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Assistência de enfermagem aos pacientes oncológicos em serviço de urgência/emergência: relato de experiência

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Academic year: 2021

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CAMILA BARBOSA SOUSA OLIVEIRA

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AOS PACIENTES ONCOLÓGICOS EM SERVIÇO DE URGÊNCIA/EMERGÊNCIA: RELATO DE EXPERIÊNCIA

FLORIANÓPOLIS (SC) 2014

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

CAMILA BARBOSA SOUSA OLIVEIRA

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AOS PACIENTES ONCOLÓGICOS EM SERVIÇO DE URGÊNCIA/EMERGÊNCIA: RELATO DE EXPERIÊNCIA

FLORIANÓPOLIS (SC) 2014

Monografia apresentada ao Curso de Especialização em Linhas de Cuidado em Enfermagem – Doenças Crônicas Não Transmissíveis do Departamento de Enfermagem da Universidade Federal de Santa Catarina como requisito parcial para a obtenção do título de Especialista.

Profa. Orientadora: Aline Lima Pestana Magalhães

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FOLHA DE APROVAÇÃO

O trabalho intitulado ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AOS PACIENTES ONCOLÓGICOS EM SERVIÇO DE URGÊNCIA/EMERGÊNCIA: RELATO DE EXPERIÊNCIA de autoria da aluna CAMILA BARBOSA SOUSA OLIVEIRA foi examinado e avaliado pela banca avaliadora, sendo considerado APROVADO no Curso de Especialização em Linhas de Cuidado em Enfermagem – Doenças Crônicas não Transmissíveis.

_____________________________________ Profa. Dra. Aline Lima Pestana Magalhães

Orientadora da Monografia

_____________________________________ Profa. Dra. Vânia Marli Schubert Backes

Coordenadora do Curso

_____________________________________ Profa. Dra. Flávia Regina Souza Ramos

Coordenadora de Monografia

FLORIANÓPOLIS (SC) 2014

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO... 01 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA... 03 3 MÉTODO... 07 4 RESULTADOS... 09 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS... 14 REFERÊNCIAS... 15 ANEXOS ... 17

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RESUMO

O câncer é uma patologia de grande relevância no cenário da atenção à saúde no Brasil. O planejamento dos cuidados em saúde para atender às necessidades dos pacientes oncológicos de maneira eficaz é um dos principais desafios dos profissionais de saúde. O atendimento aos pacientes com câncer abrange diversas especialidades em diferentes ambientes, inclusive nos serviços de Pronto Atendimento. Nesse contexto a Enfermagem tem papel fundamental na utilização do Processo de Enfermagem para viabilizar um atendimento organizado e de qualidade aos pacientes oncológicos. Dessa forma, este estudo apresentou subsídios para a elaboração de um Plano de Cuidados para o atendimento aos pacientes portadores de câncer no serviço de urgência/emergência. Espera-se, que o planejamento e implementação dos cuidados propostos sejam motivadores para a sistematização dos cuidados prestados os quais são decisivos ao bem-estar dos pacientes.

Palavras-chave: Oncologia; Pronto Atendimento; Sistematização da Assistência de Enfermagem.

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1 INTRODUÇÃO

O câncer é um grupo de patologias distintas com diferentes causas, manifestações, tratamentos e prognósticos. A prática de Enfermagem no câncer abrange todas as especialidades de enfermagem e acontece em vários ambientes de cuidados de saúde, inclusive nos serviços de atendimento às urgências e emergências oncológicas. O enfermeiro deve estabelecer metas realistas para satisfazer os desafios encontrados durante o cuidado do paciente com câncer e devem qualificar-se para atender os pacientes nos aspectos físicos, emocionais, sociais, culturais e espirituais (BRUNNER & SUDDARTH, 2009).

Dados com relação ao câncer o evidenciam como um grande problema de saúde pública tanto nos países desenvolvidos quanto nos países em desenvolvimento. As estatísticas mundiais mostram que no ano de 2000 ocorreram 5,3 milhões de casos novos de câncer em homens e 4,7 milhões em mulheres e que cerca de 6,2 milhões morreram por essa causa. No Brasil, o câncer de pulmão é a primeira causa de morte por câncer nos homens (13/100000), seguido do câncer de próstata (9,47/100000). Considera-se o câncer de mama feminina (10,4/100000) a primeira causa de morte em mulheres seguido do câncer de pulmão (5,45/100000) (INCA, 2003).

No Piauí estima-se que em 2014 ocorram 790 casos novos de câncer de próstata e cerca de 520 casos novos de câncer de mama feminina (INCA, 2014).

Tendo em vista o aumento do número de casos de câncer no Brasil, observa-se a necessidade de atuação de profissionais que garantam assistência eficaz e de qualidade. A Enfermagem pode utilizar o Processo de Enfermagem como instrumento para viabilizar a organização e a sistematização da assistência prestada ao paciente com câncer (NASCIMENTO, 2012).

A assistência de enfermagem adequada e individualizada é condicionada pela aplicação da Sistematização da Assistência de Enfermagem que deve estar baseada em uma teoria que seja do conhecimento dos profissionais de enfermagem. (AMANTE; ROSSETO; SCHNEIDER, 2009).

A análise desses aspectos permitiu levantar o questionamento quanto ao fluxo de atendimento dos pacientes oncológicos no serviço de urgência/emergência da Associação Piauiense de Combate ao Câncer (APCC). Ressalta-se a importância da aplicação do Processo de

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Enfermagem na assistência à saúde em oncologia e na organização dos cuidados individualizados prestados pela equipe de enfermagem.

Desse modo o objetivo geral desse estudo é relatar a experiência de implantação da Sistematização da Assistência de Enfermagem no serviço de Pronto Atendimento da Associação Piauiense de Combate ao Câncer (APCC).

Tem como objetivos específicos: organizar a assistência de enfermagem prestada de maneira dinâmica e eficaz; identificar diagnósticos de enfermagem mais prevalentes; caracterizar e quantificar os clientes atendidos; gerar banco de dados por meio da documentação dos cuidados de enfermagem prestados.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O câncer é um processo patológico que tem início quando uma célula anormal é transformada pela mutação genética do DNA celular. Essa célula forma um clone e se prolifera de forma exacerbada desconsiderando os sinais de regulação do crescimento no ambiente próximo à célula (BRUNNER & SUDDARTH, 2009).

Considerando o aumento de casos de câncer no Brasil torna-se relevante as ações de prevenção e controle que são consideradas os maiores desafios científicos e de saúde pública. O enfrentamento desses desafios ocorre na atuação efetiva e de boa qualidade dos profissionais tanto no atendimento curativo quanto na detecção precoce dos fatores de risco do câncer que podem contribuir na redução da mortalidade de alguns tipos de câncer. Dessa forma, a Enfermagem pode contribuir de maneira significativa utilizando suas ferramentas, como o Processo de Enfermagem (PE), no estabelecimento de estratégias que promovam a recuperação da saúde e do bem-estar individual e coletivo, tendo como foco o holismo e a interação equipe-cliente-família (NASCIMENTO et al, 2012)

Na prática da assistência de enfermagem o Enfermeiro é responsável pela liderança da equipe de enfermagem e pelo planejamento e organização dos cuidados prestados que se concretiza na implantação da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE). Uma das maiores buscas do Enfermeiro nos últimos anos é a realização das atividades de enfermagem de maneira organizada e sistematizada visando à melhoria da qualidade do cuidado prestado ao cliente. Esse trabalho coletivo exige reflexões das atitudes e mudanças de paradigmas que abordem a realidade social (SILVA; MOREIRA, 2010).

A implantação do Processo de Enfermagem (PE) é formalizada pela Resolução COFEN 272/2002 que dispõe sobre a Sistematização da Assistência em Enfermagem nas Instituições de Saúde Brasileiras.

[...] a Sistematização da Assistência de Enfermagem – SAE, sendo atividade privativa do enfermeiro, utiliza método e estratégia de trabalho científico para a identificação das situações de saúde/doença, subsidiando ações de assistência de Enfermagem que possam contribuir para a promoção, prevenção, recuperação e reabilitação da saúde do indivíduo, família e comunidade.

O Processo de Enfermagem é um instrumento metodológico que orienta o cuidado em enfermagem e documenta suas atividades na prática profissional. A organização e descrição dos

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cuidados evidencia a relevância do trabalho da enfermagem na atenção à saúde da população por ser uma conduta deliberada de resolução de problemas para satisfazer os cuidados de saúde e as necessidades de enfermagem das pessoas. (COFEN, 2009)

A Resolução COFEN 272/2002 define que a implantação da SAE deve ser considerada como prática de um processo de trabalho adequado às necessidades da comunidade e como modelo assistencial a ser aplicado em todas as áreas de assistência à saúde pelo enfermeiro. Deverá ser registrada formalmente no prontuário do paciente/cliente/usuário, devendo ser composta por: Histórico de Enfermagem, Exame físico, Diagnóstico de Enfermagem, Prescrição da Assistência de Enfermagem, Evolução da Assistência de Enfermagem e Relatório de Enfermagem.

Segundo a Resolução COFEN 358/2009 o Processo de Enfermagem deve ser realizado em todos os ambientes, públicos e privados, em que ocorre o cuidado profissional de Enfermagem. Cabe ao Enfermeiro a liderança na execução e avaliação do Processo de Enfermagem e, privativamente, a realização do Diagnóstico de enfermagem bem como a prescrição das ações ou intervenções de enfermagem. A execução do Processo de Enfermagem deve ser realizada pelo Técnico de Enfermagem sob supervisão e orientação do Enfermeiro.

O Processo de Enfermagem possui cinco etapas distintas e inter-relacionadas: investigação, diagnóstico, planejamento, implementação e avaliação. A aplicação do processo de enfermagem reduz o tempo de hospitalização, agiliza o diagnóstico e tratamento das doenças, favorece uma comunicação eficaz entre a equipe, elabora cuidados ao indivíduo e não somente à doença (AMANTE; ROSSETO; SCHNEIDER, 2009).

A etapa inicial do PE é a investigação. Trata-se de uma entrevista informal que permite a interação enfermeiro-paciente. Deve ser realizada na admissão utilizando técnicas de observação e exame físico (inspeção, palpação e ausculta). O histórico de enfermagem é o instrumento utilizado para coleta de dados e define-se como um roteiro sistematizado para a identificação dos problemas (HORTA, 1979).

A segunda fase do processo de enfermagem é o diagnóstico de Enfermagem que se caracteriza pela identificação das necessidades básicas do ser humano e determinação do grau de dependência em relação à enfermagem (HORTA, 1979).

A assistência adequada ao cliente depende do conhecimento que a enfermeira tem acerca dos problemas. A falta de clareza na identificação dos diagnósticos implica perda de tempo,

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energia, ou mesmo dinheiro. Assim, o uso de diagnóstico direciona a assistência de enfermagem, facilita a escolha das intervenções ideais e indica as reais reações do cliente (LOPES; MACEDO; LOPES, 1997).

Na etapa de planejamento determinam-se as ações ou intervenções a serem realizadas em busca dos resultados que se espera alcançar. O planejamento é resultante da análise do diagnóstico de enfermagem. Nesta fase examinam-se as alterações, as necessidades afetadas e o grau de dependência (COFEN, 2009).

A implementação no PE direciona a ação da equipe de enfermagem. Corresponde a um roteiro diário de cuidados indispensáveis ao atendimento das necessidades do paciente. A prescrição deve enumerar os cuidados prioritários e utilizar verbos no infinitivo descrevendo um objetivo operacional (HORTA, 1979).

A avaliação de enfermagem é um processo contínuo e sistemático no qual se determina a necessidade de adaptação nas etapas do processo de enfermagem e se as ações alcançaram os resultados esperados (COFEN, 2009).

O crescimento no atendimento de pacientes oncológicos em ambiente ambulatorial proporcionalmente acarreta um maior número de pacientes que procuram os serviços de urgência/emergência com sintomas atrelados direta ou indiretamente ao tratamento do câncer. Essa condição aguda requer intervenção rápida a fim de evitar morte ou comprometimento permanente grave. A prestação de cuidados aos pacientes com câncer não difere do atendimento a qualquer paciente grave. Porém, muitos emergencistas têm dificuldades em avaliar o paciente oncológico com intercorrências (PAIVA et al., 2008).

As principais situações emergenciais em oncologia são: síndrome de veia cava superior, compressão da medula espinhal, hipercalcemia, derrame pericárdico e tamponamento cardíaco, coagulação intravascular disseminada e síndrome de lise tumoral. Os enfermeiros precisam conhecer os conceitos desses quadros clínicos, seus aspectos biológicos e reconhecer os principais sinais e sintomas desses tipos de emergências para garantir a atenção à saúde integral de acordo com a complexidade desses fatores obedecendo ao princípio de qualidade da assistência (CAMARGOS et al, 2011).

Segundo Nascimento et al (2012) o Processo de Enfermagem implantado em ambientes de cuidados ao paciente oncológicos norteia e viabiliza o trabalho de enfermagem refletindo na

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qualidade dos cuidados prestados além de possibilitar autonomia no exercício das práticas de enfermagem.

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3 MÉTODO

3.1 TIPO DE ESTUDO

O presente estudo trata-se de um relato de experiência de implantação da Sistematização da Assistência de Enfermagem no serviço de Pronto Atendimento da Associação Piauiense de Combate ao Câncer. Este trabalho aborda reflexões da prática profissional como base para o levantamento de problema na prestação de cuidados aos usuários do Pronto Atendimento tendo em vista o planejamento e organização dos cuidados de Enfermagem prestados no atendimento às urgências oncológicas.

Segundo Galdeano, Rossi e Zago (2003), em estudo de apresentação de roteiro instrucional para elaboração de um caso clínico, a descrição e reflexão de uma experiência vivida é um método desenvolvido para proporcionar conhecimento e envolvimento do profissional, aluno ou pesquisador com a situação observada. Tem como objetivo descrever, avaliar e explorar uma determinada situação e, assim, estabelecer fatores causais e determinar ações.

3.2 LOCAL DE ESTUDO

O estudo foi realizado no serviço de Pronto Atendimento da Associação Piauiense de Combate ao Câncer – Hospital São Marcos. Trata-se de uma instituição filantrópica referência no tratamento do câncer no estado do Piauí. Esta unidade hospitalar é responsável pelo atendimento a pacientes oncológicos em intercorrências bem como à pacientes portadores das mais diversas patologias clínicas, cirúrgicas e traumáticas.

O Serviço de Urgência tem área física de 200 metros quadrados é composto por uma equipe de 15 médicos, 07 enfermeiros, 24 técnicos de Enfermagem, além de serviços de psicologia, fisioterapia e nutrição.

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3.3 PARTICIPANTES

Todos os pacientes oncológicos que necessitaram de atendimento de urgência/emergência em no período de janeiro a abril de 2014. Nos critério de inclusão estão todos os pacientes acima de 12 anos que foram atendidos no serviço de Pronto Atendimento do Hospital São Marcos. Nos critérios de exclusão estão os pacientes pediátricos e os que não eram portadores de doença oncológica.

3.4 ASPECTOS ÉTICOS

Este estudo foi realizado em conformidade com a Lei dos Direitos Autorais, que consiste na Lei nº 9.610 de fevereiro de 1998 (BRASIL, 1998). Assim, esta pesquisa cumpre adequada citação dos autores utilizados para material bibliográfico obedecendo aos pressupostos éticos e critérios de confiabilidade.

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4 RESULTADOS

O exercício das atividades de enfermagem de forma sistematizada possibilita a identificação das necessidades de cuidados manifestadas pelo paciente/família em sua totalidade, assim como constrói uma estratégia adequada entre os demais membros da equipe de saúde para a concretização e melhoria do cuidado em saúde. Dessa forma, surge a necessidade da enfermagem sistematizar seu trabalho de maneira dinâmica e flexível para atender de forma eficaz aos critérios de um cuidado complexo (SILVA; MOREIRA, 2010).

A expectativa de avaliação no processo de Acreditação Hospitalar incentivou o realinhamento de condutas dos diversos setores da Associação Piauiense de Combate ao Câncer (APCC). Assim, toda a equipe de Enfermagem desta instituição a partir da observação da assistência prestada e dos problemas levantados propôs a realização de um plano de cuidados a todos os pacientes oncológicos atendidos. O êxito desse plano dependeria intrinsecamente da implantação da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE).

Assim determinou-se que cada unidade hospitalar teria um fluxo de atendimento condicionado pelas necessidades observadas. O serviço de Pronto Atendimento para a elaboração desse fluxo estaria sujeito a inúmeros dados para organização da estrutura física, previsão e provisão de materiais e equipamentos e dimensionamento de profissionais, tais como: média de pacientes atendidos por plantão, principais diagnósticos de enfermagem, complexidade dos casos, tempo de espera. Assim definiu-se que o levantamento desses dados dependeria de três fatores: criação da classificação de risco, implantação da Sistematização da Assistência de Enfermagem e utilização do prontuário eletrônico.

Inicialmente ocorreu a criação da Classificação de Risco para a qual foi disponibilizada uma equipe de Enfermagem para o desempenho dessa atividade. A elaboração de um instrumento próprio permitiu a documentação de dados fundamentais para a caracterização dos pacientes a serem atendidos no serviço de pronto atendimento. A observação dos mesmos direcionou a elaboração do fluxo de atendimento de Enfermagem ao paciente oncológico no serviço de urgência/emergência.

O acolhimento no serviço de Pronto atendimento deve acontecer na recepção na qual o paciente ou acompanhante realiza o cadastro e tão logo será colocado uma identificação por meio

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de uma pulseira colocada no pulso de cada paciente a ser atendido. O Enfermeiro realizará a classificação de risco e definirá a prioridade de cada cliente.

A definição de prioridade zero indica atendimento imediato em leito de emergência. O cliente deverá ser conduzido a um dos três leitos do Pronto atendimento que são destinados a esses casos. Ao ser estabilizado, o paciente passará aos cuidados do Enfermeiro assistencial do serviço o qual será responsável pela realização da SAE. O caso desse paciente se encerrará no momento em que ele receber alta ou for transferido para qualquer unidade de internação ou serviços complementares do hospital, dentre eles: Unidade de Terapia Intensiva, Unidade Coronariana, leitos de internação, Serviço de Hemodinâmica, Centro Cirúrgico.

A classificação (1) do paciente condiciona o seu atendimento no intervalo de tempo de até 30 minutos e sua acomodação em leitos de urgência não monitorizados com identificação de cor amarela. A realização da SAE será de responsabilidade do enfermeiro assistencial. O encerramento do caso ocorrerá com a melhora clínica e consequente alta ou com transferência do paciente para unidade de internação ou serviços complementares.

O paciente classificado como prioridade (2) deverá ser atendido em até 60 minutos em consultório específico ou nos leitos de urgência não monitorizados com identificação de cor verde. Esse paciente também ficará sob os cuidados da equipe de enfermagem assistencial e o enfermeiro responsável pela equipe aplicará a SAE. O caso desse paciente se encerrará no momento em que ele receber alta ou for transferido para qualquer unidade de internação ou serviços complementares do hospital.

O paciente classificado como prioridade (3) deverá ser encaminhado para o consultório de Enfermagem para realização da ficha de classificação de risco detalhada. Nos casos de sintomas de características crônicas que não configurem atendimento de urgência o cliente deve ser encaminhado para o ambulatório. Ocorrendo a identificação de queixas que necessitem de atendimento de urgência, realizar-se-á a Sistematização da Assistência de Enfermagem. O paciente será informado da classificação do seu atendimento e seu prontuário ficará em uma prancheta de coloração azul. O atendimento terá continuidade no consultório médico ou na sala de observação em poltronas.

A classificação do paciente também obedecerá a critérios da Escala Visual Analógica (EVA) que pontua a expressão de dor dos pacientes avaliados e a caracteriza em: dor leve, dor moderada e dor intensa.

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O Processo de Enfermagem deverá ser sistematizado em cinco etapas: coleta de dados ou investigação, diagnóstico de enfermagem, planejamento da assistência, implementação da assistência e avaliação dos resultados. A realização da SAE será de responsabilidade do enfermeiro e a sua execução caberá aos técnicos/auxiliares de enfermagem do serviço de Pronto Atendimento.

A coleta de dados será dividida em duas subfases: anamnese e exame físico. Trata-se da investigação do estado de saúde do cliente tornando-se a base para as demais etapas do processo de enfermagem. As informações adquiridas na coleta de dados deverão ser o meio de comunicação do estado do paciente para os demais profissionais de saúde.

O diagnóstico de enfermagem terá como referência a North American Nursing Diagnosis Association (NANDA) versão 2012-2014. Trata-se do julgamento clínico a respeito das respostas do paciente examinado e será a base para as ações de intervenção da enfermagem.

No planejamento da assistência definir-se-á as prioridades e desenvolver-se-á a solução para os problemas levantados. Elaborar-se-á metas e objetivos para cada diagnóstico listado. As ações deverão ser baseadas em princípios científicos e em teorias de enfermagem.

A implementação da assistência trata-se da prestação de cuidados. Deverão ser realizadas ações para alcançar os objetivos definidos. A execução das ações caberá ao enfermeiro que desenvolveu o planejamento, à outra enfermeira da equipe, aos auxiliares e técnicos de enfermagem ou ao próprio paciente/família.

Na avaliação dos resultados deverá ser estimado as modificações comportamentais e clínicas do cliente resultante das ações de cuidado. Não deve ser considerada a fase final de forma que ela pode levar a reinvestigação, replanejamento ou pode resultar em um novo processo de enfermagem.

As etapas do processo de enfermagem deverão ser documentadas em impresso específico (ANEXO B) e armazenadas no prontuário do paciente. Com a informatização do processo, as etapas serão inter-relacionadas, dinâmicas e sistematizadas em prontuário eletrônico. O enfermeiro realizará a sistematização dos cuidados on-line e finalizará a ação somente quando todas as etapas forem concluídas e logo será gerada uma impressão completa da SAE a ser anexada ao prontuário do paciente e executada pela equipe de enfermagem.

A aplicação do fluxograma proposto permitiu a organização dos cuidados prestados ao paciente oncológico pela equipe de enfermagem, o reconhecimento profissional pelos diversos

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segmentos do hospital (outras categorias profissionais e administrativas), a documentação detalhada do atendimento destinado a cada paciente, bem como a aprovação do critério de gerenciamento de cuidados de Enfermagem pela equipe de avaliação da Acreditação Hospitalar.

Dessa forma, apresenta-se o fluxograma a ser seguido no atendimento do paciente oncológico no Pronto Atendimento da APCC:

FLUXOGRAMA DE ATENDIMENTO AOS PACIENTES ONCOLÓGICOS NO PRONTO ATENDIMENTO

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ACOLHIMENTO DOS PACIENTES E CLASSIFICAÇÃO DE RISCO PRIORIDADE (1) (2) (3) PRIORIDADEZERO CONSULTÓRIO DE

ENFERMAGEM EMERGÊNCIALEITO DE

APLICAÇÃO DA SAE UNIDADEDE INTERNAÇÃO ATENDIMENTO EM LEITOS DE OBSERVAÇÃO ENCAMINHAMENTO PARA AMBULATÓRIO APLICAÇÃO DA SAE UNIDADEDE

INTERNAÇÃO ALTA DO PRONTO ATENDIMENTO

ALTA DO PRONTO ATENDIMENTO

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A problemática do câncer validada pelo aumento do número de casos dessa patologia a cada ano conquista espaço em todas as discussões quanto ás ações de saúde no Brasil. Os dados sobre a situação dessa doença direcionam os critérios de prioridade e alocação de recursos necessários à mudança positiva da abordagem multifatorial do câncer no cenário brasileiro.

A enfermagem tem papel fundamental na atenção à saúde dos pacientes oncológicos considerando o fato de que sua prática profissional favorece impactos decisivos ao bem-estar dos pacientes. A organização adequada dos cuidados de Enfermagem favorecida pela Sistematização da Assistência de Enfermagem propicia correto planejamento da assistência integral ao paciente oncológico.

A aplicação do Processo de enfermagem no serviço de Pronto Atendimento organiza e sistematiza os cuidados prestados, caracteriza os pacientes atendidos, define as principais ações a serem implantadas para o alcance de um atendimento adequado e de qualidade obedecendo aos critérios exigidos pelo caráter emergencial de cada caso e aos anseios de satisfação do paciente/família.

A utilização do fluxograma encontrou limitações no dimensionamento de profissionais para realização da SAE, considerando o fato de que no serviço noturno há apenas um enfermeiro para o desenvolvimento de todo o processo, fragmentando, assim, o cuidado. A análise da documentação gerada pela implantação do Processo de Enfermagem permitiu a identificação de dificuldades na realização de determinadas etapas da SAE. Essa dificuldade é percebida na falta de clareza e inconsistência de dados, principalmente na etapa de Diagnóstico de Enfermagem justificada pelo pouco conhecimento da Taxonomia NANDA.

Assim, espera-se que o planejamento e implementação dos cuidados propostos pelo fluxograma de atendimento aos pacientes oncológicos no serviço de Pronto Atendimento da APCC sejam propulsores de uma atenção multidisciplinar e de qualidade resultante da motivação dos profissionais de Enfermagem em organizar e sistematizar o fluxo das ações em saúde necessárias ao reestabelecimento do bem-estar dos clientes/família atendidos.

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REFERÊNCIAS

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BRUNNER & SUDDARTH. Tratado de enfermagem médico-cirúrgico. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009.

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http://www.inicepg.univap.br/cd/INIC_2011/anais/arquivos/RE_0622_0710_01.pdf>. Acesso em: 25 maio 2014.

COFEN. Resolução 272, de 27 de agosto de 2002. Disponível em:

<http://novo.portalcofen.gov.br/resoluo-cofen-2722002-revogada-pela-resoluao-cofen-n-3582009_4309.html>. Acesso em: 23 maio 2014.

COFEN. Resolução 358, de 15 de outubro de 2009. Disponível em: <

http://novo.portalcofen.gov.br/resoluo-cofen-3582009_4384.html>. Acesso em: 23 maio 2014. CORDONI JUNIOR, Luiz. Elaboração e avaliação de projetos em saúde coletiva [livro eletrônico] / Luiz Cordoni Junior. – Londrina : Eduel, 2013.

GALDEANO, Luzia Elaine; ROSSI, Lídia Aparecida; ZAGO, Márcia Maria Fontão. Roteiro instrucional para a elaboração de um estudo de caso clínico. Rev. Latino-am Enfermagem. Ribeirão Preto, 2003; 11(3): 371-5. Disponível em: < file:///C:/Users/Camila

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INCA. Disponível em: <<http://www.inca.gov.br/regpop/2014/index.asp? link=conteudo_view.asp&ID=11>. Acesso em 20 março 2014.

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LOPES, R. A. M.; MACEDO, D. D.; LOPES, M. H. B. M. Diagnósticos de enfermagem mais frequentes em uma unidade de internação de oncologia. Rev. latino-am. Enfermagem. Ribeirão Preto, 1997; v. 5 - n. 4 - p. 35-41.

NASCIMENTO, L. K. A. S.; MEDEIROS, A. T. N., SALDANHA, E.A., TOURINHO, F. S. V., SANTOS, V. E. P., LIRA, A. L. B.C. Sistematização da assistência de enfermagem a pacientes oncológicos: uma revisão integrativa da literatura. Rev Gaúcha Enferm., Porto Alegre (RS), 2012 mar;33(1): 177-85.

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ANEXO A

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ANEXO B  HISTÓRICO DE ENFERMAGEM

Referências

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