RESUMO
O envelhecimento da população mundial em especial das sociedades ditas desenvolvidas é hoje
uma realidade e uma preocupação. A violência nas pessoas idosas constitui uma violação dos
direi-tos humanos, podendo apresentar-se de várias formas e implicar a prática de vários crimes. O
aumento mundial da população idosa tem sido acompanhado por importantes aspectos, dentre eles
a violência contra a pessoa idosa, que merece especial atenção devido às sequelas físicas e
psico-lógicas que acarreta. O objetivo geral deste trabalho foi analisar a incidência da violência contra
pes-soas idosas em Portugal. Pesquisa descritiva e retrospetivo de abordagem quantitativa. Com base
nos dados apresentados nos relatórios da Associação de Apoio à Vitima (APAV). Foram analisados
os dados de 2000 a 2017. Da análise dos resultados, verificamos uma tendência crescente e
acen-tuada na incidência da violência contra idosos, variando entre 280 casos em 2000 e 1208 casos em
2017. As vitimas são maioritariamente mulheres. O grupo etário dos 65 e 74/75 anos constitui o de
maior representatividade, muito próximo dos 50% dos idosos violentados. A grande maioria dos
agressores tem uma relação de parentesco próximo com a vitima, entre os quais se destacam os
pais, os filhos e os cônjuges. Em face destes resultados, torna-se pertinente a identificação de
ido-sos vulneráveis, com o objetivo de prevenir estas ocorrências, promovendo a sua segurança, a sua
qualidade de vida e o seu bem-estar. Por outro lado, é urgente trabalhar conceitos como o
respei-to, a cidadania na população e geral.
Palavras chave: violência; idoso; maus-tratos ao idoso
International Journal of Developmental and Educational Psychology
INFAD Revista de Psicología, Nº1 - Monográfico 4, 2019. ISSN: 0214-9877. pp:363-368 363
VIOLÊNCIA E MAUS TRATOS EM IDOSOS PORTUGUESES: 2000-2017
Eugénia Maria Garcia Jorge AnesInstituto Politécnico de Bragança, Investigador integrado da UICISA: e professora na Escola de Saúde IPB, Portugal.
eugenia@ipb.pt Manuel Alberto Morais Brás
Instituto Politécnico de Bragança, Investigador Integrado no CINTESIS e Professor na Escola Superior de Saúde de Bragança IPB, Portugal.
Celeste da Cruz Meirinho Antão
Instituto Politécnico de Bragança, Investigador integrado da UICISA: e professor na Escola de Saúde IPB, Portugal.
Zélia Caçador Anastácio
CIEC, Instituto de Educação da Universidade do Minho. Braga. Portugal.
Fecha de Recepción: 22 Febrero 2019 Fecha de Admisión: 30 Abril 2019
ABSTRACT
Violence and maltreatment in Portuguese elderly: 2000-2017. The aging of the world’s
popu-lation and developed societies is now a reality and a concern. Violence among the elderly is a
viola-tion of human rights and can take many forms and involve various crimes. The increase in the
elder-ly population worldwide shows several aspects arise, such as violence against the elderelder-ly, which
deserves special attention due to the physical and psychological sequels that it entails. The general
objective of this study was to analyze the incidence of violence against elderly people in Portugal.
Descriptive and retrospective research of quantitative approach. Based on the data presented in the
reports of the Victim Support Association (APAV). Data from 2000 to 2017 were analyzed. From the
analysis of the results, we observed a growing and marked trend in the incidence of violence against
the elderly, varying between 280 cases in 2000 and 1208 cases in 2017. The victims are mostly
women. The age group of 65 and 74/75 years is the most representative, very close to 50% of the
elderly victims. The great majority of the aggressors have a close relationship with the victim, among
which the parents, the children and the spouses. In view of these results, it is pertinent to identify
vulnerable elderly people, with the aim of preventing these occurrences, promoting their safety,
qua-lity of life and well-being. On the other hand, it is urgent to work on concepts such as respect,
citi-zenship in the population and general.
Keywords: violence; elder; aged; abuse
AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem o apoio da Unidade de Investigação em Ciências da Saúde: Enfermagem
(UICISA: E), acolhida pela Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC) e financiada pela
Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) e agradecem o apoio ao CINTESIS- Centro de
Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde da Escola de Enfermagem do Porto.
INTRODUÇÃO
Prevê-se que 20% da população Europeia tenha 65 ou mais anos de idade em 2020, com
ele-vada prevalência para idosos acima dos 80 anos (APAV, 2014).
É real e constante a preocupação acerca do envelhecimento da população mundial, com
espe-cial impacto nas ditas sociedades desenvolvidas. Uma preocupação espeespe-cial da atualidade é a
vio-lência contra a pessoa idosa, quer pelo impacto, quer pelas sequelas físicas e psicológicas
resul-tantes. Onde se destacam a depressão, alterações pós-traumáticas, agitação, fadiga, perda de
iden-tidade, tentativas de suicídio; doenças psicossomáticas, diminuição gradual das defesas físicas,
alterações do sono e apetite, desidratação, desnutrição, entre outros (Barcelos, & Madureira, 2013;
Gondim, & Costa, 2006).
Violência pode ser entendido como agressões, abusos ou maus tratos à pessoa idosa (Minayo,
2008; Muchembled, 2012). Este fenómeno designado violência, agressão, maus-tratos, abusos
con-tra os idosos são manifestações especificas de processos, de relações sociais e interpessoais, de
grupos, de classes sociais, de sexo e/ou género e institucionais, que originam malefícios ou danos
físicos, psicológicos e morais no idoso (Silva & Dias, 2016).
Enquanto sistema aberto, a família, interage com outros sistemas. Podendo oferecer um
ambiente saudável para o idoso ou, contrariamente, constituir centro de violência que caracteriza
nossa sociedade e o nosso macrossistema (Bertalanffy, 2008). A violência interpessoal,
intrafami-liar ou doméstica ocorre entre membros da família ou parceiros íntimos. As ligações tensas
acres-cidas no espaço familiar, adicionadas à fotografia social de que o idoso significa desprezo e
inutili-dade, propiciam o aparecimento de interações geradoras de conflito e violência, quer com casais
idosos, com filhos e idosos ou mesmo entre idosos e cuidadores (Bertalanffy, 2008).
International Journal of Developmental and Educational Psychology
Gaioli e Rodrigues (2008), afirma que os maus-tratos aos idosos estão cada vez mais patentes
na sociedade atual, alcançando dimensão social e de saúde pública. É um problema global,
trans-cultural, independente do status socioeconômico, etnia e religião. É uma questão relevante, que tem
acompanhado a evolução da população, constitui uma violação dos direitos humanos, podendo
apresentar-se de várias formas e implicar a prática de vários crimes.
De acordo com o Eurostat, Portugal será um dos Estados-Membros da União Europeia com
maior percentagem de pessoas idosas e menor percentagem de população ativa em 2050.
Na sociedade portuguesa a violência no idoso é uma realidade ainda obscura (APAV, 2014).
Realidade que pode ser agravada com uma certa quebra de laços entre as gerações e ao
enfraque-cimento dos sistemas de proteção social (OMS).
OBJETIVO
O objetivo geral deste trabalho foi analisar a incidência da violência contra pessoas idosas em
Portugal.
METODOLOGIA
Pesquisa descritiva e retrospetivo de abordagem quantitativa. Com base nos dados
apresenta-dos nos relatórios da Associação de Apoio à Vitima (APAV). Foram analisaapresenta-dos os daapresenta-dos de 2000 a
2017.
RESULTADOS
Da análise dos resultados, verificamos uma tendência crescente e acentuada na incidência da
violência contra idosos no período em análise, variando entre 280 casos em 2000 e 1208 casos em
2017. Embora crescente, observamos neste período três picos, um em 2002, após o qual se
verifi-cou uma ligeira queda até 2005. Outro em 2008, com um ligeiro retrocesso em 2009 e 2010, a
par-tir do qual se verificam acréscimos quase constantes até 2016. Em 20017 verificou-se um ligeiro
decréscimo.
Gráfico 1 – Número de idosos vitimas de violência em Portugal: 2000-2017
International Journal of Developmental and Educational Psychology
INFAD Revista de Psicología, Nº1 - Monográfico 4, 2019. ISSN: 0214-9877. pp:363-368 365
Gráfico 1 – Número de idosos vitimas de violência em Portugal: 2000-2017
As vitimas são maioritariamente mulheres (Gráfico 2). As diferenças entre sexos são
abismais. Nos idosos homens, embora crescente, verifica-se um crescimento lento e
continuo, quando comparado com as mulheres idosas. Nesta observamos um crescimento
abrupto, essencialmente a partir de 2010.
A partir de 2016 é visível uma ligeira queda no número de idosos vitimas de violência
quer para os homens quer para as mulheres.
O grupo etário dos 65 e 74/75 anos constitui o de maior representatividade, muito próximo
dos 50% dos idosos violentados. Verifica-se uma tendência crescente em todos os grupos
etários. Observamos um pico muito acentuado para o grupo etário dos 65-74/75 anos no
ano 2008 e um decréscimo em 2011 e 2012 no grupo etário 65 e mais anos (Gráfico 3).
Gráfico 2 – Idosos vitimas de violência em Portugal por sexo: 2000-2017
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As vitimas são maioritariamente mulheres (Gráfico 2). As diferenças entre sexos são abismais.
Nos idosos homens, embora crescente, verifica-se um crescimento lento e continuo, quando
com-parado com as mulheres idosas. Nesta observamos um crescimento abrupto, essencialmente a
par-tir de 2010.
A partir de 2016 é visível uma ligeira queda no número de idosos vitimas de violência quer para
os homens quer para as mulheres.
O grupo etário dos 65 e 74/75 anos constitui o de maior representatividade, muito próximo dos
50% dos idosos violentados. Verifica-se uma tendência crescente em todos os grupos etários.
Observamos um pico muito acentuado para o grupo etário dos 65-74/75 anos no ano 2008 e um
decréscimo em 2011 e 2012 no grupo etário 65 e mais anos (Gráfico 3).
Gráfico 2 – Idosos vitimas de violência em Portugal por sexo: 2000-2017
Gráfico 3 – Idosos vitimas de violência em Portugal por grupo etário: 2000-2017
International Journal of Developmental and Educational Psychology
366 INFAD Revista de Psicología, Nº1 - Monográfico 4, 2019. ISSN: 0214-9877. pp:363-368
Gráfico 3 – Idosos vitimas de violência em Portugal por grupo etário: 2000-2017
A grande maioria dos agressores tem uma relação de parentesco próximo com a vitima,
entre os quais se destacam os pais, os filhos e os cônjuges.
Observa-se um crescimento no número de agressores tanto para homens como para
mulheres. Este crescimento é mais acentuado no grupo masculino. Os agressores são
maioritariamente homens, variando entre 222 e 675 entre 2000 e 2017, respetivamente.
É possível verificar um ligeiro decréscimo a partir de 2016 (Gráfico 4).
Gráfico 4 – Número de agressores de idosos em Portugal: 2000-2017
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Gráfico 3 – Idosos vitimas de violência em Portugal por grupo etário: 2000-2017
A grande maioria dos agressores tem uma relação de parentesco próximo com a vitima,
entre os quais se destacam os pais, os filhos e os cônjuges.
Observa-se um crescimento no número de agressores tanto para homens como para
mulheres. Este crescimento é mais acentuado no grupo masculino. Os agressores são
maioritariamente homens, variando entre 222 e 675 entre 2000 e 2017, respetivamente.
É possível verificar um ligeiro decréscimo a partir de 2016 (Gráfico 4).
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A grande maioria dos agressores tem uma relação de parentesco próximo com a vitima, entre
os quais se destacam os pais, os filhos e os cônjuges.
Observa-se um crescimento no número de agressores tanto para homens como para mulheres.
Este crescimento é mais acentuado no grupo masculino. Os agressores são maioritariamente
homens, variando entre 222 e 675 entre 2000 e 2017, respetivamente. É possível verificar um
ligei-ro decréscimo a partir de 2016 (Gráfico 4).
Gráfico 4 – Número de agressores de idosos em Portugal: 2000-2017
DISCUSSÃO
A violência contra idosos é uma realidade em todo o mundo. Estudos demonstram que pessoas
mais velhas sujeitadas ao abuso e negligência têm um risco de mortalidade maior do que aqueles
que não são vítimas (Yan, Chan e Tiwari, 2014). Entre 5 a 10% de indivíduos acima de 65 anos foram
violentados pelos seus cuidadores, nos Estados Unidos. Já no Canadá, as taxas de prevalência são
7% para a violência emocional, 1% para a violência económica, abuso físico ou sexual. No Reino
Unido, verificou-se 5,4% para a violência emocional ou verbal, 1,5% para física e 1,5% para a
vio-lência económica.
Cerca de 2/3 dos agressores são filhos e cônjuges (Minayo, 2008). Os violentadores de idosos
são maioritariamente membros da família, com maior predomínio para os filhos homens, das noras,
genros e o cônjuge.
O idoso agredido é geralmente uma pessoa com idade acima dos 70 anos, do sexo feminino
(com exceção de resultado encontrado por Minayo et al. (2010), que aponta os homens como mais
agredidos); viúvo(a) ou solteiro(a); aposentado(a); com baixa escolaridade e que depende física,
emocional ou financeiramente do agressor com quem reside.
É unanime entre os autores citados, esperar um crescente aumento no número de idosos
víti-mas de violência, dado o abrupto crescimento do envelhecimento verificado em muitos países.
Em Portugal encontramos um ligeiro decréscimo quer do número de vitimas, quer do número
de agressores a parti de 2016. Este facto pode estar relacionado com amplas campanhas de
sensi-bilização e alerta da população em geral, que têm sido desenvolvidas. É, no entanto, necessário
con-International Journal of Developmental and Educational Psychology
INFAD Revista de Psicología, Nº1 - Monográfico 4, 2019. ISSN: 0214-9877. pp:363-368 367
DISCUSSÃO
A violência contra idosos é uma realidade em todo o mundo. Estudos demonstram que
pessoas mais velhas sujeitadas ao abuso e negligência têm um risco de mortalidade maior
do que aqueles que não são vítimas (Yan, Chan e Tiwari, 2014). Entre 5 a 10% de
indivíduos acima de 65 anos foram violentados pelos seus cuidadores, nos Estados
Unidos. Já no Canadá, as taxas de prevalência são 7% para a violência emocional, 1%
para a violência económica, abuso físico ou sexual. No Reino Unido, verificou-se 5,4%
para a violência emocional ou verbal, 1,5% para física e 1,5% para a violência económica.
Cerca de 2/3 dos agressores são filhos e cônjuges (Minayo, 2008). Os violentadores de
idosos são maioritariamente membros da família, com maior predomínio para os filhos
homens, das noras, genros e o cônjuge.
O idoso agredido é geralmente uma pessoa com idade acima dos 70 anos, do sexo
feminino (com exceção de resultado encontrado por Minayo et al. (2010), que aponta os
homens como mais agredidos); viúvo(a) ou solteiro(a); aposentado(a); com baixa
escolaridade e que depende física, emocional ou financeiramente do agressor com quem
reside.
É unanime entre os autores citados, esperar um crescente aumento no número de idosos
vítimas de violência, dado o abrupto crescimento do envelhecimento verificado em
muitos países.
Em Portugal encontramos um ligeiro decréscimo quer do número de vitimas, quer do
número de agressores a parti de 2016. Este facto pode estar relacionado com amplas
campanhas de sensibilização e alerta da população em geral, que têm sido desenvolvidas.
É, no entanto, necessário continuar com programas de alerta, sensibilização e educação
da população e efetuar a análise dos próximos anos.
CONCLUSÕES
&) )' %* (! "# (& *!$ *$' *)& *)( *)* !#& !*) !'% !"! $!" $$& $*& !!! $#& !"# !(# $#* !&% $$$ $"( &)% &&' $($ &)( '&) ''* )#% %#' %*" )%' # *## !## $## &## '## )## %## "## !### !##* !##! !##$ !##& !##' !##) !##% !##" !##( !#*# !#** !#*! !#*$ !#*& !#*' !#*) !#*% 1234.5+,-.-tinuar com programas de alerta, sensibilização e educação da população e efetuar a análise dos
pró-ximos anos.
CONCLUSÕES
Podemos concluir que o número de idosos tem vindo a aumentar de forma abrupta. O grupo
sexual mais violentado é a mulher e no grupo etário dos 65-74/75 anos. O número de agressores
também tem um acréscimo proporcional e é do sexo masculino.
Em face destes resultados, torna-se pertinente a identificação de idosos vulneráveis, com o
objetivo de prevenir estas ocorrências, promovendo a sua segurança, a sua qualidade de vida e o
seu bem-estar. Por outro lado, é urgente trabalhar conceitos como o respeito, a cidadania na
popu-lação e geral.
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International Journal of Developmental and Educational Psychology