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Promoção da saúde auditiva: uma intervenção para prevenção da perda auditiva induzida por ruído em escolares

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

CURSO DE GRADUAÇÃO EM FONOAUDIOLOGIA

PABLLO KAIKY SAMPAIO RAMOS

PROMOÇÃO DA SAÚDE AUDITIVA: UMA INTERVENÇÃO PARA PREVENÇÃO DA PERDA AUDITIVA INDUZIDA POR RUÍDO EM ESCOLARES

Salvador 2016

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PABLLO KAIKY SAMPAIO RAMOS

PROMOÇÃO DA SAÚDE AUDITIVA: UMA INTERVENÇÃO PARA PREVENÇÃO DA PERDA AUDITIVA INDUZIDA POR RUÍDO EM ESCOLARES

Trabalho de Conclusão de Curso para obtenção do título de Bacharel em Fonoaudiologia pela Universidade Federal da Bahia.

Orientadora: Profª Milena Maria Cordeiro de Almeida.

Coorientadora: Silvia Ferrite

Salvador 2016

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus pela oportunidade de estar realizando este trabalho A minha família, pelo incentivo e colaboração, principalmente nos momentos de

dificuldade. As minhas orientadoras por estarem dispostas a ajudar sempre especialmente professora Milena Cordeiro que tive mais contato no desenvolvimento

do presente trabalho, além de ser uma excelente profissional demonstra verdadeiro interesse e compromisso com seu papel social na Universidade. Agradeço a alguns

colegas pelas palavras amigas nas horas difíceis, pelo auxilio nos trabalhos e principalmente por estarem comigo nesta caminhada tornando-a mais fácil e

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a minha família pela fé e confiança deposita em mim. Aos meus amigos pelo apoio incondicional

Aos professores pelo simples fato de estarem dispostos a ensinar

As minhas orientadoras pela paciência demonstrada no decorrer do trabalho, por suas correções e incentivos.

Enfim, a todos que de alguma forma tornaram contribuíram positivamente no meu processo de aprendizagem especialmente em graduação.

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“Pensar em saúde não é uma tarefa fácil se for levada em consideração toda uma série de questões que perpassa na vida de uma pessoa ou de uma comunidade. Que saúde não é apenas ausência de doença está mais que comprovado, já se sabe também que a saúde está diretamente relacionada a questões psicossociais,e que o meio social, assim como as subjetividades e particularidades individuais refletem na situação de saúde das pessoas. Partindo desse pressuposto, a educação em saúde é considerada uma ferramenta importante para se pensar e promover a saúde, principalmente por fugir do que propõe a medicina tradicional hegemônica, deixar de focar na cura ou reabilitação e refletir sobre as formas de propiciar uma melhor qualidade de vida, além de contribuir para a construção do conhecimento em saúde da população”.

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CEP Comitê de Ética

PAIR Perda Auditiva Induzida por Ruído

TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido NIHL Noise-Induced Hearing Loss

IC Intervalo de Confiança

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SUMÁRIO 1. ARTIGO... 8 2. RESUMO / ABSTRACT... 9 3. INTRODUÇÃO...10 4. MÉTODOS...12 5. RESULTADOS...14 6. DISCUSSÃO...17 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS...20 REFERÊNCIAS...21 APÊNDICES...24 ANEXOS...40

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PROMOÇÃO DA SAÚDE AUDITIVA: UMA INTERVENÇÃO PARA PREVENÇÃO DA PERDA AUDITIVA INDUZIDA POR RUÍDO EM ESCOLARES.

Hearing health promotion: an intervention for noise-induced hearing loss in school.

Resumo

Introdução: A Perda Auditiva Induzida por Ruído (PAIR) é um problema de saúde que impacta de forma negativa na qualidade de vida das pessoas, podendo levar inclusive ao isolamento social devidoàsincapacidades que este agravo pode causar, afetando a vida profissional, educacional e social dos indivíduos. Objetivo: desenvolver uma ação de educação em saúde para potencializar o entendimento das crianças sobre a Prevenção da Perda Auditiva Induzida por Ruído e avaliar os efeitos da intervenção na compreensão sobre o tema.Metodologia: estudo de intervenção de desenho quase experimental sem grupo controle, com avaliação antes e depois da intervenção. A população do estudo foicomposta por 16 crianças e a intervenção foi realizada por meio de duas oficinas temáticas. A avaliaçãopré e pós intervenção aconteceu a partir de um jogo, para o qual as crianças foram convidadas a participar a fim de se medir o nível de intensidade sonora escolhido como mais confortável por cada criança, através do uso de um decibelímetro, e de um questionário com proposições sobre o tema PAIR que deveriam ser julgadas comoverdadeiras ou falsas.Resultados: Após a intervenção foi observada melhora na ampliação de respostas corretas relativas a compreensão acerca da PAIR e dos cuidados necessários para sua prevenção. Em relação à aplicação do questionário,no pós intervenção, apenas uma proposição foi marcada incorretamente, equivalente a 1,1%. No que diz respeito aos resultados obtidos na dinâmica do jogo, nopré-intervenção, a intensidade média escolhida pelas crianças foi de 77,8 dB, já no pós intervenção, essa média caiu para 60,7 dB, apresentando uma diferença de 17,1dB. Conclusão: A educação em saúde foi uma ferramenta importante na sensibilização para o tema PAIR e potencializadora da compreensão dos escolares sobre o problema, além de ampliar a autonomiadas crianças acerca dos cuidados necessários na prevenção desse problema.

Palavras chave: Perda Auditiva Induzida por Ruído, Promoção da Saúde, Educação em Saúde, Audiologia.

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Abstract

Introduction: Noise-Induced Hearing Loss (NIHL) is a health Problem that impacts negatively on the quality of life of people, and may lead even to social isolation due to disabilities that this injury can cause affecting the professional, educational and social life. Objective: to develop a health education to enhance the understanding ofthe children about the prevention of noise-induced hearing loss andassess the effects of the intervention on understanding on the topic. Methodology: quasi-experimental design intervention without control group with evaluation before and after the intervention. The population of the study was composed for 16 children and was accomplishedthrough twothematic workshops. Pre and post intervention evaluation happened with a game, for which the children were invited to participatein order to measure the level of loudness chosen as more comfortable foreach child, using a decibelimeter. After that,a questionnaire with propositions on the subject NIHL should be judge like true or false.Results: after the intervention was observed improvement in the frequencies of correctly responses relating to the understanding about the NIHL and the care needed for the prevention. In the postintervention, only a proposition was marked incorrectly, equivalent to 1.1% With regard to the results obtained in the dynamics of the game, in the pre-intervention average intensity chosen by children were 77.8 dB. In the post intervention that dropped to average of 60.7 dB, showing a difference of 17,1dB Conclusion: Health education was an important tool in raising awareness of the issue NIHL and potentiator of understanding of the school about the problem and expand the autonomy of children about the care needed to prevent this problem.

Key words: Noise-Induced Hearing Loss, Health Promotion, Health Education, Audiology.

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10 Introdução

A Perda Auditiva Induzida pelo Ruído é um problema de saúde que normalmente se apresenta na vida adulta, porém é consequência das exposições e hábitos desenvolvidos ao longo da vida dos indivíduos desde a infância. Esse problema prejudica a qualidade de vida dos indivíduos, impactando nas relações sociais, tanto na vida pessoal, como na vida profissional desses. Nessa perspectiva percebe-se a importância das ações educativas baseadas no comportamento relacionado às atitudes e aos hábitos auditivos das crianças¹. Portanto, a Perda Auditiva Induzida pelo Ruído (PAIR) é um problema de saúde que tem implicações sociais e econômicas e que justificam ações específicas de Saúde Coletiva.

As informações epidemiológicas sobre a PAIR no Brasil são escassas, geralmente relacionadas a exposição ao ruido no trabalho. Estudos realizados apontam que 25% da população trabalhadora exposta ao ruído têm algum grau de perda auditiva². No Brasil, as notificações da PAIR relacionadas ao trabalho são de responsabilidade do Sistema de Informação de Agravos de Notificação(SINAN)³.

A PAIR é uma perda auditiva neurossensorial, bilateral, progressiva e irreversível que representa um problema de saúde (CID 10 H83.3). Como o próprio nome prevê, tem como causa a exposição ao ruído, ou seja, os sons indesejáveis, desconfortáveis ou desagradáveis. Estudos realizados no Brasil, assim como nos Estados Unidos, consideram que a exposição a uma intensidade sonora equivalente a 85 dB(A) por um período de tempo igual/superior a 8 horas diárias podem levar à PAIR4. Independente da fonte de ruído, seja ela social, militar ou ocupacional, pode haver lesão auditiva. Embora este tipo de perda auditiva seja majoritariamente relacionado a questões ocupacionais, sabe-se que pode ser adquirida também em ambientes de lazer5.

Em relação à percepção dos sons do cotidiano, é característica da PAIR que indivíduo tenha dificuldades para ouvir sons de alarme, sons domésticos, dificuldade para compreender os sons da fala, principalmente em grandes salas (igrejas, festas), necessidade de alto volume de televisão e rádio além de distúrbios na comunicação. Dentre os distúrbios da comunicação, o indivíduo pode apresentar dificuldades de compreensão em discussões em grupos, em lugares ruidosos, no carro, ônibus e telefone².

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11 A PAIR representa um problema de Saúde Pública, devendo ser, portanto, foco de ações de promoção e prevenção em saúde. Programas de prevenção da perda auditiva podem ser efetivos para uma melhor compreensão sobre o problema e riscos associados e para o uso de estratégias de proteção auditiva e mudança de atitudes e hábitos de exposição, bem como para a diminuição da exposição a ruídos6. Entende-se que intervir com ações educativas em crianças antes destas desenvolverem hábitos inadequados e exposições a riscos é mais eficaz do que educar os adultos para reverter um hábito ou exposição já estabelecidos1. Paralelo a isso, reconhece-se que a parceria entre saúde, educação e família, possui potencial relevante na construção dos conhecimentos relacionados aos cuidados com a saúde, socialização e cidadania dos indivíduos7.

Estudos comprovam que a PAIR pode ser ocasionada também pela utilização contínua de aparelhos tocadores ou leitores de áudio portáteis com fones de ouvido e esses riscos afetam principalmente a população mais jovem, incluindo crianças5. Tais aspectos reiteram a importância de implantação de atividades de educação em saúde auditiva em escolas. Recomenda-se então, a promoção de ações educativas junto às crianças, para que essas possam compreender a gravidade do problema e as formas de preveni-lo, e, além disso, essas crianças poderão atuar como sensibilizadores de seus familiares, divulgando os conhecimentos adquiridos na intervenção proposta pelo presente trabalho.

Portanto, a proposta do presente trabalho foi realizar uma intervenção de Promoção da saúde auditiva e prevenção da PAIR em um grupo de escolares, avaliando efeitos para a compreensão das crianças acerca do tema.

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12 Métodos

Trata-se de umestudo de intervenção, desenho quase experimental sem grupo controle, com avaliação antes e depois da intervenção. Foi realizada uma intervenção de educação em saúde, caracterizada por dois momentos no formato de oficinas de educação em saúde, em uma escola da rede privada da cidade de Salvador, Bahia. A população de estudo foi composta por uma turma 16 de estudantes do 3º ano do ensino fundamental com idades entre 8 a 10 anos, matriculados na referida escola.

A oficina foi organizada em dois momentos, no mês de março de 2016, com duração de aproximadamente cinquenta minutos cada, com uma semana de intervalo entre esses. O primeiro momento contemplou a avaliação de conhecimentos prévios dos alunos e a percepção desses sobre os limites saudáveis de exposição ao ruído, através de um jogo de computador e de uma dinâmica com afirmações verdadeiras e falsas respectivamente, relacionadas ao tema que integram o roteiro da intervenção (APÊNDICE A). Cabe salientar que as atividades realizadas e que serão descritas no decorrer do presente estudo foram elaboradas de forma que os participantes pudessem interagir de forma participativa e lúdica, principalmente por se tratar de crianças. Essas atividades foram moderadas pelo autor do presente trabalho.

Como introdução do primeiro momentofoi aferido o ruído da sala de aula, através do uso do decibelímetro,Icel DL-4020 o que propiciou levantar uma discussão inicial sobre a percepção dos alunos da exposição ao ruído na sala de aula, e possíveis queixas relacionadas a esse. Após essa discussão inicial as crianças foram convidadas individualmente para participarem de um jogo.

Ojogo de computador era iniciado, com o uso de fones de ouvido, por meio do qual era avaliada a escolha da intensidade sonora que os alunos consideravam como confortável e que eles costumam ouvir durante a utilização de jogos eletrônicos. Para essa avaliação o pesquisador utilizou o Decibelímetro DL-4020, que capta frequências entre31,5 Hz até 8.000 Hz fabricado pela Icel, através do qual foi aferida a intensidade sonora captada nos fones de ouvido utilizada no jogo. Após essa aferição e aplicação de questionário foi realizada uma breve explicação

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13 sobre consequências da exposição ao som alto na utilização com fones de ouvido. Foi escolhido o jogo Sonic Time Twisted 2009 – Demo, por ser um jogo popular, sem restrições para a faixa etária das crianças, além de ser um jogo de acesso gratuito na internet. Para a coleta de dados, as crianças foram identificadas por um codinome de sua escolha, a fim de preservar a identidade das mesmas (APÊNDICE B).

Após o jogo, as crianças foram convidadas a responder um questionário, individualmente, com afirmações que deveriam ser julgadas verdadeiras ou falsas. Os alunos responderam verdadeiro ou falso para as seguintes questões sobre o risco de exposição ao ruído (APÊNDICE C):

1.Ouvir som alto é legal.

2.Ouvir som alto faz mal para a saúde 3.Ouvir mal pode lhe prejudicar no futuro

4.O som forte pode provocar problemas quando vocês virarem adultos. 5.O médico pode resolver o problema se o barulho machucar seu ouvido. 6.Se afastar do barulho pode proteger sua audição.

7.Ouvir som alto por muito tempo pode provocar um som estranho no ouvido.

Baseado num trabalho realizado por Lacerda et al (2013), foi realizado neste primeiro momento, após as avaliações pré-intervenção, a construção de um mural na própria escola, com a participação dos alunos, no qual foram expostos os riscos do ruído e formas de proteger a audição e de prevenir a perda auditiva, no intuito de alertar outros escolares, dos demais turnos que não participaram da intervenção. Para essa atividade, as crianças puderam discutir entre si e confeccionar em conjunto os cartazes, que ao final da atividade foram expostos no mural da escola,

onde permanecerão até o final do ano letivo1.

No segundo momento, uma semana após o primeiro, foi realizada uma apresentação lúdica da fisiologia do aparelho auditivo, sendo apresentada a partir de imagens ilustrativas do sistema auditivo. Foi demonstrado como acontece o funcionamento das estruturas na exposição ao som e de que forma ocorre a lesão

das células ciliadas na presença do som intenso/contínuo. Após essa exposição, os

escolares foram convidados novamente a acessar o jogo para aferição da intensidade sonora utilizada pelas crianças e foi realizada novamente a aplicação do

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14 questionário de verdadeiro ou falso da primeira oficina, como estratégia de avaliação da compreensão dos estudantes sobre o tema no pós-intervenção.

Salienta-se que este questionário foi aplicado individualmente para análise pré e pós intervenção e que,no momento de dinâmica, o mesmo foi utilizado como estratégia de educação em Saúde. Todas as informações coletadas através da

dinâmica de verdadeiro e falso e dos níveis de ruído registrados no jogo de

computador foram registradas em um instrumento de coleta de dados individual para cada escolar participante da oficina. Esses dados foram organizados em um arquivo Excel e os resultados pré e pós intervenção foram analisados comparativamente. As variáveis de interesse foram: sexo, idade, respostas ao questionário (antes e depois da intervenção) e nível de ruído (antes e depois da intervenção).

Os dados coletados pré e pós intervenção foram organizados em forma de banco de dados e analisados no programa computacional StatisticsPackage for Social Sciences (SPSS) versão 22. Na análise dos dados, frequências absolutas e relativas foram calculadas para descrição das variáveis sexo, idade e respostas ao questionário. As frequências relativas de respostas ao questionário foram analisadas comparativamente no pré e pós intervenção. As médias de ruído antes e depois foram avaliadas através do Teste t para amostras pareadas, com níveis de significância p<0,05.

RESULTADOS

Um total de 16 crianças participaram dos dois momentos da intervenção, todos matriculados no 3º ano do ensino fundamental de uma instituição de ensino privada. Dessas, 4 possuíam 7 anos de idade, enquanto 12 já haviam completado 8 anos. Em relação ao gênero,6 eram do sexo masculino enquanto 10 eram do sexo feminino.

Inicialmente foi aferido e encontrado o ruído com intensidade de 75,4 dB em sala de aula. Em relação aos conhecimentos prévios sobre a Perda Auditiva Induzida pelo Ruído, pôde-se observar diferentes níveis de compreensão inicial sobre o assunto no primeiro momento. Em resposta à primeira afirmação do

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15 questionário “Ouvir som alto é legal”, 25% das crianças consideraram a afirmação verdadeira no pré-intervenção.Nopós intervenção, 100% das crianças acertaram esta proposição considerando-a falsa (Tabela 1).

A segunda afirmação do questionário referia que “Ouvir som alto faz mal para

a saúde”, a terceira, “Ouvir mal pode lhe prejudicar no futuro” e a quarta “O som forte

pode provocar problemas quando vocês virarem adultos”. Essas três proposições foram assinaladas corretamente por todas as crianças no pré e pós intervenção.

Em relação à quinta proposição, “O médico pode resolver o problema se o barulho machucar seu ouvido”, 44% das crianças consideraram falsa no primeiro momento e após as oficinas, 100% das crianças referiram que esta afirmação é

falsa, ou seja, responderam corretamente o questionamento. A sexta afirmação se

referia à medida preventiva contra o ruído, com a afirmação “Se afastar do barulho pode proteger sua audição”, apenas 1 criança acreditou ser uma afirmação verdadeira no primeiro momento e manteve sua resposta no segundo momento. Na sétima proposição, que referia que “Ouvir som alto por muito tempo pode provocar um som estranho no ouvido”, 87,5% das crianças consideram verdadeira no primeiro momento, e após oficinas, 100% delas passam a considerar a proposição verdadeira.

Ao fim das atividades do primeiro momento, as crianças foram convidadas a participar de uma oficina em que juntas tinham que confeccionar um cartaz com figuras que representassem riscos para a audição e outro cartaz em que se evidenciava formas de protegê-la. Os recortes foram levados prontos para que as mesmas apenas direcionassem para o cartaz correto. Durante toda a atividade foram realizados esclarecimentos sobre cada um dos encartes utilizados, uma vez que a todo momento as crianças faziam questionamentos sobre o temae, de uma maneira geral, as crianças consideraram a dinâmica esclarecedora. Finalizando a dinâmica, foi questionado às crianças se existiam dúvidas e/ou curiosidades sobre as discussões, e todas responderam que não. O cartaz foi anexado em mural na sala de aula após concluído(APÊNDICE E).

Em relação a dinâmica do jogo, pôde-se observar que em primeiro momento 37,5% das crianças optaram por uma intensidade sonora que excedia ao limite de tolerância para um trabalhador4, após a intervenção nenhuma das crianças

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16 selecionaram intensidades iguais ou superiores a tais níveis².A média dos dados aferidos em relação à escolha de intensidade de ruído no pré intervenção foi de77,8 dB,após a intervenção a média caiu para 60,7 dB de intensidade. A diferença entre as médias pré e pós intervenção foi de17,1 dB (IC 10,6-23,8), com significância estatística de (p<0,001) (Tabela 2 e Figura 1).

DISCUSSÃO

A avaliação da ação foi realizada através de um questionário, aplicado antes e após a intervenção, e, assim, pode-se observar, através da comparação das respostas pré e pós oficinas, que houve uma melhora na compreensão geral sobre o tema. Da mesma forma, as crianças apresentaram um comportamento de prevenção ao escolherem um volume sonoro menos intenso na atividade mediada pela dinâmica do jogo.

Após a intervenção, mais crianças compreenderam os agravos que o ruído pode causar a audição, entenderam que a PAIR se trata, portanto, de uma perda auditiva irreversível e que não necessariamente o médico pode reverter a situação. Além disso, no segundo momento de intervenção, reduziu-se para zero o percentual de crianças que consideravam que ouvir som alto é legal. Foi observado que, durante aplicação de questionário, muitas crianças tinham dúvidas relacionadas à medida de proteção “Se afastar do barulho pode proteger sua audição”, porém, quase todas marcaram como verdadeira. Devido a essa observação foram realizados maiores esclarecimentos sobre essa informação após aplicação de questionário e durante dinâmica de placas com verdadeiro e falso no primeiro momento.

A intenção do presente trabalho foi a construção participativa de uma ação de Promoção da Saúde e Prevenção da PAIR através de uma estratégia de educação em saúde. Entende-se a educação em saúde como ferramenta importante para a promoção da saúde, pois sugere atividades de abordagens educativas, que tenham um caráter democrático, participativo, problematizador, transformador, que envolve o

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17 indivíduo de forma que o mesmo exerça um papel conscientizador, para que assim, possam contribuir para a construção da capacidade individual e coletiva na conquista da cidadania8.

Observa-se que a falta de compreensão sobre a PAIR, impacta no reconhecimento desse agravo, fazendo com que as crianças desenvolvam hábitos nocivos durante a vida que podem ser evitados desde a infância9.

O questionário utilizado para avaliação da compreensão das crianças trazia também questões que apontam hábitos/comportamentos que poderiam ser responsáveis pela instalação dos agravos que o ruído pode causar. Durante as oficinas existiu a preocupação em reforçar a PAIR como agravo prevenívele que hábitos não saudáveis poderiam aumentar a probabilidade de se desenvolver a mesma como, por exemplo, jogos com utilização de fones de ouvido a nível de intensidade elevado, trabalhar em ambientes expostos ao ruído sem equipamentos de proteção individual, frequentar rotineiramente e por longo período de tempo ambientes de lazer que o exponha ao ruído como shoppings e festas, aproximar-se muito de fontes sonoras como caixas de som e trios elétricos10.

Um exemplo de estudo que busca realizar a prevenção da PAIR através da educação em saúde no âmbito escolar é o programa Dangerous Decibels, que em português significa Decibéis Perigosos. Esse programa utiliza campanhas educacionais, peças de teatro e pesquisa para incentivar e estudar Saúde Auditiva e Saúde Pública, com o objetivo de reduzir o ruído e incidência de PAIR11. As atividades educacionais do programa abordam fontes de sons potencialmente perigosos, as consequências da exposição ao ruído e as formas de proteção da audição6,12. A apresentação oral é um dos componentes mais importantes do programa Dangerous Decibels.

Na perspectiva de Folmer et al (2002), a falta de programas de promoção da saúde auditiva nas escolas acontece devido à falta de consciência pública sobre riscos de som excessivo e consequências da perda auditiva ocasionada por esses sons, a falta de divulgação eficaz dos programas de conservação auditiva, currículos e materiais existentes, além da falta de um mandato de conselhos escolares e estadual e/ou federal e agências de saúde13,14.

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18 No primeiro momento da intervenção, talvez pela não compreensão sobre todos os agravos relacionados ao ruído, a maioria das crianças relataram em seu discurso já ter tido episódio de barulhos estranhos no ouvido após exposição ao som alto, o que muda no pós-intervenção. No primeiro momento 12,5% das crianças referem não haver relação entre esses barulhos e o som de forte intensidade, aspecto que é alterado em segundo momento, pois 100% das crianças respondem positivamente para a existência da relação entre estes, podendo sinalizar melhor compreensão dos sinais, sintomas e agravos relacionados ao ruído.

Em relação ao jogo pôde-se perceber que em primeiro momento as crianças consideravam o som alto algo que poderia lhes proporcionar sensações agradáveis. Embora algumas já tivessem ouvido falar que o ruído pode causar problemas na audição em indústrias, por exemplo, não sabiam que os hábitos auditivos como jogar ou ouvir música utilizando fones de ouvido com intensidade sonora elevada também podem ocasionar perda auditiva.Essa reflexão pode justificar o porquê em pré intervenção as crianças optaram por intensidades médias e superiores a 77,8 dB enquanto que no pós intervenção essa média cai para 60,7 dB.

Esta compreensão a partir do pós intervenção pode ter influenciado nos resultados referentes à intensidade sonora optada pelas crianças, uma vez que a médias pré e pós intervenção diferiram em 17,1 dB para menos em segundo momento. Entende-se que essa diferença ocorre em consequência dos novos conhecimentos adquiridos sobre a PAIR e as formas de proteger a audição, sendo uma delas a redução do volume de intensidade sonora.

Foi observada uma intensidade sonora de até 75,4 dB em aferição do ruído ambiente em sala de aula, esta condição acústica também pode contribuir para o desenvolvimento de queixas/problemas auditivos tanto dos alunos quanto dos professores, pois, existe recomendação para que a intensidade média de ruído dentro de uma sala de aula esteja entre 35 a 45 dB.Níveis de ruído entre 50-65dB podem provocar estresse leve, dando início ao desconforto auditivo, agitação, além de impactar diretamente no processo de aprendizagem das crianças uma vez que o ruído provoca uma redução na inteligibilidade da fala do professor15,16.

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19 Para análise dos resultados referente a dinâmica do jogo quando utilizado o Boxplot percebe-se diferença estatisticamente significante e representativa principalmente na distribuição dos valores individuais relacionados aos das médias aritméticas, comparando a intensidade sonora optada por cada uma das crianças no pré e pós intevervenção.

Para Knobel e Lima (2014), apesar dos verdadeiros riscos auditivos na criança média ou adolescente ainda não estarem completamente estabelecidos, ao longo dos últimos 30 anos, vários estudos têm sugerido a implantação da educação auditiva e prevenção da PAIR em escolas. Estudos evidenciam que são efetivas as intervenções realizadas antes do desenvolvimento de hábitos inadequados. Infelizmente, as informações básicas de conservação auditiva ainda são ausentes da maioria dos currículos escolares a nível mundial, não sendo um problema apenas no Brasil.

As alterações nas respostas das crianças podem sugerir uma aquisição de novos conhecimentos sobre a PAIR, e podem estar relacionadas às atividades desenvolvidas nas oficinas. Porém, a interpretação dos resultados deve ser realizada cuidadosamente, pois deve-se levar em consideração que as intervenções foram realizadas com intervalo de uma semana e que as novas informações estavam recentes na memória das crianças.

Durante a intervenção, principalmente na dinâmica em que as crianças levantavam placas com V para verdadeiro e F para falso, os participantes interagiam bastante, tiravam dúvidas, e demonstravam interesse no tema ajudando na construção das oficinas. A intenção de iniciar as oficinas com um questionário antecipadamente à intervenção foi compreender o conhecimento prévio das crianças sobre o tema e a partir desse direcionar as discussões. Ou seja, o ponto de partida foi o conhecimento prévio dessas crianças, em uma tentativa de construir o processo de Educação em saúde.

Logo, pode-se intervir especificamente na reflexão sobre a prevenção dos prejuízos decorrentes da exposição ao ruído ambiental e atividades de lazer, visando prevenir a PAIR. No Brasil, campanhas como o Dia Internacional de Conscientização dos Efeitos do Ruído e o Passe Adiante Esta Ideia, são exemplos de projetos cujo objetivo é a promoção da saúde auditiva5.

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20 Programas de conservação auditiva em escolas tem a finalidade de evitar futuras dificuldades na comunicação das crianças, no desenvolvimento de seu aprendizado e na vida social, para, então, essas atingirem a idade adulta com maior potencial. No caso da saúde auditiva de crianças, ações de promoção e prevenção de saúde combinadas à triagem auditiva periódica são de fundamental importância para um bom desenvolvimento no processo de ensino-aprendizagem nas escolas. Estas ações além de sensibilizar crianças, conseguem atingir seus pais e professores, configurando um ciclo de informações17.

9. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os resultados desta pesquisa sugerem que atividades de educação em saúde contribuem positivamente para a compreensão das crianças sobre a influência do ruído na perda da audição, e gerou mudanças significativas no comportamento auditivo após a intervenção, revelando mudanças referentes às escolhas dos escolares em relação aos níveis de intensidade sonora em uma atividade de lazer. Em relação à proteção auditiva, foi notada maior compreensão sobre como prevenir a PAIR. Considera-se relevante desenvolver programas educativos,pois,potencializa a conscientização, resultando em benefícios que influenciam diretamente a qualidade de vida dos indivíduos.

Os resultados do presente trabalho apontam a significância do mesmo, porém, por se tratar de uma população pequena, com umaamostra de conveniência, e tempo curto entre intervenção e avaliação dos resultados, os dados encontrados devem ser analisados com cautela. Então, mesmo sabendo da importância da educação em saúde, não é possível mensurar as mudanças e o conhecimento adquirido em longo prazo na vida das crianças que participaram das oficinas. Porém, essas limitações não diminuem a importância de iniciativas como essa, que

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21 avançam na integraçãoda Universidade e comunidade, aproximando-a da realidade social e das necessidades de saúde da população.

A análise dos resultados da presente pesquisa pode orientar o desenvolvimento de futuros estudos, com populações maiores e de diferentes características etárias e sociais.A partir dos resultados se percebe os diferentes níveis de compreensão sobre a PAIR entre as crianças,masé desconhecido, por exemplo, a forma que elas lidam com a poluição sonora e como protegem sua audição na sua rotina diária.

Nesse contexto, torna-se necessário reconhecer o potencial da atuação fonoaudiológica dentro do modelo de Promoção da Saúde, bem como na Saúde Coletiva, lembrando que a atuação do fonoaudiólogo nestes modelos se encontra ainda em processo de reflexão, ressignificação de conceitos e construção do trabalho a ser desenvolvido.

Referências

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22 3. Brasil. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Sistema de Informação de Agravos de Notificação - Sinan: normas e rotinas [Internet]. 2 ed. Brasília: Ministério da Saúde; 2007. 67 p. (Série A. Normas e Manuais Técnicos) [citado 2015 fev 16]. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/ publicacoes/07_009

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12. Martin WH1, Griest SE, Sobel JL, Howarth LC. Randomized trial of four noise-induced hearing loss and tinnitus prevention interventions for children.International Journal of Audiology. 2013 Feb; 52 Suppl 1:S41-9. doi: 10.3109/14992027.2012. 13. Folmer RL, Griest SE, Martin WH (2002). Hearin Conservation education programs for children: A review. Journal osShool Health, 72 (2), 51-57.

14.Folmer, RL (2003) The importance of hearing conservation instruction. JournalofSchoolNursing 19(3, 140-148)

15. Dreossi, RCF, &Momensohn-Santos, T. (2005). O ruído e sua interferência sobre

estudantes em uma sala de aula: revisão de literatura.Pró-FonoRevista de Atualização Científica, 17(2), 251-8.

16. THIERY, Y. MEYER, B. JournalofAcousticalSocietyofAmerica. v. 84, n. 2, p. 651-659, 1988.

17. Lacerda ABM, et al. Childhood Hearing Health: Educating for Prevention of Hearing Loss. InternationalArchivesofOtorhinolaryngology, n. EFirst, 2014.

(24)

24 Tabela 1. Proporções dos acertos e erros sobre conhecimentos acerca da PAIR no pré e pós intervenção, Salvador, 2016.

Pré intervenção Pós intervenção

% % % %

Questões Acerto Erro Acerto Erro

1. Ouvir som alto é legal. 75 25 100 0

2. Ouvir som alto faz mal para a saúde

100 0 100 0

3. Ouvir mal pode lhe prejudicar no futuro

100 0 100 0

4. O som forte pode provocar problemas quando vocês virarem adultos.

100 0 100 0

5. O médico pode resolver o problema se o barulho machucar seu ouvido.

43,7 56,3 100 0

6. Se afastar do barulho pode proteger sua audição.

93,7 6,3 93,7 6,3

7. Ouvir som alto por muito tempo pode provocar um som estranho no ouvido.

(25)

25 Tabela 2. Análise das médias referentes a intensidade sonora coletadas em atividade do jogo, pré e pós intervenção, Salvador, 2016.

Média N IC (dB) Desvio padrão

Pré-intervenção 77,8 dB 16 60,8-94,5 9,8

Pós-intervenção 60,7 dB 16 50,9-72,5 6,9

(26)

26 Figura 1. Valores médios e extremos de intensidade sonora escolhidas pelas crianças durante a aplicação do jogo no pré-intervenção (med1) e pós-intervenção (med2).

(27)

27 APÊNDICES

APÊNDICE A. Roteiros da intervenção: Roteiro Intervenção Momento 1

Atividade Duração

Medição do nível de ruído da sala. Será realizada uma dinâmica de afirmações que serão julgadas pelas crianças como verdadeiras ou falsas, estas relacionadas à exposição ao ruído e à saúde auditiva. As respostas corretas e devidos esclarecimentos serão discutidos em sequência.

15 minutos

Os alunos serão convidados a acessar um jogo de computador, utilizando fones de ouvido, para se aferir a intensidade sonora que os alunos consideram que seja confortável e/ou que eles costumam ouvir habitualmente.

20 minutos

Será realizada uma explicação didática sobre as consequências da exposição à forte intensidade sonora e uso de fones de ouvido.

15 minutos

Confecção de cartaz com fatores de risco

(28)

28 Roteiro Momento 2

Atividade Duração

Explicação lúdica da anatomia e fisiologia do sistema auditivo.

10 minutos

Encenação com o modelo anatômico da orelha interna através da qual será simulada as reações das células ciliadas a ruídos de intensidade diferente.

10 minutos

Alunos serão convidados mais uma vez a participarem ao jogo com utilização dos fones. Nesse momento será avaliado se o entendimento sobre os riscos do ruído repercutiram na mudança dos hábitos das crianças.

20 minutos

Será realizada novamente a dinâmica de afirmações que serão julgadas pelas crianças como verdadeiras ou falsas, no intuito de se comparar os resultados pré e pós-intervenção.

(29)

29 APÊNDICE B. Coleta de dados referente à intensidade sonora referida como mais confortável pelos escolares durante aplicação de jogo eletrônico.

Codinome - Sexo - Idade 1º momento 2º momento 1. ( m / f ) - ( ) 2. ( m / f ) - ( ) 3. ( m / f ) - ( ) 4. ( m / f ) - ( ) 5. ( m / f ) - ( ) 6. ( m / f ) - ( ) 7. ( m / f ) - ( ) 8. ( m / f ) - ( ) 9. ( m / f ) - ( ) 10. ( m / f ) - ( ) 11. ( m / f ) - ( ) 12. ( m / f ) - ( ) 13. ( m / f ) - ( ) 14. ( m / f ) - ( ) 15. ( m / f ) - ( ) 16. ( m / f ) - ( ) 17. ( m / f ) - ( )

(30)

30 APÊNDICE C. Ficha para a coleta de dados da intervenção.

Questão Codinome: Sexo: Idade:

Verdadeiro Falso

1. Ouvir som alto é legal.

2. Ouvir som alto faz mal para a saúde.

3. Ouvir mal pode lhe prejudicar no futuro.

4. O som forte pode provocar problemas

quando vocês virarem adultos.

5. O médico pode resolver o problema se o

barulho machucar seu ouvido.

6. Se afastar do barulho pode proteger sua audição.

7. Ouvir som alto por muito tempo pode provocar um som estranho no ouvido.

(31)

31 APÊNDICE D. TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Prezado(a) Pai/Responsável,

Meu nome é PablloKaiky Sampaio Ramos,sou estudante do curso de

Fonoaudiologia da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e estou realizando a pesquisa “Promoção da Saúde Auditiva: uma intervenção para prevenção da

perda auditiva induzida por ruído em escolares”, sob supervisão da professora

Milena Cordeiro. O objetivo da pesquisa é realizar atividades de educação em saúde

sobre a saúde auditiva e prevenção dos problemas causados pela exposição ao som alto, e incentivar medidas de proteção da saúde do ouvido e da audição.

A participação nesta pesquisa acontecerá no formato de duas atividades em sala de aula, na própria escola, cada uma com duração de 50 minutos. Nessas atividades acontecerão: a medição do ruído/som alto em sala de aula, um jogo de verdadeiro e falso e um jogo eletrônico,todos com linguagem/formato apropriados para a idade dos estudantes. Através dessas atividades acontecerá uma discussão dos problemas de saúde causados pela exposição a sons altos, como os de aparelhos de som portátil, e de como evitar esses problemas. A participação nesse estudo não está relacionada com custos ou pagamentos, e se o(a) senhor(a) decidir não participar ou quiser sinalizar a vontade de desistência de participação, poderá fazer isso em qualquer momento anterior à publicação da pesquisa.

Este é um trabalho de conclusão de curso do Instituto de Ciências da Saúde, UFBA, e a possível publicação dos resultados desta pesquisa manterá sob sigilo a identificação/nome dos participantes. Através da participação nesse trabalho você estará contribuindo para a compreensão dos problemas gerados pelo som alto, pela perda da audição e para a produção de mais conhecimentos sobre o assunto. Caso sejam identificados casos de perda de audição, o(a) senhor (a) será informado e o estudante será encaminhado à Clínica Escola de Fonoaudiologia (CEDAF) do Instituto de Ciências da Saúde, Universidade Federal da Bahia para que sejam realizados exames e a devida assistência.

(32)

32 Todas as informações estarão à sua disposição quando finalizada. Essas serão arquivadas com o pesquisador por um período de 5 anos, e após esse tempo serão destruídas. Este termo de consentimento encontra-se impresso em duas vias originais: sendo que uma será arquivada pelo pesquisador, e a outra será fornecida ao(a) senhor(a). Os pesquisadores tratarão sua identificaçãocom sigilo (segredo profissional), atendendo a legislação brasileira (Resolução Nº 466/12 do Conselho Nacional de Saúde), utilizando as informações somente para objetivos relacionados à ciência e Universidade.

Salvador, ____ de ______________ de 20_____.

_____________________________________ Assinatura do (a). Responsável

_____________________________________ Assinatura do estudante pesquisador

PablloKaiky Sampaio Ramos

Aluno do curso de graduação em Fonoaudiologia da Universidade Federal da Bahia Tel.: 71-93961368

Av. Reitor Miguel Calmon, s/n – Vale do Canela, 40160-100, Salvador, Bahia.

___________________________________________________________________ Assinatura da professora responsável pela pesquisa

Milena Maria Cordeiro de Almeida Tel.: 71-99445958/ 32838926

Instituto de Ciências da Saúde, Universidade Federal da Bahia

(33)

33 APÊNDICE D: TERMO DE ASSENTIMENTO

Olá,

Meu nome é PablloKaiky,sou estudante do curso de Fonoaudiologia da Universidade Federal da Bahia e gostaria de te convidar para participar de uma pesquisa sobre a saúde do seu ouvido e de como o som alto pode provocar problemas de saúde e até perda da audição.Realizaremos atividades de educação em saúde, dentro da sala de aula da sua escola, como jogos e brincadeiras, para tirar dúvidas e conversarmos sobre como podemos proteger nosso ouvido e nossa audição do som alto.

Para participar desta pesquisa, o seu pai e/ou mãe terá que permitir sua participação além de assinar um documento. Você não terá que pagar nada ou receberá pagamento para participar, poderá tirar dúvidas sobre a atividade e também poderá desistir de participar quando desejar.O seu pai e/ou sua mãe também poderão impedir a sua participação caso desejem. Se você sentir vergonha e não deseje participar, você pode retirar esta autorização a qualquer momento da atividade.

Esta pesquisa não apresenta perigo ou risco, mas caso você se incomode de participar, você poderá ser ajudado informando seu incômodo ao pesquisador. Você poderá conhecer as informações da pesquisa quando quiser. Seu nome será mantido em segredo e as informações da pesquisa ficarão guardados comigo por um período de 5 anos, e após esse tempo serão destruídos. Este documento tem duas cópias e uma deverá ficar com você. Leia com atenção ou solicite que o pesquisador leia com atenção as informações abaixo e assine caso concorde:

(34)

34 Eu, _____________________________, documento de identidade ____________________ (se já tiver documento), fui informado dos objetivos da pesquisa, de maneira clara e tirei minhas dúvidas. Sei que a qualquer momento poderei pedir as informações que precisar, e o meu pai ou minha mãe poderão me impedir de participar da pesquisa.Com o documento do meu responsável já assinado, confirmo que concordo em participar dessa pesquisa. Afirmo que recebi este documento e que pude ler e esclarecer as minhas dúvidas.

Salvador, ____ de ______________ de 20___.

___________________________________________ Assinatura do estudante (menor)

______________________________________________ Assinatura do estudante pesquisador

PablloKaiky Sampaio Ramos – Aluno do curso de graduação em Fonoaudiologia da Universidade Federal da Bahia (Tel.: 71-93961368)

Av. Reitor Miguel Calmon, s/n – Vale do Canela, 40160-100, Salvador, Bahia

_______________________________________ Assinatura do pesquisador responsável

Milena Maria Cordeiro de Almeida – Professora e pesquisadora responsável (Tel.: 71-99445958/ 32838926)

Instituto de Ciências da Saúde, Universidade Federal da Bahia

(35)

35 APÊNDICE E: CONFECÇÃO DE CARTAZES E ANEXO EM MURAL DA SALA DE AULA

(36)

36 1

(37)
(38)
(39)
(40)

40 Anexo – Cópia da aprovação do projeto pelo Comitê de Ética em Pesquisa

(41)
(42)
(43)
(44)

44 Anexo : Projeto do trabalho de conclusão de curso

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE FONOAUDIOLOGIA

CURSO DE FONOAUDIOLOGIA

PABLLO KAIKY SAMPAIO RAMOS

PROMOÇÃO DA SAÚDE AUDITIVA: UMA INTERVENÇÃO PARA PREVENÇÃO DA PERDA AUDITIVA INDUZIDA POR RUÍDO EM ESCOLARES

Salvador 2015

(45)

45 PABLLO KAIKY SAMPAIO RAMOS

PROMOÇÃO DA SAÚDE AUDITIVA: UMA INTERVENÇÃO PARA PREVENÇÃO DA PERDA AUDITIVA INDUZIDA POR RUÍDO EM ESCOLARES

Projeto de pesquisa apresentado em cumprimento parcial às exigências de Trabalho de Conclusão do Curso de Fonoaudiologia da Universidade Federal da Bahia.

Orientadora: Prof.ª Milena Maria Cordeiro de Almeida

Coorientadora: Prof.ª Silvia Ferrite

Salvador 2015

(46)

46 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO...4 2. PERGUNTA DE INVESTIGAÇÃO ...6 3. OBJETIVOS ...6 3.1 OBJETIVOS GERAIS ...6 3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ...7 4. REVISÃO DE LITERATURA ...7 5. QUADRO TEÓRICO ...14 6. MÉTODOS ...16 7. ASPECTOS ÉTICOS DA PESQUISA...19 8. ORÇAMENTO...19 9. CRONOGRAMA...22 APÊNDICES ...26

(47)

47 1. Introdução

A Perda Auditiva Induzida pelo Ruído é um problema de saúde que normalmente se apresenta na vida adulta, porém é consequência das exposições e hábitos desenvolvidos ao longo da vida dos indivíduos, desde a infância. Essa prejudica a qualidade de vida dos indivíduos, impactando nas relações sociais, tanto na vida pessoal, como na vida profissional desses. Portanto, a Perda Auditiva Induzida pelo Ruído (PAIR) é um problema de saúde que tem implicações sociais e econômicas e que justificam ações específicas de Saúde Coletiva.

As informações epidemiológicas sobre a PAIR no Brasil são escassas, e as que existem estão relacionadas a notificações de origem laboral. Estudos realizados apontam que 25% da população trabalhadora exposta ao ruído têm algum grau de perda auditiva (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006). No Brasil, as notificações da PAIR relacionadas ao trabalho são de responsabilidade do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), sistema que registra variáveis sociodemográficas, econômicas e ocupacionais. Através do SINAN sabe-se que mesmo sendo o agravo mais comum à saúde dos trabalhadores, a subnotificação da PAIR contribui para que a doença permaneça invisível, deixando de ser prioridade nos programas de promoção e prevenção da saúde (CCVISAT/MS, 2013).

A PAIR é uma perda auditiva neurossensorial, bilateral, progressiva e irreversível que representa um problema de saúde (CID 10 H83.3). A PAIR, como o próprio nome prevê, tem como causa a exposição ao ruído. Entende-se como ruído os sons indesejáveis ou desagradáveis, e estes quando intensos e de exposição continuada podem levar à PAIR (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006). Independente da fonte de ruído, seja ela social, militar ou ocupacional, pode haver lesão auditiva. Embora este tipo de perda auditiva seja majoritariamente relacionado a questões ocupacionais, sabe-se que pode ser adquirida também em ambientes de lazer (LACERDA et al, 2011).

Um som intenso único, como uma explosão, também pode produzir uma lesão permanente da audição (LOPES FILHO; CAMPOS, 1994). Quando a exposição ao ruído é de forma súbita e muito intensa, como o caso da explosão,

(48)

48 pode levar a um trauma acústico, uma lesão auditiva que pode ser temporária ou

definitiva (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006). Outro tipo de alteração auditiva provocado pela exposição ao ruído intenso é a mudança transitória de limiar, que consiste numa diminuição da acuidade auditiva que pode retornar ao normal, após cessado o ruído. São sintomas da PAIR: perda auditiva, dificuldade de compreensão de fala, zumbido e intolerância a sons intensos, o portador da PAIR também apresenta queixas, como cefaleia, tontura, irritabilidade e problemas digestivos (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006).

A PAIR prejudica diretamente a qualidade de vida dos indivíduos, pois interfere e dificulta as relações interpessoais, por proporcionar distúrbios na comunicação. (SANTONI et al., 2010). Em relação à percepção dos sons do cotidiano, é característica da PAIR que indivíduo tenha dificuldades para ouvir sons de alarme, sons domésticos, dificuldade para compreender os sons da fala, principalmente em grandes salas (igrejas, festas), necessidade de alto volume de televisão e rádio além de distúrbios na comunicação. Dentre os distúrbios da comunicação, o indivíduo pode apresentar dificuldades de compreensão em discussões em grupos, em lugares ruidosos, no carro, ônibus e telefone (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006).

A PAIR representa um problema de Saúde Pública, devendo ser, portanto, foco de ações de promoção e prevenção em saúde. Programas de prevenção da perda auditiva podem ser efetivos para uma melhor compreensão sobre o problema e riscos associados e para o uso de estratégias de proteção auditiva e mudança de atitudes e hábitos de exposição, bem como para a diminuição da exposição a ruídos (KNOBEL; LIMA, 2014). Apesar de esses programas serem mais difundidos na Saúde Ocupacional, durante a vida adulta, esses também podem ser desenvolvidos ao longo da formação desses indivíduos. Reconhece-se que intervir com ações educativas em crianças antes de desenvolver hábitos inadequados e exposições a riscos é mais eficaz do que educar os adultos para reverter um hábito ou exposição já estabelecidos (EAVEY, 2006).

Estudos comprovam que a PAIR pode ser ocasionada também pela utilização contínua de aparelhos tocadores ou leitores de áudio portáteis com fones de ouvido

(49)

49 e esses riscos afetam principalmente a população mais jovem, incluindo crianças

(LACERDA et al, 2011). Tais aspectos reiteram a importância de implantação de atividades de educação em saúde auditiva em escolas. Recomenda-se então, a promoção de ações educativas junto às crianças, para que essas possam compreender a gravidade do problema e as formas de preveni-lo, e, além disso, essas crianças poderão atuar como sensibilizadores de seus familiares, divulgando os conhecimentos adquiridos na intervenção proposta pelo presente trabalho.

Portanto, a proposta do presente projeto é realizar uma intervenção de Promoção da saúde auditiva e prevenção da PAIR em um grupo de escolares, avaliando efeitos para a compreensão das crianças acerca do tema. Assim, pretende-se colaborar para a construção de conhecimentos integrando as áreas da Fonoaudiologia e Saúde Coletiva, sensibilizando os profissionais da saúde e educação para o tema da PAIR, além de contribuir para uma melhor compreensão sobre os efeitos de ações de promoção e prevenção sobre esse problema de saúde.

2. Pergunta de Investigação

Uma intervenção de promoção da saúde auditiva e prevenção da PAIR produz efeitos na compreensão de crianças acerca do risco do ruído, da sua relação com a perda auditiva e de como se proteger?

3. Objetivos

3.1 Objetivo Geral

 Avaliar os efeitos de uma intervenção de promoção da saúde auditiva e prevenção da PAIR na compreensão das crianças acerca do risco do ruído, sua relação com a perda auditiva e de como proteger a audição.

(50)

50 3.2 Objetivos específicos

 Realizar uma intervenção de promoção da saúde e prevenção da PAIR em um grupo de crianças com idade entre 8 e 10 anos;

 Avaliar o conhecimento de crianças de uma escola da cidade de Salvador sobre os riscos do ruído, sua relação com a perda auditiva e como proteger a audição das consequências de exposição ao ruído;

 Analisar se a intervenção produz efeitos na compreensão das crianças sobre o tema.

4. Revisão de literatura

A PAIR ou Mudança Permanente de Limiar (MPL) é uma patologia ocasionada por exposições a ruído, quando essa exposição ocorre durante muitos anos. A PAIR se caracteriza por uma perda auditiva sensorioneural, irreversível quase sempre bilateral e simétrica e que não progride uma vez cessada a exposição (TELES; MEDEIROS, 2007).

Segundo Rios (2007) a exposição contínua a sons de forte intensidade pode ocasionar diversos problemas de saúde, entre eles a perda auditiva conhecida como Perda Auditiva Induzida por Níveis Elevados de Pressão Sonora (PAINPSE) ou popularmente PAIR. Também conhecida como Mudança Permanente de Limiar, Disacusia Neurossensorial, Disacusia Neurossensorial Ocupacional por Ruído, Surdez Ocupacional ou Profissional, Perda Auditiva Profissional ou Ocupacional, Disacusia Auditiva Crônica Induzida pelo Ruído, entre outras denominações.

Em relação às limitações e dificuldades que o indivíduo portador da PAIR possui, se destaca a incapacidade de ouvir sons que eram comuns, como toque do celular, sons de alerta e segurança, dificuldade de compreensão de fala em locais públicos. Essas limitações podem ocasionar outros problemas como esforço e fadiga

(51)

51 devido à atenção e concentração excessiva durante a realização de tarefas na

tentativa de compensar o déficit auditivo. Como a PAIR pode ser acompanhada pela presença do zumbido, esse estado pode levar à ansiedade, irritação e aborrecimentos causados pelo zumbido. Outras queixas são: aborrecimento pela consciência da deterioração da audição, dificuldades nas relações familiares, irritabilidade pela incompreensão familiar, isolamento, auto-imagem negativa, o indivíduo vê-se como surdo, velho ou incapaz (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006).

Não existe até o momento tratamento para PAIR, e o fundamental, além da notificação que dará início ao processo de Vigilância em Saúde, é o acompanhamento e a prevenção da progressão da perda auditiva por meio de avaliações audiológicas periódicas e afastamento dos indivíduos da exposição ao ruído. Essas avaliações podem ser realizadas em serviço conveniado da empresa onde o trabalhador trabalha ou na rede pública de saúde, na atenção secundária ou terciária, que dispuser do serviço. A reabilitação pode ser feita por meio de ações terapêuticas individuais e em grupo, a partir da análise cuidadosa da avaliação audiológica do indivíduo. Esse serviço poderá ser realizado na atenção secundária ou terciária, desde que exista o profissional capacitado, o fonoaudiólogo.

Em relação aos níveis de complexidade da Atenção Básica é responsável por ações individuais e coletivas que promovam a saúde auditiva, previnam e identifiquem precocemente a perda auditiva, incluindo realização de atividades de educação e informação em saúde. Os serviços de média complexidade são responsáveis pelo diagnóstico e terapia fonoaudiológica, dispondo de suporte profissional adequado e da própria estrutura física. Em relação ao atendimento profissional, deve atender indivíduos com risco ou suspeita de perda auditiva e com a deficiência auditiva já diagnosticada, excluindo crianças com idade inferior a três anos, além de monitoramento da audição e triagem neonatal, através de uma equipe multidisciplinar composta por médicos otorrinolaringologistas, fonoaudiólogos, assistentes sociais e psicólogos. No caso da alta complexidade, as atribuições costumam ser as mesmas da média complexidade, e o que as diferenciam é que a alta complexidade dispõe também de neurologistas e pediatras, além do atendimento de crianças que acontece desde antes dos três anos.

(52)

52 Na Atenção Básica, a promoção da saúde está relacionada à elaboração de

políticas públicas e estratégias voltadas a melhorias na qualidade de vida das pessoas. Parte-se do princípio que as ações de promoção da saúde se organizam em torno de ações globais relacionadas á relação saúde-doença, enquanto a prevenção se dá por intervenções orientadas a evitar o surgimento de doenças específicas, reduzindo sua incidência e prevalência nas populações. A base da prevenção é o conhecimento epidemiológico moderno; seu objetivo é o controle da transmissão de doenças infecciosas e a redução do risco de doenças degenerativas ou outros agravos específicos (CZERESINA, 1999). Porém, sabendo que as práticas do presente trabalho estão voltadas para a perspectiva da promoção da saúde auditiva e prevenção da PAIR, cabe uma breve distinção dos termos que já foram muito utilizados como sinônimos pela literatura, mas não são.

Já a prevenção, tem o objetivo de evitar o adoecimento a partir de um conhecimento de práticas cujas metas centrais são diminuir e evitar doenças, principalmente imunizando indivíduos. Para se trabalhar com prevenção é necessário conhecer os agentes causadores, partindo do princípio em que esses, podem ser evitáveis. Sendo assim é preciso conter aquilo que a priori determina o surgimento de uma doença. Então, pode-se antecipar e agir antes que a doença se instale. De uma maneira geral ações preventivas são de antecipação à doença, combatendo seus possíveis agentes causadores (SODRÉ, 2014).

Para Buss (2010), a Promoção da Saúde está diretamente relacionada aos condicionantes e determinantes sociais da saúde, que caminham modificando e proporcionando melhorias na qualidade de vida. Assim, se fundamenta e é caracterizada por uma construção intersetorial e, intra-setorial, pelas ações de ampliação da consciência sanitária, direitos e deveres da cidadania, educação para a saúde, estilos de vida e aspectos comportamentais. O mesmo autor afirma que as ações de promoção no Brasil são muito diversificadas, como ocorre em qualquer país ou sistema de saúde. Em termos de foco podem estar dirigidas a indivíduos, grupos de população específicos ou a toda população. Quanto ao objeto, podem abranger um único problema de saúde, sensível às ações de promoção, ou serem abrangentes, propondo-se, por exemplo, a enfrentar os determinantes sociais da

(53)

53 saúde como um todo. Podem ser implementadas no âmbito de políticas públicas

universais do sistema de saúde ou por organizações privadas, exclusivamente para seus membros.

O conceito de Promoção da Saúde pode ser definido como um processo de capacitação da comunidade que visa promover uma transformação no modo de pensar e agir das pessoas, de forma que os sujeitos possam contribuir para que ocorram melhorias na qualidade de vida e saúde de toda a população. Este conceito considera que diferentes aspectos sociais, culturais, econômicos e políticos estão envolvidos nas condições de saúde da população, sendo, portanto, necessária a realização de ações intersetoriais e não somente ações isoladas do setor Saúde para que haja produção de saúde (BRASIL, 2010)

Para a Promoção da saúde, a educação é muito importante, pois sugere atividades de abordagens educativas, que tenham um caráter democrático, participativo, problematizador, transformador, que desenvolva um papel conscientizador e libertador, para que assim, possam contribuir para a construção da capacidade individual e coletiva na conquista da cidadania (WESTPHAL, 1998; BUSS, 2003 apud PENTEADO E SERVILHA, 2004). Dessa forma, percebe-se que a educação em saúde, na perspectiva da Promoção da Saúde, está relacionada a aspectos sociais e políticos tanto no âmbito individual quanto no coletivo.

A educação e a saúde juntas participam ativamente das transformações da sociedade, podendo contribuir para que haja melhoria em suas vidas e na vida de outras pessoas. Parte-se também do pressuposto em que a escola deve ser entendida como um ambiente de relações, um espaço onde deve privilegiado para o desenvolvimento crítico e político, contribuindo para uma construção de valores pessoais, crenças, conceitos e maneiras de perceber o mundo, que constrói uma consciência social e interfere diretamente na produção social da saúde (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2009). A partir dos estudos mencionados que diferenciam os conceitos de promoção de saúde e prevenção dos riscos e agravos à saúde, o presente trabalho se propõe a desenvolver atividades tanto no âmbito da promoção da saúde auditiva quanto com ações de prevenção da PAIR

(54)

54 A PAIR é um problema que não é visto como relevante pelas escolas, mesmo

reconhecendo-se que as escolas públicas são ambientes ruidosos, nos quais funcionários e alunos trabalham e estudam diariamente. O presente trabalho sugere que a PAIR deveria ser uma das prioridades para a atenção da Saúde Pública em parceria com a educação, bem como o desenvolvimento de um programa de com atividades educacionais em saúde auditiva e de prevenção desse agravo. A PAIR nas escolas é um problema que pode ser erradicado com apoio e educação (LACERDA et al, 2011)

Um exemplo de programa que utiliza estratégias que envolvem a educação e a saúde é o Programa de Saúde na Escola (PSE). Esse foi instituído como uma política de promoção da saúde cujos princípios estabelecidos pela Política Nacional de Atenção Básica, por meio das equipes de Saúde da Família as quais assumem o protagonismo e a responsabilidade pela coordenação de apoio aos escolares. Além do desafio de operacionalizar um trabalho que considere a integralidade das ações, o cuidado longitudinal e o acesso dos escolares às ações específicas do Programa Saúde na Escola, considerando suas diretrizes e prioridades em cooperação com professores e funcionários da escola (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2009).

No contexto da promoção da saúde escolar, os projetos do PSE deverão ser dirigidos para: conscientização da comunidade para a vulnerabilidade dos estudantes face aos riscos ambientais que constituem as principais ameaças à sua saúde, em geral, poluição atmosférica, saneamento inadequado, ruído, substâncias químicas, radiações, entre outros, e as formas de reduzi-los; os projetos de promoção da saúde exigem planejamento de curto, médio e longo prazo e devem ser sucintos, exequíveis, incluir participação ativa de todos os atores em todas as etapas do seu desenvolvimento - desde o levantamento das principais necessidades e identificação das prioridades, até a elaboração e execução de estratégias (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2009).

Um exemplo de estudo que busca realizar a prevenção da PAIR através da educação em saúde no âmbito escolar é o programa Dangerous Decibels, que em português significa Decibéis Perigosos. Esse programa utiliza campanhas educacionais, peças de teatro e pesquisa para incentivar e estudar Saúde Auditiva e

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