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Relatórios de Estágio realizado na Farmácia à Casa da Música e na Azienda Ospedaliero Universitaria di Sassari

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Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto

Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas

Relatório de Estágio Profissionalizante

Farmácia à Casa da Música

Abril de 2019 a Julho de 2019

Diana Sofia Pinheiro Chagas Laranjeira

Orientador: Dr. Alberto Caetano

Tutor FFUP: Prof. Doutor Carlos Afonso

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Declaração de Integridade

Declaro que o presente relatório é da minha autoria e não foi utilizado previamente noutro curso ou unidade curricular, desta ou de outra instituição. As referências a outros autores (afirmações, ideias, pensamentos) respeitam escrupulosamente as regras da atribuição, e encontram-se devidamente indicadas no texto e nas referências bibliográficas, de acordo com as normas de referenciação. Tenho consciência de que a prática de plágio e auto-plágio constitui um ilícito académico.

Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, 6 de setembro de 2019.

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Agradecimentos

Este relatório corresponde ao culminar de uma fase desafiante, stressante, mas muito feliz da minha vida. Resta-me então agradecer…

Agradecer à Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto por estes 5 anos repletos de emoções, por tudo o que aprendi nesta instituição e que me ajudou a crescer tanto pessoalmente como profissionalmente e pelas amizades que me deu.

Agradecer à comissão de estágios da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, especialmente à professora Doutora Susana Casal pela disponibilidade, pela sua dedicação para que tenhamos a melhor experiência de estágio possível.

A toda a equipa da Farmácia à Casa da Música um muito obrigado pelo apoio, pelos ensinamentos, pela paciência, pela boa disposição e pelas oportunidades que me deram. Quero agradecer particularmente à Dra. Karina Félix pela disponibilidade e pelo auxílio em diversas situações e à Dra. Ana Vaz por todo o tempo dispensado para me ensinar, por me mostrar que o papel do farmacêutico numa farmácia de oficina é muito mais que o de vender medicamentos, pela orientação que me deu e pela profissional que é, mais uma vez obrigada por tudo.

Aos meus amigos, obrigada pelo apoio, particularmente à Joana e à Patrícia que sofreram comigo durante estes 5 anos, que souberam sempre o que dizer na altura certa, principalmente na época de exames. À Rita e à Sofia obrigada pela compreensão e pela paciência que tiveram comigo.

À minha família, pelo apoio incondicional ao longo destes 5 anos e por me terem dado a oportunidade de frequentar o ensino superior.

Por fim, ao meu namorado, obrigada pela paciência, pelo apoio, por saberes sempre o que dizer, pelo teu positivismo e por teres sempre acreditado em mim.

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Resumo

A farmácia comunitária é um estabelecimento de saúde que está próximo da população. Assim, o papel do farmacêutico deve ser visto com o rigor e importância que merece uma vez que muitas vezes é o primeiro local procurado pelo doente, pelo que, o farmacêutico deve ter a capacidade de reconhecer situações em que deve haver encaminhamento para o médico.

O estágio curricular corresponde à fase final do mestrado integrado em ciências farmacêuticas e é também uma das etapas mais importantes do curso uma vez que permite pôr em prática os conhecimentos teóricos e práticos obtidos durante estes 5 anos e em simultâneo, complementá-los. Assim, é uma experiência enriquecedora que nos faz crescer enquanto profissional de saúde. Este relatório está dividido em duas partes: a primeira é relativa aos conhecimentos adquiridos e às atividades desenvolvidas. A segunda parte descreve o meu contributo para a farmácia, pelos projetos que desenvolvi. O primeiro é relativo aos medicamentos genéricos pois é um tema em que os utentes apresentam ainda muitas lacunas de informação. O segundo é relativo às infeções urinárias devido à elevada incidência desta patologia nos meses de estágio e que me permitiu também abordar o tema das resistências aos antibióticos. O terceiro tema é relativo às doenças respiratórias crónicas uma vez que são doenças com uma elevada prevalência e nas quais o farmacêutico tem um papel essencial. Finalmente, o quarto projeto é relativo à vitamina D uma vez que a exposição solar é a forma natural mais eficaz de obter esta vitamina e, portanto, os meses de verão são essenciais para reverter esta tendência de deficiência nesta vitamina.

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Índice

PARTE I ... 1

1. Introdução ... 1

2. Farmácia à Casa da Música ... 2

2.1 Localização geográfica e horário de funcionamento ... 2

2.2 Recursos Humanos ... 2

2.3 Organização interior e exterior da Farmácia ... 2

Front-office ... 3

Back-office ... 3

2.4 Metodologia Kaizen ... 4

2.5 Sistema informático ... 4

3. Medicamentos e outros produtos existentes na farmácia ... 5

3.1 Classificação, distinção e quadro legal aplicável ... 5

3.1.1. Medicamentos sujeitos a receita médica obrigatória (MSRM) ... 5

3.1.2. Medicamentos não sujeitos a receita médica (MNSRM) ... 6

3.1.3. Medicamentos homeopáticos ... 7

3.1.4. Suplementos alimentares ... 8

3.1.5. Produtos fitoterapêuticos ... 8

3.1.6. Produtos cosméticos e dermofarmacêuticos ... 8

3.1.7. Produtos e medicamentos de uso veterinário ... 9

3.1.8. Produtos de puericultura e Nutrição Infantil ... 9

3.1.9. Dispositivos médicos ... 10

4. Encomendas e aprovisionamento ... 10

4.1. Gestão e aquisição de medicamentos e outros produtos de saúde ... 10

4.2. Receção e verificação das encomendas... 12

4.3. Armazenamento ... 13

5. Dispensa de medicamentos ... 14

5.1. Sistemas de comparticipação ... 14

5.2. Tipos de receitas, conferência e verificação do receituário ... 14

5.3. Medicamentos psicotrópicos e estupefacientes ... 16

5.4. Aconselhamento e dispensa de medicamentos ... 16

6. Outros cuidados de saúde prestados na FCM ... 16

6.1. Medicação de parâmetros físicos e bioquímicos ... 16

6.2. Administração de injetáveis ... 17

6.3. Valormed ... 18

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Projeto 1: Medicamentos genéricos ... 18

1.1. Enquadramento geral ... 18

1.2. Medicamento genérico ... 18

1.3. Projeto ... 19

Projeto 2: Infeções urinárias ... 20

2.1. Enquadramento geral ... 20

2.2. Epidemiologia e Etiopatogenia ... 20

2.3. Classificação das ITU ... 22

2.4. Tratamento e resistência aos antibióticos ... 23

2.5. Projeto ... 25

Projeto 3: Doenças respiratórias crónicas ... 26

3.1. Enquadramento geral ... 26 3.2. Asma... 26 3.3. DPOC ... 29 3.4. Tratamento ... 31 3.5. Projeto ... 35 Projeto 4: Vitamina D ... 36 4.1. Enquadramento geral ... 36 4.2. Importância da vitamina D ... 36 4.3. Síntese ... 37

4.4. Efeito do uso de protetor solar ... 38

4.5. Grupos de risco ... 39

4.6. Interação com a medicação ... 39

4.7. Projeto ... 39

Outros projetos ... 39

Conclusão ... 40

Referências ... 41

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Índice de tabelas

Tabela 1: Cronograma das atividades desenvolvidas durante o estágio curricular. ... 1

Tabela 2: Espécies bacterianas mais frequentemente detetadas nas uroculturas. ... 22

Tabela 3: Epidemiologia de agentes infeciosos nas ITU não complicadas e complicadas ... 23

Tabela 4: Percentagem de isolados de E.coli sensíveis a cada um dos antibióticos. ... 24

Tabela 5: Representação dos valores existentes nas diretrizes das diferentes organizações. . 38

Anexos

Anexo 1: Imagens da parte exterior da FCM. ... 46

Anexo 2: Imagens da zona de atendimento da FCM. ... 46

Anexo 3: Zona de receção de encomendas. ... 46

Anexo 4: Zona de armazenamento dos produtos farmacêuticos. ... 47

Anexo 5: Imagem do gabinete de atendimento ao público. ... 47

Anexo 6: Quadro Kaizen. ... 47

Anexo 7: Certificado da formação da Pharma Nord. ... 48

Anexo 8: Exemplo de um triplicado da nota de devolução. ... 48

Anexo 9: Contentor para produtos com requisitos especiais de conservação. ... 49

Anexo 10: Questionário e folheto informativo referente ao projeto: “Medicamentos genéricos”.49 Anexo 11: Folheto informativo referente ao projeto: “Infeções urinárias”. ... 50

Anexo 12: Tabelas referentes aos suplementos usados em casos de desconforto urinário referente ao projeto: “Infeções urinárias”. ... 51

Anexo 13: Diagnóstico de DPOC- escala mMRC. ... 51

Anexo 14: Diagnóstico de DPOC- questionário CAT ... 51

Anexo 15: Diagnóstico de DPOC- St George Respiratory Questionnaire ... 52

Anexo 16: Material de auxílio à dispensação referente ao projeto: “Doenças Respiratórias”. ... 60

Anexo 17: Apresentação referente ao projeto: “Doenças Respiratórias”. ... 66

Anexo 18: Panfleto tríptico referente ao projeto: “Vitamina D”. ... 67

Anexo 19: Cartaz de divulgação referente ao projeto: “Rastreio Cardiovascular”. ... 67

Anexo 20: Cartão da FCM referente ao projeto: “Rastreio Cardiovascular”. ... 68

Anexo 21: Póster relativo à semana dedicada aos pés. ... 68

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Abreviaturas

AINES: Anti-inflamatórios não esteroides. BPF: Boas Práticas Farmacêuticas. c-AMP: Adenosina monofosfato cíclico.

CGF: Serviço de consultoria e gestão em farmácias. CNP: Código nacional do produto.

DCI: Denominação comum internacional. DPOC: Doença pulmonar obstrutiva crónica.

ECA: Inibidores da enzima conversora da angiotensina. EMA: Agência Europeia do medicamento.

FCM: Farmácia à Casa da Música. FEFO: First Expire First Out (FEFO).

FEV1: Volume expiratório forçado no primeiro segundo. FIFO: First In First Out (FIFO).

FVC: Capacidade vital forçada. HDAC2: Histona desacetilase 2. HTA: Hipertensão arterial. ICs: Corticosteroides inalados. IMC: Índice de massa corporal. ITU: Infeções do trato urinário. IVA: imposto de valor acrescentado.

LAMA: Anti muscarínicos de ação prolongada. MSRM: Medicamentos sujeitos a receita médica MNSRM: Medicamentos não sujeitos a receita médica MPS: Medicamentos e outros produtos de saúde. NO: Óxido nítrico.

PA: Pressão arterial.

PAD: Pressão arterial diastólica. PAS: Pressão arterial sistólica.

PCHC: Produtos dermocosméticos e de higiene corporal. PEF: Débito expiratório instantâneo máximo.

PIC: Preço impresso na cartonagem. PV: Prazo de validade.

PVF: Preço de venda à farmácia. PVP: Preço de venda ao público. ROS: Espécies reativas de oxigénio. RNS: Espécies reativas de nitrogénio. SAMA: Anti muscarínicos de ação curta. SI: Sistema informático.

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SPMS: Serviços Partilhados do Ministério da Saúde. UCI: Unidades de cuidados intensivos.

UVA: Radiação ultravioleta A. UVB: Radiação ultravioleta B. UVR: Radiação ultravioleta.

VDBP: Proteína de ligação à vitamina D. VDR: Recetor da vitamina D.

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Relatório de estágio profissionalizante Diana Laranjeira

PARTE I

1. Introdução

O estágio Curricular constitui a última etapa do curso Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas sendo, portanto, a última etapa de formação enquanto estudantes da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto. O meu estágio curricular decorreu entre os dias 29 de abril de 2019 e 30 de julho de 2019 na Farmácia à Casa da Música sob a orientação do Dr. Alberto Caetano. Durante estes meses tive a oportunidade de contactar com a realidade da profissão farmacêutica numa farmácia comunitária, onde desempenhei várias funções inerentes a esta profissão enumeradas na Tabela 1 bem como o período de estágio em que foram desempenhadas.

Tabela 1: Cronograma das atividades desenvolvidas durante o estágio curricular.

ATIVIDADE DESENVOLVIDA ABRIL (29 E 30) MAIO JUNHO JULHO (1 A 30) ADAPTAÇÃO E INTEGRAÇÃO NA FARMÁCIA √ √ RECEÇÃO DE ENCOMENDAS, VERIFICAÇÃO E ARMAZENAMENT O DOS PRODUTOS √ √ √ √ ATENDIMENTO AO BALCÃO SOB SUPERVISÃO ATENDIMENTO AO BALCÃO AUTÓNOMO √ √ ORGANIZAÇÃO DO RECEITUÁRIO E FATURAÇÃO √ √ √ MEDIÇÃO DOS PARÂMETROS FÍSICOS E BIOQUÍMICOS √ √ √ PROJETO “MEDICAMENTOS GENÉRICOS” PROJETO “VITAMINA D” PROJETO “INFEÇÃO URINÁRIA” PROJETO “DOENÇAS RESPIRATÓRIAS CRÓNICAS”

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Relatório de estágio profissionalizante Diana Laranjeira

2. Farmácia à Casa da Música

2.1 Localização geográfica e horário de funcionamento

A Farmácia à Casa da Música (FCM), antiga farmácia Costa Lima, localiza-se na Avenida da Boavista no Porto. O seu horário de funcionamento- segunda a sexta-feira das 8:30 às 21:30, sábados das 8:30 às 20:00 horas- foi elaborado de acordo com os requisitos da Portaria nº 277/2012, 12 de Setembro. [1] O horário estipulado para o meu estágio foi o das 8:30 às 17:30, com uma hora de almoço. A farmácia encontra-se encerrada aos Domingos e Feriados. A farmácia localiza-se num dos corações da cidade do Porto, numa zona com diversos estabelecimentos comerciais, empresas e entidades públicas como a EDP, finanças e segurança social e de alguns centros de prestação de serviços de saúde como o Hospital Lusíadas Porto e a Clínica Dr. João Neto. A farmácia apresenta acordos com alguns destes estabelecimentos pelo que os funcionários dos mesmos constituem grande parte dos utentes da farmácia. Por ser uma zona com diversos hotéis e constituir um ponto turístico da cidade do Porto há também uma percentagem significativa de utentes que são turistas. Uma menor percentagem de utentes são idosos, geralmente, polimedicados, sendo que uma grande parte se encontra fidelizada há anos. Pela diversidade de utentes que a farmácia possui, tive a oportunidade de contactar com pessoas de todas as idades e classes sociais e até de culturas e línguas diferentes.

2.2 Recursos Humanos

A equipa da FCM é constituída por 5 farmacêuticos- Dr. Alberto Caetano, Dra. Karina Félix, Dra. Ana Vaz, Dra. Teresa Paulos e Dra. Margarida Cascarejo- e duas técnicas auxiliares de farmácia- Dra. Filipa Costa e Dra. Inês Silva e uma auxiliar de limpeza. A direção técnica encontra-se a cargo do Dr. Alberto Caetano de acordo com o decreto-lei nº 307/2007, artigo 21°, de 31 de agosto. [2]

2.3 Organização interior e exterior da Farmácia

A farmácia comunitária dada a sua acessibilidade, é uma porta de entrada no Sistema Nacional de Saúde. Assim, é exigida uma estrutura adequada às suas funções sendo, portanto, regida pelas normas estabelecidas nas Boas Práticas Farmacêuticas (BPF) para a farmácia comunitária relativas às instalações e equipamentos. [2] [3] A FCM cumpre os requisitos exigidos sendo no seu exterior identificada por um letreiro a dizer “Farmácia” e o símbolo luminoso da “cruz verde”. O exterior da farmácia é todo ele envidraçado sendo constituído por uma montra composta por material de marketing obtido a partir dos laboratórios e cujos produtos a farmácia pretende evidenciar (Anexo 1). O exterior é ainda composto por uma placa com o nome da farmácia e do respetivo diretor técnico e por informações adicionais como o horário de funcionamento da farmácia e a informação relativa à rotatividade das farmácias do município do Porto em regime de serviço permanente.

O Interior da farmácia pode ser dividida em 2 grandes zonas: o front-office que é constituído pela zona de atendimento ao público (Anexo 2) ; e o back-office que se subdivide em várias áreas.

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Relatório de estágio profissionalizante Diana Laranjeira

➢ Front-office

A zona de atendimento ao público é constituída por 3 balcões, todos eles equipados com um computador, um leitor de código de barras, uma caixa registadora e uma impressora de faturas e receituário. São ainda compostos por alguns produtos que a farmácia pretenda destacar. As paredes atrás dos balcões, apenas acessíveis aos profissionais, são compostas por produtos com rotação sazonal e suplementos alimentares. Existem ainda armários com os produtos de maior rotação da farmácia de forma a serem mais rapidamente acedidos pelo profissional durante o atendimento como é o caso do Ben-U-Ron® e de algumas pílulas.

As restantes paredes desta zona são constituídas essencialmente por produtos dermocosméticos e de higiene corporal (PCHC) de acordo com a marca e o público alvo a que se destinam. Existe ainda uma secção direcionada a produtos para higiene oral, nutrição infantil e uma balança capaz de determinar o IMC e com um tensiómetro incorporado.

➢ Back-office

Como referi anteriormente, esta zona é subdividida em várias áreas de trabalho:

Zona de receção de encomendas: local onde se dá entrada no programa Sifarma 2000® das encomendas recebidas na farmácia assim como onde se efetuam as devoluções aos fornecedores (Anexo 3). Este local é composto por um computador, uma impressora, um leitor ótico, uma impressora de etiquetas e uma zona onde se encontram organizados os dossiês com a documentação relativa a notas de encomenda, fatura e notas de crédito. Apresenta ainda na parede uma região onde se colocam as reservas efetuadas durante o atendimento com o nome do utente a quem se destinam os produtos de forma a que quando as encomendas cheguem, os produtos sejam colocados de parte.

Gabinete da direção-técnica: local reservado ao Dr. Alberto Caetano e à Dra. Karina Félix onde ocorre a gestão financeira e interna da FCM e ocorrem as reuniões com os delegados de informação médica. Os medicamentos psicotrópicos são armazenados num armário fechado deste gabinete.

Zona de armazenamento: armários onde são organizados os produtos farmacêuticos e os medicamentos por ordem alfabética e de acordo com a validade sendo os produtos de validade mais curta colocados à frente. Estão agrupados em colírios, soluções orais e cutâneas, produtos dermocosméticos de baixa rotação, medicamentos genéricos, medicamentos comerciais e suplementos, supositórios, pós, ampolas, cremes e pomadas, xaropes, produtos vaginais, pílulas, produtos protocolo diabetes, medicamentos para uso veterinário e medicamentos para utilização no sistema respiratório. (Anexo 4)

Armazém dos excedentes: local onde são colocados os excedentes dos produtos que não têm espaço no front-office nem na zona de armazenamento. É neste armazém que está localizado o frigorífico necessário para medicamentos com condições especiais de conservação como as vacinas e a insulina.

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Relatório de estágio profissionalizante Diana Laranjeira Gabinete de atendimento ao público: utilizado quando é necessário fazer curativos, medição dos parâmetros bioquímicos, administração de vacinas e onde ocorrem as consultas de nutrição. (Anexo 5)

2.4 Metodologia Kaizen

O Serviço de Consultoria e Gestão em Farmácias (CGF) da Glintt foi desenvolvido em parceria com o The Kaizen Institute e disponibiliza às farmácias uma metodologia e um consultor com a função de analisar a eficiência operacional, gestão económico-financeira, recursos humanos e comercial e marketing com o objetivo de garantir uma gestão saudável da farmácia e consequente retorno de investimento. Este serviço é dividido em 3 etapas: diagnóstico, projeto e melhoria contínua. A metodologia Kaizen constitui uma ferramenta inserida na última etapa deste serviço-melhoria contínua- e foca-se no aperfeiçoamento da atividade do ponto de vista operacional de modo a maximizar a eficiência, uniformizando os processos e promovendo o trabalho de equipa. [4] Todos os membros da equipa são parte integrante deste projeto sendo a cada um são definidas responsabilidades e tarefas, por exemplo, uma pessoa fica responsável por controlar os produtos que se encontram sem consumo e comunicar aos restantes elementos de forma a que no aconselhamento, se a oportunidade surgir, estes produtos sejam aconselhados.

Outro exemplo prático da implementação da metodologia Kaizen é o quadro kaizen.(Anexo 6) Este encontra-se dividido em várias secções como uma área de comunicação onde estão afixadas as circulares relativas a medicamentos ou outros produtos farmacêuticos e tabelas com indicadores relativos a produtos que a farmácia pretende escoar. Este quadro tem assim o objetivo de melhorar o trabalho de equipa, acompanhar e avaliar o desempenho de cada membro, partilhar informações e acompanhar a execução de algumas tarefas.

Durante estes três meses tive a possibilidade de assistir às reuniões mensais onde se faziam os pontos de situação relativamente aos indicadores de desempenho, se verificava em que ponto estavam as tarefas designadas a cada colaborador, debatiam ideias para dinamizar a farmácia, por exemplo, a semana dedicada ao cuidado de pés onde me foi atribuída a tarefa de fazer um poster relativo aos produtos da marca Scholl®. Estas reuniões tinham também a finalidade de esclarecer qualquer dúvida relativa às circulares e ao próprio funcionamento do programa Sifarma 2000®, nomeadamente relativamente ao novo sistema de reservas.

Assim, pude constatar que é de facto uma mais-valia para a farmácia a implementação desta metodologia pois trata-se de um sistema adaptado a cada farmácia tendo em conta a sua realidade e as suas possibilidades.

2.5 Sistema informático

Dada a presente situação em que se encontram as farmácias comunitárias, torna-se cada vez mais importante uma boa gestão das mesmas. Trata-se de um assunto pouco ou nada abordado durante os 5 anos de curso e que tem vindo a ocupar um lugar de destaque nas farmácias dos dias de hoje pois, como qualquer outro negócio, a farmácia deve apresentar viabilidade financeira sem, no entanto, comprometer a saúde e as necessidades dos utentes.

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Relatório de estágio profissionalizante Diana Laranjeira Assim, um importante aliado das farmácias é o seu sistema informático, neste caso o Sifarma 2000®. Este sistema fornece auxílio desde o atendimento- onde permite um rápido e fácil acesso à informação científica dos produtos nomeadamente, indicação terapêutica, contraindicações, interações e posologia; permite também a criação de fichas de utente onde é recolhida informação sobre o utente como nome, número de identificação fiscal e possíveis planos de comparticipação complementares ao sistema nacional de saúde (SNS) e permite aceder ao histórico de vendas na FCM o que permite um acompanhamento farmacoterapêutico mais eficiente do utente- à gestão dos produtos da farmácia incluindo a gestão de encomendas, devoluções, prazos de validade, gestão de stock, estatísticas de vendas, entre outras funcionalidades.

O Sifarma 2000® é, portanto, uma ferramenta essencial no dia-a-dia das farmácias, tendo o meu primeiro contacto sido nestes meses. Assim, apesar da sua utilidade, penso que apresenta alguns aspetos a melhorar como a simplificação de alguns processos de forma a ser um programa mais intuitivo.

3. Medicamentos e outros produtos existentes na farmácia

3.1 Classificação, distinção e quadro legal aplicável

De acordo com o Decreto‐Lei n.º 176/2006, de 30 de agosto, artigo nº113, os medicamentos destinados a consumo humano são divididos, quanto à dispensa ao público, em MSRM e MNSRM. [5]

3.1.1. Medicamentos sujeitos a receita médica obrigatória (MSRM)

De acordo com o Decreto‐Lei n.º 176/2006, de 30 de agosto, artigo nº114, para um medicamento estar incluído neste grupo deve cumprir um dos seguintes requisitos: [5]

➢ Quando usados sem vigilância médica, constituir de forma direta ou indireta, um risco para o utente, ainda que nas indicações terapêuticas aprovadas;

➢ O seu uso em situações para além das indicações terapêuticas e numa quantidade significativa representar qualquer risco- direto ou indireto- para a saúde dos utentes; ➢ Conter substâncias ou derivados cujo mecanismo de ação ou efeitos adversos devam

ser conhecidos de forma mais aprofundada;

➢ Medicamentos que, por prescrição médica, devem ser administrados por via parentérica. A dispensa destes medicamentos apenas é aprovada nas farmácias quando o utente é acompanhado por uma receita médica válida. Estes medicamentos apresentam um preço de venda ao público (PVP) estabelecido e igual para todas as farmácias.

A classe dos MSRM pode ainda ser subdividida em: [5]

i. Medicamentos de receita médica renovável

De acordo com o Decreto‐Lei n.º 176/2006, de 30 de agosto, artigo nº116, tratam-se de medicamentos que se se destinam a determinadas doenças ou a tratamentos prolongados e que

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Relatório de estágio profissionalizante Diana Laranjeira podem ser adquiridos mais do que uma vez sem recurso a nova prescrição, sem comprometimento da segurança na sua utilização. [5]

ii. Medicamentos sujeitos a receita médica especial

De acordo com o Decreto‐Lei n.º 176/2006, de 30 de agosto, artigo nº117, este grupo refere-se a medicamentos que preencham uma das seguintes condições: [5]

➢ Conter uma substância classificada como estupefaciente ou psicotrópica;

➢ Numa posologia incorreta poder resultar em toxicodependência, originar riscos importantes de abuso medicamentoso ou ser usado para fins ilegais;

➢ Conter uma substância recente ou com propriedades que, por prevenção, deve ser incluída nas situações previstas na alínea anterior.

iii. Medicamentos de receita médica restrita, de utilização reservada a certos meios

especializados

De acordo com o Decreto‐Lei n.º 176/2006, de 30 de agosto, artigo nº118, estão sujeitos a receita médica restrita medicamentos cuja utilização exige meios especializados por se incluírem numa das seguintes situações: [5]

➢ Pelas suas características farmacológicas, por serem novidade ou por razões de saúde pública, destinam-se exclusivamente a uso hospitalar;

➢ Destinam-se a patologias cujo diagnóstico apenas possa ser estabelecido em meio hospitalar ou noutros estabelecimentos diferenciados com meios de diagnóstico adequados;

➢ Destinam-se a pacientes em tratamento ambulatório, cuja utilização é suscetível de causar efeitos secundários severos, requerendo a prescrição de uma receita médica, por vezes emitida por um especialista, e de uma apropriada farmacovigilância durante o período de tratamento.

Os medicamentos incluídos neste grupo podem ser vendidos nas farmácias de oficina sob a regulamentação do INFARMED, se não forem de uso hospitalar exclusivo.

3.1.2. Medicamentos não sujeitos a receita médica (MNSRM)

De acordo com o Decreto‐Lei n.º 176/2006, de 30 de agosto, artigo nº115, estão incluídos neste grupo, os medicamentos que não preencham qualquer condição prevista no artigo nº114 do mesmo decreto, no entanto, o INFARMED pode autorizar a reclassificação dos medicamentos sujeitos a receita médica em MNSRM de dispensa exclusiva nas farmácias.

Salvo certas exceções previstas na legislação que regula o regime de comparticipação do Estado, estes não são comparticipados. No entanto, nos casos em que são comparticipados, o seu valor de venda ao público é fixo e colocado na cartonagem como nos MSRM. Estes medicamentos, apesar de poderem ser vendidos em locais que não as farmácias, a sua comparticipação apenas pode ser efetuada nas farmácias. O farmacêutico tem, portanto, um papel ativo na dispensa de MNSRM e deve ter sempre o cuidado de informar o utente dos riscos de automedicação irresponsável e do uso abusivo destes medicamentos. Um exemplo muito frequente em que o utente não está informado pode observar-se no caso de medicamentos para

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Relatório de estágio profissionalizante Diana Laranjeira estados gripais como o Cêgripe® ou o Antigrippine Trieffect® que já apresentam na sua constituição paracetamol e o utente ainda combina a toma de um destes medicamentos com um Be-nu-ron® que pode ser vendido em locais como supermercados. A intoxicação com paracetamol é dos problemas mais comuns relativos a estes medicamentos e que podia ser diminuído com o aconselhamento farmacêutico adequado ao utente de forma a adquirir informação relevante para garantir a sua saúde e a dos seus familiares. Um exemplo com que me deparei na farmácia foi de uma utente que não associava que o paracetamol era o princípio ativo presente no Be-nu-ron® pelo que pensava que eram medicamentos distintos e, portanto, tomava uma dosagem excessiva de paracetamol.

A dispensa de MNSRM é muito frequente na FCM, especialmente por aconselhamento farmacêutico sendo que no período em que estagiei os produtos com maior procura foram produtos para regulação intestinal como o Dulcolax® e o Microlax®, produtos para dores musculares como o Voltaren® e Thrombocid® e alguns produtos antidiarreicos como o Imodium rapid® e o UL-250® .Também, nestes meses devido ao clima instável e às mudanças de temperatura dispensei diversos medicamentos para a dor de garganta como o Strepsils® e a Mebocaína®, anti-histamínicos como o Telfast® e sprays para a congestão nasal como o Vibrocil® e o Rhinomer®. Produtos para as picadas de inseto como o Fenistil® e Benergina® foram também comuns.

Os atendimentos com aconselhamento destes produtos foram os mais exigentes uma vez que exigiam a perceção das necessidades do utente através de perguntas relativas a sintomas e medicação ou qualquer situação que constitua uma contraindicação para um determinado MNSRM. As respostas do utente é que me direcionavam para o produto mais adequado e respetiva informação a ser transmitida de forma a garantir a segurança, adesão e eficácia do tratamento.

3.1.3. Medicamentos homeopáticos

Definidos como medicamentos obtidos a partir de substâncias denominadas stocks ou matérias-primas homeopáticas. O seu processo de fabrico deverá estar presente na farmacopeia europeia ou na farmacopeia oficial do Estado membro.

Regulados pelo Decreto-lei nº176/2006, de 30 de agosto, os procedimentos de autorização são dois: registo simplificado, para os medicamentos homeopáticos introduzidos no mercado sem indicações terapêuticas e cuja forma farmacêutica e dosagem não apresentam riscos para o doente; ou regime idêntico ao dos restantes medicamentos de uso humano, quando os medicamentos homeopáticos são comercializados com indicações terapêuticas ou que possam representar um risco para a saúde do paciente. [5] [6]

Durante o meu estágio foi pequeno o contacto com este tipo de medicamentos sendo que estes não apresentam expressão significativa na faturação da farmácia apesar de serem medicamentos que não apresentam contraindicações e que podem ser dispensados a grávidas e crianças. Exemplos de medicamentos homeopáticos são o Oscillococcinum ® usado em

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Relatório de estágio profissionalizante Diana Laranjeira estados gripais, o Stodal® usado no tratamento sintomático da tosse e o Homeovox® usado em casos de cansaço das cordas vocais, perda de voz, rouquidão ou laringites. [7] [8] [9]

3.1.4. Suplementos alimentares

Os suplementos alimentares são fontes concentradas de nutrientes ou outras substâncias com efeito nutricional e/ou fisiológico que pretendem complementar ou suplementar um regime alimentar saudável não devendo ser considerados substitutos de uma dieta variada.

Apesar de apresentarem efeitos benéficos, não são medicamentos e, portanto, na sua rotulagem ou publicidade não podem ser mencionados qualquer tipo de propriedades profiláticas, de tratamento ou até mesmo cura de patologias e sua sintomatologia.

As categorias nas quais os suplementos são organizados nem sempre são claras, podendo existir situações de sobreposição. São de destacar três grandes grupos: vitaminas e minerais, plantas e extratos botânicos e outras substâncias.

Outra categoria engloba os produtos fronteira: compostos que podem estar simultaneamente definidos como medicamentos e suplementos alimentares. Consequentemente, a mesma substância pode ser comercializada segundo diferentes requisitos- legislação alimentar ou legislação de medicamentos.

Alguns exemplos de substâncias consideradas produtos fronteira são: glucosamina/condroitina, melatonina, valeriana, Ginkgo biloba e Serenoa repens. [10]

De forma a familiarizar-me e adquirir conhecimentos que me permitissem aconselhar os utentes, frequentei a formação da marca de suplementos alimentares BioActivo®. (Anexo 7)

3.1.5. Produtos fitoterapêuticos

De acordo com o Decreto-Lei n.º 176/2006, de 30 de agosto, referem-se a qualquer medicamento que tenha, exclusivamente, como substâncias ativas substâncias derivadas de plantas, uma ou mais preparações à base de plantas ou substância(s) derivada(s) de plantas em associação com uma ou mais preparações à base de plantas. [11]

Na FCM existem diversos produtos pertencentes a este grupo, desde chás de emagrecimento e regulação do trânsito intestinal a reguladores de sono como é o caso do Valdispert®. Tratam-se de produtos vistos como seguros pelos utentes por serem constituídos por produtos naturais. No entanto, estão associados a contraindicações e interações com possível medicação que o doente faça pelo que o farmacêutico apresenta um papel ativo no uso seguro destes produtos por parte dos utentes através da avaliação da medicação e da própria patologia do utente em causa.

3.1.6. Produtos cosméticos e dermofarmacêuticos

Legalmente, atribui-se a designação de produto cosmético a qualquer substância ou mistura destinada a aplicar-se nas partes externas do corpo humano (epiderme, sistemas piloso e capilar, unhas, lábios e órgãos genitais externos) ou nos dentes e mucosas bucais, com o objetivo principal de limpar, perfumar, modificar o aspeto, proteger e manter em bom estado ou corrigir eventuais odores corporais. Os produtos ditos cosméticos abrangem uma grande diversidade de produtos, agrupados em várias categorias como produtos de higiene corporal (sabonetes, geles

(19)

Relatório de estágio profissionalizante Diana Laranjeira de banho, champôs, pastas dentífricas, desodorizantes), produtos de beleza, como maquilhagem e vernizes. [12]

Devido a crescente preocupação da população relativamente à saúde e aparência, a cosmética tem sido uma área de crescimento nas farmácias com o consumo destes produtos a aumentar. Assim, de forma a atender às necessidades do utente, cabe ao farmacêutico informar-se e adquirir conhecimentos de forma a saber aconselhar os produtos mais adequados a cada utente. Na FCM há um grande investimento nestes produtos trabalhando com diversas marcas como Vichy®, Bioderma®, Uriage®, La Roche Posay® e mais recentemente, Caudalie®. Estes produtos estão organizados no front-office apresentando várias gamas destinadas a diferentes problemas de pele. Os produtos mais procurados são os de hidratação, antienvelhecimento e produtos para peles acneicas, com rosácea ou com manchas. Também se verifica um aumento da procura por produtos de higiene oral como colutórios e pastas dentífricas e nos meses de verão, devido à grande incidência de infeções urinárias, verifica-se também um aumento do consumo de produtos de higiene íntima. Como expectável, a procura de protetores solares aumenta também nesta altura do ano.

A área da cosmética, apesar da sua expansão nas farmácias, é ainda uma pouco abordada ao longo do curso havendo apenas duas unidades curriculares optativas (Dermofarmácia e Cosmética e Cosmetologia) que efetivamente se focam nesta área. Apesar de ter frequentado a unidade de Dermofarmácia e cosmética, senti bastantes dificuldades, sendo que o apoio da equipa e as formações em que participei (curso geral da marca Bioderma®, formação temática da Bioderma®, formação da Vichy® e formação na própria farmácia da gama da Caudalie®), foram essenciais para adquirir os conhecimentos necessários para me sentir mais confiante e confortável no aconselhamento destes produtos.

3.1.7. Produtos e medicamentos de uso veterinário

De acordo com o Decreto-Lei n.º 314/2009 de 28 de outubro, um medicamento veterinário é qualquer substância ou associação de substâncias que apresente propriedades curativas ou preventivas em patologias animais, que vise estabelecer um diagnóstico médico-veterinário ou que por exercer uma ação farmacológica, imunológica ou metabólica permita restaurar, corrigir ou modificar funções fisiológicas dos animais. [13]

Apesar de não serem medicamentos de grande volume de vendas na FCM, os utentes procuravam na farmácia aconselhamento nomeadamente relativo a desparasitantes internos e externos no qual tive a facilidade de sempre ter tido animais pelo que já conhecia a maioria dos produtos. No entanto, trata-se de um tema não abordado durante os 5 anos de curso e que deveria ser incluído.

3.1.8. Produtos de puericultura e Nutrição Infantil

De acordo com o Decreto-lei n.º 10/2007 de 18 de janeiro, artigo nº2, considera-se um produto de puericultura “qualquer produto destinado a facilitar o sono, o relaxamento, a higiene, a alimentação e a sucção das crianças”. [14] Exemplos destes produtos são os cremes hidratantes

(20)

Relatório de estágio profissionalizante Diana Laranjeira e de lavagem, creme de muda das fraldas, champôs, chupetas e biberões, fraldas, entre outros produtos.

Relativamente a nutrição infantil, a FCM possuí diversos tipos de leites e papas adaptados às diferentes idades e necessidades infantis.

3.1.9. Dispositivos médicos

Os dispositivos médicos apresentam objetivos comuns aos dos medicamentos tais como prevenir, diagnosticar ou tratar uma doença. Porém, os mecanismos pelos quais atingem estes objetivos não se relacionam com ações farmacológicas, metabólicas ou imunológicas, diferindo assim dos medicamentos. Qualquer instrumento, aparelho, equipamento, software, material ou artigo utilizado isoladamente ou combinado com os objetivos referidos anteriormente pode constituir um dispositivo médico. [15]

Na FCM os produtos deste grupo a destacar pela sua maior procura são os testes de gravidez, produtos protocolo diabetes como tiras de glicémia e lancetas, preservativos, meias de compressão e pensos.

4. Encomendas e aprovisionamento

4.1.

Gestão e aquisição de medicamentos e outros produtos de saúde

No dia-a-dia de uma farmácia torna-se necessário restituir o stock de determinados produtos consoante as necessidades da farmácia, o seu poder económico, o histórico de vendas e a sazonalidade dos produtos. A aquisição de medicamentos e outros produtos de saúde (MPS) é conseguida através de intermediários (distribuidores grossistas) ou diretamente pelo laboratório consoante as condições comerciais estabelecidas.

Na FCM as encomendas feitas diretamente ao laboratório são pontuais e destinam-se à aquisição de grandes quantidades de produtos que, apesar de apresentarem um tempo de espera maior, apresentam condições comerciais geralmente mais vantajosas estabelecidas com o delegado de informação médica. Para elaborar estas encomendas é necessário um profundo conhecimento acerca do próprio produto e do mercado. Assim, no dia-a-dia as encomendas são essencialmente feitas via distribuidores grossistas como é o caso da Alliance Healthcare, Cooprofar e OCP Portugal e podem ser de três categorias: encomendas diárias, instantâneas e manuais podendo ser feitas através do Sifarma 2000®, gadget dos fornecedores ou via telefone.

I. Encomendas Diárias

São pré-estabelecidas pelo programa Sifarma 2000® de acordo com os stocks mínimos e máximos estabelecidos pelo responsável de compras que analisa o histórico de vendas na ficha do produto de forma a compreender as necessidades da farmácia. De acordo com os movimentos de stock, quando o produto atinge o seu stock mínimo é automaticamente incluído na encomenda estabelecida pelo sistema informático, no entanto, a pessoa responsável por analisar a encomenda pode acrescentar, retirar produtos ou transferir para outro fornecedor. Na FCM todos os membros da equipa realizam estas encomendas de acordo com os seus horários

(21)

Relatório de estágio profissionalizante Diana Laranjeira uma vez que estas encomendas se efetuam duas vezes por dia: até às 13:25 ou até às 19:00. No final, a encomenda é enviada automaticamente para o fornecedor.

II. Encomendas instantâneas

Nas farmácias torna-se cada vez mais necessário existir uma gestão racional dos stocks pelo que nem todos os produtos procurados pelos utentes estão, no momento do atendimento, presentes na farmácia, por serem produtos pouco procurados ou por serem produtos de elevada rotação e, portanto, já não estarem disponíveis na farmácia as unidades todas que o utente pretende. Assim, as encomendas instantâneas destinam-se a produtos pontuais e são realizadas durante o atendimento via Sifarma 2000®, telefone ou pela plataforma online do fornecedor indicando a data e hora previstas de entrega do produto. Existe um tipo de encomenda instantânea especial, destinada a produtos esgotados ou rateados- encomenda via verde. Esta é realizada através do Sifarma 2000® e solicita o número da receita que contém o produto em falta, podendo-se em seguida escolher o fornecedor e a quantidade necessária.

III. Encomendas manuais

São realizadas via telefónica aos distribuidores. Por serem encomendas que não são realizadas através do sistema informático, é necessário criá-las no Sifarma 2000® para posteriormente, poderem ser rececionadas dando entrada no sistema informático dos produtos encomendados (SI). Estas encomendas destinam-se, geralmente, a produtos esgotados ou rateados.

Durante o meu estágio tive a possibilidade de realizar várias encomendas instantâneas e manuais, não tendo, no entanto, realizado encomendas diárias, tendo-me sido explicado o seu mecanismo.

4.1.1. Gestão de stocks

Como referi anteriormente, uma gestão racional do stock da farmácia é essencial para evitar prejuízos desnecessários para a farmácia tendo, no entanto, em atenção as necessidades dos utentes e o perfil de vendas de determinados produtos. Esta gestão dá-se através do controlo dos stocks mínimos e máximos por forma a otimizar os lucros da farmácia e evitar eventuais problemas como falha dos fornecedores ou uma inesperada procura de um produto O objetivo desta gestão é assim, suprir as necessidades imediatas dos utentes e evitar gastos excessivos na aquisição de MPS pela farmácia.

A gestão de stocks é feita através do SI uma vez que permite alterar o stock mínimo e máximo dos produtos após avaliação da rotatividade de um determinado produto e outros parâmetros como o perfil de utentes, a época sazonal e as condições dos diversos fornecedores de forma a selecionar o mais vantajoso para a farmácia.

Apesar de existir esta gestão informática é necessária uma verificação manual pelo menos uma vez por ano.

4.1.2. Controlo de prazos de validade

Legalmente, uma farmácia não pode dispensar qualquer tipo de produto cujo o prazo de validade (PV) tenha já sido ultrapassado devendo ainda garantir as condições apropriadas de conservação dos mesmos. [2]

(22)

Relatório de estágio profissionalizante Diana Laranjeira Os PV são controlados em duas ocasiões: aquando a receção da encomenda e pela emissão de uma listagem de PV obtida através do SI.

Na receção da encomenda é observado o PV presente na cartonagem do produto e comparado com o presente na ficha do produto sendo atualizado quando o PV do produto rececionado for inferior aos dos que se encontram no stock ou quando não existir mais nenhum produto em stock. O segundo momento de controlo ocorre mensalmente através das listagens de PV geradas pelo SI onde constam os produtos cujo PV irá expirar num período definido sendo que nos medicamentos e produtos de saúde este período deve ser de 90 dias. [16] Estes produtos são colocados de parte para posterior devolução ao fornecedor com a respetiva nota de devolução e justificação. Neste controlo mensal é também controlado o PV presente na ficha de produto e na cartonagem de forma a atualizar a informação caso não estejam em concordância.

4.1.3. Gestão de devoluções

Em determinadas situações torna-se necessário devolver MPS aos fornecedores nomeadamente, quando existem erros na encomenda e produtos que não foram encomendados ou que não correspondem ao pedido estão presentes, os prazos de validade dos produtos são curtos ou quando o produto se encontra danificado. Pode ainda ser necessário recorrer a uma devolução quando esta é exigida em circulares emitidos pelo INFARMED.

O procedimento de devolução é efetuado através do Sifarma 2000® pela criação de uma nota de devolução onde consta o motivo de devolução, o fornecedor e os produtos a devolver bem como o número da fatura de origem do produto em questão. São emitidas as notas de devolução em triplicado sendo que a original e o duplicado são enviadas com o produto para o respetivo fornecedor e o triplicado é arquivado na farmácia. (Anexo 8) A devolução pode ser aceite ou não dependendo do motivo desta e se foi realizada de acordo com as normas e períodos de tempo definidos por cada fornecedor. No caso de ser aceite, a devolução pode ser efetuada através da emissão de uma nota de crédito ou troca direta de produto. Caso não seja aceite, o produto é devolvido à farmácia e como não está em condições de ser vendido, deve ser dada quebra do mesmo com consequente prejuízo para a farmácia. Em ambos os casos, deve ser regularizada no SI.

Durante o estágio aprendi a efetuar devoluções bem como a regularizá-las.

4.2.

Receção e verificação das encomendas

As encomendas chegam à farmácia em contentores de plástico às quais chamávamos “banheiras” contendo no interior para além dos produtos, os duplicados das faturas ou guias de remessa que contêm uma listagem dos produtos da encomenda, acompanhados do respetivo código Nacional do produto (CNP), quantidades requisitadas e aviadas, o valor do imposto de valor acrescentado (IVA),o preço de venda à farmácia (PVF) e o preço de venda ao público (PVP). As faturas bem como as guias de remessas são no final, arquivadas nas pastas reservadas a esses documentos. Os produtos que necessitam de conservação a temperaturas inferiores à temperatura ambiente encontravam-se em contentores especiais equipadas com

(23)

Relatório de estágio profissionalizante Diana Laranjeira cuvetes de gelo e tapadas com esferovite de forma a garantir as condições de conservação adequadas. (Anexo 9) Estes produtos devem ser os primeiros a ser verificados.

O processo de receção e verificação de uma encomenda, através do Sifarma 2000®, consiste na introdução do CNP de cada produto através de um leitor ótico ou manualmente, na confirmação do número embalagens de cada produto, verificação da integridade de cada produto bem como o seu PVF, PVP e PV, sendo que é o PV mais curto que deve constar na ficha do produto. Quando um novo produto é rececionado é necessário criar uma ficha do produto no Sifarma onde deve ser introduzido o PV, o PVF, o PVP e a respetiva margem de lucro.

No caso dos produtos que não possuam preço impresso na cartonagem (PIC), o PVP é definido pela farmácia tendo em conta o PVF e a margem de lucro pretendida, ajustando-se os valores conforme necessário.

No final da leitura de todos os produtos segue-se a retificação dos PVF que se encontravam diferentes dos presentes na guia de remessa, deve-se confirmar se o número de unidades existentes na fatura coincide com o número de unidades rececionadas. Adicionalmente, o valor da fatura deve ser igual ao obtido no Sifarma.

Após receção da encomenda, o sistema emite no ecrã do computador a lista para verificação dos produtos encomendados que estão reservados para determinados utentes de forma a serem colocados nas prateleiras destinadas a reservas. Estes produtos são encomendados via encomendas instantâneas no momento do atendimento.

A receção e verificação de encomendas foi das primeiras atividades que me foram atribuídas o que me permitiu um primeiro contacto com os produtos farmacêuticos que posteriormente me foi útil no atendimento pois ao longo da receção dos produtos tive a oportunidade de conhecer os medicamentos e produtos em relação às suas indicações terapêuticas e outras informações cientificas. Também me permitiu familiarizar com os nomes dos produtos e com o aspeto das caixas, algo importante no atendimento visto que muitas vezes os utentes não sabiam exatamente o nome do medicamento ou então apenas descreviam as embalagens.

4.3.

Armazenamento

Após o processo de receção e verificação das encomendas, segue-se o armazenamento destes produtos. Estes são agrupados e organizados em categorias e por ordem alfabética, como referi anteriormente, na zona de armazenamento e no armazém de excedentes. A arrumação dos MPS segue a metodologia First Expire First Out (FEFO) de forma a que os produtos com menor PV sejam os primeiros a ser dispensados. Muitos produtos cosméticos não apresentam PV, no entanto o método pelo qual são arrumados segue a metodologia First In First Out (FIFO) de forma a que os produtos que se encontram há mais tempo na farmácia sejam os primeiros a serem dispensados.

Com exceção dos produtos do frio, os MPS são arrumados em locais cuja temperatura seja inferior a 25° e humidade inferior a 60%. [2] Estes locais são controlados por dispositivos que permitem a monitorização e registo destes parâmetros. Estes dispositivos devem ser

(24)

Relatório de estágio profissionalizante Diana Laranjeira regularmente avaliados e calibrados para garantir que as condições de armazenamento dos MPS são as adequadas.

A receção e armazenamento das encomendas foram as primeiras tarefas que desempenhei na farmácia e que se mantiveram durante os meses do estágio.

5. Dispensa de medicamentos

5.1.

Sistemas de comparticipação

A comparticipação dos medicamentos é feita segundo 2 regimes: regime geral e regime excecional que se aplica a determinadas patologias ou grupos de doentes.

A comparticipação pelo regime geral é estabelecida de acordo com 4 escalões, sendo que o escalão A corresponde a uma maior comparticipação (90%) e o escalão D a uma menor percentagem de comparticipação (15%). [17]

Relativamente ao regime excecional de comparticipação, são previstos dois tipos de comparticipação: em função do beneficiário ou em função das patologias ou de grupos especiais de utentes. A primeira depende dos rendimentos em que o estipulado é que “a comparticipação do Estado no preço dos medicamentos integrados no escalão A é acrescida de 5% e nos escalões B, C, e D é acrescida de 15% para os pensionistas, cujo rendimento total anual não exceda 14 vezes a retribuição mínima mensal garantida em vigor no ano civil transato ou 14 vezes o valor do indexante dos apoios sociais em vigor, quando este ultrapassar aquele montante”. [18]

Relativamente ao segundo caso, as patologias e os grupos especiais de utentes são estipulados por despacho do Governo e incluem patologias como psoríase, artrite reumatoide e doença inflamatória intestinal. [18] [19]

Os utentes podem ainda beneficiar de um subsistema de saúde que consiste noutras entidades que conferem uma comparticipação complementar como é o caso das seguradoras.

Quando se cria a ficha do utente na farmácia podem-se registar estes planos de comparticipação adicionais através da leitura do código ótico do cartão relativo ao subsistema, ficando automaticamente associados ao utente.

Durante o estágio, tive a oportunidade de contactar com estas situações de complementaridade, nomeadamente no caso dos funcionários da EDP que possuíam o Sãvida.

5.2.

Tipos de receitas, conferência e verificação do receituário

A prescrição de medicamentos é realizada pela denominação comum internacional (DCI), de forma a uniformizar e centrar a prescrição médica na escolha farmacológica. A DCI é seguida pela forma farmacêutica, dosagem, tamanho de embalagem e posologia.

A legislação que regula a prescrição foi modificada com o objetivo de promover a desmaterialização de todo o circuito do medicamento, desde a prescrição, passando pela dispensa e a própria verificação do receituário. Com esta desmaterialização o prescritor tem acesso a material de suporte à decisão clínica, são minimizados os erros de dispensação e agilizam-se os processos de prescrição e de conferência de receituário.

(25)

Relatório de estágio profissionalizante Diana Laranjeira Até ser conseguida a total desmaterialização do processo, coexistem dois formatos de prescrição eletrónica: prescrição eletrónica desmaterializada ou sem papel cujos códigos da receita são enviados via SMS ou email ao doente e prescrição eletrónica materializada em que a prescrição é impressa. [20]

Na prescrição desmaterializada, cada linha de prescrição corresponde a um medicamento tendo um limite de 2 embalagens para um tratamento de curta ou média duração, e validade de 60 dias a partir da data de emissão ou de 6 embalagens em tratamentos mais prolongados tendo a validade de 6 meses a partir da data de emissão. Em determinadas situações a prescrição poderá ter a validade de 12 meses nomeadamente devido à posologia, em situações de ausência prolongada do país e no caso de doença crónica estabilizada.

A receita materializada tem a validade de 30 dias podendo ser renovável até uma validade de 6 meses. São prescritos até 4 medicamentos diversos até um total de 4 embalagens por receita, podendo apenas ser prescritas 2 embalagens por medicamento exceto quando se tratam de embalagens unidose em que podem ser prescritas até 4 embalagens.

A receita médica manual é cada vez menos frequente na farmácia sendo que é apenas permitida em situações excecionais: em caso de falência informática; inadaptação do prescritor, tendo sido previamente confirmada e validada pela respetiva Ordem Profissional; prescrição no domicílio ou quando o médico prescreve até 40 receitas por mês. O médico prescritor deve assinalar com uma cruz qual a exceção que justifica o uso da receita em questão. [20]

Esta receita tem uma validade de 30 dias a partir da data da prescrição e em cada receita podem ser prescritos até 4 medicamentos diferentes com o limite de 2 embalagens de cada medicamento, não ultrapassando um total de 4 embalagens por receita.

Para a receita ser válida deve conter: identificação do local de prescrição ou respetiva vinheta; vinheta identificativa do prescritor; especialidade médica; identificação da exceção para a utilização da receita manual; nome e número nacional do utente e, quando necessário, o número de beneficiário; entidade financeira responsável; se aplicável, o regime especial de comparticipação bem como o despacho que estabelece este regime; identificação do medicamento; justificação técnica quando aplicável; data da prescrição e assinatura do prescritor. [20]

No final de cada mês é necessário proceder ao fecho do receituário pelo que as receitas (exceto as eletrónicas desmaterializadas) são organizadas em lotes de 30 consoante o organismo de faturação. A cada lote é anexado um documento de identificação acerca do lote em questão. Por fim, é emitido um resumo de todos os lotes assim como a fatura correspondente a cada organismo de comparticipação. Estes documentos são emitidos em triplicado sendo que os triplicados ficam arquivados na farmácia e os restantes são enviados para o centro nacional de faturas (se forem receitas do SNS) juntamente com as respetivas receitas, até ao dia 5 do mês seguinte ou para a ANF (nos organismos para além do SNS) até ao dia 10. No caso de erros nas prescrições, estas são devolvidas à farmácia para uma potencial correção podendo ser reenviada no receituário do mês seguinte.

(26)

Relatório de estágio profissionalizante Diana Laranjeira Durante o estágio tive a oportunidade de estar em contacto com todo o tipo de receitas sendo que as que mais exigiam atenção foram as manuais e as eletrónicas materializadas de forma a garantir que a receita estaria válida. Todos os meses organizava também as receitas de acordo com o lote, organismo de comparticipação e numeração atribuída pelo SI.

5.3.

Medicamentos psicotrópicos e estupefacientes

Medicamentos cuja composição inclui substâncias ativas classificadas como estupefacientes ou psicotrópicas, descritas no Lei nº 15/93, de 22 de janeiro, e no artigo 86º do Decreto-Regulamentar nº61/94, de 12 de outubro, devem respeitar as mesmas regras que os restantes medicamentos. Dependendo da receita existem diferentes exigências: na prescrição eletrónica materializada ou manual, medicamentos deste grupo têm de ser prescritos isoladamente. Deve ser indicada a sigla RE na receita eletrónica materializada ou LE na linha de prescrição referente ao medicamento psicotrópico se for o caso de uma receita eletrónica desmaterializada. [20] Os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS) permitem o acesso aos dados relativos a prescrições e dispensa de medicamentos deste grupo por uma receita eletrónica, ao INFARMED. As farmácias devem ainda enviar ao INFARMED, até ao dia 8 do mês seguinte, uma fotocópia de cada receita manual que contenha um medicamento deste grupo.

Por fim, devem arquivar em papel ou suporte informático, por um período de 3 anos, uma cópia das receitas manuais ou materializadas que incluam medicamentos estupefacientes ou psicotrópicos. [21]

5.4.

Aconselhamento e dispensa de medicamentos

A dispensa de medicamentos é uma das funções que caracterizam a profissão farmacêutica na farmácia de oficina. O farmacêutico enquanto profissional de saúde próximo da população assume um papel de relevo no apelo pelo uso correto e responsável dos medicamentos. Aliada a cada dispensação o farmacêutico tem a responsabilidade de informar o utente acerca da posologia tendo em atenção a informação dada pelo médico no caso de prescrição médica, acerca da duração do tratamento e de referir os efeitos secundários mais comuns. Em situações de possíveis interações medicamentosas o farmacêutico deve informar o utente e tentar perceber se o médico tem conhecimento, caso não tenha, o médico deve ser contactado de forma a garantir a segurança do utente.

6. Outros cuidados de saúde prestados na FCM

6.1.

Medicação de parâmetros físicos e bioquímicos

6.1.1. Peso. Altura, IMC

A medição do peso e altura é conseguida através da balança digital presente no front-office da farmácia. O cálculo do índice de massa corporal (IMC) é feito de forma automática pela mesma balança.

Desde o início do estágio que auxiliei os utentes no uso da balança e na interpretação dos valores de IMC em que valores de IMC≤18,5 são associados a baixo peso; entre 18,5 e 24,9 associados a um peso normal; de 25-29,9 associados a excesso de peso; entre 30-34,9 associados a

(27)

Relatório de estágio profissionalizante Diana Laranjeira obesidade tipo 1; entre 35-39,9 associados a obesidade grau 2 e valores superiores a 40 a obesidade grau 3. [22]

6.1.2. Pressão arterial

A Pressão Arterial (PA) reflete a força com que o sangue circula no interior das artérias e tem em conta duas medidas: a pressão arterial sistólica e a pressão arterial diastólica. [23]

A medição da pressão arterial pode ser feita num tensiómetro eletrónico acoplado à balança ou com recurso a um esfigmomanómetro de braço. Para uma medição correta o utente deve estar sentado de forma confortável, sem ter tomado café ou qualquer outro estimulante pelo menos 30 minutos antes da medição. O braço deve estar estendido à altura do peito e com a palma da mão virada para cima.

Geralmente, eram utentes frequentes da farmácia que procuravam monitorizar os seus valores de pressão arterial sendo que grande parte já estava sob medicação anti-hipertensiva. O farmacêutico desempenha um papel importante na determinação e interpretação dos valores obtidos sendo que foi das primeiras tarefas que desempenhei no estágio e que se prolongou até aos últimos dias. O diagnóstico de hipertensão arterial (HTA) é estabelecido quando se verifica em várias medições realizadas em diferentes ocasiões um aumento persistente da PA, com valores de pressão arterial sistólica (PAS) iguais ou superiores a 140 mmHg e/ou de pressão arterial diastólica (PAD) iguais ou superiores a 90 mmHg em indivíduos saudáveis e 130/80 mmHg em pacientes diabéticos. [24]

6.1.3. Glicemia e colesterol total

Tratam-se de medições que se realizam de forma rápida e indolor para o utente através de uma punção capilar. Os valores de referência da glicémia para um individuo adulto saudável estão compreendidos entre os 70 e 110 mg/dL em jejum, valores pós-prandiais ≤200 mg/dL e valores de glicemia ocasional inferiores a 140 mg/dL. [25]

A medição do colesterol deve ser realizada em jejum sendo recomendado num individuo saudável, valores inferiores a 190 mg/dL e em indivíduos diabéticos valores inferiores a 175 mg/dL [26]

6.2.

Administração de injetáveis

A autorização legal para a administração de vacinas e injetáveis nas farmácias é já reconhecida como uma mais-valia pelo seu contributo na cobertura vacinal da população. Este serviço apenas poderá ser efetuado por um farmacêutico habilitado com uma formação complementar reconhecida pela ordem dos farmacêuticos que visa a aquisição de competências essenciais para a administração de medicamentos por via subcutânea e intramuscular, como são exemplo a maioria das vacinas. [27]

(28)

Relatório de estágio profissionalizante Diana Laranjeira

6.3.

Valormed

A Valormed é uma sociedade sem fins lucrativos, criada em 1999, que gere resíduos de embalagens vazias e medicamentos fora de prazo e sem uso. Surgiu pela consciencialização do medicamento enquanto resíduo. [28]

A FCM dispõe deste serviço tendo um contentor que se destina a restos de medicamentos, materiais de acondicionamento dos mesmos e acessórios que facilitam a sua administração como colheres, conta-gotas, entre outros.

Quando os contentores estão completos são entregues às empresas de distribuição sendo que tem de ser registada a saída de cada contentor, através do sistema informático, processo que tive a oportunidade de fazer durante o estágio.

PARTE II

Projeto 1: Medicamentos genéricos

1.1.

Enquadramento geral

Como referi anteriormente no relatório, a maior parte dos utentes tratam-se de funcionários que trabalham nos diversos estabelecimentos comerciais, empresas e entidades públicas que rodeiam a farmácia pelo que pude contactar com pessoas de todas as gerações. O motivo que me levou à elaboração deste projeto foi a relutância com que os utentes aceitavam os medicamentos do laboratório genérico, sendo que, em algumas situações, preferiam colocar a própria saúde em risco, muitas vezes devido à falta de informação dos próprios que pude constatar por perguntas que me faziam no atendimento. O exemplo mais significativo foi quando a Aspirina GR® 100mg se encontrou esgotada cerca de um mês e meio e todos os dias pessoas de todos os cantos do Porto perguntavam se teríamos alguma em stock. Face a esta procura sugeríamos os medicamentos genéricos, mas na maior parte faz vezes, sem sucesso.

1.2.

Medicamento genérico

Medicamento genérico é o nome que se dá a um medicamento com a mesma substância ativa, forma farmacêutica, dosagem e indicação terapêutica que o medicamento que serviu de referência, medicamento “original”.

Todos os medicamentos, genéricos e de marca, têm de ser autorizados pela Agência Europeia do Medicamento (EMA) ou pelas autoridades nacionais de saúde como o INFARMED antes de poderem ser comercializados. De acordo com o Decreto-Lei n.º 176/2006, de 30 de agosto, os medicamentos genéricos estão sob mesmas exigências legais dos outros medicamentos, estando dispensada a apresentação de ensaios pré-clínicos e clínicos desde que demonstrada a bioequivalência com o objetivo de garantir que o medicamento em questão tem as mesmas propriedades farmacocinéticas e farmacodinâmicas do medicamento que lhe serviu de referência. Assim, os genéricos estão sujeitos às mesmas normas de qualidade rigorosas que os medicamentos de “marca” sendo espectável a mesma eficácia e segurança do medicamento de referência.

(29)

Relatório de estágio profissionalizante Diana Laranjeira Por se tratarem de medicamentos cujas substâncias ativas se encontram no mercado há vários anos permitem um melhor conhecimento do respetivo perfil de segurança sendo dispensados de anos de investigação e da apresentação de relatórios dos peritos sobre os ensaios farmacológicos, toxicológicos, clínicos e pré-clínicos o que se reflete num custo inferior ao medicamento de referência, sendo portanto, uma vantagem económica para os utentes tornando a medicação acessível a um maior número de doentes. [29] [30]

1.3.

Projeto

1.3.1. Questionário

De forma a perceber os principais motivos pelos quais os utentes apresentavam relutância relativamente aos medicamentos genéricos, elaborei um questionário (Anexo 10) que tem em conta se o utente faz alguma medicação regularmente, se, tendo a possibilidade, escolhe um medicamento de laboratório genérico e se não, qual o motivo que pesa na sua decisão.

No total, responderam ao questionário 30 pessoas, de todas as idades e na sua maioria utentes habituais na farmácia. Pela análise das respostas obtive os seguintes dados:

Figura 1: Dados obtidos pela análise dos questionários.

A maior parte dos utentes que responderam ao questionário faziam medicação regularmente, sendo que apenas 5 responderam que não faziam, no entanto, quando havia possibilidade optavam pelo medicamento genérico.

Dos restantes 25: 17 optam pelo medicamento genérico e os restantes 8 não, sendo o motivo mais selecionado a insegurança na eficácia/ segurança deste tipo de medicamentos (5 utentes)

Sim 83% Não 17% MEDICAÇÃO REGULARMENTE sim 68% Não 32% MEDICAMENTO GENÉRICO Indicação do médico 25% Aconselhamento farmacêutico 0% Insegurança na eficácia/segurança 62% Diferenca de preço não significativa 0% Outro motivo 0% Indicação do médico + insegurança 13%

Motivo

Referências

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