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Tratamento de efluentes hospitalares: análise qualitativa do sistema de tratamento de efluentes na Associação Hospital de Caridade Ijuí-RS

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Academic year: 2021

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LUCAS GEMELLI WIECZOREK

TRATAMENTO DE EFLUENTES HOSPITALARES: ANÁLISE

QUALITATIVA DO SISTEMA DE TRATAMENTO DE EFLUENTES NA

ASSOCIAÇÃO HOSPITAL DE CARIDADE IJUÍ-RS

Ijuí/RS 2018

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TRATAMENTO DE EFLUENTES HOSPITALARES: ANÁLISE

QUALITATIVA DO SISTEMA DE TRATAMENTO DE EFLUENTES NA

ASSOCIAÇÃO HOSPITAL DE CARIDADE IJUÍ-RS

Trabalho de Conclusão de Curso de Engenharia Civil apresentado como requisito parcial para obtenção do título de Engenheiro Civil.

Orientador: Prof. Drº Giuliano Crauss Daronco

Ijuí /RS 2018

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TRATAMENTO DE EFLUENTES HOSPITALARES: ANÁLISE

QUALITATIVA DO SISTEMA DE TRATAMENTO DE EFLUENTES NA

ASSOCIAÇÃO HOSPITAL DE CARIDADE IJUÍ-RS

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado para a obtenção do título de ENGENHEIRO CIVIL e aprovado em sua forma final pelo professor orientador e pelo membro da banca examinadora.

Ijuí, 25 de junho de 2018

Prof. Giuliano Crauss Daronco Doutor pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul - Orientador

Prof. Lia Geovana Sala Costa Coordenadora do Curso de Engenharia Civil/UNIJUÍ BANCA EXAMINADORA

Prof. Joice Viviane de Oliveira (UNIJUÍ) Mestre pela Universidade Federal do Rio de Janeiro

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Dedico este trabalho aos meus familiares, minha esposa, filha e amigos. Agradeço pela compreensão, paciência, carinho, amor e estímulo para percorrer essa trajetória.

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Agradeço primeiramente a Deus por ter me dado força e iluminando meu caminho, por tudo que tem proporcionado e pela coragem para que pudesse concluir mais uma etapa da minha vida.

Aos meus familiares que sempre estiveram ao meu lado apoiando e incentivando a dar continuidade aos meus estudos, proporcionando assim um futuro melhor. Enfim por todos os conselhos e pela confiança em mim depositada, meu imenso agradecimento.

A minha esposa Luana, pela compressão e dedicação que foram de muita importância para o desenvolvimento desta investigação. Pelo carinho e atenção que sempre teve comigo, me apoiando em todos os momentos, por me incentivar em ir em busca dos meus sonhos.

A minha pequena Isabela, que mesmo ainda não compreendendo, fica na espera do pai com olhares atentos esperando o colo nas noites e finais de semanas de estudo.

Ao meu orientador Prof. Drº Giuliano Crauss Daronco, por me desafiar, acreditar e valorizar o caminho percorrido para elaboração deste trabalho. Sou muito grato por suas experiências, que foram fundamentais para minha formação nesse período de pesquisa.

Aos professores e colegas do curso, pelas trocas de informações de extrema importância, das divertidas e agradáveis conversas.

Ao Hospital de Caridade de Ijuí, que permitiu conhecer suas instalações, possibilitando obter informações que pudesse realizar este trabalho. Espero que possa contribuir para o crescimento desta instituição de extrema importância para o município e Região.

Por fim, gostaria de agradecer a todos que contribuíram direta ou indiretamente para o meu sucesso e para a realização deste trabalho, pelo carinho e compreensão nos momentos em que a dedicação aos estudos foi exclusiva, meu eterno AGRADECIMENTO.

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“Se cheguei até aqui foi porque me apoiei no ombro dos gigantes” Issac Newton “Saber não é o bastante, precisamos aplicar. Querer não é o bastante, precisamos fazer.” Bruce Lee "O único homem que está isento de erros, é aquele que não arrisca acertar." Albert Einstein

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WIECZOREK, L. G. Tratamento de Efluentes Hospitalares: Análise Qualitativa do Sistema de Tratamento de Efluentes na Associação Hospital de Caridade Ijuí-RS. 2018. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Engenharia Civil, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, Ijuí, 2018.

O destino final dos efluentes sanitários vem se tornando uma preocupação constante, sendo um componente preferencial na proliferação de doenças. O crescimento populacional trouxe à necessidade de ampliação do sistema de atendimento à saúde da população, culminando no aumento da produção de efluente pelos hospitais, obrigando as instituições a se adaptarem no tratamento de efluentes, onde devem dar destino adequado aos líquidos gerados. A maioria dos hospitais de pequenas cidades são organizações filantrópicas, mantidas com recursos públicos e doações, tendo dificuldade para fazer grandes investimentos no tratamento dos efluentes. O trabalho proposto abordará uma análise qualitativa do sistema de tratamento de efluentes na Associação Hospital de Caridade Ijuí-RS. A metodologia de investigação empregada nesta pesquisa, apresenta estratégias para o desenvolvimento do estudo, realizando um levantamento bibliográficos das Legislações, Normativas e Diretrizes Ambientais, bem como trabalhos técnicos científicos, os quais auxiliaram na fundamentação teórico reflexiva da temática em estudo.

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WIECZOREK, L. G. Treatment of Hospital Effluents: Qualitative Analysis of the Effluent Treatment System at the Association of Charity Hospital Ijuí-RS. 2018. Completion of Course Work. Civil Engineering Course, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, Ijuí, 2018.

The final destination of sanitary effluents has become a constant concern, being a preferential component in the proliferation of diseases. Population growth has led to the need to expand the health care system of the population, culminating in increased effluent production by hospitals, obliging institutions to adapt to the treatment of effluents, where they must give adequate destination to the liquids generated. Most small-town hospitals are philanthropic organizations, held with public resources and donations, having difficulty making large investments in effluent treatment. he proposed work will address a qualitative analysis of the effluent treatment system in the Association Hospital Charity Ijuí-RS. The research methodology used in this research presents strategies for the development of the study, carrying out a bibliographical survey of Legislation, Norms and Environmental Guidelines, as well as scientific technical works, which helped in the reflective theoretical basis of the subject under study.

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Figura 1: Fachada principal do Bloco 03 do Hospital de Caridade de Ijuí ... 13

Figura 2: Vista aérea do Hospital de Caridade de Ijuí ... 14

Figura 3: Níveis de Tratamento de esgoto existentes ... 18

Figura 4: Fluxograma Tratamento Preliminar ... 19

Figura 5: Tratamento Primário ... 20

Figura 6: Lagoa Facultativa ... 21

Figura 7: Lagoa Anaeróbia Facultativa ... 21

Figura 8: Lagoa Aerada Facultativa ... 22

Figura 9: Tratamento Terciário ... 23

Figura 10: Delineamento da pesquisa ... 33

Figura 11: Localização da Associação Hospital de Caridade Ijuí ... 35

Figura 12: Localização apontada em vermelho do tratamento dos efluentes do HCI, composta por um gradeamento, fossa séptica e filtro anaeróbio ... 38

Figura 13: Imagem A e B, evidenciando o início das obras de marcação do gabarito e escavação do terreno ... 40

Figura 14: Construção da base das galerias do sistema de filtragem dos efluentes hospitalar ... 41

Figura 15: Construção das paredes internas e externas do filtro anaeróbio ... 41

Figura 16: Imagem A, evidenciando a conclusão das paredes internas e externas do filtro. Imagem B, dutos de passagem do efluente construídos entre meio as paredes de alvenaria ... 42

Figura 17: Imagem A, preenchimento das galerias. Imagem B, construção da cinta de amarração sobre a extensão das paredes externas da galeria ... 43

Figura 18: Colocação das tampas de concreto armado sobre as galerias ... 44

Figura 19: Fluxograma da rede de esgoto sanitário e lavanderia, fossa séptica e filtro anaeróbio ... 44

Figura 20: Atividades de esgotamento da fossa séptica, com retirada do lodo ... 46

Figura 21: Caixas do gradeamento do sistema de efluentes sanitários (seta vermelha) e lavanderia (seta azul) ... 48

Figura 22: Vista da área externa do HCI, onde foi instalado o sistema de tratamento de efluente (seta vermelha). Na seta azul representa a condução do efluente da lavanderia ... 48

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Figura 24: Zoneamento da rede externa do esgoto sanitário e lavanderia do HCI ... 50

Figura 25: Detalhamento da rede de esgoto cloacal e lavandeira... 51

Figura 26: Detalhamento da fossa séptica ... 52

Figura 27: Detalhamento do filtro anaeróbio ... 52

Figura 28: Localização da caixa A - Rede de esgoto sanitário (seta vermelha) com passagem dos efluentes do Bloco 01/02/03/04/05/06 ... 53

Figura 29: Localização da caixa B.1 - Rede de esgoto sanitário (seta vermelha) com passagem dos efluentes do Bloco 01/02/03/04/05/06 e Localização da Caixa B.2 - Rede de Esgoto Lavanderia (seta azul)... 53

Figura 30: Localização da caixa C.1 – Gradeamento da rede de esgoto sanitário (seta vermelha) passagem dos efluentes do Bloco 01/02/03/04/05/06/07/08 e Localização da caixa C.2 - Gradeamento da rede de esgoto lavanderia (seta azul)... 54

Figura 31: Localização da caixa C.1 – Gradeamento da rede de esgoto sanitário (seta vermelha) passagem dos efluentes do Bloco 01/02/03/04/05/06/07/08 e localização da caixa C.2 - Gradeamento da rede de esgoto lavanderia (seta azul)... 54

Figura 32: Localização da caixa D – Caixa de inspeção com alçapão para separação da rede de esgoto sanitário (seta vermelho) e rede de esgoto lavanderia (seta azul), setas demostra o fluxo dos efluentes ... 55

Figura 33: Localização da caixa D – Caixa de inspeção com alçapão para separação da rede de esgoto sanitário e rede de esgoto lavanderia ... 55

Figura 34: Localização caixa E – Caixa de passagem e inspeção da ligação do filtro anaeróbio e rede esgoto lavanderia - com lançamento final na rede coletora Municipal ... 56

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Tabela 1: Características das impurezas dos efluentes domésticos ... 23

Tabela 2: Características das impurezas dos efluentes hospitalares ... 24

Tabela 3: Áreas individuais dos Blocos do complexo hospitalar ... 35

Tabela 4: Dados aproximados referente aos serviços internos do HCI ... 37

Tabela 5: Parâmetros de monitoramento do sistema de tratamento dos efluentes da Associação HCI, dispostas na LO emitida pela FEPAM ... 46

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ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente CONSEMA Conselho Estadual de Meio Ambiente CORSAN Companhia Riograndense de Saneamento DBO Demanda Bioquímica de Oxigênio

DQO Demanda Química de Oxigênio

EAS Estabelecimentos Assistenciais de Saúde ETE Estação de Tratamento de Esgoto

FEPAM Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luiz Roessler – RS HCI Hospital de Caridade de Ijuí

LO Licença de Operação

LOR Licença de Operação/Regularização

LP Licença Previa

LI Licença de Instalação

RDC Resolução da Diretoria Colegiada SEMA Secretaria Estadual de Meio Ambiente

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1 INTRODUÇÃO ... 13 1.1 PROBLEMAS ABORDADOS ... 15 1.1.1 Questões de Pesquisa ... 15 1.1.2 Objetivos de Pesquisa ... 15 1.1.3 Estrutura do Trabalho ... 16 2 REVISÃO DA LITERATURA ... 17 2.1 EFLUENTE ... 17

2.1.1 Sistema de Tratamento de Esgoto ... 18

2.1.1.1 Tratamento Preliminar ... 19

2.1.1.2 Tratamento Primário ... 19

2.1.1.3 Tratamento Secundário ... 20

2.1.1.4 Tratamento Terciário ... 22

2.1.2 Características dos Efluentes ... 23

2.1.3 Tratamento do Efluente Sanitário Hospitalar ... 25

2.1.4 Tratamento de Efluente de Lavanderia Hospitalar ... 26

2.2 Licenças Ambientais ... 27

2.2.1 Legislações Ambientais sobre os Efluentes ... 28

2.2.1.1 Legislação no Âmbito Federal ... 28

2.2.1.2 Legislação no Âmbito Estadual ... 30

3 MÉTODO DE PESQUISA ... 32

3.1 ESTRATÉGIA DE PESQUISA ... 32

3.2 DELINEAMENTO ... 33

3.3 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO ... 33

4 RESULTADOS ... 35 4.1 HISTÓRICO DA IMPLANTAÇÃO DO FILTRO ANAERÓBIO NO

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DO HCI ... 47 5 CONCLUSÃO ... 57 REFERÊNCIAS ... 58

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1 INTRODUÇÃO

O projeto busca compreender como é realizado o sistema de tratamento dos efluentes hospitalares como um todo, tendo como base as Resoluções Ambientais que dispõe das condições, parâmetros e padrões para geração do lançamento de efluentes em corpos de água receptores.

A pesquisa teve como objeto de estudo a Associação Hospital de Caridade Ijuí (Figura 01 e 02), a qual está localizada no município de Ijuí-RS. A Instituição em estudo possui uma área total do terreno de 18.000 m², com 25.294,10 m² de área construída.

Figura 1: Fachada principal do Bloco 03 do Hospital de Caridade de Ijuí

Fonte: Hospital de Caridade de Ijuí (2015).

Atualmente esta instituição presta serviços de atendimento normais e especializados, de baixa, média e alta complexidade, com aproximadamente 1167 profissionais envolvidos, dispondo de aproximadamente 200 leitos, atendendo cerca de 120 municípios das regiões Centro, Norte e Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul. Junto a suas dependências, o Hospital de Caridade de Ijuí - HCI dispõe de um sistema de tratamento denominado de filtro anaeróbio, o qual realiza a filtragem dos efluentes líquidos oriundos dos diversos serviços de saúde prestados pelo hospital.

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__________________________________________________________________________________________ Figura 2: Vista aérea do Hospital de Caridade de Ijuí

Fonte: Hospital de Caridade de Ijuí (2015).

Segundo Cezimbra (2015), um dos maiores problemas ambientais da atualidade é a má gestão dos recursos hídricos. No caso dos Estabelecimentos Assistenciais de Saúde - EAS, o tratamento dos efluentes torna-se ainda mais necessário, uma vez que, se descartados sem tratamento prévio ocasionam impactos ambientais. No mesmo sentido, Arend e Henkes (2014) afirmam que, o tratamento de efluentes hospitalares deve ser realizado buscando qualidade e padrão definido por normativa, usando os níveis de tratamento e eficiência necessários.

Conforme a Constituição Federal (BRASIL, 1988) o Art. 225, é direito de todos viver em um ambiente ecologicamente equilibrado, de uso comum do povo, essencial a qualidade de vida, sendo de responsabilidade do poder público e sua coletividade o dever de preservar o meio ambiente, de modo a garantir o bem-estar das futuras gerações.

Neste sentido, a Resolução do CONAMA nº 430 de 2011, dispõe sobre a importância do tratamento prévio dos efluentes antes de lançados junto aos corpos d´água receptores, bem como, a importância em atender aos padrões de qualidade estipulados, podendo assim garantir as boas condições do ecossistema aquático e o bem-estar da população como um todo (BRASIL, 2011).

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1.1 PROBLEMAS ABORDADOS

Como é realizado o tratamento de efluente da Associação Hospital de Caridade Ijuí e qual a importância de um sistema de tratamento de efluentes hospitalares no contexto ambiental. Os efluentes hospitalares quando lançados diretamente aos recursos hídricos sem tratamento prévio, podem ser considerados um agente causador de impacto ao meio ambiente e a saúde pública, uma vez que estes carregam consigo uma grande quantidade de microrganismos patogênicos causadores de doenças infecciosas.

1.1.1 Questões de Pesquisa

A partir do problema identificado, foi elaborada a questão geral de pesquisa:  Como ocorre o funcionamento do tratamento de efluentes?

A partir daí outras questões secundárias surgem:  O que são efluentes hospitalares?

 Quais são as legislações ambientais que tratam da temática de efluentes?  Como se dá o tratamento do efluente sanitário e da lavanderia do hospital HCI? 1.1.2 Objetivos de Pesquisa

A pesquisa tem como objetivo principal, compreender como é realizado o funcionamento de um sistema de tratamento de efluente hospitalar e qual a sua importância no contexto ambiental, tendo como fundamentação as legislações ambientais vigentes.

Portanto, para alcançar o objetivo proposto, realizou-se uma pesquisa qualitativa sobre os sistemas de tratamento de efluentes e as legislações ambientais.

Com base nisso, foi abordado alguns exemplos de sistemas de tratamento de efluentes e seus processos de implementação, bem como, as legislações ambientais que regulamentam a implantação de sistemas de tratamento de efluentes junto as Estabelecimentos Assistenciais de Saúde - EAS. Na sequência será apresentado o sistema de tratamento de efluente da Associação Hospital de Caridade Ijuí, local onde foi desenvolvida a parte prática da pesquisa, demonstrando como é realizado o tratamento de efluentes no local.

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1.1.3 Estrutura do Trabalho

Este trabalho será apresentado em cinco capítulos básicos, sendo:

 Primeiro Capítulo: Introdução, onde está contemplado uma breve apresentação sobre o local onde a pesquisa foi desenvolvida, os Problemas e objetivos abordados na pesquisa, e a Estrutura do Trabalho;

 Segundo Capítulo: Referencial Bibliográfico, onde são abordados o contexto do Tratamento de Efluentes Hospitalares, Sistemas de Tratamento existentes, Características dos Efluentes e Legislações que fundamentam a pesquisa;  Terceiro Capítulo: Metodologia da pesquisa e caracterização da área de estudo;  Quarto Capítulo: Analise e Resultados, traz o resultado com utilização da metodologia proposta, onde descreve o sistema de tratamento existente na área do Hospital e atividades desenvolvidas;

 Quinto Capítulo: Conclusão, neste capítulo será realizada uma breve analise do trabalho, apresentando os resultados obtidos na pesquisa, bem como sugestões para trabalhos futuros.

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2 REVISÃO DA LITERATURA

Neste capítulo foi abordado tópicos relevantes ao desenvolvimento do estudo, tais como: Efluente, Sistema de Tratamento de Esgoto; Características dos Efluentes; Tratamento de Efluente Sanitário Hospitalar; Tratamento de Efluente de Lavanderia Hospitalar; e Legislação Ambientais.

2.1 EFLUENTE

Segundo Paiva (2009) as águas residuais produzidas nos EAS se assemelham ao esgoto doméstico, no entanto, existem alguns aspectos adicionais, típicos das atividades que se desenvolvem em instituições Assistenciais de Saúde.

A geração de efluentes hospitalares pode ser considerada uma fonte causadora de impactos ambientas de grandes proporções, uma vez que, quando em contato com o meio ambiente ocasionam alterações no solo e consequentemente a contaminação de corpos hídricos, sejam estes superficiais ou subterrâneos (CEZIMBRA, 2015).

A NBR ISO 14001 (ABNT, 2004) define impacto ambiental como “qualquer modificação do meio ambiente, adversa ou benéfica, que resulte, no todo ou em parte, dos aspectos ambientais da organização”.

Para Tommasi (1994) os impactos ambientais são considerados todo e qualquer alteração física ou funcional sobre o ambiente, visto que essa alteração pode ser qualificada e, muitas vezes, quantificada, pode ser favorável ou desfavorável ao ecossistema ou à sociedade. Neste sentido, a propagação de doenças veiculadas a ingestão de água contaminada vem desencadeando uma série de preocupações junto aos órgãos ambientais, dando ênfase na necessidade de implantação de sistemas de tratamento de efluentes junto aos Estabelecimentos Assistenciais de Saúde, bem como, o gerenciamento e o destino adequado destes efluentes para a minimização dos impactos ambientais e a manutenção da qualidade de vida.

Para Vieira (2013) os efluentes líquidos hospitalares podem ser considerados disseminadores de organismos patogênicos, pois possuem altas concentrações de substâncias tóxicas, tais como antibióticos, substâncias químicas, desinfetantes e reagentes, além de sangue, fezes, urina e líquidos serosos, que carregam consigo uma grande carga de microrganismos e

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patógenos, podendo assim ocasionar sérios riscos à saúde quando em contato com o meio ambiente.

Segundo a Resolução RDC n° 306 de 7 de dezembro de 2004, da ANVISA que dispõe sobre o Regulamento Técnico para o Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde, estabelece que:

Os resíduos líquidos provenientes de esgoto e de águas servidas de estabelecimento de saúde devem ser tratados antes do lançamento no corpo receptor ou na rede coletora de esgoto, sempre que não houver sistema de tratamento de esgoto coletivo atendendo a área onde está localizado o serviço, conforme definido na RDC ANVISA nº. 50/2002.

No mesmo sentido, a Resolução do CONAMA nº 358 de 29 de abril de 2005, ressalta a importância do tratamento e a disposição final dos resíduos oriundos dos serviços de saúde, conforme seu Art. 11, onde institui que:

Os efluentes líquidos provenientes dos estabelecimentos prestadores de serviços de saúde, para serem lançados na rede pública de esgoto ou em corpo receptor, devem atender às diretrizes estabelecidas pelos órgãos ambientais, gestores de recursos hídricos e de saneamento competentes.

Deste modo, o tratamento prévio dos efluentes hospitalares antes do seu lançamento final junto a rede pública coletora, torna-se uma excelente alternativa para minimizar as concentrações das cargas poluidoras e os custos finais no tratamento de esgoto.

2.1.1 Sistema de Tratamento de Esgoto

Neste tópico serão abordados alguns exemplos de tratamento de esgoto existentes e como funcionam cada uma destas etapas.

Segundo Von Sperling (2005), os principais níveis de tratamento de esgotos podem ser classificados de acordo com os níveis de eficiência que se almeja atingir, sendo estes Figura 3.

Figura 3: Níveis de Tratamento de esgoto existentes

Fonte: Autoria Própria (2018).

Tratamento Preliminar Remoção de sólidos grosseiros e Areia Tratamento Primário Decatação de Sólidos, digestão e secagem do lodo Tratamento Secundário Remoção da Matéria Orgânica (Biologicamente) Tratamento Terciário Remoção de nutrientes, metais pesados, compostos não biodegradáveis e microarganismos patogênicos

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2.1.1.1 Tratamento Preliminar

É a primeira etapa do tratamento que tem como finalidade a remoção dos sólidos grosseiros e areias através de mecanismos físicos (gradeamento, sedimentação e outros), que evitam a passagem de “trapos”, pedaços de madeira, papéis e outros. A remoção destes sólidos grosseiros evitam que estes não danifiquem os dispositivos de transporte do esgoto (tubulações e sistemas de bombeamento), garantindo assim o funcionamento das próximas etapas do processo de tratamento (SAMUEL, 2011).

Figura 4: Fluxograma Tratamento Preliminar

Fonte: Adaptado de SABESP (2012).

Conforme ilustração da Figura 4, os mecanismos de remoção destes resíduos sólidos correspondem à passagem do efluente por um sistema de gradeamento, onde são removidos os sólidos mais grosseiros e posteriormente em um desarenador, para remover as partículas de areia (processo de sedimentação), e por último passa por um medidor de vazão (Calha Parshall). 2.1.1.2 Tratamento Primário

Após passar pelo Tratamento Preliminar, o esgoto ainda dispõe de sólidos em suspensão não grosseiros, na qual sua redução pode ser realizada junto a unidades de sedimentação, reduzindo a matéria orgânica contida no efluente (SAAE, 2006).

Neste sentido, o processo de tratamento primário tem como finalidade a remoção dos sólidos em suspensão sedimentáveis e de sólidos flutuantes, onde estes são removidos através de um decantador, por onde o efluente liquido passa vagarosamente, permitindo que os sólidos em suspensão de maior densidade sejam depositados no fundo do incipiente, formando então o lodo primário (ICLEI, 2010).

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__________________________________________________________________________________________ Figura 5: Tratamento Primário

Fonte: Adaptado Von Sperling (2005).

Segundo Silva (2004), após o tratamento primário, a matéria poluente que permanece na água é de reduzidas dimensões, normalmente constituída de coloides, devido à digestão do lodo, não sendo, portanto, passível de ser removida por processos exclusivamente físico-químicos.

2.1.1.3 Tratamento Secundário

Esta etapa refere-se à remoção de matéria orgânica dissolvida e em suspensão, onde ocorre a inclusão de uma fase biológica. Nesta fase a remoção da matéria orgânica dissolvida (Demanda Bioquímica de Oxigênio – DBO solúvel ou filtrada) e a matéria orgânica em suspensão (DBO suspensa ou particulada), ocorre em função das interações entre os microrganismos (bactérias, fungos e outros), de tal forma que essa matéria orgânica é utilizada como alimento pelos microrganismos (SILVA, 2004). Nesse processo, os microrganismos convertem a matéria orgânica em gás carbônico, água e material celular (VON SPERLING, 2005).

Ainda segundo Von Sperling (2005), os métodos de tratamento secundário por lagoas de estabilização são os mais utilizados atualmente, lagoa facultativa, lagoa anaeróbia facultativa e lagoa aerada facultativa.

Lagoa Facultativa: Considerada um sistema de construção simples, onde o esgoto afluente entra continuamente por uma extremidade e sai continuamente por outra, sem o uso de equipamentos. A matéria orgânica em suspenção sedimenta-se formando um lodo que

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posteriormente é degradado pela ação dos microrganismos anaeróbios, restando apenas uma fração não biodegradável no fundo desta lagoa. Salienta-se ainda que, as lagoas facultativas demandam de grandes áreas, tendo em vista o tempo de detenção de aproximadamente 20 dias para sua degradação.

Figura 6: Lagoa Facultativa

Fonte: http://www.logicambiental.com.br/lagoa-facultativa (2017).

Lagoa Anaeróbia Facultativa: Diferente das lagoas facultativas, as lagoas anaeróbias não demandam de grandes áreas para a degradação da matéria orgânica. Essas lagoas anaeróbias são menores e mais profundas para manter pouca luminosidade nas camadas inferiores da lagoa, diminuindo o processo de fotossíntese, e com isso acabam consumindo maior demanda de oxigênio. Deste modo, o efluente permanecerá na lagoa anaeróbia por cerca de 2 a 5 dias, diferente do processo que ocorre nas lagoas facultativas.

Figura 7: Lagoa Anaeróbia Facultativa

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Lagoa Aerada Facultativa: Este processo necessita de oxigênio e a profundidade para decompor os resíduos sólidos. Neste sistema são utilizados de aeradores que servem para garantir oxigênio ao efluente e manter os sólidos bem separados do líquido, formando a camada de lodo de fundo a ser decomposta aerobiamente. O tempo de detenção dessa lagoa pode chegar a cerca de 5 a 10 dias.

Figura 8: Lagoa Aerada Facultativa

Fonte: Tratamento de Resíduos Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Alagoas (2017).

2.1.1.4 Tratamento Terciário

Este sistema de tratamento busca remover os compostos não biodegradáveis, compostos tóxicos ou, complementar a remoção de poluentes não biodegradados na etapa secundária, conhecido como processos físico-químicos. Deste modo, os níveis de tratamento e eficiência deste sistema estão associados à remoção de contaminantes da água, a fim de adequar o lançamento dos esgotos de acordo com os padrões de qualidade exigido pela legislação (ICLEI, 2010).

Para Von Sperling (2005) e Metcalf & Eddy (2013) a remoção de nutrientes como nitrogênio e fósforo quando não realizados na etapa de tratamento secundário, deverão ocorrer na etapa do sistema de tratamento terciário. Entretanto, essa desinfecção deve levar em conta os custos das atividades envolvidas nesse processo, bem como sua eficácia em relação à remoção efetiva dos organismos, a possível geração de compostos tóxicos e outros aspectos (VON SPERLING, 2005).

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Figura 9: Tratamento Terciário

Fonte: Proacqua - Construção e Comércio (2018).

2.1.2 Características dos Efluentes

Segundo Cezimbra (2015), o gerenciamento dos efluentes hospitalares inicia com a determinação dos pontos de geração, os volumes gerados e as características físico-químicas destes efluentes. Isto permite que seja realizado as ações de controle dos lançamentos de substâncias que tragam riscos ao meio ambiente. Algumas substâncias localizadas são mais complexas, por esse motivo devem ser classificados nas principais substâncias que serão lançadas na rede coletora (ROHLOFF, 2011).

Na Tabela 1, verifica-se algumas impurezas indesejáveis que podem ser encontradas junto as águas residuais domésticas, mostrando alguns dos problemas que causam e os métodos de tratamento para sua remoção (PAIVA, 2009).

Tabela 1: Características das impurezas dos efluentes domésticos

ÁGUAS RESIDUAIS DOMÉSTICAS

IMPUREZAS PROBLEMAS QUE CAUSAM SOLUÇÃO

Sólidos em

suspensão Assoreamento do corpo receptor.

Tratamento primário; Separação e digestão Material orgânico Demanda de oxigênio; Morte de macro-organismos; Odores pela digestão anaeróbia.

Tratamento biológico: 1. Lodo ativado; 2. Anaeróbio (UASB);

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Nutrientes

Eutrofização: crescimento exagerado da vida aquática, deterioração da água subterrânea. Tratamento terciário Biológico: nitrificação + desnitrificação. Biológico ou físico-químico Patógenos

Transmissão de doenças, vírus, bactérias, protozoários, ovos de helmintos.

Morte pelo tempo

Desinfecção: Cl2 (Cloro) , O3

(Ozono), UV (Ultravioleta) e filtração.

Fonte: Monitoramento da Estação de Tratamento de Esgoto do Hospital Geral Waldemar de Alcântara – Fortaleza (CE) como instrumento de Gestão de Efluentes (PAIVA, 2009).

Sendo assim, faz-se necessário o conhecimento integral das características do esgoto hospitalar, sendo assim realizada a escolha adequada para o tratamento dos efluentes dos EAS (PAIVA, 2009).

Na Tabela 2, pode ser evidenciada as características dos efluentes líquidos hospitalares, bem como suas impurezas, problemas que causam e soluções.

Segundo Paiva (2009) tendo em vista a complexidade dos resíduos líquidos hospitalares, recomenda-se que durante a planejamento de projetos de tratamento de esgoto dos Estabelecimentos Assistenciais de Saúde, sejam realizadas uma caracterização para cada tipo de contaminantes gerado junto ao EAS, tendo em vista as características físicas, químicas e bacteriológicas de cada resíduo.

Tabela 2: Características das impurezas dos efluentes hospitalares

ÁGUAS RESIDUAIS HOSPITALARES

IMPUREZAS PROBLEMAS QUE CAUSAM SOLUÇÃO

Óleos e graxas (cozinha e restaurante)

Demanda de oxigênio dissolvido: Morte de macro-organismo, odores pela digestão anaeróbia, entupimento de tubulações, distúrbios na manta de lodo do reator UASB e no decantor do reator aeróbio

Separação física + digestão anaeróbia

Lavanderia Demanda de OD, inibidores de

microrganismos do tratamento biológico

Tanque de homogeneização e regularização da vazão + tratamento anaeróbio + tratamento aeróbio e desinfecção. Materiais

antissépticos Bactericidas (afeta tratamento biológico)

Tratamento preliminar específico

Restos de remédios

Tóxicos para micro e macrorganismos no

sistema de tratamento e no meio ambiente Incineração

Fonte: Monitoramento da Estação de Tratamento de Esgoto do Hospital Geral Waldemar de Alcântara – Fortaleza (CE) como instrumento de Gestão de Efluentes (PAIVA, 2009).

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Para Cezimbra (2015) os efluentes hospitalar apresentam características físicas, químicas e biológicas similares às do esgoto doméstico, onde apresentam pequenas diferenças dos parâmetros como matéria orgânica, Demanda Bioquímica de Oxigênio - DBO e Demanda Química de Oxigênio - DQO, metais pesados, coliformes e pH. Estes efluentes, ambos coletados pela mesma rede de esgotos e dirigidos para a mesma estação de tratamento, na maior parte dos casos, mesmo que as águas derivadas de hospitais possam apresentar substâncias como fármacos, desinfetantes e compostos químicos em elevadas concentrações e até mesmo organismos, patogênicos ou não, resistentes a antibióticos, apresentam praticamente as mesmas características dos efluentes domésticos.

Entretanto, devido os efluentes hospitalares apresentarem compostos como fármacos em geral, muitos organismos como bactérias podem tornar-se resistentes. (KÜMMERER et al., 1999 apud SILVEIRA, 2004; BARRETO, 2007).

2.1.3 Tratamento do Efluente Sanitário Hospitalar

Os efluentes hospitalares são considerados uma das principais fontes de poluição para o meio ambiente e a saúde pública, visto que estes carregam na sua composição uma mistura de diferentes microrganismos, resíduos patológicos, químicos radioativos, infecciosos e farmacêuticos. Neste sentido, a falta de tratamento prévio dos efluentes líquidos hospitalares antes do seu descarte final, podem ocasionar sérios impactos ambientais e problemas de saúde pública (GAUTAM; KUMAR; SABUMON, 2007).

Apesar da crescente preocupação com o gerenciamento correto dos resíduos provenientes dos EAS, pouca atenção era dada para a geração destes efluentes junto a estes estabelecimentos, bem como seu tratamento e descarte adequado. Entretanto, tendo em vista os altos níveis de poluição ambiental, diversos estudos sistemáticos foram realizados acerca da caracterização dos impactos oriundos do lançamento de efluentes hospitalares junto aos corpos d`água receptores, os quais buscam auxiliar na minimização dos efeitos negativos sobre o ambiente. (GAUTAM et al., 2006, apud PRADO T., 2007).

A implantação de sistemas de tratamento junto as Estabelecimentos Assistenciais de Saúde - EAS é uma excelente alternativa para minimização de impactos ambientais, entretanto a instalação deste sistema depende da disponibilidade de recursos financeiros que a instituição dispõe para empregar na construção e operação de cada etapa de tratamento.

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Contudo, vale ressaltar que quaisquer atividades relacionadas a instalação de um sistema de tratamento de efluentes estão sujeitas a Licenciamento Ambiental junto ao órgão Ambiental competente, com vistas a obtenção de Licença de Operação.

2.1.4 Tratamento de Efluente de Lavanderia Hospitalar

Conforme Souza (2012), a lavagem das roupas em hospitais, geram elevados volumes de efluentes que possuem substâncias com alto poder poluidor. As águas provenientes das lavanderias têm como característica a presença de detergentes e por vezes apresentam microrganismos patogênicos. Estes detergentes podem apresentar adjuvantes e outros aditivos, como: polifosfatos, carbonatos, corantes, agentes bactericidas, enzimas, além de princípios ativos (HOAG, 2008).

A lavanderia dos Estabelecimentos Assistenciais de Saúde - EAS é um dos principais serviços de apoio ao atendimento de pacientes, sendo responsável pelo processamento da roupa e sua distribuição em perfeitas condições de higiene e conservação, em quantidade adequada a todas às unidades do hospital (BRASIL, 1986).

De acordo com o Ministério da Saúde, este é considerado o setor que utiliza cerca da metade da água consumida junto à EAS, resultantes dos processos de lavagem de roupas de cama, cobertores, lençóis, panos de limpeza, avental, panos do campo cirúrgico, compressas, jaleco, entre outros (ANVISA, 2009). Estes setores chegam a utilizar entre 35 a 40 litros de água para cada kg de roupa seca processada (BRASIL, 1986).

Neste sentido, as águas residuais oriundas dos serviços de lavanderia hospitalar carregam uma grande concentração de vírus e bactérias que variam conforme a classificação dos serviços prestados no local, os quais podem conter uma mistura complexa resultante dos produtos químicos utilizados durante o processo de lavagem e da carga orgânica e inorgânica proveniente da sujidade das roupas lavadas (J. P. ZOTESSO, et al., 2015).

Conforme ANVISA, 2009:

O sistema de esgoto da unidade de processamento de roupas deve ter capacidade suficiente para receber os efluentes de todas as lavadoras, simultaneamente, não incorrendo no perigo de transbordamento, visto que a implantação de caixas retentoras de sabão precisa ser prevista a fim de que não haja o transbordamento de espumas. Caso a região onde a unidade estiver localizada tenha rede coletiva de coleta e tratamento de esgoto, todo o efluente resultante pode ser lançado nessa rede sem tratamento prévio. Não havendo rede de coleta e tratamento, todo o efluente deve receber tratamento antes de ser lançado em cursos d’água, eliminando-se, antes,

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materiais graxos (excesso de gorduras), materiais sólidos decorrentes da quebra das fibras e ajustando-se o pH para a faixa estabelecida (usualmente entre 4,5 e 10,5), de acordo com a Resolução CONAMA nº. 357 de 17 de março de 2005, que estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes.

Para Kist, et al. (2006), a nocividade dos efluentes oriundos de lavanderia hospitalar é uma das mais acentuadas dentre os diversos setores de uma unidade de saúde, devido à presença dos poluentes em maior concentração e dos produtos químicos inseridos durante a lavagem. Por outro lado, este é um dos setores essenciais para a eficiência do hospital, deste modo, considera-se necessário o pré-tratamento destes efluentes visando a desinfecção e detoxificação antes do seu lançamento final.

2.2 LICENÇAS AMBIENTAIS

Segundo a Resolução CONAMA nº 237/97, o Licenciamento Ambiental: caracteriza-se como procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente licencia a localização, instalação, ampliação, reforma, construção, recuperação, desativação e a operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental, considerando as disposições legais e regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao caso.

Segundo Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luiz Roessler - FEPAM, as Licenças Ambientais expedidas pelo órgão licenciador devem seguir a seguinte ordem:

 Licença Prévia (LP): Licença concedida na fase preliminar do planejamento do empreendimento ou atividade aprovando sua localização e concepção, atestando a viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos básicos e condicionantes a serem atendidos nas próximas fases de sua implementação;

 Licença Instalação (LI): Licença que autoriza a instalação do empreendimento ou atividade de acordo com as especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo as medidas de controle ambiental e demais condicionantes, da qual constituem motivo determinante;

 Licença de Operação (LO): Licença que autoriza a operação da atividade ou do empreendimento após a verificação do efetivo cumprimento do que consta das licenças anteriores, com as medidas de controle ambiental e condicionantes determinados para a operação.

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Ressalta-se ainda que, todo e qualquer empreendimento que utilizem de recursos naturais, bem como, possam ocasionar impactos sobre o meio ambiente e não disponham de licença ambiental, o pedido de Licenciamento deve ser encaminhado na modalidade de Licença de Operação/Regularização- LOR, visto que, toda a atividade causadora de impacto ambiental, sem Licença Ambiental está sujeita a infrações Penais.

2.2.1 Legislações Ambientais sobre os Efluentes

As legislações ambientais que orientaram a pesquisa proporcionam melhor embasamento teórico reflexivo sobre o tema em estudo, as quais sugerem alternativas de minimização dos impactos ambientais ocasionados pelo destino final dos efluentes líquidos sanitários e de lavanderia definindo parâmetros de qualidade e padrões de lançamento dos efluentes.

Entretanto, as legislações ambientais relacionadas a geração, tratamento e descarte de efluentes, tanto no âmbito Federal quanto no âmbito Estadual, nenhuma delas diferem os efluentes hospitalares dos demais efluentes. Neste sentido, para auxiliar no processo de classificação, utiliza-se as legislações do Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA e do Conselho Estadual do Meio Ambiente – CONSEMA.

2.2.1.1 Legislação no Âmbito Federal

As Legislações Federais relacionadas aos efluentes líquidos em geral, são descritas pelo CONAMA, órgão consultivo e deliberativo do Sistema Nacional do Meio Ambiente, o qual foi instituído pela Lei Federal nº 6.938/81, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente. Neste sentido, a temática de efluentes é descrita pelas Resolução do CONAMA nº 430/2011, a qual complementa e altera a Resolução nº 357 de março de 2005, onde estabelecem as condições e padrões de lançamento de efluentes junto aos corpos de água receptores, respeitando as diretrizes ambientais, evitando possíveis impactos sobre os recursos hídricos.

Deste modo, o tratamento dos efluentes de origem dos serviços de saúde é indispensável antes da disposição final junto ao corpo d’água receptores, uma vez que, nestes estão depositados diferentes tipos de patógenos, vírus e bactérias que, ao entrar em contato com a água sem tratamento prévio, ocasionam impactos ambientais de grandes proporções.

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Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, a qual dispõe de normativas relacionadas aos efluentes líquidos, podemos citar algumas como:

 NBR 9897/97, que fixa as condições exigíveis para a elaboração de planejamento de amostragem de efluentes líquidos e corpos de água receptores;  NBR 13969/97, que dispõe de alternativas técnicas para a implantação e operação de unidades de tratamento de efluentes líquidos, bem como disposição final;

 NBR 9898/87, que dispõe sobre preservação e técnicas de amostragem de efluentes líquidos e corpos receptores;

 NBR 13042/95, que dispõe sobre caracterização de cargas poluidoras em efluentes líquidos industriais e domésticos;

 NBR 13403/95, que dispõe sobre medição de vazão em efluentes líquidos e corpos receptores;

 NBR 8160/99, sistemas prediais de esgoto sanitário -Projeto e execução;  NBR 7229/93 – que dispõe as condições exigíveis para projeto, construção e

operação de sistemas de tanques sépticos, incluindo tratamento e disposição de efluentes e lodo sedimentado.

Segundo o Ministério do Meio Ambiente - MMA e o Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA, ambos ressaltam a importância do tratamento prévio de efluentes provenientes dos serviços hospitalares:

Os efluentes líquidos provenientes dos estabelecimentos prestadores de serviços de saúde, para serem lançados na rede pública de esgoto ou em corpo receptor, devem atender às diretrizes estabelecidas pelos órgãos ambientais, gestores de recursos hídricos e de saneamento competentes.

Deste modo, o Ministério Federal da Saúde, dispõe da Resolução RDC nº 50, de 21 de fevereiro de 2002, que busca auxiliar os Estabelecimentos Assistenciais de Saúde – EAS, na elaboração dos sistemas de tratamento de efluentes, dispondo de regulamentos técnicos de planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos físicos, onde as instalações de esgoto sanitário do EAS devem dispor, além das caixas de separação de materiais usuais, daquelas específicas para os rejeitos das atividades desenvolvidas, como:

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 Caixa de separação de material químico em atividade - laboratório (deve ser observada a natureza do elemento químico e o quantitativo de uso desse para definição da necessidade ou não de instalação da caixa);

 Caixa de gordura - unidade de nutrição e dietética, lactário e nutrição enteral;  Caixa de separação de produto de lavagem - unidade de processamento de roupa;  Caixa de separação de gesso - sala de gesso;

 Caixa de separação de fixadores e reveladores - laboratório para revelação de filmes e chapas a depender do equipamento utilizado;

 Caixa de separação de graxa - oficina de manutenção;

 Caixa de separação para os efluentes de lavadores de gás de chaminés de caldeiras.

De acordo com a Resolução CONAMA nº 358, de 29 de abril de 2005, no seu Art. 11, os efluentes líquidos provenientes dos estabelecimentos prestadores de serviços de saúde, para serem lançados na rede pública de esgoto ou em corpo receptor, devem atender às diretrizes estabelecidas pelos órgãos ambientais, gestores de recursos hídricos e de saneamento competentes.Sendo que, as condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente estão sujeitas a infrações penais e administrativas, independente da obrigação de reparar os danos causados (Constituição Federal, Art. 225, § 3º).

2.2.1.2 Legislação no Âmbito Estadual

O Estado do Rio Grande do Sul dispõe de um órgão Ambiental denominado FEPAM, a qual é responsável pelo licenciamento ambiental de diferentes atividades que possam ocasionar impactos sobre o meio ambiente, fauna e flora.

De acordo com Conselho de Administração da FEPAM, as atividades de licenciamento ambiental de Hospitais passaram a ser obrigatórios a partir da Resolução nº 007/2012, onde passou a considerar essa atividade como impacto ambiental passível de licenciamento.

Segundo o Art. 1º da LEI Estadual nº 11.520/2000 - é de direito de todos viver em um ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Estado, aos municípios, à coletividade e aos cidadãos o dever de defendê-lo, preservá-lo e conservá-lo para as gerações presentes e futuras, garantindo-se a proteção dos ecossistemas e o uso racional dos recursos ambientais.

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A seguir, serão apresentadas algumas Leis e Resoluções relacionadas aos efluentes líquidos e ao meio ambiente, que auxiliam o Estado como um todo, no processo de licenciamento ambiental de atividades vinculadas as Estabelecimentos Assistenciais de Saúde, implantação de sistemas de tratamento de efluentes e destino final:

 LEI nº 10.330/94 - dispõe sobre a organização do Sistema Estadual de Proteção Ambiental, a elaboração, implementação e controle da política ambiental do Estado e dá outras providências;

 LEI nº 11.520, de 03 de agosto de 2000 - institui o Código Estadual do Meio Ambiente do Estado do Rio Grande do Sul e dá outras providências;

 Resolução CONSEMA nº 355/2017 - dispõe sobre os critérios e padrões de emissão de efluentes líquidos para as fontes geradoras que lancem seus efluentes em águas superficiais no Estado do Rio Grande do Sul;

 Resolução CONSEMA nº 128/2006 - dispõe sobre a fixação de Padrões de Emissão de Efluentes Líquidos para fontes de emissão que lancem seus efluentes em águas superficiais no Estado do Rio Grande do Sul;

 Resolução CONSEMA nº 129/2006 - dispõe sobre a definição de Critérios e Padrões de Emissão para Toxicidade de Efluentes Líquidos lançados em águas superficiais do Estado do Rio Grande do Sul;

 Resolução CONSEMA nº 245/2010 - que dispõe sobre a fixação de procedimentos para o licenciamento de Sistemas de Esgotamento Sanitário, considerando etapas de eficiência, a fim de alcançar progressivamente os padrões de emissão e os padrões das Classes dos corpos hídricos receptores, em conformidade com os Planos de Saneamento e de Recursos Hídricos.

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3 MÉTODO DE PESQUISA

Neste item será abordado a metodologia de investigação empregada nesta pesquisa, apresentando as estratégias para o desenvolvimento do estudo. De modo a auxiliar na elaboração deste trabalho, realizou-se um levantamento bibliográficos das Legislações Normativas, Diretrizes Ambientais e trabalhos técnicos científicos, os quais auxiliaram na fundamentação teórica reflexiva da temática em estudo.

Segundo Lüdke et al. (1986), para a realização de uma pesquisa é preciso promover um confronto entre dados, evidências e informações coletadas sobre determinado assunto e o conhecimento teórico acumulado. Desta forma pode-se definir método como a observação sistemática dos fenômenos da realidade através de uma sucessão de passos, orientados por conhecimento teórico, buscando explicar determinadas questões, suas correlações e aspectos não revelados (GOLDENBERG, 1986).

3.1 ESTRATÉGIA DE PESQUISA

Dada a grande extensão das normas relacionadas aos efluentes líquidos, este trabalho restringe-se à Normativas Ambientas, de Implantação, Operação e Disposição Final de Efluentes, bem como a instalação de um sistema de tratamento de efluentes junto aos Estabelecimentos Assistenciais de Saúde - EAS.

A pesquisa sob o ponto de vista de sua natureza, pode ser classificada como pesquisa básica ou pesquisa aplicada, sob o ponto de vista de sua abordagem, pode ser qualitativa ou quantitativa (GERHARDT; SILVEIRA, 2009) e sob o ponto de vista de seus objetivos gerais, as pesquisas podem ser classificadas em três grandes grupos: exploratórias, descritivas e explicativas. (GIL, 2002).

No mesmo sentido o autor ressalta que a pesquisa bibliográfica é caracterizada pela utilização de material pré-existente, sendo os mais usados livros e artigos científicos. O autor ainda traz que o estudo de caso busca conhecer o contexto em que está sendo feito a pesquisa para então formular hipóteses para solução do problema (GIL, 2002).

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3.2 DELINEAMENTO

A pesquisa foi desenvolvida em três etapas, as quais podem ser evidenciadas na Figura 10, as quais estão divididas em três itens, sendo estes: Revisão Bibliográfica, Desenvolvimento e Conclusão.

Figura 10: Delineamento da pesquisa

Fonte: Autoria Própria (2018).

Primeiramente, realizou-se um breve histórico do sistema de tratamento de efluente da Associação Hospital de Caridade Ijui com intuito de conhecer as instalações do mesmo. Em seguida para fundamentar a pesquisa, buscou-se conhecer as legislações vigentes sobre os efluentes líquidos sanitários, com o objetivo compreender essa temática.

Contudo, foi realizado um mapeamento da rede de esgoto cloacal e lavanderia na área do hospital, posteriormente para concluir a pesquisa avaliou-se o levantamento de dados obtidos, as legislações ambientais e normativas hospitalares.

3.3 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

A pesquisa foi desenvolvida junto a Associação Hospital de Caridade Ijuí, onde buscou-se realizar um breve levantamento de dados sobre os sistemas de tratamento dos efluentes sanitários e da lavanderia existentes no local, conhecendo suas instalações e funcionamento.

Posteriormente, realizou-se um mapeamento da rede de esgoto sanitário e da lavandaria, situando os locais das instalações das tubulações externas, caixas de passagem e inspeção,

• Contextualização do tema; • Análise de viabilidade do tema.

Revisão Bibliográfica

• Sistemas de tratamento de efluentes hospitalares;

• Legislações Ambientais sobre os efluentes.

Desenvolvimentos

• Análise dos dados obtidos junto ao HCI; • Análise das Legislações vigentes;

• Sistema de tratamento dos efluentes do HCI.

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gradeamento e posteriormente a sua ligação junto a fossa séptica e filtro anaeróbio, bem como, a sua ligação final a rede coletora.

Para sistematizar as informações adquiridas durante a fase de estudo, realizou-se um levantamento bibliográfico de Normativas, Legislações, Diretrizes Ambientais e trabalhos técnicos científicos, que abordam a temática de efluentes hospitalares e a implantação de sistemas de esgoto junto a Estabelecimentos Assistenciais de Saúde - EAS, a fim de auxiliar na construção da fundamentação teórica deste trabalho.

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4 RESULTADOS

A pesquisa foi desenvolvida junto a Associação Hospital de Caridade Ijuí, localizada no município de Ijuí a qual está situado na porção Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, aproximadamente 410 Km da capital de Porto Alegre (Figura 11).

Figura 11: Localização da Associação Hospital de Caridade Ijuí

Fonte: Google Maps (2018).

Para compreensão do sistema de tratamento dos efluentes do HCI, realizou-se pesquisas bibliográficas e entrevistas junto aos colaborares do Setor de Engenharia/Arquitetura e Administração do hospital, buscando conhecer o sistema de tratamento existente no local.

O complexo hospitalar do HCI, possui uma área construída de 25.295,10 m² em um terreno com área de 18.000 m². Suas edificações são subdivididas em 12 Blocos, na Tabela 3 pode ser evidenciada as áreas individuais de cada Bloco.

Tabela 3: Áreas individuais dos Blocos do complexo hospitalar

Bloco 01 2.884,42 m²

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__________________________________________________________________________________________ Bloco 04 2.686,60 m² Bloco 05 4.660,97 m² Bloco 06 2.890,84 m² Bloco 07 247,55 m² Bloco 08 108,34 m² Bloco 09 247,35 m² Bloco 10 181,21 m² Bloco 11 319,07 m² Bloco 12 410,09 m² Total Geral 25.295,10 m²

Fonte: Hospital de Caridade de Ijuí (2018).

A área de atendimento hospitalar abrange cerca de 120 Municípios das Regiões Centro, Norte e Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul e faz atendimentos de baixa, média e alta complexidade pelo Sistema Único de Saúde - SUS, convênios e particular, oferecendo serviços normais e especializados, como:

Serviços Normais oferecidos pelo EAS:

 Atendimento Imediato – Urgência e Emergência (Alta Complexidade);  Atendimento Ambulatorial;

 Internação Geral (Lactente, Criança, Adolescente e Adultos);  Internação Neonatal;

 Internação Intensiva UTI / CTI;  Centro Cirúrgico;

 Centro de Parto Normal e Centro Obstétrico;  Patologia Clínica (terceirizado);

 Imagenologia;  Métodos Gráficos;

 Farmácia Interna Manipulação e Nutrição Parenteral;  Hemoterapia e Hematologia;  Quimioterapia;  Radioterapia;  Braquiterapia;  Pesquisa Clínica;  Litotripsia Extracorpórea;  Instituto de Olhos;

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 Banco de Leite;

 Reabilitação Fisioterapia;  Diálise;

 SND – Serviço de Nutrição e Dietética;  CME – Centro de Material e Esterilizado;  Processamento de Roupas - Lavanderia; Serviços Especializados oferecidos pelo EAS:

 Centro de Alta Complexidade em Oncologia (CACON);  UTI Neonatal;

 UTI Pediátrica;  UTI Adulto;  UTI Cardiológica;

 Centro Cirúrgico (06 salas);  Instituto do Coração;  Banco de Sangue;  Hemodiálise;  Medicina Nuclear.

Na Tabela 4, verifica-se algumas informações referentes aos serviços internos da Associação HCI, as quais demandam da utilização de água, e consequentemente acarretam na geração efluentes líquidos.

Tabela 4: Dados aproximados referente aos serviços internos do HCI

Nº de leitos: 200

Nº de funcionários: 1167

Nº de refeições (almoço e jantar): 21.500 / mês Nº de café da manhã e lanches: 38.500 / mês

Kg de roupa lavada: 95.000 Kg/mês

Consumo água/mês (sem lavanderia): 2400 m³/mês Órgão fiscalizador ambiental: FEPAM Destino do efluente tratado: Rede Pública

Fonte: Hospital de Caridade de Ijuí (2018).

O tratamento de efluentes do hospital HCI utiliza de um sistema de tratamento denominado filtro anaeróbio, onde realiza o tratamento de todo o esgoto sanitário hospitalar.

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Este sistema é composto por: gradeamento, fossa séptica e filtro anaeróbio. Todo o seu sistema de tubulações é instalado por gravidade, não demandando de gastos de energia elétrica (estação elevatória). Este sistema de tratamento está localizado junto a área externa hospitalar (Figura 12).

Figura 12: Localização apontada em vermelho do tratamento dos efluentes do HCI, composta por um gradeamento, fossa séptica e filtro anaeróbio

Fonte: Google Maps (2018).

As principais unidades que compõem o sistema de esgoto do HCI são:

Sistema de Gradeamento: Este sistema auxilia na retenção e remoção de sólidos grosseiros que estão contidos no fluxo do efluente. Na área do HCI possuem dois sistemas de gradeamento compostas de barras de aço paralelas, posicionadas transversalmente no canal de chegada dos esgotos no sistema de tratamento, onde estão instalados um junto a caixa de inspeção na rede dos efluentes sanitários e outro na rede de efluentes da lavanderia.

Fossa Séptica: São unidades de tratamento primário de esgoto nas quais são feitas a separação e a transformação físico-química da matéria sólida contida no esgoto. No HCI a fossa séptica foi projetada para uma capacidade de 120m³, tendo 6 (seis) tampas de inspeção para retida do lodo.

Filtros Anaeróbios: consiste em um tanque contendo material de enchimento, formando um leito fixo, alimentado com esgoto ou efluente. No HCI foi instalado um filtro

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anaeróbio composto por 7 (sete) galerias em série, de fluxo contínuo. Este sistema apresenta no seu leito material do tipo brita de diferentes granulometrias.

4.1 HISTÓRICO DA IMPLANTAÇÃO DO FILTRO ANAERÓBIO NO HCI

A implantação do sistema de tratamento de efluente hospitalar da Associação HCI foi edificado no ano de 2002, o qual é composto por gradeamento, fossa séptica e filtro anaeróbio. Todo este sistema foi projetado para receber o efluente líquido das instalações sanitárias e áreas de procedimentos hospitalares (HCI, 2017).

A rede de esgoto cloacal central foi projetada por gravidade para coletar todo o efluente líquido hospitalar, através de tubulações subterrâneas de concreto com diâmetro de 600 mm, onde posteriormente o efluente é conduzido por caixas de inspeção/passagens até uma caixa de redistribuição que é subdividida para três tubulações de 300mm, que conduzem o efluente até a fossa séptica. Essa fossa séptica foi projetada para uma capacidade de 120m³, tendo 6 (seis) tampas de inspeção para retida do lodo.

Sendo assim, o sistema de tratamento do efluente da Associação HCI inicia-se a partir do gradeamento e fossa séptica, onde todo o efluente bruto hospitalar é direcionado. Após chegar a fossa séptica, este efluente entra em contato com bactérias anaeróbicas que iniciam o processo de degradação da matéria orgânica. Em seguida, por gravidade toda a matéria orgânica decomposta pelas bactérias ficará acumulada no fundo do insipiente na forma de lodo e a água resultante desse processo é então direcionada para o filtro anaeróbio.

O filtro anaeróbio é composto por 7 (sete) galerias subterrâneas continuas, com cerca de 22 metros de extensão, os quais apresentam em seu leito uma carga de material do tipo brita de diferentes granulometrias que atuam na filtragem do efluente, antes deste ser encaminhado para a rede pluvial coletora. Nas Figuras a seguir pode ser evidenciado as etapas construtivas do filtro anaeróbio, edificado na área do estacionamento do hospital HCI.

1ª Etapa: Na Figura 13 A é apresentado o início da marcação do local da construção do filtro anaeróbio na área externa hospitalar. A instalação foi realizada logo após a fossa séptica já existente no local. Na Figura 13 B pode ser verificado a etapa de escavação do terreno, onde posteriormente deu-se início às obras de instalação das galerias subterrâneas.

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__________________________________________________________________________________________ Figura 13: Imagem A e B, evidenciando o início das obras de marcação do gabarito e escavação do terreno

Fonte: Hospital de Caridade de Ijuí (2002).

2ª Etapa: Na Figura 14 pode ser visto a etapa logo após a marcação e escavação do terreno, onde realizou-se a preparação do solo para a construção da base de instalação das galerias subterrâneas em estrutura de concreto armado.

A

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Figura 14: Construção da base das galerias do sistema de filtragem dos efluentes hospitalar

Fonte: HCI, (2002).

3ª Etapa: Na Figura 15 evidencia-se o levantamento das paredes das galerias em alvenaria de tijolo maciço, com paredes de 30 cm internas (repartições das galerias) e externas.

Figura 15: Construção das paredes internas e externas do filtro anaeróbio

Fonte: Hospital de Caridade de Ijuí (2002).

4ª Etapa: Na Figura 16 A pode ser verificada a conclusão das paredes das galerias em alvenaria de tijolo maciço e rebocadas com aditivos impermeabilizantes em ambos os lados.

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Figura 16 B detalhamento das paredes das galerias demostrando a implantação dos dutos com diâmetro de 100mm de passagem dos efluentes, favorecendo o fluxo do mesmo.

Figura 16: Imagem A, evidenciando a conclusão das paredes internas e externas do filtro. Imagem B, dutos de passagem do efluente construídos entre meio as paredes de alvenaria

Fonte: Hospital de Caridade de Ijuí (2002).

5ª Etapa: Na Figura 17 A, foi realizado o preenchimento do leito das galerias com material do tipo britas de diferentes granulometrias, os quais deverão atuar na filtragem do efluente hospitalar. Logo após na Figura 17 B, observa-se a construção de uma cinta de amarração em concreto armado sobre toda a extensão das paredes externas da galeria

A

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subterrânea, de modo a proporcionar maior resistência para a colocação das tampas de concreto armado.

Figura 17: Imagem A, preenchimento das galerias. Imagem B, construção da cinta de amarração sobre a extensão das paredes externas da galeria

Fonte: Hospital de Caridade de Ijuí (2002).

6ª Etapa: Na Figura 18, pode ser verificada a instalação das 7 (sete) tampas de concreto armado, onde foram realocadas sobre cada uma das galerias, sendo que a primeira e a última tampa foram deixadas como inspeção do sistema de filtragem dos efluentes.

A

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__________________________________________________________________________________________ Figura 18: Colocação das tampas de concreto armado sobre as galerias

Fonte: Hospital de Caridade de Ijuí (2002).

7ª Etapa: Efetivou-se a conexão da saída do filtro anaeróbio com a caixa de inspeção que direcionará o efluente até a rede pluvial.

Após a conclusão da construção deste sistema de filtro anaeróbio, as laterais foram aterradas e compactadas e posteriormente recobertas com britas de granulometria nº1.

Na Figura 19 é evidenciado o fluxograma da rede de esgoto sanitário e lavanderia, gradeamento, fossa séptica e filtro anaeróbio após sua instalação.

Figura 19: Fluxograma da rede de esgoto sanitário e lavanderia, fossa séptica e filtro anaeróbio

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4.2 LICENÇA DE OPERAÇÃO/REGULARIZAÇÃO DO HCI

No ano de 2015, a Associação Hospital de Caridade Ijuí realizou o encaminhamento do Pedido de Licença de Operação/Regularização (LO) junto a Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Roessler – FEPAM onde buscou regularizar suas atividades, visando o melhoramento das condições ambientais.

No decorrer do ano de 2016, a Associação HCI recebeu sua LOsob n° 6417/2016, onde dentre suas condicionantes, parte destas referem-se ao tratamento dos efluentes líquidos sanitários do hospital. Desde então, vem realizando estudos com a empresa de Consultoria Técnica Ambiental para realizar readequações no seu sistema de tratamento de efluentes, que possam atender aos padrões de qualidade ambiental exigidos pelas Legislações.

Segundo a NBR 13.969/1997 e CONAMA Nº.357/2005, os efluentes líquidos sanitários precisam atender aos padrões de qualidade antes do seu lançamento junto ao corpo hídrico receptor.

Deste modo, a Associação HCI vem realizando o monitoramento das galerias subterrâneas através das caixas de inspeção instaladas no local, com o intuito de verificar o funcionamento da filtragem do efluente, antes da sua liberação junto a rede pluvial coletora do município (HCI, 2017).

Semestralmente é realizado o esgotamento da fossa séptica, onde são retirados em média 30m³ de lodo acumulado em seu leito. Estas atividades são realizadas por uma empresa especializada, devidamente licenciada dela FEPAM, a qual é responsável pelo destino final do lodo.

Neste sistema de tratamento não estão inclusos os efluentes líquidos oriundos da área de lavanderia e águas pluviais, os quais passam por outra galeria subterrânea que conduz o efluente até a caixa dissipadora e posteriormente ao sistema de coleta pluvial do município (HCI, 2017).

Conforme a Figura 20, observa-se o esgotamento semestral do lodo da fossa séptica no hospital HCI.

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__________________________________________________________________________________________ Figura 20: Atividades de esgotamento da fossa séptica, com retirada do lodo

Fonte: Hospital de Caridade de Ijuí (2018).

No decorrer do ano de 2018, o hospital HCI negocia com a Companhia Riograndense de Saneamento - CORSAN, para a realização do tratamento do efluente hospitalar da Associação. Tendo em vista que, atualmente a CORSAN vem realizando obras subterrâneas ao longo das ruas para a instalação da rede coletora de esgoto do município de Ijuí, a Associação HCI deverá realizar a conexão da rede de esgoto do hospital para aporte junto a Rede Pública Municipal.

Entretanto, para que esta proposta se consolide entre as partes, o HCI está formalizando um pedido de alteração da Licença de Operação junto a FEPAM, para informar ao órgão ambiental o interesse da Companhia em realizar o tratamento.

Na Tabela 5 são apresentados os parâmetros ambientais dispostos nas condicionantes da LO do Hospital, as quais deverão ser monitoradas pela CORSAN, sob aprovação da FEPAM.

Tabela 5: Parâmetros de monitoramento do sistema de tratamento dos efluentes da Associação HCI, dispostas na LO emitida pela FEPAM

Parâmetros Padrões de Lançamento Frequência

Temperatura (°C) 40 Diária

pH 6 a 9 Diária

Cor Não deverá conferir mudança de coloração (Cor verdadeira) ao corpo hídrico receptor

Diária

Odor Livre de odor desagradável Diária

Referências

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