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CEFALEIA DO TIPO TENSÃO CRÔNICA NÃO ASSOCIADA À DOR PERICRANIANA

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CEFALEIA DO TIPO TENSÃO CRÔNICA NÃO ASSOCIADA À DOR PERICRANIANA

LEMES, Karine Moura¹; MAKHOUL, Kelly Duarte Lima²; GUIMARÃES, Élcio Alves³, BOAVENTURA, Cristina de Matos³, CARDOSO FILHO, Geraldo Magela³,

MAGAZONI, Valéria Sachi³.

¹ Acadêmica do curso de Fisioterapia do Centro Universitário do Triângulo-UNITRI MG,

Brasil (Karine_mrlemes@hotmail.com) ²

Orientadora e professora no curso de Fisioterapia do Centro Universitário do Triângulo-UNITRI MG, Brasil (kellyduartelima@hotmail.com) ³ Co orientadores e professores do curso de Fisioterapia do centro Centro Universitário do Triângulo-UNITRI MG, Brasil (elcio@unitri.edu.br)

RESUMO

Introdução: Segundo a Classificação Internacional das Cefaleias 3° Edição a cefaleia consiste em qualquer dor localizada no segmento cefálico, o que acontece em 90% da população. As cefaleias primárias (por tensão) são aquelas que não têm uma causa estabelecida, acredita-se que a cefaleia do tipo tensão crônica (CTTC) é resultado de contrações prolongadas da musculatura pericraniana sendo assim a fonte primária de tal dor. O aumento da sensibilidade dolorosa pericraniana demostrada por palpação manual é o achado anormal mais significativo para a dor pericraniana. Objetivo: Avaliar a prevalência da cefaleia tipo tensão crônica não associada à dor pericraniana em acadêmicos do curso de Fisioterapia do Centro Universitário do Triângulo-UNITRI. Método: A pesquisa foi realizada com os alunos matriculados no curso de Fisioterapia, no 2° semestre de 2018, do 1° ao 8° período, através da aplicação do questionário de Classificação Internacional de Cefaleias, onde foram classificados de acordo com os critérios de diagnóstico, para a cefaleia tipo tensão crônica (CTTC) e para a classificação pericraniana onde o aumento da sensibilidade dolorosa pericraniana demostrada por palpação manual é o achado anormal mais significativo. Resultados: Dos 31 acadêmicos com CTTC, 29 apresentaram CTTC não associada à dor pericraniana, sendo 25 (86,21%) do sexo feminino e 4 (13,79%) do sexo masculino. Conclusão: Conclui-se que houve uma baixa prevalência de acadêmicos que apresentavam CTTC (17,03%), porém foram predominantes os acadêmicos classificados sem a presença de dor pericraniana.

Palavras Chave: Cefaleia tensional, pericraniana, acadêmicos, questionário Classificação Internacional das Cefaleias.

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INTRODUÇÃO

De acordo com os critérios de Classificação Internacional das Cefaleias (CIC), existem cinco principais tipos de cefaleia primária: enxaqueca sem aura, enxaqueca com aura, cefaleia tipo tensional episódica, cefaleia tipo tensional crônica (CTTC), cefaleia em salvas (STALLBAUM et al., 2013).

A cefaleia consiste em qualquer dor localizada no segmento cefálico, o que acontece em 90% da população, sendo o terceiro diagnóstico mais comum nos ambulatórios de neurologia (SANTOS et al., 2012). As cefaleias mais frequentes na população, em geral, são as enxaquecas ou migrâneas e as cefaleias do tipo tensional crônica (CORREIA et al., 2014).

A prevalência mundial de cefaleia ao longo da vida, segundo estimativas, é de 93% nos homens e 99% nas mulheres (MILDNER et al., 2012). A cefaleia tensional crônica afeta até 80% da população geral, sendo de maior prevalência significativa em mulheres em comparação aos homens (VATHILAKIS et al., 2016). Segundo a literatura a chance entre os universitários em geral de apresentar ao menos um único episódio de cefaleia é de 98% (LOPES et al., 2015).

As cefaleias primárias (por tensão) são aquelas que não têm uma causa estabelecida, mas comprometem a dinâmica de vida do indivíduo, seja nas atividades escolares, no trabalho, na vida social ou no lazer (MENDES et al., 2014).

Cefaleia do tipo tensional é complexa e pouco conhecida. Mendes e colaboradores acreditam que a contração sustentada dos músculos esqueléticos da cabeça e pescoço é a fonte primária de tal dor. Quando os tendões estão enrijecidos, mediante a uma situação de tensão e estresse, os mecanismos fisiológicos exigem maior aporte sanguíneo para suprir os músculos em contração, mas quando os músculos tensos não param de se contrair, a passagem de sangue para eles pode não ser suficiente, ocorrendo uma isquemia e consequentemente a dor. A contração muscular sustentada ou o suprimento nervoso podem provocar a liberação de substâncias nocivas, como a serotonina, bradicinina e prostaglandina, substâncias que aumentam a dor (MENDES et al., 2014).

Através da Classificação Internacional de Cefaleias 3° Edição-2014, classificou a cefaleia do tipo tensional em alguns subgrupos, de acordo com a frequência e características das crises (CRUZ et al., 2017). Cefaleia tipo tensão crônica ocorre em 15 dias ou mais por mês em média, por mais de 3 meses (aproximadamente 180 dias ou mais por

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ano), tipicamente bilaterais, sentida como pressão ou aperto (não pulsátil), de intensidade ligeira ou modera, que dura horas ou dias, pode ser contínua. A dor não piora com atividade física de rotina como caminhar ou subir escadas, mas pode estar associada a náuseas ligeiras, fotofobia ou fonofobia (CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL DE CEFALEIAS, 2014). O aumento do desconforto pericraniano despertado por palpação manual é o achado anormal mais significativo em doentes com cefaleia tipo tensão crônica. O desconforto está tipicamente presente no período interictal e aumentada, durante, com a intensidade e a frequência da cefaleia. A cefaleia tipo tensão crônica não associada à dor pericraniana, preenche os critérios de diagnóstico da CTTC, sem dor pericraniana despertado por palpação manual (CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL DE CEFALEIAS, 2014).

A cefaleia é apontada como um transtorno que afeta a maioria da população mundial. Incluídos nessa população estão os estudantes universitários, cujas atividades acadêmicas desenvolvidas exigem significativo empenho, incluindo esforço físico, mental e financeiro. A cefaleia é um transtorno que apresenta características incapacitantes, capazes de influenciar direta e indiretamente no cotidiano dos indivíduos, inclusive impactando negativamente nas atividades acadêmicas (OLIVEIRA et al., 2016).

Portanto, o objetivo do presente estudo foi avaliar a prevalência de cefaleia tipo tensão crônica não associada a dor pericraniana em acadêmicos do curso de Fisioterapia do Centro Universitário do Triângulo-UNITRI.

METODOLOGIA

O estudo tratou-se de uma pesquisa realizada em campo com os alunos da graduação do curso de Fisioterapia do Centro Universitário do Triângulo-UNITRI, sendo de objetivo descritivo e abordagem quantitativa. Participaram da pesquisa 182 acadêmicos de ambos os sexos e maiores de 18 anos. Foram excluídos da amostra os alunos menores de 18 anos, os que não foram encontrados em sala de aula durante o período de coleta de dados, os que não assinarem o termo de consentimento livre e esclarecido, e os que não estavam devidamente matriculados no curso de Fisioterapia.

Para esta pesquisa foi utilizado o questionário de Classificação Internacional de Cefaleias (CIC) 3° Edição. Por se tratar de uma pesquisa de caráter quantitativo, após a aplicação da referida ferramenta foram classificados apenas os participantes que apresentaram cefaleia tipo tensão crônica não associada à dor pericraniana.

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A coleta de dados para avaliação da cefaleia do tipo tensão crônica não associada à dor pericraniana, foi realizada no período de Março à Abril de 2018 na instituição de ensino privada, em sala de aula no bloco C, com a prévia autorização da gestora do curso e do professor presente. Durante a abordagem foram apresentados os objetivos da pesquisa, assim como foram realizados os esclarecimentos devidos acerca do critério de sigilo, e da liberdade de não participar, aos que aceitaram participar da pesquisa foi pedido que assinassem o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. O instrumento utilizado para a coleta dos dados foi através da aplicação de questionário sociodemográfico contendo as seguintes perguntas: sexo e idade e do questionário de CIC 3ª Edição-2014, que possui 26 questões objetivas, onde destas 7 selecionam o participante quanto à cefaleia do tipo tensão crônica e acrescido de 4 questões específicas que caracterizam a dor pericraniana. O questionário foi impresso em folha de papel sulfite A4 e entregue ao aluno onde foi respondido com caneta esferográfica de cor azul ou preta com tempo limite de 10 minutos para preenchimento do questionário. O pesquisador estava presente durante a aplicação do questionário caso alguma dúvida surgisse.

Após a aplicação do questionário, os dados foram tabulados para a triagem das respostas por meio dos seguintes registros: A cefaleia ocorre em 15 dias ou mais por mês em média, por mais de 3 meses (aproximadamente 180 dias ou mais por ano), tipicamente bilaterais, sentida como pressão ou aperto (não pulsátil), de intensidade ligeira ou modera, que dura horas ou dias, pode ser contínua. A dor não piora com atividade física de rotina como caminhar ou subir escadas, mas pode estar associada a náuseas ligeiras, fotofobia ou fonofobia (CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL DE CEFALEIAS, 2014).

Para a classificação pericraniana, o aumento do desconforto pericraniano despertado por palpação manual é o achado anormal mais significativo em doentes com CTTC. O desconforto está tipicamente presente no período interictal e aumentada, durante, com a intensidade e a frequência da cefaleia (CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL DE CEFALEIAS, 2014).

Posteriormente, tais sintomas foram classificados como cefaleia tipo tensão crônica não associada à dor pericraniana, conforme esses critérios supramencionados, sem dor pericraniana despertado por palpação manual, de acordo com a Classificação Internacional das Cefaleias.

Todos os participantes da pesquisa receberam duas cópias do termo citado, em conformidade a Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde (CNS, 2012). Cada

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um dos respondentes ficou com uma cópia do referido documento, ao passo que a outra permaneceu com o pesquisador. O projeto foi enviado ao Comitê de Ética em Pesquisa do Centro Universitário do Triângulo-UNITRI, tendo sido aprovado sob o parecer 2.396.253.

RESULTADOS

Dos 339 acadêmicos matriculados no curso, 182 (53,69%) preencheram o questionário, possivelmente por motivos de afastamento, desistência, não aceitação em preencher e/ou falta, durante os dias da coleta de dados. Dos 182 alunos, 28 (15,38%) foram do sexo masculino e 154 (84,61%) do sexo feminino.

Destes 182 acadêmicos, foram encontrados 31 acadêmicos com cefaleia tensional crônica, sendo 4 (12,90%) do sexo masculino e 27 (87,09%) do sexo feminino. E dos 31 acadêmicos com cefaleia tensional crônica, 29 apresentaram cefaleia tipo tensão crônica não associada à dor pericraniana, sendo 4 (13,79%) do sexo masculino e 25 (86,21%) do sexo feminino. As idades dos acadêmicos variam de 18 a 52 anos, com média de 23 anos e 8 meses e desvio padrão de seis anos e onze meses.

Na tabela 1 estão apresentados os resultados da classificação das cefaleias nos acadêmicos.

Tabela 1: Analise da classificação de cefaleia nos acadêmicos.

Mulheres Homens Total

Acadêmicos que preencheram o questionário

154 (84,61%)* 28 (15,38%)* 182

Acadêmicos com cefaleia tipo tensional crônica

27 (87,09%)** 4 (12,90%)** 31

Acadêmicos com cefaleia tipo tensão crônica não associado à dor pericraniana

25 (86,21%)*** 4 (13,79%)*** 29

*Em relação aos 182 acadêmicos que preencheram o questionário;

**Em relação aos 31 acadêmicos com cefaleia tensional crônica;

***Em relação aos 29 acadêmicos que apresentaram cefaleia tipo tensão crônica não associado à dor pericraniana.

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Na análise da classificação de cefaleias, estão demonstrados que tanto a cefaleia tipo tensional crônica como a cefaleia tipo tensão crônica não associado à dor pericraniana, foram maiores em mulheres.

Na tabela 2, estão demostradas as frequências e porcentagens de respostas emitidas pelos 29 voluntários, que apresentam cefaleia tipo tensão crônicas não associadas à dor pericraniana.

Tabela 2: Distribuição de frequências e porcentagens de respostas emitidas pelos 29 voluntários de acordo com os critérios da classificação internacional de cefaleias, que apresentam cefaleia tipo tensão crônicas não associadas à dor pericraniana.

Respostas Total(29) Feminino Feminino Masculino Masculino Frequências Porcentagens Frequências Porcentagens Dor dos dois

lados da cabeça 15 (51,72%) 13 86,67% 2 13,33% Dor em pressão, como um aperto na cabeça 9 (31,03%) 7 77,78% 2 22,22% Intensidade da dor de leve à moderada (0 a 7) 27 (93,10%) 24 88,89% 3 11,11% Esforço físico não agrava a dor 17 (58,62%) 14 82,35% 3 17,65%

De acordo com os resultados demostrado na tabela 2, entre as variáveis de frequências e porcentagens relacionadas à característica da cefaleia, houve uma prevalência na intensidade da dor de leve a moderada. A dor não agrava ao esforço físico, também foi frequente, sendo que em relação às outras variáveis a prevalência foi menor.

Com base nos resultados encontrados essa população analisada apresenta cefaleia tipo tensão crônica não associada à dor pericraniana, sentida dor como pressão ou aperto, de

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intensidade leve a moderada, há dor dos dois lados da cabeça, que não agrava com esforço físico. O aumento da sensibilidade dolorosa pericraniana demostrada por palpação manual é o achado anormal mais significativo para a dor pericraniana, porém os acadêmicos foram classificados sem a presença de dor pericraniana.

DISCUSSÃO

No estudo de Vathilakis et al., (2016), os autores, tiveram como objetivo classificar a Cefaleia Tipo Tensional Crônica em acadêmicos do curso de Fisioterapia, através do questionário de classificação internacional de cefaleias, dos 300 acadêmicos, foram encontrados 34 acadêmicos com Cefaleia Tensional Tipo Crônica, onde a prevalência da CTTC foi de 94,12% em mulheres e 5,38% em homens, apresentando assim uma maior prevalência em mulheres. CRUZ et al., (2017), concorda que a cefaleia tipo tensional manifesta – se predominantemente em mulheres, em uma proporção de três mulheres a cada dois homens, fato provavelmente decorrente de fatores de modulação hormonal. Ao encontro dessa pesquisa, em que a prevalência da cefaleia tensional crônica foi de 87,09% em mulheres e 12,90% em homens, com os resultados semelhantes à prevalência também foi maior em mulheres. Os resultados de Benatti et al., (2012), também corroboram com o presente estudo, pois seu trabalho realizado em uma instituição de ensino superior na cidade de Curitiba, com estudantes de ambos os gêneros, regularmente matriculados nos cursos de graduação, dos 560 acadêmicos universitários, 78% do sexo feminino e 22% do sexo masculino participaram da pesquisa, a prevalência de cefaleia foi de 75% (419 universitários). Em relação ao sexo, as análises mostraram que existem diferenças entre homens e mulheres em relação às dores de cabeça, com significância estatística onde as mulheres têm mais dores de cabeça do que homens (85% e 15% respectivamente). Na presente pesquisa foram demostrado valores semelhantes aos da pesquisa citada acima cuja amostra é análoga a nossa, mas vale destacar que 28 (15,38%) do sexo masculino e 154 (84,61%) do sexo feminino participaram da pesquisa e destes 4 (13,79%) do sexo masculino e 25 (86,21%) do sexo feminino continham cefaleia tipo tensão crônica não associado à dor pericraniana. Os resultados dos autores trazem semelhança, pelo fato da amostra conter mais participantes do sexo feminino e por ter sido realizada no curso de fisioterapia onde

contem um número maior de mulheres. A

pesquisa de Lopes et al., (2015), também corrobora com os nossos resultados, onde 200 universitários que preencheram o questionário, destes, 65,5% eram do sexo feminino.

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Dados estes, que se assemelham ao encontro no presente trabalho em que a maior parte dos universitários era do sexo feminino sendo de 86,21%, fazendo com que o estudo seja mais representativo para o grupo feminino. OLIVEIRA et al., (2016), realizaram um estudo onde teve por objetivo investigar a prevalência da cefaleia no cotidiano de estudantes universitários, obteve idade média de 21 anos. Ao encontro dessa pesquisa no presente estudo as idades entre os acadêmicos variam de 18 a 52 anos, com média de 23 anos. O trabalho do Melhado et al., (2014), também vem ao encontro das pesquisas onde os resultados encontrados em relação à média das idades dos voluntários da pesquisa que foi de 22 anos. Em nosso estudo o perfil dos estudantes foi composto por pessoas de 23 anos, em média, cujas atividades acadêmicas desenvolvidas exigem significativo empenho. OLIVEIRA et al., (2016), afirmam que, Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais, o perfil de estudante universitário brasileiro é composto por pessoas de 21 anos, em média, o que corresponde à fase de jovens adultos. Esta fase concentra uma maior demanda de pacientes com cefaleia, fenômeno justificado pelos específicos fatores sociais e biológicos dessa fase do ciclo de vida humana. É nesse período que se apresenta o auge do desenvolvimento físico, sexual e hormonal, além de circunstâncias ambientais mais relevantes como, por exemplo, responsabilidades adquiridas pelos jovens em virtude do amadurecimento.

Segundo a CIC 3° Edição, (2014), a CTTC tem como uma das características principais dor dos dois lados da cabeça. No presente estudo, em relação ao local a dor prevaleceu dos dois lados da cabeça em 51,72% dos acadêmicos. LIMA et al., (2016), realizaram um levantamento sobre a prevalência de cefaleia tipo tensional episódica frequente em acadêmicos do curso de Fisioterapia, também corrobora com as pesquisas onde se constata a dor dos dois lados da cabeça em 44,44% dos acadêmicos, mesmo que as amostras não sejam iguais ao desta pesquisa, eles se enquadram nos critérios para a CTTC não associada a dor pericraniana.

BRAGA et al., (2012), analisaram a ocorrência e prejuízos da cefaleia em estudantes universitárias de enfermagem, participaram da pesquisa 203 estudantes, constata-se a dor do tipo aperto em 38,6%, da amostra, porém não foi especificado o tipo de cefaleia que as acometia. De encontro desta pesquisa, em que foi observada a dor do tipo aperto em 77,78% das acadêmicas com CTTC não associada a dor pericraniana. O trabalho de Vathilakis et al., (2016), teve como objetivo classificar a CTTC em acadêmicos do curso de Fisioterapia, também vem de encontro ao presente estudo em relação à dor do tipo aperto em 47,06%, porém a amostra não foi separada por gêneros.

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LOPES et al., (2015), ao avaliarem a presença da cefaleia nos estudantes de medicina, onde foi aplicado o questionário próprio, em 200 estudantes de medicina de uma universidade privada, observaram que 198 estudantes haviam sofrido de cefaleia ao longo da vida e segundo o autor a característica da dor foi de fraca a moderada. Em concordância com a pesquisa, à cefaleia tipo tensão crônica não associada à dor pericraniana também apresenta característica da intensidade da dor de leve a moderada. Ao analisarmos resultados da amostra de acadêmicos deste trabalho, 82,35% do sexo feminino e 17,65% do sexo masculino responderam que sua dor não piora com atividades física de rotina. De encontro com os resultados acima Benatti et al., (2012), relata que 48% sentem limitação na capacidade de realizar atividades diárias habituais, incluindo cuidar da casa, trabalho, estudos ou atividades sociais. Segundo a CIC 3° Edição (2014), a CTTC caracteriza-se pela presença de fotofobia ou fonofobia. Em Cruz et al., (2017), afirmam que fatores associados como foto e fonofobia também podem estar presentes na CTTC. Ao encontro das pesquisas, os acadêmicos com CTTC não associado a dor pericraniana do presente estudo, tiveram sintomas associados à fotofobia (sensibilidade à luz) e/ou fonofobia (o barulho incomoda).

CRUZ et al., (2017), afirmam que mecanismos periféricos abrangem aumento da sensibilidade à palpação pericraniana, o primeiro presente na CTTC é entendido como uma dor induzida por pressão, em que a palpação dos tecidos miofasciais pericranianos, responde com um aumento da sensibilidade. Ao encontro do estudo para a classificação pericraniana, o aumento do desconforto pericraniano despertado por palpação manual é o achado anormal mais significativo em doentes com CTTC.

CONCLUSÃO

Conclui-se que houve uma baixa prevalência de acadêmicos que apresentavam CTTC (17,03%), porém foram predominantes os acadêmicos classificados sem a presença de dor pericraniana.

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BENATTI, R.M.; BRAGANHOLI, T.; OLIVEIRA, K.V.; FIGURA, V.A.L. Estudo da prevalência de cefaléia e se impacto na qualidade de vida em universitários. Revista Inspirar movimento & saúde, v.4, n.21, Nov/Dez 2012.

BRAGA, P.C.V.; SOUZA, L.A.F.; EVANGELISTA, R.A.; PEREIRA, L.V. Ocorrência e prejuízos da cefaleia em estudantes universitárias de enfermagem. Rev. Esc. Enferm. USP, v.46, n.1, p.138-44, 2012.

CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL DE CEFALEIAS. Terceira Edição – Tradução Português – 2014.

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Referências

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