey com o seu Patriotismo, e industria Nacional. Os Alv. de 3 e 27 de Junho de 1808, o Alv. de 3 de Dezembro de 1810, e o Decreto de 27 de Novembro de 1812, que tratão da im- pozi^ão da Décima sobre os Prédios urbanos, e sobre a sua arrecadarão, tem sido muito oppressivos para os Povos, naõ só pelo rigor da sua execuçaô para os Proprietários que m o- rão nas suas cazas, aos quaes sem serem ouvidos se faz pa gar huma colecta maior do que pagarião se vivessem em ca- izas de aluguel, e das cazas alugadas se lhes não leva em conta o tempo que estaõ devolutas; e a pobreza que vi ve em cazas de palha, e fecha a sua porta com meassabas de pindoba, por falta de possibilidade para lhes pôr portas de taboas, sempre que lhe pedem o tributo amaldiçoa quem Iho impoz, que por isso, e para animar a edificação, deve ria ja ser abolido. A ciza imposta pelos Alv. de 3 de Ju nho de 1809, de 2 de Outubro de 1811, e 5 de Maio de
1814. O Imposto sobre os Testamentos, e heranças, pelos
(1 ) O alivio dos tributos aos habitantes do B razil he indispensável; pois
que propondo-se estes a cultivar terras incultas, vencendo os maiores obstáculos com braÇos caros, mortaes, e fugitivos, o seu estabelecimento fica sendo muito precário ; em cujos termos faz-.se precizo hum estimulo continuado para os animar, e para promover com segurança a prosperidade publica.
v a: I •<)> - - M « *
[ 5 ]
AIv. de 17 de Junho de 1809, de 2 de Outubro de 1811, e pelo Decreto de 27 de N ovem bro de 1812. (2) A coii- tribuifao para a Junta do Commercio, e Banco do Rio de Janeiro, pelos Alv. de 15 de Julho de 1809, e de 20 de Outubro de 1812, deveriao ja ter sido abolidos, aliviando os Povos opprimidos, visto que cessaraô as cauzas que derao motivo aos referidos tributos.
Se este fosse o primeiro ponto de vista, que o Sobe rano Congresso tomasse a respeito dos interesses do Brazil, pondo em pratica o que fica lembrado, os Povos livres do pezado ju g o que os opprime, bemdiriao a sua sorte, e uni dos com gosto â cauza, e nova ordem de couzas, nao ha veria nada que recear a respeito da sua fidelidade. Para promover o Commercio, e a Industria Nacional, he de ur gente necessidade, que o Soberano Congre.sso faça pôr ein
execução o 2 .° do Alvará de 28 de Abril de 1809, na- parte em que determina, que todas as Manufacturas N a cio- naes, sejaõ isentas de pagar Direitos de exportaçaõ, e que todas as do Reyno sejão isentas de os pagar por entrada nos Domínios do Brazil, com a declaraçaõ do Alvará de 13 de Junho de 1811.
Pelo que respeita as fazendas estrangeiras transportadasr de Portugal para o Brazil, para poderem competir com as que vem em direitura dos Portos Estrangeiros, e naô fica rem sobre-carregadas em perjiiizo do giro do Commercio, e transações mercantis, está determinado pelo Decreto de 28 de Janeiro de 1809, que todas as que entrarem nas Alfân degas do Brazil vindas de Lisboa, e do Porto, que lá tive rem pago os Direitos estabelecidos, sejaõ izentas de os pa gar de entrada no Brazil.
Esta sabia providencia, parece que só no Maranhão he innutil, por cauza dos executores das Leis, que esquecidos daquelle preceito==dá a Deos, o que he de Deos, e a Ce- zar, o que he de Cezar,=dizem que nunca ninguém foi cas tigado por furtar para o Rey, desprezando também aquella
( 2 ) O Imposto sobre a Lei Testamentaria, parecendo augmentar o T h ccoii-
ro Nacional, o prejudica; porquanto, abatendo os fundos dos herdeiros e le gatários, estes diminuem em igual gráo os artigos de Agricultura, Industria, Navegação, e Commercio. Esta degradação geral na massa dos Incros, e repro-. duções, verifica huma falência proporcional na arrecada«,aõ dos Direitos respec
tivos, a qual, segundo os melhores Economistas Políticos, excede o triplo ao
[
6
]
regra de Direito natural, que está sempre clamando ao tío - mein em pregado,= o que nao queres para ti, nao o fapas aos outros. =
O Administrador da Alfândega, fazendo distincfao do que a Lcy naô destingue, exige dos Despachantes certificados das Alfândegas de Portugal, pelos quaes conste, que paga- raõ os competentes Direitos ; e naõ lhe sendo apprezenta=- das lhes nao dâ Despacho, sem que repitaõ segunda vez o pagamento dos Direitos, e este mesmo systema tem sido sem pre apoiado pelo De;:;embargador Procurador R egio, quando he ouvido sobre esta materia. (3) Este procedimento oppres sive, e prejudicial ao Commercio, he também injurioso a :Meza do Consulado, pela falta de fe que dao aos seus Des pachos; porque, quem ignora, que todas as fazendas estran geiras que dão entrada nas Alfândegas de Lisboa, ou do Porto, ao sahir pagaõ os competentes Direitos? Que o Des pachante depois de pagar os Direitos livrerneijte despoem dellas? E que passando de hum a outros dominios, girao e circLilaõ no Commercio? Que aquelles que as cornprão eni Segunda ou terceira mão, naõ podem apprezentar certidão da Alfandega, por ser impossivel saber-se a c[ue despacho pertencem, vindo a ficar por simjlhante procedimento o Real Decreto sem yjroduzir o saudavel proveito, que teve o S o berano cm vista quando o promulgou. He por tanto o Des pacho de Lisboa, ou do Porto, hum titulo assas bastante para se julgar, que pagarão líi os competentes Direitos, e que naõ saõ fazendas de contabrando, porque se fossem de contrabando ou tivessem passado por alto, lhes nao dariaõ despaclio, o que o Legislador teve em vista quando promul gou o Decreto, e naõ exigio nelle aquelles certificados, e nem a Ley de 25 de Abril de 1818 no §. 0. quando trata da exporta«;aõ dos generös estrangeiros de Portugal para o Brazil, se lembrou de similhante requezito.
lie também de muita utilidade para o Commercio, Agri cultura, e Navegaçaõ, e mesmo para augmentar o
rendimen-(3) Qnaado eu fallo dos Empregados, nao quero dixer, que elles entendem
huma cou7.a, e fazem outra; mas que sesfundo o meu parecer, he errado o seu
yystêin.a, oppressivo ás partes, e prejudicial á Nação, que tiraudo-se-lhe os meios
de prosperar, cnmiidia para a sua ruina e abatim ento; não podendo ser util nem
u si, nem ao R ey , que só pode ,s;;r Poderozo tendo Súbditos, e Cidadãos ricos,
r
é
C ^ 3
to do Thezouro Nacional^ tanto em Portugal, como no Ma* rarihaõ, decretar-se logo^ que todos os generos de
produc-ÇÚ.O do Brazil^ sejao exportados para Portugal sem pagar
Direitos alguns de exportação, e que na exportação de Por tugal para os lleynos Estrangeiros, paguem os Direitos de sahida antigamente estabelecidos.
Que o algodão exportado do Maranhão para Reynos estrangeiros, em Navios estrangeiros, ou Nacionaes, durante o Tractado de Commercio de 19 de Fevereiro de 1810, pa gue mil e quatro centos reis por arroba, de sahida, e que findo o tempo do Tractado, se favoreça a Marinha Portu- gueza, pagando o algodao, de sahida por arroba mil reis em Navios Portuguezes, e nos Navios estrangeiros mil e qua trocentos réis.
He também muito justo que se ponha em execução o §. 11. da Ley de 25 de Abril de 1818, por ser de Justiça tractarmos reciprocamente as Embarcações Estrangeiras, fa zendo lhes pagar o mesmo tributo, que pagaô as nossas Em barcações nos Portos donde ellas vierem,
Estas saõ em summa, as providencias que sobre a Pro- vincia do Maranhão me pareceo lembrar, para chegarem ao conhecimento do Soberano Congresso das Coríes Geraes, E x traordinárias, e Constituintes da Nação Portugaeza, deixan do outras muitas de Economia Publica, aos vastos conhe cimentos mimicipaes, da Exceilentissima Junta Provizoria do Governo.
F í M,
. '.ys f . *► -6. • i • ''i ,■ . * ' ■• ,. ■ ' : •, - ^ ■ ■ -J ■\t' ; -> r •i; ' 4-. ' .•’•'••' ' ' ^■ ,.. , r . y. ; , . ■ * ' ^ f ^ ' -f Í ■ ' * '■ ’ ^ • i • ^ i r i . Í-■-•'r .■ i^• ' i !l ; : v 3 J - ■':':C'''^lii':^-^. ^ ■ ' • " . i . i ■ ■■ ■ ■ • ■ • - , * . ■«. I — ■" vy . ... ; . . . - , . ■ -' 'V^-Â y i *('; f;\i i - \ : \ ' .< . ' _ >i , • i ^ r . • Í I -• ,y - / Í £ J î J/< ^ * ü»* i . . ; r . ; .;_: . _ ; ; r - , . u , : - - , u . ; , . ■•■ .. 1 1 . J. 1. ■O :i v - v ; , ' : ; : 9 ■' M » - / ;î: ' ‘ 3 >... Í, ,. <. , » *»•' i,«* : M î • ' • •: ■ y ^ T ? î : 1 ' - :à! . ^ r X ' i y :
■ Í S ; : ^ i 'O- V OÛK'>iîi i . b q^bi,*;;-. W i '/: r«^ h ô - T ' I. r : ' . ! f . ■) 3 ; - i . ü ' : j r i
,; .- /;i r r’ f.’ r-in ' r'Cf.-'-oj' ô ' /-fvl;
: ■; * =■ ‘ ittfdiSO;-.»;!’? O . o h r - . / u i c • t '■■•ï‘ ' i : r ” . . . ■ ; ) 4 > '“>v " h P ': '■?( ■;■ ' P ; p : . - ; , . J ' t 3 ‘ w T p { ^ v ^ v - ' : ; ■ r ^ . i - ; ' f - . ;; , ( ) r A i : > , o r : 3 r / < ; f r . . u o ^ ' ’ > . • . î p : „ - ; . '-•> -; . i ' ,••••' Í ; îm' } ' a . ' J A ?h' < o â p O i T " j ; S ^ 'ÿiVP'
Í -Al ;? "" i vT;''-,' ’ .. ,l - -îOMfï P A ; r i r OJiî'i;;;; ^ rî'? :':
M ' f . iL / :::ü:;5 '• n< • •; î.o:/:' ~< {■ ;> .V L' : /^MÎb' ':'/(■• vîiyi':, '-■ oríl •■ / i r^ - .,5 , : f f i i ) ' v. . . . ^ ■' ' . w - -' If-j -jv-v > ;1^ vji ; • - y ; ■ , y.*.; y'»î Î'U'
f O'-'’ ", y v ' } ' ' y . ‘ O.
i >.y. :iiy< ry r Ovâi;' yy-.j y
^ . • ^ r : .' ! • i ' • I . .■ . W . ' iî Tfiéki.pNv ... I r=r>. - : i Eatfe.-;.* ‘y-A-'-y :-yi: .^. y. . v> à --b • ' .•-4.'’ .'• ' . . . ^ • i .• ’ î b ■ ‘ ' 1 ) y? . ' y Í ■{‘ * ' ' ‘ ■ ■. ' b - y j . _ ' i A t 'V '•X, ■ t ~ ■ (TT ■ .-J - .. ‘ ; » il' \j['*^ ‘ • Í !v;' ; .- ■' • ■ -. ■ Í.V ' *'■ ■ ■Kfiii. i :'-<■■■’ ■■»î, k‘V>-' W-'pTiW. :■« ' '■ ' ' ' îÉ ' l'i i^ "KL y - t< ^ i.* M .r '.lÿ Vï'-'î- V"à -M'
\ • . . ) i V n-.: , , \ . I. .. V ' •■'! i 't ■. V’ ■' .‘' 'n J -' V/l - ‘- \ : ^7- í-í >-»•■ '1 -; • ' ‘V^-; ^1 I r-i- N • ■■ \ ' . ' ‘ -,">■■ . ' . -■:;^. '•• -■ " ^ - V. ' - \ ■ • . V-' -V-'■■V-'■■ ~y . ■ ■ , '.tó-K.íijij ,..,V ;• , '».-í, r t '• ' *■ ... . r ^ .-f\ '• ‘ . , v ■••«' í*; ■ X \ ■» ‘ , ’•' .''■■-,♦7 .',ííí4;^a ■7 ■ ■ -'.V.- mM, \' -K. . '. ■' 'víPoVíVH^ai ■A, .. âV*-y» * P 'v . ■7:v7; ; 7 - 4 f 3 ,1 ,\ > , . ) ■ ':.■ :::.';r' 4 4 ^ 1 I 7. 7 7 . , 7 ^ : '7 ÿ -^ ,1 . '' • ■ s > • ,t vVl I ■ j. . *><r‘Á i . .. i . 7 ^ 7 7- \ r - , ,V ,^..-.Ã'-'-7"