Rev. Bras. de Iniciação Científica
EDUCAÇÃO EM SAÚDE DA PESSOA IDOSA NA VIVÊNCIA
INTEGRADA NA COMUNIDADE EM UM CURSO DE
MEDICINA: RELATO DE EXPERIÊNCIA
HEALTH EDUCATION OF THE ELDERLY PERSONAL IN A
MEDICINE COURSE: EXPERIENCE REPORT
EDUCACIÓN EN SALUD DE LA PERSONA IDOSA EN LA
VIVENCIA EN LA COMUNIDAD EN UN CURSO DE
MEDICINA: RELATO DE EXPERIENCIA
Humberto Cabral de Oliveira Filho Érico Gurgel Amorim2
Ana Luiza Oliveira e Oliveira3
Resumo: O objetivo deste trabalho é relatar a experiência de um estudante da graduação em
Multicampi de Ciências Médicas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, durante o cumprimento do componente curricular Vivência Integrada na Comunid
como resolutividade na atenção à saúde e Redes d
organização e à execução de uma atividade de Educação em Saúde em uma Unidade Básica de Saúde direcionada para a atenção à saúde da pessoa idosa.
responsabilização e humanização com objetivo de significar autonomia dos idosos Atenção Primária em Saúde (APS).
Palavras-chave: Saúde do idoso. Humanização da assistência. Assistência integral à saúde.
Abstract: The objective of this work is to report the experience of a medical undergraduate student at the
Multicampi School of Medical Sciences of the Federal University of Rio Grande do Norte, during the completion of the Integrated Community Life (VIC) curricular component. In order to discuss broader issues such as health care resolving and Health Care Networks, we w
organization and execution of a Health Education activity in a Basic Health Unit with a focus on the health care of the person the elderly. We p
humanization with the aim of meaning the autonomy of the elderly involved, as well as strengthening AtençãoPrimáriaemSaúde (APS).
Keywords: Health of the Elderly. Humanization of Assistance.Comprehensive Health Care.
1 Graduando de Medicina da Escola Multicampi
Norte. E-mail: humberto.filho@hotmail.com
2 Professor da Escola Multicampi de Ciências Médicas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
E-mail:ericogur@gmail.comOrcid:
3Professora da Escola Multicampi de Ciências Médicas da Universidade Federal do Rio Grande do Nor
E-mail: aluloli@gmail.comOrcid:
Rev. Bras. de Iniciação Científica (RBIC), Itapetininga, v. 7, n. 4, p. 24-40, ju
EDUCAÇÃO EM SAÚDE DA PESSOA IDOSA NA VIVÊNCIA
INTEGRADA NA COMUNIDADE EM UM CURSO DE
MEDICINA: RELATO DE EXPERIÊNCIA
HEALTH EDUCATION OF THE ELDERLY PERSONAL IN A
MEDICINE COURSE: EXPERIENCE REPORT
EDUCACIÓN EN SALUD DE LA PERSONA IDOSA EN LA
VIVENCIA EN LA COMUNIDAD EN UN CURSO DE
MEDICINA: RELATO DE EXPERIENCIA
Humberto Cabral de Oliveira Filho1
O objetivo deste trabalho é relatar a experiência de um estudante da graduação em
Multicampi de Ciências Médicas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, durante o cumprimento do componente curricular Vivência Integrada na Comunidade (VIC). A fim de discutir temáticas mais amplas
atenção à saúde e Redes de Atenção à Saúde, usamos elementos concernentes à ão de uma atividade de Educação em Saúde em uma Unidade Básica de Saúde da para a atenção à saúde da pessoa idosa. Problematizamos aspectos como acolhimento, vínculo, co responsabilização e humanização com objetivo de significar autonomia dos idosos, bem
Atenção Primária em Saúde (APS).
úde do idoso. Humanização da assistência. Assistência integral à saúde.
The objective of this work is to report the experience of a medical undergraduate student at the School of Medical Sciences of the Federal University of Rio Grande do Norte, during the completion of the Integrated Community Life (VIC) curricular component. In order to discuss broader issues such as health care resolving and Health Care Networks, we will use important elements concerning the organization and execution of a Health Education activity in a Basic Health Unit with a focus on the health care
We problematize aspects such as reception, bonding, co
humanization with the aim of meaning the autonomy of the elderly involved, as well as strengthening AtençãoPrimáriaemSaúde (APS).
: Health of the Elderly. Humanization of Assistance.Comprehensive Health Care.
Graduando de Medicina da Escola Multicampi de Ciências Médicas da Universidade Federal do Rio Grande do
humberto.filho@hotmail.com
Professor da Escola Multicampi de Ciências Médicas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Orcid: https://orcid.org/0000-0003-3473-2077
Professora da Escola Multicampi de Ciências Médicas da Universidade Federal do Rio Grande do Nor Orcid: https://orcid.org/0000-0001-9537-1979
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EDUCAÇÃO EM SAÚDE DA PESSOA IDOSA NA VIVÊNCIA
INTEGRADA NA COMUNIDADE EM UM CURSO DE
HEALTH EDUCATION OF THE ELDERLY PERSONAL IN A
EDUCACIÓN EN SALUD DE LA PERSONA IDOSA EN LA
VIVENCIA EN LA COMUNIDAD EN UN CURSO DE
O objetivo deste trabalho é relatar a experiência de um estudante da graduação em Medicina da Escola Multicampi de Ciências Médicas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, durante o cumprimento do ade (VIC). A fim de discutir temáticas mais amplas, e Atenção à Saúde, usamos elementos concernentes à ão de uma atividade de Educação em Saúde em uma Unidade Básica de Saúde aspectos como acolhimento, vínculo,
co-, bem como de fortalecer a úde do idoso. Humanização da assistência. Assistência integral à saúde.
The objective of this work is to report the experience of a medical undergraduate student at the School of Medical Sciences of the Federal University of Rio Grande do Norte, during the completion of the Integrated Community Life (VIC) curricular component. In order to discuss broader issues ill use important elements concerning the organization and execution of a Health Education activity in a Basic Health Unit with a focus on the health care roblematize aspects such as reception, bonding, co-responsibility and humanization with the aim of meaning the autonomy of the elderly involved, as well as strengthening
: Health of the Elderly. Humanization of Assistance.Comprehensive Health Care.
de Ciências Médicas da Universidade Federal do Rio Grande do Professor da Escola Multicampi de Ciências Médicas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Professora da Escola Multicampi de Ciências Médicas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Rev. Bras. de Iniciação Científica Resumen: El objetivo de este trabajoes
laEscuelaMulticampi de Ciencias Médicas de laUniversidad Federal de Rio Grande do Norte, durante elcumplimientodel componente curricular Vivencia Integrada enlaComunidad (VIC). A fin de d
más amplias como resolutividad de laatención a lasalud y Redes de Atención a laSalud, usaremos elementos importantes concernientes a laorganización y ejecución de una actividad de EducaciónenSaluden una Unidad Básica de Saludconorientación a laatención a lasalud de la persona personas de edadavanzada.
aspectos como laacogida, vínculo, corresponsabilización y humanizaciónconel objetivo de significar autonomía de losancianos involucrados así como de fortalecer laAtención
Palabras-clave: SaluddelAnciano. Humanización de laAtención. Atención Integral de Salud.
Envio 10/03/2019
Rev. Bras. de Iniciação Científica (RBIC), Itapetininga, v. 7, n. 4, p. 24-40, ju
El objetivo de este trabajoes relatar laexperiencia de unestudiante de lagraduaciónen medicina de laEscuelaMulticampi de Ciencias Médicas de laUniversidad Federal de Rio Grande do Norte, durante elcumplimientodel componente curricular Vivencia Integrada enlaComunidad (VIC). A fin de d
más amplias como resolutividad de laatención a lasalud y Redes de Atención a laSalud, usaremos elementos importantes concernientes a laorganización y ejecución de una actividad de EducaciónenSaluden una Unidad
n a laatención a lasalud de la persona personas de edadavanzada.
aspectos como laacogida, vínculo, corresponsabilización y humanizaciónconel objetivo de significar autonomía de losancianos involucrados así como de fortalecer laAtención Primaria enSalud (APS)
: SaluddelAnciano. Humanización de laAtención. Atención Integral de Salud.
/03/2019 Revisão 11/03/2019 Aceite 22/03
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relatar laexperiencia de unestudiante de lagraduaciónen medicina de laEscuelaMulticampi de Ciencias Médicas de laUniversidad Federal de Rio Grande do Norte, durante elcumplimientodel componente curricular Vivencia Integrada enlaComunidad (VIC). A fin de discutir temáticas más amplias como resolutividad de laatención a lasalud y Redes de Atención a laSalud, usaremos elementos importantes concernientes a laorganización y ejecución de una actividad de EducaciónenSaluden una Unidad n a laatención a lasalud de la persona personas de edadavanzada. Problematizamos aspectos como laacogida, vínculo, corresponsabilización y humanizaciónconel objetivo de significar autonomía
alud (APS). : SaluddelAnciano. Humanización de laAtención. Atención Integral de Salud.
Rev. Bras. de Iniciação Científica
Introdução
A educação em saúde é caracterizada pelo estimulo à promoção da saúde, de doenças, ao engajamento da população e sua participação
de assuntos relacionados à saúde e
informações entre o executor e o público, considerandoconhecim a construção de novos saberes de forma simétri
administrada a educação em saúde determina os resultados da ação. Sendo assim, conhecer a realidade
a efetividade da ação e para o alcance do construção os objetivos devem ser
suas potencialidades e fragilidades e assim elaborar metodologias coletivas e colaborativas entre usuários, profissionais e estudantes para uma melhor qualidade de vida do público.
Cientes da necessidade local da Ate Cruz, Rio Grande do Norte
região, evidenciou-se importante planejar e executar ações de Educação em Saúde contemplassemum grupo de idosos
de vida, propiciando ambiente para o empoderamento dos protagonistas da ação. recorreu-se metodologicamente
chamassem a atenção do
aprendizado,especialmente em localidades e contextos de vida afastados de grandes centros urbanos.
Durante a graduação em medicina na Escola Multicampi de Ciências Médicas da Universidade Federal do Rio Gra
desenvolver sua formação através do Aprendizado Baseado na Comunidade ou Aprendizado Baseado no Território. Esta metodologia é central em um componente curricular denominado Vivência Integrada na Comunidade (VIC
componente curricular obrigatório, com 120 horas/aula e duração de 4 semanas, oferecido do segundo ao oitavo semestre do curso de Medicina. Sua proposta permite que os estudantes se insiram longitudinalmente nos sistemas municipais de saúde da região (Melo
busca favorecer uma experiência vivencial e integral na comunidade e no sistema de saúde, durante o processo formativo dos discentes.
Rev. Bras. de Iniciação Científica (RBIC), Itapetininga, v. 7, n. 4, p. 24-40, ju
A educação em saúde é caracterizada pelo estimulo à promoção da saúde, engajamento da população e sua participação em ações educativas assuntos relacionados à saúde e à qualidade de vida. Tais ações deve
informações entre o executor e o público, considerandoconhecimentos prévios e estimulando a construção de novos saberes de forma simétrica e colaborativa.
administrada a educação em saúde determina os resultados da ação.
Sendo assim, conhecer a realidade na qual o público alvo está inserido é cardin a efetividade da ação e para o alcance dos objetivos na comunidade. Dessa forma,
devem ser coletivos, deve-se considerar a população, identificando suas potencialidades e fragilidades e assim elaborar metodologias coletivas e colaborativas entre usuários, profissionais e estudantes para uma melhor qualidade de vida do público.
necessidade local da Atenção Primária em Saúde do município de Santa Cruz, Rio Grande do Norte (RN), especialmente das demandas relacionadas
importante planejar e executar ações de Educação em Saúde um grupo de idosos, a fim de estimular atividades para melhorar
de vida, propiciando ambiente para o empoderamento dos protagonistas da ação.
etodologicamenteà utilização de atividades lúdicas e de brincadeiras que em a atenção dos idosos,diretamente relacionada ao envolvimento e ao aprendizado,especialmente em localidades e contextos de vida afastados de grandes centros Durante a graduação em medicina na Escola Multicampi de Ciências Médicas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, os estudantes têm a oportunidade de desenvolver sua formação através do Aprendizado Baseado na Comunidade ou Aprendizado Baseado no Território. Esta metodologia é central em um componente curricular denominado Vivência Integrada na Comunidade (VIC). Caracterizado como Internato Longitudinal, é componente curricular obrigatório, com 120 horas/aula e duração de 4 semanas, oferecido do segundo ao oitavo semestre do curso de Medicina. Sua proposta permite que os estudantes se
te nos sistemas municipais de saúde da região (Melo
busca favorecer uma experiência vivencial e integral na comunidade e no sistema de saúde, durante o processo formativo dos discentes.
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A educação em saúde é caracterizada pelo estimulo à promoção da saúde, à prevenção ações educativas que tratem devem estimular a troca de entos prévios e estimulando a e colaborativa. A maneira como é a qual o público alvo está inserido é cardinal para na comunidade. Dessa forma, desde a considerar a população, identificando suas potencialidades e fragilidades e assim elaborar metodologias coletivas e colaborativas entre usuários, profissionais e estudantes para uma melhor qualidade de vida do público.
em Saúde do município de Santa cionadas aos idosos da importante planejar e executar ações de Educação em Saúde imular atividades para melhorar sua qualidade de vida, propiciando ambiente para o empoderamento dos protagonistas da ação. Para tanto, utilização de atividades lúdicas e de brincadeiras que diretamente relacionada ao envolvimento e ao aprendizado,especialmente em localidades e contextos de vida afastados de grandes centros Durante a graduação em medicina na Escola Multicampi de Ciências Médicas da o Norte, os estudantes têm a oportunidade de desenvolver sua formação através do Aprendizado Baseado na Comunidade ou Aprendizado Baseado no Território. Esta metodologia é central em um componente curricular denominado ). Caracterizado como Internato Longitudinal, é um componente curricular obrigatório, com 120 horas/aula e duração de 4 semanas, oferecido do segundo ao oitavo semestre do curso de Medicina. Sua proposta permite que os estudantes se te nos sistemas municipais de saúde da região (Melo et al., 2017) e busca favorecer uma experiência vivencial e integral na comunidade e no sistema de saúde,
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Os módulos VIC oportunizam ao estudante nos três níveis de atenção da
Novos e Santa Cruz. A vivência é
estabelecidacomo eixo estruturante efetivo das
aproximação à comunidade nos cenários reais e significativos de práticas (Oliveira,
2017). Segundo relato dos estudantes, a inserção duradoura no local cotidiano do trabalho em saúde, potencializa uma formação mais
atuação atual e futura do profissional (Oliveira Corroborando com essas ideias, o objetivo des estudante da graduação em
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, no diagn
atividade de Educação em Saúde com idosos, durante o módulo VIC 3, na cidade de Santa Cruz (RN).
Metodologia
De acordo com Fortunato (2018), o relato de experiência é um método qualitativo de pesquisa e de produção de conhecimento que permite relatar
descrição dos contextos, das ações e da análise. O impacto des
que terceiros possam acessar ou se aproximar das experiências vivenciadas por outrém, catalizando o aprendizado, além
processo.
O processo aqui relatado refere Educação em Saúde para idosos módulo VIC 3, de criação de
vistas à propositura da atividade, realizado o planejamento da ação Estratégia de Saúde da Família
em que o estudante está inserido. Dessa
justificada pela crescente quantidade de idosos presente Após as reuniões com a equipe, foram pensadas efetivação da ação. Diante das
Rev. Bras. de Iniciação Científica (RBIC), Itapetininga, v. 7, n. 4, p. 24-40, ju
Os módulos VIC oportunizam ao estudante a construção de autonomia e aprendizado nos três níveis de atenção das redes municipais de saúde dos municípios
. A vivência é norteada pela Atenção Primária
como eixo estruturante efetivo das atividades, por meio de uma maior aproximação à comunidade nos cenários reais e significativos de práticas (Oliveira,
2017). Segundo relato dos estudantes, a inserção duradoura no local cotidiano do trabalho em saúde, potencializa uma formação mais generalista, humanista, crítica e ética, pilares para
profissional (Oliveira et al., 2016).
Corroborando com essas ideias, o objetivo deste trabalho é relatar a experiência de um estudante da graduação em Medicina da Escola Multicampi de Ciências Médicas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, no diagnóstico, planejame
atividade de Educação em Saúde com idosos, durante o módulo VIC 3, na cidade de Santa
De acordo com Fortunato (2018), o relato de experiência é um método qualitativo de pesquisa e de produção de conhecimento que permite relatar a própria experiência
descrição dos contextos, das ações e da análise. O impacto desse método é o de po
que terceiros possam acessar ou se aproximar das experiências vivenciadas por outrém, catalizando o aprendizado, além de suscitar a reinvenção do sujeito relator ao longo do
O processo aqui relatado refere-se ao planejamento e à implementação
Educação em Saúde para idosos, desenvolvido em atendimento à demanda, inscrita no , de criação de uma atividade interventiva de educação em saúde.
vistas à propositura da atividade, em um primeiro momento, foram feitasdiscussões e realizado o planejamento da ação, de forma conjunta e colaborativa com profissionais da Família (ESF), considerando as necessidades de saúde da comunidade em que o estudante está inserido. Dessasresultoua escolhapela temática da saúde do idoso, justificada pela crescente quantidade de idosos presentes no bairro.
pós as reuniões com a equipe, foram pensadas as articulações necessárias para efetivação da ação. Diante das características inerentes à estruturação da rede de atendimento,
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autonomia e aprendizado municípios de Caicó, Currais pela Atenção Primária à Saúde(APS), atividades, por meio de uma maior aproximação à comunidade nos cenários reais e significativos de práticas (Oliveira, et al., 2017). Segundo relato dos estudantes, a inserção duradoura no local cotidiano do trabalho em generalista, humanista, crítica e ética, pilares para e trabalho é relatar a experiência de um campi de Ciências Médicas da co, planejamento e execução de atividade de Educação em Saúde com idosos, durante o módulo VIC 3, na cidade de Santa
De acordo com Fortunato (2018), o relato de experiência é um método qualitativo de a própria experiênciapor meio da e método é o de possibilitar que terceiros possam acessar ou se aproximar das experiências vivenciadas por outrém, a reinvenção do sujeito relator ao longo do à implementação de um grupo de , desenvolvido em atendimento à demanda, inscrita no de educação em saúde. Assim, com foram feitasdiscussões e de forma conjunta e colaborativa com profissionais da de saúde da comunidade a temática da saúde do idoso, articulações necessárias para ração da rede de atendimento,
Rev. Bras. de Iniciação Científica foi identificada a necessidade
pactuação com o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) do município, considerando que o grupo de idosos acompanhados pelo Centr
espaço de produção de cuidado em destes às reuniões semanais.
Em um terceiro momento foram estabelecidas as estratégias paraatingir o público alvo.A
todas as terças-feiras, para conhecer a rotina reais necessidades individuais e coletivas dados, Foram adotados nomes fictícios a confidencialidade dos envolvidos
postura acadêmica eticamente responsável.
Discussão
Primeiro momento: Um novo olhar através do ouvir
Em 17 de outubro de 2018, na Unidade Básica de Saúde e mais variadas histórias das pessoas
demanda espontânea, o que nos possibilitou vida, das quais emergiam caras
puramente técnica. Conhecemos histórias de alguns i
orientações do profissional, aparentemente procuravam entender a necessidade do autocuidado para uma melhor
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a populaçã idosos no Brasil chegouà marca de 30,2 milhões em 2017, demonstrando um crescimento de 4,8 milhões em relação ao ano de 2012, quando o senso mostrava 25,4 milhões de brasileiros acima de 60 anos de idade.
necessária uma nova abordagem no cuidado visando
morbidades da população. Esse fenômeno é chamado de transição epidemiológica.
Rev. Bras. de Iniciação Científica (RBIC), Itapetininga, v. 7, n. 4, p. 24-40, ju necessidade de uma abordagemintersetoriale tornou
pactuação com o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) do município, considerando que o grupo de idosos acompanhados pelo Centro se configurava como potente espaço de produção de cuidado em decorrência do número de participantes e da assiduidade
reuniões semanais.
Em um terceiro momento foram estabelecidas as estratégias .Assim foram feitas visitas aos encontros do grupo feiras, para conhecer a rotina das atividades já consolidadas
individuais e coletivas dos participantes, para os quais, no tratamento dos oram adotados nomes fictícios, de modo a garanti-lhes o anonimato
a confidencialidade dos envolvidos. Tais cuidados permearam todo o trabalho, em prol de eticamente responsável.
novo olhar através do ouvir
17 de outubro de 2018, uma quarta-feira, iniciou-se mais um dia de atendimento na Unidade Básica de Saúde e, juntamente com o médico da unidade, passamos a conhecer as das pessoas que eram acolhidos naquele consultório. Era um dia de o que nos possibilitou escutar um considerável número de histórias de , das quais emergiam caras informações dificilmente obtidas
puramente técnica. Conhecemos histórias de alguns idosos que, atentos
orientações do profissional, aparentemente procuravam entender a necessidade do melhor qualidade de vida na terceira idade.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a populaçã marca de 30,2 milhões em 2017, demonstrando um crescimento de 4,8 milhões em relação ao ano de 2012, quando o senso mostrava 25,4 milhões de brasileiros acima de 60 anos de idade. Em resposta a essa mudança do perfil populacio
necessária uma nova abordagem no cuidado visando à mudança na prevalência das morbidades da população. Esse fenômeno é chamado de transição epidemiológica.
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e tornou-seimprescindível a pactuação com o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) do município, o se configurava como potente de participantes e da assiduidade Em um terceiro momento foram estabelecidas as estratégias a serem utilizadas grupo, que aconteciam das atividades já consolidadas eapreender as pantes, para os quais, no tratamento dos o anonimato, a privacidade, e . Tais cuidados permearam todo o trabalho, em prol deuma
se mais um dia de atendimento passamos a conhecer as consultório. Era um dia de um considerável número de histórias de dificilmente obtidas em uma anamnese dosos que, atentos às perguntas e orientações do profissional, aparentemente procuravam entender a necessidade do Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população de marca de 30,2 milhões em 2017, demonstrando um crescimento de 4,8 milhões em relação ao ano de 2012, quando o senso mostrava 25,4 milhões de brasileiros mudança do perfil populacional, faz-se mudança na prevalência das morbidades da população. Esse fenômeno é chamado de transição epidemiológica.
Rev. Bras. de Iniciação Científica
Com o envelhecimento populacional, verifica
principais causas de morbidade e mortalidade, de tal modo que as doenças não transmissíveis e as causas externas passam a predominar sobre as doenças transmissíveis, pois, à medida que as
avançadas, aumenta o risco
desenvolvam incapacidades, acarretando importante sobrecarga aos sistemas de saúde e previdenciário (Porto, 2013
Sendo assim, o cuidado com pacientes idos medicação correta ou do
situação. É necessário estimular e desenvolver o autocuidado de maneira colaborativa entre profissional e o idoso, o que
efetivaem seu quadro e traria benefícios a longo prazo, fruto Durante aquelas consulta
autocuidado na população idosa. realizávamos a VIC 3, muit
tais como abandono familiar, pouca socia
empoderamento social. Essa problemática é, em certa medida, a constatação local de um fenômenocomum a todo o
respeitando o direito à assistência
Entretanto, tal situação não decorre de desamparo legal, preconiza uma responsabilização coletiva e compartilhada etário, ao afirmar que:
é obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à
comunitária. (Brasil, 2013
Apesar desta orientação, inseridos, desde a gestão, responsabilidade. Vê-se que
que mais gostam de falar e contar histórias anos, e que precisa ser escutada e valorizada dispostas a ouvi-los. Diante des
Rev. Bras. de Iniciação Científica (RBIC), Itapetininga, v. 7, n. 4, p. 24-40, ju
Com o envelhecimento populacional, verifica-se a transição entre as principais causas de morbidade e mortalidade, de tal modo que as doenças não transmissíveis e as causas externas passam a predominar sobre as doenças transmissíveis, pois, à medida que as pessoas alcançam idades avançadas, aumenta o risco de que elas adquiram doenças crônicas e desenvolvam incapacidades, acarretando importante sobrecarga aos sistemas de saúde e previdenciário (Porto, 2013, p. 180).
Sendo assim, o cuidado com pacientes idosos vai muito além da prescrição da do uso de terapias que tragam um conforto pontual a determinada necessário estimular e desenvolver o autocuidado de maneira colaborativa entre
o que, atrelado à terapêutica médica, proporcionaria uma melhora traria benefícios a longo prazo, frutos de um cuidado continuado.
consultas, começamos a nos questionar como poderíamos estimular o autocuidado na população idosa. Despertou nossa atenção o fato de que
muitos idosos encontram-se em situações de vulnerabilidade social tais como abandono familiar, pouca socialização,pouco acesso a lazer, depressão e falta de
social. Essa problemática é, em certa medida, a constatação local de um comum a todo o Brasil: a sociedade não está preparada para acolher seus idosos respeitando o direito à assistência, à saúde e ao usufruto de seu retornoprevidenciári
tal situação não decorre de desamparo legal, o Art. 3° do Estatuto do Idoso, uma responsabilização coletiva e compartilhada de toda a sociedade por
obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária. (Brasil, 2013, p. 1).
Apesar desta orientação, é perceptível que o serviço de saúde em que estamos , ao atendimento médico, não cumpre o que lhe cabe em que, nas consultas e nas visitas domiciliares, são eles, os idosos, os que mais gostam de falar e contar histórias – reflexo da experiência acumulada durante os anos, e que precisa ser escutada e valorizada –,porém, nem sempre
los. Diante dessa problemática, resolvemos exercitar a
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se a transição entre asprincipais causas de morbidade e mortalidade, de tal modo que as doenças não transmissíveis e as causas externas passam a predominar sobre as pessoas alcançam idades de que elas adquiram doenças crônicas e desenvolvam incapacidades, acarretando importante sobrecarga aos sistemas
os vai muito além da prescrição da uso de terapias que tragam um conforto pontual a determinada necessário estimular e desenvolver o autocuidado de maneira colaborativa entre o proporcionaria uma melhora de um cuidado continuado. , começamos a nos questionar como poderíamos estimular o
o fato de que, no bairro onde de vulnerabilidade social, lazer, depressão e falta de social. Essa problemática é, em certa medida, a constatação local de um
a sociedade não está preparada para acolher seus idosos, previdenciário.
o Art. 3° do Estatuto do Idoso, de toda a sociedade por este grupo
obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, dignidade, ao respeito e à convivência familiar e
que o serviço de saúde em que estamos o que lhe cabe em tal nas consultas e nas visitas domiciliares, são eles, os idosos, os reflexo da experiência acumulada durante os nem sempre encontram pessoas resolvemos exercitar a escuta atenta dos
Rev. Bras. de Iniciação Científica relatos dos idosos, assumindo do caderno de anotações
aprendizado que elas nos ofertam sobre cada uma daquelas pessoas e, por conseguinte, sobre o próprio exercício da Medicina
Enquanto escutava-médico e um de nós. Viu-se
que com a própria conduta médica principalmente, a humanizar nossa relação qualificada de acolhimento centra
sistematizar nossa prática
integralidade do cuidado. Assim, é o início do curso é-se recebido
em suas casas de forma tão aconchegante. Acredita-se que a cada
idosos –, ganhamos mais um aprendizado
reconhecendo o valor de cada vida, que não deve ser julgada ou menosprezada, mas sim valorizada e respeitada por sua história. A partir de suas histórias é que
moldar nossas ações.
Com esse intuito, deve ser perene possível/necessário estimular para produzir mais deseja-se é que os usuários não precisem
permite refletir sobre a necessidade de ampliação do cuidado, visto que a ação curativa não é suficiente para garantir a saúde em seu conceito mais amplo. Porém
notório que nossa concepção olhar clínico lançado sobre o outro.
Nesse rumo, a primeira reflexão foi sobre o processo natural de envelhecimento, o qual é estigmatizado pela sociedade como incapacitante
dos idosos, que são levados a
virtude de sua idade.Afirmações dessa natureza, infundadas, sustentadas por ainda motivam muitos comportamentos
construiu – e vem perpetuando acriticamente
Rev. Bras. de Iniciação Científica (RBIC), Itapetininga, v. 7, n. 4, p. 24-40, ju
assumindo-a como atividade formativa. Abrindo mão momentaneamente o caderno de anotações,conectamo-nos mais eficientemente às histórias
aprendizado que elas nos ofertam sobre cada uma daquelas pessoas e, por conseguinte, sobre o próprio exercício da Medicina.
-se, percebia-seque os olhares dos idosos se alternavam entre o se ainda que durante essas consultas aprende
que com a própria conduta médica,pois aprende-se a ouvir, a entender a história e, humanizar nossa relação de atendimento. O principal objetivo des
e acolhimento centra-se na necessidade de, a partir do que se ouve tica profissional, em favor do cuidado efetivo
Assim, éambíguo estar naquele espaço como estudantes
se recebido como membros da comunidade que nos acolheu e nos recebeu em suas casas de forma tão aconchegante.
que a cada visita feita, de cada ser humano atendido
ganhamos mais um aprendizado, construído de forma individualizada, ouvindo e reconhecendo o valor de cada vida, que não deve ser julgada ou menosprezada, mas sim valorizada e respeitada por sua história. A partir de suas histórias é que
, deve ser perene na prática médica o questionamento acerca do que estimular para produzir o empoderamento dos usuários
é que os usuários não precisem do amparo da técnica médica. Essa postura permite refletir sobre a necessidade de ampliação do cuidado, visto que a ação curativa não é suficiente para garantir a saúde em seu conceito mais amplo. Porém
que nossa concepçãodo envelhecimento precisava mudar, era impe sobre o outro.
, a primeira reflexão foi sobre o processo natural de envelhecimento, o qual é estigmatizado pela sociedade como incapacitante.Isso afeta a autonomia e
ados a acreditar que não podem realizar determinadas tarefas em .Afirmações dessa natureza, infundadas, sustentadas por
uitos comportamentos, determinados pela representação que a sociedade perpetuando acriticamente – do envelhecimento.
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Abrindo mão momentaneamente histórias e a todo o aprendizado que elas nos ofertam sobre cada uma daquelas pessoas e, por conseguinte, sobre idosos se alternavam entre o urante essas consultas aprende-se mais com eles do a ouvir, a entender a história e, . O principal objetivo dessa escuta a partir do que se ouve, conseguir em favor do cuidado efetivo e em direção à estar naquele espaço como estudantes, pois desde idade que nos acolheu e nos recebeu atendido– principalmente os de forma individualizada, ouvindo e reconhecendo o valor de cada vida, que não deve ser julgada ou menosprezada, mas sim valorizada e respeitada por sua história. A partir de suas histórias é quese torna possível o questionamento acerca do que é empoderamento dos usuários. Afinal, o que da técnica médica. Essa postura nos permite refletir sobre a necessidade de ampliação do cuidado, visto que a ação curativa não é suficiente para garantir a saúde em seu conceito mais amplo. Porém, essa reflexãotornou , era imperativo requalificaro , a primeira reflexão foi sobre o processo natural de envelhecimento, o a autonomia e a autoestima realizar determinadas tarefas em .Afirmações dessa natureza, infundadas, sustentadas por mitossociais, determinados pela representação que a sociedade
Rev. Bras. de Iniciação Científica Outrossim, desconstruir
mostrar-lhe as possibilidades existentes para melhorar sua qualidade de vida. dos efeitos nocivos dos medos causado
se a Ptofobia, que remete ao medo de cair uma aversão ao ato de andar. Es
desenvolver estratégias para
pacientes, inserindo-os nos mais variados espaços de convivência social. Tais objetivos devem orientar a formação de um
e, para alcançá-los, é essencial
código de ética médica (Conselho Federal d
paciente como fator fundamental para esperado é que ele assuma
caso, o que influência positivamente na manutenção Outra reflexão que deve ser elencada vida. Não adianta os profissionais de saúd
a necessidade de exercícios físicos, sem conhecer a rotina faz-se necessário o conhecimento das tecnologias leves ( tecnologias leves, o autor considera a
o paciente para garantir um relacionamento efetivo e seguro. Por certo,
vínculo se torna mais um determinante para a construção do empoderamento dos idosos que estão em contato com o serviço de saúde.
No atendimento ao idoso é importante considerar dimensões da clínica que nos ajude a produzir cuidado e vínculo.
observar cuidadosamente os cinco
aconselhamento, acordo, assistência e acompanhamento. A partir destas dimensões a relação entre usuário e profissional
se não houver envolvimento rea
clínica, fica difícil planejar e executar qualquer tipo de ação.
Nesta linha de pensamento, as reflexões despertadasservem de base tanto para nós quanto para os usuários.
sensibilização sobre o público idoso que é negligenciado e esquecido até mesmo pelos Rev. Bras. de Iniciação Científica (RBIC), Itapetininga, v. 7, n. 4, p. 24-40, ju
desconstruir mitos e amenizar os medos desse grupo é necessário para as possibilidades existentes para melhorar sua qualidade de vida.
dos efeitos nocivos dos medos causados pela difusão dos mitos sobre o envelhecimento, tem a Ptofobia, que remete ao medo de cair, em decorrência de o idoso tende a desenvolver uma aversão ao ato de andar. Esse exemplo mostra a necessidade de diminuir os medos, para contornar situações como essa e estimular a autonomia desses os nos mais variados espaços de convivência social.
Tais objetivos devem orientar a formação de um estudante de graduação essencial que este desenvolva práticas responsáveis
Conselho Federal de Medicina, 2009, p. 31), que paciente como fator fundamental para sua adesão ao tratamento e seu
uma postura ativa na construção da melhor terapêutica para o seu caso, o que influência positivamente na manutenção do tratamento.
Outra reflexão que deve ser elencada recai sobre o modo como o idoso conduz sua vida. Não adianta os profissionais de saúde – numa autorreferência, o médico
a necessidade de exercícios físicos, sem conhecer a rotinado usuário. Sob essa perspectiva, se necessário o conhecimento das tecnologias leves (Merhy, 2002). Ao discorrer sobre as autor considera a importância da elaboração do vínculo entre o médico e
tir um relacionamento efetivo e seguro. Por certo,
vínculo se torna mais um determinante para a construção do empoderamento dos idosos que ão em contato com o serviço de saúde.
No atendimento ao idoso é importante considerar dimensões da clínica que nos ajude nculo.Para tanto, segundo Morais et al. (2015) é imprescind observar cuidadosamente os cinco passos a serem cumpridos, a saber: avaliação, aconselhamento, acordo, assistência e acompanhamento. A partir destas dimensões a relação entre usuário e profissional tende a ser mais simétrica e o cuidado mais resolutivo. Entretanto, se não houver envolvimento real dos usuários e dos profissionais ness
planejar e executar qualquer tipo de ação.
Nesta linha de pensamento, as reflexões despertadasservem de base tanto para nós quanto para os usuários. Fazer essa constatação foi importante para a
sensibilização sobre o público idoso que é negligenciado e esquecido até mesmo pelos ul./set., 2020.
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mitos e amenizar os medos desse grupo é necessário para as possibilidades existentes para melhorar sua qualidade de vida. Como exemplo s pela difusão dos mitos sobre o envelhecimento,
tem-o idtem-ostem-o tende a desenvtem-olver e exemplo mostra a necessidade de diminuir os medos, contornar situações como essa e estimular a autonomia desses os nos mais variados espaços de convivência social.
estudante de graduação em Medicina responsáveis, em consonância ao , que traz a autonomia do seu empoderamento. O uma postura ativa na construção da melhor terapêutica para o seu como o idoso conduz sua o médico – orientar sobre usuário. Sob essa perspectiva, , 2002). Ao discorrer sobre as elaboração do vínculo entre o médico e tir um relacionamento efetivo e seguro. Por certo,o estabelecimento do vínculo se torna mais um determinante para a construção do empoderamento dos idosos que No atendimento ao idoso é importante considerar dimensões da clínica que nos ajudem . (2015) é imprescindível a serem cumpridos, a saber: avaliação, aconselhamento, acordo, assistência e acompanhamento. A partir destas dimensões a relação ende a ser mais simétrica e o cuidado mais resolutivo. Entretanto, sa forma de manejo da Nesta linha de pensamento, as reflexões despertadasservem de base tanto para nós rtante para a nossa própria sensibilização sobre o público idoso que é negligenciado e esquecido até mesmo pelos
Rev. Bras. de Iniciação Científica
profissionais de saúde. Portanto, incentivar essa discussão é necessári que estão em contato com
grupo e à obtençãodo autocuidado como resultado.
Finalmente, essa discussão possibilitou uma nova concepção acerca da valorização do idoso, mostrando-nos a necessidade de um olhar mais cuidadoso e de uma escuta
das necessidades desse público. necessidade do outro–manifesta das suas reais necessidades de saúde
qualidade de vida pelo autocuidado e pela aproximação com temáticas da Educação em Saúde como ordenadoras da prática clínica no interior da
Segundo momento: “Há tanta vida aqui”
Passou-se mais uma seman
novos equipamentos na rede de saúde do município de Santa Cruz
CRAS,onde pudemos participar de atividades alusivas à Semana do Idoso, pelosprofissionais que lá atuam
momento, fomos muito bem recepcionados, tanto pela equipe como pelos idosos que lá estavam, os quais nos abordaram com perguntas e já falavam sobre suas histórias e viv
O decurso da atividade
desenvolvido com aquele grupo de aproximadamente 20 idosos. E durante as apresentações, escutou-se a seguinte frase: “Há tanta vida aqui”
ainda não observados da ação e presente naquele local. Refleti
conhecimento e suas vivências e deslegitima a concepção de vida na terceira idade em decorrência de suas limitações e necessidades. Isso corrobora para a desvalorização da vida do idoso e, consequentemente, resulta em maiores números de depressão e suicídio nesse grupo.
Porém, ainda é prevalente a dificuldade de se falar sobre o suicídio, principalmentecom a população idosa.
como “Todo caso de morte que resulta direta ou indiretamente de um ato,
negativo, realizado pela própria vítima que sabia que se produziria esse resultado”. Sob esse Rev. Bras. de Iniciação Científica (RBIC), Itapetininga, v. 7, n. 4, p. 24-40, ju
profissionais de saúde. Portanto, incentivar essa discussão é necessári
que estão em contato com esse público, visando a promover uma maior valorização desse o autocuidado como resultado.
Finalmente, essa discussão possibilitou uma nova concepção acerca da valorização do nos a necessidade de um olhar mais cuidadoso e de uma escuta
das necessidades desse público. Restou claro que só pela disponibilidade ao entendimentod manifesta por meio da escuta – é possível despertar uma reflexão acerca necessidades de saúde.Dessa maneira é mais possível estimular a melhoria da qualidade de vida pelo autocuidado e pela aproximação com temáticas da Educação em Saúde como ordenadoras da prática clínica no interior da Medicina.
Segundo momento: “Há tanta vida aqui”
ais uma semana da VIC 3 e com ela tivemos a oportunidade de conhecer novos equipamentos na rede de saúde do município de Santa Cruz
,onde pudemos participar de atividades alusivas à Semana do Idoso, sprofissionais que lá atuam com o apoio da Secretaria Municipal de Saúde
momento, fomos muito bem recepcionados, tanto pela equipe como pelos idosos que lá estavam, os quais nos abordaram com perguntas e já falavam sobre suas histórias e viv
da atividade trouxe-nos impressões muito positivasd
desenvolvido com aquele grupo de aproximadamente 20 idosos. E durante as apresentações, a seguinte frase: “Há tanta vida aqui”.A frase capturou nossa
ação e desencadeou uma reflexão acerca da perspectiva de vida presente naquele local. Refletiu-se sobre uma sociedade que isola o idoso, negligencia o seu conhecimento e suas vivências e deslegitima a concepção de vida na terceira idade em uas limitações e necessidades. Isso corrobora para a desvalorização da vida do idoso e, consequentemente, resulta em maiores números de depressão e suicídio nesse Porém, ainda é prevalente a dificuldade de se falar sobre o suicídio, a população idosa. Para Durkheim (2011, p. 14), o suicídio é definido como “Todo caso de morte que resulta direta ou indiretamente de um ato,
negativo, realizado pela própria vítima que sabia que se produziria esse resultado”. Sob esse ul./set., 2020.
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profissionais de saúde. Portanto, incentivar essa discussão é necessário em todas as esferas promover uma maior valorização desse Finalmente, essa discussão possibilitou uma nova concepção acerca da valorização do nos a necessidade de um olhar mais cuidadoso e de uma escuta primorosa pela disponibilidade ao entendimentoda despertar uma reflexão acerca estimular a melhoria da qualidade de vida pelo autocuidado e pela aproximação com temáticas da Educação em Saúde
a da VIC 3 e com ela tivemos a oportunidade de conhecer novos equipamentos na rede de saúde do município de Santa Cruz, dentre os quais o ,onde pudemos participar de atividades alusivas à Semana do Idoso, idealizadas o apoio da Secretaria Municipal de Saúde. Durante esse momento, fomos muito bem recepcionados, tanto pela equipe como pelos idosos que lá estavam, os quais nos abordaram com perguntas e já falavam sobre suas histórias e vivências. nos impressões muito positivasdo trabalho desenvolvido com aquele grupo de aproximadamente 20 idosos. E durante as apresentações, .A frase capturou nossa atenção para detalhes acerca da perspectiva de vida sobre uma sociedade que isola o idoso, negligencia o seu conhecimento e suas vivências e deslegitima a concepção de vida na terceira idade em uas limitações e necessidades. Isso corrobora para a desvalorização da vida do idoso e, consequentemente, resulta em maiores números de depressão e suicídio nesse Porém, ainda é prevalente a dificuldade de se falar sobre o suicídio, ), o suicídio é definido como “Todo caso de morte que resulta direta ou indiretamente de um ato, positivo ou negativo, realizado pela própria vítima que sabia que se produziria esse resultado”. Sob esse
Rev. Bras. de Iniciação Científica
prisma, o ato do suicídio perpassa os aspectos psicossociais presentes nas situações vividas por esse grupo com a família e com a sociedade geral, os
situação de vulnerabilidade existente na vida do idoso e potencializa autoaniquilação.
Os contextos mais prevalentes nos casos de tentativa de suicídio e ato suicida envolvem os mom
profissionais, a perda de autonomia
familiares e os medos da perda da lucidez e
resultar em angustia, isolamento e relação conflituosa com o meio social. Entretanto, tais sinais constantemente não são percebidos ou valorizados pela família, contribuindo para o falta de acompanhamento desse grupo.
Estabelecendo um paralelo jovens e de idosos sobre o suicídio
fatores peculiaresao grupo de idosos em relação aos grupos mais jovens. Um desses fatores levantados por Minayo e Cavalcante (2010)
quandomoram sozinhos, mas também presente quando a família secundariza o cuidado e a vida do idoso e, assim, mesmo em famílias numerosas o idoso
Sob essa conjuntura, as ideações suicidas se tornam comuns no cotidiano dos idosos, porém as tentativas de autoaniquilação nem sempre são facilmente perceptíve
suicídio passivo acontece quando o ato é induzido de forma lenta e não claramente m
ocorrendo, por exemplo, quando o indivíduo interrompe os tratamentos em curso com a finalidade de interromper a vida.
O número de suicídios chega a ser ainda maior nos grupos de idosos institucionalizados. Essa questão permeia o abandono e
salários das aposentadorias e o meio em que estão inseridos. (2017, p.5) assevera que:
[...] o comportamento suicida de pessoas idosas institucionalizadas não é um ato isolado no tempo: faz parte de um longo percurso existencial que, ao final, culmina com dor, tristeza, desesperança e escolha da morte como solução para um sofrimento insuport
ideações e tentativas falam muito mais da vida que da morte, ressaltando a face cruel de uma
Rev. Bras. de Iniciação Científica (RBIC), Itapetininga, v. 7, n. 4, p. 24-40, ju
prisma, o ato do suicídio perpassa os aspectos psicossociais presentes nas situações vividas por esse grupo com a família e com a sociedade geral, os quais influenciam diretamente na situação de vulnerabilidade existente na vida do idoso e potencializam
s contextos mais prevalentes nos casos de tentativa de suicídio e
os momentos de perda. A perda das atividades cotidianas e perda de autonomia produzida pela evolução de doenças crônicas, perda de s da perda da lucidez e do prolongamento da vida sem qualidade podem lamento e relação conflituosa com o meio social. Entretanto, tais não são percebidos ou valorizados pela família, contribuindo para o falta de acompanhamento desse grupo.
Estabelecendo um paralelo entre estudos realizados, com grupos o suicídio e fatores sociais que podem levar a
o grupo de idosos em relação aos grupos mais jovens. Um desses fatores levantados por Minayo e Cavalcante (2010), é a solidão enfrentada pelos idosos, não somente
, mas também presente quando a família secundariza o cuidado e a vida do idoso e, assim, mesmo em famílias numerosas o idoso vivencia a sensação de estar só
Sob essa conjuntura, as ideações suicidas se tornam comuns no cotidiano dos idosos, porém as tentativas de autoaniquilação nem sempre são facilmente perceptíve
suicídio passivo acontece quando o ato é induzido de forma lenta e não claramente m
ocorrendo, por exemplo, quando o indivíduo interrompe os tratamentos em curso com a finalidade de interromper a vida.
O número de suicídios chega a ser ainda maior nos grupos de idosos institucionalizados. Essa questão permeia o abandono e a negligência das famílias, os baixos salários das aposentadorias e o meio em que estão inseridos. Sobre tal aspecto,
[...] o comportamento suicida de pessoas idosas institucionalizadas não é um ato isolado no tempo: faz parte de um longo percurso existencial que, ao final, culmina com dor, tristeza, desesperança e escolha da morte como solução para um sofrimento insuportável. Por isso, concluímos que as ideações e tentativas falam muito mais da vida que da morte, ressaltando a face cruel de uma sociedade individualista que, representada pela família
ul./set., 2020.
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prisma, o ato do suicídio perpassa os aspectos psicossociais presentes nas situações vividas quais influenciam diretamente na m seus pensamentos de s contextos mais prevalentes nos casos de tentativa de suicídio e de concretização do entos de perda. A perda das atividades cotidianas e doenças crônicas, perda de do prolongamento da vida sem qualidade podem lamento e relação conflituosa com o meio social. Entretanto, tais não são percebidos ou valorizados pela família, contribuindo para o entre estudos realizados, com grupos de pessoas mais a ele, percebe-se alguns o grupo de idosos em relação aos grupos mais jovens. Um desses fatores, o enfrentada pelos idosos, não somente , mas também presente quando a família secundariza o cuidado e a vivencia a sensação de estar só. Sob essa conjuntura, as ideações suicidas se tornam comuns no cotidiano dos idosos, porém as tentativas de autoaniquilação nem sempre são facilmente perceptíveis. O chamado suicídio passivo acontece quando o ato é induzido de forma lenta e não claramente manifesta, ocorrendo, por exemplo, quando o indivíduo interrompe os tratamentos em curso com a O número de suicídios chega a ser ainda maior nos grupos de idosos igência das famílias, os baixos Sobre tal aspecto, Minayoet al
[...] o comportamento suicida de pessoas idosas institucionalizadas não é um ato isolado no tempo: faz parte de um longo percurso existencial que, ao final, culmina com dor, tristeza, desesperança e escolha da morte como ável. Por isso, concluímos que as ideações e tentativas falam muito mais da vida que da morte, ressaltando a sociedade individualista que, representada pela família
Rev. Bras. de Iniciação Científica
ausente, mostra o eloquente silêncio de um país que ainda não despertou para sua responsabilidade social diante do irreversível envelhecimento populacional.
A análise desse panorama
manutenção de vínculo entre os idosos, a equipe
estudantes. Para Beautrais (1996), o contato e o suporte do grupo
protetor para a manutenção da vida, considerando que a falta de interação é um predisponente para o suicídio.
Isso posto, faz-se necessária uma abordagem mais ampla sobre a saúde mental do idoso. A prescrição indiscriminada
saúde –torna-se ineficaz, considerando que
mobilização e educação da família. Sob esse prisma, uma nova abordagem deve estimulada em cada família, visando à
valorização desse grupo. Essa construção será possível quando a concepção de velhice brasileiro mudar e a promoção de cuidado começar em cada espaço familiar
(1994, p.16).
O que poderá mudar enquanto a criança escuta na sala discursos igualitários e observa na cozinha o sacrifício constante dos empregados? A verdadeira mudança dá
os abalos exteriores não modificam o essencial (Bosi, 1994
Sendo assim, voltamos a enxergar aquel
simples reunião de idosos. Maior que as brincadeiras, que as conversas, que o forró dançado é a vida de cada idoso ali presente. E no local da reunião obtivemos uma visão ampliada sobre os idosos e uma quebra de nossos
um lugar de promoção de vida, n
maneira imediata, mas como fruto de uma construção, que
reunião, na qual indivíduos podem ser cuidados e ouvidos. E foi assim que a vida desse lugar e dessas pessoas nos ensinou um pouco mais
Rev. Bras. de Iniciação Científica (RBIC), Itapetininga, v. 7, n. 4, p. 24-40, ju
ausente, mostra o eloquente silêncio de um país que ainda não despertou ara sua responsabilidade social diante do irreversível envelhecimento populacional. (Minayoet al, 2017, p.5).
esse panorama,elucida a importância daquele momento de criação e manutenção de vínculo entre os idosos, a equipe multiprofissional da Atenção Básica estudantes. Para Beautrais (1996), o contato e o suporte do grupo, entre os idosos
protetor para a manutenção da vida, considerando que a falta de interação é um predisponente se necessária uma abordagem mais ampla sobre a saúde mental do idoso. A prescrição indiscriminada de antidepressivos – problema vigente no atual sistema de
ineficaz, considerando que acompanhamento deve ser multissetorial
mobilização e educação da família. Sob esse prisma, uma nova abordagem deve estimulada à construção de uma nova compreensão do idoso, promovendo a valorização desse grupo. Essa construção será possível quando a concepção de velhice
promoção de cuidado começar em cada espaço familiar
O que poderá mudar enquanto a criança escuta na sala discursos igualitários e observa na cozinha o sacrifício constante dos empregados? A verdadeira mudança dá-se a perceber no interior, no concreto, no cotidiano, no miúdo; os abalos exteriores não modificam o essencial (Bosi, 1994
Sendo assim, voltamos a enxergar aquele momento como algo muito maior que uma simples reunião de idosos. Maior que as brincadeiras, que as conversas, que o forró dançado é a vida de cada idoso ali presente. E no local da reunião obtivemos uma visão ampliada sobre
nossos próprios preconceitos.Ao deixá-lo, sabíamos estar saindo de de promoção de vida, no qual os pensamentos suicidas são contornados, não de maneira imediata, mas como fruto de uma construção, que se fazmomentos
indivíduos podem ser cuidados e ouvidos. E foi assim que a vida desse lugar e dessas pessoas nos ensinou um pouco mais sobre como viver.
ul./set., 2020.
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ausente, mostra o eloquente silêncio de um país que ainda não despertouara sua responsabilidade social diante do irreversível envelhecimento
a importância daquele momento de criação e multiprofissional da Atenção Básica e os entre os idosos, é um fator protetor para a manutenção da vida, considerando que a falta de interação é um predisponente se necessária uma abordagem mais ampla sobre a saúde mental do problema vigente no atual sistema de deve ser multissetorial e inclui a mobilização e educação da família. Sob esse prisma, uma nova abordagem deve estimulada do idoso, promovendo a valorização desse grupo. Essa construção será possível quando a concepção de velhice do promoção de cuidado começar em cada espaço familiar.Como trata Bosi
O que poderá mudar enquanto a criança escuta na sala discursos igualitários e observa na cozinha o sacrifício constante dos empregados? A verdadeira se a perceber no interior, no concreto, no cotidiano, no miúdo; os abalos exteriores não modificam o essencial (Bosi, 1994, p. 16).
momento como algo muito maior que uma simples reunião de idosos. Maior que as brincadeiras, que as conversas, que o forró dançado, é a vida de cada idoso ali presente. E no local da reunião obtivemos uma visão ampliada sobre lo, sabíamos estar saindo de qual os pensamentos suicidas são contornados, não de momentos como o daquela indivíduos podem ser cuidados e ouvidos. E foi assim que a vida desse lugar
Rev. Bras. de Iniciação Científica
Terceiro momento: Vozes do Para
A última semana da Vivencia Integrada na Comunidade 3
aprendizado. Além das visitas programadas, organizamos uma ação voltada para o público idoso e concluímos as gravações do vídeo proposto
tinha a mesma temática da nossa ação.
O principal eixo da filmagem era a valorização da voz do idoso,
considerando que muitos moram sozinhos ou são negligenciados pela família. A partir disso, optamos por intitulá-lo de Vozes do Paraíso, e sua construção e fomento da ação não foram fáceis, requerendo da gente um desenvolvimento, ao longo das quatro semanas, de estratégias e novas visões para com o grupo
A ideia de construir um vídeo nos intrigou
proposta, porém quando começamos a estruturar a ideia percebemos que essa seria uma forma de expressar nossa criatividade e dar voz
acolheu de forma tão receptiva. Assim,
semana da VIC 3, juntamente com a gravação da música Lamento Sertanejo.
Durante esse período, conhecemos vários idosos Uma delas foi Dona Maria4
Enquanto conversava-se com
história que nos impactou de forma profunda
filhos, morando na zona rural, passou dificuldades financeiras, e sofreu perseguição cunhado durante 4 anos.
Contando sua história
tudinho pra depois eu tomar, a
minha felicidade, minha cunhada chegou e quebrou os 6 copos não conhecem o pai”. E essa história
senhora enfrentou e a resiliência em se estabelecer em um novo local (bairro Para filhos sozinha.
4 Destaca-se que os nome referidos aos idosos participantes deste estudo são fictícios. Rev. Bras. de Iniciação Científica (RBIC), Itapetininga, v. 7, n. 4, p. 24-40, ju
Terceiro momento: Vozes do Paraíso
A última semana da Vivencia Integrada na Comunidade 3 foi de muita correria e aprendizado. Além das visitas programadas, organizamos uma ação voltada para o público idoso e concluímos as gravações do vídeo proposto como atividade para
tinha a mesma temática da nossa ação.
O principal eixo da filmagem era a valorização da voz do idoso,
considerando que muitos moram sozinhos ou são negligenciados pela família. A partir disso, lo de Vozes do Paraíso, e sua construção e fomento da ação não foram áceis, requerendo da gente um desenvolvimento, ao longo das quatro semanas, de estratégias e novas visões para com o grupo em que trabalhamos na comunidade.
A ideia de construir um vídeo nos intrigou já no momento
começamos a estruturar a ideia percebemos que essa seria uma forma de expressar nossa criatividade e dar voz à população que, desde o período
acolheu de forma tão receptiva. Assim, começouas gravações das imagens da VIC 3, juntamente com a gravação da música a ser utilizada na abertura Durante esse período, conhecemos vários idosos, tanto na ação
4, uma senhora de 74 anos, viúva, que mora sozinha, e tem 5 filhos. com Dona Rita, outra idosa do grupo,Dona Maria
impactou de forma profunda: ficou viúva aos 26 anos de idade
filhos, morando na zona rural, passou dificuldades financeiras, e sofreu perseguição Contando sua história, ela disse: “Eu fiz os cinco copos de veneno
tudinho pra depois eu tomar, aí o mais velhinho dizia:‘mamãe, não vamos tomar não
minha cunhada chegou e quebrou os 6 copos.E hoje eu tenho 3 filhos que
. E essa história nos tocou, pois imagina-seas dificuldades que aquela e a resiliência em se estabelecer em um novo local (bairro Para
se que os nome referidos aos idosos participantes deste estudo são fictícios.
ul./set., 2020.
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foi de muita correria e aprendizado. Além das visitas programadas, organizamos uma ação voltada para o público para o módulo, o qual O principal eixo da filmagem era a valorização da voz do idoso, escolhido considerando que muitos moram sozinhos ou são negligenciados pela família. A partir disso, lo de Vozes do Paraíso, e sua construção e fomento da ação não foram áceis, requerendo da gente um desenvolvimento, ao longo das quatro semanas, de estratégias no momento em que soubemos da começamos a estruturar a ideia percebemos que essa seria uma forma desde o período letivo anterior, nos das imagens já na primeira ada na abertura do vídeo, tanto na ação, como nas filmagens. sozinha, e tem 5 filhos. utra idosa do grupo,Dona Maria nos contou uma 26 anos de idade,com os seus 5 filhos, morando na zona rural, passou dificuldades financeiras, e sofreu perseguição de um
u fiz os cinco copos de veneno.Eu ia dar para eles não vamos tomar não’.Aí, pra hoje eu tenho 3 filhos que
as dificuldades que aquela e a resiliência em se estabelecer em um novo local (bairro Paraíso) e criar 5
Rev. Bras. de Iniciação Científica
Ainda durante as gravações, conhecemos Dona Isabel, que apesar de não estar no vídeo, devido ao tempo reduzido que tínhamos para a exposição, nos recebeu em sua
nos contou várias histórias de sua vida. Sua trajetória foi de muitas dificuldades e lutas, como por exemplo, na enchente que atingiu o bairro
ficou desabrigada, pois sua casa tinha ficado inabitável após
acidente e quebrou o pé durante a enchente e os pais dela, que já eram idosos, estavam sob os seus cuidados. Apesar dos momentos difíceis
episódios –em suas próprias
mulher que se tornou: forte, ativa, que cuida de seu marido com diagnóstico de Parkinson, comanda uma casa e cuida de seus netos.
Refletimos então que a proposta do vídeo se torna
muito além de uma gravação, aquelas entrevistas se tornavam meios de conexão entre nós e a comunidade. Isso porque,
imagem formada, luz, áudio, enquadramento… estávamos p histórias, em podermos rir, emocionar
daqueles que abriram suas portas para contar um pouco das suas vidas. Na terça-feira, dia 06
saúde no grupo de idosos do CRAS, com a participação de aproximadamente 30 idosos. A educação em saúde é uma das estratégias básicas de promoção de saúde nos mais variados espaços e para os mais variados públicos, e pode ser entendida como:
[...] um conjunto de práticas pedagógicas de caráter participativo e emancipatório, que perpassa vários campos de atuação e tem como objetivo sensibilizar, conscientizar e mobilizar para o enfrentamento de situações individuais e coletivas que interferem na q
17).
Dessa feita, as articulações e o planejamento da ação devem estar pautados visando o cumprimento dos objetivos da promoção de saúde e atingir o melhor resultado para a população, e a partir disso:
[...] promover a qualidade de vida e reduzir vulnerabilidade e riscos à saúde relacionados aos seus determinantes
Rev. Bras. de Iniciação Científica (RBIC), Itapetininga, v. 7, n. 4, p. 24-40, ju
Ainda durante as gravações, conhecemos Dona Isabel, que apesar de não estar no vídeo, devido ao tempo reduzido que tínhamos para a exposição, nos recebeu em sua
nos contou várias histórias de sua vida. Sua trajetória foi de muitas dificuldades e lutas, como na enchente que atingiu o bairro onde mora em abril de 1981. Na ocasião, ela ficou desabrigada, pois sua casa tinha ficado inabitável após o ocorrido, seu marido sofreu um acidente e quebrou o pé durante a enchente e os pais dela, que já eram idosos, estavam sob os seus cuidados. Apesar dos momentos difíceis, que ela precisou superar
próprias palavras – como uma fonte de aprendizado, que mulher que se tornou: forte, ativa, que cuida de seu marido com diagnóstico de Parkinson, comanda uma casa e cuida de seus netos.
Refletimos então que a proposta do vídeo se tornava cada vez mais relevante,
uma gravação, aquelas entrevistas se tornavam meios de conexão entre nós e a durante as entrevistas, já não nos preocupávamos
imagem formada, luz, áudio, enquadramento… estávamos preocupados em ouvir aquela podermos rir, emocionarmo-nos e tentarmos entender as felicidades e dores daqueles que abriram suas portas para contar um pouco das suas vidas.
feira, dia 06de novembro de 2018, realizamos nossa ação de e
saúde no grupo de idosos do CRAS, com a participação de aproximadamente 30 idosos. A educação em saúde é uma das estratégias básicas de promoção de saúde nos mais variados espaços e para os mais variados públicos, e pode ser entendida como:
.] um conjunto de práticas pedagógicas de caráter participativo e emancipatório, que perpassa vários campos de atuação e tem como objetivo sensibilizar, conscientizar e mobilizar para o enfrentamento de situações individuais e coletivas que interferem na qualidade de vida (Brasil, 2012
).
Dessa feita, as articulações e o planejamento da ação devem estar pautados visando o cumprimento dos objetivos da promoção de saúde e atingir o melhor resultado para a
[...] promover a qualidade de vida e reduzir vulnerabilidade e riscos à saúde relacionados aos seus determinantes e condicionantes
ul./set., 2020.
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Ainda durante as gravações, conhecemos Dona Isabel, que apesar de não estar no vídeo, devido ao tempo reduzido que tínhamos para a exposição, nos recebeu em sua casa e nos contou várias histórias de sua vida. Sua trajetória foi de muitas dificuldades e lutas, como em abril de 1981. Na ocasião, ela o ocorrido, seu marido sofreu um acidente e quebrou o pé durante a enchente e os pais dela, que já eram idosos, estavam sob os ar, hoje olha para esses como uma fonte de aprendizado, que a ensinou a ser a mulher que se tornou: forte, ativa, que cuida de seu marido com diagnóstico de doença de z mais relevante, e para uma gravação, aquelas entrevistas se tornavam meios de conexão entre nós e a já não nos preocupávamos tanto com a reocupados em ouvir aquelas e tentarmos entender as felicidades e dores , realizamos nossa ação de educação em saúde no grupo de idosos do CRAS, com a participação de aproximadamente 30 idosos. A educação em saúde é uma das estratégias básicas de promoção de saúde nos mais variados
.] um conjunto de práticas pedagógicas de caráter participativo e emancipatório, que perpassa vários campos de atuação e tem como objetivo sensibilizar, conscientizar e mobilizar para o enfrentamento de situações ualidade de vida (Brasil, 2012,p.
Dessa feita, as articulações e o planejamento da ação devem estar pautados visando o cumprimento dos objetivos da promoção de saúde e atingir o melhor resultado para a
[...] promover a qualidade de vida e reduzir vulnerabilidade e riscos à saúde e condicionantes – modos de viver,