Francisco
Masanori
Nakagawara
ALOCAÇÃO
DE
PESSOAS
NA
CISÃO
DE
EMPRESA
DO
SETOR
ELETRICO;
UM
ESTUDO DE CASO
Dissertação apresentada
ao
Programa
dePós-Graduação
em
Engenharia
de Produção da
Universidade Federal de
Sama
Catarinacomo
requisito parcial para obtençãodo
título de Mestreem
Engenharia de
Produção
Orientador: Prof. José Francisco Salm, Ph. D.
Florianópolis
ALOCAÇÃO
DE
PESSOAS
Né,
CISÃO
DE
EMPRESA
DO
SETOR
ELETR1cOz
SUM
ESTUDO
DE
CASO
Esta dissertação foi julgada e aprovada para a
obtenção
do
grau deMestre
em
Engenharia de
Produção
no
Programa
de
Pós-Graduação
em
Engenharia de
Produção
da
Universidade Federal de Santa Catarina
Florianópolis, 30 de outub ó de 2001
Professor Ricardo
V'
‹- Barcia, Ph.D. .Coorden
o CursoP1;ݐ{Maria Ester Menegasso, Dra.
U
'ersidade Federal de Santa Catarina
M
Álazf:
Prof. Carlos Raul Borenstein, Dr.
Universidade Federal de Santa Catarina
BANCA EXA
INADORA
/
L, .w
Prof. Jo â sco Salm, \' .
Universidag f I ral de Santa l I arina
Aos meus
paisMinoru
eMassako,
em
memória,
aos
meus
“pais americanos” Bill eSusan
Perry,aos irmãos Yoshiya, Mariá,
Mario Keiu
e Paulo Tomohiro,aos “irmãos americanos” Mark, Brad, Pamela,
Matthew
e Richard,lastros maiores da
minha fonnação
inicial,à esposa
Alba Regina
e aos filhos Junior e RenataMayumi,
e a todos aqueles que ao longo
do
tempo
aventura
da
jornada terrestre.À
Alba
Regina, esposa, pelo carinho e dedicação, queem
todos osmomentos
garantiuo suporte e a
minha
concentração para a conclusão deste trabalho.Aos meus
filhos Francisco Junior e RenataMayumi,
quealém
de trazer a alegriado
convívio diário, apesar de
um
pai praticamente ausente nesse período, socorreram-mena
retafinal deste trabalho.
Ao
mestre Salm, quealém
de incentivador,deu-me
a centelha para desenvolver a linhade
pensamento da
presente pesquisa.Aos
professoresMaria
EsterMenegasso
e Carlos Raul Borenstein, pela participaçãona
bancaexaminadora
e pelas contribuições ao trabalho.Às
empresas Alfa e Beta, pela dispensa parcial para assistir às aulas.Aos
gerentes das empresas Alfa e Beta, pela concessão de entrevistas, cujos dadospermitiram realizar o presente estudo e historiar parte
do
Setor Elétrico Brasileiro.A
todos os colegas de salas de aula, que, dealguma
forma, contribuíram para aconsecução de cada passo deste trabalho.
Aos meus
paisMinoru
e Massako, poetasdo
tanka, diversas vezes premiados peloimperador japonês Hirohito, que desde cedo
em
mim
despertaram o gosto pelo estudo.Ainda
aomeu
pai, que enquanto vivo, detinha seu espaçofenonômico
constituído deapenas sua pessoa e, eventualmente os filhos, cuja ocupação pennitia-lhe estar
permanentemente
atualizado.O
seu despertar contínuo o fez resistir às forçasda
globalização.Aos meus
“pais americanos” Bill e Susan Perry, por receber-mecomo
exchangestudent e poder vivenciar as riquezas
do
aprendizado, experiências e alegrias.Aos meus
irmãos, Yoshiya, Mariá,Mario Keiu
e Paulo Tomohiro, pelo privilégio deter sido o caçula dos cinco irmãos, e
terem-me
proporcionado tantas oportunidades deaprendizado,
na
infância e adolescência,além do
etemo
amparo.E
igualmente aos “irmãos americanos”, Mark, Brad, Pamela,Matthew
e Richard, peloprivilégio de ter sido o mais velho dos seis irmãos, e
terem-me
proporcionado inúmerasoportunidades de aprendizado na adolescência. .
Ao
ctmhado
José Gabriel, por ter-me proporcionado o primeiroemprego
e ter podidomostrar-me as riquezas
do
mundo
do
trabalho.Ao
doutorando Ricardo RobertoBehr
e ao Turian de Oliveira, pelo incansável suporte“
Líder
não
é
mais
aquele
que
administrap
é o
que
permite
e
promove
o
crescimento
de
pessoas.
essoas;
Ser
paié a
artede
se
tornardesnecessar/o.
O
educador e
assim.O
gerente
moderno
também
Paulo
Gaudencuo
NAKAGAWARA,
Francisco Masanori.Alocação de
pessoasem
cisãode
empresa
[do setor elétrico:um
estudode
caso. 2001. l5lf. Dissertação (Mestradoem
Engenharia de Produção)-
Programa
de Pós-Graduaçãoem
Engenharia de Produção.UFSC.
Florianópolis.O
presente estudo procurou conhecer o trabalho dos gerentes para a alocaçãode
pessoas1 /`"'°
"
paras as empresas\A_l§};&=:_ta durante a administração
do
processo de cisãoda empresa
Alfaocorrida
em
dezembro
de 1997.O
estudo envolveutambém
a identificação das decisõesindividuais
tomadas
pelos gerentesna
escolha daempresa onde
trabalhariam após a cisão.O
foco
da
pesquisa concentrou-se nos gerentes que administravam a atividademeio da
empresa,por ser o ponto de maior impacto
do
processo.A
corrente metodológica adotada é a fenomenologia (pesquisa qualitativa), ométodo
empregado
é o estudo de caso e para a coleta de dados utilizou-se de amostra intencional e entrevista semi-estruturada.O
estudo foi realizado através de fundamentos teóricoscompostos
pela literatura disponível e por dados levantados entre seis gerentes (na ativa
ou
aposentado)dessas empresas.
Os
resultados obtidosapontam
similaridade nas práticas adotadas pelos gerentes,bem
como
sustentaçãoem
Ramos
(1983, 1984, 1989)quando
analisados sob o prisma dosmodelos
de
homem,
da
ação administrativa edo
sistema cognitivo “do corpo funcional e gerencial.Palavras-chave: alocação de pessoas, privatização, gerente e Guerreiro
Ramos.
'
As empresas Alfa e Beta são nomes fictícios, dado que a primeira empresa não permitiu realizar entrevistas
Abstract
NAKAGAWARA,
Francisco Masanori.Alocação de
pessoasem
cisãode
empresa
do
setorelétrico:
um
estudode
caso. 2001. 151f. Dissertação (Mestradoem
Engenharia de Produção)-
Programa
de Pós-Graduaçãoem
Engenharia de Produção.UFSC.
Florianópolis.This study has as its
aim
to get toknow
thework
of themanagers
to allocate persons forAlfa
and
Beta companiesz, during Alfacompany°s
split-off processmanagement
occurred inDecember
1997.The
study also involved the private decision identificationmade
by
managers
in choosing thecompany
where
theywould
work
after the split-off event.The
research focus
was
on managers
who
were managing
the intermediate activity, for being thebiggest impact point over the process.
The
methodology
path adopted is thephenomenology
(qualitative research), the appliedmethod
is the study caseand
for the data gatheringwas
used the intentionalsample and
semi-structured interview.
The
researchwas
carried out through the theoretical foundationscomposed
by
the available literature andby
the data collectedamong
sixmanagers
(active orretired)
of
those companies.The
results obtainedshowed
similarity regarding to the practice adoptedby
themanagers
as well as support in
Ramos
(1983, 1984, 1989),when
analyzed over themodels of man,
administrative action and the cognitive system
framework from
the fimctionaland
managerialworkers board.
Key-words: allocation of persons, privatization,
manager
and GuerreiroRamos.
2
Alfa and Beta companies are fictitious names, because Alfa did not allow intewiewing with its non-retired managers.
Resumo
... .. Abstract ... .. Lista de Figuras ... .. Lista deQuadros
... .. Lista de Tabelas ... .. Lista deGráficos
... .. Lista deAnexos
... ..Lista de
Reduções
e Siglas ... ..Ro0UcÃo
... ..xposicão
do
Assunto ... ..iscussão
do
Tema
edo Problema
... ..bietivos ... .. É"f"`É""' b.)l\,)›--IPI! oumš 1.3.1 Obietivo Geral ... .. 1.3.4 Obietivos Específicos ... .. PC¡Pí¡ií¡í¡
\IO\U1-P
Definicão
deTermos
... ..
2
FUNDAMENTAÇÃO
TEÓRICO-EMPÍRICA
... ..2.1 Introdução ... ..
2.2
O
Conceito de Gerente e as Habilidades Necessárias ... ..2.3 Principais Teorias Administrativas ... ..
2.3.1
A
Abordagem
Clássicada
Administração ... ..2.3.1.1 Apreciação Crítica à
Abordagem
Clássicada
Administração2.3.2.
A
Abordagem
Humanísticada
Administração ... ..2.3.2.1 Apreciação Crítica
da
Teoria das RelaçõesHumanas
... ..2.3.3
A
Abordagem
Estruturalista da Administração ... ..2.3.3.1
O
Modelo
Burocrático de Organização ... ..2.3.3.2.
A
Teoria Estruturalista ... ..2.3.3.3 Apreciação Crítica
da
Abordagem
Estruturalista ... ..2.3.4
A
Abordagem
Comportamental
da Administração ... ..2.3.4.1. Teoria
Comportamental da
Administração ... ..2.3.4.2 Teoria
do
Desenvolvimento Organizacional ... ..2.3.4.3 Apreciação Crítica
da
Abordagem
Comportamental
... ..2.3.5
A
Abordagem
Sistêmica da Administração ... ..2.3.5.1
A
Teoria de Sistemas ... ..A
-A
Abordagem
deKatz
eKahn
... ..B
-O
Modelo
de Tavistock ... ..2.3.5.2
A
Teoriada
Contingência ... ..2.3.5.3 Apreciação Crítica
da
Abordagem
Sistêmicada
Administração2.4 Filosofia Gerencial
do
Total QualityControl-
TQC
... ..2.4.1 Conceito
do
Controle da Qualidade Total ... ..2.4.2.
A
Solução de Problemascomo
Método
Gerencial ... ..2.4.3 Estilo Gerencial e o Planejamento ... ..
2.4.4 Considerações Finais à Filosofia
TQC
... ..2.5
Novas
Abordagens
sobre Organizações ... ..« z . z .z
. Q z - ¢.
J ustificativas para a Escolha
do
Tema
... ..Estrutura
da
Dissertação ... .. Limitaçõesda
Dissertação ... .. « z z z ¢. ¢ . . . .. .vz-. p.7 p.8 p.12 p.13 p.l4 p.15 p.16 p.17 0.1 0.1 0.3 0.4 0.4 0.4 0.4 0.5 0.6 0.6 p.8 p.8 p.1O p.l2 p.l2 p.15 p.15 p.17 p.17 p.17 p.l9 p.20 p.20 p.21 p.25 p.29 p.30 p.30 p.30 p.3l p.3l p.33 p.33 p.33 p.37 p.37 p.40 p.4l2.6.
As
Contribuiçõesda
Vivência Prática ... .. p.482.6.1
O
Ciclo de Competências Gerenciais daTangram
... .. p.482.6.2
Amana-Key
Educação
e Desenvolvimento ... .. p.522.6.3 Habilidade
x
Dificuldade sob oEnfoque
Gerencial ... .. p.532.7
As
Contribuições de GuerreiroRamos
... .. p.562.7.1 Introdução ... .. p.56
2.7.2
O
Conceito deAção
Administrativa ... .. p.572.7.3
Modelos
deHomem
e Teoria Administrativa ... .. p.6l2.7.4
Paradigma
Paraeconômico ... .. p.632.7.5
TeoriaN
e TeoriaP
... .. p.702.8
As
Associaçõesda
Multidimensionalidadedo
SerHumano
... .. p.742.8.1
Ação
Administrativa ... .. p.742.8.2 Teoria
da
Delimitação dos Sistemas sociais ... .. p.752.8.3 Outras Associações
com
oModelos
deHomem
... .. p.762.8.3.1
A
TeoriaN
e a TeoriaP
... .. p.762.8.3.2 Labor, Trabalho e
Ação
deHanna
Arendt ... .. p.792.8.3.3 Treinamento e Desenvolvimento ... .. p.81
2.8.3.4 Teorias Administrativas
Abordadas no
Presente Trabalho ... .. p.822.9 Considerações Finais ... .. p.85
3
PROCEDIMENTO
METODOLÓGICO
... .. p.933.1 Introdução ... .. p.93
3.2 Delimitação
do
Estudo ... .. p.933.2.1
A
Escolhada
Empresa
e Justificativa ... .. p.933.2.2
A
Escolha dos Sujeitos de Pesquisa e sua J ustificativa ... .. p.933.3 Delineamento
da
Pesquisa ... .. p.963.3.1
As
Correntes Metodológicas ... .. p.963.3.2 Delineamento da Presente Pesquisa ... .. p.98
3.3
A
Coleta de dados ... ._ p.1003.4 Análise e Interpretação dos
Dados
... .. p.1033.5 Perguntas de Pesquisa ... .. p.l05
4
ANÁLISE E
INTERPRETAÇÃO
DOS
DADOS
... .. p.1044.1 Introdução ... .. p.104
4.2
A
Empresa
Pesquisada ... .. p.1044.3
A
Reestruturaçãodo
Setor de Energia Elétrica Brasileiro ... .. p.l054.3.1 Introdução ... _. p.l05
4.3.2
Os
Marcos
Relevantesda
Reestnlturaçãodo
SEE
... .. p.1064.3.3
O
que foi Privatizado ... .. p.1104.4 Análise e Interpretação dos
Dados
... .. p.1104.4.1
As
Diretrizes Recebidas para a Cisão (questão 1) ... .. p.1114.4.1.1.
Resumo
e Análise dosDados
(questão 1) ... .. p.1124.4.2
Os
CritériosAdotados
para a Alocação de Pessoas (questão 2) ... .. p.1134.4.2.1
Resumo
e Análise dosDados
(questão 2) ... .. p.1154.4.3
A
Motivaçãoem
Permanecerna Empresa
Alfaou
Ir para aEmpresa
p.116Beta (questão 3) ... ..
4.4.3.1
Resumo
e Análise dosDados
(questão 3) ... .. p.1174.4.4
O
Desafio
de Administrar o Processo (questão 4) ... .. p.1194.4.4.1
Resumo
e Análise dosDados
(questão 4) ... .. p.1214.4.7 Síntese
da
Análise dosDados
... .. p.1314.4.8 Esclarecimentos para Proceder a Análise ... _. p.133
5
CONCLUSÕES
E
SUGESTÕES
... .. p.1345.1 Conclusões ... .. p.l34
5.2. Sugestões ... .. p.l37
6
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS E BIBLIOGRAFIA
... .. p.l39ANEXOS
... .. p.l45Figura 1 Figura2 Figura3 Figura 4: Figura5 Figura6 Figura7 Figura8 Figura9 Lista
de
FigurasHabilidades gerenciais, segundo Katz ... ._ p.l1
Comparação
dosmodelos
de motivação deMaslow
e de Herzberg p.24A
Grade
Gerencial ... .. p.29Ciclo
PDCA
... .. p.38Gerentes de estilo
KKD
ePDCA
... .. p.39O
Ciclo de competências gerenciais ... .. p.5OCiclo de competências gerenciais
x
cicloPDCA
... _. p.52As
interrelações das doze competências-chavedo
executivo ... .. p.54O
paradigma
paraeconômico ... .. p.64Quadro
l:Componentes da
qualidade total ... .. p.34Quadro
2: Síntesedo
ciclo de competências gerenciais ... .. p.51Quadro
3: Diferenças entre as racionalidades funcional e substantiva ... .. p.60Quadro
4:As
associaçõesda
multidimensionalidadedo
serhumano
... .. p.92Quadro
5:Novas
atribuições das empresas Alfa e Beta ... _. p.94Lista
de
TabelasTabela 1: Principais teorias administrativas e seus principais enfoques ... .. p.13
Tabela 2:
PDCA
em
três países ... .. p.39Tabela 3: Distribuição das entrevistas por diretoria ... .. p.95
Gráfico
1: Planejamentox
retrabalho ... .. p.40
Lista
de
Anexos
Anexo
A:Guia
para alfabetização ecológica ... .. p. 145Anexo
B: Princípiosda
ecologia&
princípios da educação ... _. p. 146Anexo
C:As
12 competências chavedo
executivo ... .. p. 147Anexo
D: TeoriaN
e TeoriaP
... ._ p. 149Anexo
E:O
que
foi privatizado ... .. p. 150Abreviaturas Dept.
=
departamento eng.=
engenheiro ex.=
exemplo
SiglasANEEL
ASMAE
cco
CGE
CHESF
CNPE
=
Agência
Nacional de Energia Elétrica=
Agente
Administrador de Serviçosdo Mercado
Atacadista deEnergia Elétrica
=
Círculo de Controle da Qualidade=
Câmara
de Gestãoda
Crise Enérgetica=
Centrais Elétricasdo
RioSão
Francisco S.A.=
Conselho Nacional de Políticas EnergéticasELETROBRÁS
=
centrais Eiézrizas Brasileiras s.A.ELETRONORTE
=
Centrais Elétricasdo
Nortedo
Brasil S.A.ELETROSUL
=
Centrais Elétricasdo
Sul do Brasil S.A.ESCELSA
=
Espírito Santo Centrais Elétricas S.A.FURNAS
= Fmnas
Centrais Elétricas S.A.GERASUL
=
Centrais Geradorasdo
Suldo
Brasil S.A.JMA
LIGHT
MAE
MASP
MME
MRE
ONS
PDCA
PIE
PND
RESEB
SEE
SINTREL
TQC
=
Associação Japonesa de Gerenciamento=
Light Serviços de Eletricidade S.A.=
Mercado
Atacadista de Energia Elétrica=
Método
de Análise e Solução de Problemas=
Ministério deMinas
e Energia=
Mecanismo
de Realocação de Energia=
Operador Nacionaldo
Sistema Elétrico=
Plan-Do-Check-Action=
Produtor Independente de Energia=
Programa
Nacional de Desestatização=
Reestruturaçãodo
Setor Elétrico Brasileiro=
Setor de Energia Elétrica Brasileiro=
Sistema Nacional de Transmissão de Energia Elétrica1
1
INTRODUÇÃO
“A palavra é 0 meu domínio sobre 0 mundo ".
(Clarice Lispector)
1.1
Exposição
do
Assunto
A
humanidade
chega ao finaldo
séculoXX
tendo acumulado, ao longo de suas gerações,crises jamais imaginadas.
Segundo
Orr (1992), educador e especialistaem
meio
ambiente,caso a interface
do
paradigma centradano
mercado
e o atualcomportamento
das organizaçõesprodutivas persistam por
mais
algumas poucas décadas, costurarão três crises simultâneas:primeira é a crise do alimento, que é evidente
em
duas curvas que se interseccionamnum
futuropróximo:
uma
curva descendente, mostra a perda de terras agriculturáveis a nível mundial, e a outra curva, ascendente, o rápido crescimento da população mundial.A
segunda crise percebívelno horizonte é aquela causada pelo
fim
da era da energia barata. Estamos na corrida entre a exaustão dos combustíveis fósseis, o aquecimento global e a transição parauma
nova era,baseada na eficiência da energia solar.
A
terceira crise, talvez melhor simbolizado pelo panoramada mudança de clima global, está relacionada com o limiar ecológico e os limites do sistema
natural. Essas três crises alimentam
um
ao outro, são interativos e constituem a primeira criseplanetária (ORR, 1992, p.3).
Para
uma
abordagem do
finaldo
séculoXX,
traz-se a visão de Capra:as últimas duas décadas de nosso século vêm registrando
um
estado de profunda crise mundial.Éuma
crise complexa, multidimensional, cujas facetas afetam todos os aspectos de nossa vida -asaúde e o
modo
de vida, a qualidade do meio ambiente e das relações sociais, da economia,tecnologia e política.
É
uma crise de dimensões intelectuais, morais e espirituais;uma
crise de escala e premência sem precedentesem
toda a história da humanidade. Pela primeira vez, temosque nos defrontar com a real ameaça de extinção da raça humana e de toda a vida no planeta
(CAPRA, 1992, p. 19).
Para
Capra
(1996), esses problemasdevem
ser vistoscomo
diferentes facetas deuma
únicacrise, que é
uma
crise de percepção, derivadado
fato de que a maioria de nós e, especialmentenossas maiores instituições sociais, subscrevem ao conceito de Luna visão de
mundo
ultrapassada
uma
percepção da realidade inadequada ao tratar os problemasdo
mundo
globalmente ligado.
Crawford
abordaum
modelo
desenvolvido pelos historiadoreseconômicos
ao estudarem odesenvolvimento
da economia
mundial, principalmente o dos países industrializados nosúltimos
250
anos, acerca decomo
as economias e as sociedades evoluem.O
modelo
é oseguinte:
novos conhecimentos levam a novas tecnologias, as quais, por sua vez, levam a mudanças
econômicas; que consequentemente, geram mudanças sociais e politicas, as quais,
em
últimainstância, criam
um
novo paradigma ou visão de mundo(CRAWFORD,
1994, p. 16).Fromm
(1972) sugereque
o planejamento, atualmente, serve apenas aos propósitosda
produção,
da
tecnologia eda
organização empresarial e não aos objetivos de crescimento eOrr, Capra,
Crawford
eFromm
sintetizam eemolduram,
deforma
substantiva, o atualpanorama da
crise instalada deforma
generalizadano
planeta, e facilitam o entendimentodo
ponto de vista sistêmico, das causas, evolução e sintomas das transformações
no
mundo
ocorridos nos últimos três séculos.
Essas grandes e sucessivas
mudanças
que ocorreramno
final de séculoXX
registraramum
momento
ímparna
históriada
humanidade, seja deordem
politica,econômica ou
social.A
constante alteração de regras, a quantidade avassaladora de informações e a imprevisibilidade
dos acontecimentos
ocorrem
numa
forma
tal que a crença de que amudança
doravante seránormal,
começando
a incorporar a base de valores e crenças dos cidadãos, deforma
geral.Tudo
nos leva a crer que a normalidade para 0 dia-a-dia será de turbulência,imprevisibilidades e incertezas.
As
mudanças
políticas que invariavelmente lideram eprovocam
outras formas demudanças, seja por iniciativa dos próprios
govemos
ou
pela manifestação dos povos, fazestabelecer
uma
nova
ordem
mundial que é caracterizada pela crescenteafirmação da
liberdade e
da
igualdade dos cidadãos.A
avidezem
participar, seja nosrumos
de suascomunidades,
do
seu estado,bem como
na
esfera nacional evidencia e faz sustentar ademocracia
como
o regime ideal degovemo.
Essa transição nosdá
um
alento deque
uma
nova
ordem,um
novo paradigma
estejaem
fonnação.Inserido nesse contexto, o Brasil inicia a década de
90
tendo, após 25 anos, eleito pelopovo
pela primeira vezum
presidente após o último períododa
ditadura. Essa década abrigoutransformações profundas nas esferas
do
Estado eda
política, evidenciando o declíniodo
Estado
empreendedor
e o fortalecimentoda
regulação estatal.O
Estado brasileiro inicia seuafastamento
do
exercício direto de atividades empresariaisem
todos os níveis deGovemo.
Com
o iníciodo
fortalecimentodo
Estado regulador, criam-se agências federais, estaduais e atémesmo
municipais (basicamentena
área de saneamento),além
de aprimorarem-se os sistemas e instituições tradicionais de regulação e de fiscalização dos serviços públicos.Atualmente, somente
na
esfera federal, existem seis agênciasem
operação(ANP,
ANEEL,
ANATEL,
ANA,
ANVISA
eANS)
e três outrasem
processo de implantação.lDessa
forma, 0 país procurou adaptar-se ao regime neoliberal de governo defonna
progressiva.
No
campo
político, por exemplo, abriu as portas ao capital externo, refletindono
1
As agências reguladoras já implantadas são:
ANEEL
(setor elétrico),ANP
(setor de petróleo),ANATEL
(telecomunicações),
ANVISA
(vigilância sanitária),ANS
(setor de saúde) eANA
(água). Três agências estãoem
tramitação no Congresso Nacional:ANAC
(aviação civil),ANTT
(transportes terrestres) eANTAQ
(transportes3
campo
industrial, entre outros, nosmodos
de produçãode
bens e serviços das organizações.As
organizações produtivas, a reboque dasmudanças
que ocorriam nos países hegemônicos,buscaram
adaptar-se às suas formas de gestão através dos programas de qualidade, reengenharia, organizaçõesem
aprendizagem etc.,em
busca de maior produtividade,como
cursos normais de eventos necessários à
modemização,
independentemente das peculiaridadesregionais, potencialidades e possibilidades objetivas locais.
Com
0novo
papeldo
Estado, passando de produtivo para regulador, oGoverno
cria oPrograma
Nacional de Desestatização-
PND2,
provocandomudanças
profundas às direçõesdos segmentos produtivos, até então, sob sua responsabilidade.
Dessa
forma,no
SetorElétrico, através
da
Reestruturaçãodo
Setor Elétrico Brasileiro-
RESEB,
aempresa
Alfa é aprimeira subsidiária de produção e transmissão de energia
da empresa
Gama3
a buscar a suareorganização, cindindo-se
em
duas empresas,ou
seja, aempresa
Alfa e aempresa
Beta,em
que
seusnovos
papéis são:- a
empresa
Alfapermanece
apenascom
as atribuições queenvolvem
a transmissão deenergia, continuando sob o domínio
do
Govemo
Federal, enquantoque
- a
empresa
Betaassume
atribuições queenvolvem
a geração e comercialização de energia,já
com
a perspectiva de ser privatizada.Após
se colocar o contextoem
que ocorreu o processo de cisãoda
empresa
Alfa, discutir-se-á o
tema
e oproblema da
presente pesquisa.1.2 Discussão
do
Tema
edo Problema
O
tema da
presente pesquisa é, portanto, isolar e estudar ofenômeno do
processo de cisãoda
empresa
Alfa apenasda
perspectiva dos gerentes edo
coordenador-geral desse processo, ocorridoem
1997.A
escolha dos gerentes deveu-se ao fato de serem eles, os protagonistasno
processo de cisão
da empresa
Alfa, sendo os responsáveis pela alocação de pessoas para asduas novas sociedades. Por não considerar sua evolução
no
tempo, o presente estudoapresenta Luna perspectiva transversal.
Dessa
forma, oproblema
de pesquisa formulado para o presente estudo é:Quais
foram
os critérios adotados pelos gerentespara
a alocaçãode
pessoaspara
o trabalhopara
aempresa
Alfa epara
aempresa
Beta durante
aadministração
do
processode
cisãoda
empresa
Alfa ?Fonte:
MME/CCPE
em
Mapeamento das Incertezas e Construção dos Cenários do Mercado de Energia Elétrica.Dezembro, 2001. 2
o PND
foi criado pela Lei 8.301, de 12 de abril de 1990.
3
A
Através dessa formulação, pretende-se conhecer a natureza das diversas variáveis
envolvidas nesse processo,
bem
como
as decisões pessoais dos gerentesno
tocante à escolhada
empresa onde
trabalhariam.1.3 Objetivos
1.3.1 Objetivo
Geral
O
objetivo geral deste estudo é conhecer os critérios adotados pelos g_`‹-:rente/s_`para aalocação de pessoas para o trabalho, para a
empresa
Alfa e para aempresa
Beta, durante aadministração
do
processo de cisão daempresa
Alfa ocorridoem
dezembro
de 1997.1.3.2 Objetivos Específicos
1) Resgatar e registrar o processo de cisão
da empresa
Alfa ocorridoem
dezembro
de 1997;2) identificar de
que forma
os gerentes alocaram as pessoas para o trabalho para as empresasAlfa e Beta;
3) identificar
como
os gerentes administraram a simesmos, ou
seja,quem
permanece
numa
ou
noutraempresa
e4) levantar,
na
literatura das principais teorias administrativas, autores especificamentevoltados à tecnologia gerencial e ao trato
com
a pessoahumana.
1.4 Justificativas
para
aEscolha
do
Tema
Justifica-se a presente pesquisa
no
fato de a Alfa ser a primeiraempresa
de geração etransmissão de energia elétrica
do
sistemaGama
a ser cindida para, posteriormente, ser desestatizada,conforme
oPrograma
Nacional de Desestatização- PND.
Justifica-setambém
pela atualidadedo
tema, poismudanças
e transfonnações organizacionais seja por fusões, aquisições, cisões etc.têm
ocorrido freqüentemente.Em
toda a trajetória dessa empresa,com
certeza, esse episódio foi o mais marcante.Aos
sete anos de sua existência,
em
l975, aempresa
Alfa, cuja sede administrativa estava localizadana
cidadedo
Rio de Janeiro, foi transferida para Florianópolis, que era o centrogeográfico
de sua área de atuação, isto é, a Região Sul e o Estadodo
Mato
Grossodo
Sul.As
mudanças envolveram
o deslocamento deempregados
com
as respectivas famílias paraum
novo
local de trabalho (cidade, cultura local, instalações etc.)com
o apoio integralda
empresa, inclusive
com
ajuda pecuniária nos dois anos subseqüentes à transferência eamplas
5
O
estudoem
foco, que envolve a cisão da empresa, aconteceu22
anos (1997) após essa primeiramudança,
porém
muito mais profundo e marcante.O
fato relevante, dentre outros,era a incerteza e a insegurança geral
do
quadro funcional, excetuando-se o corpo gerencial,principalmente após a cisão,
na
manutenção do
posto de trabalho.Na
década de 90, muitospostos de trabalho
foram
extintosem
todo o País etambém
na empresa
Alfa.Nessa
empresa, a extinção foimotivada
por aposentadorias, falta de recursos para investimentos, programasde demissão incentivada e baixa perspectiva profissional, tendo
como
pano
de fundo oneoliberalismo adotado pelo
Govemo
Federal.O
corpo funcional, quenão
foi consultado, ficou apreensivo e cheio de dúvidas quanto ao seu destino,com
novos
controladores, possivelmente,com
novo
quadro gerencial e principalmentecom
a perspectiva deperderem
seus postos de trabalho. Entende-se ser relevante este trabalho, não só por esses fatos, mas,
principalmente, por se estar tratando
com
o destino e a essência da vida de pessoas, que são asquestões motivacionais,
sem
que asmesmas
tivessem a oportunidade de participar.E
finalmente, de certa forma, pode-se contribuircom
esta pesquisa para futuros trabalhosde natureza similar ao aqui enfocado.
Segundo
o Artigo229 da
Lei no. 6.404/76 de 15 dedezembro
de 1976,a cisao é a operação pela qual a companhia transfere parcelas do seu patrimônio para
uma
ou mais sociedades, constituídas para esse tim ou já existentes, extinguindo-se a companhia cindida, se houver versão de todo o seu patrimônio, ou dividindo~se o seu capital, se parcial a versão.A
empresa
Gama,
na
condição de sócia majoritáriada empresa
Alfa, detenninou que seprocedesse à cisão parcial
da
sociedade,em
geração e transmissão,conforme
Resolução no.856/97, de
27
de outubro de 1997,com
a criação de urna sociedade voltada para a geração deenergia.
1.5 Definição
de
Termos
Nesta seção, procura-se definir os principais termos utilizados
no
desenvolvimento desteestudo.
O
propósito é a uniformização da linguagem, contribuindo para o entendimento dos argmnentos.A. Desenvolvimento: processo gradual e lento que
conduz
o indivíduo ao conhecimento de sipróprio e à plena realização de suas potencialidades.
B. Gerente
ou
Executivo: utilizado para designar profissionais que planejam, organizam,supervisionam, orientam e responsabilizam-se por trabalhos de
uma
determinada equipe de trabalho.C. Organização: sistema
com
múltiplas finalidadesou
ftmções queenvolvem
interaçõesD. Perfil: padrões de
comportamento
que sepodem
esperar deum
indivíduo dentro deuma
unidade social.
E. Trabalho: prática de
um
esforço despendido poruma
pessoa,que
se subordina àsnecessidades objetivas inerentes ao processo de produção.
1.6 Estrutura
da
DissertaçãoA
presente dissertação foi estruturadaem
seis capítulos. Apresenta-se,no
início, ocontexto maior
no
âmbito mundial ena
esfera nacionalem
que ocorreu a presente pesquisa, acaracterização
da
dissertação, taiscomo
a definiçãodo
problema, dos objetivos, as justificativas para a escolhado
tema, a estruturada
dissertação e as limitaçõesdo
trabalho.No
segundo
capítulo, desenvolve-se toda a fundamentação teórico-empírica,apresentando-se as principais teorias administrativas desenvolvidas ao longo
do
séculoXX,
traz-se
também
algumas
contribuições da vivência prática através de consultorasno
campo
do
desenvolvimento gerencial.
Um
subcapítulo é dedicado às contribuições de GuerreiroRamos
às teorias administrativas através de suas principais obras. Esse capítulo é encerrado
com
um
quadro que sintetiza as associações
da
multidimensionalidadedo
serhumano
a partir dosreferenciais teóricos abordados.
No
terceiro capítulo, está a proposta da metodologiaempregada no
presente estudo, aqual, consiste
da
delimitaçãodo
estudo, detalhando-se a escolhada empresa
e a escolha dosentrevistados, o delineamento
da
pesquisa, detalhando-se seu design, a coleta, análise e interpretação dos dados. Apresenta-setambém
um
roteiro de perguntas para proceder as entrevistas semi-estruturada.No
quarto capítulo, apresenta-se aempresa
pesquisada, osmarcos
relevantesda
reestruturação
do
setor de energia elétrica brasileiro a partirda
nova
Constituição de 1988 e a relação de todas as empresas de geração e de distribuição, federaisou
estaduais, que passarampara a iniciativa privada.
Nesse
capítulotambém
descreve-se analisa-se e interpreta-se oprocesso de cisão empreendido pelos gerentes, cotejando a teoria
com
a realidade pesquisada.O
capítulo é concluído apresentando-se a síntese da análise dos dados.No
quinto capítulo, são apresentadas as conclusões e sugestões advindasda
análise dosdados.
Finaliza-se a pesquisa,
com
o capítulo seis trazendo a listagem das referências7
1.7 Limitações
da
DissertaçãoEmbora
ométodo
empregado, expostono
Capítulo 3, seja o mais apropriado para apresente pesquisa, o estudo de caso apresenta algumas limitações.
A
mais
grave, segundo Gil (1988), é a generalização dos dados; o pesquisadorpode
cometerum
erro ao escolheruma
unidade para investigação bastante anormal
da
real situaçãodo
fenômeno.Igualmente pode-se dizer
da
técnica preponderante utilizadana
coleta de dados,que
é aentrevista.
O
pesquisadorfica
impossibilitado de tirar conclusões generalistas dos resultados obtidos,uma
vezque
as conclusões basear-se-ãona
visão subjetiva das declarações dosentrevistados, cada qual dentro
da
abordagem
pessoal sobre os fatos.Outra limitação encontrada é a herança
do pensamento
cartesiano-newtoniano-baconiano-Weberiano,
que
influenciou o presente pesquisador,além do
mesmo
ter sidoempregado na
organização
em
foco.E, finalmente, outra limitação é a impossibilidade de se entrevistar os gerentes
que
permaneceram na empresa
Alfa, pois osmesmos
nãoforam
autorizados pelaempresa
Alfapara
concederem
entrevistas.Após
se ter exposto o assunto da presente pesquisa, atravésda
contextualizaçãoem
queocorreu o processo de cisão
da empresa
Alfa, se ter discutido otema
e oproblema
depesquisa,
bem
como
os objetivos e as justificativas,além
de ter, por último, abordado aslimitações desta dissertação, dar-se-á
um
zoom
no
campo
da administraçãono
Capítulo 2.Ter-se-á
como
objetivo maior levantarna
literatura das principais teorias administrativas autores especificamente voltados ao tratocom
a tecnologia gerencial e ao tratocom
a pessoa2
FUNDAMENTAÇÃO
TEÓRICO-EMPÍRICA
Este Capítulo objetiva desenvolver a fundamentação teórico-empírica
da
presente pesquisa, descrevendo os seguintes itens: (a)uma
introdução sucintado pensamento
primitivoda
administração, (b) o conceito de gerente e as habilidades necessárias, (c) a síntese dos principais pontos das abordagens clássica, humanística, estruturalista, comportamental esistêmica
da
administração,acompanhados
de respectivas apreciações críticas, (d) afilosofia
gerencialdo
Total Quality Control- TQC,
(e) as contribuiçõesda
prática: consultorasTangram
eAmana-Key,
(g) as contribuições de GuerreiroRamos
ao desenvolvimentoda
Teoria
da
Administração e, finalmente, (h) as associaçõesda
multidimensionalidadedo
serhumano. Cabe
colocar, novamente, queum
dos objetivos específicos é conhecer a evoluçãodas principais teorias administrativas ocorridas
no
séculoXX,
especificamente voltadas aotrato
com
a pessoahumana.
2.1
Introdução
Desde
os primórdiosda
civilização, oshomens
sempre
enfrentaram ambientesrelativamente hostis, caracterizados pela carência de alimentos, abrigos inadequados,
bem
como,
demodo
geral,de
outros recursos pelos quaispoderiam
satisfazer suas múltiplas necessidades.Embora
oshumanos
não fossem dotados deum
biotipo que fosse favorável paraconfrontar outras espécies, o sucesso de sua sobrevivência deveu-se ao fato de eles
serem
oúnico ser vivo dotado de razão, à sua habilidade de raciocinar e à sua habilidade de lutar
contra todas as adversidades
do
seu tempo.A
confecção de armas, o usodo
fogo, os poderespara
comunicarem-se
e engajarem-seem
atividades que requeriamum
certo nível deplanejamento e cooperação, caracterizavam vantagens diferenciais sobre seus inimigos
naturais.
Além
das necessidades básicas de sobrevivência, existiam as necessidades sociais.A
família tornou-se a mais elementar unidade de relacionamento de grupos
humanos,
Lunaorganização
que
fomecia tanto satisfaçãocomo
novas responsabilidades.A
sobrevivênciada
família
tomou-se
uma
meta
e eles descobriram quepoderiam
proteger-semelhor
e aumentarseu bem-estar
formando
gruposou
tribos para ter vantagensmútuas na
coleta de alimentos,na
defesa própria e nas atividades de proteção familiar.
Os
povos
primitivos descobriramtambém
que
as habilidades e conhecimentos deveriam ser transmitidos para a geraçãoseguinte,
além
de perceberem a necessidade de regras emeios
para garantir a viabilidadeda
organização.
Desse
modo,
a atividade da administraçãosempre
esteve presentena
humanidade, seja individualmente
ou
deforma
coletiva, para enfrentar os desafios e9
De
acordocom Wren
(1979), os povos, a administração e organizações evoluíram dentrode
um
contexto de vários valores culturais e institucionais ao longoda
história.O
desenvolvimento de
um
corpo de conhecimentos sobrecomo
administrartambém
evoluiudentro de
uma
moldura
de facetas econômicas, sociais e políticas de várias culturasem
cadaépoca. Considera
também
que opensamento
administrativo é tantoum
processo de entradacomo
de saída deum
produto de seu ambiente cultural, talcomo
um
sistema aberto.O
pensamento
primitivo da administração foidominado
pelos valores culturaisque
eram
antinegócio, antirealização e largamente antihurnano.
A
industrialização não poderia emergirquando
ospovos
estavam limitados às suas posiçõesna
vida e nãopodiam
empreender
nenhum
projeto individualnem
quando monarcas
estabeleciam regras pelos ditadorescentrais. Antes
da
primeira Revolução Industrial (1780 a 1860), aseconomias
e sociedadeseram
essencialmente estáticas e, os valores políticos envolviam, por exemplo,tomar
decisõesunilateralmente.
Não
havia, praticamente, necessidadeem
desenvolverum
corpo depensamento
administrativo sob as circunstâncias da não-industrialização.Três forças interagiram e se
combinaram
para produziruma
nova
erada
industrialização(WREN,
op. cit.): a) a ética protestante, b) a liberdade ética e c) a ética de mercado.A
primeira foi
um
desafio
para a autoridade central da Igreja euma
resposta às necessidades daspessoas de realizarem-se neste
mundo;
a liberdade ética refletiu 0 antigo conflito entre asformas de
govemo
monolítico e representativo e a aspiração para proteger direitosindividuais; c) a última (a ética de mercado), a luta entre o estado e o indivíduo, direitos
humanos
e processodo
tributo versus a autocracia excêntrica, e a centralização versusdescentralização.
O
renascimento cultural estabeleceria as pré-condições para a industrialização e,subseqüentemente, a necessidade por
um
corpo de conhecimento racional e sistematizadosobre
como
administrar.A
emergência e orefinamento
daeconomia
demercado
exigiramque
os administradores fossem mais criativos e melhores informados sobre
como
administrarmelhor
as organizações.O
surgimentoda
modema
administração, conseqüentemente, teveque
ser baseadoem
modos
racionais detomada
de decisão e não mais poderia ser operadapela vontade de poucos. Essa
mudança
veio deforma
lenta e evoluiu ao longodo tempo
conforme
foimudando
a cultura(WREN,
op. cit.).Apenas no
iníciodo
séculoXX,
quando
as organizaçõescomeçam
a alcançar portesmaiores e mais complexos, é que a administração
começou
a apresentar dificuldades edesafios até então intransponíveis para os seus dirigentes. Surge então a crescente necessidade
ataque aos problemas administrativos e as estratégias adequadas para a solução dos seus
problemas. Assim, a administração
começa
a passar por fases de notável desenvolvimento einovação.
2.2
O
Conceitode Gerente
e as Habilidades Necessáriaspara
oCargo
A
atividade de administrar é antiga,mas
estudos formaisda
disciplina Administração érelativamente nova.
Com
o advento dessa disciplinasurgem
diversos conceitos de gerentes, os quais são apresentados a seguir.De
acordocom
Motta
(2001, p. 6),que
se baseia nas idéias dos pioneirosda
EscolaClássica e
da
Administração Científica,“alguém
seráum
bom
administrador àmedida que
planejar cuidadosamente todos os seus passos, organizar e coordenar as atividades de seus
subordinados e
comandar
e controlar o seu desempenho”.Wren
(op. cit.)define
a administração deforma
abrangentecomo
uma
atividadena
qual ogerente
desempenha
certas funções para obter efetiva aquisição, alocação e utilização deesforços
humanos
e recursos fisicos afim
de realizaralguma
meta.Yoshio
Hatakeyarna, Presidenteda
Associação Japonesa de Gerenciamento- JMA,
define
gerente
como “uma
pessoa que realiza o seu intento mobilizando outras pessoas” (1995, p. 9).William
Reddin
(1981, p. 34)define
o gerentecomo “uma
pessoa queocupa
um
cargonuma
organização fonnal, sendo responsável pelo trabalho deuma
outra pessoa pelomenos
etendo autoridade formal sobre essa pessoa”.
Para Antonio
Maximiano
(2000, p. 25) “a administração éum
processoou
atividadedinâmica, que consiste
em
tomar decisões sobre objetivos e recursos”.As
decisões sãotomadas
em
processos de planejamento, organização, direção e controle.Os
objetivos são os resultados esperadosdo
sistema, enquanto os recursos são pessoas, informação econhecimento, espaço, tempo, dinheiro e instalações.
A
Harvard
BusinessReview
publicouem
1955 o artigo de RobertKatz
-“As
Habilitaçõesde
um
Administrador Eficiente”.O
autor revisou o artigo vinte anos depois e declarou que,aparentemente, não haveria muitas
mudanças no
enfoque inicialmente proposto. Passadosoutros vinte e
poucos
anos, as idéias centrais de Katz aindamerecem
atenção pela contínua aceitação mostrada ena
constante utilização de suas idéias. Katz estabeleceu três habilitaçõesbásicas necessárias para que 0 administrador possa executar eficazmente o processo
administrativo,
ou
seja, a habilidade técnica, ahumana
e a conceitual. Apresenta-se, a seguir,11
a) Habilidade técnica: relaciona-se com a atividade específica do gerente. Os conhecimentos, métodos e equipamentos necessários para a realização das tarefas que estão dentro do
campo de sua especialidade fazem parte de sua habilidade técnica.
b) Habilidade humana: abrange a compreensão das pessoas e suas necessidades, interessese
atitudes.
A
capacidade de entender, liderar e trabalhar com pessoas é a expressão da habilidade humana do gerente.c) Habilidade conceitual: envolve a capacidade de compreender e lidar
com
a complexidade da organização comoum
todo e de usar o intelecto para formular estratégias. Criatividade,planejamento, raciocínio abstrato e entendimento do contexto são manifestações da habilidade conceitual.
Figura 1 - Habilidades gerenciais, segundo Katz
Administração superior HABILIDADES CONCEITUAIS Gerência HABILIDADES intermediária
HUMANAS
Supervisor deprimeira linha ILIDADES
TECNICAS
Fonte: Maximiano, A.C.A. Teoria Geral da Administração, da escola científica à competitividade na economia globalizada. São Paulo: Atlas, 2000.
Para
Hersey
e Blanchard (1976), a adequadacombinação
dessas habilidades varia àmedida
queum
indivíduo sobena
escala hierárquica de posição de supervisão à posição dealta direção.
À
medida
que se sobena
hierarquia, diminui a necessidade de habilidadestécnicas, enquanto
aumenta
a necessidade de habilidade conceitual.Nos
níveis inferiores, os supervisores precisam de considerável habilidade técnica para poder instruir e formar técnicose demais subordinados
(MAXIMIANO,
op. cit.).Segundo Katz (apud
HANDY,
1996), ashabilidades conceituais seriam as mais dificeis de todas e as mais necessárias, por
serem
asque
discemem
o trajeto,definem
os problemas epercebem
as oporttmidades e os nichosadequados e inesperados.
Os
lideres necessitam de habilidades conceituais, de percepçãodo
que
precisa ser feito e de capacidade de entusiasmar os outros.Enquanto
as habilidadestécnicas
podem
ser ensinadas, as habilidadeshumanas
são mais complicadas;podem
seraprendidas,
mas
não
ensinadas, aprendidas por experiência e auxiliadas por orientação ereflexão.
A
Figura 1 facilita a visualização das habilidades administrativas necessáriasem
O
professor canadenseHem'y
Mintzberg foi outro pesquisador que contribuiu para oentendimento das habilidades gerenciais.
As
habilidades propostas por Mintzberg são: a) derelacionamento
com
colegas, b) de liderança, c) de resolução de conflitos, d) deprocessamento de informações, e) de tomar decisões
em
condições de ambigüidade, Í) dealocação de recursos, g) de
empreendedor
e h) de introspeção. Para maiores informações videMaximiano
(op. cit).2.3 Principais Teorias Administrativas
Ao
longodo
séculoXX,
diversas teorias administrativas foram desenvolvidas, cada qualespelhando os pressupostos básicos predominantes
da
cultura de cada época esempre
em
busca de soluções altemativas visando à otimização das ftmções, basicamente, produtivas.
Para os propósitos desta pesquisa, abordar-se-ão apenas as mais relevantes teorias
consideradas pelo autor, quais sejam:
(a)
A
Abordagem
Clássica da Administração(b)
A
Abordagem
Humanística da Administração(c)
A
Abordagem
Estruturalistada
Administração(O
Modelo
Burocrático de Organização e aTeoria Estruturalista)
(d)
A
Abordagem
Comportamental
da Administração(A
TeoriaComportamental
e a Teoriado
Desenvolvimento Organizacional) e(e)
A
Abordagem
Sistêmica da Administração(A
Teoria de Sistemas e a Teoriada
Contingência).
A
Tabela 1 (p. 13) apresenta as principais teorias administrativas desenvolvidas ao longodo
séculoXX,
os seus principais enfoques eem
quepredominou
a ênfasena
organização (natarefa,
na
estrutura,na
pessoa,no
ambienteou na
tecnologia). Observa-se que essa tabela,embora
facilite a visualização das correspondências entre a ênfase, as teorias administrativasdesenvolvidas e seus principais enfoques, não é apresentada
no
rigor cronológico de seusrespectivos desenvolvimentos.
2.3.1
A
Abordagem
Clássicada Administração
A
Teoria Geralda
Administração, deum
modo
geral,começou
com
o que sechama
de“ênfase nas tarefas”,
em
que o enfoque estava voltado basicamente às atividades executadasTabela 1 - Principais teorias administrativas e seus principais enfoques
Ênfase Teorias Administrativas Principais Enfoques
nas Tarefas Administração Científica Racionalização do Trabalho no Nível
Operacional
na Estrutura
Teoria Clássica Teoria Neoclássica
Organização Formal
Princípios Gerais da Administração
Funções do Administrador Teoria da Burocracia Organização Formal Burocrática
Racionalidade Organizacional Teoria Estruturalista
Múltipla Abordagem: Organização Formal e Informal, Análise Intra-
Organizacional e Análise Interorganizacional
nas Pessoas
Teoria das Relações Humanas
Organização Informal
Motivação, Liderança, Comunicações
e Dinâmica de Grupo
Teoria do Comportamento
Organizacional
Estilos de Administração
Teoria das Decisões
Integração dos Objetivos Organizacionais e Individuais Teoria do Desenvolvimento
Organizacional
Mudança Organizacional Planejada
Abordagem de Sistema Aberto no Ambiente
Teoria Estruturalista
Teoria Neo-Estruturalista
Análise Intra-Organizacional e Análise Ambiental
Abordagem de Sistema Aberto Teoria da Contingência Análise Ambiental
Abordagem de Sistema Aberto na Tecnologia Teoria da Contingência Administração da Tecnologia
(Imperativo Tecnológico)
Fonte: CHIAVENATO, I. Teoria Geral da Administração, abordagens prescritivas e normativas da
administração, São Paulo: Makron Books, vol. l, 4” edição, I993.
respeito
do
assunto, criando duas escolas:A
teoria desenvolvida nos EstadosUnidos
peloamericano Frederick
Winslow
Taylorchamou-se
de Administração Científica e originou-seda
chamada
Escolada
Administração Científica. Enquanto que a teoria desenvolvida peloeuropeu
Hemy
Fayol,na
França, é achamada
CorrenteAnatômica
e Fisiologista deOrganização. Essa escola era formada, principalmente, por executivos de empresas. Taylor
preocupou-se, exclusivamente,
com
as técnicas de racionalizaçãodo
trabalhodo
operárioatravés
do
estudo detempos
e movimentos. Ele fez diversas experiências e estudos,sempre
iniciando pelo trabalho
do
operário e, mais tarde,pôde
generalizar as suas conclusões para aorganização
como
um
todo.Sua
teoria, demodo
geral, seguiu ocaminho
de baixo paracima
edas partes para o todo.
Taylor defendia cinco princípios básicos que
podem
ser condensadoscomo
se segue(MORGAN,
1996, p. 32):. Transfira toda a responsabilidade da organização do trabalho do trabalhador para o gerente;
›-À
:°^°°!\°
Use métodos científicos para determinar a forma mais eficiente de fazer o trabalho; . Selecione o trabalhador para fazer o trabalho eficientemente;
5. Fiscalize o desempenho do trabalhador para assegurar que os resultados sejam atingidos.
Uma
das principais característicasda
administração científica é o conceito dehomo
economícus,
que
segundo Etzioni (1967, p. 65), “existe a presunção deque
ohomem
éinfluenciado profundamente por recompensas e sanções salariais e financeiras”.
O
incentivomonetário, apesar de importante, não se revela suficiente para
promover
a satisfação dostrabalhadores.
O
reconhecimentodo
trabalho, os incentivos morais e a auto-realização são aspectos fundamentais que a administração científica desconsidera(FERREIRA,
2001).A
Escola de Administração Científica teve,além
de Taylor, as contribuições de outrosengenheiros,
como
Hemy
Lawrence
Gantt, FranckBuncker
Gilbreth, HarringtonEmerson,
Hem'y
Ford e CarlGeorg Lange
Barth.Por outro lado, a corrente dos Anatomistas e Fisiologistas de Organização, inicialmente
desenvolvida
na
Françacom
os trabalhos pioneiros de Fayol, tevecomo
preocupação básicaaumentar a eficiência da
empresa
através daforma
e disposição das diversas unidadesorganizacionais e de suas inter-relações estruturais.
Como
a ênfase foina
anatomia (estrutura)e
na
fisiologiada
organização (funcionamento), essaabordagem
é decima
para baixo edo
todo para as suas partes ao contrário da
abordagem
de Taylor, que foi de baixo paracima
(WAHRLICH,
1986).Os
quatorze principios básicos de Fayol, quepodem
ser estudados deforma complementar
aos de Taylor, são sintetizadas a seguir
(FERREIRA,
op. cit., p. 14):1. Divisão de trabalho - a especialização de todos na organização aumenta a produtividade.
2. Autoridade e responsabilidade - autoridade é o direito dos superiores de dar ordens; responsabilidade é a contrapartida da autoridade.
3. Unidade de comando -
um
empregado deve receber ordens de apenasum
superior.4. Unidade de direção - o controle único, com a aplicação de
um
plano de atividades com osmesmos objetivos.
5. Disciplina - necessidade de se estabelecer normas de conduta e de traballio, válidas para
todos.
6. Prevalência dos interesses gerais - sobre os interesses individuais.
7. Remuneração - deve ser suñciente para garantir a satisfação dos fimcionários e da organização.
8. Centralização - as atividades cruciais da organização e a autoridade devem ser centralizadas.
9. Hierarquia - defesa da estrutura hierárquica, respeitando à risca
uma
linha de autoridadefixa.
10. Ordem ~
em
toda a organização, preservarum
lugar para cada pessoa e cada pessoaem
seulugar.
ll. Eqüidade - a justiça deve prevalecer, justificando a lealdade e a devoção de todos à empresa.
12. Estabilidade dos
F
uncionários ~ para garantir o desempenho organizacional e o moral dogrupo.
13. Iniciativa - deve ser entendida como a capacidade de estabelecer
um
plano e cumpri-lo.14. Espírito de corpo - com comunicação na equipe e consciência para defenderem seus
15
Embora
Taylor e Fayoltenham
nascidoem
continentes diferentes, nãotenham
secomunicado
entre si etenham
partido de pontos de vista opostos, suas idéias constituíram osalicerces
da
chamada
Teoria Clássicaou
Teoria Tradicionalda
Administração cujos postuladosdominaram
aproximadamente
as quatro primeiras décadasdo
séculoXX.
A
Escola dos Anatomistas e Fisiologistas de Organização tevecomo
principais seguidoresdas idéias de Fayol, executivos de empresas
como
James
D.Mooney,
Lyndall F. Urwick,Luther Gulick,
Henry
Niles eLeonard
White.2.3.1.1
Apreciação
crítica àabordagem
clássicada
administraçãoOs
princípios defendidos por Taylor são freqüentemente vistos, segundoMorgan
(1996),como
osmais
pemiciosos, pois, efetivamente, dividem o trabalhador, defendendo a separaçãoentre
mãos
e cérebro,configurando
bem
a visãodo
homem
como
parteda
máquina,enfim,
aorganização vista
como
máquina.Ferreira (op. cit considera a obsessão pelo
comando,
aempresa
como
sistema fechado e amanipulação dos trabalhadores
como
as questões mais prejudiciais aos trabalhadores.A
acolhida às idéias de Taylor teve altos e baixos.Enquanto na
indústria eno
govemo
despertavam entusiasmo, entre os trabalhadores, a imprensa e os políticos
provocavam
reações desfavoráveis.
Os
dois receios principais advindos desses segmentosda
sociedadefundamentavam-se
em: a) oaumento da
eficiência provocaria odesemprego
e b) a administração científicanada
mais erado
queuma
técnica para fazer o operário trabalharmais
e ganharmenos
(MAXIMIANO,
op. cit., p. 173).2.3.2
A
Abordagem
Humanística
da
Administração
A
Teoria das RelaçõesHumanas
surgiu nos EstadosUnidos
como
conseqüência imediatadas conclusões obtidas
na
ExperiênciaHawthome,
desenvolvida por EltonMayo
e seuscolaboradores. Basicamente, foi
um
contraponto à Teoria Clássicada
Administração cujapreocupação básica era dar a “ênfase nas tarefas” para só depois passar a dar a “ênfase nas
pessoas”.
Apesar
de os princípiosda
teoria clássicanão
teremsempre
sidopacificamente
aceitos, principalmente, pelos trabalhadores e sindicatos americanos a sua
hegemonia
perdurou por cerca de quarenta anos.
Basicamente, o divisor de águas entre as duas teorias foi a Experiência de
Hawthome,
desenvolvida pelo Conselho Nacional de Pesquisas,