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RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO

ESTÁGIO PROFISSIONALIZANTE 6º ANO

MESTRADO INTEGRADO EM MEDICINA

NOVA MEDICAL SCHOOL | FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS

ANO LECTIVO 2019/2020

HELENA CORRÊA HENRIQUES DA CUNHA E CARMO | Nº 2014218

ORIENTADOR:

Prof. Doutor Luís Pisco

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ÍNDICE

I. INTRODUÇÃO 3

II. OBJECTIVOS 3

III. ACTIVIDADES DESENVOLVIDAS 4

A. Estágio de ginecologia e obstetrícia 4

B. Estágio de saúde mental 4

C. Estágio de medicina geral e familiar 5

D. Estágio de pediatria 5

E. Estágio de cirurgia geral 6

F. Estágio de medicina interna 7

IV. FORMAÇÃO EXTRACURRICULARES 7

V. REFLEXÃO CRÍTICA 8

VI. ANEXOS 11

A. Anexo I: Trabalhos realizados ao longo do 6º ano 11

B. Anexo II: Certificado de participação no Future MD 2019 12

C. Anexo III: Certificado de participação no 6º Encontro da USF Todos os Santos 13

D. Anexo IV: Certificado de participação no dia internacional dos direitos humanos 13

E. Anexo V: Certificado de participação no curso TEAM - Trauma Evaluation and Management 14

F. Anexo VI: Certificado de participação nos grupos de bioética da NMS UNL 15

G. Anexo VII: Certificado de participação na Missão País 16

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I. INTRODUÇÃO

O Estágio Profissionalizante integra o plano curricular do 6º ano do Mestrado Integrado em Medicina (MIM), na Faculdade de Ciências Médicas. É uma unidade curricular (UC) constituída por seis estágios parcelares, com uma duração variável entre quatro a oito semanas: Cirurgia Geral, Medicina Interna, Saúde Mental, Medicina Geral e Familiar, Pediatria e Ginecologia e Obstetrícia. No entanto, devido ao plano de contingência da pandemia COVID-19, com início no dia 10 de março de 2020, o estágio parcelar de Medicina Interna não pode ser realizado presencialmente.

O presente relatório é composto por seis secções distintas: a Introdução, que apresenta a estrutura do trabalho; os Objetivos, que explicitam os objetivos de aprendizagem propostos para este ano curricular; as

Atividades Desenvolvidas, que descrevem de forma sucinta e concisa cada estágio parcelar; a Formação Extracurricular, desenvolvida ao longo do curso; a Reflexão Crítica, que avalia o cumprimento dos objetivos

e as competências adquiridas; e os Anexos, que documentam atividades realizadas no âmbito do estágio profissionalizante ou extracurriculares.

II. OBJETIVOS

Uma das principais finalidades do Estágio Profissionalizante é incentivar a autonomia e a responsabilidade

progressivas na prática clínica, através de um ensino tutelado. Para além deste propósito, com base na Ficha

da UC de cada estágio parcelar, defini objetivos específicos tanto de âmbito clínico como de formação social, transversais a todos os estágios, de forma a promover o desenvolvimento de competências e atitudes indispensáveis à minha formação médica.

Relativamente ao âmbito clínico, defini como objetivos a consolidação de conhecimentos teóricos e o

desenvolvimento de um raciocínio clínico adequado e estruturado, baseado na anamnese e no exame

objetivo do doente, de modo a orientar a abordagem diagnóstica e terapêutica. Em cada estágio, estabeleci também o propósito de conhecer as principais patologias e de realizar os procedimentos práticos básicos dessa especialidade.

No âmbito da formação social, os objetivos consistiram em trabalhar a abordagem centrada no doente, consoante o modelo biopsicossocial; em melhorar a comunicação tanto com o doente, como com os seus familiares e outros profissionais de saúde; e em adotar uma atitude proactiva essencial para o desenvolvimento de diversas competências, das quais destaco, a constante necessidade de formação e

atualização. Por último, defini, ainda como objetivo, a capacidade de reconhecer os meus erros e limitações,

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III. ACTIVIDADES DESENVOLVIDAS

O estágio parcelar de Ginecologia e Obstetrícia, com duração de quatro semanas, foi realizado no Hospital dos Lusíadas, sob a orientação da Dr.ª Cristina Barbosa. No decorrer do estágio, participei em diferentes valências do serviço (consulta externa, bloco operatório, bloco de partos, serviço de urgência), o que me permitiu contactar com as diversas patologias da especialidade e com abordagens distintas por parte de cada médico.

No que diz respeito à Obstetrícia, acompanhei na consulta externa o seguimento de inúmeras gravidezes, aperfeiçoando a realização do exame objetivo da grávida e de ecografias obstétricas e consolidando os aspetos principais da saúde materna e fetal. Assisti, ainda, à consulta de diagnóstico pré-natal e frequentei o serviço de urgência e o bloco de partos, com observação de todo o trabalho de parto e das diferentes vias de parto. No âmbito da Ginecologia, participei em consultas de seguimento de rotina com foco na promoção da saúde, nas quais realizei citologias e ecografias ginecológicas, e em consultas de revisão do pós-parto e do pós-operatório. Como aspeto positivo, destaco ter observado e participado em diversas cirurgias no bloco operatório, assim como ter assistido à consulta de patologia do colo, à consulta de fisioterapia especializada em pavimento pélvico e à realização da técnica de histeroscopia, uma vez que tornou o estágio mais estimulante e diversificado. Por último, realço a oportunidade de participar na consulta de infertilidade e de visitar o laboratório de procriação medicamente assistida com visualização das diferentes técnicas e procedimentos.

No final do estágio, apresentei o seminário com o tema “IMC pré-concecional e ganho de peso na gravidez: Outcomes na gravidez” (Anexo I) numa das sessões clínicas do serviço.

O estágio parcelar de Psiquiatria, com duração de quatro semanas, foi realizado no Serviço de Internamento de Agudos, no Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa, sob a orientação do Dr. Marco Gonçalves e da Dr.ª Beatriz Lourenço.

O estágio iniciou-se com dois dias de seminários teórico-práticos que se focaram na resolução de diversos casos clínicos e no tema “Estigmas na doença mental e programas para pessoas com doença mental grave”, essenciais para recordar conceitos e para introduzir e facilitar a integração no período de estágio.

Ao longo das quatro semanas, assisti à avaliação do doente psiquiátrico em diferentes contextos, como o serviço de internamento, a consulta externa e o serviço de urgência. No serviço de internamento, onde passei

A. ESTÁGIO DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA | 9 setembro a 4 de outubro de 2019

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a maior parte do tempo, elaborei uma história clínica (Anexo I) e observei a realização de entrevistas clínicas a doentes com diferentes patologias psiquiátricas e entrevistas familiares, o que me permitiu relembrar a importância da família no diagnóstico e na gestão do doente. No que diz respeito à consulta externa, participei tanto na consulta de psiquiatria geral como na consulta de sexologia. Os períodos no serviço de urgência permitiram maior contacto com a patologia psiquiátrica aguda, sem as alterações associadas à medicação. Semanalmente, integrei as sessões de internos do hospital e as sessões propostas pelo Dr. Pedro Rodrigues para os alunos do 6º ano acerca de temas relevantes no âmbito da psiquiatria.

Curiosamente, o estágio coincidiu com o dia da Saúde Mental, dia 10 de outubro, no qual participei em diversas atividades, tais como, a exposição de obras e projetos realizados por doentes com perturbação mental e a exposição dedicada à história da saúde mental. Por último, numa das tardes do estágio participei na iniciativa “Walk with a Doc”, que tem como principal objetivo estimular estilos de vida saudáveis nos doentes. Esta proposta iniciou-secom uma breve conversa sobre um tema referente à psicopatologia, no meu caso sobre a “Ansiedade”, seguindo-se de uma caminhada por Alvalade.

O estágio parcelar de Medicina Geral e Familiar, com duração de quatro semanas, foi realizado na USF São João Evangelista dos Lóios, sob a orientação do Dr. Vasco Freire.

Em primeiro lugar, observei e participei nos diferentes tipos de consulta da especialidade (Consulta de Saúde do Adulto, Consulta de Saúde Materna, Consulta de Saúde Infanto-Juvenil, Consulta Aberta e Consulta Domiciliar), tendo contactado com uma grande diversidade de situações, patologias e famílias. Tive oportunidade de realizar diversas consultas apenas com supervisão à distância, o que permitiu um desenvolvimento gradual da minha autonomia e confiança na prática clínica. Neste sentido, ao longo das quatro semanas, desenvolvi não só a capacidade de recolha de dados clínicos e objetivos de forma mais sistemática e o raciocínio diagnóstico, como também pratiquei a minha comunicação com os doentes e com as famílias. Em segundo lugar, pude também praticar a elaboração de registos clínicos e alguns procedimentos práticos, tais como a colheita de colpocitologias e a realização de otoscopias. Por último, desenvolvi um folheto informativo sobre os conceitos básicos da diabetes mellitus tipo 1 (Anexo I) e realizei o Diário de Exercício Orientado (DEO), um trabalho exigente que estimulou a reflexão crítica de casos de doentes observados na consulta.

O estágio parcelar de Pediatria, decorreu ao longo de quatro semanas, na Unidade de Adolescentes do Hospital Dona Estefânia (HDE), sob a orientação da Dr.ª Leonor Sassetti.

C. ESTÁGIO DE MEDICINA GERAL E FAMILIAR| 4 a 9 de novembro de 2019

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Durante o período de estágio, grande parte do tempo foi despendido no serviço de internamento, na consulta externa e no serviço de urgência, nos quais pude assistir e praticar a abordagem do doente pediátrico tanto com patologia aguda como crónica. Consequentemente, pude assistir às particularidades da abordagem das diferentes patologias e contactar com um grande número de doentes entre os 8 e os 17 anos. No serviço de internamento, integrei a equipa nas suas atividades diárias, tendo ficado responsável pela observação de doentes durante vários dias. Consequentemente, pratiquei a recolha de dado clínicos de forma mais autónoma e objetiva e participei mais ativamente nas discussões diagnósticas. Além disso, treinei a comunicação não só com a restante equipa médica, mas principalmente com o doente e com a sua família. Sendo o HDE um hospital muito diferenciado, contactei com áreas da pediatria mais especializadas, tendo mesmo tido a oportunidade de observar doentes internados noutros locais e de visitar outros serviços, como a Unidade de Cuidados Intensivos Pediátricos. Realço, ainda, o facto de ter assistido a consultas de imunoalergologia e à realização de exames complementares de diagnóstico dessa área.

Assisti a diversas sessões clínicas do hospital e participei noWorkshop de Urgências Pediátricas, realizado no HDE para alunos do 6º ano. No final do estágio, apresentei o seminário com o tema “Um caso clínico de cefaleias - Será um diagnóstico suficiente?” (Anexo I).

O estágio parcelar de Cirurgia Geral, decorreu ao longo de oito semanas, no Hospital Beatriz Ângelo, sob a orientação do Dr. João Grenho. O estágio consistiu numa semana de sessões teórico-práticas e em sete semanas de componente prática, das quais, quatro semanas foram passadas na especialidade de Cirurgia Geral, uma semana no serviço de urgência Geral e duas semanas opcionais em Anestesiologia.

As sessões teóricas e teórico-práticas foram importantes para a revisão de conteúdos relevantes no âmbito da Cirurgia Geral e para uma melhor integração dos alunos no hospital e no período de estágio. Durante as semanas de Cirurgia Geral, acompanhei o Dr. João nas suas diferentes atividades (serviço de internamento, bloco operatório, consulta externa e serviço de urgência). No entanto, este período foi maioritariamente observacional, não tendo conseguido participar em nenhuma cirurgia. O estágio opcional de Anestesiologia permitiu-me contactar com diversas áreas da especialidade e praticar técnicas básicas de anestesia. Destaco, a relevância deste estágio opcional para a promoção de uma visão mais transversal dos cuidados, dada a proximidade diária entre os serviços de Cirurgia Geral e Anestesiologia. Participei, ainda, na consulta multidisciplinar de patologia digestiva que foi fundamental para perceber a importância da abordagem holística dos doentes oncológicos e para conhecer as diferentes abordagens das neoplasias gastrointestinais. Devido ao plano de contingência para a pandemia COVID-19, não foi possível realizar a última semana deste estágio nem a apresentação do trabalho acerca de diverticulose jejunal, no Mini-Congresso (Anexo I).

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A pandemia COVID-19 impossibilitou a realização presencial do estágio parcelar de Medicina Interna. Neste sentido, foi proposta a substituição do mesmo pela realização de um artigo de revisão. Assim, realizei um artigo com o tema “SARS-CoV-2, um possível agente de miocardite” (Anexo I).

Apesar de reconhecer a necessidade da suspensão do estágio, considero que era um estágio importante para o desenvolvimento da minha autonomia na prática clínica e para a consolidação da abordagem, tanto diagnóstica como terapêutica, de patologias prevalentes na população.

IV. FORMAÇÃO EXTRACURRICULAR

Paralelamente à formação curricular, ao longo destes seis anos, realizei algumas atividades, que foram imprescindíveis para a minha formação enquanto pessoa e com benefícios significativos a todos os níveis. Os respetivos certificados encontram-se em anexo (Anexo II-VIII).

Em primeiro lugar, a nível académico, durante o primeiro semestre do ano letivo 2015/2016, fui Monitora

de Anatomia na faculdade. Além disso, ao longo do curso, assisti a conferências promovidas pela Associação

de Estudantes da Faculdade de Ciências Médicas (AEFCM), das quais destaco o FutureMD de 2019 (Anexo II), e a conferências promovidas por entidades externas, tais como o 6º Encontro da USF Todos os Santos (Anexo III) e o dia internacional dos direitos humanos com o tema “Violência no ciclo de vida – O papel da saúde” (Anexo IV). Este ano realizei o curso “TEAM - Trauma Evaluation and Management” (Anexo V) que se foca na sistematização dos princípios de abordagem do doente politraumatizado.

Em segundo lugar, a nível de formação pessoal e social, integrei um Grupo de Bioética (Anexo VI) nos anos letivos 2014/2015, 2015/2016 e 2016/2017 organizado pelo Núcleo de Estudantes Católicos (NEC) da faculdade, que consistia em reuniões que promoviam a reflexão e discussão de alguns temas controversos, tais como a dignidade da vida humana, a eutanásia e o aborto, e com os quais um médico se confronta no seu dia-a-dia. Ainda no âmbito do NEC, participei em 2015/2016, 2016/2017 e 2017/2018 no projeto “Missão

País” (Anexo VII), que além de procurar inspirar uma região a viver a fé católica, no meu caso o Sardoal e

Alcanede, propõe aos estudantes que se disponham ao serviço dessa mesma comunidade. Outro projeto de voluntariado que integrei ao longo dos seis anos de curso foi os Campinácios (Anexo VIII), um projeto de campos de férias e de atividades extracurriculares para os alunos de todos os Colégios de Jesuítas em Portugal. Nos Campinácios fui animadora, mas também exerci cargos de direção, tendo sido membro da Direção local (1 ano), Direção Nacional (3 anos) e Coordenadora Nacional (2 anos). Em último lugar, a nível desportivo, fui federada, durante os três primeiros anos de curso, numa equipa de voleibol fora da faculdade que disputava no Campeonato Nacional.

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V. REFLEXÃO CRÍTICA

A conclusão deste ano letivo e, mais especificamente do MIM, representa o fim de uma etapa crucial da minha formação, que me proponho a avaliar, analisando o cumprimento dos objetivos propostos e revendo a minha aprendizagem durante estes seis anos. Começo por referir que o 6º ano, do qual se destaca o Estágio Profissionalizante, me parece fundamental para a consolidaçãoda finalidade da educação médica, na medida em que ajuda o estudante a “adquirir a base de conhecimentos sólida e coerente, associada a um adequado conjunto de valores, atitudes e aptidões que lhe permite tornar-se um médico fortemente empenhado nas bases científicas da arte da Medicina, nos princípios éticos, na abordagem humanista”1. De facto, este era

um grande desejo que tinha para este ano, e analisando, retrospetivamente, considero que foi atingindo, reconhecendo, claro, necessidades de melhoria.

Em primeiro lugar, quanto ao cumprimento dos objetivos propostos, parece-me que estes foram globalmente cumpridos. Neste sentido, considero que os seis estágios, de forma conjunta, promoveram a aprendizagem de aspetos transversais à minha prática médica, dos quais, destaco o desenvolvimento da

minha autonomia e responsabilidade; a consolidação de conhecimentos teóricos, principalmente das principais patologias de cada especialidade, e o aperfeiçoamento do raciocínio clínico, o que aumentou a

minha confiança para o exercício médico do próximo ano. Além disso, reconheço que adotei durante os estágios uma atitude proactiva, de forma a aproveitar ao máximo e a rentabilizar a aprendizagem, assim como, uma constante atualização.

Em segundo lugar, cada estágio parcelar também permitiu o desenvolvimento de conhecimentos e competências específicos. O estágio parcelar de Ginecologia e Obstetrícia foi um estágio completo e diversificado, no qual penso que atingi a maioria das competências propostas. Tendo sido realizado num hospital privado, promoveu uma formação complementar à do estágio de Ginecologia e Obstetrícia realizado no 5º ano, na Maternidade Alfredo da Costa, ajudando-me a distinguir as particularidades dos diferentes tipos de seguimento da mulher, da prevalência de algumas patologias e das diferenças na tipologia dos doentes. Como aspeto menos positivo, destaco as limitações da realização de um estágio num hospital privado, implicando, por vezes, um estágio de cariz mais observacional do que prático. No entanto, não posso deixar de realçar a disponibilidade em ensinar e o enorme humanismo de toda a equipa que integrei e com os quais aprendi que mesmo com uma agenda cheia de doentes é possível dedicar tempo e fazer a diferença na vida de cada doente. No estágio parcelar de Saúde Mental, destaco a aprendizagem não só da necessidade de exclusão de patologias médicas em doentes com perturbação mental, mas também da importância da família e da boa relação terapêutica, ainda que complexa, no diagnóstico e na gestão da

1 VICTORINO, RM, et al.; O Licenciado Médico em Portugal – Core Graduates Learning Outcomes Project. Coordenação Faculdade de Medicina de

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doença. Além disso, este estágio foi fundamental para perceber o funcionamento e as especificidades de um serviço de internamento de psiquiatria, incluindo as normas de segurança, a necessidade de diferentes espaços físicos e os maiores encargos administrativos e burocráticos. Foi, ainda, um período essencial para diminuir o meu estigma da pessoa com perturbação mental, principalmente em contexto agudo. Contudo, acredito que ainda há um longo caminho a percorrer na melhor forma de abordagem destes doentes, principalmente no que diz respeito aos locais de internamento e às suas condições. O estágio parcelar de

Medicina Geral e Familiar foi um estágio desafiante, na medida em que implicou o meu envolvimento e

integração na comunidade. Além disso, incentivou não só a minha autonomia e confiança na prática clínica, pelo facto de ter conseguido realizar consultas apenas com supervisão à distância, como também me ajudou a melhorar a comunicação clínica, reforçando a necessidade de adequar a linguagem a cada utente. Destaco a consulta domiciliar como um ponto indispensável para aprender a olhar para o doente na sua globalidade, incorporando dados psicossociais, culturais e familiares em toda a abordagem médica. Aprendi, ainda, a importância do médico de família na promoção da saúde e na gestão das doenças crónicas de uma comunidade. De facto, este deve ser a base de todos os cuidados, sendo essencial na melhor gestão dos recursos existentes e na diminuição das possíveis limitações. Finalmente, percebi a exigência da especialidade pela abrangência de patologias que engloba e pela necessidade de identificar as situações mais graves que necessitam de referenciação específica e urgente. O estágio parcelar de Pediatria foi bastante estimulante por ter permitido também uma crescente autonomia, uma vez que, por um lado, permitiu que ficasse várias vezes responsável por doentes na enfermaria e, por outro lado, implicou a comunicação com doentes, familiares e outros profissionais de saúde. No entanto, reconheço que teria sido benéfica uma maior autonomia, mesmo que supervisionada, no período da consulta externa e do serviço de urgência, de modo a poder desenvolver a capacidade de recolha da anamnese e do exame objetivo com elaboração da respetiva hipótese de diagnóstico mais provável. Além disso, estimulou a abordagem biopsicossocial, evidenciando a importância do contexto psicológico e social do adolescente na gestão da doença. No estágio parcelar de

Cirurgia Geral destaco as sessões teórico-práticas que permitiram a discussão de conteúdos pouco

abordados durante o curso, tais como, temas acerca de gestão na saúde e liderança. Como aspeto menos positivo saliento o facto de ter sido um estágio maioritariamente observacional. Consequentemente não tive oportunidade de praticar alguns procedimentos práticos que considero importantes, tais como, suturar. O estágio opcional de Anestesiologia foi muito benéfico, principalmente por ser uma especialidade com a qual temos pouco contacto durante o curso e por ter sido um estágio diversificado e útil para uma visão mais transversal dos cuidados. Quanto à substituição do estágio parcelar de Medicina Interna, parece-me que a realização do artigo de revisão foi um método frutífero de aprendizagem, por implicar uma extensa pesquisa da informação existente sobre a temática e por incidir sobre um assunto bastante atual. De facto, reforçou a constante necessidade de informação e atualização. No entanto, reconheço a exigência da compensação

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futura deste estágio, pois esperava que fosse um estágio significativo para o desenvolvimento da minha autonomia e raciocínio clínico. No período de suspensão do estágio, procurei também informar-me acerca da infeção por SARS-CoV-2 e de perceber em que tarefas e locais um aluno de 6º ano poderia ser útil, tendo-me inscrito em iniciativas propostas pela AEFCM e pela Associação Nacional de Estudantes de Medicina. Ao longo de todo este ano, julgo que aprendi a reconhecer os meus erros e limitações à medida que me confrontava com as propostas que me eram apresentadas, reconhecendo que há vulnerabilidades pessoais e áreas com espaço para uma melhoria constante. Neste sentido, aproveito para referir que a avaliações por feedback relativas ao desempenho de forma regular poderiam ser muito frutíferas. O rácio tutor-aluno de 1:1 é também um ponto positivo a ser destacado de quase todos os estágios do 6º ano e que poderá facilitar este método de avaliação e crescimento dos alunos. Reforço positivamente todos os trabalhos de grupo propostos ao longo deste ano e dos anos anteriores, uma vez que fomentou o meu trabalho em equipa, tão essencial em medicina.

Como disse o Professor Doutor Abel Salazar, “o médico que só de medicina sabe, nem de medicina sabe” e, neste sentido, reconheço especial importância das atividades extracurriculares na minha formação pessoal e humana. Começo por destacar os Campinácios e a Missão País, que incitaram o espírito de serviço e me ensinaram a cuidar do outro, um exercício que considero fulcral num médico. Relativamente aos

Campinácios, considero que foi a atividade extracurricular que mais me fez crescer, estimulando

competências que apenas se aprendem com a prática diária, tais como o sentido de compromisso, a gestão do meu tempo e a resolução de problemas com poucos recursos. Por outro lado, alertou-me também para a dificuldade de gerir pessoas, ajudando-me a desenvolver essa capacidade e incentivando o meu espírito de liderança. Quanto ao Grupo de Bioética, este ajudou-me a querer firmar uma posição bem fundamentada nas questões éticas com as quais me confrontarei no futuro. O voleibol promoveu tanto o meu bem-estar físico e psicológico como me ensinou a trabalhar em equipa e a gerir conflitos. Para além disso, a decisão de abandonar esta atividade mostrou-me a importância de estabelecer prioridades, evidenciando que não posso chegar a todo o lado. Finalmente, ter sido Monitora de Anatomia, mesmo que só por um ano, incutiu-me o gosto de ensinar os mais novos e levou-incutiu-me a reconhecer a importância da dedicação e empenho pelo ensino, algo que procuro levar para os próximos anos.

Antes de terminar, não podia deixar de agradecer a todos os professores, assistentes, tutores e outros profissionais com quem contactei no decorrer deste longo percurso de formação e que tanto influenciaram a minha educação, nem à minha família e amigos pelo constante apoio e motivação.

Termino estes seis anos agradecida por ter concluído esta etapa e por acreditar que foi essencial para ser a médica humana que procuro ser, a médica que procura fazer sempre o bem, e o bem bem feito!

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VI. ANEXOS

A. ANEXO I: Trabalhos realizados ao longo do 6º ano

ESTÁGIO PARCELAR TEMA AUTORES

Ginecologia e obstetrícia

“IMC pré-concecional e Ganho de peso na gravidez: Outcomes na gravidez”

Revisão teórica

Helena Cunha e Carmo

Saúde Mental História Clínica - Perturbação bipolar Helena Cunha e Carmo

Medicina Geral e Familiar

“Diabetes mellitus tipo 1”

Folheto informativo Helena Cunha e Carmo

Pediatria

“Um caso clínico de cefaleias - será́ um diagnóstico suficiente?”

Apresentação de caso clínico

Constança Oom Helena Cunha e Carmo

Joana Barbosa

Cirurgia Geral

“Quem não sabe o que procura, quando acha não encontra”

Apresentação de caso clínico e revisão teórica

Constança Oom Helena Cunha e Carmo

Maria Gama Lobo

Medicina Interna “SARS-CoV-2, um possível agente de miocardite”

Revisão teórica

Ana Silva Helena Carmo

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C. ANEXO III: Certificado de participação no 6º Encontro da USF Todos os Santos

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G. ANEXO VII: Certificado de participação na Missão País

Certificado de Participação

Declara-se para os devidos efeitos que Helena Corrêa Henriques da Cunha e Carmo, port ador do cart ão de cidadão nº 15041676, e aluno da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa (FCM UNL), part icipou em 3 missões, ent re os dias 14 e 21 de fevereiro de 2016, 12 a 19 de fevereiro de 2017 e 11 a 18 de fevereiro de 2018 no projet o Missão País, at ravés das missões da FCM UNL.

Durant e uma semana, junt ament e com um grupo de jovens, part icipou e int egrou at ividades de cariz lúdico e social, com o objet ivo de promover experiências sociais e emocionais gratificant es junto da população da localidade Sardoal nas missões de 2016 e na localidade de Alcanede nas missões de 2017 e 2018, desenvolvendo est as at ividades nos dias referidos ent re as 10h e as 20h.

A Missão País, como organização da Igreja Cat ólica, t em como objet ivos proporcionar à juvent ude universit ária uma experiência de vida e de Deus, at ravés de ações de volunt ariado, convívio com pessoas mais necessit adas e part icipação nas at ividades e apoio das comunidades onde atua.

Lisboa, 10 de maio de 2020 Pela Missão País,

MISSÃO PAIS

Praça Damão, nº7 1400 Lisboa missaopais@gmail.com

Carminho Ferreira Mart ins Manuel Silva

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