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Índices de concentração setorial no município de Ijuí no período de 2008 – 2016

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UNIJUI – UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO

DO RIO GRANDE DO SUL

LARA KARLINSKI ALMEIDA

ÍNDICES DE CONCENTRAÇÃO SETORIAL NO MUNICÍPIO DE IJUÍ

NO PERÍODO DE 2008 – 2016

Ijuí, RS

2017

(2)

LARA KARLINSKI ALMEIDA

ÍNDICES DE CONCENTRAÇÃO SETORIAL NO MUNICÍPIO DE IJUÍ

NO PERÍODO DE 2008 – 2016

Monografia apresentada ao curso de Ciências Econômicas, do Departamento de Ciências Administrativas, Contábeis, Econômicas e da Comunicação (Dacec), da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (Unijuí), como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Ciências Econômicas.

Orientador: Me. José Dalmo Silva de Souza

Ijuí, RS

2017

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UNIJUÍ – Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul DACEC – Departamento de Ciências Administrativas, Contábeis, Econômicas e da

Comunicação

A Banca Examinadora, abaixo assinada, aprova a Monografia.

ÍNDICES DE CONCENTRAÇÃO SETORIAL NO MUNICÍPIO DE IJUÍ NO PERÍODO DE 2008 – 2016

Elaborada por

LARA KARLINSKI ALMEIDA

Como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Ciências Econômicas.

Banca Examinadora:

_________________________________________ Me. José Dalmo Silva de Souza – Orientador

__________________________________________ Ma. Marlene Kohler Dal Ri – Examinadora

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, por ter me proporcionado forças para adquirir mais uma conquista.

À minha família, mãe, pai, irmã, noivo, que sempre me apoiaram e estiveram presentes, me fazendo acreditar em meu potencial nos momentos em que nem eu acreditava mais.

Aos meus professores, em especial ao meu orientador José Dalmo Silva de Souza, por todo conhecimento e por me auxiliarem a construir ao longo de minha jornada acadêmica.

(5)

RESUMO

O presente estudo visa analisar como os índices de concentração setoriais contribuem para o desenvolvimento local do município de Ijuí, RS, em seus diferentes setores no período de 2008 a 2016, através de pesquisa quantitativa, descritiva, bibliográfica e documental. Para isso, foi necessário analisar o cenário econômico em que esse município está inserido, como os índices de concentração industrial/setorial HH, Quociente Locacional e Gini locacional e os dados do CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) e RAIS (Relação Anual de Informações Sociais) local e do Rio Grande do Sul. Para elaboração deste estudo foram realizadas buscas em sites eletrônicos, como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), cujos dados foram essenciais, tendo em vista o detalhamento de dados encontrados para contemplação do estudo, podendo, assim, analisar o número de estabelecimentos e vínculos constituídos no período de 2008 a 2016 nos diferentes setores do município (Agricultura, Indústria, Comércio, Construção Civil e Serviços).

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ABSTRACT

The present study aimsto analyze how the indices of sectorial concentration contribute to the local development of the city of Ijuí (RS) in its different sectors from 2008 to 2016, through quantitative, descriptive, bibliographical and documentary research. For this, it was necessary to analyze the economics cenario in which this municipality isinserted, such as theindices of industrial / sectoral concentration HH, Locational Quotientand Gini locacional and the data of CAGED (General Register of Employedand Unemployed) and RAIS (Brazil) and the Brazilian Ministryof Labor and Employment (MTE), whose data were essential, takingin to account the analysis of the number of establishments and links established between 2008 and 2016 in the different sectors of the municipality (Agriculture, Industry, Commerce, Construction and Services).

Key words: Indices of sectorial concentration. Ijuí, RS. Local development.

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Vínculos empregatícios do Município de Ijuí por setores no período de 2008 - 2016 ... 27 Quadro 2 - Índices de concentração setoriais no setor da indústria no Município de Ijuí no período de 2008 - 2016 ... 33 Quadro 3 - Índices de concentração setoriais no setor da construção civil no Município de Ijuí no período de 2008 - 2016 ... 34 Quadro 4 - Índices de concentração setoriais no setor do comércio no Município de Ijuí no período de 2008 - 2016 ... 34 Quadro 5 - Índices de concentração setoriais no setor de serviços no Município de Ijuí no período de 2008 - 2016 ... 35 Quadro 6 - Índices de concentração setoriais no setor agropecuário no Município de Ijuí no período de 2008 - 2016 ... 36

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Vínculos empregatícios do Município de Ijuí no setor da indústria no período de 2008 - 2016 ... 28 Gráfico 2 - Vínculos empregatícios do Município de Ijuí no setor da construção civil no período de 2008 - 2016 ... 28 Gráfico 3 - Vínculos empregatícios do Município de Ijuí no setor do comércio no período de 2008 - 2016 ... 29 Gráfico 4 - Vínculos empregatícios do Município de Ijuí no setor de serviços no período de 2008 - 2016 ... 30 Gráfico 5 - Vínculos empregatícios no setor agropecuário do Município de Ijuí no período de 2008 - 2016 ... 30 Gráfico 6 - Vínculos empregatícios dos diferentes setores do Município de Ijuí no período de 2008 - 2016 ... 31 Gráfico 7 - Vínculos empregatícios dos diferentes setores no Rio Grande do Sul no período de 2008 - 2016 ... 32 Gráfico 8 - Índices de concentração setoriais dos diferentes setores do Município de Ijuí no período de 2008 - 2016 ... 37

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 9

2 REFERENCIAL TEÓRICO ... 11

2.1 TEORIASDODESENVOLVIMENTO ... 11

2.1.1 Desenvolvimento segundo Rostow ... 11

2.1.2 Desenvolvimento segundo Schumpeter ... 13

2.1.3 Desenvolvimento segundo a CEPAL ... 14

2.1.4 Desenvolvimento segundo Hirschman... 16

2.1.5 Desenvolvimento Segundo Sen ... 17

2.2 ÍNDICESDECONCENTRAÇÃOSETORIAL ... 18

2.2.1 QL – Quociente Locacional ... 18

2.2.2 GN – Gini Locacional ... 19

2.2.3 HH – Hirschman – Herfindahl ... 20

2.3 CADASTROGERALDEEMPREGADOSEDESEMPREGADOS(CAGED) ... 21

2.4 RELAÇÃOANUALDEINFORMAÇÕESSOCIAIS(RAIS). ... 21

3 METODOLOGIA DA PESQUISA ... 23

3.1 CLASSIFICAÇÃODAPESQUISA ... 23

3.2 COLETADEDADOS ... 23

3.3 ANÁLISEEINTERPRETAÇÃODOSDADOS ... 24

3.4 CARACTERIZAÇÃODOMUNICÍPIODEIJUÍ,RS ... 24

4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ENCONTRADOS... 27

4.1 SETORESINDUSTRIAISDOMUNICIPIODEIJUÍ ... 27

4.2 ANÁLISEDOSRESULTADOSENCONTRADOS ... 32

CONCLUSÃO ... 38

REFERÊNCIAS ... 40

APÊNDICE 1 – CÁLCULO DOS ÍNDICES SETORIAIS HH, QL E GINI REALIZADOS EM PLANILHAS DO MICROSOFT EXCEL ... 42

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1 INTRODUÇÃO

Ao contemplar o funcionamento da economia local, algo que se evidencia é a contribuição de diferentes setores para a dinâmica industrial e para o desenvolvimento local. Uma forma de quantificar esse processo é através dos índices de concentração industrial/setorial que demonstram quais os setores que possuem maior “poder de mercado”, podendo esses serem significativos.

Segundo Kon (1999) a concentração industrial/setorial é um dos fatores mais relevantes da competição. Uma indústria mais concentrada, composta por um número pequeno de grandes firmas, afeta a competição pelo fato de que são encorajadas a agirem de forma interdependente no que se refere à tomada de decisões sobre preços, produção e assuntos correlatados. Tendo um maior poder de mercado, essas decidem sobre os preços e produção, propiciando às demais do mesmo setor – sendo empresas de pequeno porte – certa dificuldade em competir, visto que não possuem tantos recursos como as grandes firmas.

Desta forma, formulou-se a seguinte questão-problema: “É possível analisar, através dos índices de concentração industrial/setorial, os diferentes setores do município de Ijuí, no Estado do Rio Grande do Sul, e, assim, demonstrar como esses influenciam para com o desenvolvimento do local?”

Para atender a essa questão, tem-se como objetivo geral deste estudo analisar os índices de concentração industrial/setorial dos diferentes setores do município de Ijuí, podendo, assim, diagnosticar como esses dados influenciam para com o desenvolvimento local. Pois analisar a concentração industrial/setorial de um determinado local faz com que se quantifique a forma como esse mercado age. Como objetivos específicos, foram elencados os seguintes:

- Conceituar desenvolvimento;

- Conceituar índices de concentração industrial/setorial;

- Realizar um estudo sobre desenvolvimento local do município de Ijuí, RS;

- Realizar um estudo sobre os índices de concentração industrial/setorial no município de Ijuí;

- Demonstrar a contribuição destes índices para com a compreensão do desenvolvimento local do município de Ijuí.

Contudo, antes de analisar o desenvolvimento local do município de Ijuí, é preciso conceituar o que seria o desenvolvimento pelo viés econômico, visando que esse abrange correntes teóricas divergentes. Conforme Pereira (1968), o desenvolvimento seria um

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processo de transformação profunda e contínua das estruturas econômicas, políticas e sociais, onde o crescimento do padrão de vida da população tende a ser automático e autônomo.

As motivações para realizar o presente estudo proporcionam a acadêmica uma visão diferenciada, viabilizando que se possa, através da aplicação de índices, fazer uma análise do desenvolvimento do município, além de ampliar a produção científica na área.

Desta forma, esse estudo será dividido em três seções: na primeira seção, serão analisados o conceito de desenvolvimento e os diferentes índices de concentração industrial/setorial utilizados para o estudo; na segunda seção, será feito uma caracterização do município e da metodologia utilizada; e, por fim, será feita uma explanação dos resultados encontrados após o levantamento dos dados e a quantificação dos resultados.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 TEORIAS DO DESENVOLVIMENTO

O conceito de desenvolvimento possui várias correntes teóricas que demonstram o quão vasto é esse campo de estudo. Desta forma, serão apresentados a seguir alguns dos autores que discutem o conceito e apresentam suas linhas de pensamento.

2.1.1 Desenvolvimento segundo Rostow

As contribuições de Walt Whitman Rostow foram influenciadas pela sucessão de diferentes momentos históricos que caracterizaram o desenvolvimento europeu, como a revolução industrial, a Segunda Guerra Mundial e a reconstrução no período pós-guerra. Rostow propõe “uma teoria dinâmica da produção, baseada na observação de sociedades realmente existentes [...]. O conceito de desenvolvimento, é vinculado ao crescimento econômico, o qual se daria com a industrialização, significando, portanto, modernização.” (NIEDERLE; RADOMSKY, 2016, p. 11).

Esse acreditava que o desenvolvimento econômico teria suas bases consolidadas através da intervenção dos setores da economia, de modo que o crescimento industrial se traduziria em modernização. Após a Segunda Guerra, os países procuraram acelerar o crescimento econômico, aumentar a renda e diminuir a pobreza por meio de medidas de industrialização compulsória. Analisando esse processo, o autor correlaciona diferentes sociedades por meio de perspectivas econômicas, mostrando quais seriam as condições necessárias para se alcançar tal modernização.

Desta forma, Rostow desenvolve cinco etapas que seriam as fases que um País deveria concretizar para atingir o desenvolvimento, e assim seria possível classificar as sociedades conforme seu estágio econômico específico. “A passagem de um estágio para outro envolveria alterações nos padrões de produção, a partir do manejo de três fatores principais: poupança, investimento e consumo (demanda).” (NIEDERLE; RADOMSKY, 2016, p. 13).

As cinco etapas do desenvolvimento de Rostow são: 1) Sociedade tradicional;

2) As precondições para o arranco ou a decolagem; 3) O arranco;

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4) A marcha para a maturidade; 5) A era do consumo em massa.

Conforme Niederle e Radomsky (2016, p.14) “No que abrange à primeira etapa, esta se refere à sociedade tradicional, a qual é definida em relação à sociedade moderna e se identifica liminarmente pela insuficiência de recursos.” Neste sentido, Rostow entende tratar-se de uma economia batratar-seada na produção rudimentar e tradicional, que busca a subsistência e prioriza o trabalho, cujos principais recursos provêm da agricultura e que obtém limitada quantidade de capital. Traduz-se em incapacidade de produção de excedentes e, consequentemente, de acumulação, sendo fadada a viver com limites bem precisos, sem perspectivas de ascensão ao crescimento econômico. Contudo, através da colonização, poderia haver um certo progresso de expansão e modernização.

Na segunda etapa, encontra-se uma sociedade em processo de transição, na qual surgem os primeiros sintomas do que o autor considera “o princípio do arranco ou decolagem”, que ocorre mediante o aumento da especialização do trabalho e a modernização tecnológica. No entanto, por estar em transição, ainda mantém características da sociedade tradicional, a economia continua bastante limitada. Apenas de forma inicial, começam a emergir os primeiros empreendimentos, fator primordial para o desenvolvimento, juntamente com a expansão dos comércios interno e externo, em um Estado produtivo, capaz de incrementar as mudanças tecnológicas e socioculturais que a modernização exigiria.

Na terceira fase, que o autor chama de “arranco”, o desenvolvimento sobrepõe-se às resistências e bloqueios que limitavam as mudanças econômicas e sociais já ocorridas na segunda fase. Já não há amarras – tecnológicas, políticas, institucionais, morais, etc. – que impeçam o desenvolvimento, o qual é definido como uma revolução industrial. Nesta etapa, fomenta-se a industrialização e ocorre a migração de mão de obra que era fortemente rural para o setor industrial.

Da mesma forma, também a quarta etapa, que o autor chama de “marcha para a maturidade”, agrega o aumento da tecnologia moderna, o incentivo à produção e a busca pela diversificação de produtos. A mão de obra reduz-se ainda mais no campo, em contraponto ao aumento da mão de obra especializada nos centros urbanos. Assim, graças a incentivos, sobretudo por parte do Estado, alguns bens anteriormente importados passam a ser produzidos internamente. “Consolida-se aqui a ideia de que, por meio da inovação técnica, pode-se produzir tudo ou quase tudo; e isso redunda no afloramento de novas áreas produtivas, bem como na possibilidade de importação de novos produtos para o mercado”. (SANTOS SILVA, 2004 apud NIEDERLE; RADOMSKY, 2016, p. 14).

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Na quinta e última etapa, entendida como “era do consumo em massa”, Rostow completa seu modelo analisando o consumo de uma sociedade industrial massificada, que, com o aumento da renda per capita, estimula um sistema econômico centrado no consumo intenso, tanto de alimentos e vestuário quanto de bens duráveis. Porém, esse modelo de desenvolvimento baseado em cinco fases, teve reações adversas em alguns países que tiveram aspectos negativos, como endividamento externo e desigualdades sociais.

Por ter sido utilizada a mesma fórmula para os demais países – embora ela possa ter produzido algum resultado positivo, fundamentalmente no que se refere ao crescimento econômico –, os reflexos negativos foram o aumento do endividamento externo e o agravamento das disparidades sociais, além de intervenções fortes do Estado com o objetivo de promover compulsoriamente a modernização, inclusive com a instauração de ditaduras militares, a exemplo do que ocorreu na América Latina. (NIEDERLE; RADOMSKY, 2016, p. 15).

2.1.2 Desenvolvimento segundo Schumpeter

Na análise de Schumpeter, “o aspecto fundamental do desenvolvimento econômico diz respeito ao processo de inovação e às suas consequências na organização dos sistemas produtivos”. (SOUZA, 2012 apud NIEDERLE; RADOMSKY, 2016, p. 18). Os investimentos em inovação dinamizam o crescimento, gerando efeitos em cadeia sobre a produção, o emprego, a renda e os salários. Embora o autor defina crescimento como o resultado de incrementos cumulativos e quantitativos que ocorrem em determinado sistema econômico, ele vê no desenvolvimento um processo de outra natureza, uma mudança qualitativa mais ou menos radical gerada em decorrência de uma inovação suficientemente original, para romper com o seu movimento regular e ordenado. A existência do desenvolvimento envolve uma mudança que gera uma desordem do estado de equilíbrio. Nota-se, assim, que ao contrário do que ocorre na economia neoclássica, em que o agente econômico busca o equilíbrio como condição para o desenvolvimento econômico, o agente schumpeteriano – o empresário inovador – está sempre tentando romper esse equilíbrio, introduzindo inovações que geram concentração oligopolística, permitem auferir lucro puro (monopolístico) e produzem imperfeições no mercado. É assim que Schumpeter (1982, p. 74) expõe seu pensamento:

Entenderemos por “desenvolvimento”, portanto, apenas as mudanças da vida econômica que não lhe forem impostas de fora, mas que surjam de dentro, por sua própria iniciativa. Se se concluir que não há tais mudanças emergindo na própria esfera econômica, e que o fenômeno que chamamos de desenvolvimento econômico é na prática baseado no fato de que os dados mudam e que a economia se adapta continuamente a eles, então diríamos que não há nenhum desenvolvimento econômico. Pretenderíamos com isso dizer que o desenvolvimento econômico não é

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um fenômeno a ser explicado economicamente, mas que a economia, em si mesma sem desenvolvimento, é arrastada pelas mudanças do mundo à sua volta, e que as causas e portanto a explicação do desenvolvimento deve ser procurada fora do grupo de fatos que são descritos pela teoria econômica.

Desta forma, Schumpeter demonstra que o desenvolvimento compõe-se de uma mudança, uma inovação feita pelo empresário inovador, visto que esse, por sua própria iniciativa, promove uma mudança de equilíbrio. No modelo schumpeteriano, a concorrência não ocorre somente devido à redução das margens entre preços e custos, mas através da competição entre as firmas para o lançamento de nova mercadoria ou tecnologia. Esse tipo de concorrência por meio da inovação seria a única capaz de causar transformações significativas no processo de desenvolvimento econômico, ou seja, apenas mudar suas margens de preços e custos não basta para ocorrer desenvolvimento, é necessário que ocorra uma concorrência por inovações – através da tecnologia, criação ou adaptação de novos produtos, mudança de estruturas, diferenciação de produtos... – pois, essa causa modificações que impactam no processo de desenvolvimento econômico.

Na verdade, o interesse de Schumpeter por um modelo de crescimento econômico fundado na mudança técnica e institucional, parece ter desviado sua atenção de uma discussão mais voltada as medidas do desenvolvimento. A diferenciação por ele estabelecida entre crescimento e desenvolvimento, apresenta momentos distintos de um mesmo processo de mudança, essencialmente de ordem produtiva.

2.1.3 Desenvolvimento segundo a CEPAL

O ponto de partida para se analisar a contribuição de CEPAL (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe) e de seu corpo teórico, que poderia ser definido como “a economia política do desenvolvimento latino-americano”, passa necessariamente pela identificação dos fatores que o distinguem das demais teorias constituídas no pós-guerra, quando o “desenvolvimento” ganha significação e adentra o debate político-institucional. Visto que, “[...] permite analisar as economias periféricas a partir de suas diferenças e de suas distintas formas de inserção no sistema capitalista global.” (NIEDERLE; RADOMSKY, 2016, p. 29).

Como alude Bielschowsky (2000, p. 35), “a ação estatal em apoio ao processo de desenvolvimento aparece no pensamento cepalino como corolário natural do diagnóstico de problemas estruturais de produção, emprego e distribuição de renda nas condições específicas

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da periferia subdesenvolvida”. No caso das proposições cepalinas, previa-se uma participação ativa do Estado não somente no aumento da demanda, como também no investimento direto em segmentos indispensáveis ao desenvolvimento – bens intermediários – que não interessavam a iniciativa privada ou não poderiam ser atendidos por ela. O capital privado, por sua vez, se concentraria em atividades mais eficientes, sobretudo na produção de bens de consumo duráveis, controlando, assim, o setor mais dinâmico da economia e concentrando a riqueza, que, com frequência, era enviada para fora do país. No caso do Brasil, essa modalidade de intervenção em favor da industrialização deu-se, majoritariamente, via “substituição de importações” e do apoio à produção nacional.

Ao confirmar a tendência à concentração de renda e ao subemprego, o efeito indisfarçável da industrialização foi aumentar o dualismo social, conforme constata Furtado (1992, p. 10): “Daí que a industrialização nas condições de subdesenvolvimento, mesmo ali onde ela permitiu um forte e prolongado aumento de produtividade, nada ou quase nada haja contribuído para reduzir a heterogeneidade social”. Com base nestas constatações, a Cepal constrói a “teoria do subdesenvolvimento”, pois, ao se dar conta de que o subdesenvolvimento era parte indissociável do processo de desenvolvimento, passou-se a problematizar a questão a fim de entender porque os países latino-americanos, e especialmente o Brasil, eram subdesenvolvidos e qual era a dinâmica deste processo.

Constatou-se que, haviam os países centrais e os periféricos, sendo que os periféricos seriam produtores de bens primários e importadores de bens manufaturados, causando uma disparidade na balança de pagamentos, visto que, seriam necessários muitos bens primários para aquisição de um bem manufaturado – principalmente com a forte expansão do mercado interno destes países – para mudar essa condição seria necessário a substituição de importações como modo de inverter este processo.

Os países periféricos haviam-se tornado produtores de bens primários – produtos agrícolas e minerais –, que detinham demanda internacional pouco dinâmica, e importadores de bens manufaturados, com demanda doméstica em rápida expansão. A consequência disso era um desequilíbrio estrutural na balança de pagamentos (“a diferença entre o total de dinheiro que entra e que sai de um país”). A saída dessa condição passava necessariamente pela capacidade de industrialização dos países periféricos, invertendo a pauta de importações e exportações (BIELSCHOWSKY, 2000; 2008 apud NIEDERLE; RADOMSKY, 2016, p. 33).

Diferentemente de Rostow, que aponta a existência de diferentes “etapas de desenvolvimento”, a Cepal caracteriza o subdesenvolvimento como uma variante do processo de desenvolvimento decorrente da trajetória desigual entre os países. Trata-se, de “um

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processo histórico peculiar em que a difusão do progresso técnico – a inovação – não conduz à homogeneização social, mas à concentração de renda e ao aumento da desigualdade social.” (NIEDERLE; RADOMSKY, 2016, p.33). Ou seja, o subdesenvolvimento é uma condição estrutural dos países pouco industrializados, pelo fato de que, nestes países, as inovações nos padrões de consumo – um estilo de vida nos moldes dos países centrais – não progrediram em contrapartida a adoção de métodos produtivos eficazes. Em suma, o processo de modernização não pode ser completado nos países periféricos, na medida em que há um descompasso entre os padrões de consumo e os métodos produtivos.

O autor sustenta, porém, que é o próprio processo capitalista que cria o subdesenvolvimento, na medida em que ele – o capitalismo – não necessita integrar todos os indivíduos na divisão social do trabalho. “Enquanto nos países desenvolvidos o excedente era utilizado para financiar o investimento produtivo, nos países subdesenvolvidos ele serviu para manter um nível de consumo supérfluo e um estilo de vida de uma pequena elite econômica.” (NIEDERLE; RADOMSKY, 2016, p. 34).

Desta forma, na base das estruturas sociais que mantinham o subdesenvolvimento, se encontrava uma “dependência cultural” que condicionava a utilização do excedente para consumo improdutivo. Embora reconheça a necessidade de crescimento econômico para gerar desenvolvimento, atribui importância central à dimensão cultural como fator decisivo na mudança social, ou seja, no processo de desenvolvimento. Assim, crescimento econômico por si só, não é capaz de gerar desenvolvimento, se esse não vier acompanhado de uma mudança no âmbito dos valores e da cultura.

2.1.4 Desenvolvimento segundo Hirschman

Hirschman sustenta que a questão está menos associada à disponibilidade de recursos do que às escolhas sociais processadas em relação à sua governança. O desenvolvimento passaria a ser objeto de opções políticas, e não de determinações naturais. A retomada do pensamento de Hirschman nas discussões sobre desenvolvimento também está associada à sua preocupação com a questão da equidade social.

Enquanto uma parcela expressiva da economia do desenvolvimento insistia na necessidade da manutenção de taxas elevadas de crescimento econômico a qualquer custo – no Brasil, Delfim Neto, Ministro do Governo Geisel, afirmava a necessidade de “fazer o bolo crescer para depois dividi-lo” – e os teóricos da dependência apenas revelavam seu pessimismo com as virtudes da industrialização em contextos de subdesenvolvimento, Hirschman mostrava-se particularmente otimista com os

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rumos da modernidade, mas atribuía ao Estado a função de coordenar o desenvolvimento visando a garantir que a busca pela equidade se constituísse em um componente indissociável desse processo. Levando-se em conta que, segundo Hirschman, o crescimento econômico é inexoravelmente criador de desigualdades, é mister que alguém – o Estado – execute escolhas que favoreçam os desfavorecidos. Isso demanda soluções antagônicas. Mas é papel do Estado gerir uma cadeia de desequilíbrios, tratando desigualmente os desiguais. (NIEDERLE; RADOMSKY, 2016, p. 39)

Como se afirmou acima, o crescimento, segundo Hirschman, é inexoravelmente criador de desigualdades, porquanto é decorrente de escolhas que beneficiam alguns em detrimento de outros. Isso desqualifica a falácia conservadora de que “é preciso fazer o bolo crescer para depois dividi-lo”.

Por outro lado, também não é possível imaginar que uma sociedade deva antes acabar com a iniquidade social para só então se desenvolver, ideia associada, de acordo com Hirschman (1961 apud NIEDERLE; RADOMSKY, 2016), ao “ponto de vista derrotista de que o desenvolvimento deve ser equilibrado de início, ou então não se dará”. Na percepção do autor, enfrentar a iniquidade é “mais fácil” com crescimento; mas essa tarefa exige soluções antagônicas, opções que favoreçam aqueles que não são “naturalmente” beneficiados pelo crescimento.

2.1.5 Desenvolvimento Segundo Sen

As mudanças globais do pós-guerra mostraram faces do desenvolvimento que extrapolavam as medidas convencionais relacionadas ao crescimento econômico, tais como os indicadores de renda e o Produto Interno Bruto (PIB). Neste contexto, surgem abordagens que visam compreender de forma ampla e integrada as transformações sociais e econômicas, com os países ditos subdesenvolvidos, tendo que se adequar aos modelos das economias avançadas. Ao mesmo tempo, sobretudo nas décadas de 1980 e 1990, não apenas se percebeu que os modelos fundados nos critérios econômicos convencionais não eram suficientes para explicar a mudança social, como também se passou a advogar a necessidade de dar maior atenção aos sujeitos sociais e às suas capacidades de alterar os padrões institucionalizados.

Do ponto de vista dos resultados do desenvolvimento, o que até então se sabia e estava posto, era que os ganhos da modernidade industrial não foram igualmente repartidos entre as sociedades e os indivíduos. Os teóricos da dependência e os economistas cepalinos, deixaram claro que, “a desigualdade evoluía paralelamente ao crescimento econômico, as promessas de diminuição da pobreza e da miséria material não encontravam respostas frente à

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crescente vulnerabilidade social e aos riscos aos quais os indivíduos estavam expostos. ”(NIEDERLE; RADOMSKY, 2016, p. 49).

Precisava-se, então, esclarecer novos conceitos e abordagens que analisassem privações, bem-estar, qualidade de vida e capacidades para entender o que estava acontecendo em determinados contextos e como esses poderiam ser melhorados. É neste momento que os trabalhos do economista indiano Amartya Sen ganham visibilidade nos estudos sobre o desenvolvimento.

A noção de desenvolvimento proposta por Amartya Sen sustenta que esse somente pode ser alcançado quando os indivíduos dispõem dos meios pelos quais podem realizar os fins que almejam, ultrapassando obstáculos preexistentes que condicionem ou restrinjam a liberdade de escolha. Segundo o autor, os benefícios do crescimento ampliam as capacidades humanas – o conjunto das coisas que as pessoas podem ser ou fazer na vida. Quando se dá a expansão destas capacidades, as pessoas têm as condições necessárias para fazer suas escolhas e alcançar a vida que realmente desejam.

Visto que, a partir do momento em que as pessoas deixam de estar submetidas à privação de suas capacidades, pode-se estimular o desenvolvimento. Os saldos do desenvolvimento melhoram não somente a qualidade de vida, como também as habilidades produtivas das pessoas e o crescimento econômico de base compartilhada. Resultados importantes sobre a compreensão do desenvolvimento, da desigualdade e da pobreza foram colhidos com base na obra de Amartya Sem, sendo o mais significativo o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).

O objetivo desta seção foi contemplar diferentes autores e suas linhas de pensamento em relação ao conceito de desenvolvimento. Desta forma, poder-se-á analisar como está o desenvolvimento de nossa localidade, visto que, os autores remetem-se a um mesmo conjunto que evidencia o desenvolvimento como uma mudança estrutural, que poderia ser um processo de modernização, um processo de inovação, uma mudança no âmbito de valores e da cultura, uma busca pela equidade e o bem-estar, ou seja, o desenvolvimento concretiza-se por uma transformação sucessiva dos alicerces econômicos, sociais e políticos, em que o objetivo é o crescimento do padrão de vida dos indivíduos de modo espontâneo e independente.

2.2 ÍNDICES DE CONCENTRAÇÃO SETORIAL

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O Quociente Locacional (QL) apresenta a especialização produtiva da região em cada uma das classes de atividades. Conforme Licks; Kohls; Oliveira (2015, p.3) “O indicador de localização indica a concentração relativa de uma determinada classe de indústria numa microrregião, comparativamente à participação dessa classe no espaço definido como base.” Portanto, um QL elevado em determinada atividade em uma região indica a especialização da estrutura de produção local naquela atividade. Esse índice é representado conforme a figura 1 que se encontra a seguir:

Figura 1 - Equação do Índice QL

Fonte: (LICKS; KOHLS; OLIVEIRA, 2015, p.3).

2.2.2 GN – Gini Locacional

O Gini Locacional é um indicador do grau de concentração espacial de uma determinada classe de indústria em certa base geográfica. Conforme Licks; Kohls; Oliveira (2015, p.3) “O coeficiente varia de zero a um, quanto mais espacialmente concentrada for a indústria, mais próximo da unidade estará o índice, e se a indústria for uniformemente distribuída o índice será igual a zero.” Então, um elevado GL representa uma maior concentração, indicando, assim, uma maior probabilidade de existir um aglomerado, desde que a atividade não se resuma a apenas uma ou duas grandes empresas. Sua equação é expressa na figura 2.

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Figura 2 - Coeficiente de Gini

Fonte: Disponível em: <http://tabnet.datasus.gov.br/tabdata/livroidb/idb2010/b09.pdf>. Acesso em: 29 set. 2017.

2.2.3 HH – Hirschman – Herfindahl

O Índice de Hirchsman – Herfindahl (HHI) refere-se à soma dos quadrados da participação de uma firma no mercado. Essa participação pode ser analisada por meio de qualquer variável que possa representar a mesma. Tem-se, assim, conforme a figura 3:

Figura 3 - Equação do Índice HH

Fonte: (BOFF; RESENDE, 2002 apud Almeida, 2015, p.8).

A expressão reverencia de forma implícita os pesos deste indicador, ao submeter cada parcela da empresa ao quadrado, ela atribui maior grau de concentração às maiores firmas. Consequentemente, quanto “mais elevado for o valor de HHI, maior será seu nível de concentração e menor será a concorrência.” (BOFF; RESENDE, 2002 apud ALMEIDA, 2015, p.8).

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2.3 CADASTRO GERAL DE EMPREGADOS E DESEMPREGADOS (CAGED)

O CAGED representa uma fonte de informação do mercado de trabalho de âmbito nacional e de periodicidade mensal. Foi criado como instrumento de acompanhamento e de fiscalização do processo de admissão e de dispensa de trabalhadores regidos pela Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), com o objetivo de mapear os desempregados e de apoiar medidas contra o desemprego.

O CAGED foi criado pela Lei 4.923 de 23/12/1965, quando instituiu-se a obrigatoriedade das informações sobre admissões, desligamentos e transferências. Devido a demanda por dados conjunturais do mercado de trabalho e a necessidade do Ministério do Trabalho de contar com estatísticas mais completas, mais consistentes e mais ágeis, foram implementadas expressivas alterações ao sistema CAGED. Os aperfeiçoamentos ocorridos no sistema CAGED e também na metodologia de tratamento dos dados, tornando esse registro uma das principais fontes de informações estatísticas sobre o mercado de trabalho conjuntural.

O CAGED apresenta desagregações idênticas às da RAIS (Relação Anual de Informações Sociais) em termos geográficos, setoriais e ocupacionais, possibilitando a realização de estudos que indicam as tendências mais atuais. No aspecto conjuntural, é uma fonte imprescindível para elaboração de diagnósticos que contribuam para melhores alternativas de investimentos.

2.4 RELAÇÃO ANUAL DE INFORMAÇÕES SOCIAIS (RAIS).

A RAIS é um registro administrativo, de periodicidade anual, criada com a finalidade de suprir as necessidades de controle, de estatísticas e de informações às entidades governamentais da área social. Constitui um instrumento imprescindível para o cumprimento das normas legais, como também é de fundamental importância para o acompanhamento e a caracterização do mercado de trabalho formal.

A Relação Anual das Informações Sociais (RAIS) foi instituída pelo Decreto nº 76.900, de 2 de dezembro de 1975. Em 14 de dezembro de 2000 foi publicada a Portaria nº 945, que dispõe sobre normas gerais de declaração da RAIS e recebimento apenas por meios eletrônicos. Originalmente, a RAIS foi criada para conter informações destinadas ao controle de entrada da mão-de-obra estrangeira no Brasil e os registros relativos ao FGTS, para subsidiar o controle de arrecadação e concessão de benefícios pelo Ministério da Previdência Social e para servir de base de cálculo do PIS/PASEP.

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Atualmente, em observância a dispositivo constitucional, viabiliza a concessão do pagamento do abono salarial, e se constitui no único instrumento de governo para esse fim. A partir dos anos 90, particularmente após 1994, os dados da RAIS vêm registrando importantes avanços quantitativos e qualitativos, devido a campanhas esclarecedoras, recebimento das declarações via Internet (a partir de 95) e ao aperfeiçoamento do processo de crítica dos dados.

Desta forma, com a RAIS é possível diagnosticar o número de empregados de cada ano por tamanho de estabelecimentos e segundo o setor de atividade econômica, faixa etária, escolaridade e gênero por nível geográfico, setorial e ocupacional, proporcionando a análise do emprego de múltiplas formas, podendo, assim, elaborar observações a respeito dos dados encontrados.

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3 METODOLOGIA DA PESQUISA

3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA

A metodologia em relação aos procedimentos técnicos é essencialmente de pesquisas bibliográficas, pesquisas em sítios eletrônicos e materiais acadêmicos, onde busca-se autores que contribuam para a formação de ideias acerca dos assuntos apresentados. Conforme Fonseca (2002, p. 32) “Qualquer trabalho científico inicia com uma pesquisa bibliográfica, que permite ao pesquisador conhecer o que já se estudou sobre o tema”.

Além destas, foram coletados dados em sites oficiais, como MTE (Ministério do Trabalho e Emprego), RAIS (Relação Anual de Informações sociais) e CAGED (Cadastro geral de Empregados e Desempregados), sites do governo e outros dados secundários, tratando os mesmos e realizando uma análise precisa no período 2008 – 2016.

Em relação a sua abordagem, o presente estudo classifica-se como quantitativo, uma vez que foram analisadas e investigadas variáveis que permitiram calcular os índices de concentração industrial.

Referente ao percurso traçado para o estudo, pode-se afirmar que, com relação aos seus objetivos, trata-se de uma pesquisa descritiva. Segundo Silva e Menezes (2000, p.21):

A pesquisa descritiva visa descrever as características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis. Envolve o uso de técnicas padronizadas de coleta de dados: questionário e observação sistemática. Assume, em geral, a forma de levantamento.

Também foi realizada uma pesquisa qualitativa, no sentido de qualificar o processo, analisando os índices de concentração industrial.

Vincula-se a uma pesquisa documental, visando que são consultados relatórios e documentos referentes ao histórico do município, seus dados econômicos e vínculos empregatícios.

3.2 COLETA DE DADOS

As informações utilizadas têm como fonte dados divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (TEM), através do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados

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(CAGED) e da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), que serviram como ferramenta para identificar a evolução do emprego no município de Ijuí, RS, nos seus diferentes ramos industriais no período de 2008 a 2016. Também foram utilizados artigos e livros como materiais de pesquisa e referência.

3.3 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

Através da classificação da RAIS foram coletados os dados, alocados esses dados e calculados os índices setoriais HH, QL e Gini em planilhas do Microsoft Excel – como pode ser visualizado no apêndice 1 – a fim de diagnosticar os setores do município de Ijuí no período de 2008 – 2016.

3.4 CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE IJUÍ, RS

O município de Ijuí está localizado no Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, distante 395 km da capital do Estado, Porto Alegre. Por reunir um variado grupo étnico – africanos, índios, portugueses, franceses, italianos, alemães, poloneses, austríacos, letos, holandeses, suecos, espanhóis, japoneses, russos, árabes, lituanos, ucranianos, entre outros – é conhecida como a "Terra das Culturas Diversificadas”.

Segundo Lazzarotto (1977 apud Ketzer, 2013, p.27) “os primeiros registros que se referem ao que hoje é o município de Ijuí datam da segunda metade do século XIX, quando o Governo da Província mandou abrir uma picada dentro da mata costeira do Rio Conceição para encurtar o trajeto entre Cruz Alta e Santo Ângelo”.

Para que conseguissem transitar pela picada, peões foram colocados para fazer limpezas periódicas. Tornando-se os primeiros moradores do município de Ijuí, apesar de não serem donos das terras que ocupavam. Esse lugar recebeu o nome de Picada Conceição, e logo depois o apelido de Barreiro, por causa do lamaçal formado pela existência de uma vertente de água mineral.

A Colônia de Ijuhy (que na língua Guarani significa "Rio das Águas Claras" ou "Rio das Águas Divinas") foi fundada em 19 de outubro de 1890. Kohler, et. al. (2009) corrobora que por ser um empreendimento oficial e planejado, o Governo disponibilizou 1.000 lotes de 25 hectares cada, enviando imigrantes europeus. O colono recebia a terra e auxílio à sua instalação para pagar em cinco anos, além de ter a possibilidade de prestar serviços ao Estado

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(construção de estradas, caminhos e outras obras nos núcleos coloniais) em troca de uma remuneração para sua manutenção, até que o lote começasse a produzir efetivamente.

Conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (2017), a Colônia de Ijuhy, que fora administrada inicialmente por Augusto Pestana, teve um grande impulso no seu desenvolvimento, quando, a partir de 1899, houve incentivo ao assentamento de colonos com conhecimento em agricultura, principalmente das colônias mais antigas do Rio Grande do Sul.

De acordo com Kohler, et. al. (2009 apud Ketzer, 2013, p. 27):

Foi a partir da estruturação do espaço rural que surgiu a figura do comerciante, que neste período era o intermediário da circulação de mercadorias (frutos e insumos) da agropecuária colonial. Sua figura terá destaque e será fundamental no desenvolvimento de Ijuí.

Houve um novo impulso na economia local com a inauguração da estrada de ferro em 19 de outubro de 1911, pois facilitou o intercâmbio de mercadorias, valorizou as terras que quadruplicaram de valor e incentivou a produção de produtos para exportação (a produção dobrou e a exportação triplicou), com um incremento extraordinário do comércio local.

Conforme Lazzarotto (1977 apud Ketzer, 2013) poucos meses depois, pelo Decreto de 30 de janeiro de 1912, era criado o município de Ijuhy, instalado em 2 de fevereiro de 1912.

A produção agropecuária era o que mais impulsionava a economia do município. Porém, conforme Ketzer (2013, p. 33):

Os desmembramentos de Catuípe (1961), Ajuricaba (1965), Augusto Pestana (1965), Coronel Barros (1992), Boa Vista do Cadeado (2001) e Bozano (2001) afetaram os resultados, principalmente os da produção agropecuária, setor historicamente predominante nestes municípios.

Ao retratar os setores industriais no município, foi possível diagnosticar que, no setor agropecuário, a agricultura caracteriza-se pelas culturas anuais, especialmente soja, trigo e milho. A pecuária constitui-se basicamente na criação de gado de corte e gado leiteiro. A agropecuária, nos últimos anos, tem alcançado crescimento importante na produção de leite, ovos, mel, cera e lã.

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O setor industrial especializou-se na construção de máquinas e implementos agrícolas, produtos alimentícios, confecções, esquadrias, móveis, gráfica e moageira. O setor industrial em Ijuí possui uma grande influência na economia da região, e a construção civil também. Conforme Guimarães (1987, p. 33) a indústria representa “um grupo de firmas engajadas na produção de mercadorias semelhantes em seus processos de fabricação.”

No setor de comércio e prestação de serviços, houve um crescimento significativo em razão da comercialização de máquinas e equipamentos vinculados a agricultura, tais como: máquinas, equipamentos eletrônicos, adubos, pesticidas, inseticidas. Outros serviços vinculados ao desenvolvimento da cidade – supermercados, estabelecimentos comerciais dos mais diversos tipos, lojas de calçados, farmácias, etc. – também estão em franca ascensão. Observa-se crescimento do setor terciário na economia de Ijuí, onde o comércio varejista e o atacadista e os serviços têm avançado muito. O município de Ijuí ancorou sua economia basicamente na agricultura e num parque industrial bastante desenvolvido em relação à economia regional. Nos últimos anos, observou-se um crescimento bastante acentuado no setor terciário, transformando Ijuí em cidade pólo regional.

Conforme dados do IBGE (2017) a população estimada do município de Ijuí em 2017 é de 83.330 habitantes.

Em janeiro de 2016, a Fundação de Economia e Estatística do Estado do RS divulgou os dados sobre desempenho do PIB dos municípios gaúchos e do Estado do RS, considerando dados de 2013. Esses dados revelam que o PIB de Ijuí soma R$ 2.760.178.000,00, que significa um crescimento de 16,93% em relação a 2012. Esse percentual é maior que o crescimento de 15,3% verificado no Estado do RS. Esse crescimento é maior do que o verificado em 2012 (em relação a 2011), que foi de 13,78%.

Considerando o desempenho do PIB, Ijuí ocupa a 19ª posição entre todos os municípios gaúchos. Vale lembrar que no ano de 2012 Ijuí ocupava a 22ª posição no Estado. Se considerarmos toda a região Norte do RS, o município de Ijuí apresenta o terceiro PIB da região, apenas atrás de Passo Fundo e Erechim. Na região Noroeste, Ijuí tem o maior PIB, estando à frente inclusive de municípios mais industrializados, como Santa Rosa e Panambi.

A renda per capita dos ijuienses é de R$ 33.548,00. A ordem de participação dos setores econômicos na composição do PIB de Ijuí não mudou: a agropecuária contribui com 6,98%, a indústria com 13,76% e os serviços com 79,26%. Ou seja, o setor de serviços continua sendo o “carro chefe” da economia ijuiense, fato que deverá continuar se verificando nos anos seguintes, conforme notícia divulgada pela prefeitura de Ijuí. O perfil econômico de Ijuí é bastante semelhante ao de Passo Fundo, que ocupa o sexto lugar no Estado.

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4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ENCONTRADOS

Esse capítulo tem como propósito fazer uma breve análise dos setores1 do município de Ijuí e dos índices de concentração – Quociente Locacional, Gini Locacional e HH – dos diferentes setores do município.

4.1 SETORES INDUSTRIAIS DO MUNICIPIO DE IJUÍ

O município de Ijuí possui uma forte concentração no setor terciário, composto pelo comércio e serviços, destacando-se entre os demais setores do município. Conforme retratado no quadro 1, durante todo o período, o setor que mais se destacou foi o de serviços.

Quadro 1 - Vínculos empregatícios do Município de Ijuí por setores no período de 2008 - 2016

Município = RS-IJUÍ

IBGE Gr Setor 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 Total

1 - Indústria 2.494 2.611 2.664 2.968 3.027 3.299 3.513 3.530 3.288 27.394 2 - Construção Civil 589 774 982 1.146 1.067 1.356 892 902 801 8.509 3 - Comércio 5.203 5.389 6.028 6.814 6.944 6.971 6.992 6.903 6.840 58.084 4 - Serviços 7.388 7.919 8.636 9.175 9.830 10.519 11.125 11.093 11.050 86.735 5 - Agropecuária 222 250 264 223 211 189 196 180 174 1.909 Total 15.896 16.943 18.574 20.326 21.079 22.334 22.718 22.608 22.153 182.631

Fonte: MTE (RAIS).

O setor da indústria do município de Ijuí teve seu maior desempenho em 2015, tendo 3.530 empregados, o que corresponde a 12,89% do total de vínculos empregatícios na indústria no período de 2008 – 2016. Porém, esse valor teve uma baixa de 242 empregados no ano de 2016, e teve seu menor valor em 2008, com 2.494 empregados, o que corresponde a 9,10% do total de empregos na indústria, como pode ser analisado a seguir, no gráfico 1.

1

Em economia, tem-se a divisão por setores da economia (primário: agricultura; secundário: indústria e construção civil; e terciário: comércio e prestação de serviços); já conforme a RAIS, tem-se a divisão destes setores de modo individual (agricultura, construção civil, indústria, comércio e serviços).

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Gráfico 1 - Vínculos empregatícios do Município de Ijuí no setor da indústria no período de 2008 - 2016

Fonte: Elaborado pela autora a partir de dados do MTE (RAIS/CAGED) (2017).

Já o setor da construção civil no município de Ijuí teve seu maior desempenho em 2013, tendo 1.356 empregados, o que corresponde a 15,94% do total de vínculos empregatícios na construção civil no período de 2008 – 2016. Porém, esse valor teve uma queda significativa de 464 empregados no ano de 2014, aumentou um pouco em 2015 e continuou a cair em 2016, tendo seu menor valor em 2008, com 589 empregados, o que corresponde a 6,92% do total de empregos na construção civil, como pode ser analisado a seguir, no gráfico 2.

Gráfico 2 - Vínculos empregatícios do Município de Ijuí no setor da construção civil no período de 2008 - 2016

Fonte: Elaborado pela autora a partir de dados do MTE (RAIS/CAGED) (2017). 2.494 2.611 2.664 2.968 3.027 3.299 3.513 3.530 3.288 0 500 1.000 1.500 2.000 2.500 3.000 3.500 4.000 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

1 - Indústria

589 774 982 1.146 1.067 1.356 892 902 801 0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

2 - Construção Civil

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No setor do comércio no município de Ijuí o maior desempenho ocorreu em 2014, tendo 6.992 empregados, o que corresponde a 12,04% do total de vínculos empregatícios no comércio no período de 2008 – 2016. Esse valor teve uma queda de 89 empregados no ano de 2015, e 152 empregados em 2016, tendo seu menor valor em 2008, com 5.203 empregados, o que corresponde a 8,96% do total de empregos no comércio, como pode ser analisado a seguir, no gráfico 3.

Gráfico 3 - Vínculos empregatícios do Município de Ijuí no setor do comércio no período de 2008 - 2016

Fonte: Elaborado pela autora a partir de dados do MTE (RAIS/CAGED) (2017).

O setor de serviços no município de Ijuí teve também o seu maior desempenho em 2014, tendo 11.125 empregados, o que corresponde a 12,82% do total de vínculos empregatícios nos serviços no período de 2008 – 2016. Porém, esse valor teve uma queda de 32 empregados no ano de 2015 e 75 empregados em 2016 e, teve seu menor valor em 2008, com 7.388 empregados, o que corresponde a 8,52% do total de empregos nos serviços, como pode ser analisado a seguir, no gráfico 4.

5.203 5.389 6.028 6.814 6.944 6.971 6.992 6.903 6.840 0 1.000 2.000 3.000 4.000 5.000 6.000 7.000 8.000 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

3 - Comércio

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Gráfico 4 - Vínculos empregatícios do Município de Ijuí no setor de serviços no período de 2008 - 2016

Fonte: Elaborado pela autora a partir de dados do MTE (RAIS/CAGED) (2017).

E, no setor da agricultura no município de Ijuí o maior desempenho ocorreu em 2010, tendo 264 empregados, o que corresponde a 13,82% do total de vínculos empregatícios na agricultura no período de 2008 – 2016, porém, esse valor vem diminuindo nos anos seguintes, chegando a 174 empregados em 2016, o que corresponde a 9,11% do total de empregos na agricultura, o que vem demonstrando que esse setor vem diminuindo no município, como pode ser analisado a seguir, no gráfico 5.

Gráfico 5 - Vínculos empregatícios no setor agropecuário do Município de Ijuí no período de 2008 - 2016

Fonte: Elaborado pela autora a partir de dados do MTE (RAIS/CAGED) (2017).

7.388 7.919 8.636 9.175 9.830 10.519 11.125 11.093 11.050 0 2.000 4.000 6.000 8.000 10.000 12.000 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

4 - Serviços

222 250 264 223 211 189 196 180 174 0 50 100 150 200 250 300 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

5 - Agropecuária

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Por fim, no gráfico 6, é possível analisar que todos os setores tiveram ascensão no período de 2008 – 2014, exceto o setor agropecuário, que nos períodos sequentes a emancipação da localidade fora o setor mais forte desta, porém, teve baixa nos períodos posteriores e queda nos períodos seqüentes, demonstrando o quanto os fatores econômicos e políticos externos influenciam nos setores internos de uma localidade. Também pode-se constatar que os setores contribuem para o desenvolvimento local do município, visando que a empregabilidade proporciona aos indivíduos poder aquisitivo para o consumo e melhores condições de vida.

Gráfico 6 - Vínculos empregatícios dos diferentes setores do Município de Ijuí no período de 2008 - 2016

Fonte: Elaborado pela autora a partir de dados do MTE (RAIS/CAGED) (2017).

Ao analisar a composição industrial do Rio Grande do Sul, no gráfico 7, percebe-se que no setor primário, composto pela agropecuária, por mais que sofra quedas em nossa localidade, no RS esse setor continua a subir, visto que, ainda possuímos em nosso Estado municípios que possuem alta concentração neste setor. No setor secundário, composto pela indústria e construção civil, teve um crescimento até 2013 e em seus últimos 3 anos teve quedas. Já no setor terciário, composto pelo comércio e serviços, pode-se constatar que esses tiveram seus piques em 2014 e, desde esse período vem decaindo. Algo notável ao comparar Ijuí com o Rio grande do Sul é que esses possuem setores fortes em comum, visto que, serviços também é o setor que mais emprega em nosso Estado.

0 5.000 10.000 15.000 20.000 25.000 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Setores de Ijuí

1 - Indústria 2 - Construção Civil 3 - Comércio

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Gráfico 7 - Vínculos empregatícios dos diferentes setores no Rio Grande do Sul no período de 2008 - 2016

Fonte: Elaborado pela autora a partir de dados do MTE (RAIS/CAGED) (2017).

4.2 ANÁLISE DOS RESULTADOS ENCONTRADOS

Com os índices de concentração industrial/setorial é possível analisar a participação relativa de cada setor no município de Ijuí, além destes compararem os empregos dos setores de Ijuí com os empregos dos setores do RS, podendo diagnosticar a concentração de cada setor em sua localidade, pois essas medidas permitem analisar a distribuição geográfica industrial, identificar especializações e mapear as atividades econômicas.

O Quociente Locacional apresenta a especialização produtiva da região em cada uma das classes de atividades, tendo como objetivo comparar duas estruturas setoriais-espaciais, calculando a razão entre um determinado setor industrial de uma região ou município e a participação deste mesmo setor em um espaço definido como base (estado ou país). Já o Hirschman – Herfindahl busca apresentar o real significado do peso do setor na estrutura produtiva local e, o Gini visa captar a concentração industrial/setorial do município de Ijuí no período de 2008 – 2016.

Desta forma, em relação ao QL e ao HH da indústria, constatou-se que, conforme quadro 2, o QL demonstra que a estrutura econômica do município de Ijuí não é especializada no emprego do setor industrial; já o HH demonstra que, em 2016, a indústria contribuiu com 27,55% da estrutura produtiva do município; e, por fim, o Gini Locacional teve seu valor de

0 500.000 1.000.000 1.500.000 2.000.000 2.500.000 3.000.000 3.500.000 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Setores do RS

1 - Indústria 2 - Construção Civil 3 - Comércio

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0,1304, visto que, demonstra uma baixa concentração industrial2 no período, ou seja, o município de Ijuí, no período de 2008 – 2016, não possui muita concentração na indústria.

Quadro 2 - Índices de concentração setoriais no setor da indústria no Município de Ijuí no período de 2008 - 2016 INDÚSTRIA Ano QL HH 2008 0,5667 0,2732 2009 0,5766 0,2757 2010 0,5332 0,3092 2011 0,5496 0,3134 2012 0,5566 0,3123 2013 0,5803 0,3041 2014 0,6256 0,2735 2015 0,6596 0,2561 2016 0,6379 0,2755

Fonte: Elaborado pela autora (2017).

Em relação ao QL e ao HH da construção civil constatou- se que, conforme quadro 3, o QL demonstra que a estrutura econômica do município de Ijuí foi elevada neste setor entre o período de 2009 – 2013, porém, após esse período, essa não é especializada no emprego do setor da construção civil; já o HH demonstra que, em 2016, a construção civil contribuiu com 2,02% da estrutura produtiva do município; e, por fim, o Gini Locacional teve seu valor de 0,0445, visto que, demonstra uma baixa concentração industrial no período, ou seja, o município de Ijuí encontra-se uniformemente distribuído no setor da construção civil.

2 Concentração industrial no sentido de concentração setorial (agricultura, indústria, construção civil, comércio e

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Quadro 3 - Índices de concentração setoriais no setor da construção civil no Município de Ijuí no período de 2008 - 2016 CONSTRUÇÃO CIVIL Ano QL HH 2008 0,9863 0,0086 2009 1,1534 0,0999 2010 1,1872 0,1240 2011 1,1976 0,1375 2012 1,0969 0,0683 2013 1,3170 0,2297 2014 0,8702 0,0948 2015 0,9896 0,0078 2016 0,9735 0,0202

Fonte: Elaborado pela autora (2017).

Em relação ao QL e ao HH do comércio constatou- se que, conforme quadro 4, o QL demonstra que a estrutura econômica do município de Ijuí é especializada neste setor, já o HH demonstra que, em 2016, o comércio contribuiu com 34,79% da estrutura produtiva do município e, por fim, o Gini Locacional teve seu valor de 0,2413, visto que, demonstra uma possível concentração industrial no período, ou seja, o município de Ijuí encontra-se altamente concentrado no setor do comércio.

Quadro 4 - Índices de concentração setoriais no setor do comércio no Município de Ijuí no período de 2008 - 2016 COMERCIO Ano QL HH 2008 1,6694 0,4220 2009 1,6092 0,3967 2010 1,6202 0,4108 2011 1,6639 0,4620 2012 1,6045 0,4257 2013 1,5273 0,3820 2014 1,4908 0,3586 2015 1,4667 0,3511 2016 1,4571 0,3479

Fonte: Elaborado pela autora (2017).

Em relação ao QL e ao HH da prestação de serviços constatou- se que, conforme quadro 5, o QL demonstra que a estrutura econômica do município de Ijuí é especializada neste setor, já o HH demonstra que, em 2016, a prestação de serviços contribuiu com 1,55%

(36)

da estrutura produtiva do município, o que demonstra que, devido ao grande número de empregos neste setor, tanto no município como na região, há certa disparidade de valores, pois, como é o setor que mais se destaca deveria ter maior contribuição. Por fim, o Gini Locacional teve seu valor de 0,3220, visto que, demonstra uma forte concentração industrial no período, ou seja, o município de Ijuí encontra-se altamente concentrado no setor de serviços.

Quadro 5 - Índices de concentração setoriais no setor de serviços no Município de Ijuí no período de 2008 - 2016

SERVIÇOS Ano QL HH 2008 1,0136 0,0086 2009 1,0061 0,0040 2010 1,0177 0,0117 2011 0,9873 0,0089 2012 1,0062 0,0044 2013 1,0060 0,0043 2014 1,0310 0,0227 2015 1,0084 0,0063 2016 1,0203 0,0155

Fonte: Elaborado pela autora (2017).

Em relação ao QL e ao HH do setor agropecuário constatou- se que, conforme quadro 6, o QL demonstra que a estrutura econômica do município de Ijuí não é especializada neste setor. O HH demonstra que, em 2016, a agropecuária contribuiu com 55,79% da estrutura produtiva do município, o que demonstra que, devido ao pequeno número de empregos e ordem decrescente, queda de empregos neste setor no município, há certa disparidade de valores, pois, como é o setor que menos se destaca deveria ter menor contribuição. E, por fim, o Gini Locacional teve seu valor de 0,0103, visto que, demonstra baixa concentração industrial no período, ou seja, o município de Ijuí encontra-se uniformemente distribuído no setor agropecuário.

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Quadro 6 - Índices de concentração setoriais no setor agropecuário no Município de Ijuí no período de 2008 - 2016 AGROPECUARIA Ano QL HH 2008 0,4510 0,3461 2009 0,4775 0,3402 2010 0,4853 0,3410 2011 0,3843 0,4285 2012 0,3697 0,4439 2013 0,3158 0,4957 2014 0,3281 0,4910 2015 0,2823 0,5399 2016 0,2669 0,5579

Fonte: Elaborado pela autora (2017).

Através do gráfico 8 é possível visualizar os índices QL e HH em todos os setores no período estudado, fazendo, assim, uma melhor análise sobre esses índices, visto que, constatou-se que fatores econômicos externos como crises políticas e financeiras no País, têm restringido alguns setores que tem diminuído seu processo de empregabilidade no município de Ijuí, RS.

Desta forma, constata-se que os setores de comércio e serviços são os que possuem índices mais elevados, o que demonstra uma forte participação deste setor no município, seguidos da construção civil, indústria e, por fim, o setor agropecuário, que vem decrescendo durante o período analisado, sendo que é necessário apurar uma certa defasagem em relação aos dados do setor agropecuário devido a localidade que se encontra (meio rural), muitos agricultores não possuem emprego de modo formal, não sendo possível constatar na RAIS, pois essa verifica os vínculos empregatícios de modo formal.

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Gráfico 8 - Índices de concentração setoriais dos diferentes setores do Município de Ijuí no período de 2008 - 2016

Fonte: Elaborado pela autora (2017).

0 0,2 0,4 0,6 0,81 1,2 1,4 1,6 1,8

Indices de concentração Setorial

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

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CONCLUSÃO

O objetivo deste estudo foi analisar os índices de concentração setoriais do município de Ijuí em seus diferentes setores no período de 2008 – 2016. Constatou-se, neste sentido, que em relação a cada setor – agropecuária, indústria, construção civil, comércio e serviços – o que mais se sobressai são os setores de comércio e, principalmente, o setor de serviços, visto que são os que mais empregam no município.

Em resposta aos objetivos específicos, procurou-se explicar o conceito de desenvolvimento através de diferentes linhas de pensamento de autores, analisar os índices de concentração setoriais, entre eles o Hirschman – Herfindahl, Quociente Locacional e Gini Locacional, sendo possível, com os dados do Ministério do Trabalho e Emprego, Relação Anual de Informações Sociais e Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, quantificar esses índices.

Os índices de concentração setoriais possibilitaram a acadêmica aprofundar as análises a respeito do município, comparando esse com a região, através da apuração de cálculos elaborados mediante dados do emprego formal nos setores.

A partir dos dados dos vínculos empregatícios, constatou-se que o setor que mais vem decolando no município é o serviço, em segundo é o comércio, em terceiro a indústria, em quarto a construção civil e, por fim, a agropecuária, visto que, esse último tem decrescido durante todo o período e os demais também decresceram em 2015 e 2016, devido a crises políticas e financeiras ocorridas no País.

Desta forma, analisando o conceito de desenvolvimento a partir da teoria econômica, pode-se constatar que os setores contribuem para estudos voltados ao desenvolvimento local, pois devido aos dados da RAIS, como aufere com empregabilidade, de certa forma esse tem proporcionado aos indivíduos poder de consumo, que faz com que comprem/gastem em sua localidade produtos que muitas vezes são produzidos na região, contribuindo para o desenvolver deste município e desta região, o que tem sido proporcionado pelo processo de modernização e de inovação, pois, com a tecnologia, os empresários tem se especializado em técnicas que proporcionam criar e produzir em sua região, utilizando recursos como mão-de-obra, matéria-prima e capital de sua própria região.

O conceito de desenvolvimento não resume-se a apenas uma forma de crescimento, esse remete-se a uma mudança que propicia aos indivíduos melhores condições de vida e bem-estar, o desenvolver aufere a qualidade de vida para seus usufruintes, visto que, começa com um local, um município, uma região, um conjunto de regiões e, por fim, um País, ou seja,

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para nos tornarmos desenvolvidos é preciso melhorar a nossa localidade e, investindo nesta pode ser uma forma. Contemplar esse estudo faz com que se verifique que o setor que possui mais poder no mercado pode ser o que mais contribui, pois utiliza-se de recursos desta localidade.

A partir da elaboração deste estudo fica apresentada a proposta de novas pesquisas ligadas ao tema, podendo ser aprofundada a análise e as experimentações em relação aos índices de concentração industrial/setorial e ao desenvolvimento local do município de Ijuí, tendo como base a estrutura deste estudo.

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