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Psicopatologia, frieza emocional e comportamento sexual em agressores sexuais e não sexuais

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Academic year: 2021

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Psicopatologia, Frieza Emocional e Comportamento Sexual em Agressores Sexuais e Não sexuais

Dissertação de Mestrado em Psicologia Clínica

Marina Miranda Tavares

Professor Doutor Ricardo Barroso Professora Doutora Vera Sigre-Leirós

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Psicopatologia, Frieza Emocional e Comportamento Sexual em Agressores Sexuais e Não sexuais

Dissertação de Mestrado em Psicologia Clínica

Marina Miranda Tavares

Professor Doutor Ricardo Barroso Professora Doutora Vera Lúcia Sigre-Leirós

Composição do Júri:

Professora Doutora Catarina Pinheiro Mota Professora Doutora Alice Margarida Simões Professor Doutor Ricardo Barroso

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Esta dissertação foi apresentada à Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro para o efeito de obtenção do grau de Mestre em Psicologia Clínica.

A autora declara que a dissertação é resultante do seu próprio trabalho, contém contributos originais e são reconhecidas todas as fontes utlizadas, encontrando-se tais fontes devidamente citadas no corpo do texto e identificadas na secção de referências. A autora declara, ainda, que não divulga na presente dissertação quaisquer conteúdos cuja reprodução esteja vedada por direitos de autor ou de propriedade industrial.

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Agradecimentos

Esta dissertação marca o culminar do percurso académico e o início de uma tão aguardada fase da minha vida.

Todo o caminho percorrido até ao momento não seria possível sem o apoio de algumas pessoas que estiveram presente não só nos momentos de angústia e ansiedade, como também nos momentos de alegria e satisfação. A todas elas manifesto os meus sinceros agradecimentos.

Ao Prof. Doutor Ricardo Barroso, orientador da dissertação, e à Profª. Doutora Vera Sigre-Leirós pelo acompanhamento frequente nos momentos em que tive mais dificuldade e pela atenção e disponibilidade manifestadas ao longo deste projeto.

À Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP), sem a qual não seria possível desenvolver esta investigação. Aos diversos Diretores, Coordenadores, Guardas Prisionais e aos restantes profissionais dos três Estabelecimentos Prisionais pela disponibilidade demonstrada e um agradecimento especial a todos os reclusos que se disponibilizaram a participar neste estudo.

Aos meus amigos que, apesar das contingências da vida, estiveram sempre comigo. Ao Sérgio, pela transmissão de confiança e de força em todos os momentos, pela partilha de conhecimentos e por ser um grande pilar ao longo deste percurso.

À minha família, em especial aos meus pais, a quem dedico todo este trabalho, à minha irmã e à minha sobrinha, por acreditarem sempre em mim, pelo amor e apoio incondicional e por sempre me transmitirem os mais diversos ensinamentos de vida.

A todos, O meu Profundo e Eterno agradecimento.

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Índice

Agradecimentos ... i

Lista de tabelas ... v

Lista de siglas e acrónimos ... vi

Introdução ... 1

Psicopatologia e Frieza Emocional em Agressores Sexuais e Não sexuais... 3

Resumo ... 4

Abstract ... 5

Introdução... 6

Psicopatologia (ansiedade e depressão) em Agressores e Não Agressores ... 6

Traços de Frieza Emocional em Agressores e Não Agressores ... 8

Objetivos e Hipóteses de Investigação ... 10

Plano Metodológico ... 11

Constituição dos grupos ... 11

Tamanho dos grupos ... 11

Critérios de selecção e exclusão dos participantes ... 12

Caracterização dos grupos ... 12

Características dos Agressores ... 14

Procedimentos de recolha de dados ... 16

Materiais ... 17

Resultados ... 20

Discussão de Resultados ... 23

Conclusão ... 26

Referências Bibliográficas ... 27

Comportamento Sexual em Agressores Sexuais e Não sexuais ... 31

Resumo ... 32

Abstract ... 33

Introdução... 34

Comportamento sexual em agressores (sexuais e não-sexuais) e não-agressores ... 34

Objetivos e Hipóteses de Investigação ... 37

(10)

Constituição dos grupos ... 38

Tamanho dos grupos ... 38

Critérios de selecção e exclusão dos participantes ... 39

Caracterização dos grupos ... 39

Características dos Agressores ... 41

Procedimentos de recolha de dados ... 43

Materiais ... 44

Resultados ... 46

Discussão dos resultados ... 49

Conclusão ... 51

Referências Bibliográficas ... 52

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Lista de tabelas

Artigo Empírico 1: “Psicopatologia e Frieza Emocional em Agressores Sexuais e Não Sexuais”

Tabela 1 - Composição da amostra final ... 12

Tabela 2 - Estado civil dos participantes ... 13

Tabela 3 - Nível de escolaridade dos participantes ... 13

Tabela 4- Proveniência geográfica dos sujeitos ... 14

Tabela 5 - Tipologia dos crimes perpetrados pelos agressores ... 15

Tabela 6 - Tipo de cometimento de crime ... 16

Tabela 7 - Recurso a armas para perpetrar o crime ... 16

Tabela 8 - Teste de Shapiro-Wilk para a normalidade da distribuição dos dados ... 20

Tabela 9 - Resultados do teste de Kruskal-Wallis para as variáveis de ansiedade e depressão ... 21

Tabela 10 - Estatísticas do teste de Kruskal-Wallisa,b para as variáveis de ansiedade e depressão ... 22

Tabela 11 - Resultados do teste de Kruskal-Wallis para as variáveis de frieza emocional e não-emocionalidade ... 23

Tabela 12 - Estatísticas do teste de Kruskal-Wallisa,b para as variáveis de frieza emocional e não-emocionalidade ... 23

Artigo Empírico 2: "Comportamento Sexual em Agressores Sexuais e Não Sexuais" Tabela 13 - Composição da amostra final ... 39

Tabela 14 - Estado civil dos participantes ... 40

Tabela 15 - Nível de escolaridade dos participantes ... 40

Tabela 16 - Proveniência geográfica dos sujeitos ... 41

Tabela 17 - Tipologia dos crimes perpetrados pelos agressores ... 42

Tabela 18 - Tipo de cometimento de crime ... 43

Tabela 19 - Recurso a armas para perpetrar o crime ... 43

Tabela 20 - Teste de Shapiro-Wilk para a normalidade da distribuição dos dados ... 47

Tabela 21 - Resultados do teste de Kruskal-Wallis para as variáveis de excitação sexual e inibição sexual ... 48

Tabela 22 - Estatísticas do teste de Kruskal-Wallisa,b para as variáveis de excitação e inibição sexual ... 48

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Lista de siglas e acrónimos

AS - Agressores Sexuais ANS – Agressores não Sexuais

APAV – Associação Portuguesa de Apoio à Vítima BSI – Inventário de Sintomas Psicopatológicos NA – Não Agressores

DGRSP – Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais EP – Estabelecimento Prisional

EPs – Estabelecimentos Prisionais

ICU – Inventário de Traços Calosos/Não-emocionais MCD – Modelo de Controlo-Dual

SDRS – Escala de Respostas Socialmente Desejáveis SIS/SES – Escala de Inibição Sexual/Excitação Sexual

SIS/SES-SF - Escala de Inibição Sexual/Excitação Sexual - versão reduzida SES – Excitação Sexual

SIS1 – Inibição Sexual – 1 SIS2 – Inibição Sexual – 2

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Introdução

Entende-se por agressão sexual como qualquer interacção sexual com uma pessoa, de qualquer idade, perpetrada sem o seu consentimento, de uma forma agressiva, exploradora, manipuladora ou ameaçadora (Ryan, 2010).

A agressão sexual, seja qual for o tipo, representa um grande problema para a saúde pública, especialmente quando cometida contra crianças, provocando consequências nefastas no desenvolvimento psicológico, físico e social das vítimas bem como dos seus familiares (Porter, Newman, Tansey & Quayl, 2015).

De acordo com Costa e Melo (2012), os agressores sexuais são pessoas que agem de forma impulsiva e descontrolada, violando regras sociais de maneira disfuncional “em prol de prazeres pessoais”. Estes comportamentos indicam transtorno de personalidade antissocial, caracterizando-se, sobretudo, por desprezo das obrigações sociais e falta de empatia para com os outros, desvio considerável entre o comportamento e as normas sociais estabelecidas e, ainda, ausência de alterações comportamentais diante de experiências adversas (e.g., punições).

Este tipo de crime tem emergido em grandes proporções na pesquisa e investigação científicas. Apesar deste grande desenvolvimento, o interesse em estudar as caraterísticas dos agressores é recente. Neste sentido, esta dissertação procura contribuir para um maior conhecimento científico nesta área.

Esta dissertação encontra-se dividida em duas partes, cada uma delas constituída por um artigo empírico. O primeiro artigo debruça-se sobre a presença de psicopatologia e de traços de frieza emocional em Agressores Sexuais (AS), Agressores Sexuais (ANS) e Não-Agressores (NA). O segundo artigo aborda o comportamento sexual em agressores, sexuais e não-sexuais, e não agressores, pretendendo compará-los ao nível da inibição sexual e excitação sexual.

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Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

Psicopatologia e Frieza Emocional em Agressores Sexuais e Não sexuais

Dissertação de Mestrado em Psicologia Clínica

Marina Miranda Tavares

Professor Doutor Ricardo Barroso Professora Doutora Vera Sigre-Leirós

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Resumo

A agressão sexual começou a ganhar maior visibilidade nos últimos anos, tendo surgido várias investigações com vista a uma melhor compreensão do problema. O presente estudo incide sobre o mundo dos agressores pretendendo comparar a presença de psicopatologia e de traços de frieza emocional em três grupos: agressores sexuais, agressores não sexuais e não agressores. A amostra é composta por 113 sujeitos e foi recolhida em dois contextos distintos: em contexto prisional e na comunidade. Para o efeito foi utilizada uma grelha de recolha de dados processuais, um questionário sociodemográfico, o Inventário de Sintomas Psicopatológicos (BSI), o Inventário de Traços Calosos/Não-emocionais (ICU) e a Escala de Respostas Socialmente Desejáveis (SDRS). Os resultados indicaram a existência de diferenças estatisticamente significativas entre os grupos para as variáveis de psicopatologia e para a não-emocionalidade. No entanto, o mesmo não se verificou para a variável de frieza emocional. Desta forma pode concluir-se que, no presente estudo, foram encontradas diferenças significativas entre os grupos no que diz respeito às variáveis de ansiedade, de depressão e de não-emocionalidade.

Palavras-Chave: agressores sexuais, agressores não-sexuais, psicopatologia, frieza emocional.

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Abstract

The sexual agression started to gain a bigger visibility in the last couple of years, having emerged several investigations aiming to a better understanding of the issue. The present study focuses on the offenders aiming to compare the presence of psychopathology and unemotional traits in three groups: sexual offenders, non-sexual offenders and non-offenders. The sample is constituted by 113 individuals and was gathered in two distinct contexts: in prisons and in the community. The instruments used for this effect were a grate for collecting process data, a sociodemographic questionnaire, the Brief Symptoms Inventory (BSI), the Inventory of Callous-Unemotional Traits (ICU) and the Social Desirability Response Scale (SDRS). The results indicated the existence of statistically significant differences between the groups for the psychopathology and the unemotional variables. However, the same was not verified for the callousness variable. Thus, in the present study, we can conclude that were found significant differences between the groups regarding the variables of anxiety, depression and unemotionality.

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Enquadramento teórico Introdução

Os crimes de agressão sexual (e.g., violação) e de agressão não sexual (e.g., violência doméstica) têm sido considerados como uma preocupação constante nos mais variados países, incluindo Portugal, devido à sua alta prevalência e aos prejuízos que causam para o desenvolvimento psicológico, social e físico, não só da vítima como dos seus familiares.

Segundo o Relatório Anual da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima – APAV (2016), durante o ano de 2015, registou-se um total de 333 crimes sexuais, entre os quais 267 crimes de agressão sexual, salientando-se o crime de abuso sexual a crianças com idade inferior a 14 anos (102 casos). O crime de violação de crianças ou adultos registou 86 casos, seguindo-se o crime se assédio sexual com prática de atos sexuais (34 casos). Os crimes de abuso sexual de menor dependente e abuso sexual de pessoa incapaz de resistência registaram 8 casos.

No que concerne aos crimes contra a vida ou integridade física das pessoas registou-se um total de 19.805 crimes. O crime de violência doméstica foi o mais perpetrado apresentando um total de 18.679. Neste crime a APAV, inclui os crimes de maus tratos físicos e psíquicos, ameaça/coacção, injúrias/difamação e crimes de natureza sexual. O crime de ofensa à integridade física simples apresenta 624 casos, o crime de ofensa à integridade física grave registou 95 casos. No caso dos homicídios (tentados e consumados) verificou-se um total de 64 casos.

Nas últimas décadas têm-se assistido a um grande surgimento de investigações acerca da temática da agressão sexual e não sexual, no entanto, são poucos os estudos que se debruçam sobre a caracterização psicopatológica, sobretudo no que diz respeito à presença de traços de traços de frieza emocional, em agressores. Neste sentido, com o objetivo de contribuir para um maior conhecimento nesta área, este estudo pretende comparar a presença de características psicopatológicas e de frieza emocional em agressores (sexuais e não-sexuais) e não-agressores.

Psicopatologia (ansiedade e depressão) em Agressores e Não Agressores

Apesar de existirem várias investigações acerca da temática da agressão sexual e não sexual, são escassos os estudos que se debruçam sobre a caracterização psicopatológica dos agressores.

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Pode-se considerar a ansiedade como um estado emocional de tensão que surge quando se verifica a possibilidade de ocorrência de um acontecimento negativo ou uma ameaça à integridade física e/ou psicológica. A depressão pode ser interpretada como um estado afetivo (e.g., tristeza), um sintoma (e.g., manifestação secundária de alguma perturbação) ou uma síndrome (e.g., alterações de humor), sendo caracterizada por perda de interesse, sentimentos de culpa, perda de prazer, tristeza, entre outros (Pinto, Martins, Pinheiro, & Oliveira, 2015).

Segundo O’Reilly, Marshall, Carr e Beckett (2004), os agressores sexuais apresentam problemas de desregulação emocional, verificando-se, entre outros, níveis elevados de ansiedade e depressão. O mesmo autor refere que agressores sexuais adultos tendem a padecer de vários transtornos, tais como transtornos de humor e de ansiedade e, ainda, características de personalidade anti-social nomeadamente, isolamento social e depressão. Estas informações são corroboradas por outros autores que mencionam a presença de perturbações do humor, nomeadamente a ansiedade e a depressão em agressores sexuais (Berliner & Elliot, 2002; Marshall et al., 2003; Gonçalves, 2003).

Os agressores sexuais de crianças apresentam uma maior internalização de problemas, têm menos confiança social e apresentam níveis mais elevados de ansiedade e depressão (Hunter, Figueiredo, Malamuth, & Becker, 2003). Em contraste, os agressores sexuais de pares apresentam uma maior externalização de problemas e menos ansiedade e depressão (Hendricks & Bijleved, 2004). Estas conclusões estão de acordo com os resultados de um estudo levado a cabo por Glowacz e Born (2013), que constaram maior ansiedade em agressores se crianças, sobretudo no que se refere à ansiedade social e à ansiedade generalizada.

Uma investigação mais recente levada a cabo por Sigre-Leirós, Carvalho e Nobre (2015a), afirma que agressores sexuais de crianças, especificamente agressores com interesses pedofílicos, são mais propensos a apresentar níveis mais elevados de ansiedade do que os agressores não sexuais.

Também no que concerne aos agressores que perpetraram crimes de índole não sexual, são vários os autores que comprovam a presença de níveis de ansiedade e traços depressivos nestes indivíduos.

Segundo Valença e Moraes (2006), baseando-se numa investigação com 650 reclusos condenados por homicídio, a depressão major é uma das perturbações psicopatológicas mais presente nestes indivíduos. Nota-se ainda que, segundo um estudo com uma amostra clínica

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de agressores conjugais, os indivíduos não agressores apresentam uma sintomatologia depressiva inferior em relação aos agressores conjugais (Stith, Smith, Penn, Ward & Tritt, 2004), verificando-se o mesmo em relação à sintomatologia de ansiedade (Riggs, Caulfield, & Street, 2000). Ainda neste contexto, num outro estudo, onde participaram 40 homens adultos, dos quais 20 têm histórico de agressão conjugal e 20 são não agressores, verificou-se que o grupo de agressores apresentou níveis mais elevados de ansiedade em relação ao grupo dos não agressores (Padovani & Williams, 2011).

De acordo com Pechorro (2008), os agressores sexuais, sobretudo os agressores de crianças, são mais dependentes e emocionalmente desligados e também mais ansiosos e depressivos quando comparados com os agressores não sexuais. Também para Ahlmeyer et al. (2003) os agressores sexuais apresentam traços mais depressivos quando comparados com os agressores não sexuais. O mesmo autor refere ainda a presença de níveis elevados de ansiedade em agressores sexuais, sobretudo em agressores sexuais de menores, em relação a agressores não sexuais.

Numa investigação conduzida por Craig et al. (2006), os agressores sexuais apresentam menos depressão do que os agressores não sexuais. No entanto, segundo Francia et al. (2010), os grupos de agressores sexuais apresentaram caraterísticas de personalidade depressivas acentuadas em relação ao grupo de agressores não sexuais.

Nunes, McPhail e Babchishin (2012) desenvolveram uma meta-análise que se centrava na relação entre ansiedade e agressores sexuais. Neste estudo os autores concluíram que os agressores sexuais de crianças têm mais ansiedade social do que os agressores sexuais de adultos. Os resultados também indicaram que os agressores sexuais de crianças têm ligeiramente mais ansiedade social do que os não agressores.

Traços de Frieza Emocional em Agressores e Não Agressores

Na literatura científica, traços de frieza emocional são frequentemente denominados de traços calosos ou insensibilidade, apresentando-se como um estilo afetivo (e.g., ausência de culpa) e interpessoal (e.g., falta de empatia) (Pechorro, Gama, Guerreiro, Maroco, & Gonçalves, 2013). A maioria das investigações aborda o conceito de frieza emocional de forma geral, no entanto, a frieza emocional é constituída por dois componentes distintos: a despreocupação emocional e a não-emocionalidade.

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Segundo Frick, Cornell, Barry, Bodin e Dane (2003), crianças, adolescentes e adultos que apresentam traços de frieza emocional têm mais tendência a apresentar comportamentos agressivos. Também para Muñoz e Frick (2012), os traços calosos/frieza emocional estão frequentemente ligados a comportamentos agressivos.

De acordo com Fanti, Frick e Georgiou (2009), jovens com traços de frieza emocional tendem a ter mais comportamentos de agressão proativa e reativa, enquanto os jovens sem estes traços não demonstram comportamentos agressivos tão frequentemente e quando demonstram são comportamentos agressivos maioritariamente reativos. Howard, Kimonis, Muñoz e Frick (2012) corroboram as conclusões anteriormente mencionadas, afirmando que jovens com traços de frieza emocional tendem a mostrar níveis mais elevados de agressão, seja proativa ou reativa, de violência e de agressão sexual. O estudo de Kimonis et al. (2008) apresenta conclusões semelhantes, referindo também níveis mais elevados de agressão reativa e proativa em jovens com traços de frieza emocional.

Um estudo comparativo conduzido por Frick e White (2008), entre agressores sexuais violentos, agressores violentos e agressores não violentos, evidenciou que o primeiro grupo apresenta mais traços de frieza emocional em relação aos restantes.

De acordo com Lawing, Frick e Cruise (2010), os agressores sexuais com elevados traços de frieza emocional são mais violentos além de que têm um maior número de vítimas e um maior planeamento dos crimes, quando comparados aos restantes agressores.

Os resultados de um estudo desenvolvido por Ciucci et al. (2014) evidenciaram que os traços de frieza emocional encontravam-se positivamente associados a problemas de comportamento e agressão reativa, tendo isto ser demonstrado pelas dimensões de frieza emocional e despreocupação emocional.

Após apresentadas conclusões de vários estudos realizados neste âmbito, surge uma questão que pretendemos responder com o presente estudo: as diferenças em termos de psicopatologia e de frieza emocional entre agressores, sexuais e não sexuais, e não agressores serão estatisticamente significativas?

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Metodologia

Objetivos e Hipóteses de Investigação Objetivo geral

O presente estudo empírico tem como objetivo geral comparar a presença de dimensões psicopatológicas e de traços de frieza emocional nos três grupos: agressores sexuais, agressores não-sexuais e não-agressores.

Objetivos específicos

Face ao objetivo geral, operacionalizaram-se os seguintes objetivos específicos:

 Comparar os três grupos nas dimensões de ansiedade, depressão e somatização;

Comparar a presença de Callousness (calosidade/frieza emocional), Unemotional (não-emocionalidade) e de Uncaring (despreocupação emocional) nos três grupos amostrais.

Hipóteses de investigação

Decorrente do objetivo específico “Comparar os três grupos na dimensão da ansiedade, depressão e somatização”, surgem as seguintes hipóteses de investigação:

H0: não existem diferenças significativas entre os três grupos em relação à ansiedade, depressão e somatização;

H1: existem diferenças significativas entre os três grupos em relação à ansiedade, depressão e somatização.

Em relação ao objetivo específico “Comparar a presença de Callousness (traços calosos/frieza emocional), Unemotional (não-emocionalidade) e de Uncaring (despreocupação emocional) nos três grupos” colocam-se as seguintes hipóteses de investigação:

H0: não existem diferenças significativas entre a presença de traços calosos/frieza emocional, não-emocionalidade e de preocupação emocional nos três grupos;

H1: existem diferenças significativas entre a presença de traços calosos/frieza emocional, não-emocionalidade e de preocupação emocional nos três grupos;

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Plano Metodológico

A presente investigação consiste num estudo empírico quasi-experimental através do qual se pretende comparar 3 grupos de sujeitos em relação a uma variável. Este estudo tem um caráter transversal uma vez que os dados foram recolhidos num só momento.

A amostra desta investigação é constituída por dois “grupos de agressores” (sexuais e não-sexuais) e que atualmente se encontram a cumprir pena de prisão. Um terceiro grupo é designado por “grupo de não-agressores”, sendo composto por sujeitos da comunidade que não perpetraram qualquer tipo de crime.

Constituição dos grupos

Nesta investigação recorreu-se a uma amostra de conveniência uma vez que os participantes foram seleccionados em função das suas características criminais e da sua disponibilidade para o efeito e não mediante nenhum método ou critério estatístico.

Apesar de ser possível a definição da população em análise, não podemos referir que esta amostra é representativa de toda a população de AS e ANS no contexto português. No entanto, é possível referir que se trata da população total de agressores sexuais que se encontravam a cumprir pena de prisão em três Estabelecimentos Prisionais – EP no período em que a amostra foi recolhida. No que concerne ao grupo de agressores não sexuais, os mesmos foram seleccionados para que o seu número fosse equivalente ao número de indivíduos do grupo de AS, dado que, nos referidos EP’s, se verificou um número superior de crimes relativos a agressões não sexuais (e.g., homicídios, violência doméstica). Deste modo, foi possível constituir-se dois grupos com um número de sujeitos relativamente idêntico.

Em relação ao grupo de não-agressores, ou seja, que não praticaram qualquer tipo de crime, os dados foram recolhidos em função de questões específicas que se pretendem responder e de critérios de selecção previamente definidos.

Tamanho dos grupos

Relativamente ao tamanho dos grupos, nesta investigação foi estudada uma amostra total de 113 sujeitos. Por forma a obter uma igualdade do tamanho dos grupos, os sujeitos distribuem-se de seguinte forma: o grupo dos AS é constituído por trinta e um indivíduos (n=31), do grupo dos ANS fazem parte vinte e oito indivíduos (n=28) e o grupo dos NA é constituído por cinquenta e quatro indivíduos (n=54). Importa mencionar que o número de

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sujeitos foi reduzido devido à existência de outliers (valores discrepantes) nas variáveis em estudo. Neste sentido, observaram-se 5 sujeitos com valores discrepantes, tendo-se optado pela sua eliminação (Tabela 1).

Tabela 1 - Composição da amostra final

Frequência (n) Percentagem (%) Agressores sexuais Agressores não-sexuais Não-agressores Total 31 28 54 113 27.4 24.8 47.8 100.0 Participantes Critérios de selecção e exclusão dos participantes

Relativamente aos critérios de selecção, foram incluídos sujeitos do sexo masculino e com idade superior a 20 anos. No caso dos grupos AS e ANS, foram incluídos sujeitos que perpetraram crimes de agressão, podendo ser de índole sexual (e.g., violação) ou não (e.g., homicídio). Em relação ao grupo NA, foram incluídos indivíduos da comunidade que não tiveram problemas com a justiça durante o seu percurso de vida, especificamente, que não cometeram nenhum tipo de crime.

No que concerne aos critérios de exclusão, sujeitos com algum tipo de perturbação psicológica não foram incluídos nesta investigação. O analfabetismo foi também um critério de exclusão utilizado neste estudo.

Caracterização dos grupos

Dos 113 participantes, 9.7% dos sujeitos encontram-se a cumprir pena no EP de Vila Real (n=11), 23.9% no EP de Izeda (n=27) e 18.6% no EP de Vale de Sousa (n=21). Todos os sujeitos são do sexo masculino com idades compreendidas entre os 23 e 69 anos de idade (ᾱ=42; s=10.2).

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Quanto ao estado civil (Tabela 2), 32 dos sujeitos estão solteiros (28.3%), 42 estão casados (37.2%), 13 encontram-se em união de facto (11.5%) e 26 estão divorciados (23%).

No que diz respeito à escolaridade (Tabela 3), verificou-se que 42.5% dos sujeitos completou o ensino secundário (n=48), 38.1% dos sujeitos possui habilitações referentes ao ensino básico (n=43) e uma pequena minoria dos sujeitos concluiu o ensino superior (n=22; 19.5%).

Tabela 2 - Estado civil dos participantes

Frequência (n) Percentagem (%) Solteiro Casado União de facto Divorciado Total 32 42 13 26 113 28.3 37.2 11.5 23.0 100.0

Tabela 3 - Nível de escolaridade dos participantes

Frequência (n) Percentagem (%) Ensino básico Ensino secundário Ensino superior Total 43 48 22 113 38.1 42.5 19.5 100.0 Proveniência geográfica

Em relação às regiões de proveniência geográfica (tabela 4), verificou-se que a grande maioria dos sujeitos provêm da região norte do país (88.5%; n=100) e apenas 11.5% dos sujeitos são provenientes da região centro do país (n=13).

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Importa mencionar que todos os sujeitos que compõem a amostra deste estudo nasceram em Portugal não se verificando, como tal, outro país de origem.

Tabela 4- Proveniência geográfica dos sujeitos

Frequência (n) Percentagem (%) Região Norte Região Centro Total 100 13 113 88.5 11.5 100.0

Características dos Agressores Tipologia e Modus operandi dos crimes

Com base nos dados obtidos observam-se algumas características específicas dos agressores, tais como o tipo de crime, se foi perpetrado individual ou em grupo e também o recurso a armas durante a prática do crime.

Em relação ao tipo de crime (Tabela 5), primeiramente no que diz respeito aos crimes de agressão não sexual, os agressores cometeram dois tipos de crime: homicídio (ou tentativa de) e violência doméstica. Verificou-se que 15 agressores perpetraram homicídio, ou tentativa de (13.3%) e 13 agressores afirmam ter cometido o crime de violência doméstica (11.5%). No que concerne aos crimes de agressão sexual, observou-se que o crime de abuso sexual de crianças foi o mais cometido (12.4%; n=14), seguindo-se o crime de violação (8.8%; n=10). Os crimes de abuso sexual de menor dependente (3.5%; n=4) e de assédio sexual com práticas de atos sexuais (2.7%; n=3) foram os menos praticados pelos agressores sexuais.

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Tabela 5 - Tipologia dos crimes perpetrados pelos agressores

Frequência (n)

Percentagem (%)

Crimes de agressão não-sexual

Crimes de agressão sexual

Homicídio (ou tentativa de) Violência doméstica Violação

Abuso sexual de crianças Abuso sexual de menor dependente

Assédio sexual (com prática de atos sexuais) Total 15 13 10 14 4 3 59 13.3 11.5 8.8 12.4 3.5 2.7 100.0 Cometimento do crime

Outras características criminais referem-se ao modo como o crime foi cometido (tabela 6) e ao recurso a armas para cometer o crime (tabela 7).

No que concerne ao modo como o crime foi perpetrado, todos os agressores sexuais perpetraram o crime individualmente (100%; n=31). Em relação aos agressores não-sexuais, 82.1% referem ter cometido o crime individualmente (n=23) enquanto 17.9% referem ter praticado o crime em grupo (n=5).

Em relação ao recurso a armas para a prática do crime (e.g., armas brancas, como facas de cozinha e navalhas e armas de fogo tais como espingardas e pistolas), a maioria dos agressores sexuais refere não ter recorrido armas para cometer o crime (93.5%; n=29) e apenas 2 agressores sexuais referem ter recorrido a armas na prática do crime (6.5%; n=2). Em relação aos agressores não-sexuais, 62.1% recorreram a armas (n=18) e 37.9% referem não ter utilizado armas para perpetrar o crime (n=11).

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Tabela 6 - Tipo de cometimento de crime Frequência (n) Percentagem (%) Agressores sexuais

Agressores não sexuais

Cometido individualmente Cometido em grupo Total Cometido individualmente Cometido em grupo Total 31 0 31 23 5 28 100 0 100.0 82.1 17.9 100.0

Tabela 7 - Recurso a armas para perpetrar o crime

Frequência (n)

Percentagem (%)

Agressores sexuais

Agressores não sexuais

Com recurso a armas Sem recurso a armas Total

Com recurso a armas Sem recurso a armas Total 2 29 31 18 10 28 6.5 93.5 100.0 64.3 35.7 100.0

Procedimentos de recolha de dados

No que concerne aos dois grupos de agressores – AS e ANS, foi necessário solicitar uma autorização da Direção Geral de Reinserção e Serviços Prisionais – DGRSP (anexo 1), para que a recolha de dados fosse exequível. Após a autorização procedeu-se à recolha de dados em três estabelecimentos prisionais, nomeadamente: Izeda, Vila Real e Vale de Sousa. Numa primeira fase, recolheram-se informações acerca do processo de cada sujeito (e.g., acerca do contexto familiar, comunitário e escolar, bem como alguns dados acerca da perpetração dos crimes) através de uma grelha de dados processuais (Barroso, 2012).

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Relativamente ao terceiro grupo, a recolha de dados foi realizada através da procura de sujeitos da comunidade que não perpetraram qualquer tipo de crime. Estes dados foram recolhidos na região norte do país, mais especificamente nos distritos de Vila Real e Porto.

No contacto com os sujeitos dos três grupos foram explicados os objetivos da investigação e todas as questões éticas que lhe são inerentes (e.g., confidencialidade e anonimato dos dados). Após o devido consentimento informado dos sujeitos (anexos 2 e 3), foram administrados quatro instrumentos de auto-relato: um Questionário sociodemográfico, o Inventário de Traços Psicopatológicos – BSI, o Inventário de Traços Calosos/Não-emocionais – ICU e a Escala de Respostas Socialmente Desejáveis – SDRS5. O preenchimento dos instrumentos teve a duração média de 15-20 minutos dependendo das especificidades de cada sujeito. Tendo em vista o anonimato dos dados, foi colocado em cada questionário um número para efeitos de identificação estatística.

Materiais

Mediante os objetivos da presente investigação, foi seleccionado um conjunto de instrumentos para a recolha de dados. Esta recolha decorreu em duas fases: inicialmente procedeu-se à recolha de dados que constavam no processo individual de cada sujeito, através de uma grelha de recolha de dados; numa segunda fase, solicitou-se ao sujeito o preenchimento de quatro instrumentos de autorrelato, incluindo um questionário que pretendia avaliar a presença de desejabilidade social.

Os instrumentos desta investigação foram seleccionados tendo em vista qualidades psicométricas, serem adaptados à população portuguesa e, por último, serem de fácil e breve aplicação.

Importa mencionar que foi necessário eliminar alguns itens e dimensões das escalas, uma vez que pioravam os valores de consistência interna, não assegurando qualquer medida ou utilidade para as respectivas escalas utilizadas na amostra desta investigação. Após efectuadas as devidas alterações, os instrumentos que se seguem apresentam indicadores de fidelidade (alfa de cronbach-α) superior a 0.70, sendo considerados satisfatórios e adequados, com excepção de duas escalas que apresentam um alfa de cronbach relativamente baixo. De um modo geral, alguns autores afirmam que um instrumento é classificado como tendo fidelidade apropriada quando o α é pelo menos 0.70 (Maroco & Garcia-Marques, 2006; Pestana & Gageiro, 2008).

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De seguida descrevem-se, detalhadamente, os instrumentos utilizados nesta investigação.

Grelha de Recolha de Dados Processuais (Barroso, 2010)

Este instrumento consiste num documento a ser preenchido pelo investigador durante a análise dos dados processuais de cada agressor. Esta grelha permite a recolha de dados alusivos a informações sociodemográficas do agressor, do seu contexto familiar, história desenvolvimental, contexto comunitário/residencial, percurso de institucionalização, história de comportamentos delinquentes, relacionamentos afetivos, escolaridade, variáveis jurídicas, sexualidade, história médica, competências interpessoais, uso/abuso de substâncias tóxicas, bem como informações detalhadas acerca do crime cometido - sexual ou não sexual.

Questionário Sociodemográfico

Este questionário foi construído para a presente investigação, a ser preenchido pelo sujeito aquando os restantes instrumentos de investigação. Este documento pretende recolher informações sociodemográficas, dados pessoais (e.g., estado civil, escolaridade), dados acerca do contexto residencial e da estrutura familiar. No que concerne ao grupo dos sujeitos da comunidade, este documento incluiu duas questões adicionais com o objetivo de avaliar uma eventual prática de crimes, para excluir esses casos da amostra em caso de resposta positiva.

Inventário de Sintomas Psicopatológicos (Brief Symptom Inventory; Canavarro, 1995) O BSI é constituído por 18 itens, classificados numa escala de Likert que varia de 0 (“nenhum”) a 4 (“sempre”) valores e pretende avaliar sintomas psicopatológicos em termos de três grupos de sintomatologia, nomeadamente: a somatização: (e.g., “Dores sobre o coração ou no peito”) a depressão (e.g., “Sentir que não tem valor”) e a ansiedade (e.g., “Ter ataques de terror ou pânico”) (Cordeiro, Paixão, Lens, Lacante, & Luyckx, 2015; Canavarro, 2007). A versão portuguesa do BSI-18 apresenta uma boa fidelidade, variando os valores entre 0.79 e 0.85 (Cordeiro, Paixão, Lens, Lacante & Luyckx, 2015). Nesta investigação os valores oscilaram entre 0.70 e 0.80: ansiedade (α = 0.70), somatização (α = 0.74) e depressão (α = 0.78). Em relação às transformações, foi necessário retirar a dimensão relativa à somatização, uma vez que não assegura qualquer utilidade para a presente investigação.

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Inventário de Traços Calosos/Não emocionais (Inventory of Callous-Unemotional Traits; Pechorro, 2013)

O ICU é um inventário de auto-relato composto por 24 itens e pretende avaliar a presença de traços calosos/não-emocionais, tais como a frieza/insensibilidade emocional (Pechorro, Ray, Barroso, Maroco, & Gonçalves, 2014). Os itens do ICU são cotados numa escala Likert de 4 pontos, de Totalmente falso a Totalmente verdade. Este instrumento inclui três dimensões independentes, nomeadamente a calosidade/frieza emocional (e.g., “Não me importa quem magoo para conseguir o que quero”); a não-emocionalidade (e.g., “Sinto-me mal ou culpado quando faço algo de errado”) e a despreocupação emocional (e.g., “Não mostro as minhas emoções às outras pessoas”) (Ezpeleta et al., 2013; Henry, Pingault, Boivin, Rijsdijk & Viding, 2016). Pontuações mais elevadas indicam maior presença dos traços em questão (Pechorro, Silva, Maroco & Gonçalves, 2014). A versão portuguesa do ICU apresenta uma consistência interna aceitável, de α=0.77 (Kumsta, Sonuga-Barke, & Rutter, 2012). Na presente investigação os valores de fidelidade variaram entre 0.30 e 0.85 (α frieza emocional = 0.68; α não emocionalidade =0.82). Em relação a transformações necessárias, na dimensão Frieza Emocional foi necessário retirar o item 8 (“Preocupo-me com o sentimento das outras pessoas”). Foi também necessário retirar a dimensão Despreocupação Emocional uma vez que, nesta amostra, apresentava um fraco indicador de fidelidade (α= 0.33).

A Escala de Respostas Socialmente Desejáveis (Socially Desirable Response Set; Carvalho, 2011)

A SDRS é constituída por 5 itens e permite avaliar a tendência do participante para responder de forma socialmente desejável (Sigre-Leirós, Carvalho, & Nobre, 2015). A cotação é feita através do somatório dos 5 itens ordinais de 5 pontos que variam de Totalmente verdadeiro (1) a Totalmente falso (5), após se ter efectuado a reversão dos itens 2, 3 e 4. Os resultados permitem-nos afirmar que pontuações mais elevadas indicam níveis de desejabilidade social mais altos (Pechorro, Barroso, Silva, Marôco, & Gonçalves, 2016). A consistência interna desta escala é satisfatória, α=0.70 (Carvalho, 2011; cit in. Sigre-Leirós, Carvalho, & Nobre, 2015b). Na presente investigação optou-se por não inserir esta escala no estudo tal como seria previsto inicialmente, uma vez que apresentou um valor de alfa inaceitável, α=0.53, considerando-se uma fraca consistência e, consequentemente menos fiável (Maroco & Garcia-Marques, 2006).

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Resultados

Após a recolha de dados, estes foram introduzidos numa base de dados do programa estatístico SPSS (Statistical Package for Social Sciences - versão 20.0) e posteriormente analisados pelo mesmo programa. Tendo em conta as questões e hipóteses da investigação, foram realizados vários tipos de procedimentos e análises estatísticas.

A consistência interna (α) dos instrumentos foi verificada tendo-se obtido, no geral, uma fiabilidade considerada aceitável (Maroco & Garcia-Marques, 2006). Através do diagrama de extremos e quartis foi possível visualizar a existência de valores discrepantes, denominados por outliers, tendo-se optado pela sua eliminação. Desta forma, foram eliminados 5 outliers.

Por forma a seleccionar a análise estatística (paramétrica ou não paramétrica) mais adequada foi testada a normalidade da distribuição das variáveis optando-se pelo teste de Shapiro-Wilk (Tabela 8) em detrimento do Kolmogorov-Smirnov, uma vez que o primeiro teste é considerado mais poderoso para a análise da distribuição, sendo ainda maior a diferença na potência do teste em casos de amostras com n>30 (Razali & Wah, 2011; Saculinggan & Balase, 2013). No presente estudo, a dimensão da amostra a estudar é de 113 sujeitos.

Tabela 8 - Teste de Shapiro-Wilk para a normalidade da distribuição dos dados

Teste de Shapiro-Wilk

Estatística DF Sig.

BSI (ansiedade) BSI (depressão)

ICU (não-emocionalidade) ICU (frieza emocional)

,910 ,928 ,877 ,956 113 113 113 113 ,000 ,000 ,000 ,001

De acordo com a tabela, concluiu-se que, ao nível de significância de 5%, a amostra não apresenta distribuição normal em nenhuma das variáveis estudadas (p=<0.05).

Antes de se executar os testes de hipóteses, foram elaboradas as estatísticas descritivas das variáveis estudadas: ansiedade, depressão, frieza emocional e não-emocionalidade.

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Considerando que um dos pressupostos principais para a utilização de uma análise estatística paramétrica é a distribuição normal dos dados (Sheskin, 2000; Dancey & Reidy, 2006), optou-se por realizar a análise estatística não paramétrica de Kruskal-Wallis, uma vez que a amostra desta investigação apresentou uma distribuição não normal.

Através da análise de Kruskal-Wallis foi possível verificar se existem diferenças entre os grupos. No entanto, não nos indicou quais grupos são diferentes uns dos outros (Dancey & Reidy, 2006). As primeiras variáveis a serem analisadas foram a ansiedade e a depressão seguindo-se a frieza emocional e a não-emocionalidade. Antes de se proceder à análise das tabelas importa referir o seguinte: H0 = não existem diferenças significativas entre os grupos; H1 = existem diferenças significativas entre os grupos.

A tabela 9 permitiu-nos observar o rank médio para cada grupo. Desta forma, observou-se que existem diferenças entre os grupos, sendo que o grupo dos agressores não-sexuais evidenciou mais ansiedade. No que concerne à segunda variável, o grupo dos agressores sexuais apresentou mais traços depressivos. Observou-se também que o rank médio dos grupos de agressores (sexuais e não-sexuais) é muito próximo. Já o rank médio do grupo da comunidade encontra-se distante dos restantes ranks.

Tabela 9 - Resultados do teste de Kruskal-Wallis para as variáveis de ansiedade e depressão

Tipo de agressor N Rank médio

BSI (ansiedade) BSI (depressão) Agressores sexuais Agressores não-sexuais Não-agressores Total Agressores sexuais Agressores não-sexuais Não-agressores Total 31 28 54 113 31 28 54 113 64.03 64.68 48.98 75.50 73.30 37.93

As estatísticas do teste de Kruskal-Wallis (Tabela 10) apresentaram um x² de 6.286 para a ansiedade e um x² de 35.359 para a depressão. No que se refere ao valor de significância,

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p=0.043 para a ansiedade e p<0.001 para a depressão. Desta forma, concluiu-se que, a um nível de significância de 5%, existem diferenças significativas entre os grupos.

Tabela 10 - Estatísticas do teste de Kruskal-Wallisa,b

para as variáveis de ansiedade e depressão

BSI (ansiedade) BSI (depressão)

Qui-quadrado df Significância estatística 6.286 2 ,043 35.359 2 ,000 a. Teste de Kruskal-Wallis

b. Variável de agrupamento: tipo de agressor

No que concerne às variáveis de frieza emocional e não-emocionalidade (Tabela 11), o grupo dos agressores não-sexuais apresentou mais frieza emocional e o grupo de agressores sexuais apresentou mais traços de não-emocionalidade. Foi ainda possível constatar-se que, os ranks médios dos três grupos encontraram-se próximos, no que diz respeito à variável da frieza emocional. O mesmo não se verifica em relação à não-emocionalidade uma vez que o rank médio do grupo de agressores sexuais encontrou-se distante dos ranks médios dos outros dois grupos.

Em relação às estatísticas do teste (Tabela 12), observou-se que o x² é de 0.177 para a frieza emocional e o x² para a não-emocionalidade é de 8.670. No que diz respeito ao valor de significância, a um nível de significância de 5%, não se verificaram diferenças significativas entre os grupos, em relação à frieza emocional (p=0.915). O mesmo não se observou para a não-emocionalidade uma vez que p=0.013, podendo-se afirmar que existem diferenças significativas entre os grupos.

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Tabela 11 - Resultados do teste de Kruskal-Wallis para as variáveis de frieza emocional e não-emocionalidade

Tipo de agressor N Rank médio

ICU (frieza emocional) ICU (não-emocionalidade) Agressores sexuais Agressores não-sexuais Não-agressores Total Agressores sexuais Agressores não-sexuais Não-agressores Total 31 28 54 113 31 28 54 113 55.74 59.16 56.60 71.34 54.27 50.19

Tabela 12 - Estatísticas do teste de Kruskal-Wallisa,b

para as variáveis de frieza emocional e não-emocionalidade

ICU (frieza emocional) ICU (não-emocionalidade)

Qui Quadrado df Significância estatística 0.177 2 ,915 8.670 2 ,013 a. Teste de Kruskal-Wallis

b. Variável de agrupamento: tipo de agressor

Discussão de Resultados

Os resultados obtidos serão discutidos mediante os objetivos e as hipóteses de investigação testadas, ressaltando os resultados mais significativos obtidos neste estudo. No que diz respeito a dimensões psicopatológicas, avaliou-se a presença de ansiedade e depressão nos três grupos. Foi possível verificar que o grupo dos agressores não-sexuais apresentou maiores níveis de ansiedade do que o grupo de agressores sexuais e o grupo de não agressores. No entanto, o grupo dos agressores sexuais e o grupo dos agressores não-sexuais

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apresentaram ambos valores altos de ansiedade quando comparados com o grupo de não-agressores, ao contrário dos resultados de um estudo de Sigre-Leirós et al. (2015) que indicaram que o grupo de agressores sexuais de crianças, nomeadamente aqueles com interesses pedofílicos, são mais propensos a apresentar maiores níveis de ansiedade do que o grupo dos agressores não-sexuais. No que diz respeito ao grupo dos não-agressores, alguns autores corroboraram os resultados obtidos neste estudo, de que o grupo de não-agressores apresentou níveis de ansiedade inferiores do que o grupo de agressores não-sexuais (Riggs et al., 2000; Padovani & Williams, 2011).

Quanto à depressão, foi possível verificar que o grupo dos agressores sexuais apresentou maiores níveis de depressão do que o grupo dos agressores sexuais e o grupo de agressores. Foi também possível verificar que os dois grupos de agressores (sexuais e não-sexuais) apresentaram valores elevados de depressão quando comparados com o grupo de não-agressores. Estes resultados foram comprovados por Francia et al. (2010) no entanto, autores como Craig et al. (2006) referiram que o grupo de agressores sexuais apresentou menores níveis de depressão quando comparados com o grupo de agressores não-sexuais.

No que concerne à presença de traços de frieza emocional, os resultados indicaram que não se verificaram diferenças significativas entre os três grupos para esta dimensão. Em relação à não-emocionalidade, os resultados obtidos indicaram que o grupo de agressores sexuais apresentou mais traços de emocionalidade do que o grupo de agressores não-sexuais e o grupo de não-agressores. Não foi possível aceder a literatura que auxilie na explicação destes dados pelo que as conclusões apresentadas ao nível desta dimensão são baseadas apenas nos resultados obtidas nesta investigação.

Uma vez que a maioria das investigações aborda o conceito de frieza emocional de uma maneira geral, não é possível comparar os resultados obtidos neste estudo com resultados obtidos em outros estudos empíricos. No entanto, é possível referir que alguns autores referem que os traços de frieza emocional estão frequentemente ligados a comportamentos agressivos, sendo que sujeitos com traços de frieza emocional tendem a ter comportamentos mais agressivos (Frick et al., 2003; Fanti et al., 2009; Muñoz & Frick, 2012).

Os resultados deste estudo permitem obter um maior conhecimento acerca da presença de dimensões psicopatológicas, como a ansiedade e a depressão, em agressores sexuais e não-sexuais, contribuindo para o desenvolvimento de novos estudos mais específicos (e.g., estudos com grupos de agressores sexuais, tais como agressores sexuais de crianças, agressores sexuais de adultos e agressores sexuais de menores dependentes; estudos com

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grupos de agressores perpetradores de crimes de homicídio, de violência doméstica e de ofensa à integridade física simples e grave). Das mais variadas dimensões psicopatológicas, a ansiedade e a depressão encontram-se frequentemente presentes na população reclusa, sobretudo na primeira semana de reclusão (Moreira & Gonçalves, 2010).

Estes resultados podem ainda contribuir para uma melhor compreensão das dimensões de frieza emocional em agressores sexuais e não-sexuais, uma vez que estes traços encontram-se geralmente associados a comportamentos agressivos e anti-sociais, verificando-se traços elevados de frieza emocional na população reclusa (Kimonis et al., 2008).

Para além disso, estes resultados podem contribuir para o desenvolvimento de estratégias, abordagens e/ou intervenções psicológicas e sociais, com vista à redução de traços de frieza emocional, traços depressivos, e níveis elevados de ansiedade em agressores sexuais e não-sexuais, sobretudo quando estes sujeitos se encontram a cumprir pena de prisão, uma vez que é no contexto prisional que esta sintomatologia é mais prevalente.

No que concerne às limitações do estudo, a principal limitação refere-se ao facto de metade da amostra ser constituída por reclusos a cumprir pena de prisão. Aquando da aplicação dos instrumentos, verificaram-se várias recusas por parte dos reclusos em participar no estudo. Também se verificaram algumas desistências ao longo do preenchimento e ainda a presença de respostas ao acaso, pelo que se optou pela sua eliminação. Durante o preenchimento dos instrumentos os reclusos questionavam-se com alguma frequência sobre a finalidade dos questionários e se poderiam ser prejudicados com as respostas dadas nos mesmos. Importa mencionar que se pretendeu controlar a veracidade das respostas dadas pelos sujeitos, ao avaliar a desejabilidade social através do SDRS. No entanto, esta variável não foi incluída neste estudo uma vez que o SDRS apresentou uma baixa consistência interna. Uma outra limitação refere-se à dificuldade em aceder a literatura científica referente a esta temática.

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Conclusão

O presente estudo foi realizado no âmbito das dimensões de psicopatologia (ansiedade e depressão) e de traços de frieza emocional e não-emocionalidade em agressores – sexuais e não sexuais – e não agressores (não perpetradores de qualquer tipo de crime).

Considera-se que o objetivo deste estudo foi cumprido uma vez que, através de uma análise não paramétrica, foi comparada a presença das dimensões psicopatológicas de ansiedade e depressão, bem como de traços de frieza emocional e de não-emocionalidade nos três grupos de sujeitos, concluindo-se que existem diferenças estatisticamente significativas entre os grupos para as variáveis de ansiedade, depressão e não-emocionalidade no entanto, no que se refere à variável de frieza emocional, não se verificaram diferenças estatisticamente significativas entre os grupos.

Considerando que na pesquisa e investigação científicas o interesse pelas caraterísticas dos agressores é recente e que são escassos os estudos nesta área, sobretudo no contexto português, este estudo procura contribuir para um maior conhecimento acerca do mundo dos agressores sexuais e não-sexuais, mais especificamente acerca da presença de duas dimensões psicopatológicas e de traços de frieza emocional nestes indivíduos, recomendando-se o desenvolvimento de novos estudos empíricos.

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Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

Comportamento Sexual em Agressores Sexuais e Não sexuais

Dissertação de Mestrado em Psicologia Clínica

Marina Miranda Tavares

Professor Doutor Ricardo Barroso Professora Doutora Vera Sigre-Leirós

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Resumo

O estudo da agressão, nomeadamente da agressão sexual, desde cedo se tornou o foco do estudo de vários investigadores. Este estudo centra-se no comportamento sexual de agressores, sexuais e não-sexuais, e não-agressores, tendo como objetivo comparar as dimensões de excitação e inibição sexual nestes sujeitos. Para tal, a amostra (n=113) foi recolhida em dois contextos distintos: em contexto prisional e na comunidade. No que concerne aos instrumentos, foi utilizada uma grelha de recolha de dados processuais, um questionário sociodemográfico, a Escala de Inibição Sexual/Excitação Sexual (SIS/SES) e a Escala de Respostas Socialmente Desejáveis (SDRS). Os resultados deste estudo indicaram que não existem diferenças estatisticamente significativas entre os três grupos tanto em relação à excitação sexual como à inibição sexual. Desta forma pode concluir-se que, na amostra estudada, não se encontraram diferenças significativas no que diz respeito ao comportamento sexual entre agressores e não-agressores.

Palavras-Chave: agressores sexuais, agressores não-sexuais, excitação sexual, inibição sexual.

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Abstract

The study of agression, namely the sexual agression, since early became the focus of several investigators studies. This study focus on the sexual behavior of sexual offenders, non-sexual offenders and non-offenders, being it’s goal to compare the sexual inhibition and sexual excitation dimensions in this individuals. The sample (n=113) was gathered in two distinct contexts: in prisons and in the community. Regarding the instruments, it was used a grate for collecting process data, the Sexual Inhibition Scale/ Sexual Excitation Scale (SIS/SES) and the Social Desirability Response Scale (SDRS). The results of this study indicated there aren’t statistically significant differences between the three groups regarding the sexual excitation and the sexual inhibition. Thus, we can conclude that, in the studied sample, no significant were found differences regarding the sexual behavior between offenders and non-offenders.

Imagem

Tabela 1 - Composição da amostra final
Tabela 3 - Nível de escolaridade dos participantes
Tabela 4- Proveniência geográfica dos sujeitos
Tabela 5 - Tipologia dos crimes perpetrados pelos agressores
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Referências

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