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Desporto escolar numa escola de Castelo Branco: que realidade, fatores de motivação para adesão ou não ao desporto escolar

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Academic year: 2020

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Declaração

Nome: Rui Filipe Vicente de Oliveira

Endereço eletrónico: rfvo1993@gmail.com Telefone: 926 699 252

Numero cartão cidadão: 13550118

Título: Desporto Escolar numa escola de Castelo Branco: Que realidade, Fatores de Motivação para adesão ou não ao Desporto Escolar.

Orientador: Professor Doutor António Camilo Cunha Ano de conclusão: 2018

Designação do Mestrado: Mestrado em Ensino de Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário

É AUTORIZADA A REPRODUÇÃO INTEGRAL DESTE RELATÓRIO APENAS PARA EFEITOS DE INVESTIGAÇÃO, MEDIANTE DECLARAÇÃO ESCRITA DO INTERESSADO, QUE A TAL SE COMPROMETE.

Universidade do Minho, ____/ ____/ ________

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Agradecimentos

A conclusão deste estágio pedagógico não teria sido conseguida sem uma série de determinadas pessoas, em especial:

Aos meus pais e às minhas avós, por fazerem enormes esforços por me manterem aqui e por acreditarem sempre que iria conseguir.

Aos meus irmãos, Ana que me deu e dá forças todos os dias, e ao Filipe, por sorrir sempre para mim, incentivando-me.

Aos meus amigos mais próximos, André, João, Manuel, Ricardo e Pedro, por nunca desistirem de mim, e por me fazerem lembrar sempre da pessoa que sou.

Agradeço aos professores da escola onde realizei o estágio por estarem sempre disponíveis e darem sempre o incentivo para a prática de todas as atividades da escola.

Ao Professor Cooperante António Martins, por todos os ideais e transmissões de aprendizagem que me deu.

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Título: Desporto Escolar numa escola de Castelo Branco: que realidade, fatores de

Motivação para adesão ou não ao Desporto Escolar.

Resumo

O presente relatório de estágio expõe as aprendizagens concebidas ao longo do ano letivo de 2017/2018, através da lecionação realizada numa Escola Secundária, localizada na cidade de Castelo Branco.

Neste relatório de estágio é apresentada uma descrição e contextualização do que foi feito na instituição, nomeadamente os problemas que foram enfrentados ao longo do ano e as estratégias para colmatar os mesmos, no que diz respeito à lecionação. É também exposto o que foi realizado com a escola e comunidade, as atividades que foram desenvolvidas, bem como o que foi realizado no Desporto Escolar.

Por fim, o projeto investigativo que foi realizado ao longo do ano letivo, onde foi estudada a realidade do Desporto Escolar na Escola Secundária Amato Lusitano, que pretendia perceber os motivos para a pratica ou não prática do mesmo. Este estudo foi constituído por 212 alunos da Escola Secundária Amato Lusitano, onde 106 desses alunos correspondiam a alunos que praticam Desporto Escolar e outros 106 a alunos que não praticam Desporto Escolar, o que no total deu o número de 212 alunos participantes neste estudo. Foram aplicados 2 questionários diferentes, um

correspondente aos motivos para a prática do Desporto Escolar e outro questionário referente aos motivos para a não prática do Desporto Escolar por parte dos alunos.

Palavras-Chave:

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Abstract

This internship report presents the lessons learned during the academic year 2017/2018, held at Escola Secundária Amato Lusitano, located in the city of Castelo Branco.

It is presented a description and contextualization of what was done in the institution, namely the problems that were faced during the year and the strategies used to fill them regarding teaching. It is also introduced what was done with the school and community and the activities that were developed as School Sports.

Concluding, this research project carried out throughout the school year, studies the difference between the reasons for a practice or not practice of sports at Escola Secundária Amato Lusitano.

This study had a sample of 212 students from the Escola Secundária Amato Lusitano, where half (106 students) attended school sports and the other half (106 students) did not practiced school sports.

Two different questionnaires were applied, one concerning the reasons for a sport practice and another one as to not practice sport.

Keywords: Sport Schools, Curricular internship, Physical education (sports

pedagogy), Motivation

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Índice

Agradecimentos... ...II Resumo... ...V Abstract... ...VII

1. Introdução... ...1

2. Intervenção Pedagógica no Processo Ensino -Aprendizagem...2

2.1. Enquadramento Pessoal... 2

2.2. Enquadramento Institucional... 3

2.3. Caracterização da Turma... ...3

3. Área 1 - Organização e Gestão do Ensino e da Aprendizagem... ...4

3.1. Conceção... ...4

3.2. Planeamento... ...4

3.3. Realização...5

3.4. Avaliação... ...8

4. Área 2 – Participação na Escola e Relação com a Comunidade ...10

5. Área 3 – Desenvolvimento Profissional e Investigativo em Educação Física ..12

5.1. Introdução... ....12

5.2. Objetivos... ...14

5.3. Metodologia... ....15

5.4. Apresentação os resultados... ...18

5.5. Discussão dos resultados... ...25

5.6. Conclusões finais... ....27

6. Considerações Finais ...28

7. Referências bibliográficas...30

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índice de Tabelas

Tabela 1 - Género de alunos participantes do estudo...15

Tabela 2 - Caracterização da amostra dos não praticantes de Desporto Escolar...15

Tabela 3 - Caracterização da amostra dos praticantes de Desporto Escolar...16

Tabela 4- Modalidades praticadas fora da Escola...16

Tabela 5 - Modalidade praticada no Desporto Escolar...17

Tabela 6 - Analise dos itens do questionário QMAD...19

Tabela 7 – Valor médio atribuído aos itens mais valorizados no QMAD por Idade...20

Tabela 8 – Valor médio atribuído aos itens menos valorizados no QMAD por Idades...20

Tabela 9 – Valor médio atribuído aos itens mais valorizados no QMAD por Género...21

Tabela 10 – Valor médio atribuído aos itens menos valorizados no QMAD por Género...21

Tabela 11 - Analise dos itens do questionário IMAAD...22

Tabela 12 – Valor médio atribuído aos itens mais valorizados no IMAAD por Idades...23

Tabela 13 – Valor médio atribuído aos itens menos valorizados no IMAAD por Idades...23

Tabela 14 – Valor médio atribuído aos itens mais valorizados no IMAAD por Género...24

Tabela 15 – Valor médio atribuído aos itens menos valorizados no IMAAD por Género...24

índice de Anexos

Anexo 1 – Questionários IMAAD/QMAD...32

Anexo 2 – Calendário Escolar 2017/2018...37

Anexo 3 – Calendário Anual da Turma ...38

Anexo 5 – Reflexão Critica...39

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1. Introdução

Atualmente, existem estudos que sugerem que tanto a atividade física, como a aptidão física tem diminuído em todo o mundo nas últimas décadas (C. Marta, et al., 2012). Os mesmos autores referem ainda que, esta causa é devido aos jovens evitarem as aulas de Educação Física, devido, em parte, à falta de planeamento, sendo que tem de ter em conta o interesse, a motivação e o sucesso das crianças na realização dos exercícios, respeitando as diferenças entre eles, bem como o género (C. Marta et al., 2012)

No que diz respeito ao mundo virtual, a tecnologia sofreu grandes alterações levando os jovens a passarem mais tempo dos seus dias sentados ao telemóvel, no computador e ainda a jogar jogos eletrónicos. O que representa uma vida mais sedentária, onde os hábitos de prática desportiva têm vindo a ser metidos de lado. Como tudo isto tem consequências a nível da saúde, seja a curto ou a longo prazo, nomeadamente doenças a nível cardíaco e a nível metabólico (Batista et al., 2011), doenças como a diabetes (Haapanen, et al., 1997) e em casos extremos, cancro (Giovannucci et al., 1995)

Para que seja possível contornar cada vez mais este cenário de jovens sedentários, tanto a escola como principalmente os Professores de Educação Física tem um papel fundamental. Com este tipo de problemas atuais, considero que estes devem ter outro tipo de estratégias e transmissão de conhecimentos para as aulas de Educação Física, apelando aos hábitos de vida saudável e a uma prática desportiva regular.

Nesse sentido e de acordo com o que foi dito em cima, insere-se o estágio curricular, que foi desenvolvido no âmbito da unidade curricular de Estágio do 2º ano de Mestrado em Ensino de Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário. Tendo como objetivo a lecionação de aulas, sempre de acordo com o planeamento anual. Tentando transmitir o máximo de conhecimentos e componentes para os alunos, com o fim de estes alterarem a sua rotina diária para melhor, isto é, convencer e cativá-los a realizarem uma vida com hábitos saudáveis e praticando frequentemente atividade física.

Relativamente ao estágio em si, teve início em Setembro numa escola localizada na cidade de Castelo Branco e terminou em Junho. O Professor cooperante que ficou responsável por me acolher e orientar na instituição, definiu logo no inicio do ano que iria lecionar uma turma de 11º ano e assistiria à lecionação de outra turma do Professor.

Em consonância com os horários das turmas, fiz parte do Desporto Escolar, mais precisamente na modalidade de Futsal Feminino, participando nas competições.

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2. Intervenção Pedagógica no Processo Ensino-Aprendizagem

2.1 Enquadramento Pessoal

No segundo ano do mestrado, o estágio curricular em Ensino da Educação Física no Ensino Básico e Secundário é o culminar de mais uma etapa no percurso académico, onde com a finalização do mesmo será possível ingressar no Ensino da Educação Física. Apesar de em anos anteriores ter dirigido atividades desportivas com jovens, foi a primeira vez que estive num contexto de lecionação de aulas de Educação Física.

Durante a minha caminhada académica, fui adquirindo conhecimentos teórico/práticos que sabia que no futuro seriam fundamentais para aplicar neste estágio pedagógico. Todo o meu desemprenho neste estágio pedagógico esteve dependente desse conhecimento anteriormente referido.

O decorrer do estágio pedagógico permitiu-me compreender o estado atual do ensino, mais concretamente do ensino da Educação Física. Num contexto geral foi bastante satisfatório o percurso ao longo deste ano letivo, onde pertenceu-me lecionar os diferentes módulos presentes no programa. Este momento considero que foi o mais importante ao longo de todo o meu percurso académico, já que nesta fase adquiri os conhecimentos fundamentais para ser professor e no futuro realizar uma lecionação de qualidade.

Ao longo deste estágio pedagógico, procurei seguir sempre os programas propostos, onde a lecionação seguia linhas orientadores para que dessa forma se conseguisse cativar os alunos.

Foram concebidas aulas dinâmicas e estimulantes, onde foi pretendido extrair e potencializar as capacidades de todos os alunos. Por vezes não foi fácil, uma vez que nem todos os alunos se aplicaram da mesma forma nos diferentes módulos, derivado aos seus gostos e interesses.

Para finalizar, considero que foi um ano muito difícil, mas repleto de aprendizagens que futuramente serão de extrema importância. Foi um ano cheio de evolução, onde pretendo que essa evolução também diga respeito aos alunos, uma vez que é importantíssimo que tenha contribuído para o desenvolvimento e sucesso escolar dos alunos.

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2.2 Enquadramento Institucional

O agrupamento de Escolas Amato Lusitano, localiza-se no concelho de Castelo Branco foi constituído em Julho de 2013 na sequência da agregação do Agrupamento de Escolas João Roiz e da Escola Secundária Amato Lusitano. Este agrupamento integra cinco estabelecimentos de educação e ensino. A Escola Amato Lusitano foi o local da realização do estágio, escola essa que conta com 435 nos cursos de Científico-humanísticos (18 turmas), 341 nos cursos profissionais (16 turmas) e 54 nos cursos vocacionais do ensino Secundário (três turmas).

A escola conta com uma área exterior com dois campos de futsal de relva sintética, um campo de futsal onde o piso é de cimento, dois campos de basquetebol, um campo de voleibol e uma caixa de areia. A escola possui ainda um ginásio onde tem as marcações de basquetebol, badminton, rede de voleibol e ainda material de ginástica. O pavilhão municipal que se encontra a 3 minutos da escola também é um espaço utilizado para as aulas de Educação Física, uma vez que a escola estabeleceu um protocolo com a Câmara Municipal. Pavilhão esse que tem medidas de 40x20 metro existindo marcações de futsal, badminton, basquetebol, voleibol, andebol, entre outras.

3. Caracterização da Turma

A turma frequenta o 11º ano do curso profissional de Apoio à Gestão Desportiva da Escola Amato Lusitano, que pertence à cidade de Castelo Branco. A turma analisada é formada por 21 alunos, onde 10 são do género feminino e 11 do género masculino. De salientar que todos os alunos da turma preencheram o inquérito.

No que diz respeito à turma que lecionei as aulas ao longo do ano letivo não tenho qualquer problema apontar.

Durante o ano letivo foi possível perceber que os alunos tiveram o acompanhamento por parte da diretora da turma, onde se demonstrou sempre preocupada tanto com os alunos como com o professor estagiário. O maior problema encontrado ao longo do ano foi por vezes a falta de interesse por parte dos alunos e a sua desmotivação para a execução de diversas tarefas.

Muitas das conversas que surgiram com os alunos, foi percetível que as prioridades não eram as aulas, mas sim estar com os amigos noutros contextos, como por exemplo a jogar videojogos e estar nas redes sociais. No decorrer de diversas conversas com o professor cooperante, foi possível utilizar algumas estratégias para que a turma se empenhasse ao máximo.

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3. Área 1 - Organização e Gestão do Ensino e da Aprendizagem

3.1 Conceção

Relativamente à conceção, o agrupamento de Escolas Amato Lusitano, contém diversos documentos baseados no Programa Nacional de Educação Física, onde determina o que é pretendido e o conteúdo a lecionar nos respetivos anos curriculares. Uma vez que a turma é pertencente a um curso profissional, a disciplina de Práticas de Atividade Físicas e Desportivas é dividida em 11 Módulos, 4 módulos no 10ºano, 3 módulos no 11ºano e 4º módulos no 12º ano.

Neste sentido, como o ano lecionado foi o 11º ano, forma abordados 3 módulos, com uma carga horária de 75h. Os módulos são os seguintes: Módulo nº 5 Voleibol 25h, Módulo nº6 Natação 25h e Módulo 7 Metodologia do Treino 25h. O total de todos os módulos corresponde a 50 tempos letivos.

Segundo o programa do grupo de Educação Física da Escola Amato Lusitano a sequencia no 11º ano de lecionação de módulos seria: Voleibol, Natação e por ultimo Metodologia do Treino, mas uma vez que a escola se encontrava numa fase de obras em que foram remodelados espaços físicos, existiu uma adaptação do programa. Iniciou-se então pela Natação, de seguida Metodologia do Treino e por ultimo o Voleibol. No módulo de natação e voleibol a lecionação foi de encontro com o pretendido para módulos práticos, onde existiu maior “peso” para a prática. Já no que diz respeito ao módulo teórico, foi de encontro com o que se pretendia para um módulo teórico, com trabalho de grupo, trabalho individual e teste.

3.2 Planeamento

«Plano anual e plurianual de atividades» os documentos de planeamento, que definem, em função do projeto educativo, os objetivos, as formas de organização e de programação das atividades e que procedem à identificação dos recursos necessários à sua execução. Decreto-Lei nº 137/2012 de 2 de julho.

Para se realizar o plano anual é preciso cumprir-se diversas regras introduzidas pela escola, para que exista um bom funcionamento das aulas. O mapa de rotação de espaços fornecida pela escola aos professores permite que os professores se orientem consoante os espaços e datas disponíveis para a lecionação das aulas. O mapa de

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rotações anteriormente referido, divide os professores pelos diferentes espaços nas diversas semanas.

Numa fase inicial foi definido em reunião do grupo de Educação Física os diversos espaços destinados aos diferentes professores e as respetivas datas dos mesmos, neste sentido foi possível realizar o plano anual da turma, dividindo os diversos módulos e planear as unidades didáticas. O programa apresentado define que o 11º ano do Curso Profissional de Apoio à Gestão Desportiva na disciplina de Práticas de Atividade Físicas teriam 3 módulos.

O planeamento contou então com um total de 52 aulas, no primeiro período foi lecionado o módulo de natação com um total de 17 aulas correspondendo às 25h do módulo, no primeiro período numa fase inicial teria sido planeado também a lecionação de 6 aulas do módulo de Metodologia do Treino, mas devido a problemas com os espaços de salas de aula e espaços desportivos teve que existir uma adaptação. Nesse sentido no final do primeiro período intercalou-se entre o módulo de Voleibol e Metodologia do Treino. No segundo período o planeamento consegui ser cumprido onde se lecionou o módulo de Metodologia do Treino e iniciou-se o módulo de Voleibol, no terceiro período então procedeu-se à finalização do módulo de Voleibol. Cada módulo tem uma carga horária de 25h, que no total corresponde a um conjunto de 75 horas. As aulas foram realizadas às Terças-Feiras entre as 16:50 até as 18:20 (90 minutos) e Sextas-Feiras entre as 10:25 até as 11:55 (90 minutos). Com isto definido, o planeamento das aulas foi realizado e acompanhado pelo professor cooperante, onde se dividia em dois momentos, antes da aula para revisão e correção se necessário, e no final da aula para feedbacks com o objetivo de evoluir e melhor na prática de lecionar.

Como anteriormente foi referido foi necessária a constante adaptação e modificação do planeamento, não só pelos motivos a cima referidos, mas também por atividades promovidas pelos diversos grupos da escola que por vezes coincidiam com os horários das aulas.

3.3 Realização

Na realização é onde se coloca em prática toda a conceção e planeamento. O objetivo passa por transmitir de uma forma objetiva, simples e direta os conteúdos propostos das unidades didáticas.

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De acordo com Bento (2003), o professor é responsável pela organização, planificação e ainda responsável pelo processo de aprendizagem, mas no mesmo sentido seria o aluno que se apropriava e assimilava o conteúdo transmitido. Neste sentido mais uma vez, a intervenção pedagógica refere-se à aplicação e execução do plano.

De salientar que as atividades foram planeadas com a colaboração do professor cooperante, onde foi fornecida alguma informação relativa à turma e objetivos que fossem de acordo com o elenco modular e ano da turma. Importa referir que o planeamento que foi realizado obteve sucesso. Para tal o professor cooperante teve um papel fundamental, não sendo possível fornecer dados relativos aos alunos no que diz respeito as suas capacidades e dificuldades, uma vez que o professor ainda não tinha lecionado esta turma em anos anteriores. O professor orientador solicitou essas mesmas informações a outros professores, dessa forma foi possível realizar o planeamento de forma mais eficaz.

No que diz respeito à lecionação das aulas, para que as aulas tenham qualidade e corram como planeado, é fundamental que se siga algumas linhas orientadoras. Um dos primeiros pontos abordados na primeira aula foram as regras de bom funcionamento, onde foram transmitidas tanto as regras gerais para o bom funcionamento de uma aula, como também as regras especificas de funcionamento da Piscina, uma vez que o primeiro módulo a lecionar foi o de natação. A organização das aulas também foi um ponto abordado, onde ficou definido dois alunos em cada aula responsáveis pelo material utilizado na aula, onde tinham que no inicio da aula ir ter junto ao professor para transportar o material a utilizar bem como no final da aula a recolher o mesmo. Para que as aulas sejam eficientes e de qualidade, as estratégias passam por uma instrução simples e objetiva, demonstrações de exercícios e que exista uma progressão de exercícios onde se vai do mais simples para o mais complexo. Desde o início que existiu sempre preocupação pelo posicionamento mais adequado e pelo tom de voz, de forma a visionar toda a turma e de manter a turma empenhada nas atividades.

No primeiro período de aulas como foi referido anteriormente foi necessário iniciar-se pela Natação, durante a lecionação do módulo de Natação foi adotada uma estratégia de trabalhar por grupos, o que na piscina facilitava muito na exercitação, onde um dos objetivos pretendidos seria o de os alunos terem o máximo de tempo de exercitação, não ficando parados durante vários minutos em filas. Na primeira aula foi logo realizada uma avaliação diagnóstica para perceber o nível da turma. Relativamente

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acordado com os alunos que sairiam 10’ mais cedo para terem tempo de tomar banho e se despacharem, na primeira aula também foi transmitido que o horário de entrada seria cumprido com rigor onde teriam uma tolerância de 10´ para chegar, os alunos cumpriram de forma quase excecional as regras transmitidas no inicio.

Numa fase inicial foi percetível que existia um grupo que não conseguia funcionar e que perturbava sistematicamente o bom funcionamento da aula. Rapidamente em conversa com o professor cooperante chegou-se à conclusão de separar esses mesmo elementos pelos restantes grupos. Após este pequeno problema, todas as aulas funcionaram bastante bem, tendo os alunos percebido que tinham que se aplicar para obter boas classificações. Na natação foi notória a evolução que existiu por parte dos alunos.

Umas das dificuldades sentidas na lecionação das aulas de natação, foi a colocação e projeção de voz. Durante a lecionação das aulas existiam outras aulas organizadas pela direção da piscina o que dificultava a tarefa do professor, nesse sentido em conversa com a turma foi pedido para que nas pausas para explicações ou feedbacks a concentração e atenção fossem máximas.

Depois de finalizar o módulo de natação foi iniciado tanto o módulo de Metodologia do Treino como o módulo de Voleibol. Foi complicado a lecionação destes dois módulos no final deste período, devido as dificuldades de espaços. O módulo de voleibol teve que ser lecionado às terças-feiras no campo exterior onde existia apenas uma rede, já o módulo de Metodologia do Treino lecionado as sextas-feiras. No módulo de voleibol foi feita logo a avaliação diagnóstica na primeira aula. O módulo de Metodologia foi divido entre aulas teóricas e aulas práticas, neste primeiro período apenas foram lecionadas aulas teóricas.

Toda a execução das atividades planeadas no primeiro período correram dentro da normalidade.

No segundo período os alunos regressaram das férias de natal e ano novo algo desmotivados, percebeu-se que o motivo seria por se iniciar um módulo que não seria só prático, mas porque também continha uma carga horária teórica.

No que diz respeito à lecionação do módulo de Metodologia do Treino, iniciou-se pela componente teórica, onde foi fornecido pelo grupo de Educação Física um documento onde continha os conteúdos a serem abordados. Foi neste momento que sinto que foi mais desafiante e mais complexa a minha experiencia neste estágio, já que foi a primeira vez que tive uma experiência de lecionar uma disciplina teórica. Por parte dos alunos sinto que me facilitaram a tarefa porque tentaram sempre colaborar, apesar de existirem sempre exceções. Um dos maiores problemas foi a utilização de telemóveis

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na sala de aula por parte dos alunos, algo que aconteceu diversas vezes, em conversa com o professor orientador foi decido intervir de forma mais severa relativamente a esse ponto. Com o decorrer do segundo período os alunos foram cumprindo as regras e não existiram mais situações do género. Quando se passou à parte prática do módulo o interesse e motivação foi bastante percetível. Neste período também foram lecionadas algumas aulas de voleibol, em que o espaço utilizado foi o ginásio da escola, espaço esse que tinha acabado de ser remodelado. Tudo correu dentro da normalidade.

No terceiro período os alunos regressaram desconcentrados e novamente desmotivados para as aulas apesar de ser a modalidade de voleibol que iria ser lecionada. Continuou-se então com o módulo de voleibol, foram abordadas todas as componentes do voleibol de forma progressiva, onde o jogo esteve sempre presente, em fases iniciais jogos reduzidos e posteriormente jogo formal.

Na primeira aula foi feita uma avaliação diagnóstica onde se percebeu que os alunos tinham muitas limitações para o ano de ensino que frequentavam, foi preciso adaptar o planeamento e dar mais enfase a etapas de aprendizagens mais iniciais, uma vez que no geral existiam muitas limitações. Os alunos durante o período foram mostrando evolução ao longo das aulas e isso traduziu-se nas notas finais.

No geral a lecionação das aulas corresponderam às espectativas, algumas dificuldades iniciais como é normal, onde se perdia tempo excessivo na explicação, feedbacks por vezes insuficientes, perca da visão total da aula, aspetos esses que com o decorrer do estágio foram melhorando e numa fase final deixaram de existir, sempre com a colaboração do professor cooperante que foi uma peça fundamenta para o sucesso e evolução da minha prestação durante o estágio.

3.4 Avaliação

O processo avaliativo inclui diversas ações, nesse sentido Teixeira e Nunes (2014) referem que é necessário colocar a avaliação num patamar superior, onde o professor não deve apenas avaliar sem pretender que a mesma traga benefícios, não é coerente avaliar apenas com o objetivo de perceber se ao aluno detém conhecimentos ou não, para classificar ou até mesmo para garantir um controle, é fundamental ter perspetivas. Nenhum momento de aprendizagem é concluindo sem que existe um momento de avaliação.

A avaliação iniciou-se então nas diversas Unidades Didáticas com a Avaliação Diagnóstica, avaliação esse que permitiu que o planeamento de cada aula fosse feito consoante as necessidades de cada aluno e da turma num contexto geral. O professor

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cooperante forneceu no inicio do ano uma grelha, em que cada modalidade continha os pontos cruciais, tanto técnicos como táticos, que são avaliados na aula. Referente ao módulo de Metodologia do Treino o grupo de Educação Física possuía um teste diagnóstico já concebido para ser aplicado caso necessário.

De seguida procedeu-se à Avaliação Formativa, avaliação essa que é fundamental para se poder analisar os alunos, foi possível perceber as dificuldades durante as aulas e avaliar a sua performance. Foram dados diversos feedbacks constantemente com o objetivo de corrigir os alunos para que melhorassem o seu desempenho. Este é um dos momentos mais importantes, uma vez que é o momento que os alunos têm de recolher aprendizagens importantes para avaliação final. Tanto no módulo de natação como no módulo de voleibol devido à informação recolhida através da avaliação diagnostica foi possível verificar quais os alunos com mais dificuldades e dessa forma acompanha-los de uma forma mais pormenorizada, transmitido ainda mais feedback e insistindo constantemente de forma a permanecerem motivados e a não desistirem. No módulo de natação devido à heterogeneidade existente na turma, em conversa com o professor cooperante foi decidido dividir a turma em diferentes grupos, para não existir desmotivação tanto dos alunos com mais dificuldades como os alunos com mais capacidades.

Por fim finaliza-se a Unidade Didática com a Avaliação Sumativa, onde os alunos colocaram em prática todos os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade Didática lecionada, momento esse de avaliação mais formal. Nos módulos práticos de natação e voleibol, a avaliação foi feita de acordo com os documentos fornecidos pelo grupo de Educação Física, onde 70% corresponde a Aprendizagens e Competências Específicas, (50% para Teste escrito e/ou Trabalho de grupo ou individual e outros 50% para a Prática), foi decidido em conjunto com o professor cooperante que o instrumento de avaliação e a sua ponderação para as modalidades práticas seria de 50% para a Prática e outros 50 % para um Trabalho de Grupo. Já referente ao módulo Teórico, os mesmos 70% para Aprendizagens e Competências Específicas, (50% para Trabalho de grupo ou individual e outros 50‰ para o Teste escrito), neste módulo foram realizados um teste escrito e um trabalho de grupo. Tanto nos módulos práticos como nos teóricos 30% da avaliação correspondeu ás competências Transversais.

Nas modalidades práticas a avaliação iniciou-se com os gestos técnicos fundamentais para o desenrolar da modalidade. Na natação os alunos executaram os estilos de bruços, costas e crol, onde estava definido pelo grupo de Educação Física que dos 50% da prática seriam divididos pela técnica e pelo tempo de execução. Existia uma tabela onde cada tempo correspondia a uma nota. Já na modalidade de voleibol, a avaliação iniciou-se com os exercícios de passe, manchete, remate e serviço. Nesta aula de avaliação o jogo reduzido realizou-se durante mais tempo, onde se começou por 2x2,

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passando para um 3x3 e finalizando com o jogo formal. Os alunos têm que ser capazes de aplicar todas as aprendizagens adquiridas ao longo das aulas.

4. Área 2 – Participação na Escola e Relação com a

Comunidade

A escola Amato Lusitano conta com diversas atividades que se realizam ao longo do ano onde os alunos podem participar, algumas dessas atividades permitem aos alunos classificarem-se para competições a nível distrital e posteriormente a nível nacional.

Como professor estagiário, em conjunto com o Grupo de Educação Física, auxiliei no planeamento e execução de diversas atividades. O corta-mato realizou-se a 10 de Janeiro, os Megas a 7 de Fevereiro, Inter-Turmas de Futsal dia 14 de Março e por último o AlbiDay a 2 Junho.

O corta-mato escolar é uma atividade inserida no plano de atividades do grupo de Educação Física, onde se realiza todos os anos. A atividade referida realiza-se normalmente no 1º período, neste ano devido a previsões climatéricas foi marcado para o segundo período no dia 10 de Janeiro.

O corta mato do Agrupamento de Escolas Amato Lusitano realiza-se na zona de lazer de Castelo Branco, participam nesta prova todas as escolas do agrupamento. Os responsáveis pela organização da prova, foram os alunos das duas turmas do 12º ano do Curso de Desporto da escola Amato Lusitano, todos os anos fica responsável um professor do grupo de Educação Física na orientação do mesmo.

No dia 8 de Janeiro, foi me dada a tarefa de colocar os dorsais dentro dos envelopes correspondentes aos participantes de cada turma, onde posteriormente foram entregues a cada professor de Educação Física.

No dia 10 de Janeiro, no inicio da manhã fiquei responsável por entregar os envelopes correspondentes aos alunos do 11º ADG2. De seguida foi me atribuída a tarefa de ficar na meta com outros professores a controlar as chegadas.

A segunda atividade em que participei foram os Megas, atividade essa que foi realizada na pista de atletismo de Castelo Branco. Os Megas contaram com diversas atividades: Mega Sprint– 40m, Mega Quilómetro, Mega Salto e Mega Lançamento. Os

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alunos foram separados em escalões, onde participavam apenas nas atividades que se tinham inscrito.

Esta atividade foi organizada novamente pelas duas turmas do 12º ano do Curso de Desporto, onde nesta atividade estava outro professor previamente definido para a organização.

A primeira tarefa realizada nos Megas foi a montagem do recinto, onde foi necessário transportar material da escola até à pista de atletismo. De seguida procedeu-se à entrega de dorsais aos respetivos alunos, tarefa essa que realizei com ajuda de diversos professores e alunos. As atividades foram iniciadas as 9h e terminaram as 13:30h. Durante as provas a tarefa definida foi a de acompanhar em conjunto com o professor cooperante o Mega Lançamento, com o objetivo de recolher os dados dos lançamentos por parte dos alunos e verificar se todas as regras estavam a ser cumpridas. No final procedeu-se à entrega das classificações obtidas e arrumação do material.

Tal como no corta-mato os alunos com melhor classificação ficaram apurados para os Megas distritais, que ocorreram algumas semanas depois.

O torneio de futsal que se realizou na escola foi concebido para todas as turmas, onde existia competição feminina e masculina. Cada turma podia ter mais do que uma turma inscrita. No torneio de futsal os alunos participaram em grande número, um dos factos foi o de existirem medalhas e cerimonia de entrega, onde todos os alunos estavam motivados para chegar ao pódio.

Neste torneio a minha função foi a de organizar os jogos, chamando os atletas de acordo com o boletim, onde informava para que campo se deviam encaminhar e qual o arbitro do jogo. Numa fase mais adiantada do torneio, foi me solicitado pelos professores organizadores para apitar os jogos, visto que tinha um conhecimento mais especifico sobre a modalidade. Esta foi a atividade que ajudei na realização que me deu mais prazer.

Num contexto geral, este torneio foi um sucesso. Torneio esse que envolveu grande parte da comunidade escolar, tanto na participação como na assistência. Este torneio foi bastante positivo também no sentido que me foi possível ter um contacto mais próximo com diversos alunos, não me restringido apenas às turmas lecionadas.

Por ultimo, o AlbiDay atividade essa que se realizou na zona de lazer de Castelo Branco, que consiste num dia desportivo destinado a toda a comunidade escolar da cidade de Castelo Branco. Esta atividade é uma iniciativa da autarquia onde pede o

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auxilio do grupo de Educação Física para a sua organização. Neste dia estão montados diversos espaços, campos de futsal, voleibol de praia, percurso de canoas, paintball, espaço para jogos tradicionais e insufláveis gigantes. Em cada estação ficam alguns professores para controlar as atividades, os alunos vão passando de estação em estação consoante os seus interesses. A estação onde fiquei destacado foi no percurso de canoas, tinha como função controlar o tempo de utilização que cada grupo tinha para estar na atividade. Esta atividade foi das atividades com mais aderência tanto por parte dos alunos como dos pais, tudo correu dentro da normalidade. Num contexto geral pode-se concluir que o AlbiDay foi um sucesso.

5. Área 3 – Desenvolvimento Profissional e Investigativo em

Educação Física

“Desporto Escolar numa escola da Cidade de Castelo Branco: Que

realidade, fatores de motivação para a adesão ou não ao Desporto

Escolar”

5.1. Introdução

O desporto é fundamental na vida de todas as pessoas, e o Desporto Escolar é uma forma de poder praticar atividade física sem custos adicionais, uma vez que se destina a todos os alunos, proporcionando estilos de vida saudáveis. Nesse sentido, como refere o Decreto-Lei nº 95/91 de 26 de fevereiro, Secção II, artigo 5º do regime jurídico da Educação Física e do Desporto Escolar, “Entende-se por Desporto Escolar o conjunto das práticas lúdico-desportivas e de formação com objeto desportivo desenvolvidas como complemento curricular e ocupação dos tempos livres, num regime de liberdade de participação e de escolha, integradas no plano de atividades da escola e coordenadas no âmbito do sistema educativo”

De acordo com Fraile (2010) o Desporto Escolar é uma importantíssima atividade educativa com uma enorme participação tanto no contexto internacional como no nacional, onde representa uma prática física orientada para a educação integral da criança.

No seguimento do que foi referido anteriormente, o objetivo principal deste estudo é o de perceber quais as principais motivações para adesão ou não, ao Desporto Escolar.

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De acordo com Biddle (1997) a perceção das razões que os jovens têm para serem fisicamente ativos no desporto é fundamental para a compreensão da motivação. É fundamental para estudos na área da motivação desportiva perceber que a influência é exercida quanto aos seus efeitos psicológicos (Roberts e tal., 1986, citado por Sousa, 2004). Neste sentido é indispensável que os professores/treinadores e os pais tenham noção de como funciona a motivação no desporto, já que só dessa forma conseguirão perceber determinadas questões, tais como: a desistência desportiva versus a persistência desportiva; a intensidade na pratica e ainda o interesse dos jovens por uma atividade em detrimento de outra (Fonseca, 1993; citado por Sousa, 2004).

É preciso estudar o fenómeno do Desporto Escolar, uma vez que tem um papel fundamental na iniciação da atividade desportiva de muitos jovens, visto que grande parte das escolas tem inúmeras modalidades que os jovens podem experimentar e participar. No entanto como anteriormente referido os vários benefícios da prática do Desporto Escolar são conhecidos, mas mesmo assim existe uma taxa reduzida de participação dos alunos nestas atividades. Portanto é necessário compreender o impacto dessas atividades nos jovens (Sousa, 2004)

Ao longo dos anos têm sido realizados diversos estudos referentes á motivação existente para a pratica ou não do Desporto Escolar. Para se poder compreender melhor esta temática de seguida serão apresentados alguns estudos que aparentem interesse. Os autores Sirard, P. & Pate (2006) realizaram um estudo a 1600 alunos do 2ºciclo do ensino básico onde abordavam os fatores motivacionais associados à participação desportiva. Os resultados desse estudo concluíram que o divertimento era o motivo mais importante para todas as crianças. Já no que diz respeito á não prática, G. Ferrando (2006, cit. por Dosil, J., 2008) realizaram um estudo na população espanhola, entre 1980 e 2005, onde concluíram que os motivos mais escolhidos são: “a falta de tempo”, “não gosta da prática desportiva” e por “preguiça/falta de vontade”.

Num estudo mais recente, realizado por Lubans D. et al (2010), foi aplicado um questionário a 249 adolescentes, 126 rapazes e 126 raparigas de New South Wales, Australia. Onde concluíram que tanto os rapazes como as raparigas consideram o Desporto Escolar como uma janela de oportunidades para serem fisicamente mais ativos, foi concluído também que para estes jovens o divertimento e a prática de atividades com amigos eram as razões mais importantes para a escolha da pratica do Desporto Escolar.

Também em Portugal, Veigas et. Al. (2009) num estudo realizado em diversas escolas de Vila Real, em que amostra constituía um total de 289 alunos, em que 182 não

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praticavam e 107 praticavam atividades no Desporto Escolar. Foi possível constatar neste estudo que os motivos mais importantes para a prática foram: “estar em boa condição física”, “manter em forma”, e “atingir um nível desportivo mais elevado”. No que diz respeito aos motivos mais importantes para a não prática foram os seguintes: “os horários disponíveis das instalações não são adequados” e “têm outras coisas para fazer”.

5.2. Objetivos

Objetivos Gerais

O presente estudo tem como principal objetivo perceber quais os principais motivos que levam os alunos do Ensino Secundário da escola onde se realizou o estágio curricular, a aderirem ou não ao Desporto Escolar. Este estudo também tem como finalidade perceber qual a realidade que se vive numa escola sediada no Interior do País relativamente ao Desporto Escolar.

Objetivos Específicos

• Comparar quanto ao género, as motivações existentes para a participação no Desporto Escolar;

• Comparar quanto ao género, as motivações existentes para a não participação no Desporto Escolar;

• Comparar quanto à idade, as motivações existentes para a participação no Desporto Escolar;

• Comparar quanto à idade, as motivações existentes para a não participação no Desporto Escolar;

(26)

5.3. Metodologia

Amostra

Para o presente estudo foi utilizada uma amostra de 212 alunos, pertencentes ao ensino secundário da escola onde o estágio se realizou, com idades compreendidas entre os 15 e 19 anos.

A amostra deste estudo dividiu-se em 2 grupos. O primeiro grupo é constituído por 106 alunos de ambos os sexos que frequentem o 10º, 11º e 12º anos do ensino Secundário, com idades compreendidas entre os 15 anos e 19 anos e que pratiquem Desporto Escolar. Por sua vez o segundo grupo é constituído pelos mesmos critérios, mas a alunos que não pratiquem Desporto Escolar.

Tabela 1 - Género de alunos participantes do estudo

De acordo com a tabela1, é possível verificar que existe um maior número de rapazes a participar no estudo do que raparigas. Observa-se então um número de 114 rapazes, ou seja, 53,8%, já as raparigas participantes no estudo são 98, ou seja, 46,2%.

Tabela 2 - Caracterização da amostra dos não praticantes de Desporto Escolar

Idade Total

15 e 16 Anos 17 Anos 18 e 19 Anos Ano Curricular 10º ano n 57 4 0 61 % 53,8% 3,8% 57,5% 11º ano n 1 26 0 27 % 0,9% 24,5% 25,5% 12º ano n 0 9 9 18 % 8,5% 8,5% 17,0% Total % n 58 39 9 106 54,7% 36,8% 8,5% 100,0%

De acordo com a Tabela 2, pode-se observar que 54,7% dos alunos não

praticantes de Desporto Escolar têm entre 15 e 16 anos, 36,8% 17 anos e 8,5% têm 18 anos ou mais. Através da análise da Tabela 2 é também possível constatar que o 10º

Género

Frequência Percentagem

M 114 53,8

F 98 46,2

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ano é o ano com maior número de alunos a não praticarem Desporto Escolar 57,5%, o 11º ano 25,5% e por último o 12ºano com 17%. Esses números acontecem também derivado a existirem mais alunos no 10º ano e assim sucessivamente.

Através da análise da Tabela 3, verifica-se que 58,5% dos alunos praticantes de Desporto Escolar têm entre 15 e 16 anos, 25,5% 17 anos e 16% têm entre 18 e 19 anos. Noutro sentido é possível observar que o ano curricular com maior adesão ao Desporto Escolar é o 10º ano com 58,5%, 11º ano com 26,4% e com o número mais reduzido o 12º ano com 15,1%. Tal como na tabela anterior, o número dos alunos no 10º ano é maior, de seguida vem o 11º ano e por fim com o número de alunos menor o 12ºano. Tabela 4- Modalidades praticadas fora da Escola

De acordo com a Tabela 4, é possível verificar que as modalidades mais praticadas fora da escola pelos alunos são as seguintes: Futebol 15,1%, Atletismo 11,3% e Futsal 9,4%. Já as modalidades menos praticadas são: Voleibol 0,9%, Judo 0,9% e Dança 1,9%.

Tabela 3 - Caracterização da amostra dos praticantes de Desporto Escolar

Idade

Total 15 e 16 Anos 17 Anos 18 e 19 Anos

Ano Curricular 10º ano n 62 0 0 62 % 58,5% 58,5% 11º ano % n 0 25,0% 27 1 28 0,9% 26,4% 12º ano n 0 0 16 16 % 15,1% 15,1% Total n 62 27 17 106 % 58,5%% 25,5% 16% 100% Frequência Percentagem Válido 36 34,0 Andebol 7 6,6 Atletismo 12 11,3 Badminton 5 4,7 Dança 2 1,9 Futebol 16 15,1 Futsal 10 9,4 Ginástica 8 7,5 Judo 1 0,9 Natação 6 5,7 Ténis 2 1,9 Voleibol 1 0,9 Total 106 100,0

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Tabela 5 - Modalidade praticada no Desporto Escolar

No que diz respeito às modalidades praticadas no Desporto Escolar, de acordo com a Tabela 5, consegue-se constatar que as modalidades com mais alunos são: Futsal 29,2%, Atletismo 15,1%, e por ultimo Andebol Voleibol com 14,2% cada. No sentido inverso é possível observar que Ténis 3%, Badminton 6,6% e Ginástica 8,5% são as modalidades com o número de praticantes mais reduzido.

Instrumento e recolha de dados

No presente estudo para se poder compreender e analisar os motivos existentes nos alunos para a Motivação ou Desmotivação existente na participação do Desporto Escolar, utilizou-se 2 questionários de cariz quantitativo, um questionário referente à Motivação - QMAD (Questionário de Motivação para as atividades desportivas), e outro questionário de Desmotivação - IMAAD (Inquérito de motivações para a ausência de atividades desportivas).

O questionário QMAD surge do Participation Motivation Questioner – PQM, criado por Grill, Gross e Huddlleston em (1983). Este questionário é constituído por 30 questões, as pontuações das respostas são realizadas numa escala de tipo Lickert, com cinco alternativas de resposta (de “1” a “5”), onde 1 – “nada importante”, 2- “pouco importante”, 3- “importante”, 4 “muito importante” e 5- “totalmente importante”. Estas respostas surgem no seguintemente da seguinte expressão: “Eu aderi ao desporto escolar por..”.

Modalidade Frequência Percentagem

Andebol 15 14,2 Atletismo 16 15,1 Badminton 7 6,6 Futsal 31 29,2 Ginástica 9 8,5 Natação 10 9,4 Ténis 3 2,8 Voleibol 15 14,2 Total 106 100,0

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O questionário IMAAD por sua vez foi concebido por Pereira e Vasconcelos – Raposo (1997), onde foi validado mais tarde por Fernandes (2005), este questionário é dividido em 35 perguntas, onde pretendem responder à questão “Eu não aderi ao desporto escolar por…”, as respostas organizam-se novamente numa escala de tipo Lickert, com cinco alternativas de resposta (de “1” a “5”), onde 1- “discordo totalmente”, 2- “discordo”, 3- “importante”, 4- “muito importante”, 5-”totalmente importante”.

Para se proceder ao tratamento dos dados obtidos foi utilizado o programa estatístico S.P.S.S- Statistical Package for Social Scieces.

Procedimentos

Numa fase inicial, para se proceder à recolha de dados através dos questionários, foi necessário pedir autorização ao conselho diretivo da escola onde o estudo foi realizado. Posteriormente foi também solicitado ao diretor Regional do Desporto Escolar a informação relativa ao número de alunos inscritos no Desporto Escolar referentes à escola onde se realizou o estudo.

Após obter as devidas autorizações e informações, com ajuda do professor cooperante a entrega e preenchimento dos questionários QMAD, procederam-se no início das aulas do Desporto Escolar, onde foi combinado com os diversos professores 10 minutos do início da aula para o preenchimento dos questionários.

Relativamente aos questionários do IMAAD referentes aos alunos que não praticavam Desporto Escolar, o processo foi mais simples. Com ajuda do professor Cooperante combinou-se com diversos professores de Educação Física que os questionários seriam entregues e preenchidos no início das suas aulas de Educação Física, ocupando então os 10 minutos iniciais da aula.

De salientar que os questionários eram de caráter voluntário, onde foi garantido o anonimato e confidencialidade a todos os alunos que participassem no estudo.

5.4. Apresentação os resultados

De seguida serão apresentados e analisados os dados relativos aos dois questionários aplicados, aos alunos que praticam Desporto Escolar (QMAD) e aos alunos que não praticam Desporto Escolar (IMAAD).

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Estudo 1 QMAD

De acordo com os dados apresentados na tabela 6, obtidos através de uma análise descritiva é possível perceber o valor médio das respostas em cada um dos 30 itens. No questionário QMAD a escala de importância é caracterizada por: 5 (totalmente importante), 4 (muito importante), 3 (importante), 2 (pouco importante), 1 (nada importante).

Tabela 6 - Analise dos itens do questionário QMAD

Como é possível observar de acordo com a tabela 6 verifica-se que os motivos menos valorizados pelos alunos são os seguintes: “Receber prémios (3,03)”, “Ser conhecido (2,94)”, “Ser conhecido e ter prestigio (3,02)”, “Prazer na utilização das instalações e material desportivo (2,79)”, “Influência do professor/treinador (3,05)”.

Itens QMAD (N=106) Média

1. Melhorar as capacidades técnicas 3,45

2. Estar com os amigos 3,72

3. Ganhar 3,45

4. Viajar 3,68

5. Descarregar Energias 3,42

6. Manter a forma 3,35

7. Ter emoções fortes 3,34

8. Trabalhar em equipa 3,29

9. Influência da família ou de amigos 3,75

10. Aprender novas técnicas 3,48

11. Fazer novas amizades 3,57

12. Fazer algo em que se é bom 3,32

13. Libertar tensão 3,30

14. Receber prémios 3,03

15. Ter ação 3,26

16. Fazer exercício 3,39

17. Ter alguma coisa para fazer 3,55

18. Espirito de equipa 3,20

19. Pretexto para sair de casa 3,44

20. Entrar em competição 3,27

21. Ter a sensação de ser importante 3,29

22. Atingir um nível desportivo mais elevado 3,32

23. Ser conhecido 2,94

24. Estar em boa condição física 3,21

25. Ultrapassar desafio 3,25

26. Ser conhecido e ter prestigio 3,02

27. Divertimento 3,40

28. Prazer na utilização das instalações e material desportivo 2,79

29. Pertencer a um grupo 3,20

(31)

Noutro sentido os motivos mais fortes que levam os alunos a praticarem Desporto Escolar são: “Estar com os amigos (3,72)”, “Viajar (3,68)”, “Influência da família ou de amigos (3,75)”, “Fazer novas amizades (3,57)”, “Ter alguma coisa para fazer (3,55)”.

Após se perceber os motivos menos relevantes e os mais relevantes que levam os alunos a participarem no Desporto Escolar, foram agrupados onde se calculou o valor médio atribuído a cada um deles por Idade e por Género.

Tabela 7 – Valor médio atribuído aos itens mais valorizados no QMAD por Idade

É possível verificar na tabela 7, que corresponde aos itens mais valorizados no QMAD, que os alunos com idades compreendidas entre os 15 e 16 atribuem uma maior importância ao item “Fazer novas amizade (3,58)”, os alunos de 17 anos por sua vez atribuem mais importância ao item “Influência da família ou de amigos (3,68)” e por fim os alunos de 18 e 19 anos o item mais valorizado foi o “Estar com os amigos (4,69)”.

Pode-se verificar que os valores são muito parecidos entre os alunos com idades compreendidas entre os 15 e 17 anos, subindo um pouco nos alunos mais velhos com idades entre os 18 e 19 anos.

Tabela 8 – Valor médio atribuído aos itens menos valorizados no QMAD por Idades

Itens mais valorizados no QMAD

Idade

15 e 16 anos 17 anos 18 e 19 anos Total

N=62 N=27 N=17 N=106

Média Média Média Média

Estar com os amigos 3,52 3,61 4,69 3,94

Viajar 3,55 3,50 4,50 3,85

Influência da família ou de amigos 3,32 3,64 4,38 3,78

Fazer novas amizades 3,58 3,18 4,19 3,65

Ter alguma coisa para fazer 3,21 3,11 3,81 3,38

Itens menos valorizados no QMAD

15 e 16 anos 17 anos 18 e 19 anos Total

N=62 N=27 N=17 N=106

Média Média Média Média

Receber prémios 3,08 2,93 3,00 3,00

Ser conhecido 2,94 2,96 2,94 2,95

Ser conhecido e ter prestigio 3,03 3,00 3,00 3,01

Prazer na utilização das instalações e

material desportivo 2,85 2,57 2,94 2,79

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É possível verificar na tabela 8, que corresponde aos itens menos valorizados no QMAD, que os alunos de todas as idades revelam uma menor importância no item “Prazer na utilização das instalações e material desportivo”

Tabela 9 – Valor médio atribuído aos itens mais valorizados no QMAD por Género

De acordo com a tabela 9, é possível verificar quanto ao Género o valor médio atribuído aos itens mais valorizados. Nesse sentido consegue-se verificar que tanto para os rapazes como para as raparigas o item menos valorizado é o seguinte, “Prazer na utilização das instalações e material desportivo”.

Tabela 10 – Valor médio atribuído aos itens menos valorizados no QMAD por Género

De acordo com a tabela 10, é possível verificar quanto ao Género o valor médio atribuído aos itens menos valorizados. Nesse sentido consegue-se verificar que para os rapazes o item mais valorizado foi “Influência da família ou de amigos (3,84)” e que para as raparigas o item mais valorizado foi “Estar com os amigos (3,65)”.

Género Itens mais valorizados no QMAD

Masculino Feminino Total

N=57 N=49 N=106

Média Média Média

Estar com os amigos 3,77 3,65 3,71

Viajar 3,79 3,55 3,67

Influência da família ou de amigos 3,84 3,63 3,74

Fazer novas amizades 3,70 3,41 3,56

Ter alguma coisa para fazer 3,65 3,43 3,54

Género Itens menos valorizados no QMAD

Masculino Feminino Total

N=57 N=49 N=106

Média Média Média

Receber prémios 3,18 2,86 3,02

Ser conhecido 3,02 2,86 2,94

Ser conhecido e ter prestigio 3,12 2,90 3,01 Prazer na utilização das instalações e material

desportivo 2,95 2,61 2,78

(33)

Estudo 2 IMAAD

Neste estudo os procedimentos utilizados foram os mesmos que foram utilizados no estudo 1, onde neste estudo são apresentados os resultados relativos aos alunos que não aderiram ao Desporto Escolar.

De acordo com a tabela 11, é possível analisar os itens relativos ao questionário IMAAD. Através da análise descritiva dos dados obtidos nessa mesma tabela, é possível identificar o valor médio das respostas dadas em cada um dos 35 itens, de acordo com a escala de importância do IMAAD, que é caracterizado por: 1 (discordo totalmente), 2 (discordo), 3 (indiferente), 4(Concordo), 5 (concordo totalmente).

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Através da tabela 11 é possível perceber quais os motivos mais valorizados para os alunos não aderirem ao Desporto Escolar, nesse sentido é possível perceber que esses mesmos motivos são: “Falta de tempo”, “Tem outras coisas para fazer”, “Os horários disponíveis das instalações não são os mais adequados”, “Os amigos também não praticam” e “Por preguiça”.

Por outro lado, os motivos menos valorizados são: “Por motivos de saúde”, “Por vergonha dos outros”, “Acham que não são bons a praticar”, “Por causa da idade” “Porque não gostam de estar em grupo”.

De seguida foi utilizado o mesmo procedimento que no estudo 1, onde se agrupou os itens mais e menos valorizados correspondentes às Idades e Géneros.

Tabela 12 – Valor médio atribuído aos itens mais valorizados no IMAAD por Idades

De acordo com a tabela 12, é possível perceber que para os alunos de 15 e 16 anos e também para os alunos de 18 e 19 anos atribuem maior relevância ao item “Falta de tempo”, já para os alunos de 17 anos o item que atribuíram mais relevância foi o de “Tem outras coisas para fazer”.

Tabela 13 – Valor médio atribuído aos itens menos valorizados no IMAAD por Idades

Idade Itens mais valorizados no IMAAD

15 e 16 anos 17 anos 18 e 19 anos Total

N=58 N=39 N=9 N=106

Média Média Média Média

Falta de tempo 3,50 3,90 4,67 4,02

Têm outras coisas para fazer 3,43 4,10 4,11 3,88 Os horários disponíveis das instalações

não são os mais adequados 3,03 3,10 3,89 3,34 Os amigos também não praticam 3,36 3,54 3,67 3,52

Por preguiça 2,86 3,49 2,89 3,08

Idade itens menos valorizados no IMAAD

15 e 16 anos 17 anos 18 e 19 anos Total

N=58 N=39 N=9 N=106

Média Média Média Média

Por motivos de saúde 2,43 1,74 1,44 1,87

Por vergonha dos outros 2,66 2,51 1,78 2,32 Acham que não são bons a praticar

desporto 2,59 2,62 2,11 2,44

Por causa da idade 2,47 2,54 1,78 2,26

(35)

É possível perceber na tabela 13, que o motivo que os alunos das diversas idades atribuem menos importância é o de “Por motivos de saúde”.

Tabela 14 – Valor médio atribuído aos itens mais valorizados no IMAAD por Género

De acordo com a tabela 14, é possível analisar as motivações para a não adesão do Desporto Escolar, quanto ao Género. Neste sentido então observa-se que tanto para os rapazes como para as raparigas os itens com mais relevância são: “Tem outras coisas para fazer” e “Falta de tempo”.

Tabela 15 – Valor médio atribuído aos itens menos valorizados no IMAAD por Género

Na tabela 15, é possível analisar as motivações menos valorizadas para a não adesão ao Desporto Escolar, quanto ao Género. Verifica-se que tanto nos rapazes como nas raparigas o item que menos interfere para a não adesão ao Desporto Escolar é o “Por motivos de saúde”.

Género Itens mais valorizados no IMAAD

Masculino Feminino Total

N=57 N=49 N=106

Média Média Média

Falta de tempo 3,51 4,02 3,77

Têm outras coisas para fazer 3,56 3,94 3,75 Os horários disponíveis das instalações não são os

mais adequados 3,07 3,20 3,14

Os amigos também não praticam 3,30 3,63 3,47

Por preguiça 3,02 3,18 3,10

Género itens menos valorizados no IMAAD

Masculino Feminino Total

N=57 N=49 N=106

Média Média Média

Por motivos de saúde 2,14 2,04 2,09

Por vergonha dos outros 2,53 2,53 2,53

Acham que não são bons a praticar desporto 2,61 2,49 2,55

Por causa da idade 2,53 2,33 2,43

(36)

5.5. Discussão dos resultados

De seguida serão abordados os resultados que foram apresentados anteriormente. Através de bibliografia consultada e de acordo com os objetivos pretendidos. Este estudo foi concebido para ajudar a perceber quais os motivos que levam os jovens do Ensino Secundário a participarem ou não no Desporto Escolar. Estudo 1

De salientar que dos 106 alunos praticantes de Desporto Escolar, 66% praticam algum desporto fora do contexto escola, onde as modalidades mais praticadas são: Futebol 15,1%, Atletismo 11,3% e Futsal 9,4%, já 34% não pratica qualquer tipo de desporto fora da escola. Este é um especto bastante interessante, uma vez que para uma escola do interior do país onde a prática é mais reduzida do que em cidades do litoral, ter estas percentagens onde se percebe que existe uma maior percentagem de jovens a praticar um desporto fora da escola do que a não praticar é bastante positivo. Relativamente ao estudo 1, sustentado no QMAD (motivações para aderir ao Desporto Escolar), as motivações mais fortes para aderir ao Desporto Escolar foram as seguintes: “Estar com os amigos”, “Viajar” “Influência da família ou de amigos” “Fazer novas amizades”, “Ter alguma coisa para fazer”.

Estes resultados não vão de acordo com alguma bibliografia consultada. Uma vez que, de acordo com Viegas et al., (2009), “Fazer exercício”, “Estar em boa condição física”, “Aprender novas técnicas”, “Atingir um nível desportivo mais elevado”, “Melhorar as capacidades técnicas”, “Manter a forma” e “Espírito de equipa”, são os motivos com mais relevância para se aderir ao Desporto Escolar.

Por outro lado, Lubans D. et al (2010), concluiu que para os jovens inquiridos no seu estudo, o divertimento e a prática de atividades com amigos eram as razões mais importantes para a escolha da pratica do Desporto Escolar. Neste caso existe a motivação “Estar com os amigos” em consonância nos dois estudos.

No que diz respeito aos motivos menos relevantes para adesão ao Desporto Escolar, os motivos foram os seguintes: “Receber prémios”, “Ser conhecido”, “Ser conhecido e ter prestigio”, “Influência do professor/treinador” e “Prazer na utilização das instalações e material desportivo”.

É possível dizer-se que os resultados obtidos neste estudo estão em certa parte de acordo com os resultados obtidos por (Viegas, et al., 2009), uma vez que apresentaram também os motivos de “ser conhecido” e “ser conhecido e ter prestigio” como resultados. De acordo ainda com (Viegas, et al., 2009), os motivos relacionados

(37)

com o estatuto eram os motivos que menos motivavam os alunos para a prática de Desporto Escolar, nesse sentido é possível afirmar que os motivos menos influentes são de cariz extrínseco.

Relativamente à comparação entre géneros, a motivação mais importante para adesão ao Desporto Escolar não é a mesma entre géneros, onde nos rapazes o principal motivo é a “Influência da família ou amigos (3,84) e nas raparigas é “Estar com os amigos (3,65)”. É notório que em ambos os géneros os itens de maior relevo para adesão ao Desporto Escolar, estão ligados aos amigos, quer por influência direta ou indiretamente. No que diz respeito às idades dos alunos, é possível perceber que os motivos mais relevantes para adesão ao Desporto Escolar nos alunos com idades entre os 15 e 16 anos é o de “Fazer novas amizades” (3,58), nos alunos de 17 anos é a “Influência da família ou amigos (3,84)” e nos alunos de 18 e 19 anos “Estar com os amigos (4,69)”, neste sentido é possível perceber que tal como na comparação entre géneros, na comparação por idades a possibilidade de estar com os amigos é algo fundamental para adesão destes alunos ao Desporto Escolar.

Estudo 2

Relativamente ao estudo 2, sustentado no IMAAD (motivações para não aderir ao Desporto Escolar). Nesse sentido os motivos que os jovens dão mais importância para a não prática de Desporto Escolar são: “Falta de tempo”, “Tem outras coisas para fazer”, “Os horários disponíveis das instalações não são os mais adequados”, “Os amigos também não praticam” e “Por preguiça”. É possível então dizer que os resultados obtidos nesta pesquisa vão ao encontro do que já foi apresentado em estudos anteriores, já que (Viegas, et al., 2009; Costa, J, 2012; Silvestre, R. 2013), referem que um dos motivos mais valorizados pelos inquiridos está relacionado com a falta de tempo. No mesmo seguimento, segundo, G. Ferrando (2006, cit. por Dosil, J., 2008) onde realizaram um estudo na população espanhola, entre 1980 e 2005, concluíram que os motivos mais escolhidos para a não adesão ao Desporto Escolar são: “a falta de tempo”, “não gosta da prática desportiva” e por “preguiça/falta de vontade”.

No que diz respeito ás motivações com menos relevância para a não adesão ao Desporto Escolar, os jovens indicam que os motivos são: “Por motivos de saúde”, “Por vergonha dos outros”, “Acham que não são bons a praticar desporto”, “Por causa da idade”, “Porque não gostam de estar em grupo”. Os motivos obtidos não estão em consonância com grande parte da literatura investigada, tais como (Viegas et al., 2009, Lora, M. & Sañudo, B., 2007, Quevedo-Blasco, et. al, 2009). Por outro lado, foi possível

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vão de encontro com o estudo realizado por (Duarte, L, 2012), onde estes motivos também foram os escolhidos pelos inqueridos como os menos relevantes para adesão ao Desporto Escolar.

Quanto à variável da idade, é possível verificar que as motivações com mais preponderância para a não adesão ao Desporto Escolar, nas diversas faixas etárias são: “Falta de tempo” e “Tem outras coisas para fazer”, resultados estes que vão de encontro com os resultados obtidos por (Costa, P, 2015), onde é percetível perceber que a prática do Desporto Escolar não é das primeiras escolhas dos alunos questionados.

No que diz respeito às motivações para a não adesão ao Desporto Escolar, quanto ao género, não existem grandes diferenças entre o género. Os motivos com mais influência para os inqueridos tanto do género masculino como para género feminino são: “Falta de tempo” e “Tem outras coisas para fazer”.

É possível perceber que tanto nas diversas idades como nos diferentes géneros, os motivos com mais influência para a não adesão ao Desporto Escolar são: “Falta de tempo” e “Tem outras coisas para fazer”.

5.6 Conclusões finais

Com a conclusão deste estudo, foi possível verificar quais os motivos para adesão ou não adesão dos jovens de uma escola de Castelo Branco, relativamente ao Desporto Escolar. Primeiramente é possível verificar que o numero de praticantes é reduzido, uma vez que cerca de 860 alunos frequentam a escola onde o estudo foi realizado e apenas 106 alunos aderiram ao Desporto Escolar.

Relativamente aos resultados obtidos, verifica-se que os motivos com mais relevância para a adesão ao Desporto Escolar são: “Estar com os amigos”, “Viajar” “Influência da família ou de amigos” “Fazer novas amizades”, “Ter alguma coisa para fazer”, e os menos importantes Receber prémios”, “Ser conhecido”, “Ser conhecido e ter prestigio”, “Influência do professor/treinador” e “Prazer na utilização das instalações e material desportivo”.

Os motivos que foram dados maior importância para a não adesão são: “Falta de tempo”, “Tem outras coisas para fazer”, “Os horários disponíveis das instalações não são os mais adequados”, “Os amigos também não praticam” e “Por preguiça”, já os motivos menos valorizados são: “Por motivos de saúde”, “Por vergonha dos outros”, “Acham que não são bons a praticar desporto”, “Por causa da idade”, “Porque não gostam de estar em grupo”.

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Com base nestes resultados é possível ver que grande maioria dos inquiridos não valoriza a satisfação e benefícios da pratica de atividade física, ou seja, a maioria dos alunos neste estudo não aderem ao desporto escolar por motivos intrínsecos. É facilmente observável neste estudo que tanto nas diversas idades como nos diferentes géneros, os jovens aderem ao desporto escolar para estarem com os amigos, ou para criarem novas amizades.

A prática regular de atividade física é de enorme importância, é através dessa mesma atividade física que se consegue atingir um bem-estar físico e mental. Para isso é preciso que os jovens sejam cada vez mais alertados para a importância da prática dessas atividades física, para que se consiga uma maior adesão ao Desporto Escolar e atividades desportivas extracurriculares.

É necessário consciencializar os alunos para esta temática, para que se consiga aumentar o número de praticantes.

Neste estudo concluiu-se ainda que um dos grandes motivos para os alunos não aderirem ao desporto escolar é a falta de tempo. Durante este estudo foi possível conversar com diversos alunos, onde muitos dos alunos afirmaram ter aulas durante os treinos do desporto escolar. Neste sentido é notório que é preciso definir novas estratégias, para que os alunos com cargas horárias bastante preenchidas consigam aderir ao Desporto Escolar.

O objetivo é que todos os anos se consiga ter mais jovens a participarem no Desporto Escolar. Como ficou visível neste estudo, para que isso acontece é necessário que se crie novas estratégias, melhores infraestruturas, adaptações de horários, se invista na formação de professores, são algumas das coisas que se fossem alteradas certamente incentivariam os jovens aderirem em maior número ao Desporto Escolar.

6. Considerações Finais

O presente relatório de estágio teve como propósito, apresentar todo o conhecimento e competências adquiridas durante a realização do mesmo.

A realização deste estágio curricular foi uma constante aprendizagem, onde foi necessário colocar todo o conhecimento em prática, não só o conhecimento adquirido ao longo do Mestrado, mas também as aprendizagens obtidas durante a Licenciatura. Esta experiencia foi totalmente diferente e enriquecedora, uma vez que em contexto de aulas de Educação Física sempre estive como aluno e nunca como professor. Esta nova função de professor foi de exigência máxima e de grande responsabilidade, onde a transmissão dos conhecimentos aos alunos foi fundamental para a sua evolução.

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Tabela 2 - Caracterização da amostra dos não praticantes de Desporto Escolar
Tabela 3 - Caracterização da amostra dos praticantes de Desporto Escolar
Tabela 11 - Analise dos itens do questionário IMAAD

Referências

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