• Nenhum resultado encontrado

Revascularização coronária em doentes diabéticos com doença coronária multivaso

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Revascularização coronária em doentes diabéticos com doença coronária multivaso"

Copied!
210
0
0

Texto

(1)

I

Revascularização coronária em doentes

diabéticos com doença coronária

multivaso

Artigo de Revisão Bibliográfica

Ana Lúcia Samico Gonçalves

2013/2014

Orientador: Paulo Alexandre Neto Palma

Coorientadora: Patrícia Fernandes Dias Madureira Rodrigues

(2)

II

Ana Lúcia Samico Gonçalves

REVASCULARIZAÇÃO CORONÁRIA EM DOENTES DIABÉTICOS

COM DOENÇA CORONÁRIA MULTIVASO

Artigo de Revisão do Mestrado Integrado em Medicina submetido no Instituto de

Ciências Biomédicas Abel Salazar.

Ano letivo 2013/2014

Orientador: Paulo Alexandre Neto Palma

Categoria: Assistente Graduado de Cardiologia do HSA-CHP

Coorientadora: Patrícia Rodrigues

Categoria: Interna do 5º ano do Internato Complementar de Cardiologia do

HSA-CHP

Afiliação: Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, Rua de Jorge Viterbo

Ferreira nº228, 4050-313 Porto.

(3)

III

Correspondência:

Rua D. António Ferreira Gomes, nº167, hab.23.

4400-112 V. N. Gaia

ana_lusamico@hotmail.com

Telemóvel: 913628012

(4)

IV ÍNDICE

1. Resumo ... 1

2. Introdução ... 3

2.1 A Doença Coronária Estável ... 3

2.2. A Doença Coronária Estável nos doentes diabéticos ... 7

3. Objetivo ... 8

4. Metodologia ... 8

5. Resultados ... 10

6. Discussão e Conclusão... 26

(5)

V Índice de figuras

Figura nº 1 – Prevalência da DAC por idade e sexo nos EUA………..3

Figura nº 2 – Randomização do estudo BARI 2D………..11

Figura nº 3 – Risco de eventos cardiovasculares no BARI2D de acordo com o score de risco de Framingham e angiográfico………13

Figura nº 4 – Odds Ratio ajustado para seleção de CABG vs ICP………..………14

Figura nº 5 – Randomização e follow-up do estudo CARDia………18

Figura nº 6 – Comparação de estudos contemporâneos………...31

Índice de tabelas Tabela I – Classificação da gravidade da angina de acordo com a Canadian Cardiovascular Society………...4

Tabela II – Lista de artigos descritos na presente revisão bibliográfica………….………...9

Tabela III – Caraterísticas dos doentes incluídos no estudo BARI 2………...12

Tabela IV – Caraterísticas angiográficas associadas com a seleção de CABG ou ICP no estudo BARI2D……….17

Tabela V – Caraterísticas da amostra do estudo VA CARDS………...21 e 22 Tabela VI – Caraterísticas da amostra do estudo FREEDOM……….….24

(6)

VI Lista de Abreviaturas

AE – Angina estável AI – Angina instável

AVC – Acidente vascular cerebral BMS – Stents metálicos

CABG - Coronary Artery Bypass Grafting CCS – Canadian Cardiovascular Society CV – Cardiovascular

DAC – Doença arterial coronária DA – Artéria descendente anterior DCE – Doença coronária estável DCV – Doença cardiovascular DES – Stents farmacológicos DM – Diabetes Mellitus

EAM – Enfarte agudo do miocárdio

FEVE – Fração de ejeção do ventrículo esquerdo HbA1c – Hemoglobina A1c

ICP - Intervenção Coronária Percutânea LDL – Colesterol de baixa densidade PA – Pressão arterial

(7)

1

aumento de 4-6 vezes do risco de eventos cardiovasculares, que representam a principal causa de morbilidade e mortalidade nestes doentes.

Em diabéticos com doença coronária estável multivaso, a melhor opção terapêutica é ainda uma decisão muito discutida e complexa.

Foi objetivo deste trabalho efetuar uma revisão bibliográfica e encontrar a evidência sobre a melhor estratégia de revascularização nestes doentes. Para isso, realizou-se uma pesquisa bibliográfica na base de dados PubMed.

Não foram realizados até ao momento ensaios clínicos randomizados com este objetivo específico, que incluíssem apenas doentes diabéticos com doença coronária estável multivaso; no entanto, a maioria dos estudos indica que a revascularização cirúrgica se associa a um melhor prognóstico.

As características anatómicas e funcionais das lesões em cada uma das artérias coronárias, as co-morbilidades do doente e a sua preferência são outros fatores a ter em consideração, pelo que a decisão clínica quanto à melhor estratégia de tratamento tem de ser sempre individualizada.

Palavras-chave: Doença coronária estável; diabetes mellitus; revascularização; doença

multivaso.

Abstract

The Diabetes Mellitus has become a worldwide pandemic and is associated with an increase of 4-6 times the risk of cardiovascular events, which are the major cause of morbidity and mortality in these patients.

In diabetic patients with multivessel stable coronary artery disease, the best therapeutic option is still a complex and controversial decision.

(8)

2

This study aimed to perform a literature review and find evidence about the best revascularization strategy in these patients. For this, we performed a literature search using the PubMed database.

To this date, there have not been conducted randomized clinical trials with this specific goal, which included only diabetic patients with multivessel stable coronary artery disease; however, most studies indicate that surgical revascularization is associated with a better prognosis.

The anatomical and functional characteristics of the lesions in each of the coronary arteries, associated co-morbidities and patient preference are other factors to consider, so the clinical decision about the best treatment strategy must always be individualized.

Key words: Stable coronary artery disease; diabetes mellitus; revascularization; multivessel

(9)

3 2. Introdução

2.1 A Doença Coronária Estável

A Doença Arterial Coronária é a patologia que causa maior morbimortalidade e que acarreta maiores custos nos países desenvolvidos.(Figura 1)1

A principal causa é a doença aterosclerótica, cuja localização principal nas artérias coronárias epicárdicas origina reduções segmentares da área transversal dos vasos, com predileção pelos locais de maior turbulência de fluxo, e é responsável pelo aporte inadequado de sangue e oxigénio ao miocárdio. Quando as necessidades de sangue aumentam, uma estenose de 50% limita a capacidade de aumentar o fluxo, e uma estenose de 80% compromete o fluxo mesmo em repouso.1

Figura nº 1 – Prevalência da DAC por idade e sexo nos EUA. 2

Os doentes com DAC podem ser assintomáticos ou apresentar quadros clínicos estáveis, com angina - Angina Estável, ou quadros clínicos agudos - Síndromes Coronários Agudos. A AE ocorre geralmente quando uma ou mais placas ateroscleróticas obstrutivas causam isquemia miocárdica transitória, mas estável, com sintomas que são despertados pelo esforço. Os SCA abrangem doentes com Angina Instável ou com Enfarte Agudo do Miocárdio -

(10)

4

com ou sem supradesnivelamento de ST -, caracterizando-se pela instabilidade de placa e, no caso do enfarte, pela necrose miocárdica.1

A gravidade da angina pode ser resumida pela classificação funcional da Canadian

Cardiovascular Society.(Tabela I)3

Tabela I – Classificação da gravidade da angina de acordo com a CCS.3

Em muitos doentes, as manifestações precoces de aterosclerose são a disfunção endotelial e a doença microvascular, que se associam a um aumento do risco de complicações da DAC.4-6

Uma anamnese pormenorizada é o pilar central no diagnóstico da AE. Na maioria dos casos é possível fazer um diagnóstico provável baseado apenas na história clínica, embora o exame físico e os exames auxiliares de diagnóstico sejam necessários para confirmar a doença, excluir outros diagnósticos ou fatores precipitantes, auxiliar na estratificação do risco e para avaliar a eficácia do tratamento.3

Antes de qualquer exame auxiliar de diagnóstico ser considerado deve-se avaliar o estado geral de saúde, co-morbilidades e a qualidade de vida do doente. Se a avaliação sugere que a revascularização não é uma opção recomendada, pelo menos como primeira linha, podem ser executados outros exames, de acordo com a clínica do doente, para confirmar o diagnóstico e/ou auxiliar na estratificação de risco, e deve ser instituída terapêutica apropriada,

(11)

5

com anti-anginosos, mesmo que o diagnóstico de Doença Coronária Estável não tenha sido totalmente estabelecido.3

A abordagem dos doentes com suspeita de DCE deve iniciar-se por uma avaliação da probabilidade pré-teste, que se baseia em características clínicas, sendo os seus principais determinantes a idade, o género e a natureza dos sintomas. Nos doentes com uma probabilidade intermédia de terem DCE devem realizar-se testes não invasivos para confirmar o diagnóstico de DCE. Se os testes não invasivos forem anormais, deve instituir-se terapêutica médica otimizada e fazer uma estratificação de risco de eventos subsequentes, para selecionar os doentes que podem beneficiar de investigação invasiva e revascularização. Esta escolha depende da gravidade dos sintomas, do risco do doente para eventos cardíacos adversos e da sua preferência.3

A estratificação de risco na DCE é essencial. Nos grupos de alto risco e, portanto, mau prognóstico, há benefício com a revascularização e/ou terapêutica farmacológica intensiva, pois nos doentes que realizam revascularização, o risco de trombose ou reestenose é compensado pela diminuição significativa do risco de eventos isquémicos. Nos grupos de baixo risco e com bom prognóstico, o benefício de revascularização é limitado ou inexistente, visto o risco de trombose e reestenose, bem como o risco de morte subsequente, EAM, ou repetição de revascularização, exceder o baixo risco associado a uma estenose hemodinamicamente não significativa.3,7

Os doentes com uma taxa de mortalidade anual de 3% são definidos como doentes de alto risco, de 1-3% por ano como de risco intermédio e menos de 1% por ano como de baixo risco.3

A estratificação de risco geralmente segue uma estrutura piramidal, com todos os doentes a serem avaliados clinicamente, procedendo à avaliação da função ventricular esquerda por ecocardiograma em repouso e, na maioria, para avaliação não invasiva da isquemia / anatomia coronária. 3

Quando se propõe a revascularização, esta pode ser cirúrgica - CABG (Coronary Artery Bypass Grafting) ou percutânea - com ICP (Intervenção Coronária Percutânea) e pode ser considerada em determinadas situações, nomeadamente: em fases instáveis da doença, quando a terapêutica médica não é eficaz no controlo dos sintomas, quando existe isquemia extensa ou anatomia coronária de alto risco, na presença de disfunção ventricular esquerda, ou quando existe grande probabilidade de sucesso e risco aceitável de morbilidade e mortalidade e o doente, devidamente informado, também prefere optar por essa intervenção.1

(12)

6

O procedimento de escolha da CABG consiste na realização de uma anastomose entre uma ou mais artérias (artéria mamária interna ou, eventualmente, de artéria radial), com as artérias coronárias, distalmente às lesões obstrutivas. Quando não é possível fazer bypass arterial, utiliza-se um segmento venoso (geralmente a veia safena) para estabelecer uma conexão ente a aorta e a artéria coronária. 1

Os índices de permeabilidade vascular a longo prazo são significativamente maiores com o bypass de artérias do que com bypass da veia safena. Nomeadamente, nos doentes com obstrução da artéria coronária descendente anterior, a sobrevida é significativamente maior quando o bypass coronário usa a artéria mamária interna em vez da veia safena. 8

A ICP consiste em fazer passar um fio-guia, sob orientação fluoroscópica, através da estenose da artéria coronária, insuflando depois temporariamente um balão nesse local e alargando o lúmen. Este procedimento pode ser complementado com a colocação de um stent, montado num balão desinsuflado, que é colocado na lesão e pressionado contra a parede do vaso com a insuflação do balão. O balão é depois desinsuflado e removido, deixando o stent permanentemente contra a parede do vaso.1

A seleção dos doentes é fundamental para evitar o risco de complicações.1

A dilatação adequada realiza-se em mais de 95% dos casos e traduz-se por um aumento do diâmetro luminal em mais de 20% e numa obstrução residual menor que 50% do diâmetro. A reestenose ocorre em 20% dos casos aos 6 meses com stents metálicos, sendo mais frequente em doentes com diabetes, em lesões da artéria descendente anterior, se as artérias forem de pequeno calibre, submetidas apenas a dilatação parcial, se existirem vasos obstruídos contendo trombos ou em que se verificou o fenómeno de “no reflow”.1

Os stents farmacológicos contêm um agente antiproliferativo que é fixado ao stent convencional com o uso de revestimento de um polímero, reduzindo a reestenose clínica em 50% dos casos. Nas lesões não complicadas, a reestenose sintomática ocorre em 5-12% dos doentes. Atualmente, a maioria dos stents implantados são farmacológicos. Os stents de 2ª geração (revestidos com everolimus, ou zotarolimus) são mais eficazes e com menos complicações e têm taxas mais baixas de trombose do stent e EAM do que os de 1ª geração (sirolimus, paclitaxel).1

A escolha de ICP vs CABG também está relacionada com o sucesso que se espera de cada procedimento, com as complicações previstas e com os riscos associados a cada uma destas intervenções. Por outro lado, a decisão de realizar ICP ou CABG também pode depender da importância da revascularização completa do doente.1

(13)

7

2.2. A Doença Coronária Estável nos doentes diabéticos

A Diabetes Mellitus é uma doença metabólica caraterizada por hiperglicemia crónica, com distúrbios no metabolismo dos hidratos de carbono, lípidos e proteínas, que origina defeitos na secreção da insulina, na sua ação ou em ambas, e causa lesões a longo prazo em vários órgãos, incluindo no sistema cardiovascular.9

O estado pró-trombótico e pró-inflamatório associado a disfunção endotelial e distúrbios metabólicos, como hiperglicemia, dislipidemia, obesidade, resistência à insulina e stress oxidativo, são fatores chave para a aceleração do processo aterosclerótico nos doentes diabéticos, que, não só aumentam a predisposição para DAC, como também são responsáveis por eventos trombóticos graves. Para além disso, a DM associa-se a lesões coronárias mais complexas e, nomeadamente, a doença multivaso. 9-12

A DM é considerada uma pandemia pela Organização Mundial de Saúde. Durante a última década, a sua prevalência aumentou 40% nos países industrializados e quase triplicou nos países em desenvolvimento.13-14 Estima-se que a prevalência global de DM entre adultos em 2030 seja de 7,7% (439 milhões de pessoas).15

Em Portugal, em 2012 a prevalência da DM foi de 12,9% nos indivíduos entre os 20 e os 79 anos, o que corresponde a um valor estimado de 1 milhão de indivíduos.16

Os doentes diabéticos têm um risco de eventos CV 4-6 vezes superior aos não-diabéticos. Estes eventos são responsáveis por 75% de todos os internamentos e por 80% de todas as mortes nos doentes diabéticos.17

A mortalidade por Doença Cardiovascular triplicou em homens diabéticos e aumentou 2 a 5 vezes em mulheres diabéticas, em comparação com doentes não diabéticos com a mesma idade e sexo.18 Efetivamente, a DCV é a principal causa de morbilidade e mortalidade nos doentes diabéticos e o principal contribuinte para os custos diretos e indiretos da diabetes.19

Em Portugal, 31% dos internamentos por EAM são em diabéticos e a sua importância relativa aumentou 4,7% nos últimos 10 anos.16

A DM é um fator de risco independente para DCV e, por si só, um doente com DM já é considerado um doente de alto risco de DCV e se, associadamente, tiver outros fatores de risco cardiovasculares ou lesão de órgãos-alvo é considerado de muito alto risco.19-21

(14)

8

Para estes doentes estão habitualmente recomendados valores de HbA1c <7%, valores de Pressão Arterial <140/80mmHg e colesterol LDL < 70 mg/dL.19,20

A prevalência de isquemia assintomática é maior nos doentes diabéticos do que em não diabéticos, possivelmente pela neuropatia autonómica. Devido à elevada prevalência de DAC e à elevada mortalidade CV, seria de esperar que a realização do rastreio de rotina em doentes assintomáticos fosse útil.21 Porém, o seu papel, para além da estratificação de risco, é controverso, principalmente em doentes diabéticos com tratamento dos fatores de risco cardiovasculares e terapêutica antidiabética optimizada.22-24

A avaliação dos doentes diabéticos com dor torácica por suspeita de DAC é sobreponível aos doentes não diabéticos, seguindo as mesmas indicações.3

3. Objetivo

Foi objetivo deste trabalho efetuar uma revisão bibliográfica e discutir a evidência clínica atual sobre a melhor estratégia de revascularização nos doentes diabéticos com DCE multivaso.

4. Metodologia

Foi efetuada uma pesquisa bibliográfica na base de dados PubMed, no dia 5 de Novembro de 2013, em que foram selecionados estudos em Inglês e/ou Português, com as seguintes palavras-chave: coronary artery disease, bypass, angioplasty e diabetes.

Foram obtidos 1026 artigos. Restringindo a pesquisa a artigos publicados nos últimos 10 anos, obtiveram-se 548 artigos, dos quais 65 eram estudos clínicos randomizados.

Com base na leitura integral, a pesquisa foi restrita a estudos com amostras constituídas na totalidade por doentes diabéticos, obtendo-se 35 artigos.

Para o propósito desta revisão bibliográfica foram selecionados e descritos 9 artigos, que correspondem a 4 ensaios clínicos randomizados.

(15)

9

Tabela II - Lista de artigos descritos na presente revisão bibliográfica.

Frye RL, et al. A randomized trial of therapies for type 2 diabetes and coronary artery disease. N Engl J Med 2009. – estudo BARI 2D

The BARI 2D study group. Baseline characteristics of patients with diabetes and coronary artery disease enrolled in the Bypass Angioplasty Revascularization Investigation 2 Diabetes (BARI 2D) trial. Am Heart J 2008.

Brooks MM, et al. Clinical and angiographic risk stratification and differential impact on treatment outcomes in the Bypass Angioplasty Revascularization Investigation 2 Diabetes (BARI 2D) trial. Circulation 2012.

Kim LJ, et al. Factors related to the selection of surgical versus percutaneous revascularization in diabetic patients with multivessel coronary artery disease in the BARI 2D (Bypass Angioplasty Revascularization Investigation Type 2 Diabetes) trial. JACC Cardiovasc Interv. 2009.

Kapur A, et al. Randomized comparison of percutaneous coronary intervention with coronary artery bypass grafting in diabetic patients: 1-year results of the CARDia (Coronary Artery Revascularization in Diabetes) trial. J Am Coll Cardiol 2010. – estudo CARDia

Kamalesh M, et al.; VA CARDS Investigators. Percutaneous Coronary Interventions Versus Coronary Bypass Surgery in United States Veterans With Diabetes. J Am Coll Cardiol 2013. – estudo VA CARDS

FREEDOM Trial Investigators. Strategies for multivessel revascularization in patients with diabetes. N Engl J Med 2012. – estudo FREEDOM

Bansilal S, et al. The Future Revascularization Evaluation in patients with Diabetes mellitus: Optimal management of Multivessel disease (FREEDOM) trial: Clinical and angiographic profile at study entry. American Heart Journal 2012.

Magnuson EA, et al. Cost-effectiveness of percutaneous coronary intervention with drug eluting stents versus bypass surgery for patients with diabetes mellitus and multivessel coronary artery disease: results from the FREEDOM trial. Circulation 2013.

(16)

10 5. Resultados

O Bypass Angioplasty Revascularization Investigation 2 Diabetes (estudo BARI

2D) é um estudo clínico randomizado (em que a randomização foi estratificada de acordo com

o método de revascularização escolhido pelo médico assistente), realizado entre Janeiro de 2001 e Março de 2005, em 49 centros clínicos na América do Norte, América do Sul e Europa, em que 2.368 doentes diabéticos com DAC foram selecionados para um tratamento cardiovascular, que incluía tratamento médico otimizado ou associado a revascularização, e também tratamento da diabetes, com sensibilização com insulina ou tratamento com insulina.25,26

Os doentes eram inicialmente divididos de acordo com o método de revascularização (ICP ou CABG) considerado mais apropriado para a sua anatomia coronária pelo médico assistente. Posteriormente, os doentes candidatos a CABG eram randomizados aleatoriamente para CABG ou tratamento médico, e os doentes candidatos a ICP eram randomizados para ICP ou terapêutica médica.(Figura 2)25

A revascularização teria de ser realizada dentro de 4 semanas após a randomização.25 Para além disso, utilizando um desenho de estudo factorial 2x2, cada um dos grupos referidos era depois randomizado para tratamento com administração de insulina ou sensibilização à insulina.(Figura 2) 25-27

(17)

11

Figura nº2 – Randomização do estudo BARI 2D. 25

Os doentes eram elegíveis para o estudo se tivessem, pelo menos, 25 anos de idade, com diagnóstico de DM tipo 2, isquemia documentada e DAC documentada angiograficamente com, pelo menos, uma lesão significativa ( 50% de estenose) adequada para revascularização eletiva. Doentes com angina de esforço clássica, mas sem um teste de stress pré-procedimento eram elegíveis se tivessem uma lesão com estenose 70%.O estudo focava-se em DAC, sem ser no contexto de EAM: os doentes tinham AE, na sua maioria, ou então, cerca de 10% com AI. 26

Os critérios de exclusão incluíam a necessidade de revascularização coronária imediata, doentes que tivessem realizado revascularização 12 meses antes, insuficiência cardíaca congestiva classe funcional III ou IV de New York Heart Association, necessidade de outra cirurgia vascular de grande porte, estenose 50% do tronco comum, hemoglobina A1c > 13%, creatinina sérica> 2,0 mg/dl e doença hepática.26

(18)

12

O endpoint primário era morte global. O principal endpoint secundário era um composto de eventos CV major, englobando morte, EAM ou AVC.27

(19)

13

Um terço dos doentes tiveram um score angiográfico >= 17,1% e foram classificados como de alto risco angiográfico, e um terço dos doentes tiveram um score de Framingham>=17,5% e foram classificados como de alto risco clínico. De notar que 55% dos doentes classificados no grupo angiográfico de alto risco tinha doença de 3 vasos e 42% tinham FEVE anormal, enquanto que 51% dos doentes classificados no grupo angiográfico de baixo risco tinha doença de um único vaso e apenas 6% tinham FEVE anormal.27

Um score de Framingham alto e um score angiográfico alto foram associados a um risco significativamente maior de todas as causas de morte, EAM ou AVC aos 5 anos na população BARI 2D. (Figura 3)27

Figura nº 3 – Risco de eventos cardiovasculares no BARI2D de acordo com o score de risco de Framingham e angiográfico.27

O tratamento de revascularização a curto-prazo (ICP ou CABG dentro de 4 semanas após a randomização) não mostrou diferenças estatisticamente significativas comparativamente com o tratamento médico optimizado, em relação aos endpoints pré-definidos.27

(20)

14

Figura nº 4 – Odds Ratio ajustado para seleção de CABG vs ICP.28

Com efeito, a revascularização a curto prazo não se mostrou significativamente superior ao tratamento médico em termos do endpoint primário (morte por qualquer causa) nestes doentes diabéticos com DCE, resultados que foram concordantes com outros estudos, como o COURAGE29; no entanto, no subgrupo de doentes candidatos a CABG (e que eram doentes com índices de risco mais altos, com doença coronária mais extensa e complexa – Tabela III), verificou-se que a cirurgia de revascularização miocárdica se associou a uma redução significativa de eventos CV major comparativamente com o tratamento médico, sobretudo em termos da ocorrência de EAM não fatal (particularmente no subgrupo tratado com sensibilizadores da insulina).

Importa ainda relembrar que este estudo pretendeu avaliar a vantagem de revascularização breve (em 4 semanas) versus a manutenção de terapêutica médica até agravamento clínico, não excluindo a possibilidade de revascularização durante o tempo de seguimento. Isto é, os doentes randomizados para tratamento médico poderiam ser submetidos a revascularização durante o follow-up se houvesse progressão dos sintomas, ocorrência de SCA ou isquemia grave. De facto, durante os 5 anos de follow-up, 42% dos doentes que tinham sido randomizados para tratamento médico fizeram crossover para revascularização (42.1% no grupo ICP e 39.7% no grupo CABG), o que pode ter contribuído

(21)

15

para subvalorizar os benefícios da revascularização (nomeadamente cirúrgica). Para além disso, outros estudos indicaram que os benefícios da cirurgia poderiam fazer-se notar apenas ao fim de 1 ano ou mais depois da intervenção.30

Apesar deste estudo não se focar apenas na doença multivaso, podemos formular a hipótese de que nos doentes com doença multivaso (verificou-se doença coronária de 3 vasos em 52.4% dos doentes do grupo CABG e em 20.3% dos doentes do grupo ICP), nomeadamente nos candidatos a CABG, a revascularização pode ser mais benéfica em termos de ocorrência de eventos cardiovasculares adversos.

Por outro lado, o endpoint primário deste estudo foi a mortalidade global, o que tem algumas vantagens, porque é geralmente o que conseguimos avaliar com maior fiabilidade, mas, por outro lado, pode fazer com que os resultados não sejam tão expressivos, porque o que esperamos que efetivamente melhore com estas estratégias de revascularização é a morte cardíaca e a ocorrência de eventos cardiovasculares – no BARI-2D, em particular, a taxa de mortalidade teria de ter uma redução de 30% ou mais para ser detetada com um poder de 88% (e, mesmo assim, os autores tiveram de alargar o período de seguimento que tinham inicialmente planeado para conseguir este poder estatístico).

De assinalar ainda que este estudo não pretendeu comparar estratégias de revascularização (ICP vs CABG) entre si. O estudo BARI inicial comparou ICP com CABG, mas nessa altura a ICP consistia apenas em angioplastia com balão, tendo esta tido piores resultados em termos de outcomes comparativamente com a cirurgia, particularmente em doentes diabéticos.31

No BARI-2D, apesar da utilização de stents, no grupo candidato a ICP apenas um terço dos doentes foi tratado com DES. Apesar dos eventos associados a BMS não terem sido significativos, atualmente os DES são recomendados em doentes diabéticos, sobretudo para diminuir a ocorrência de reestenose, pelo que esta pode ser uma limitação à generalização dos resultados na era actual.21

Ainda assim, este estudo reforça a ideia de que, nos doentes com DCE, mesmo se diabéticos, sobretudo se não tiverem doença grave ou multivaso (se não forem candidatos a CABG), o tratamento médico é tão eficaz quanto a revascularização a curto-prazo.

(22)

16

Numa sub-análise do estudo BARI 2D, foram avaliados os fatores demográficos, clínicos e angiográficos que influenciaram a seleção entre CABG ou ICP em pacientes diabéticos com doença multivaso.28

Foram excluídos os doentes com doença num único vaso (n=611), que foram previamente submetidos a revascularização do miocárdio (n=152), e com <80% da linha de base de dados completos ou sem uma avaliação clínica local angiográfica (baseline n=35). Assim, a população do estudo incluiu 1.593 pacientes com DAC nos EUA (n=910) e fora dos EUA (n=683).28

Nesta sub-análise comprovou-se que os doentes com DAC mais grave e extensa, como indicado pela doença multivaso e extensão da área de miocárdio em risco, eram mais propensos a serem selecionados para CABG (ambos p<0,001). Concluiu-se ainda que a escolha de CABG em vez de ICP foi baseada em grande parte pelas características angiográficas de gravidade da DAC, incluindo a presença de doença de três vasos (OR: 4,43, IC 95%: 3,35-5,85, p<0.001), estenose da DA proximal >=50% (OR: 1,78, IC 95%: 1,20-2,64, p<0.005), qualquer estenose da DA >=70% (OR: 2,86, IC 95 % : 2,11-3,88, p <0,001), oclusão crónica total (OR: 2,35, 95 % CI : 1,76-3,13, p<0,001) e 2 ou mais lesões classe C (OR: 2,06, IC 95 % : 1,44-2,95, p <0,001). A idade >=65 anos também teve uma associação significativa com preferência por CABG (OR: 1,43, IC 95%: 1,09-1,88, p<0,011), enquanto que a estratégia cirúrgica era menos provável de ser selecionada em doentes que já tinham sido submetidos a ICP (OR: 0,45, IC 95%: 0,31-0,64, p<0.001) e nos randomizados depois de 25 de abril de 2003, altura em que foi introduzida a utilização de DES (OR: 0,60, IC 95%: 0,43-0,83, p<0,003).Os doentes com FEVE < 40% nos EUA também tinham sido preferencialmente selecionados para CABG (p<0,01). Após o ajuste para as características do doente, a probabilidade de seleção de CABG foi maior entre os doentes nas regiões não norte-americanas em comparação com os doentes dos EUA (OR: 2,89, IC 95%: 1,22-6,83, p <0,017).28

(23)

17

Tabela IV – Caraterísticas angiográficas associadas com a seleção dos doentes para o grupo CABG ou ICP no estudo BARI2D.28

Num outro estudo, Randomized Comparison of Percutaneous Coronary

Intervention With Coronary Artery Bypass Grafting in Diabetic Patients (estudo CARDia),

o objetivo foi comparar a segurança e a eficácia da ICP com stent vs CABG em diabéticos com doença coronária multivaso sintomática.32

(24)

18

Em 24 centros, foram randomizados 510 doentes diabéticos com doença coronária multivaso ou doença de um vaso complexa (ostial ou doença da DA proximal) que foram orientados para realizar revascularização coronária por motivos clínicos.(Figura 5) Os critérios de exclusão foram: incapacidade de obter consentimento, idade superior a 80 anos, revascularização prévia, doença do tronco comum, choque cardiogénico, EAM com elevação de ST nas últimas 6 semanas, FEVE < 20%, e contra-indicações para tratamento anti-agregante.32

Figura nº 5 – Randomização e follow-up do estudo CARDia.32

O endpoint primário era um endpoint combinado de mortalidade por todas as causas, EAM e AVC e o endpoint secundário mais importante incluía a repetição da revascularização. 32

Inicialmente foram usados BMS, mas mudou-se para DES com sirolimus quando estes se tornaram disponíveis (69% dos doentes que fizeram ICP receberam DES). 32

(25)

19

Com 1 ano de follow-up, o endpoint primário foi de 10,5% no grupo CABG e 13,0% no grupo ICP (p = 0,39), isto é, revelando uma tendência não significativa a favor de CABG, sobretudo pela menor ocorrência de EAM. No entanto, este estudo ficou com pouco poder para detectar diferenças no endpoint primário. Quando os pacientes submetidos a revascularização do miocárdio foram comparados apenas com o grupo de doentes que receberam DES, as taxas de endpoint primário mantiveram-se similares.32

As taxas de mortalidade por todas as causas foram também idênticas (3,2%), e as taxas de endpoint primário conjugado com repetição de revascularização favoreceram o CABG (11,3% e 19,3%, respetivamente; HR: 1.77, p= 0,02). No entanto, tal como em outros estudos, nomeadamente o SYNTAX, as taxas de AVC após CABG foram superiores.32,33

Assim, este estudo randomizado com follow-up de um ano não demonstrou a não-inferioridade da ICP face à CABG em doentes diabéticos com DCE.29 No entanto, convém assinalar que a maioria dos doentes incluídos apresentava doença coronária de 3 vasos, em que a performance do CABG tem sido melhor, pelo que estes resultados não são discordantes de estudos prévios, como o BARI e o ARTS I e II.30,34

Este ensaio clínico, ao contrário do BARI-2D, comparou a revascularização cirúrgica com a percutânea e não a revascularização com terapêutica médica optimizada.

No estudo Percutaneous Coronary Intervention Versus Coronary Bypass Surgery

in United States Veterans With Diabetes (estudo VA CARDS), o objetivo era determinar a

estratégia de revascularização coronária ideal em diabéticos com doença coronária grave.35 Neste estudo prospectivo e multicêntrico, 198 doentes elegíveis com diabetes e doença coronária grave foram aleatoriamente randomizados para realização de CABG (n = 97) ou ICP com DES (n = 101), com um follow-up de, pelo menos, 2 anos.35

Os doentes eram elegíveis se tivessem diabetes e DAC multivaso, incluindo a artéria DA ou DAC isolada da DA proximal. Se as estenoses fossem intermédias (entre 50% a 70%), era necessário comprovar a existência de isquemia. Os critérios de exclusão foram: idade <18 anos, mulheres em idade fértil, incapacidade de dar consentimento informado, cirurgia cardíaca concomitante, doença cardíaca congénita, expectativa de vida <2 anos, ausência de possibilidade cirúrgica, CABG no ano anterior, insuficiência cardíaca classe III descompensada ou IV, história de AVC embólico há menos de 6 meses, história de AVC hemorrágico, história de hemorragia gastrointestinal há menos de 1 mês, sensibilidade conhecida a glicoproteína

(26)

20

IIb/IIIa, uso crónico de corticóides, diátese hemorrágica e elevação aguda do segmento ST. Critérios de exclusão angiográficos foram oclusão crónica total, em dois ou mais territórios, doença do tronco comum não protegido, indisponibilidade de ambas as artérias torácicas internas, e ICP de um vaso major há menos de 1 ano.35

No global, as características basais dos doentes não eram significativamente diferentes entre os 2 grupos (Tabela V).

(27)

21

(28)

22

O endpoint primário consistia em EAM não fatal ou morte. Os endpoints secundários consistiam em morte por qualquer causa, mortalidade cardíaca, EAM não fatal e AVC.35

As conclusões deste estudo ficaram muito limitadas pelo facto de ter perdido poder estatístico ao recrutar apenas 25% da amostra de doentes prevista, devido a um tempo de recrutamento mais longo do que o esperado, e o tempo de seguimento também foi encurtado. Após um período médio de follow-up de 2 anos, a mortalidade por todas as causas foi significativamente menor nos doentes submetidos a CABG (5,0 % para CABG e 21% para ICP; hazard ratio: 0,30; 95% IC: 0,11-0,80), enquanto que o risco de EAM não-fatal foi surpreendentemente maior no grupo submetido a CABG (15% vs 6,2 %; hazard ratio: 3,32; 95% IC: 1,07-10,30).35

O estudo Strategies for Multivessel Revascularization in Patients with Diabetes

(estudo FREEDOM), foi realizado de Março de 2005 a Abril de 2010, em 140 centros

internacionais. Neste ensaio clínico, 1900 doentes diabéticos, com doença coronária multivaso, foram randomizados para revascularização por ICP utilizando DES (sirolimus e paclitaxel) ou para CABG.36

(29)

23

A doença coronária multivaso era comprovada angiograficamente e englobava estenoses de >70% em dois ou mais vasos, envolvendo, pelo menos, dois territórios coronários separados e sem estenose significativa do tronco comum.36

O follow-up médio dos doentes foi de 4.37 anos (mínimo de 2 anos) e a todos foi prescrita terapêutica médica recomendada, nomeadamente para o controlo do colesterol de baixa densidade, PA sistólica e HbA1c.36

A idade média dos doentes foi de 63,1±9,1 anos e 29% eram mulheres. O score SYNTAX médio foi 26,2±8.6 e não diferiu significativamente entre os grupos.(Tabela VI) Dos doentes que realizaram ICP, em 51% foram utilizados stents com sirolimus e em 43% stents com paclitaxel.36

Nesta amostra, 30,7% dos doentes tinham sido internados com SCA, após normalização de biomarcadores de isquemia miocárdica. Os restantes 69,3% tinham DCE. Aproximadamente 41% foram submetidos a testes de isquemia e, destes, 75% tinham isquemia moderada ou grave.37

A doença coronária de 3 vasos estava presente em 83% dos participantes, com uma média de 5,7±2,2 lesões (estenose de 50% de diâmetro) por doente e um peso total médio de doença (comprimento total de todas as lesões) de 77,6±33,5 mm. Quase todos (99%) os participantes tinham envolvimento da DA. A lesão “culpada” foi localizada na DA proximal em 14% dos casos.37

(30)

24

Tabela VI – Caraterísticas da amostra do estudo FREEDOM. 36

Todos os doentes tinham indicação para revascularização com base em sintomas de angina ou evidência objetiva de isquemia miocárdica. Foram excluídos doentes com CABG

(31)

25

prévia ou cirurgia valvular, doença do tronco comum, com EAM com elevação de ST nas últimas 72 horas, ou ICP prévia nos últimos 6 meses.37

O endpoint primário incluía morte por qualquer causa, EAM não fatal ou AVC não fatal.31 Este ocorreu com maior frequência no grupo ICP (p = 0,005), com taxas aos 5 anos de 26,6% no grupo ICP e 18,7% no grupo CABG.36

Em 5 anos, 13,9% dos doentes no grupo ICP tinha tido um EAM, em comparação com 6,0% no grupo CABG. Houve um aumento da mortalidade por todas as causas no grupo ICP (P = 0,049), com taxas de 16,3% em 5 anos no grupo ICP vs 10,9% no grupo CABG. Portanto, o benefício da revascularização do miocárdio foi mais evidente pelas diferenças nas taxas de EAM (p<0,001) e morte por qualquer causa (p=0,049).36

O AVC foi mais frequente no grupo CABG, com taxas aos 5 anos de 2,4% no grupo ICP e de 5,2% no grupo CABG (p=0,03).36

A análise de acordo com a categoria do score SYNTAX não mostrou interação significativa entre os subgrupos (p=0,58). Aos 5 anos, a diferença absoluta na taxa do endpoint primário no grupo ICP, em comparação com o grupo CABG, foi semelhante nos três subgrupos SYNTAX (6% para um score SYNTAX baixo, 10% para um score SYNTAX intermédio e 8% para um score SYNTAX elevado).36

Até um ano após o procedimento, houve uma diferença significativa nas taxas de grandes eventos cardiovasculares e cerebrovasculares adversos, com 16,8% no grupo ICP versus 11,8% no grupo CABG (p=0,004). Esta diferença foi atribuída, em grande parte, à necessidade de repetição de revascularização no grupo ICP, de 12,6%, em comparação com o grupo CABG, em 4,8% dos pacientes (hazard ratio, 2,74; 95% CI, 1,91-3,89, p<0,001).36

O estudo FREEDOM recrutou uma amostra adequada para fornecer uma resposta definitiva relativamente à superioridade de uma estratégia de revascularização sobre outra, com 80% de poder para detetar uma redução relativa de 27% no endpoint primário.37

Foram usadas técnicas contemporâneas de ICP e CABG e terapia médica complementar recomendada.36

A terapêutica médica concomitante é importante para todos os doentes com diabetes e doença coronária. No grupo ICP, quase 90% dos pacientes utilizavam terapia antiplaquetária dupla aos 12 meses e observaram-se taxas semelhantes de uso da maioria dos outros

(32)

26

medicamentos cardiovasculares nos dois grupos de estudo (ao contrário do que sucedeu no estudo SYNTAX). 36

6. Discussão e Conclusão

Em diabéticos com DCE multivaso, a decisão quanto à melhor opção terapêutica é complexa, mesmo tendo em conta a informação clínica e angiográfica e os riscos associados a cada tratamento.38

Na decisão entre as técnicas de revascularização, é importante ter em conta as caraterísticas de cada uma. A CABG tem mostrado ser mais vantajosa nos diabéticos com doença coronária mais extensa e complexa, sendo particularmente duradouros os enxertos arteriais, que permitem reduzir a re-revascularização comparativamente à ICP, e acarretam menor taxa de eventos e de morte nestes doentes, na maioria dos estudos. 39

Porém, nos doentes com grande risco cirúrgico, que se recusam a fazer cirurgia ou com DAC de baixa severidade e consistindo em lesões focais, a ICP pode ser uma boa opção. 39

A CABG possibilita uma revascularização completa mais frequentemente do que a ICP, levando a menos repetições das intervenções de revascularização e a menor ocorrência de angina durante o follow-up, mas pode ter mais complicações agudas e a hospitalização pode ser mais prolongada.40-43 Em particular, o risco de AVC peri-procedimento é maior na CABG.43

Por outro lado, os stents não evitam o desenvolvimento de doença proximal ou imediatamente distal ao stent, enquanto que o enxerto por CABG permite tornar a lesão proximal ao bypass irrelevante.39

Um dos principais problemas ao rever os estudos nesta área é a heterogeneidade dos critérios de inclusão dos doentes, nomeadamente pela falta de uniformidade quanto à gravidade e complexidade da doença coronária.

Rever esta classificação pode ser um desafio, pois, por exemplo, um doente com uma lesão do tronco comum distal e envolvendo a bifurcação e com uma oclusão na artéria coronária direita é considerado portador de doença de 3 vasos, assim como um paciente com três lesões focais nas porções médias de ramos das três artérias coronárias. Ambos são caracterizados rotineiramente como portadores de "doença de 3 vasos", apesar do primeiro

(33)

27

doente representar um desafio terapêutico muito maior e ter um prognóstico completamente diferente em comparação com o segundo doente, independentemente da estratégia de revascularização.44

A ausência de classificação da gravidade da doença da artéria coronária em alguns estudos e as dificuldades na comparação da complexidade da DAC baseada em critérios angiográficos pré-tratamento entre vários grupos limita a interpretação dos resultados destes estudos.44

No Percutaneous Coronary Intervention versus Coronary-Artery Bypass Grafting

for Severe Coronary Artery Disease (estudo SYNTAX) compararam-se os resultados da

utilização de ICP (DES com paclitaxel) com CABG em doentes com doença de 3 vasos não tratada previamente e/ou doença do tronco comum.33

O score SYNTAX foi desenvolvido para este estudo, para caracterizar de forma prospetiva a anatomia coronária, relativamente ao número de lesões e ao seu impacto funcional, localização, e complexidade.(Tabela VII) Scores SYNTAX mais elevados, indicativos de doença mais complexa, representam um desafio terapêutico maior e têm potencialmente pior prognóstico.44

(34)

28

(35)

29

O impacto da complexidade da lesão na evolução clínica foi avaliado através da análise dos resultados dos doentes aos 3 anos em relação ao seu score SYNTAX.45

Em relação à complexidade anatómica, nos doentes com anatomia coronária menos complexa (doentes com doença de 3 vasos e score SYNTAX baixo - 22 - ou doença do tronco comum e score SYNTAX baixo ou intermédio - 23-32), a ICP pode ser uma opção de tratamento aceitável para a revascularização do miocárdio. Os doentes com doença mais complexa (doença de 3 vasos e score SYNTAX intermédio ou alto e pacientes com doença do tronco comum e score SYNTAX alto - 33) têm um risco aumentado de um evento MACCE com ICP e a CABG é a opção de tratamento preferencial.45

Uma característica importante do score SYNTAX é que se baseia em lesões individuais, ou seja, para cada lesão é calculada a pontuação respetiva e a pontuação total do score é a soma das pontuações individuais.44

O seu objetivo é possibilitar uma classificação angiográfica que gradue a complexidade da DAC e obter recomendações baseadas em evidência para a seleção da técnica ideal de revascularização do miocárdio. Além disso, permite a comparação da complexidade da DAC em doentes individuais e grupos de doentes e a avaliação da adequação e abrangência da técnica de revascularização, sendo que o prognóstico se relaciona com a complexidade da doença na vasculatura coronária.44

Numa sub-análise de 452 doentes diabéticos do estudo SYNTAX, doentes submetidos a CABG apresentavam uma menor incidência do conjunto de eventos cardiovasculares (morte, EAM, AVC ou repetição de revascularização) em relação ao grupo ICP (26,0% vs 14,2%), atribuído principalmente a uma taxa significativamente maior de repetição da revascularização (20,3 vs 6,4 %), mas não houve diferença quanto à incidência de morte ou EAM.46

Aos três anos de follow-up de doentes com DM, o endpoint primário ocorreu significativamente mais frequentemente com ICP do que com CABG (37,0% vs 22,9%).47

Aos cinco anos, o endpoint primário composto manteve-se maior no grupo ICP comparativamente ao grupo CABG (46,5% vs 29,%, p=0,0002).48,49

O score SYNTAX possibilitou, portanto, uniformizar a classificação da gravidade das lesões, necessária para a decisão da técnica de revascularização nos doentes com doença multivaso.

(36)

30

O score SYNTAX II adiciona caraterísticas clínicas para aperfeiçoar a decisão de tratamento individualizado. Deduz-se que o score SYNTAX II influencie melhor a tomada de decisão entre ICP e CABG, contudo são necessários estudos que comparem as taxas de eventos adversos após a revascularização.50

Uma limitação desta revisão bibliográfica foi a relativa escassez de estudos elaborados especificamente para avaliar a escolha da estratégia de revascularização em doentes diabéticos com DCE e doença multivaso.

O estudo BARI-2D foi planificado para comparar revascularização coronária com a terapia médica intensiva e não para comparar CABG com ICP.24,48

A principal conclusão que os autores retiram é que a revascularização não se mostrou significativamente superior ao tratamento médico em termos do outcome primário, que era morte por qualquer causa; no entanto, nos doentes que seriam candidatos a CABG (e que eram doentes mais graves), verificou-se que CABG trouxe uma redução significativa de eventos cardiovasculares major comparativamente com o tratamento médico, sobretudo em termos da ocorrência de EAM não fatal.25

Por outro lado, as diferenças de prognóstico observadas no grupo CABG do estudo BARI-2D estão confinadas ao subgrupo de doentes considerados de alto risco, com base no seu perfil angiográfico.25

Adicionalmente, doentes com DM tipo 2 e revascularização incompleta apresentaram mais eventos CV a longo prazo.51

O estudo BARI-2D foi iniciado e a análise angiográfica foi concluída antes do desenvolvimento do score SYNTAX e, portanto, não se pode comparar o score angiográfico utilizado no estudo BARI-2D com o score SYNTAX.27

Um dos aspetos mais impressionantes deste estudo foi a generalização da coorte a uma amostra real de doentes com patologia CV. 52

Relativamente à sub-análise do estudo BARI 2D, algumas das limitações do estudo deviam-se ao facto dos doentes do Brasil, México, República Checa e Áustria serem de apenas um centro médico no respetivo país e não existirem certezas se os critérios de seleção nesses locais correspondiam aos das respetivas regiões ou países. O estudo ocorreu durante a introdução da primeira geração de DES, o que diminuiu a percentagem de doentes selecionados para CABG. Existia um baixo nº de doentes com FEVE<40%, o que não permitiu

(37)

31

uma conclusão estatística quanto à técnica de revascularização mais apropriada neste subgrupo.28

No estudo CARDia, o curto follow-up e falta de poder estatístico limitam as conclusões, além de que nem todos os doentes tinham DCE (sabemos que aproximadamente 22% tinham sido internados por doença aguda e os restantes tinham vindo fazer cateterismo programado). Ainda assim, a revascularização cirúrgica manteve-se superior à ICP, sobretudo quanto à necessidade de re-revascularização.

No estudo VA CARDS, devido ao recrutamento lento e inscrição de apenas 25% do tamanho da amostra pretendido, o estudo foi interrompido, o que o torna um estudo sem conclusões estatisticamente significativas sobre a eficácia comparativa de CABG vs ICP, especialmente para o endpoint primário (RR:0,89; 95% IC: 0,47-1,71),35 apesar de ter havido diferenças nos componentes do endpoint primário. No entanto, os intervalos de confiança são muito grandes, e os resultados devem ser vistos apenas como base para formulação de hipóteses. Ainda assim, a mortalidade global foi significativamente inferior com CABG vs ICP. Apesar da maioria dos doentes apresentar DCE, cerca de 10% dos doentes tinham sido internados por eventos urgentes. 35

O FREEDOM englobou uma amostra com alta prevalência de múltiplos fatores de risco cardiovasculares, sendo que 83% dos participantes tinham doença de 3 vasos e 99% com envolvimento da DA.37

Apesar dos custos iniciais mais elevados, a CABG mostrou-se mais custo-efetiva comparada com ICP com DES nos doentes com DM e DAC multivaso.53

Como o estudo não foi cego, os pacientes podem ter sido tratados de forma diferente, com base no seu procedimento de revascularização, tal como em outros estudos não duplamente cegos. No entanto, os dados colhidos foram objetivos e julgados de forma independente, e não sugerem diferenças entre os grupos na adequação do tratamento médico recebido. Claramente, existe uma grande variabilidade quanto aos tipos de doentes incluídos, como mostrado pela distribuição de score SYNTAX. Essa variação reflete a prática do mundo real e representa uma mais-valia deste estudo.36

(38)

32

Figura nº 6 - Comparação de estudos contemporâneos. 37

O FREEDOM é o maior estudo randomizado de tratamento da doença coronária multivaso dedicado apenas a doentes diabéticos e em comparação com BARI 2D, SYNTAX, CARDia e BARI, destaca-se pela maior proporção de doentes com doença de 3 vasos.37

Em relação à questão que visámos responder nesta revisão, de salientar apenas que nem todos os participantes tinham DCE. Ainda assim, permitiu reforçar a vantagem da revascularização cirúrgica a médio-longo prazo nos doentes diabéticos com doença multivaso.

Em conclusão, embora não exista muita evidência científica específica para esta população de diabéticos com DCE multivaso, o que por si só também engloba situações bastante diferentes entre si, a maioria dos estudos revelou um maior benefício de CABG nestes doentes, especialmente na doença coronária de 3 vasos, envolvendo a DA proximal ou se o tronco comum for afetado. Paralelamente, a terapêutica médica optimizada é essencial em qualquer estratégia de revascularização, e pode mesmo ser a única medida terapêutica a tomar, particularmente se o doente não apresentar doença coronária tão grave nem que implique mau prognóstico se não for abordada.

A decisão clínica individualizada feita por uma equipa médica (Heart Team), tendo em conta várias variáveis, como a anatomia coronária específica do doente, nomeadamente possibilidade de pontagem, o risco de AVC, função renal e função pulmonar, a preferência do doente ou a experiência do cirurgião, entre outras, permanece a melhor maneira de decidir a estratégia de revascularização nos doentes diabéticos com DCE e doença multivaso.33

(39)

33 7. Referências Bibliográficas

1. Antman EM, Selwyn AP, Loscalzo J, Ischemic Cardiopathy. In Harrisson’s Principles of Internal Medicine .Longo, Fauci, Kasper, Hauser, Jameson, Loscalzo. 18th Edition, p.2011-13.

2. Go, AS, et al., Heart Disease and Stroke Statistics—2014 Update: A Report From the American Heart Association; Circulation 2013, available online: http://circ.ahajournals.org/content/early/2013/12/18/01.cir.0000441139.02102.80.citation 3. Montalescot G, Sechtem U, Achenbach S, Andreotti F, Arden C, Budaj etal. Guidelines

on the management of stable angina pectoris: executive summary: The Task Force on the Management of Stable Angina Pectoris of the European Society of Cardiology. Eur Heart J 2013;34:2949-3003.

4. Kitta Y, Obata JE, Nakamura T, Hirano M, Kodama Y, Fujioka D, et al. Persistent impairment of endothelial vasomotor function has a negative impact on outcome in patients with coronary artery disease. J Am Coll Cardiol 2009;53:323–330.

5. Gulati M, Cooper-DeHoff RM, McClure C, Johnson BD, Shaw LJ, Handberg EM,et al. Adverse cardiovascular outcomes in women with nonobstructive coronary artery disease: a report from the Women’s Ischemia Syndrome Evaluation Study and the St James Women Take Heart Project. Arch Intern Med 2009;169:843–850.

6. Jespersen L, Hvelplund A, Abildstrom SZ, Pedersen F, Galatius S, Madsen JK, et al. Stable angina pectoris with no obstructive coronary artery disease is associated with increased risks of major adverse cardiovascular events. Eur Heart J 2012;33:734–744. 1635–1701.

7. Tonino PAL, De Bruyne B, Pijls NHJ, Siebert U, Ikeno F, Klauss V, et al. Fractional flow reserve versus angiography for guiding percutaneous coronary intervention. N Engl J Med 2009;360:213-24

8. Loop FD, Lytle BW, Cosgrove DM, Stewart RW, Goormastic M, Williams GW, Golding LA, Gill CC, Taylor PC, Sheldon WC et al. Influence of the internal-mammary-artery graft on 10-year survival and other cardiac events. N Eng J Med 1986;314:1–6.

9. Cook S, Windecker S. Surgical vs percutaneous revascularization of coronary artery disease in diabetic patients. Best Pract Res Clin Endocrinol Metab. 2009;23:317–34. 10. Creager M, Luscher TF, Cosentino F, Beckman JA. Diabetes and vascular disease:

pathophysiology, clinical consequences, and medical therapy: Part I. Circulation. 2003;108:1527–32.

11. Biondi-Zoccai GG, Abbate A, Liuzzo G, Biasucci LM. Atherothrombosis, inflammation and diabetes. J Am Coll Cardiol. 2003;41:1071–7.

12. Ferreiro JL, Angiolillo DJ. Diabetes and antiplatelet therapy in acute coronary syndrome. Circulation. 2011;123:798–813.

13. Amos AF, McCarty DJ, Zimmet P. The rising global burden of diabetes and its complications: estimates and projections to the year 2010. Diabet Med. 1997;14 Suppl 5:S1–85.

14. King H, Aubert RE, Herman WH. Global burden of diabetes, 1995–2025: prevalence, numerical estimates, and projections. Diabetes Care. 1998;21:1414–31.

15. Shaw JE, Sicree RA, Zimmet PZ. Global estimates of the prevalence of diabetes for 2010 and 2030. Diabetes Res Clin Pract. 2010;87:4–14.

16. Relatório Anual do Observatório Nacional da Diabetes – Portugal. Diabetes: Factos e números de 2013. Sociedade Portuguesa de Diabetologia

(40)

34

17. American Diabetes Association. Consensus statement: role of cardiovascular risk factors in prevention and treatment of macrovascular disease in diabetes. Diabetes Care. 1993;16:72–8.

18. Mahmarian JJ, Dakik HA, Filipchuk NG, Shaw LJ, Iskander SS, Ruddy TD, et al. An initial strategy of intensive medical therapy is comparable to that of coronary revascularization for suppression of scintigraphic ischemia in high-risk but stable survivors of acute myocardial infarction. J Am Coll Cardiol 2006;48:2458–2467.

19. The Journal of Clinical and Applied Research and Education - ADA Standards of Medical Care in Diabetes 2013: Clinical Practice Recommendations; January 2013; volume 35, supplement 1.

20. Raymond I, Pedersen F, Steensgaard-Hansen F, Green A, Busch-Sorensen M, Tuxen C, et al. Prevalence of impaired left ventricular systolic function and heart failure in a middle aged and elderly urban population segment of Copenhagen. Heart 2003;89:1422–149.

21. Rydén L, Grant Pj, Anker SD, Berne C, Cosentino F, Danchin S, et al. Guidelines on diabetes, pre-diabetes, and cardiovascular diseases developed in collaboration with the EASD: executive summary: The Task Force on diabetes, pre-diabetes, and cardiovascular diseases of the European Society of Cardiology and developed in collaboration with the European Association for the Study of Diabetes. Eu Heart J 2013;34:035–3087

22. Mark DB, Shaw L, Harrell FE Jr., Hlatky MA, Lee KL, Bengtson JR, et al. Prognostic value of a treadmill exercise score in outpatients with suspected coronary artery disease. N Eng J Med 1991;325:849–853.

23. Emond M, Mock MB, Davis KB, Fisher LD, Holmes DRJr., Chaitman BR, et al. Long-term survival of medically treated patients in the Coronary Artery Surgery Study (CASS) Registry. Circulation 1994;90:2645–2657.

24. Rihal CS, Davis KB, Kennedy JW, Gersh BJ. The utility of clinical, electrocardiographic, and roentgenographic variables in the prediction of left ventricular function. Am J Cardiol 1995;75:220–223.

25. BARI 2D Study Group, Frye RL, August P, Brooks MM, Hardison RM, Kelsey SF, MacGregor JM et al. A randomized trial of therapies for type 2 diabetes and coronary artery disease. N Engl J Med 2009;360: 2503–15.

26. The BARI 2D study group. Baseline characteristics of patients with diabetes and coronary artery disease enrolled in the Bypass Angioplasty Revascularization Investigation 2 Diabetes (BARI 2D) trial. Am Heart J 2008;156: 528–536, 536 e1-5. 27. Brooks MM, Chaitman BR, Nesto RW, Hardison RM, Feit F, Gersh BJ, et al. Clinical and

angiographic risk stratification and differential impact on treatment outcomes in the Bypass Angioplasty Revascularization Investigation 2 Diabetes (BARI 2D) trial. Circulation 2012; 126: 2115–24.

28. Kim LJ, King SB, Kent K, Brooksi MM, Kip KE, Abbott JD et al. Factors related to the selection of surgical versus percutaneous revascularization in diabetic patients with multivessel coronary artery disease in the BARI 2D (Bypass Angioplasty Revascularization Investigation Type 2 Diabetes) trial. JACC Cardiovasc Interv. 2009; 2 (5): 384-92.

29. Maron DJ, Boden WE, O’Rourke RA, et al. Intensive multifactorial intervention for stable

(41)

35

Utilizing Revascularization and Aggressive Drug Evaluation) trial. J Am Coll Cardiol

2010;55:1348-58.

30. Yusuf S, Zucker D, Peduzzi P, Fisher LD, Takaro T, Kennedy JW, et al. Effect of coronary artery bypass graft surgery on survival: overview of 10-year results from randomised trials by the Coronary Artery Bypass Graft Surgery Trialists Collaboration; Lancet. 1994; 344(8922):563-70.

31. BARI Investigators. The final 10-year follow-up results from the BARI randomized trial. J Am Coll Cardiol. 2007 Apr 17;49(15):1600-6.

32. Kapur A, Hall RJ, Malik IS, Qureshi AC, Butts J, Belder A, et al. Randomized comparison of percutaneous coronary intervention with coronary artery bypass grafting in diabetic patients: 1-year results of the CARDia (Coronary Artery Revascularization in Diabetes) trial. J Am Coll Cardiol 2010;55:432-40.

33. Serruys PW, Morice MC, Kappetein P, Colombo A, Holmes DR, Mack MJ, et al. Percutaneous coronary intervention versus coronary-artery bypass grafting for severe coronary artery disease. N Engl J Med 2009;360(10):961-72.

34. Onuma Y, et al. 5-Year Follow-Up of Coronary Revascularization in Diabetic Patients With Multivessel Coronary Artery Disease: Insights From ARTS (Arterial Revascularization Therapy Study)-II and ARTS-I Trials. JACC: Cardiovascular Interventions, March 2011:317–23.

35. Kamalesh M, Shar TG, Tang C, ShunkK, Ward HB, Walsh J, et al.; VA CARDS Investigators. Percutaneous Coronary Interventions Versus Coronary Bypass Surgery in United States Veterans With Diabetes. J Am Coll Cardiol 2013;61:0735-1097.

36. Farkouh ME, Domanski M, Sleeper LA, Siami FS, Dangas G, Mack M, et al.; FREEDOM Trial Investigators. Strategies for multivessel revascularization in patients with diabetes. N Engl J Med 2012;367:2375–84.

37. Bansilal S, Farkouh ME, Hueb W, Ogdie M, Dangas G, Lansky AJ, et al. The Future Revascularization Evaluation in patients with Diabetes mellitus: Optimal management of Multivessel disease (FREEDOM) trial: Clinical and angiographic profile at study entry. American Heart Journal 2012.164:591-99.

38. Rocha AS, Dutra P, Lorenzo A. Choosing a Revascularization Strategy in Patients with Diabetes and Stable Coronary Artery Disease: A Complex Decision. Current Cardiology Reviews, 2010, 6, 333-336

39. Taggart DP, The FREEDOM trial: a definitive answer to coronary artery bypass grafting or stents in patients with diabetes and multivessel coronary artery disease. European Journal of Cardio-Thoracic Surgery . 2013 (1-2).

40. Ong ATL, Serruys PW. Complete revascularization. Coronary artery bypass graft surgery versus percutaneous coronary intervention. Circulation 2006; 114: 249-55. 41. Di Carlo A, Perna AM, Pantoni L, Basile AM, Bonacchi M, Pracucci G, et al. Clinically

relevant cognitive impairment after cardiac surfery: a 6-month follow-up study. J Neurol Sci 2001; 188: 85-93.

42. Barber PA, Hach S, Tippen LJ, Ross L, Merry AF, Milsom P. Cerebral ischemic lesions on diffusion-weighted imaging are associated with neurocogntive decline after cardiac surgery. Stroke 2008; 39: 1427-33.

43. MaKhann GM, Grega MA, Borowicz Jr LM, Baumgartner WA, Selnes OA. Stroke and encephalopathy after cardiac surgery. Na uptade. Stroke 2006; 37: 562-71.

(42)

36

44. Sianos G, Morel MA, Kappetein AP, Morice MC, Colombo A, Dawkins K, et al. The SYNTAX Score: an angiographic tool grading the complexity of coronary artery disease. EuroIntervention 2005;1:219-27.

45. Kappetein AP, Feldman TE, Mack MJ, Morice MC, Holmes DR, Ståhle E, et al. Comparison of coronary bypass surgery with drug-eluting stenting for the treatment of left main and/or three-vessel disease: 3-year follow-up of the SYNTAX trial. Eur Heart J 2011;32:2125-34.

46. Banning AP, Wetaby S, Morice MC, Kappetein AP, Mohr FW, Berti S, et al. Diabetic and nondiabetic patients with left main and/or 3-vessel coronary artery disease: comparison of outcomes with cardiac surgery and paclitexel eluting stents. J Am Coll Cardiol 2010; 55: 1067-75

47. Mack MJ, Banning AP, Serruys PW, Morice MC, Taeymans Y, Van Nooten G, et al. Bypass versus drug-eluting stents at three years in SYNTAX patients with diabetes mellitus or metabolic syndrome. Ann Thorac Surg 2011; 92:2140.

48. Mohr FW, Morice MC, Kappetein AP, Feldman TE, Ståhle E, Colombo A, et al. Coronary artery bypass graft surgery versus percutaneous coronary intervention in patients with three-vessel disease and left main coronary disease: 5-year follow-up of the randomised, clinical SYNTAX trial. Lancet 2013; 381:629.

49. Kappetein AP, Head SJ, Morice MC, Banning AP, Serruys PW, Mohr FW, et al. Treatment of complex coronary artery disease in patients with diabetes: 5-year results comparing outcomes of bypass surgery and percutaneous coronary intervention in the SYNTAX trial. Eur J Cardiothorac Surg 2013; 43:1006.

50. Tajik P, Rengerink KO, Mol BW, Bossuyt PM. SYNTAX score II. Lancet 2013; 381:1899. 51. Shah B, Srinivas VS, Lu J, Brooks MM, Bates ER, Nedeljkovic ZS, et al. Change in

enrollment patterns, patient selection, and clinical outcomes with the availability of drug-eluting stents in the Bypass Angioplasty Revascularization Investigation 2 Diabetes trial. Am Heart Assoc September 2013; 166:519–526.e2

52. Fuster V, Farkouh ME. General Cardiology Perspective: Decision Making Regarding Revascularization of Patients With Type 2 Diabetes Mellitus and Cardiovascular Disease in the Bypass Angioplasty Revascularization Investigation 2 Diabetes (BARI 2D) Trial. Am Heart Assoc November 2013; 2449-2552.

53. Magnuson EA, Farkouh ME, Fuster V, Wang K, Vilain K, Li H, et al. Cost-effectiveness of percutaneous coronary intervention with drug eluting stents versus bypass surgery for patients with diabetes mellitus and multivessel coronary artery disease: results from the FREEDOM trial. Circulation 2013. 127(7):820-31

(43)

I

Revascularização coronária em doentes

diabéticos com doença coronária

multivaso

Artigo de Revisão Bibliográfica

Ana Lúcia Samico Gonçalves

2013/2014

Orientador: Paulo Alexandre Neto Palma

Coorientadora: Patrícia Fernandes Dias Madureira Rodrigues

(44)

II

Ana Lúcia Samico Gonçalves

REVASCULARIZAÇÃO CORONÁRIA EM DOENTES DIABÉTICOS

COM DOENÇA CORONÁRIA MULTIVASO

Artigo de Revisão do Mestrado Integrado em Medicina submetido no Instituto de

Ciências Biomédicas Abel Salazar.

Ano letivo 2013/2014

Orientador: Paulo Alexandre Neto Palma

Categoria: Assistente Graduado de Cardiologia do HSA-CHP

Coorientadora: Patrícia Rodrigues

Categoria: Interna do 5º ano do Internato Complementar de Cardiologia do

HSA-CHP

Afiliação: Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, Rua de Jorge Viterbo

Ferreira nº228, 4050-313 Porto.

(45)

III

Correspondência:

Rua D. António Ferreira Gomes, nº167, hab.23.

4400-112 V. N. Gaia

ana_lusamico@hotmail.com

Telemóvel: 913628012

(46)

IV ÍNDICE

1. Resumo ... 1 2. Introdução ... 3 2.1 A Doença Coronária Estável ... 3 2.2. A Doença Coronária Estável nos doentes diabéticos ... 7 3. Objetivo ... 8 4. Metodologia ... 8 5. Resultados ... 10 6. Discussão e Conclusão... 26 7. Referências Bibliográficas ... 33

(47)

V Índice de figuras

Figura nº 1 – Prevalência da DAC por idade e sexo nos EUA………..3 Figura nº 2 – Randomização do estudo BARI 2D………..11 Figura nº 3 – Risco de eventos cardiovasculares no BARI2D de acordo com o score de risco de Framingham e angiográfico………13 Figura nº 4 – Odds Ratio ajustado para seleção de CABG vs ICP………..………14 Figura nº 5 – Randomização e follow-up do estudo CARDia………18 Figura nº 6 – Comparação de estudos contemporâneos………...31

Índice de tabelas

Tabela I – Classificação da gravidade da angina de acordo com a Canadian Cardiovascular

Society………...4

Tabela II – Lista de artigos descritos na presente revisão bibliográfica………….………...9 Tabela III – Caraterísticas dos doentes incluídos no estudo BARI 2………...12 Tabela IV – Caraterísticas angiográficas associadas com a seleção de CABG ou ICP no estudo BARI2D……….17 Tabela V – Caraterísticas da amostra do estudo VA CARDS………...21 e 22 Tabela VI – Caraterísticas da amostra do estudo FREEDOM……….….24 Tabela VII – Algoritmo do score SYNTAX………28

(48)

VI Lista de Abreviaturas

AE – Angina estável AI – Angina instável

AVC – Acidente vascular cerebral BMS – Stents metálicos

CABG - Coronary Artery Bypass Grafting CCS – Canadian Cardiovascular Society CV – Cardiovascular

DAC – Doença arterial coronária DA – Artéria descendente anterior DCE – Doença coronária estável DCV – Doença cardiovascular DES – Stents farmacológicos DM – Diabetes Mellitus

EAM – Enfarte agudo do miocárdio

FEVE – Fração de ejeção do ventrículo esquerdo HbA1c – Hemoglobina A1c

ICP - Intervenção Coronária Percutânea LDL – Colesterol de baixa densidade PA – Pressão arterial

Referências

Documentos relacionados

Short-term clinical outcomes after hybrid coronary revascularization versus off-pump coronary artery bypass for the treatment of multivessel or left main coronary artery disease:

Argentine randomized trial of percutaneous transluminal coronary angioplasty versus coronary artery bypass surgery in multivessel disease (ERACI): in-hospital results and 1-year

Outcomes in patients with de novo left main disease treated with either percutaneous coronary intervention using paclitaxel-eluting stents or coronary artery bypass graft treatment

Argen- tine randomized trial of percutaneous transluminal coronary angioplasty versus co- ronary artery bypass surgery in multivessel disease (ERACI): in-hospital results and

Coronary artery bypass surgery versus percutaneous coronary angioplasty with stent implantation in patients with multivessel coronary artery disease (the Stent or Surgery trial):

Coronary artery bypass surgery versus percutaneous coronary angioplasty with stent implantation in patients with multivessel coronary artery disease (the Stent or Surgery trial):

The clinical outcome of percutaneous treatment of bifurcation lesions in multivessel coronary artery disease with the sirolimus-eluting stent: insights from the

Coronary artery bypass graft surgery versus percutaneous coronary intervention in patients with three-vessel disease and left main coronary disease: 5-year follow-up of