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ECA AULA VII(1)

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Os Direitos da

Os Direitos da

Criança e do

Criança e do

Adolescente

Adolescente

MEDIDAS DE PROTEÇÃO

(2)

Medidas de Proteção:

Medidas de Proteção:

Art. 99. As medidas previstas neste Capítulo poderão

ser aplicadas isolada ou cumulativamente , bem como

substituídas a qualquer tempo

As crianças e adolescentes não podem ser vistos ou

tratados como meros “objetos (ou destinatários) de

medidas de proteção”, mas sim devem ser

reconhecidos como titulares de direitos fundamentais,

dotados de autonomia e identidade próprias, aos quais

deve ser facultada a participação na tomada das

decisões que lhe afetarão diretamente. A aplicação das

medidas de proteção, portanto, não pode ficar ao puro

arbítrio da autoridade estatal competente, mas sim

deve observar uma série de normas, parâmetros e

cautelas, dentre as quais, em respeito, inclusive, ao

princípio fundamental da dignidade da pessoa humana,

se encontra a obrigatoriedade de ouvir e de levar em

consideração a “opinião informada” da criança ou

adolescente a ser por aquelas atingido (salvo quando

estes não tiverem condições ou não quiserem exprimir

sua vontade ou ainda quando, em casos mais

sensíveis, se entenda - justificadamente - que tal

consulta, ainda que realizada por intermédio de órgãos

técnicos, lhe será de qualquer modo prejudicial)

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Medidas de Proteção:

Medidas de Proteção:

Importante observar que as medidas de proteção devem, em

regra, ser aplicadas em conjunto com as medidas

destinadas aos pais ou responsável pela criança ou adolescente, previstas no art. 129, do ECA

Devem ser continuamente reavaliadas (no máximo a cada 06 meses, por analogia ao disposto nos arts. 19, §1º e 121, §2°, do ECA) e, se ao longo de sua execução se mostrarem inócuas ou insuficientes, é necessária sua substituição por outra(s) mais adequada(s).

 As medidas de proteção e socioeducativas devem ser aplicadas fundamentalmente de acordo com as

necessidades pedagógicas da criança ou adolescente, e estas podem variar de tempos em tempos. Esta é a razão pela qual as medidas originalmente aplicadas devem ser constantemente reavaliadas, sendo

substituídas sempre que não mais forem necessárias ou não estiverem surtindo os resultados desejados.

Art. 100. Na aplicação das medidas levar-se-ão em conta

as necessidades pedagógicas , preferindo-se aquelas que visem ao fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários

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Princípios que regem a

Princípios que regem a

aplicação das medidas

aplicação das medidas

I - condição da criança e do adolescente como sujeitos

de direitos

II - proteção integral e prioritária

III - responsabilidade primária e solidária do poder

público: a plena efetivação dos direitos

assegurados a crianças e a adolescentes

IV - interesse superior da criança e do adolescente

V – privacidade

VI - intervenção precoce

VII - intervenção mínima

VIII - proporcionalidade e atualidade

IX - responsabilidade parental:

X - prevalência da família

XI - obrigatoriedade da informação

XII - oitiva obrigatória e participação

(5)

MEDIDA DE PROTEÇÃO

MEDIDA DE PROTEÇÃO

 O que importa não é a pura e simples aplicação da(s)

medida(s) de maneira “burocrática”, com o encaminhamento de seu destinatário a um programa de atendimento qualquer, mas sim é fundamental descobrir exatamente qual o

problema que aquela determinada criança ou

adolescente apresenta e o que é necessário para sua solução, o que exige um atendimento individualizado e

pode demandar intervenções múltiplas, não apenas junto à criança ou adolescente, mas também junto à sua família

 Toda e qualquer intervenção protetiva ou socioeducativa junto a crianças e adolescentes deve ser feita,

preferencialmente, dentro e com a colaboração da

família, que para tanto precisa ser orientada, apoiada e,

não raro, tratada, para que possa assumir suas

responsabilidades

A proteção integral infanto-juvenil tem como verdadeiro

pressuposto a realização de um trabalho junto à família da

criança ou adolescente, seja para impedir o afastamento seja para permitir o restabelecimento do convívio familiar. Excepcionalmente, quando isto não for possível, por

qualquer razão plenamente justificada, deverá ser tentada a colocação da criança ou adolescente em família substituta, em qualquer das modalidades previstas no art. 28, do ECA.

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Quais são as medidas de

proteção (art.101)

I - encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de responsabilidade ;

II - orientação, apoio e acompanhamento temporários;

III - matrícula e frequência obrigatórias em estabelecimento oficial de ensino fundamental ;

IV - inclusão em programa comunitário ou oficial de auxilio à família, à criança e ao adolescente ;

V - requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regime hospitalar ou ambulatorial;

VI - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos;

VII - acolhimento institucional

VIII - inclusão em programa de acolhimento familiar IX - colocação em família substituta

(7)

 O rol de medidas do art. 101, do ECA, é meramente exemplificativo, podendo ser aplicadas medidas outras

que se mostrem adequadas às necessidades

pedagógicas da criança ou adolescente

I - encaminhamento aos pais ou responsável, mediante

termo de responsabilidade ;

 do legislador em realizar as intervenções necessárias com a criança ou o adolescente junto à sua família. Isto não significa, no entanto, que o encaminhamento da criança ou adolescente a seus pais ou responsável

(notadamente quando constatado que este se encontra numa situação “de rua” ou tenha fugido de casa, por exemplo) deva ocorrer de forma “automática” e/ou sem maiores cautelas. Como nos demais casos, antes da aplicação desta medida é necessário submeter a criança ou o adolescente atendidos a uma avaliação

interprofissional, de modo a descobrir o porquê da

situação, que pode ter se originado por grave omissão ou abuso dos pais ou responsável e determinar alguma

intervenção (ainda que a título de mera orientação) junto a estes.

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II - orientação, apoio e acompanhamento temporários;  A boa medida (e/ou programa de atendimento) não é

aquela que se estende indefinidamente no tempo, mas sim aquela que, após determinado período, permite o desligamento de seu destinatário, por seus próprios

méritos e por não mais se fazer necessária a intervenção. III - matrícula e frequência obrigatórias em estabelecimento

oficial de ensino fundamental ;

 Embora a lei faça referência expressa apenas ao ensino fundamental, como o rol de medidas do art. 101, do ECA, é meramente exemplificativo, nada impede a aplicação de medida similar para inclusão de crianças na educação infantil e adolescentes no ensino médio.

IV - inclusão em programa comunitário ou oficial de auxilio à

família, à criança e ao adolescente ;

 Vide também o disposto na Lei nº 10.836/2004, de 09/01/2004, que cria o Programa Bolsa Família

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V - requisição de tratamento médico, psicológico ou

psiquiátrico, em regime hospitalar ou ambulatorial;

VI - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio,

orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos;

 As internações terapêuticas somente devem ocorrer em situações extremas e excepcionais, mediante expressa indicação médica e, no caso de crianças e adolescentes, devem também contar com a expressa autorização dos seus pais ou responsável, não sendo necessária

autorização judicial. Existe apenas a obrigatoriedade da

comunicação ao Ministério Público das internações psiquiátricas involuntárias e das voluntárias que se

tornaram involuntárias, no prazo de 72 (setenta e duas) horas após a efetivação daquelas.

 Em qualquer caso, a internação terapêutica deve durar o menor período de tempo possível e contar, o quanto

possível, com o apoio e a participação da família do paciente

 A responsabilidade pela oferta de tratamento

especializado (se necessário, em regime de internação hospitalar, em entidade particular), é de responsabilidade

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VII - acolhimento institucional

 O acolhimento institucional, que outrora foi considerado a

“panacéia” para todos os problemas que afligiam a população infanto-juvenil, é hoje reconhecido como um mal, que atenta contra o direito à convivência familiar de crianças e adolescente e, portanto, deve ser o quanto possível evitado e, mesmo se num determinado momento se mostre “necessário”, o período de permanência da criança ou adolescente na unidade deve ser

o menor possível.

Como alternativas ao acolhimento institucional, faz-se

necessário o desenvolvimento de programas de promoção à família (cf. art. 129, inciso I, do ECA), de acolhimento familiar (cf. art. 101, inciso VII, do ECA) e de guarda subsidiada (nos moldes do disposto no art. 260, §2º, do ECA e art. 227, §3º, inciso VI, da CF), dentre outros.

O acolhimento institucional jamais pode ser visto como a

solução “definitiva” para os problemas enfrentados pela criança ou adolescente. Uma vez aplicada a medida (que deve sempre ocorrer em ultima ratio), sua duração deve se estender pelo

menor período de tempo possível, cabendo ao Conselho Tutelar

e à autoridade judiciária, a tomada (e em caráter de urgência) das providências necessárias a permitir o retorno da criança ou adolescente à família de origem ou, caso isto não seja

comprovadamente possível, caberá a esta última (autoridade judiciária), seu encaminhamento para família substituta.

Entendimento semelhante é aplicável à medida de acolhimento familiar.

(11)

O acolhimento institucional é medida de proteção, e como tal não permite a privação de liberdade da criança ou

adolescente a ela submetido, ainda que comprovada a prática de ato infracional. Interessante observar, aliás, que o art. 112, inciso VII, do ECA, não relacionou o

acolhimento institucional como uma das medidas do art. 101 passíveis de serem aplicadas a título de medidas socioeducativas, evitando que o adolescente acusado da prática de ato infracional pudesse ser institucionalizado e afastado do convívio de sua família, em razão de sua conduta (guardando assim coerência com o disposto nos arts. 100 c/c 113, do ECA).

 As crianças e adolescentes não podem ser afastados de suas famílias por simples decisão administrativa do

Conselho Tutelar, ou mesmo por decisão judicial tomada nos famigerados “procedimentos de verificação de

situação de risco”/”para aplicação de medida de

proteção” (instaurados com fundamento no art. 153, do ECA, que não têm forma predefinida e têm o “péssimo hábito” de jamais terem fim). Para que uma criança ou adolescente seja afastado de sua família será necessária a deflagração de procedimento judicial necessariamente

contencioso no qual conste a acusação formal da prática

de um ato grave, que justifique a tomada de tão drástica medida, e seja oportunizado aos pais/responsável legal o regular exercício de seus direitos fundamentais ao

(12)

Guia de Acolhimento Institucional

Guia de Acolhimento Institucional

 Guia Única de Acolhimento de crianças e adolescentes em todo o Brasil. A previsão da obrigatoriedade da existência de uma guia de acolhimento visa evitar que as entidades mantenham crianças e/ou adolescentes institucionalizadas sem a devida formalização do ato e a regularização de sua situação. O controle judicial sobre os acolhimentos institucionais deve ser total, na perspectiva de abreviar ao máximo o período de permanência na instituição

O plano individual de acolhimento visa estabelecer algumas

metas a serem cumpridas pela entidade de atendimento (se

necessário, com o apoio do Conselho Tutelar, Justiça da

Infância e da Juventude e responsáveis pela política municipal de garantia do direito à convivência familiar), de modo a permitir a reintegração familiar ou, se esta comprovadamente se mostrar inviável, a colocação da criança ou adolescente acolhido em

família substituta da forma mais célere possível.

O dispositivo evidencia a necessidade de a entidade de acolhimento institucional ou familiar dispor de uma equipe

técnica interprofissional, que deverá articular ações com os

técnicos a serviço da Justiça da Infância e da Juventude e responsáveis pela política municipal de garantia do direito à convivência familiar.

 Para elaboração do Plano Individual de Atendimento, sempre que possível deverá se proceder à oitiva da criança e do

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 Mesmo inserida em programa de acolhimento institucional, a criança ou adolescente tem o direito de manter contato com seus pais e parentes biológicos, ressalvada a existência de ordem expressa e fundamentada de autoridade judiciária

competente. O referido contato deve não apenas ser “facultado”, mas sim precisa ser estimulado, com a articulação de ações entre a entidade de acolhimento e os responsáveis pela política municipal destinada à garantia do direito à convivência familiar, de modo a permitir a reintegração familiar da forma mais célere possível. Desnecessário mencionar que o contato da criança ou adolescente com seus pais ou responsável, em qualquer caso, deve se precedido de uma avaliação técnica criteriosa, que contemple a oitiva e orientação dos pais/responsável e da

própria criança ou adolescente (observado o disposto nos arts. 28, §1º e 100, par. único, incisos XI e XII, do ECA), e está sujeito a eventuais restrições impostas fundamentadamente pela

autoridade judiciária, notadamente diante da existência de suspeita de maus-tratos ou abuso sexual,

A reintegração familiar poderá ser efetuada de forma gradual (com autorização para que os pais possam levar a criança ou adolescente para casa nos finais de semana, por exemplo), e deverá incluir acompanhamento posterior, por prazo

determinado (sem prejuízo da aplicação de medidas de proteção previstas nos arts. 101 e 129, do ECA), na perspectiva de

(14)

VIII - inclusão em programa de acolhimento familiar

O acolhimento familiar pressupõe a

existência de um programa de atendimento

específico, no qual pessoas ou casais

sejam devidamente selecionados,

habilitados e cadastrados, para que

possam receber crianças e adolescentes

em sua guarda, enquanto é realizado um

trabalho destinado à reintegração familiar

ou, quando isto não for possível, enquanto

não é localizada uma família substituta

capaz de acolher a criança ou adolescente

de forma definitiva.

(15)

IX - colocação em família substituta

A colocação em família substituta é

medida excepcional, secundária em

relação à manutenção da criança ou

adolescente em sua família de

origem (embora preferível ao

acolhimento institucional), sendo de

competência exclusiva da autoridade

judiciária (cf. arts. 28 c/c 165 a 170,

30 e 148, inciso III e par. único,

alínea “a”, do ECA), que ocorre sob

as modalidades de guarda, tutela ou

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§ 9º. Em sendo constatada a impossibilidade de

reintegração da criança ou do adolescente à família de origem, após seu encaminhamento a programas oficiais ou comunitários de orientação, apoio e promoção social, será enviado relatório fundamentado ao Ministério

Público, no qual conste a descrição pormenorizada das providências tomadas e a expressa recomendação, subscrita pelos técnicos da entidade ou responsáveis pela execução da política municipal de garantia do direito à convivência familiar, para a destituição do poder

familiar, ou destituição de tutela ou guarda

§ 10. Recebido o relatório, o Ministério Público terá o

prazo de 30 (trinta) dias para o ingresso com a ação de destituição do poder familiar, salvo se entender

necessária a realização de estudos complementares ou outras providências que entender indispensáveis ao ajuizamento da demanda

§ 11. A autoridade judiciária manterá, em cada comarca

ou foro regional, um cadastro contendo informações

atualizadas sobre as crianças e adolescentes em regime de acolhimento familiar e institucional sob sua

responsabilidade, com informações pormenorizadas sobre a situação jurídica de cada um, bem como as providências tomadas para sua reintegração familiar ou colocação em família substituta, em qualquer das

(17)

Medidas de Proteção

Medidas de Proteção

A necessidade de sigilo em todos os

processos e procedimentos, tanto judiciais

quanto administrativos (mesmo quando

instaurados pelo Conselho Tutelar ou

outros órgãos públicos) destinados à

salvaguarda dos direitos infanto-juvenis,

aos quais devem ter acesso apenas as

autoridades e profissionais diretamente

envolvidos no atendimento, além dos pais,

responsável e das próprias crianças e

Referências

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