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PET- SAÚDE: UMA ESTRATÉGIA DE TRANSFORMAÇÃO DE PRÁTICAS NO CENÁRIO DA SAÚDE

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Academic year: 2021

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PET- SAÚDE: UMA ESTRATÉGIA DE TRANSFORMAÇÃO

DE PRÁTICAS NO CENÁRIO DA SAÚDE

Maria Michelle Bispo Cavalcante 1

Eliany Nazaré Oliveira 2

Manoel Alves Teixeira 3

Juliane Sousa Almeida 4

Érika Gonçalo Lima 5

RESUMO

O presente artigo objetiva apresentar a bem-sucedida estratégia de efetivação do PET Redes de Atenção, como instrumento viabilizador de transformação nos cenários da saúde, com ênfase para o PET Rede Cegonha. Consiste em relato de experiência de caráter descritivo, que evidencia uma síntese das principais atividades vivenciadas pelos autores enquanto “petianos” seja como monitores ou como preceptores, coordenação ou tutoria do programa Pet Saúde Rede Cegonha, que, elegeu como metodologia de trabalho a inserção de estudantes monitores nos cenários de atuação dos profissionais de saúde. As atividades ocorreram durante agosto de 2013 a junho de 2015, com uma dedicação mínima de 08 horas semanais nos serviços e 04 horas de estudos. Os sujeitos do estudo são alunos dos cursos de Enfermagem e Educação Física da Universidade Estadual Vale do Acaraú, profissionais dos serviços da Atenção Primária a Saúde e docentes da Universidade Estadual Vale do Acaraú. A vivência possibilitou-nos perceber a importância desta estratégia, fortalecendo as ações dos serviços de saúde, enriquecendo a formação de estudantes e diminuindo a distância entre a pesquisa e a prática na saúde. No que se refere aos profissionais de saúde, evidenciou-se o impacto positivo do PET Saúde Rede Cegonha ao passo que a oportunidade de aproximação com a pesquisa e a academia ressoou entre os profissionais como um aprendizado ímpar, capaz de reunir a teoria e prática, possibilitando ainda o desenvolvimento de tecnologias leves capazes de promover melhorias na saúde da população.

Palavras-chave: Educação Superior; Atenção a Saúde; Serviços de Saúde Materna.

INTRODUÇÃO

A busca da saúde e os fatores influenciadores desta são debatidos e pensados ao longo das gerações. No âmbito das transformações econômicas, políticas, sociais e culturais vividas pela sociedade nas últimas décadas, quando se reconheceu a saúde como resultado dos modos de organização da produção, está o difícil caminho a ser trilhado para alcançá-la, já que esta é resultante do contexto histórico e cultural que dada sociedade está inserida. Conscientes que o aparato biomédico veiculado em cenário mundial não conseguiu modificar os condicionantes nem determinantes mais amplos desse processo, quando se opera um modelo de atenção e cuidado marcado expressivamente pela centralidade dos sintomas, novas estratégias começam a ser pensadas com intuito de aproximar a necessidade populacional com formas de atenção significativas e impactantes na saúde da população.

No Brasil, a partir da legitimação da saúde como direito do cidadão e dever do Estado, proporcionados pela consolidação do Sistema Único de Saúde, com a Constituição de 1988, resultante de movimentos sociais, com destaque para a VIII Conferência Nacional de Saúde, que influenciou sobremaneira a Reforma Sanitária, novas formas de operar a saúde são colocadas a prova. Nesse sentido, a atenção a saúde recebeu novos modelos de organização, com ampla responsabilidade do Sistema Único de Saúde, como operador e regulador da saúde da população. Assim, a formação dos futuros profissionais da saúde, também passa

1. Secretaria de Saúde de Sobral: michellebispoc@yahoo.com.br 2. Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA/CE

3. Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA/CE 4. Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA/CE 5. Secretaria de Saúde de Sobral- CE

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a ser responsabilidade do SUS, em uma tentativa de aproximação da necessidade de saúde da população e da atuação destes profissionais1.

Muitas foram as estratégias dos cursos de graduação em saúde que vislumbravam alcançar tal missão: projetos UNI- Uma nova iniciativa na educação dos profissionais de saúde: união com a comunidade, nos anos 1990, Projeto de Trabalho da Comissão Interinstitucional de Avaliação do Ensino Médico que inovou como proposta uma reforma da educação nas ciências da saúde, o Movimento de Educação em Enfermagem, Projetos de Integração Docente Assistencial (IDA), que culminou com a estruturação da Rede UNIDA até a aprovação das Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) entre 2001 e 2004 dos cursos de graduação em saúde (exceto Medicina Veterinária, Psicologia, Educação Física e Serviço Social), que incitou verdadeira

transformação na formação em saúde2.

Outras estratégias mais recentes ainda podem ser citadas: o Aprender SUS em 2004, política do SUS para o diálogo com o ensino de graduação na área da saúde, ANEPS – Articulação Nacional dos Movimentos e Práticas de Educação Popular em Saúde, O VER- SUS Vivência e Estágio na Realidade e o Pet- Saúde Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde, o qual é objeto deste artigo2.

O Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-Saúde) foi introduzido no âmbito do Ministério da Saúde e da Educação, com vistas a repensar a formação profissional de saúde, mediante maior integração entre ensino, serviço e comunidade, fundamentado no tripé ensino, extensão e pesquisa; o PET- Saúde, como já discorrido, apresenta-se como uma das importantes estratégias de adequação profissional aos trabalhadores do Sistema Único de Saúde. A necessidade de novas formas de atuação profissional embasadas na educação é referendada desde a III Conferência Nacional de Saúde – 1963, propondo essa atividade como forma de retificar o desajustamento técnico em relação aos recursos humanos profissionais e a real necessidade de atenção à saúde demandada pela Estratégia de Saúde da Família, modelo eleito pela Atenção Primária de

Saúde para organização do setor saúde no Brasil desde 19943.

Consoantes as mudanças da formação dos profissionais da área da saúde, viabilizou-se permeado pelo PET, a oportunidade dos estudantes da área se inserirem desde cedo nos serviços de saúde compreendendo as reais necessidades destes, os problemas de saúde da população, bem como vislumbrando qual a atuação profissional que o setor necessita ofertar.

A lei 8.880 de 1990 que dispõe sobre as condições para a promoção proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências, afirma no artigo IV referente ao recursos humanos que os serviços públicos constituem um campo de prática para ensino e pesquisa conforme normas especificas elaboradas

conjuntamente com o sistema educacional, indo ao encontro da essência do PET-Saúde4.

Em 2013 o PET- Saúde Redes de Atenção, foi aprovado por meio do edital número 14 de 08 de março de 2013, tendo como instituição proponente a Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA) e a Secretaria da Saúde de Sobral – Ceará, contemplando o curso de graduação da Enfermagem e Educação Física, incluindo alguns estabelecimentos de saúde que adentram as seguintes redes Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência, Rede de Atenção às Urgências e Emergências/ SOS Emergência, Rede de

Atenção Psicossocial e Rede Cegonha4,5.

Neste contexto, o Pet Rede Cegonha é uma estratégia do Ministério da Saúde que apoia a Rede Cegonha facilitando o alcance dos objetivos por ela descritos: implementar uma rede de cuidados com foco no direito ao nascimento seguro e ao crescimento e desenvolvimento saudáveis da criança, bem como o direito ao planejamento reprodutivo e a atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério da mãe.

O artigo vislumbra relatar experiências vivenciadas pelos autores a partir da inserção no Pet Rede Cegonha, com foco na interação entre profissionais da saúde, estudantes da Universidade Estadual Vale do Acaraú monitores do programa e a população de gestantes atendidas na Atenção Primária do município de Sobral- CE, intentando apresentar uma descrição reflexiva acerca das atividades proporcionadas pelas práticas transformadoras, consolidando o surgimento e reconhecimento das tecnologias leves no cenário da Atenção Básica de Saúde.

METODOLOGIA

Embasado na educação como transformadora das práticas, o PET-Saúde Redes de Atenção da Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA intenta contribuir com a ressignificação da assistência e modos de produzir a saúde atual proporcionando aos futuros profissionais desde cedo uma reflexão da saúde que se espera ser ofertada pelos profissionais do SUS, onde a população assistida tem total liberdade e autonomia, não são apenas corpos que adoecem , mas são antes de tudo pessoas vivas capazes de opinar, responsabilizar-se e contribuir com a promoção da própria saúde. Logo, ao passo que os estudantes aprendem, também ressignificam o fazer dos profissionais, constituindo desta forma uma via de mãos duplas entre a nova oxigenação levada pelos

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estudantes aos serviços de saúde, com enfoque para o desenvolvimento de tecnologias leves, como criação de grupos afins, reestruturação de acolhimento, elaboração de Projeto Terapêutico Singular em casos específicos e a oportunidade destes

vivenciarem os reais problemas da saúde pública, articulando teoria e prática, em busca da sonhada práxis4.

O presente artigo consiste em um relato de experiência de caráter descritivo, que evidencia uma síntese das principais atividades vivenciadas pelos autores enquanto “petianos” seja como monitores ou como preceptores do programa Pet Saúde Rede Cegonha, que, elegeu como metodologia de trabalho a inserção de estudantes monitores nos cenários de atuação dos profissionais de saúde. As atividades aconteciam semanalmente com uma carga horaria de 08 horas nos serviços e 04 horas de estudos, discussões de casos e imersão na pesquisa entre todos os integrantes da Rede, momentos intitulados de alinhamento teórico que ocorreram entre agosto de 2013 a junho de 2015.

A integração entre os estudantes de enfermagem e educação física foi alcançada, graças a dinâmica proporcionada pelo PET Rede Cegonha que dividiu os alunos em duplas, ou trios tendo como requisito para a formação dos mesmos minimamente um estudante de cada categoria. Estes eram recebidos pelo preceptor (profissional do serviço de saúde) e o acompanhavam nas ações, planejamentos e oficinas que se relacionavam com a saúde materna e infantil, já que este era o foco do Pet Rede Cegonha.

Os momentos nos serviços de saúde envolviam grupos e cursos de gestantes, oficinas sobre Aleitamento Materno Exclusivo (AME), construção de Projetos Terapêuticos Singulares, educação em saúde com grupos de jovens e adolescentes, discussão dos óbitos maternos em comissão da secretaria municipal de saúde, com planejamento e reorganização de práticas capazes de transformar as vulnerabilidades evidenciadas a cada discussão, blitz, atividades escolares, melhores contemplados no tópico seguinte.

RESULTADOS - A EXPERIÊNCIA

Os resultados relacionados à formação e ao aprimoramento profissional, são palpáveis e se apresentam notórios desde a postura dos estudantes, que após a vivência Pet, ressignificaram sua atuação até o suporte nas atividades como campanhas educativas, construção e condução dos grupos, a facilitação das oficinas educativas, a implementação da planilha de monitoramento de cuidado às gestantes, a implantação dos Projetos Terapêuticos Singulares às gestantes mais vulneráveis, as visitas domiciliares, inserção no Projeto Coala, discussões no Comitê de Mortalidade Materna e Infantil do Município permitiram que o estudante vivenciasse em tempo e cenário real um pouco das inúmeras fragilidades de ser profissional da saúde, com recursos limitados, tempo insuficiente, demanda assustadora, sendo habilidoso de fazer a diferença na saúde de uma população. O PET-Rede Cegonha viabilizou a inserção e desenvolvimento das ações de saúde com integração entre nós profissionais e monitores, fortalecimento a grupos afins (gestante, planejamento familiar, DSTs); suporte no programa de Pré Natal e Visitas Domiciliares, Oficinas sobre Aleitamento Materno, blitz de saúde, atividades festivas, trabalho educação em saúde na comunidade e em escolas, apoio ao desenvolvimento da pesquisa, grupos de estudo, construção de artigos. A possibilidade de lidar com diferentes contextos institucionais (Universidade e Secretaria de Saúde), orientando os monitores/estudantes acerca dos serviços de saúde e suas fragilidades, ampliou o conhecimento político acerca da saúde e tudo que está ao seu entorno para a produção desta, reverberando em sigficativo ganho nos serviços com a entrada de estudantes de enfermagem e educação física nas atividades dos profissionais7.

A medida que os trabalhadores têm ajuda para realizar oficinas, grupos afins ou qualquer educação em saúde, os estudante vivenciam desde cedo quais as fragilidades e necessidades dos serviços de saúde, podendo a partir daí intensificarem o aprendizado sobre os fatores que interferem na qualidade de vida e saúde da população que irão trabalhar no futuro, promovendo um ganho bilateral, conseguiu-se desenvolver projetos terapêuticos singulares às gestantes, houve redução do número de gravidez não planejada entre adolescentes ( indicadores apresentam esse resultado), entre outros fatores positivos para a

população e, claro, para todos8.

Neste sentido, no âmbito da Atenção Primária em Saúde, os estudantes participaram de diversas atividades contribuindo sobremaneira com o serviço, apoiando os profissionais e se integrando a equipe de saúde, com destaque para as ações relacionadas a saúde materna e infantil como: delimitação das gestantes de risco e alto risco, criação, condução e apoio aos grupos de gestantes, com dinâmicas e oficinas semanais para as mulheres grávidas, suporte à equipe de saúde nas visitas das gestantes a maternidade, orientações para desenvolvimento saudável da gravidez, o que possibilitou um plano de cuidados diferenciado a este público, implementando nos centros de saúde da família uma planilha de monitoramento destas gestantes,

auxiliando na efetivação da longitudinalidade do cuidado. Montenegro9 discorre sobre esta integração entre estudantes e

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é majoritariamente coletivo e realizado por diversos profissionais e que o ensino pode se desenhar, nesta conjuntura, como um dispositivo para a mudança na produção do cuidado nos centros de saúde.

Diferentes autores apontam as atividades compartilhadas como facilitadoras da vinculação entre equipe e estudantes viabilizando o processo de integração ensino-serviço, sedimentando o vínculo entre a equipe, o que, em nossa concepção, evidencia a rica troca entre universitários e profissionais com ganhos que alcançam todos, inclusive a comunidade, principal foco dos estudantes e profissionais da saúde.

Ferraz6 assinala que a pesquisa pressupõe conhecer o fenômeno de forma aprofundada e o trabalho de campo apresenta uma

possibilidade de aproximação com aquilo que se deseja conhecer e estudar, a partir das concepções teóricas que fundamentam o objeto da investigação. Logo, a união entre pesquisa, serviço e academia proporcionada pelo Pet Rede Cegonha constitui-se como casamento fecundo em busca da transformação do cenário da saúde. Faz-se mister ressaltar a necessidade da pesquisa se inscrever em uma perspectiva metodológica que valorize os processos de transformação da realidade, de enfrentamento de conflitos e de participação social

O cenário que aqui discorremos ainda foi palco de ações como visitas domiciliares à puérperas e recém-nascidos no pós-parto, acompanhamento das consultas de Pré-Natal e Puericultura, desenvolvimento e implementação de Projeto Terapêutico Singular às gestantes mais vulneráveis, Apoio Matricial de Obstetrícia, realização das testagens rápidas em gestantes para HIV, Sífilis, HCV e HbsAg, grupo de planejamento familiar/DST em centros de saúde e escolas adscritas aos territórios, bem como campanhas de saúde voltadas a esse público.

IMPRESSÕES DO VIVENCIADO E CONTRIBUIÇÕES PARA FORMAÇÃO E QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL

As vivências aqui mencionadas, possibilitam inferir que a experiência acadêmica no contexto do Pet Saúde Rede Cegonha, contribuiu de forma expressiva na formação dos estudantes e profissionais envolvidos, proporcionando uma aprendizagem significativa e incomparável aos que dela experimentaram. A responsabilidade do ambiente profissional, os desafios encontrados em campo e as atividades propostas e desenvolvidas por estudantes e seus preceptores, que conotaram uma “oxigenação” aos serviços, evidenciam um “jeito” de fazer saúde que tem seu nascedouro nas necessidades do Sistema Único de Saúde e deste modo, influenciam esse perfil profissional necessário ao SUS para verdadeiramente “reorganizar” a história da saúde pública brasileira.

Os resultados relacionados à formação e ao aprimoramento profissional, são palpáveis e se apresentam notórios desde a postura dos estudantes, que após a vivência Pet, se mostram conectados com as necessidades da mudança de atitude profissional para êxito da Estratégia Saúde da Família, a reflexão e ressignificação da própria atuação, bem como direcionam, em sua maioria, pesquisas voltadas a melhoria da Atenção Primária a Saúde.

Estudos atestam a necessidade dos profissionais da Atenção Primária a Saúde incorporarem a seu fazer a corresponsabilidade com a formação dos futuros colegas, uma vez que o palco de sua atuação se configura na principal escola formadora dos

profissionais de saúde11. Assim planejar, organizar, desenvolver e avaliar suas ações atentos para uma formação acadêmica

socialmente comprometida tecnicamente eficiente e capaz de respeitar o outro também é responsabilidade do setor saúde10.

O suporte nas campanhas educativas, o apoio na construção e condução dos grupos, a facilitação das oficinas educativas, a implementação da planilha de monitoramento de cuidado às gestantes, a implantação dos Projetos Terapêuticos Singulares às gestantes mais vulneráveis, as visitas domiciliares, as participações nas atividades do Projeto Coala* , discussões no Comitê de Mortalidade Materna e Infantil do Município permitiram que o estudante vivenciasse em tempo e cenário real um pouco das inúmeras fragilidades de ser profissional da saúde, com recursos limitados, tempo insuficiente, demanda assustadora e mesmo assim ser habilidoso de fazer a diferença na saúde de uma população que clama por mudança.

Diante do exposto, pode-se afirmar, indubitavelmente que a atuação no Projeto PET Saúde permitiu grande aprendizado para os estudantes e profissionais envolvidos, bem como fortaleceu a esperança numa atuação baseada no cuidado humanizado e pautada na constante reflexão acerca da postura e das potencialidades de cada trabalhador inserido no campo da Saúde Coletiva. No que diz respeito aos resultados, é possível apontar o grande alcance das atividades desenvolvidas, ao passo que as tecnologias leves desenvolvidas por estudantes em parceria com os preceptores apresentam-se úteis, já que surgiram das necessidades evidenciadas por todos.

As demandas recebidas direcionaram estudantes para a elaboração de pesquisas científicas, que contribuirão para sanar questões ainda não respondidas no campo da Atenção Primária e para a proposição de estratégias de manutenção das potencialidades encontradas e de planos de ação para os pontos de melhoria identificados.

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caminhos em construção que necessitam ser perenizados visando uma reorientação das práticas em saúde vivenciadas na Atenção Básica, pois continuar formando profissionais dissipados do contexto real do trabalho do SUS é insistir em um erro intransponível às necessidades de saúde que hoje se apresentam.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Considerando que a educação e a saúde, são basilares na manutenção e recuperação da saúde das pessoas, considerando que a tríade ensino, serviço e pesquisa há muito já se consolidou como condição sine qua non da produção atual de saúde, estratégias semelhantes a do Pet Saúde Redes de Atenção apresentam-se como uma real possibilidade de transformar a concepção paradigmática dos futuros profissionais de saúde e nesse sentido disparar comportamentos condizentes com a proposta de reorientação da saúde através da Atenção Primária a Saúde, concebendo a esta fidedignamente o papel de reguladora e ordenadora da saúde.

O enriquecimento profissional advindo da parceria com estudantes incita nos trabalhadores de saúde um desejo de acertar, de fazer dar certo; novas posturas são assumidas e cobradas com base nas reais necessidades apontadas pela população, ao passo que a oportunidade de aproximação com a pesquisa e a academia ressoa entre os profissionais como um aprendizado ímpar, capaz de reunir a teoria, que muitos se distanciaram com a prática, onde estão inseridos.

Ressaltamos, parafraseando Zarpellon10 que o momento é favorável às mudanças. Há excelente aproximação entre saúde e

educação, integrando-as nas discussões e atividades. O Pet Saúde Rede de Atenção cumpre bem seu papel, nesse sentido, pois proporcionou a ampliação da percepção dos problemas, facilitou a resolução destes, com valorização do trabalho em equipe interdisciplinar, entre academia e serviço integrando o tripé da transformação: ensino, pesquisa e extensão, possibilitando aumento da resolutividade da Atenção Primária à Saúde, contribuindo para a formação e a reorganização do Sistema Único de Saúde.

REFERÊNCIAS

1. Brasil. Ministério da Saúde. Relatório Final da 8ª Conferência Nacional de Saúde. Brasília:1986 Extraído de [http://portal. saúde.gov.br/portal/arquivos/pdf/8_CNS_Relatório%20Final.pdf], acesso em junho de 2015.

2. Carvalho, YM; Ceccim, RB. Formação e Educação em Saúde: aprendizados com a Saúde Coletiva. In: CAMPOS, Gastão Wagner de Sousa. et al. (org) Tratado de Saúde Coletiva. São Paulo: Hucitec. Rio de Janeiro: Fiocruz. p. 419-456, 2012.

3. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria Executiva - Coordenação Geral de Desenvolvimento de Recursos Humanos para o SUS. Relatório da I Conferência Nacional de Recursos Humanos para a Saúde. Cadernos Recursos Humanos Saúde. Brasília, v.1, n 1, p. 141 – 183, 1993.

4. Lei nº. 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da Saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes dá outras providências, Brasília, 1990. http://www6.senado.gov. br/legislacao/ListaPublicacoes. action?id=134238. Acessado em 01/06/2015

5. Oliveira EN. Projeto PET-Saúde Redes 2013/2015. Sobral. Edital nº 14 de 8 de março de 2013 [Seleção para o Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde/rede de Atenção à Saúde- PET/Saúde redes de Atenção à Saúde - 2013/2015]. Universidade Estadual Vale do Acaraú, 2013.

6. Morais FRR, Jales GML, Silva MJC, Fernandes SF. A importância do PET-Saúde para a formação acadêmica do enfermeiro. TrabEducSaúde. 2012; 10 (3): 541-51.

7. Ferraz, L. O PET-Saúde e sua Interlocução com o Pró-Saúde a Partir da Pesquisa: o Relato dessa Experiência. Rev. Brasileira de Educação Médica,v.1,supp.1,2012

8. Rodrigues AAAO, Juliano IA, Melo MLC, Beck CLC, Prestes FC. Processo de Interação Ensino, Serviço e Comunidade: a Experiência de um PET-Saúde. Rev. bras. educ. med, 2012; 36 (1 Supl. 2): 184 – 192.

9. Montenegro, AV. Pet-Saúde: Relato de experiência estudantil na atenção básica. Rev. Saúde,v.3,n.1,2013

10. Zapellon, L.D. et al., Contribuições do Programa de Educação pelo Trabalho na Saúde para a formação dos profissionais da saúde. V Congresso Internacional de Educação, Pesquisa e Gestão.2013

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11. Cotta, R. M. M. et al. Organização do trabalho e perfil dos profissionais do Programa Saúde da Família: um desafio na reestruturação da atenção básica em saúde. Epidemiologia e Serviços de Saúde, Brasília, v.15, n.3, p.7-18, set. 2006.

12. Ceccim RB. Saúde e doença: reflexão para a educação da saúde. In: Meyer DEE (Org.) Saúde e sexualidade na escola. 3 ed. Porto Alegre (RS): Mediação; 2001. p. 37-50

AGRADECIMENTOS

A Deus, Aquele que tudo pode e tudo faz! Por Ele e para Ele a nossa vida e os nossos feitos, A Coordenadora Local, o tutor e colegas do PET, obrigada pela oportunidade !

As comunidades e academia, local onde podemos aprender e ensinar em uma troca de conhecimentos impactantes e ampliadora.

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