• Nenhum resultado encontrado

0 SETOR ELÉTRICO E SUAS RELAÇÕES. A exportação de serviços pelas empresas do Setor Elétrico

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2020

Share "0 SETOR ELÉTRICO E SUAS RELAÇÕES. A exportação de serviços pelas empresas do Setor Elétrico"

Copied!
5
0
0

Texto

(1)

0 SETOR ELÉTRICO E SUAS RELAÇÕES.

A exportação de serviços pelas

empresas do Setor Elétrico

S É R G IO S.G. M O T T A

C o nsultor para assuntos de com ércio in te r­ nacional, planejamento e organização. Enge­ nheiro civ il pela Escola Nacional de Engenha­ ria, fez cursos de aperfeiçoamento na França e Japão. Engenheiro de Furnas, ocupou suces­ sivamente os cargos de chefe de Divisão, che­ fe de Departam ento e superintendente. F oi d i­ retor industrial da N UC LE BR ÁS , d iretor-téc- nico, d ire to r de Planejamento, Engenharia e Construção de FURNAS.

Introdução

N

o presente tra b a lh o a exp res­são "s e to r e lé tr ic o " deve ser e n te n d id a sob sua c o n c e p ­ ção mais am pla, que engloba as concessionárias de serviços p ú b lic o s de e le tric id a d e e ta m b é m as empresas que para elas tra b a lh a m , fo rn e c e n d o ser­ viços e eq uip a m e n to s.

T a l c o m o sucedeu c o m o u tro s seto­ res im p o rta n te s d o B rasil, o seto r e lé tr i­ co teve c o m o m arco in ic ia l de sua d in a ­ m ização e m o d e rn iza çã o a p o lític a de s u b s titu iç ã o de im p o rta ç õ e s encetada pelo G o v e rn o Federal na década de 50.

N o caso p a rtic u la r, a "s u b s titu iç ã o de im p o rta ç õ e s " não se v e rific o u no â m b ito d o p r o d u to fin a l, u m a vez que um a das c a ra cte rística s da e le tric id a d e reside no fa to de que, ao c o n trá rio da m a io ria dos p ro d u to s in d u s tria is , deve ser c o n s u m id a à m edida que é p r o d u z i­ da (o u vice-versa), o que im p ed e seu ar­ m a ze na m ento . Desta fo rm a , à excessão de algum as trocas nas regiões fr o n t e i­ riças, q u e só agora com eçam a ganhar im p o rtâ n c ia , a energia e lé tric a c o n s u ­ m id a no Brasil sem pre f o i p ro d u z id a no p r ó p r io país. A s u b s titu iç ã o fez-se, p o r­ ta n to , no â m b ito dos insum os te c n o ló ­ gicos necessários à p ro d u ç ã o e tra n s p o r­ te da energia e lé tric a : engenharia de p ro je to e de c o n s tru ç ã o ; p r o je to , fa ­ brica çã o e m on ta ge m de e q u ip a m e n to s .

C o m o re s u lta d o , o se to r e lé tric o b ra ­ s ile iro teve o p o rtu n id a d e de firm a r-se no c a m p o da " s u b s titu iç ã o de im p o rta ­ ç õ e s " de fo rm a m ais am p la e rá p id a que vários o u tro s setores. M esm o assim cabe d ife re n c ia r a evo lu ção d o seto r " e q u ip a ­ m e n to s " e d o setor "s e rv iç o s ".

O processo de su s b s titu iç ã o das im ­ po rta çõe s está p ra tic a m e n te c o m p le to q u a n to à te c n o lo g ia de fa b ric a ç ã o , p r o ­ p ria m e n te d ita , de e q u ip a m e n to s e de seus p rin c ip a is insum os m ateriais; mas o de sen volvim en te tem sido mais le n to d o que o desejável no que se refere à en­ genharia de p r o d u to e, mais ainda, à pes­ quisa te c n o ló g ic a . As diversas razões pa­ ra o fa to são conhecidas e não cabe com e ntá-las a q u i, fic a apenas a c o n s ta ­ tação de que a m a io r pa rte dos e q u ip a ­ m en to s e le tro m e c â n ic o s (e em especial os e lé tric o s ) fa b ric a d o s no B rasil, ainda te m seu p ro je to c o n c e itu a i, q u a n d o não de d e ta lh e , pre pa rado em o u tro s países. R esulta d a í qu e, ao ser te n ta d o o passo seguinte, no s e n tid o da e x p o rta ç ã o , o ra­ m o in d u s tria l do setor e lé tric o te m en­ c o n tra d o , além dos o b stá cu lo s de n a tu ­ reza p u ra m e n te in d u s tria l e fin a n c e ira , u m o u tro , fu n d a m e n ta l, re s u lta n te da sua dependência dos d e te n to re s do " k n o w - h o w " . T al o b s tá c u lo pode m a n i­ festar-se ta n to na descon fian ça d o pos­ sível c lie n te (p o r que c o m p ra r um p ro ­ d u to de p ro je to sueco fe ito no Brasil se posso c o m p rá -lo na Suécia?) c o m o na fa lta de libe rd a d e do lic e n c ia d o b ra si­ le iro em atacar ce rto s m ercados ou fa ­ zer d e te rm in a d o s acordos sem a c o n c o r­ dâ ncia d o lic e n c ia d o r.

Pode-se d iz e r qu e, no ra m o dos "s e r­ v iç o s ", o setor e lé tric o , c o m o um to d o , encontra-se n u m estágio bem mais avan­ çado no processo de in d e pen dê ncia da te c n o lo g ia p ro v e n ie n te de o u tro s países. Os in v e s tim e n to s necessários fo ra m bem m enores neste cam p o d o que no da fa ­ b ricaçã o, o que p e rm itiu um a f le x i b il i­ dade de ação fu n d a m e n ta l para a acele­ ração dos a c o n te c im e n to s .

H oje encontra-se no Brasil quase t o ­ da a capacidade técn ica necessária para o p ro je to , c o n s tru ç ã o , g e re n c ia m e n to e operação de e m p re e n d im e n to s de q u a l­ q u e r p o rte em geração h id re lé tric a , e transm issão de energia e lé tric a em qu ais­ q u e r níve is de tensão. (A capacidade é m e n o r no c a m p o te rm e lé tric o e mais ainda n o n u c le lé tric o ).

Im p o rta n te ta m b é m é o fa to de, ao la do de c e rto s cam pos onde a absorção de te c n o lo g ia o u s u b s titu iç ã o de im p o r ­ tações ainda se e n c o n tra em vias de c o n ­

solidação, haver m uita s o u tra s on de a te c n o lo g ia bra sile ira já a tin g iu um grau de s o fistica çã o de m o ld e a fazê-la c o ­ nh ecida e respeitada nos fo ro s in te rn a ­ cio na is. C o m o é n a tu ra l, é nestes cam ­ pos que se têm d e sen volvido os e s fo r­ ços em busca de novos m ercados, c o m o conseqüência im e d ia ta da c o n ju n ç ã o de um a série de fa to re s favoráveis e de um a pre m e n te necessidade de s o b re v i­ vência.

Fatores favoráveis e óbices a en fren ­ tar

A o se lançarem na busca de m ercados e x te rn o s para seus serviços, as empresas brasileiras d o seto r e lé tric o e n c o n tra m algum as condições que lhes são fa v o rá ­ veis e umas quantas que se apresentam c o m o sérios obstáculos.

Em te rm o s de cu s to , as empresas bra ­ sileiras c o n ta m hoje c o m m ão-de-obra razo ave lm en te barata em níve is in te r ­ nacionais, o que, alia d o a um a p r o d u ti­ vid ad e ta m b é m razoável, resu lta em p re ­ ços c o m p e titiv o s . N o cam p o da enge­ nh a ria de p ro je to , que em prega m a io r c o n tin g e n te de p ro fis s io n a is graduados, is to nem sem pre fo i verdade; de fa to , os custos da engenharia b ra sile ira , p o r v o lta de 75 — 76, eram com paráveis aos de países c o m o A le m a n h a e Estados U n i­ dos. No f u tu r o , a m é d io pra zo , a s itu a ­ ção pode v o lta r a ser m enos favo rá vel pela superposição de do is fa to re s : o a u m e n to dos custos reais, graças à des­ com pressão dos salários, e à m a io r com - p e tiv id a d e de empresas de o u tro s países, c o m a u tiliz a ç ã o inte nsiva da c o m p u ta ­ ção para re d u z ir o n ú m e ro de pessoas- hora de engenharia. (In c id e n ta lm e n te , o uso in te n s iv o da c o m p u ta ç ã o e de robôs p o r p a rte de fa b ric a n te s estrangeiros re­ presenta ta m b é m um pe rig o não despre­ z ív e l para a in d ú s tria b ra s ile ira de bens de c a p ita l, on de a m ão-de-obra barata bre vem e nte po derá d e ix a r de c o m p e n ­ sar a fa lta de m o d e rn iz a ç ã o que já se faz s e n tir em alguns setores).

A par dos custos mais b a ix o s joga em fa v o r das empresas brasileiras o fa to de estarem elas associadas a e m p re e n d i­ m en to s recentes de grande p o rte e /o u de te c n o lo g ia s o fis tic a d a , na vanguarda do

(2)

que se faz no m u n d o hoje em dia: basta ate n ta r, p o r e x e m p lo , para a Usina de Ita ip u , e seu sistem a de transm issão em 7 5 0 k V co rre n te -a lte rn a d a e ± 6 0 0 k V c o rre n te -c o n tín u a .

E m p re e n d im e n to s com paráveis e x is ­ tem poucos no m u n d o , em execução ou em p la n e ja m e n to e, d e talh e im p o rta n te , um a boa pa rte desses ú ltim o s será im ­ plantada em países em d e s e n v o lv im e n to . Nesse aspecto a situação bra sile ira é ím ­ par, po is suas empresas p a rtic ip a ra m e p a rtic ip a m a tiv a m e n te de to d a s as e ta ­ pas, desde a concepção até a operação; na m a io ria dos ex e m p lo s d o cham ado "te rc e iro m u n d o " o país onde se lo ca­ lizam os e m p re e n d im e n to s e n tro u ape­ nas com o solo, a água, e a m ão-de-obra não q u a lific a d a .

C om relação aos países em de senvol­ v im e n to , há um o u tr o fa to r favo rá vel às empresas brasileiras, que resulta, para­ d o x a lm e n te , d o fa to de o país te r sido, em passado não m u ito re m o to , u m im ­ p o rta d o r de te c n o lo g ia nas e sp ecialida­ des que agora d o m in a e que pre te nd e e x p o rta r. E grande, sob este aspecto, a c o n trib u iç ã o que se pode dar a países que estão e n fre n ta n d o , agora, pro blem as em sua m a io ria já e q u a cion ad os no B ra ­ sil. C om e fe ito , os engenheiros b ra s ile i­ ros d o setor têm bastante in tim id a d e com os m ateriais, as norm as, os p ro c e ­ d im e n to s , e n fim com a " f ilo s o f ia " té c ­ nica dos m aiores países in d u s tria is , c o ­ nhecendo suas equivalências e in c o m ­ p a tib ilid a d e s . A q u i, ta m b é m , trata-se de e x e m p lo raro no m u n d o e que pode ser de grande valia na o rie n ta ç ã o de c lie n te s h a b itu a lm e n te s o lic ita d o s pelas mais variadas o fe rta s de e q u ip a m e n to s e serviços, p ro ve n ie n te s de diversos p a í­ ses in d u s tria liz a d o s , nem sem pre com o c u id a d o de p ro v id e n c ia r a necessária tro p ic a liz a ç ã o ' Esta expressão pode te r d ife re n te s in te rp re ta ç õ e s , mas, na sua con cep ção mais a m p la , re fle te um tra b a lh o cu id a d o s o d e ’ adaptação e sele­ ção das técnicas u tiliz a d a s em fu n ç ã o das c on dições dos países em que serão aplicadas: c lim a , costum es, grau de ins­ tru ç ã o , m ão-de-obra, m ateriais, d is tâ n ­ cias, etc. N o Brasil, em q u e tais c o n d i­ ções são em geral sem elhantes às dos Países em d e s e n v o lv im e n to ta l tra b a lh o já fo i fe ito .

F in a lm e n te , aind a c o m relação aos Possíveis c lie n te s de países em de se n vo l­ v im e n to (que são os m ais prováveis) há um aspecto q u e cabe c o n s id e ra r com c u id a d o , mas que pode fu n c io n a r m u i­ to fa v o ra v e lm e n te a id e n tific a ç ã o . A m a io ria dos países em d e s e n v o lv im e n to

tê m , c o m relação aos países in d u s tr ia li­ zados, um a relação m ista de de pe nd ên­ cia X repulsa que chega ao grau m á x i­ m o de exacerbação no caso de e x -c o lô ­ nias e ex m e tró p o le s.

O Brasil, sendo ele p ró p rio u m país em d e s e n v o lv im e n to e, ainda que lo ng in- guam e nte, um a e x -c o lô n ia , c o n ta , a p r io r i. com um a certa sim p a tia re s u lta n ­ te da id e n tific a ç ã o que advém de seme­ lhanças histó rica s sociais e raciais. Mas é perigoso sup ere stim ar este c o m p o n e n ­ te s o b re tu d o ao se im a g in a r que ela p o ­ de fu n c io n a r sozinha. A n te s é preciso vencer o lado ne gativo da id e n tific a ç ã o que faz, p o r e x e m p lo , c o m que alguém re lu te em a d m itir que um seu "c o le g a " pode fa z e r algo que ele p ró p rio não po de , p re fe rin d o , em conseqüência, so- lic itá lo ao " p ro fe s s o r". Para c a p ita liz a r a id e n tific a ç ã o " é preciso que as e m ­ presas brasileiras d e m o n s tre m não so­ m en te te r a q u a lific a ç ã o necessária mas ta m b é m que, p o r fo rç a da 'id e n ­ tific a ç ã o ' c o m o c lie n te po derão o fe ­ recer-lhe algo que os c o m p e tid o re s de o u tro s países não p o d e m , o u não q u e ­ rem da r A já m en cio nad a ' tro p ic a liz a ­ ç ã o ' e n tra no te rre n o d a q u ilo que os o u tro s não p o de m d a r " . Mas o que p o ­ de ser rea lm en te a pedra de to q u e é o o fe re c im e n to de algo que os o u tro s 'não querem d a r " a te c n o lo g ia , o k n o w - h o w " , ju n ta m e n te com os servi­ ços prestados Neste cam p o as empresas brasileiras p o de m c o n ta r com um t r u n ­ f o in e stim á ve l, na m edida em que supe­ rarem um a visão m enos am p la das pers­ pectivas e se dispuserem a tra n s fe rir sua te c n o lo g ia e, m ais ainda, c o m u n ic a r sua e x p e riê n c ia de c o m o absorver (ou su­ gar) te c n o lo g ia .

A té aq ui fo ra m vistos os nada de spre­ zíveis fa to re s favo rá veis à expansão dos serviços prestados no e x te rio r pelas e m ­ presas d o seto r e lé tric o b ra s ile iro , e n te n ­ d id o , c o m o d ito mais acim a, na acepção m ais am p la da expressão as empresas de energia e lé tric a e seus fo rn e c e d o re s . A l ­ guns destes fa to re s aplicam -se a diversos ram os de a tiv id a d e , o u tro s são e s p e c ífi­ cos d o seto r em questão. Cabe agora co n s id e ra r os fa to re s desfavoráveis, ta m ­ bé m bastante im p o rta n te s e que tê m a ca ra c te rís tic a s de serem to d o s de o rig e m genérica, ou seja:

são

co m u n s a to d o s os cam pos em que as empresas brasileiras se p ro p õ e m a a tu a r no e x te rio r.

De um a fo rm a m u ito s im p lis ta pode- se re s u m ir os o b s tá c u lo s em três e x p re s ­ sões: fa lta de tra d iç ã o , fa lta de fin a n c ia ­ m e n to , fa lta de organização.

A fa lta de tra d iç ã o , talve z o ób ice mais im p o rta n te , tem do is aspectos com p le m e n ta re s: de um lado, as e m p re ­ sas brasileiras não estão estabelecidas nos diversos m ercados de fo rm a a que seus nom es venham à le m brança de fo rm a n a tu ra l q u a n d o se pensa em d e ­ te rm in a d o serviço; de o u tro lado, o p r ó ­ p rio país não c u ltiv o u s u fic ie n te m e n te até agora a im agem de um p re s ta d o r c o n fiá v e l de serviços de q u a lid a d e . O n o ­ me d o Brasil c o n tin u a associado, de fo rm a sim p á tica é verdade, ao carnaval, café, fu te b o l m ulatas, e tc ., nada de m u ito e s tim u la n te para que um c lie n te sério e o b je tiv o pense a p r io r i nas firm a s b ra jile ira s c o m o prestadoras de serviços. A situação vem e v o lu in d o fa v o ra v e lm e n ­ te, mas os progressos dependem , p r i­ m e iro , de um sério e s fo rç o de p ro m o ­ ção mas, s o b re tu d o , da seriedade com que fo re m encaradas, depois, na fase de m ate ria liz a ç ã o , as in ic ia tiv a s bem suce­ didas na fase de " m a r k e g in t" . S ob este aspecto o sucesso (e o fracasso) de cada um transcende m u ito os seus p ró p rio s lim ite s , o que fa z com que, no te rre n o e x te rn o , a solida rie dad e e o resp eito m ú tu o , devam im pôr-se em n ív e l mais a lto seja e n tre aqueles que c o m p e te m no ram o seja e n tre os que atu am em ra ­ m os apenas vagam ente relacionados.

A e x is tê n c ia de fo n te s de fin a n c ia ­ m e n to s u fic ie n te s em con dições c o m p e ­ titiv a s , aliada aos fa to re s favoráveis a c i­ ma re la cio n a d o s p o d e ria a u m e n ta r em m u ito a p a rtic ip a ç ã o das empresas b ra ­ sileiras nos m ercados e x te rn o s . O c o rre , c o m o é a m p la m e n te c o n h e c id o , que as d ific u ld a d e s fin a n c e ira s d o país têm e fe ito d ir e to nas linha s de c ré d ito o fe ­ recidas à e x p o rta ç ã o , das quais m uita s fig u ra m no papel em te rm o s que seriam ideais se re a lm e n te fun cion asse m . Por o u tr o lado a p a rtic ip a ç ã o em c o n c o r­ rências fin a n c ia d a s p o r en tida de s in te r ­ n a cio nais ( B IR D , B ID , B A D , etc .) im ­ p lic a na d ispo sição de e n fre n ta r um n ú ­ m ero d e s p ro p o rc io n a l de c o m p e tid o re s , fa z e n d o c o m que o risco de in v e s tir na preparação de um a p ro p o s ta seja f r e ­ q ü e n te m e n te con sid e ra d o excessivo.

Cabe ainda n o ta r qu e, nos casos de f i ­ n a n c ia m e n to p o r agências in te rn a c io ­ nais, alguns dos fa to re s acim a a p o n ta ­ dos c o m o favo rá veis p o de m in flu e n c ia r os eventuais c lie n te s mas não necessa­ ria m e n te os supervisores daquelas agên­ cias cuja o b je tiv id a d e e interesses tê m c o m o c o n d ic io n a n te s a sua fo rm a ç ã o , e x p e riê n c ia e n a c io n a lid a d e .

N e x te c o n te x to deve ser m e n c io n a d o que apenas re ce n te m e n te c o m e ç o u a

(3)

e x is tir um a presença bra sile ira mais m a r­ cante nos qu a d ro s de especialistas das diversas in s titu iç õ e s in te rn a c io n a is de f i ­ n a n c ia m e n to de grandes e m p re e n d im e n ­ tos.

U m o u tro aspecto a ser considerado é a te n d ê n c ia cada vez m a io r das in s titu i­ ções fin a n c e ira s in te rn a c io n a is de a d o ta r o sistem a do ' jo in t fin a n c in g " , em que c o m p õ e m o esquema fin a n c e iro de de­ te rm in a d o s e m p re e n d im e n to s com as agências fin a n c e ira s de certos países in ­ d u s tria liz a d o s . Isto faz com que as e m ­ presas sediadas nestes países já pa rta m c o m c on dições a lta m e n te favoráveis de c o m p e tiç ã o , seja pe lo c o n h e c im e n to p ré v io de dados d o e m p re e n d im e n to , seja m esm o pela po ssib ilidad e de atu ar sobre tais dados de fo rm a a favo re cer interesses nacionais Não é p o r acaso que as organizações dos países in d u s tria ­ lizados se p ro p õ e m sem pre a fin a n c ia r os estudos básicos dos e m p re e n d im e n ­ tos. Q ua ndo não o faze m através de suas agências fin a n c e ira s , os países in d u s tria ­ lizado s fre q ü e n te m e n te selecionam e m ­ presas, privadas ou pú b lica s, para o fe re ­ cer graciosam ente, ou a pre ço s im b ó li­ co, a execução de e studos de v ia b ilid a d e , planos de ação, d ia g n ó stico s setoriais, e o u tro s do m esm o tip o . O b v ia m e n te , a razão que os leva a ta n to é de o rd e m p u ­ ram e nte pra gm á tica, p o s to que, e m b u ti­ dos nos serviços prestados a t í t u lc r d e cooperação seguem vários c o n ce ito s, padrões, idéias básicas, e tc ., que re fle ­ te m fo rç o s a m e n te as tra d iç õ e s e as pos­ sib ilid a d e s do país de o rig e m , servind o, assim, de e x c e le n te p o n to de a p o io para a etapa seguinte, m u ito mais im p o rta n te em te rm o s fin a n c e iro s , que in c lu i os ser­ viços de p ro je to e x e c u tiv o , c o n s tru ç ã o c iv il, m o n ta g e m , e fo rn e c im e n to de m a­ te ria is e e q u ip a m e n to s .

O custo dos m en cio nad os serviços p re lim in a re s é e x tre m a m e n te pequeno se c o m p a ra d o com as p o ssib ilidad es que abrem em te rm o s globais: a p ra zo m é d io e lo n g o o c o te jo c u s to -b e n e fíc io é fr a n ­ cam e nte fa vo rá vel. Não é p o r o u tra ra ­ zão que ta n to s países in d u s tria liz a d o s se de dicam à "c o o p e ra ç ã o té c n ic a " com países em d e s e n v o lv im e n to . É fo rç o s o c p n c lu ir que, no caso d o B rasil, o que im pede um a ação mais e fe tiv a nesse c a m p o p ro m is s o r não é ta n to a fa lta de fu n d o s , mas a fa lta de organização. Com e fe ito , sem que exista um fo r o s u p e rio r e m ais a m p lo onde seja fix a d a s as g ra n ­ des linhas de ação, não é possível im a ­ g in a r que u m a em presa, p riv a d a ou p ú ­ b lic a , se o fe re ça em c on dições a lta m e n ­ te subsidiadas para a execução de um

serviço com a perspectiva de b e n e fic ia r o u tra empresa brasileira, eve n tu a lm e n te de o u tro ram o, e v e ntua lm en te uma c o m p e tid o ra sua, ou, m u ito re m o ta m e n ­ te, a ela p ró p ria .

0 e x e m p lo japonês, em que o to d o po deroso K endaren, órgão m á x im o da in ic ia tiv a privada, acerta as linhas de acão com o tam bém

Doderoso

M IT I (M in is try o f In te rn a tio n a l Trade and ln-d u s try ), é v á liln-d o c o m o referê ncia in ic ia l, mas a distâ n cia que nos separa de tal en- tro s a m e n te é tã o grande que a e n o rm i­ dade da tarefa pode desanim ar, logo de in íc io . Porém , m esm o sem c o p ia r o m o ­ de lo n ip ô n ic o , há m u ito o que se fazer no Brasil para sair da situação con fusa em que se e n c o n tra o setor e x te rn o . O tem a é a m p lo e merece um a discussão que escapa aos lim ite s deste tra b a lh o . Cabe apenas c o n s ta ta r que, dos três grandes o b stáculos id e n tific a d o s à e x ­ pansão das empresas brasileiras no m e r­ cado e x te rn o , este é o ú n ic o cuja s o lu ­ ção a c u r to pra zo está in te ira m e n te nas mãos dos brasileiros.

O papel das empresas públicas

O que f o i d ito acim a aplica-se, c o m o já m e n c io n a d o , às empresas d o setor e lé ­ tr ic o c o m o um to d o , sejam elas conces­ sionárias de e le tric id a d e , sejam suas f o r ­ necedoras de bens e serviços. A seguir é e x a m in a d o mais em d e talh e o papel que caberia, em p a rtic u la r, às concessioná­ rias ou, mais e sp e cifica m e n te , às e m p re ­ sas p ú b lica s de e le tric id a d e , um a vez que o papel das empresas privadas é e x tr e ­ m am e nte re d u z id o no â m b ito dos servi­ ços de e le tric id a d e no Brasil.

A o se pensar em atuação e x te rn a , é c e rto que o papel p rin c ip a l deverá ser re­ presentado pelas empresas privadas, f o r ­ necedoras de bens e serviços, e n tre o u ­ tras razões pe lo fa to de que sua possível atuação no e x te rio r é da m esm a n a tu re ­ za que sua atuação no Brasil. Já as c o n ­ cessionárias te ria m de e n fre n ta r algu­ mas m udanças para atuarem em áreas d is tin ta s de seu o b je to p rin c ip a l, e d e i­ x a ria m de ser clie n te s para agir c o m o prestadoras de serviços.

Cabe, p o rta n to , in ic ia lm e n te , e x a m i­ n a r a c o n ve n iê n cia da atuação das e m ­ presas de energia e lé tric a no e x te rio r e as fo rm a s e os lim ite s em que tal deveria ser fe ito .

A lg um a s restrições q u a n to à co n v e ­ n iê n c ia da atuação e x te rn a das empresas pú b lica s de energia e lé tric a p a rte m de do is cam pos d is tin to s : de d e n tro das p ró p ria s concessionárias e de pa rte de a l­

guns de seus forne ced ore s, em p a rtic u la r do ram o de engenharia de p ro je to s . V á ­ rias empresas de engenharia m an ife s ta m , velada ou ab ertam e nte, o receio de p e r­ derem parte im p o rta n te d o m ercado e x ­ te rio r p o te n c ia l que seria to m a d o pelas empresas públicas, de m a io r p o rte , m a io r penetração e com m a io r f le x i b il i­ dade sob o aspecto fin a n c e iro . As obje- ções de d e n tro das empresas elétricas a p o n ta m para o fa to de que a "v o c a ­ ç ã o " das mesmas é de prestar bons ser­ viços de energia e lé tric a , e tã o som ente; não de veriam , p o rta n to , aventurar-se a desviar a atenção para o u tro s cam pos não tra d ic io n a is , s o b re tu d o com o risco de se verem acusadas de c o m p e tir com as empresas privadas.

D ia n te desse panoram a, a p rim e ira reação será a de ceder ao ra c io c ín io que, s im p lific a d a m e n te , pode ser assim resu­ m id o . " p o r que seguir este c a m in h o , se até agora ele não fo i seguido e, caso seja te n ta d o , pode c o n d u z ir a p ro b le m a s ? " Cabe responder que m u ita s realizações, de que o seto r e lé tric o b ra s ile iro hoje m u ito se o rg u lh a , não te ria m v in d o à luz se, no passado, seus idealizadores e p ro m o to re s tivessem reagido c o m o a c i­ ma d e s c rito .

Cabe ainda c o n s ta ta r que as e m p re ­ sas de energia e lé tric a possuem vasta e x ­ pe riência em diversos cam pos de ação exc lu s iv a m e n te sua, onde seus fo r n e ­ cedores de bens e serviços atu am apenas de fo rm a m arginal e esporádica, o u seja: há um a c o m p le m e n ta rid a d e a ser e x p lo ­ rada em b e n e fíc io de to d o s e do país. Não é o u tra a razão pela qual o c a m in h o fo i seguido em diversos países in d u s tria ­ lizados, re s u lta n d o , ao fin a l d o pro ces­ so, na cria ção da S O F R E L E C (F rança ), S W E D P O W E R (Suécia), H Y D R O Q U E ­ BEC - In te rn a tio n a l (Canadá) e o u tro s . Se se acrescentar a isso a u n â n im e o p i­ n iã o do G ove rn o e d o seto r p riv a d o de que o Brasil necessita a m p lia r suas e x ­ po rta çõe s, não haverá c o m o as empresas de energia e lé tric a se fu rta re m , p o r c o ­ m o d is m o , a dar sua colab oraçã o.

A d m itid o que as empresas pú blicas de energia e lé tric a devem , em p r in c íp io , p a rtic ip a r a tiv a m e n te da c o n q u is ta de m ercados e x te rn o s , o passo seguinte d e ­ ve ser o de armar-se de e x tre m a cau tela e p ro c u ra r responder a algum as questões fu n d a m e n ta is : em que cam pos devem atu ar? com quem co la b o ra r? de que f o r ­ ma?

P rim e ira m e n te é preciso reconhecer que as ressalvas de algum as empresas de engenharia não são to ta lm e n te in fu n d a ­ das. os ex e m p lo s d o que o c o rre u em o u ­

(4)

tro s setores, que não o e lé tric o , ju s t if i­ cam seu c u id a d o . De fa to , há diversas áreas de atuação em que, se o desejas­ sem, algum as empresas de energia elé­ trica- p o d e ria m c o m p e tir com as e m p re ­ sas de engenharia. De o u tra pa rte , p o ­ rém , há ou tra s áreas de e xclu siva c o m ­ petência das concessionárias, onde sua atuação pode ser fu n d a m e n ta l, e onde d ific ilm e n te as empresas de engenharia po d e ria m c o n tr ib u ir s ig n ific a tiv a m e n te : tre in a m e n to de pessoal, p ro c e d im e n to s de operação e m an uten ção , p o lític a de sobressalentes, a d m in is tra ç ã o de pessoal, plan o de contas, a d m in is tra ç ã o de m a­ te ria l segurança e higiene d o tra b a lh o . E xiste ainda um a zona c in z e n ta , em que é d ifí c il pré-estabelecer o p o n to onde com e çaria a e x is tir a "c o m p e tiç ã o in ­ d e v id a ", c o m o p o r e x e m p lo : p la n e ja ­ m e n to e estudos genéricos de sistemas e de e m p re e n d im e n to s , m a cro pro gram a - ção e fiscalizaçã o de e m p re e n d im e n to s , especificações básicas de eq u ip a m e n to s .

A solução parece estar na adoção de alguns p rin c íp io s claros e a discussão franca q u a n to à sua aplicação, a d m itin - do-se, é c la ro , que de p a rte a p a rte have­ rá seriedade e honestida de de p ro p ó s i­ tos.

F U R N A S , q u e fo i a p io n e ira d o setor p ú b lic o de energia e lé tric a na atuação e x te rn a , in c lu iu o seguinte tó p ic o nas suas D ire triz e s para o assunto, aprovadas pela D ire to ria , em ju lh o de 1 9 8 3 . " N a d e lim ita ç ã o das suas áreas de atuação F um as sem pre observará o p r in c íp io de não exe rcer ativida des que são h a b itu a l­ m en te da c o m p e tê n c ia de empresas p r i­ vadas b ra s ile ira s ".

O p ro b le m a m a io r que pode su rg ir é o d o fo r o para a discussão fr a n c a " a c i­ ma sugerida, e aqui reencontra-se o ob s­ tá c u lo m e n c io n a d o no in íc io do tra b a ­ lh o sob a designação um ta n to bárbara de " f a lta de o rg a n iz a ç ã o ".

A fa lta de um f o r o para o d iá lo g o ta m b é m fic a m a n ife sta q u a n d o se a p re ­ sentam pro blem as o b je tiv o s e ap a re n te ­ m en te sim ples, p o r e x e m p lo : s im u lta ­ neam ente duas ou três empresas p riv a ­ das, fo rn e ce d o ra s dê serviços ou e q u i­ pam en to s, desejam c o n ta r c o m o a p o io de um a concessionária para as p ro p o s ­ tas que vão apresentar para d e te rm in a ­ da c o n c o rrê n c ia no e x te rio r. Deve a concessionária o fe re c e r seus serviços in d is c rim in a d a m e n te a tod as as e m ­ presas s o lic ita n te s , sem e x a m in a r as p o ­ te n c ia lid a d e s de cada um a? Será ra­ zoável que a con cessioná ria , p a rtic ip a n ­ do com tod as, coloque-se em um a p o s i­ ção p riv ile g ia d a de con h e ce r tod as as

propostas brasileiras? E, neste caso, seu a p o io não estaria p e rde ndo o desejável im p a c to , ao se d ilu ir en tre várias? Cabe­ ria escolher apenas uma? C om que c r ité ­ rio ? Seria a p rim e ira a se apresentar, ou a que fosse selecionada p o r m eio de um processo de "p ré -q u a lific a ç ã o " fe ito pe­ la p ró p ria concessionária? O fa to é que as empresas de engenharia ainda d is c o r­ dam q u a n to às respostas, às perguntas acim a, e não conseguiram fo rm u la r em suas associações a sistem ática para c he­ gar ao consenso e apresentá-lo às e m p re ­ sas públicas. Por o u tro la do , não parece ju s to que a responsabilidade pela d e c i­ são seja de ixa da para a concessionária que se p ro p õ e a c o la b o ra r: ela terá, em p rin c íp io , a c o m p e tê n c ia técn ica para a fase de execução, mas eve n tu a lm e n te lhe fa lta ria vivê ncia de " m a r k e tin g " pa­ ra faze r o ju lg a m e n to , c o m o tam bé m c o rre ria o risco de ver contestada sua decisão.

D o lado d o setor p ú b lic o seria ta m ­ bém desejável que o assunto " e x p o r ­ taçã o de s e rv iç o s " fosse um p o u c o mais e s tru tu ra d o , a p a r tir de um a d e fin iç ã o das au to rid a d e s q u a n to ao seu real in ­ teresse para o país.

N ão parece desejável a criação im e ­ d ia ta de um a em presa com a vocação e xclu siva para a tu a r no m erca do in te r ­ n a c io n a l de serviços para o setor e lé tr i­ c o , baseada no m o d e lo das já m e n c io n a ­ das S O F R E L E C , S W E D P O V E R , H Y - D R O Q U E B E C In te rn a tio n a l, e o u tra s. É possível, e m esm o p ro váve l, que o Brasil chegue lá ao f im de um processo de in te ra ç ã o , mas para dar in íc io a este processo o que se precisa faze r é r e la ti­ vam e nte sim ples. In ic ia lm e n te cabe se­ le c io n a r quais as concessionárias com vocação para a prestação de serviços, e em que área, o u áreas, a tu a ria cada um a. Seria sem d ú v id a excessivam ente o n e ro ­ so se tod as as empresas pú blicas de ele­ tric id a d e do Brasil partissem para o n o ­ v o ra m o de ativida des que, c o m o se ve­ rá, exige algum es fo rç o in te rn o de adap­ taçã o, p o d e ria ser m esm o c o n tra p ro d u ­ cente na m edida em que, em dado m o ­ m e n to , as concessionárias se vissem c o m p e tin d o e n tre si em um cam p o em que só devem e n tra r para a jud ar, e não para d iv id ir .

Nesse p o n to é fu n d a m e n ta l o papel a ser rep rese ntad o pela ELETROBRÂS, c o ­ m o empresa de n íve l m a is a lto d o s e to r , e que te m c o n h e c im e n to das c a ra c te rís ti­ cas e possib ilidad es de cada concessioná­ ria , e a u to rid a d e para exe rcer a neces­ sária coo rde naçã o.

U m a vez relacionadas as empresas (o que não necessita ser fe ito à base de um a ún ica para cada tip o de a tiv id a d e ), caberia to m a r, no â m b ito de cada um a, algum as m edidas essenciais:

— c ria r um pe queno g ru p o (três ou q u a tro pessoas) com dedicação e x c lu s i­ va à prestação de serviços e que serviria de elo e n tre os diversos órgãos da e m ­ presa, a c oo rde naçã o da E L E T R O B R Â S e /o u M M E , os eventuais cliente s, e as em ­ presas privadas interessadas n o processo.

— c ria r um c o m itê de a lto n ív e l, com representantes de cada d ire to ria ou se­ t o r im p o rta n te , que se re u n iria p e r io d i­ cam ente para e x a m in a r as m edidas ad­ m in is tra tiv a s necessárias no pla n o in te r ­ no.

— a d o ta r alguns p ro c e d im e n to s in te r ­ nos, a serem e x p a n d id o s ao lo n g o d o te m p o , para c o b rir os diversos aspectos a d m in is tra tiv o s , legais, fin a n c e iro s e e xe­ c u tiv o s .

Este é, de fo rm a m u ito resum ida, o r o ­ te ir o que f o i seguido em F U R N A S desde 1983, c o m c o n h e c im e n to da E L E T R O - B R Á S , pa rtin d o -se d a c o n s ta ta ç ã o d e q u e F U R N A S seria fa ta lm e n te um a das c o n ­ cessionárias c o m vocação para a açõ e x ­ terna , d e v id o a sua am pla g a m a d e te c n o - logia e tip o s de atividades, a sua grande e x p e riê n c ia em c o n tra to s in te rn a c io ­ nais, e sua lo calizaçã o no R io de Jan ei­ ro.

F o i graças à e xistê ncia de m edidas to m a ­ das a n te rio rm e n te que, ao ser in dica da pe lo M M E e E L E T R O B R Â S para da r as­ sistência s o lic ita d a p e lo G o ve rn o de A n ­ gola, em m arço de 1984, f o i possível a F U R N A S agir c o m grande rapidez e e fi­ ciê ncia , para plena satisfação do c lie n te an golano e da em presa bra sile ira in te re s ­ sada na v ia b iliz a ç ã o da Usina H id r e lé tr i­ ca de Capanda. E m n o v e m b ro de 1984 fo ra m assinados os d o c u m e n to s ne gocia­ dos c o m o a p o io de F U R N A S , d a n d o in í ­ c io a esse e m p re e n d im e n to em que a p a rtic ip a ç ã o 'b ra s ile ira será s u p e rio r a m e io m ilh ã o de dólares. Na mesma data ta m b é m fo ra m assinados c o n tra to s , com in te rv e n iê n c ia da E L E T R O B R Â S , pelos qu ais F U R N A S cederá pessoal ao G A ­ ME K, e n tid a d e c ria d a para ser a p ro p rie ­ tá ria da Usina de Capanda, e lhe prestará servidos da mesma na tureza d o tra b a lh o q u e e xe cuta n o Brasil.

O e x e m p lo acim a tra z à lu z u m as­ p e cto im p o rta n te a ser con sid erad o q u a n d o fo r d e fin id o o papel a ser d e ­ sem penhado pelas empresas p ú b lic a s na estratégia da atuação e x te rn a , em espe­ cial em se tra ta n d o de países de e c o ­ n o m ia c e n tra liz a d a . O fa to de haver

(5)

empresas pú blicas de am bos os lados p e rm ite , a p riori, que se estabeleça com mais fa c ilid a d e um c lim a de entrosam en- to e c o n fia n ç a . N o caso p a rtic u la r de Capanda, vale c ita r c o m o e x e m p lo que, em fe v e re iro de 19 85 , esteve em M os­ c o u , para d is c u tir assuntos relacionados co m Capanda, um a delegação "a n g o la ­ n a " c om p osta e xclusiva m en te de pessoal de F U R N A S .

A ação de F U R N A S em A ng ola é, até o m o m e n to , o m a io r e mais im p o rta n te e x e m p lo de ação de empresa p ú b lic a de energia e lé tric a no ap o io à in ic ia tiv a p r i­ vada no e x te rio r. Serve, s o b re tu d o , para m o s tra r que está a b e rto o c a m in h o de cola b o ra çã o que poderá trazer ainda m u ito s fru to s para o Brasil.

Referências

Documentos relacionados

O presente projeto tem por objetivo principal, a identificação da fauna de Flebotomíneos (Diptera, Psychodidae, Phlebotominae) e detecção molecular de parasitas do

[r]

O artigo 2, intitulado “Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC): Estar fora da família, estando dentro de casa”, foi resultado da realização de uma pesquisa de

Afinal de contas, tanto uma quanto a outra são ferramentas essenciais para a compreensão da realidade, além de ser o principal motivo da re- pulsa pela matemática, uma vez que é

• Os municípios provavelmente não utilizam a análise dos dados para orientar o planejamento de suas ações;. • Há grande potencialidade na análise dos micro dados do Sisvan

Dos leitores que se manifestavam favoravelmente, a grande maioria (57%) era constituída por indivíduos alheios à medicina e à psiquiatria, muitos deles envolvidos em

A motivação para o desenvolvimento deste trabalho, referente à exposição ocupacional do frentista ao benzeno, decorreu da percepção de que os postos de

A constatação de que a leptina também é um forte modulador dos níveis endocanabinóides no hipotálamo foi um marco importante na identificação do sistema endocanabinóide