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Vulnerabilidade econômica como critério de seleção para atuação da defensoria pública

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO SERIDÓ

CURSO DE GRADUAÇÃO EM DIREITO

MARTHA REGINA DE ARAÚJO VALE

VULNERABILIDADE ECONÔMICA COMO CRITÉRIO DE SELEÇÃO PARA ATUAÇÃO DA DEFENSORIA PÚBLICA

CAICÓ/RN 2017.2

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VULNERABILIDADE ECONÔMICA COMO CRITÉRIO DE SELEÇÃO PARA ATUAÇÃO DA DEFENSORIA PÚBLICA1

Martha Regina de Araújo Vale

RESUMO

Este trabalho tem como propósito investigar o critério de vulnerabilidade econômica utilizado como requisito da hipossuficiência para a prestação do serviço de assistência jurídica gratuita pela Defensoria Pública. Sobre o objetivo geral, este consiste em analisar qual o critério de vulnerabilidade econômica estabelecido pelas Defensorias Públicas, e se pode este ser flexibilizado para que o cidadão possa se incluir no direito de atendimento dos serviços gratuitos prestados pela Defensoria Pública. Em relação à metodologia, esta se caracteriza como uma pesquisa bibliográfica que utiliza uma abordagem qualitativa. Para tanto foram selecionados alguns artigos, monografias, dissertações, teses, julgados, leis, entre outros, cujos mesmos discutiam em mais detalhes sobre a temática aqui abordada. Nesse contexto, justifica-se a realização desta pesquisa para uma melhor compreensão e aprofundamento dos conhecimentos sobre a temática que envolve este trabalho, ou seja, a importância da flexibilização do critério de hipossuficiência para fins da prestação de serviço jurídico pela Defensoria Pública. Portanto, acredita-se que este trabalho seja de suma relevância para o âmbito jurídico e para toda a sociedade que precisa de assistência jurídica gratuita por não ter como arcar com os custos advocatícios, tendo em vista que essas pessoas necessitadas têm o direito garantido de acesso à Justiça gratuitamente, sendo esse um tema bastante discutido na literatura e que necessita cada vez mais de estudos que enfatizem a importância para o processo de concretização de direitos.

Palavras-chave: Defensoria Pública. Critério de Vulnerabilidade Econômica. Flexibilização. Acesso à Justiça.

ABSTRACT

The purpose of this study is to investigate the economic vulnerability criterion used as a requirement of hypersufficiency for the provision of the free legal assistance service by the Public Defender. Regarding the general objective, this one consists in analyzing the criterion of economic vulnerability established by the Public Defender's Offices, and if this can be made flexible so that the citizen can be included in the right of attendance of the free services provided by the Public Defender's Office. Regarding the methodology, this is characterized as a bibliographical research that uses a qualitative approach. In order to do so, some articles, monographs, dissertations, theses, judgments, laws, among others, were discussed and discussed in more detail on the subject matter discussed here. In this context, it is justified to carry out this research for a better understanding and deepening of the knowledge about the thematic that involves this work, that is, the importance of the flexibility of the criterion of hyposufficiency for purposes of the provision of legal service by the Public Defender's Office. Therefore, it is believed that this work is of great relevance for the juridical scope and for the whole society that needs free legal assistance for not having to bear the legal costs, since these

1

Trabalho de Conclusão de Curso na forma de artigo científico, apresentado como requisito para obtenção do grau de Bacharel em Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – Ceres – Caicó/RN.

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people in need have the guaranteed right of access to Justice for free, which is a topic that is much discussed in the literature and which increasingly requires studies that emphasize the importance for the process of realizing rights.

Keywords: Public defense. Economic Vulnerability Criterion. Flexibilization. Access to justice.

SUMÁRIO: 1 INTRODUÇÃO, 2 DEFENSORIA PÚBLICA: INSTITUIÇÃO, CRIAÇÃO, COMPETÊNCIA, ATUAÇÃO, 3 CRITÉRIO DE VULNERABILIDADE

ECONÔMICA, 3.1 INSUFICIÊNCIA DE RECURSOS, 3.2 ESTUDO

SÓCIOECONÔMICO DO ASSISTIDO, 4 QUESTÕES DISCUTÍVEIS, 5 NEGATIVA

DE ATENDIMENTO.

1 INTRODUÇÃO

O presente trabalho estuda o critério da vulnerabilidade econômica como requisito da hipossuficiência para a prestação do serviço de assistência jurídica gratuita pela Defensoria Pública, proporcionando a condição de acesso à Justiça.

Atualmente, vem se discutindo bastante sobre a importância de acesso à Justiça, tendo em vista ser esse um direito fundamental elencado na Constituição Federal. Agregado a essa discussão encontra-se a dificuldade de acesso à Justiça por aquelas pessoas que não têm como pagar os honorários advocatícios e custas processuais. A Defensoria Pública foi instituída justamente para sanar esse problema, ou seja, ela tem o objetivo de proporcionar a prestação jurisdicional aos necessitados, que antes era prestado pelo Ministério Público.

A Defensoria Pública tem respaldo principalmente no art. 134 da Constituição Federal, bem como no inciso LXXIV do art. 5º da CF/88, e, demais leis de orientação ao acesso à justiça2, para promover a prestação jurídica institucional. Com isso, a pessoa em estado de vulnerabilidade econômica passa a ser o público alvo, a quem a Defensoria prestará seus serviços, contemplando o necessitado com esse direito.

No Brasil, a assistência gratuita passou por várias fases até os dias atuais, e somente a partir da edição da Lei nº 1.060 de 05 de fevereiro de 1950 é que a prestação de assistência

2

Sendo aqui citadas: a lei Federal de 1.960/50, com a ressalva, porém, que conforme estabelecido no art. 1.072, III do novo CPC, ficam revogados os arts. 2º, 3º, 4º, §§ 1º a 3º, 6º, 7º, 11, 12 e 17 dessa lei, bem como as alterações pela Lei Federal 7.115/1983, e da Lei Federal nº 7.510/1986. Devem ser referenciados ainda os artigos 98 a 102 da Lei 13.105/2015; a Lei Complementar da Defensoria Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, o inciso LXXIV do art. 5º da Constituição Federal, e demais leis aqui não mencionadas que contribuem para o acesso à Justiça.

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judiciária aos necessitados passou a ser interpretada com outros olhos. Antes disso, para que essa prestação se concretizasse era preciso que o cidadão apresentasse uma declaração de insuficiência de recursos ou de sua condição de miserabilidade para que fosse comprovada a hipossuficiência3.

Em 1983, a Lei Federal nº 1.060/50 foi modificada pelo texto da Lei Federal 7.115/83 no qual exigia que o cidadão, quando requisitasse o auxílio da defensoria, comprovasse efetivamente sua incapacidade de arcar com os custos.

Para confirmar a necessidade de tal comprovação, o inciso LXXIV do art. 5º da Constituição Federal, colabora quando enuncia que “o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos”, ou seja, somente aqueles que buscarem demonstrar que não tem os recursos necessários para o pagamento das despesas processuais.

Diante disso, o pretenso assistido, no primeiro momento de contato com a instituição, passa por uma triagem realizada pelo Serviço Social que relatará sobre seu estado de vulnerabilidade econômica, no qual informará a possibilidade de ser assistido pela instituição, bem como é orientado juridicamente sobre seu problema, resguardando, tanto o direito de acesso à Justiça, como de orientação jurídica.

“A Defensoria não apenas recebeu a missão de defender os necessitados em todos os graus de jurisdição, como também lhe foi assinada a tarefa de orientar essa mesma população nos seus problemas jurídicos, mesmo que não esteja vertido em uma causa deduzida em juízo” 4, isso demonstra que essa instituição procura investigar as demandas oriundas da sociedade para desenvolver suas atividades dentro do limite que propõe a Constituição Federal.

Posto isto, “o direito de acesso à Justiça não dispensa legislação que fixe a estrutura dos órgãos prestadores desse serviço e estabeleça normas processuais que viabilizem o pedido de solução de conflitos pelo Estado”5, é perceptível discutir sobre a importância de aplicação do critério de vulnerabilidade econômica para que possa contribuir com o trabalho prestado pela Defensoria Pública, no intuito de orientar e viabilizar a efetivação da prestação jurídica6, e como consequência o acesso à Justiça.

3 MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional, 3ª ed. Salvador: JusPODIVM, 2015, p.cit.1024. 4

MENDES, Gilmar Ferreira; COELHO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito Constitucional. 7.ª ed. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 1410.

5 Ibid., p. 235. 6

Ibid., p. 1.410. Gonet, explica que: Não é dado à legislação estender as atribuições da Defensoria Pública para alcançar sujeitos que não sejam hipossuficientes. O STF já teve ocasião de declarar a inconstitucionalidade de dispositivo de Constituição Estadual, que atribuía à Defensoria Pública a defesa de todo o servidor público

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Diante desta problemática surgem os seguintes questionamentos: Qual o critério adequado para determinar o estado de vulnerabilidade econômica para que a pessoa seja atendida pela Defensoria Pública? Os critérios adotados pelas Defensorias Públicas podem ser flexibilizados para que haja a concretização do atendimento aos hipossuficientes que tem renda superior ao fixado em lei?

Quanto ao objetivo geral deste trabalho tem-se: Analisar os critérios de hipossuficiência adotadas pelas Defensorias Públicas para promover a prestação jurídica. Logo, os objetivos específicos consistem em: Investigar os critérios adotados pelas Defensorias Públicas para prestação dos serviços da Instituição; Analisar se esses critérios podem ser flexibilizados para que se defina com eficiência o cidadão em estado de vulnerabilidade econômica.

Em relação à metodologia, esta se caracteriza como uma pesquisa bibliográfica que utiliza uma abordagem qualitativa. Para tanto, inicialmente foi feita uma pesquisa online na busca de materiais que pudessem servir de base teórica para fundamentar este trabalho. Em seguida, foram selecionados alguns artigos, monografias, dissertações, teses, entre outros, cujos mesmos discutiam em mais detalhes sobre a temática aqui abordada.

Portanto, justifica-se a realização desta pesquisa para uma melhor compreensão e aprofundamento dos conhecimentos sobre a temática que envolve este trabalho, ou seja, a importância da flexibilização dos critérios que definem a hipossuficiência de uma pessoa ou seu núcleo familiar para fins de constatar sua vulnerabilidade econômica. Nesse contexto, acredita-se que este trabalho seja de suma relevância para o âmbito jurídico e para toda a sociedade que precisa de assistência jurídica gratuita por não ter como arcar com os custos advocatícios e processuais, tendo em vista que essas pessoas necessitadas têm o direito garantido de acesso à Justiça gratuitamente, sendo esse um tema bastante discutido na literatura e que necessita cada vez mais de estudos que enfatizem a importância para o processo de concretização de direitos.

Este trabalho está estruturado a partir de uma introdução que aborda brevemente a temática, a problemática, os objetivos que se espera alcançar, assim também como a metodologia utilizada para a realização da pesquisa e justificativa pela escolha do tema estudado.

estadual que viesse a ser processado civil ou criminalmente em razão do regular exercício do cargo. O Tribunal afirmou que isso “extrapola o modelo da Constituição Federal (art. 134), o qual restringe as atribuições da Defensoria Pública à assistência jurídica a que se refere o art. 5º, LXXIV.”

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Em seguida, tem-se o referencial teórico que abrange os seguintes pontos: A Defensoria Pública quanto, Instituição, criação, competência e atuação; Critério de Vulnerabilidade Econômica; Questões Discutíveis; Negativa de atendimento. No primeiro ponto do referencial é feita uma breve explanação sobre a Instituição da Defensoria Pública, bem como a importância do direito de acesso à Justiça para as pessoas em estado de vulnerabilidade econômica. No segundo ponto foi discutida a questão do critério de vulnerabilidade econômica, a fim de identificar qual o fundamento para a estipulação do critério adotado pelas Defensorias Públicas para determinar a hipossuficiência do assistido. Esse tópico foi dividido em dois subtópicos. O primeiro subtópico que é o da Insuficiência de Recursos procura fazer uma análise da hipossuficiente de uma pessoa levando em consideração seu rendimento e os gastos mensais para estabelecer a sua vulnerabilidade econômica. O outro subtópico – Estudo Socioeconômico do assistido - tem o intuito de apresentar como é o procedimento de triagem que auxilia a Instituição selecionar os cidadãos que serão beneficiados com assistência gratuita jurídica prestada pela Defensoria. O terceiro ponto do referencial teórico é considerado como sendo o de mais relevância para este trabalho, pois é onde se encontram algumas questões que discutem a flexibilidade do critério de vulnerabilidade econômica utilizados por outras instituições, bem como os entendimentos dos Tribunais, entre outros. O quarto e último ponto do referencial teórico expõe o procedimento utilizado na Defensoria Pública quando nega o atendimento ao cidadão que não se encaixa quanto ao critério de vulnerabilidade econômica.

Finalizando, têm-se as conclusões acerca de tudo o que foi discutido no percurso de desenvolvimento da pesquisa e também é feita uma análise sobre a relevância deste trabalho para a sociedade no geral e para área jurídica. Além disso, também são apresentadas as referências que foram utilizadas para fundamentar esta pesquisa.

2 DEFENSORIA PÚBLICA: INSTITUIÇÃO, CRIAÇÃO, COMPETÊNCIA, ATUAÇÃO.

Inicialmente, antes de adentrar neste tópico a respeito do órgão da Defensoria Pública quanto, instituição, criação, competência, atuação, entre outros, cabe lembrar que o Poder Judiciário, em razão do princípio da inércia, não age por vontade própria, sendo uma de suas características esperarem a provocação externa para que o cidadão possa ter acesso à justiça7.

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A provocação externa do Poder Judiciário tem amparo no Capítulo IV do Título de Organização dos Poderes, entre os artigos 127 a 135 da Constituição Federal de 1988 quando se referem às funções essenciais à Justiça, no qual dentre os órgãos essenciais à Justiça, está a Defensoria pública.

Assim, a Defensoria Pública como expressão e instrumento do Regime Democrático, permanente e essencial ao acesso à Justiça deve prestar orientação jurídica gratuita, promovendo os direitos humanos e a defesa de forma integral, em todos os graus, judicial e extrajudicial, individuais e coletivos8, na forma do inciso LXXIV do art.5º da Constituição Federal9.

O art. 134 da CF/88 contribui para a dedução que a Defensoria Pública é uma instituição muito importante, pois a prestação jurídica desenvolvida por esta instituição compreende no atendimento nos mais variados tipos de demandas que afligem a vida das pessoas em sociedade.

É importante mencionar que conforme prescreve o art. 134, §1º da Constituição Federal “Lei complementar organizará a Defensoria Pública da União e do Distrito Federal e dos Territórios e prescreverá normas gerais para sua organização nos Estados” – e no momento atual está em vigor a Lei Complementar nº 80/1994 que organiza a Defensoria Pública da União, do Distrito Federal e dos Territórios e prescreve normas gerais para sua organização nos Estados, e dá outras providências10.

As Defensorias Públicas Estaduais também são criadas por Lei Complementares, e o presente estudo, utilizam como padrão em nível Estadual, a Defensoria Pública no Estado do Rio Grande do Norte criada pela Lei Complementar Estadual, nº 251, de 07 de julho de 2003.

Ressalta-se que no parágrafo 4º do art. 134 da Constituição Federal são garantidas autonomia aos Defensores Públicos para atuarem contra os órgãos estatais, pois apesar da Defensoria Pública ser uma instituição Estatal, ela é desvinculada dos demais poderes do Estado, bem como tem a independência funcional como um de seus princípios institucionais.

Diante da autonomia conferida as Defensorias Públicas o parágrafo único do art. 1º da Lei Orgânica da Defensoria Pública do Rio Grande do Norte, é inconstitucional no momento em que vincula a Defensoria ao Poder Executivo e a subordina ao Governador do Estado11, transcrito in verbis: “A Defensoria Pública do Estado, com autonomia funcional e

8

Artigo 134 da Constituição Federal.

9 “O Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos”. 10

Extraído da Lei Complementar nº 80/1994.

11 LIMA, Lucas Cavalcante de. Lei Orgânica da Defensoria Pública do rio Grande do Norte Comentada: Lei Complementar Estadual nº 251/2003. 1ªed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2016, p. 14.

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administrativa orçamentária, integra a estrutura do Poder Executivo e constitui órgão diretamente subordinado ao Governador do Estado”12.

Às funções da Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Norte, encontram-se no art. 3º da Lei Orgânica do Estado – Lei Complementar Estadual nº 251/200313.

Segundo a Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Norte, a defensoria presta assistência na atuação e defesa jurídica de pessoas que vivem sem recursos suficientes para sua subsistência, sendo esta instituição encarregada de ser os olhos, ouvidos e voz dos seus assistidos, assegurando que a efetividade do acesso à justiça14.

Ainda menciona a Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Norte que a Defensoria Pública é essencial para que o acesso à Justiça seja validado, pois as pessoas carentes procuram essa instituição para resolver seus conflitos no âmbito jurídico, gratuitamente, em busca da concretização dos direitos sociais, em especial, uma vida digna15.

Importa destacar “que as atividades da Defensoria Pública não compõem o Poder Judiciário, mas é de grande relevância para o funcionamento da justiça viabilizando o acesso à Justiça através da prestação jurisdicional” 16, pois a Defensoria Pública procura sempre de maneira satisfatória proporcionar a efetivação dos direitos inerentes aos mais carentes economicamente, com o propósito de concretizar sua vocação constitucional de levar o acesso à Justiça a todos, exclusivamente aos que mais precisam17.

12 Parágrafo único do art. 1º da Lei Complementar Estadual nº 251/2003. 13

In verbis: “Art. 3º São funções institucionais da Defensoria Pública do Estado, dentre outras que lhes sejam correlatas: I - promover, extrajudicialmente, a conciliação entre as partes em conflito de interesses; II - patrocinar ação penal privada e a subsidiária da pública; III - patrocinar defesa em ação penal; IV - patrocinar ação civil; V - patrocinar defesa em ação civil e reconvir; VI - atuar como Curador Especial de necessitados, nos casos previstos em lei; VII - exercer a defesa da criança e do adolescente, nos casos previstos em Lei; VIII - atuar junto aos estabelecimentos policiais e penitenciários, visando assegurar à pessoa, sob quaisquer circunstâncias, o exercício dos direitos e garantias individuais; IX - assegurar aos seus assistidos, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral, o contraditório e a ampla defesa, com recursos e meios a ela inerentes; X - atuar junto aos Juizados Especiais Cíveis e Criminais; XI - patrocinar os direitos e interesses do consumidor necessitado lesado; XII - promover, junto aos cartórios competentes, o assentamento de registro civil de nascimento e óbito de necessitados. Parágrafo único. As funções institucionais da Defensoria Pública do Estado serão exercidas inclusive contra as Pessoas Jurídicas de Direito Público.”

14

GABINETE, Defensoria Pública do Rio Grande do Norte. Histórico. Instituição. Disponível em: ˂http:/adcon.rn.gov.br/ACERVO/DPE/Conteudo.asp?TITE&TARG=5232&ACT&PAGE=0&PARM=&LBL=I nstitucional˃ Acesso em: 20 nov. 2017.

15GABINETE, Defensoria Pública do Rio Grande do Norte. Histórico. Instituição. Disponível em:

˂http:/adcon.rn.gov.br/ACERVO/DPE/Conteudo.asp?TRAM&TARG=5232&PAGE=0&PARM=&LBL=Instit ucional˃ acesso em: 20 nov. 2017.

16 MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional, 3ª ed. Salvador: JusPODIVM, 2015, cit., p. 1023. 17 Id Ibid.

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De regra, os serviços prestados pelas Defensorias Públicas Estaduais são gratuitos, em todos os graus, em qualquer classe processual, e aos acusados em geral, dentro da competência da Justiça Estadual, nos limites do Estado no qual a Defensoria foi implantada18.

A Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Norte, também pode atuar fora do Estado, desde que seja observada a resolução nº 168, de 29 de setembro de 2017 que “Estabelece o domicílio do assistido como regra geral para atendimento por órgão de execução da Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Norte e dá outras providências”.

A resolução supramencionada descreve que o atendimento daquele que procura os serviços da Defensoria Pública, em regra, é prestado pelo órgão de execução com atuação no domicílio do assistido, com a ressalva de que se o assistido residir em localidade onde não exista Núcleo de Defensoria Pública não poderá dispor da prestação jurídica gratuita almejada.

Logo, se caso o cidadão que reside numa determinada cidade, precisa ser assistido pela Defensoria Pública, no qual o processo esteja em tramitação, ou possa vir a tramitar em localidade fora do Estado, será necessário que exista uma Defensoria Pública competente para atuar nessa outra localidade, como intermediário da assistência, melhor dizendo, para dar continuidade à assistência. Isso permite que o assistido que se encontra em um Estado específico tenha a prestação jurídica efetivada da melhor maneira possível - fora dele - respeitando sempre o princípio do acesso à Justiça.

Um dos pontos principais dessa Resolução Estadual é definir o limite de sua competência, considerando especialmente a questão de eficiência do serviço prestado por ela.

Assim sendo, há uma questão relevante a ser esclarecida quanto à assistência jurídica prestada pela Defensoria Pública aos hipossuficientes e desprovidos de recursos financeiros para obter o acesso à Justiça, qual seja, até que ponto uma pessoa é considerada hipossuficiente, em estado de vulnerabilidade econômica para que possa ser assistido pela Defensoria Pública? Qual o parâmetro utilizado para esta seleção?

3 CRITÉRIO DE VULNERABILIDADE ECONÔMICA

Inicialmente, é importante reforçar que a assistência judiciária para as pessoas que necessitam dos serviços prestados pela Defensoria é gratuita quando estas comprovarem a

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insuficiência de recursos, nos termos do art. 5º da Constituição Federal, ou seja, para aquelas pessoas que não podem arcar com as custas processuais sem prejuízo do próprio sustento.

Acrescente-se que nos termos do art. 4º, caput, e §1º, da Lei Federal nº 1.060/50, esta alterada pela Lei Federal nº 7.510/1986, a parte gozará dos benefícios da assistência judiciária mediante simples afirmação de que não está em condições de pagar as custas do processo e os honorários de advogado, sem prejuízo próprio ou de sua família, bem como presume-se pobre, até prova em contrário, quem afirmar essa condição nos termos desta lei, sob pena de pagamento até o décuplo das custas judiciais.

Interessante relatar que a Defensoria Pública, nos dias atuais, anexa às suas petições declarações de hipossuficiência assinada pelos assistidos quando estes claramente são desprovidos de recursos, ou seja, não possuem renda fixa ou possui renda de acordo com o critério adotada na Defensoria. Sob esta óptica, tem-se o artigo 1º da lei Federal 7.115/198319. Com isso é possível observar as leis mencionadas dão subsídios aos que se encontra em estado de vulnerabilidade e necessitam de assistência judiciária para garantir seus direitos. A questão em análise neste trabalho é justamente qual o critério adequado para determinar o estado de vulnerabilidade econômica para que a pessoa seja atendida pela Defensoria Pública, e, se esse critério pode ser flexibilizado.

3.1 A INSUFICIÊNCIA DE RECURSOS DIANTE DOS GASTOS MENSAIS DO PRETENSO ASSISTIDO

É interessante esclarecer a diferenciação existente entre funções típicas e atípicas da Defensoria Pública.

“As funções típicas seriam aquelas funções exercidas pela Defensoria Pública na defesa de direitos e interesses dos hipossuficientes e são exercidas em virtude da incapacidade econômica da parte assistida.” 20

, e quanto às funções atípicas “seriam aquelas exercidas pela Defensoria Pública independentemente da situação econômica do beneficiado com o serviço Instituição” 21

.

A Constituição atual buscou com sua nova redação não limitar a assistência advocatícia apenas ao hipossuficiente econômico, como era taxativo nas legislações

19

In verbis: “A declaração destinada a fazer prova de vida, residência, pobreza, dependência econômica, homonímia ou bons antecedentes, quando firmada pelo próprio interessado ou por procurador bastante, e sob as penas da Lei, presume-se verdadeira.”

20

LIMA, Lucas Cavalcante de. Lei Orgânica da Defensoria Pública do rio Grande do Norte Comentada:

Lei Complementar Estadual nº 251/2003. 1ªed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2016, p. 30. 21 Id Ibid.

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anteriores. Do mesmo modo que o conceito de necessitado não pode ser restrito àqueles necessitados economicamente, tendo em vista que a assistência jurídica integral e gratuita é também para titulares de outras insuficiências22.

A insuficiência de recursos não deve ser vista a partir do rendimento mensal do cidadão, pois muitas vezes, este dispõe de um elevado rendimento, mas em detrimento de seus gastos mensais acaba por se tornar desprovido de recursos para arcar com custas processuais e assistência jurídica.

Com isso, os “gastos mensais” não devem ser vistos apenas com referência às necessidades básicas do dia a dia do cidadão e de seu núcleo familiar, mas devem ser utilizados para obterem uma vida digna23.

Melhor esclarecendo, os gastos mensais devem ser utilizados ao sustento do assistido, bem como para proporcionar uma vida digna, implicando que esses gastos possam ser utilizados como recursos para o pagamento com a locomoção, vestuário, medicamentos, obrigações incidentes sobre imóveis, próprios ou não, e, até em certo grau, o que se gasta com lazer, educação e alguns serviços sob a condição de que a privação desses bens possa produzir danos significativos à sobrevivência digna do assistido ou do seu núcleo familiar24.

A Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Norte, com previsão na Lei Complementar Estadual nº 251/2003, fixou critérios para a concessão do serviço da instituição, mas com a ressalva de que não são critérios absolutos, pois apesar de serem regras, dependendo da situação fática podem ser flexibilizadas.

Em análise da Lei Complementar Estadual nº 251/2003 que rege as Defensorias do Estado do Rio Grande do Norte pode-se extrair o conceito de necessitado, previsto no art.4º da Lei Complementar Estadual nº 251 de 07 de Julho de 2003, que considera necessitado aquela pessoa que não tem recursos suficientes para arcar com as despesas processuais e os honorários advocatícios, sem prejuízo do sustento próprio e de sua família25.

Do mesmo modo, o parágrafo primeiro do art.4º da LC/251/2003 corrobora enunciando que “À Defensoria Pública do Estado é conferido o direito de apurar o estado de carência de recursos econômicos dos seus assistidos”.

22MORAIS, Ana Carvalho Ferreira Bueno de. A Defensoria Pública e o Requisito da Hipossuficiência.

Carvalho. Artigo. Ano: 2010. Disponível em:

˂https://www.anadep.org.br/wtksite/cms/conteudo/20945/ANA_CARVALHO_FERREIRA_BUENO_DE_MO RAES.pdf˃ Acesso em: 19 nov.2017.

23 OLIVEIRA, Rogério Nunes de. Assistência jurídica gratuita, Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2006, cit., p.

105; ALVES, Cleber Francisco. Justiça para todos!

24 Id Ibid.

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Ainda sobre os critérios adotados - em regra - pela Defensoria do Estado do Rio Grande do Norte, os incisos e parágrafos do art. 4º da LC/251/2003 consagra que o assistido pela Defensoria Pública no Estado do Rio Grande do Norte deve ter renda pessoal mensal inferior a dois salários mínimos para que tenha o serviço gratuito prestado pela instituição, bem como deva pertencer à entidade familiar cuja média de renda “per capita” ou mensal não ultrapasse a metade do valor de dois salários mínimos26.

3.2 ESTUDO SÓCIOECONÔMICO DO ASSISTIDO

Demonstrado que os critérios utilizados pela Defensoria Pública Estadual do Rio Grande do Norte são, em regra, os fixos27, mas com a ressalva que não são absolutos, e que poderão ser flexibilizados de acordo com a situação econômica da pessoa, resta analisar o procedimento inicial do atendimento à pessoa que procura a Defensoria do Estado do Rio Grande do Norte para a prestação de orientação e assistência jurídica.

Importante mencionar que o presente estudo escolheu a Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Norte para analisar os critérios de hipossuficiência definidos em sua Lei Complementar.

Logo, com base na Lei Complementar supramencionada, quando uma pessoa procura os serviços da Defensoria Pública ela passa por um procedimento de triagem que tem o propósito de colher informações do quadro social em qual está inserida, bem como acerca da hipossuficiência e estado de vulnerabilidade econômica que se encontra28.

Essa triagem analisa se a pessoa está de acordo com o critério adotado para o perfil de assistido. No caso dessas informações não estarem conforme os incisos I e II, do art. 4º da Lei Complementar nº 251 de 7 de Julho de 2003, tem-se em seu parágrafo único, a flexibilização dos referidos incisos, podendo a Defensoria Pública apurar o estado de carência de recursos econômicos dos seus assistidos, solicitando comprovação dos seus gastos mensais

26 Comentário sobre o art. 4º da LC/251/2003.

27 As Defensorias Públicas adotam critérios fixos com base nas suas Leis Complementares, na seguinte forma:

renda familiar até 2 (dois) salários mínimos: Defensorias Públicas do Amapá; renda até 3 (três) salários mínimos: Defensorias Públicas do Amazonas, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso, Roraima, do Rio Grande do Sul; renda familiar até 3 (três) salários mínimos: Defensoria Pública de Espírito Santo, São Paulo; renda até 4 (quatro) salários mínimos: Defensorias Públicas do Acre, Piauí e do Tocantins; renda familiar até 5 (cinco) salários mínimos: Defensorias Públicas de Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e renda familiar até 6 (seis) salários mínimos: Defensorias Públicas do Ceará. Disponível em; BRASIL. Ministério da Justiça. Secretaria de Reforma do Judiciário. III Diagnóstico Defensoria Pública no Brasil. Pdf. Ano: 2009. Disponível em: ˂https://www.defensoria.sp.def.br/dpesp/repositorio/0/III%20Diagn%C3%B3stico%20Defensoria%20P%C3% BAblica%20no%20Brasil.pdf.˃ Acesso em: 20 nov.2017.

28 Procedimento utilizado na Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Norte e seus núcleos de execução e

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para confrontar com o seu rendimento, considerado este como fator principal para flexibilização do atendimento na Defensoria Pública no Estado do Rio Grande do Norte.

Esse procedimento é realizado através do corpo do Serviço Social29 que é regulamentado pelo CFESS30, essencial para o andamento e funcionamento da Defensoria Pública.

São funções da assistência social perante as Defensorias Públicas dos Estados atuarem na triagem dos atendimentos, conciliando e mediando os conflitos existentes no âmbito familiar e no acompanhamento dos assistidos, bem como a produção dos relatórios socioeconômicos que servirão de suporte para garantir ao necessitado o atendimento jurídico numa determinada demanda judicial, ou até mesmo extrajudicial, nas diversas áreas distribuídas no âmbito da competência da justiça estadual31.

As funções do Serviço Social, em relação a sua competência no geral, são fundamentais à compreensão do contexto sócio histórico em que se situa sua intervenção, para que possa de maneira satisfatória viabilizar a melhoria do estado em que se encontra determinada pessoa, em estado de vulnerabilidade diante de certa demanda proveniente de um conflito.

4 QUESTÕES DISCUTÍVEIS SOBRE A FLEXIBILIDADE DOS PADRÕES DEFINIDOS PARA A OBTENÇÃO DO ACESSO À JUSTIÇA

Uma questão importante a ser levantada é quando a distinção entre o necessitado economicamente e juridicamente, tendo em vista que “o necessitado economicamente é a pessoa pobre e o necessitado juridicamente é aquele que não é pobre (não é necessitado economicamente), mas não tem condições de arcar com as custas do processo”, ou seja,

29 Segundo o CFESS/CRESS, no tocante a prestação do serviço social na Defensoria Pública, observa-se que é

reduzido o número de assistentes sociais na Defensoria Pública, o que certamente acompanha o estágio ainda insipiente de sua estruturação no país, até mesmo porque o processo de implantação da Defensoria Pública nos estados é lento, e muitos estados ainda recorrem a convênios com universidades e com a OAB para a prestação de assistência jurídica, incluindo a prestação dos serviços das assistentes sociais, que além dos convênios são também terceirizados.

30 Conselho Federal de Serviço Social, que é uma autarquia pública federal que tem a atribuição de orientar,

disciplinar, normatizar, fiscalizar e defender o exercício profissional do/a assistente social no Brasil, em conjunto com os Conselhos Regionais de Serviço Social (CRESS). Disponível em ˂http://www.cfess.org.br/visualizar/menu/local/o-cfess˃ Acesso em: 21 nov. 2017.

31 LOPES, Amanda dos Santos. LINHARES, Nathalia Vanessa Gomes. A Atuação Do Serviço Social Na Defensoria Pública Da União Do Maranhão Nas Demandas Do Bpc. Artigo apresentado para TCC.

Ano:2015. Disponível em ˂http://www.joinpp.ufma.br/jornadas/joinpp2015/pdfs/eixo14/a-atuacao-do-servico-social-na-defensoria-publica-da-uniao-do-maranhao-nas-demandas-do-bpc.pdf˃ Acesso em: 21 nov. 2017.

(14)

quanto a pessoa esta necessitado juridicamente seus gastos são superiores ao seu rendimento mensal.

Vejamos, se uma pessoa gasta mensalmente o valor de R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais) com a compra de medicamentos no tratamento de saúde do seu filho cardiopata32, e ela recebe como remuneração um valor acima de 02 salários mínimos33, aproximadamente R$ 4.374,00 (quatro mil, trezentos e setenta e quatro reais) mensais, mas não sobrando numerário para o pagamento de custas do processo e honorários advocatícios em razão dos demais gastos familiares. Então, essa pessoa não poderia ser assistida pela Defensoria Pública? Qual a posição nos Tribunais atualmente?

São questões que a própria Defensoria Pública como instituição, utilizando-se da sua autonomia, através do Defensor Público em atuação no núcleo em qual se encontra lotado, deve avaliar de acordo com o caso concreto para que possa fazer um juízo de valor quanto ao critério de vulnerabilidade econômica, flexibilizando34 dentro da lei, para fins de deferimento ou denegação do atendimento ao assistido.

No primeiro atendimento é feita a triagem e realizado o relatório de estudo socioeconômico, onde são inseridas as principais informações, que dentre outras, o principal é o valor da remuneração individual ou do núcleo familiar, bem como o recebimento de algum tipo de benefício social.

Para fins de apreciação pela Defensoria a renda mensal individual ou do núcleo familiar é questão prioritária para deferir ou não o atendimento pela instituição. Sendo caso de núcleo familiar, avalia-se o somatório de todas as rendas que compõem o âmbito domiciliar dividindo-se pela quantidade de pessoas que nela residem35.

Nesse contexto, a família consiste em uma forma de organização da sociedade, com a composição de mais de uma pessoa que decidem ser solidários entre si, nos planos assistenciais e de convivência do dia a dia, por descenderem uma da outra ou de um tronco comum36.

32

Moléstia do coração em geral. Publicado em: 2016-09-24, revisado em: 2017-02 -27. Disponível em: ‹https://dicionariodoaurelio.com/cardiopatia›. Acesso em: 15 de novembro de 2017, às 10:07hs.

33 Referência no art. 4º da Lei Complementar Nº 251 de 7 de Julho de 2003 (Lei de Orgânica da Defensoria

Pública do Rio Grande do Norte) que define o critério fixo utilizado no Estado do RN.

34 Entendemos como “flexibilizando” quando a situação foge a regra, como no caso supramencionado, e o

critério a ser definido, é através da solicitação de comprovantes que atestem que o assistido está em estado de vulnerabilidade econômica, no momento, para que possa realizar o pagamento de honorários advocatícios e custas e despesas processuais, sem que prejudique a si próprio ou o sustento de sua família.

35

Procedimento prático utilizado na Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Norte e seus núcleos de execução e atuação.

(15)

Adentrando um pouco mais sobre a definição de núcleo familiar numa perspectiva contemporânea de que pessoas reunidas num mesmo espaço devam ser solidárias umas com as outras, utilizaremos como exemplo o modelo adotado para fins de inscrição no cadastro - Cad’Único.

O Cadastro Único está regulamentado pelo Decreto nº 6.135 de 26 de junho de 2007, e outras normas, dispondo em seu art. 2o que o Cadastro Único é instrumento para a seleção de pessoas que se enquadram como famílias de baixa renda, para benefício de programas sociais do Governo Federal37.

A família para o Cad’Único é um núcleo familiar composta por uma única pessoa ou mais de uma, bem como outros indivíduos que por algum motivo contribuem para o rendimento ou tenham suas despesas atendidas pelo núcleo familiar inseridas, todos morando em um mesmo domicílio38.

Além disso, a definição de família especificamente de baixa renda deverá ser aquela que a renda familiar mensal per capita é de até meio salário mínimo, ou que possua renda familiar mensal de até três salários mínimos39.

Do mesmo modo, no Decreto supramencionado, a definição de domicílio será “o local que serve de moradia à família”40, bem como se refere à renda familiar mensal sendo “a soma dos rendimentos brutos auferidos por todos os membros da família, não sendo incluídos no cálculo aqueles percebidos dos seguintes programas”41 e renda familiar per capita “a razão entre a renda familiar mensal e o total de indivíduos na família”42.

É importante perceber que não deve apenas considerar apenas o valor do rendimento para determinação da hipossuficiência, a questão soma-se além da renda. Deve ser utilizado um critério fundamental que vá de encontro com o caso concreto, e, se a renda supre as necessidades basilares para a aquisição de uma vida digna, seja de uma única pessoa ou do seu núcleo familiar, sem se afastar do que impõe a Constituição Federal. Com isso, pode-se verificar que não importa se existe apenas uma renda, ou mais de uma no núcleo familiar, mas se a renda é o suficiente para que todos possam ter uma vida digna.

Veja-se o entendimento dos Tribunais quanto ao critério adotado de hipossuficiência e estado de vulnerabilidade econômica de acordo com a lei estabelecida em cada caso concreto.

37

Art. 2º do Decreto nº 6.135 de 26 de junho de 2007.

38 Extraído do art. 4º do Decreto nº 6.135 de 26 de junho de 2007.

39 Extraído do inciso II, do art. 4º, do Decreto nº 6.135 de 26 de junho de 2007. 40

Extraído do inciso III, do art. 4º, do Decreto nº 6.135, de 26 de junho de 2007.

41 Extraído do inciso VI, do art. 4º, do Decreto nº 6.135, de 26 de junho de 2007. 42 Extraído do inciso V, do art. 4º, do Decreto nº 6.135, de 26 de junho de 2007.

(16)

O Agravo de Instrumento a seguir, utiliza o artigo 5º da Lei Federal 1.060/50 para fundamentar decisão que negou provimento ao agravo pelo Juiz a quo, no qual expõe que o indeferimento do benefício da justiça gratuita pode ser de plano quando o Juiz de primeiro grau tiver razões fundadas, pelo motivo da parte não ter comprovado a pobreza jurídica, principalmente se anteriormente não forem encontrados os elementos que mostram a impossibilidade de custear as taxas judiciárias e despesas processuais43.

Na fundamentação do Juiz de 2º grau, tem-se que o Juiz não é mero expectador na concessão dos benefícios da justiça gratuita e deve apreciar os casos excepcionais que não há comprovação pelo beneficiado de que ao pagar as custas processuais teria prejuízo ou desestabilização do seu sustento básico ou da sua família.

Em outro julgado, sendo este de apelação, esclarece que caberá ao impugnante, no incidente de impugnação à gratuidade de justiça, provar que o impugnado não é digno do direito de justiça gratuita tendo em vista sua renda familiar ser superior à renda nacional, não se deve aceitar apenas isso como fundamento. É necessário que o impugnante apresente fundamentos baseados nos elementos objetivos e subjetivos que pode demonstrar o não comprometimento da renda44.

A fundamentação da Apelação supramencionada corrobora com o entendimento do presente trabalho quanto à flexibilidade do critério de vulnerabilidade, quando o Juiz de 2º grau esclarece que apesar do apelante dispor de renda supostamente suficiente ao pagamento das despesas do processo, comprovou documentalmente seu estado de hipossuficiência econômica, mostrando que não possui imóvel e carro próprio, vivendo de aluguel, com 2 (duas) dependentes de sua renda, e que possui um número significativo de empréstimos consignados.

Para corroborar com o entendimento construído no decorrer do estudo, tenhamos por fim, uma última decisão quanto ao provimento ao agravo de instrumento45, cujo Juiz a

quo fundamenta sua decisão, dizendo que o benefício da gratuidade não é amplo e absoluto,

e por esse motivo, o juiz pode condicionar o litigante à comprovação da miserabilidade jurídica alegada para fins de averiguar, este, tratar-se de pessoa pobre, ainda mais quando a atividade desenvolvida pelo litigante faz presumir que ele pode arcar com as custas

43

BRASIL. Tribunal de Justiça de São Paulo. AgInt 02571685920128260000/SP. Rel. Min. Sidney Romano dos Reis, C6ª– Sexta Câmara de Direito Público. Julgado em 08/04/2013. Dje 19/04/2013.

44 BRASIL. Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios. APC 20140111512614/DF. Rel. Min. Leila

Arlanch, T2 – Segunda Turma. Julgado em 03/02/2016. Dje 01/03/2016.

45 BRASIL. Tribunal de Justiça de São Paulo. AgInt 9901032277352/ SP. Rel. Min. Ricardo Pessoa de Mello

(17)

judiciais. Assim, o Tribunal decide com a fundamentação de que no caso dos autos a declaração de pobreza é o suficiente para justificar sua hipossuficiência econômica46.

Notadamente, quando as leis forem interpretadas de acordo com o caso concreto, a triagem será realizada de modo correto e passará a contribuir cada vez mais para que os cidadãos que não tem condições de arcar com as custas do processo e advogados particulares possam ser assistidos pela Defensoria Pública e consequentemente terem seus direitos efetivados.

Ressalta-se que a jurisprudência já está pacificada no sentido de indeferimento de justiça gratuita caso não se possa comprovar documentalmente. Esta é a linha que segue a Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Norte quanto à prestação de seus serviços.

5 NEGATIVA DE ATENDIMENTO AO PRETENSO ASSISTIDO PELA DEFENSORIA PÚBLICA

E quando uma pessoa tem negada a assistência perante a Defensoria?

No caso de negativa de atendimento pela Defensoria Pública a pessoa receberá um Termo de Negativa de Atendimento relatando o motivo, e, sendo quanto à hipossuficiência deverá constar – a não caracterização da hipossuficiência financeira47.

A própria Defensoria Pública orienta a pessoa quanto ao procedimento do recurso, disponibilizando o Termo de Negativa de Atendimento, preenchido, devendo conter o número do atendimento prestado ao cidadão, seu nome, data do atendimento, tipo da demanda, ou seja, se é demanda na área cível, família, fazenda pública, infância e juventude (cível ou criminal), tribunal do júri, criminal (tanto conhecimento ou execução) ou saúde, estes conforme a atuação da Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Norte, tendo em vista que a Resolução nº 168, de 29 de setembro de 2017 refere-se à Defensoria Pública Estadual do Rio Grande do Norte.

46

In verbis: “No caso dos autos, porém, com o máximo respeito pelo entendimento externado pela digno magistrado de primeiro grau, conquanto módica a expressão econômica da demanda (R$ 20.000,00, fl.20), não há elementos palpáveis a indicar que o agravante tenha condições de suportar as despesas do processo, mas, ao contrário, afora a declaração de pobreza, há de se considerar que o fato de estar ele sendo patrocinado por advogado indicado pela Defensoria Pública (fl. 23), nos termos do convênio DPE /OAB, não deixa de corroborar o alegado, haja vista os rigorosos padrões de triagem adotados pela Defensoria.”

47 Para o presente estudo merece atenção a negativa de atendimento pela não caracterização da hipossuficiência

financeira. Porém, ressalta-se que além desse motivo para a negativa de atendimento, existem vários outros tipos de negativas de atendimento, quais sejam, pela medida manifestamente incabível (análise jurídica); pela medida inconveniente aos interesses da parte; quando a demanda deve ser ajuizada em outro local que não possua núcleo da Defensoria Pública; quando o assistido(a) que reside em uma Cidade/localidade onde não existe Núcleo da Defensoria Pública; quando há quebra de confiança. É importante relatar que não é rol taxativo, e por isso pode ser mencionado outro motivo além dos elencados anteriormente.

(18)

Após o preenchimento das informações acima mencionadas pelo o corpo do Serviço Social, o Defensor Público em atuação fará o resumo da negativa especificando o motivo com razões fundadas.

Em seguida, o assistido poderá interpor, caso queira, o recurso da negativa de atendimento48 no prazo estipulado de acordo com a urgência ou não da demanda, qual seja, para demandas que não são urgentes o prazo de 10 (dez) dias úteis e para as demandas urgentes ou com prazo em curso será o prazo de 02 (dois) dias úteis.

A pessoa que teve o atendimento negado deverá apresentar recurso ao Defensor Público Geral do Estado declarando estar ciente da decisão que negou o atendimento e manifestar sua pretensão de recorrer ou não recorrer. Se a pretensão for de recorrer, o assistido deve expor sucintamente e claramente os motivos do recurso49, anexando em seguida os documentos necessários para a comprovação da vulnerabilidade econômica (caso disponha), e assinando o recurso de próprio punho.

Por fim, a Defensoria Pública que negou o atendimento ao assistido, protocolizará o recurso no órgão de execução50 e encaminhará ao Defensor Público Geral, ou a outra pessoa que tiver sido delegada o encargo.

CONCLUSÃO

Diante do exposto, pode-se concluir que a realização deste estudo sobre a importância da flexibilização do critério de hipossuficiência para fins de prestação dos serviços pela Defensoria Pública, garantindo o acesso à Justiça daqueles desprovidos de renda suficiente para pagar os honorários advocatícios e custas processuais. Além disso, este trabalho pode servir de base teórica para pesquisas acadêmicas futuras, para auxiliar as pessoas de uma sociedade sobre o critério adotado pela Defensoria Pública para definir o critério de vulnerabilidade econômica do assistido.

Durante a realização deste estudo constatou-se pelas diversas fontes de consulta utilizadas, que o critério utilizado para definir o Estado de Vulnerabilidade Econômica de uma determinada pessoa ou seu núcleo familiar, é o fixo, porém possa ser flexibilizado de acordo com a comprovação através de recibos, documentos, entre outros. Além disso, verificamos que a Defensoria Pública utiliza-se como base as leis de acesso à Justiça, o que

48 Conforme o art. 4º da Resolução nº 168, de 29 de setembro de 2017. 49

Conforme o art. 4º da Resolução nº 168, de 29 de setembro de 2017.

50 Órgão competente para apreciação do pedido, conforme o parágrafo único do art. 4º da Resolução nº 168, de

(19)

corrobora para o entendimento de que deva haver a flexibilização do critério de vulnerabilidade econômica.

Dessa forma, pode-se inferir que a pessoa que tem um determinado rendimento, acima do valor estipulado como critério de hipossuficiência pode tê-lo flexibilizado para fins de atendimento na Defensoria Pública, bastando que essa pessoa comprove através de recibos e documentos que demonstrem seus gastos e o torne em estado de vulnerabilidade econômica. Portanto, podemos concluir de um modo geral, que este trabalho rendeu bons frutos, pois possibilitou a aquisição de novos conhecimentos na área Jurídica.

REFERÊNCIAS

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LOPES, Amanda dos Santos. LINHARES, Nathalia Vanessa Gomes. A Atuação Do Serviço

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BRASIL. Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios. APC 20140111512614/DF. Rel. Min. Leila Arlanch, T2 – Segunda Turma. Julgado em 03/02/2016. Dje 01/03/2016. BRASIL. Tribunal de Justiça de São Paulo. AgInt 9901032277352/ SP. Rel. Min. Ricardo Pessoa de Mello Belli, C25º– Vigésima Quinta Câmara de Direito Privado. Julgado em 03/08/2010. Dje 09/08/2010.

(20)

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