ANDRÉ
LUÍS
KUHN
GÕCKS
sem
az ciâmaâ aa sõúiâ-umC
C
5 -M
BIBLIOTECA/
226
\
.Z ~TÉCNICA
DE WILSON
NO
TRATAIVIENTO
i
~
Do HÁLUX
VALGUS
.z,À.,VA'¡/Dl.
'
._
Trabalho» apresentado à Universidade
Federal
De
Santa Catarina, para aconclusão no Curso de Graduação
em
Medicina.
FLORIANÓPOLIS
ANDRÉ
LUÍS
KUHN
GÕCKS
'"\
TÉCNICA
DE WILSON
No
TRATAMENTO
Do HÁLUX
VALGUS
Coordenador do Curso: Edson J . Cardoso
Orientador: Ari Digiácomo
Ocampo Moré
Trabalho apresentado à Universidade
Federal
De
Santa Catarina, para aconclusão no Curso de Graduação
em
Medicina.
FLoR1ANÓ1>oL1s
1997
25p.
Trabalho apresentado à Universidade Federal de Santa Catarina, para a conclusão
no Curso de Graduação em Medicina - UFSC.
AGRADECIIVIENTOS
v
Gostaria de agradecer
em
poucas
palavrasmas
com
muito apreço todosaqueles
que
dealguma forma ajudaram na
realização deste trabalho. zInicialmente aos
meus
colegas de quarteto, Arlei,Gregory
e Hélio,que
`__ _. ._.._. `
sempre
supriramminhas
dúvidascom
respostasopommas
e esclarecedoras, etomaram-este
ano de 1997 muito mais
proveitoso.À
minha
irmãAna
Paula, pela forçana
batalhado
cotidiano, juntamentecom
minha
avó
Ilza.Aos meus
pais,Armando
e Nara, pelo incentivoem
busca de
um
sabermaior. ›
Ao
Prof. Dr. An'Moré,
pelo apoio constante e estímulo imprescindível paraa
realização deste trabalho,
meu
sincero agradecimento.INTRODUÇÃQ
oEJET1vo
.... ..MÉTODQ
... ..RESULTADOS
DISCUSSÃO
coNcLUsÕEs
. . . - . . . .. . . . . . . « ‹ - .- . . . . . . - ‹ ¢ z ‹ » - ‹ . z z ‹ z ‹‹ - . . . . ‹ - « z z › » - - z - . ~ .z . . . z z - ‹ - ‹ ‹ ~ z - . z « ‹ ‹ . . 0. . . . . . . . . - ¢ - ¢ . ¢ -- . . . - . . . . . . . .. . z z ~ ¢ - z - › . . . - . .« . . . z z - ‹ ‹ . | z . . . z. . z z z - › - - . › . . . - «- . « z . . . ¢ . ‹ . . . . « -z . - - - . › ¢ - z . z . ‹ . ..REFERÊNCIA
EIELIOGRÁEICA
... _.RESUMO
SUMMARY
1.rNrRoDUÇÃo
'
Hálux
valgus é a defonnidade caracterizada por desvio lateralda
falangeproximal
do dedo maior do
pé,acompanhada
por desvio medialdo
primeirometatarsol. Ocorre
comumente
uma
progressiva subluxação estáticada
primeiraarticulação metatarso-falangeana,
com
exposiçãodo
aspecto medialda cabeça
do
metatarso. Isso leva a
uma
acentuaçãoda
proeminência medialdo
metatarso,que
irá determinaro
aparecimentoda
defonnidade conhecidacomo
joanete,que
se caracteriza pela
fonnação
deuma
bursa protetorade
paredes espessas sobre aproeminência
da cabeça
metatarsiana e que, eventualmente,pode
apresentarum
processo inflamatório local. ~
_
É
freqüente encontrar-seum
aumento do
ângulo entreo
primeiro eo
segundo
metatarso,denominado
metatarsus primus varus,em
associaçãocom
o
hálux valgus.
Hardy
eClaphamz
notam
essa associação e consideramo
meta-tarsus primus varus
como
sendo
secundário ao hálux valgus. Outros autoresafirmam
que o
metatarsus primus varuspode
sero
defeito primário de todaa
deformidadel_
A
queixa clínicamais
comum
associadaao
hálux valgus é a dor ,localizada geralmente sobre da eminência medial3, devido à pressão causada pelo
uso de calçados, e esta é a queixa
que mais
frequentemente leva os pacientesa
procurar
um
ortopedista .A
ocorrência de hálux valgus éaproximadamente
dez vezesmaior
no
sexofeminino'
do que
no
masculino4. Esta discrepância é explicada pelo hábitoocidental feminino de calçar sapatos de ponta estreita e angulada,
que
levaria a.»
altos
também
facilitao
aparecimentoda
lesão pois tende a forçaro
antepé contraa ponta
do
sapato. Foi encontradauma
incidênciade
hálux valgus quinze vezesmaior
nas pessoasque
usavam
calçadosdo que
naquelasque
não
usavaml.Houve
um
aumento
dramáticoda
prevalênciado
háluii valgus nas mulheres japoneses após aSegunda Guerra
Mrmdial,com
a introduçãoda
“altamoda”
naquele paíss.
Pode
ser ditoque o
hálux valgus éuma
deformidadeacometendo
quase
que
exclusivamente apenas as sociedadesque
usam
sapatosõ.-›
Além
desse fator,aparacem
citadoscomo
agentesna
etiologiado
háluxvalgus os pés planos severos, lripermobilidade
da
primeira articulaçãometatarsocrmeiforme, metatarsus prímus varus,
comprimento
anormaldo
primeirometatarso, hiperfrouxidão articular generalizada, contratura
do
tendãode
Aquilese desordens neuro-musculares,
como
-paralisia cerebral e acidentes vascularescerebrais7,
além
do
fator hereditários.Há
história familiar positivaem
dois terçosdos casos, sendo
que o
inícioda
manifestaçãoda
deformidade é mais precocenesse grupo
de
pacientes9.Algrms
autoresafirmam
que o
mecanismo
de
transmissão genético seria
o
autossômico dominantecom
penetrânciaincompletag,
mas
deuma
maneira geral considera-seo
hálux valguscomo
uma
desordem
de etiologia multifatorial.Independente
da
causa primáriada
deformidade, muitos fatores contribuem para amanutenção
eo
-agravamento dessa.Com
a evoluçãoda
lesãono tempo
pode
'ocorrero
aparecimento de osteoartriteda
articulação nietatarsofalangianadevido ao desalinhamento das cabeças articulares.
Os
ossos sesamóides,que
normalmente
se encontram articuladosfirmemente
com
o
prirneiro metatarso pelasua crista de aspecto plantar,
acabam
sofrendo urna subluxação, poiso
alisamentoque
ocorrena
crista pela pressão contínua fazcom
que
estanão
ofereçanenhuma
resistência ao deslocamento dos sesamóides
no
sentido lateraldo
metatarso.Pode
i
7
medial significativa.
Alguns
autores questionama
existência dessa neo-forrnaçãoóssea9.
Pronação do
grande artelhotambém
é freqüenteem
casos adiantados.O
desvio lateral
do
hálux exerce pressão sobreo segundo
dedo,podendo
levar adeformação
secundária desteou
de sua articulação metatarso-falangeanâf.A
avaliação radiográfica é parte fundamentalna
investigaçãodo
háluxvalgus, pois
pode
quantíficar a severidadeda
deformidade e assim contribuir para~
a determinação
do melhor
método
para sua correçao cirúrgica. ` `\. .O ângulo
do
hálux valgus éfonnado
pela intersecçãodos
eixoslongitudinais
da
falange proximal edo
primeiro metatarso, sendo consideradonormalumvalorinferioralõ
grausz.H
Â
`
Í
O
ângulo inter-metatarsal éfomrado
pela intersecçãodos
eixoslongitudinais
do
primeiro esegundo
metatarsos, sendo consideradononnal
quando
menor
que 9
graus7. ÂÉ
importante caracterizarse
a articulação metatarsofalangiana écongruente, isto é, se
não há
subluxaçãoda
falange proximalna cabeça do
metatarso, diferenciando-a
da
articulação incongruente,onde
a subluxaçãopresente
tem
a tendência _a se agravarcom
o
tempo. Esta diferenciaçãotem
importância prática
na
escolhado
método
de correção cirúrgica, pois existemmétodos
intra e extra-articulares.Também
são avaliados radiograficamente a presença de artroseda
articulação metatarsofalangiana, caracterizada pela
formação
de osteófitos eestreitamento
do
espaço intra-articular,bem
como
o
tamanho
da eminênciamedial.
De
acordocom
os dois ângulos mensurados, foi propostauma
classificaçãopara avaliar a gravidade
do
hálux valgus7: A-
LEVE:
ângulodo
hálux valgusmenor
que 20
graus;-
MODERADA:
'ângulodo
hálux valgus entre20
e40
graus.ângulo inter-metatarsal entre 11 e 16 graus.
-
GRAVE:
ângulodo
hálux valgusmaior que 40
graus;ângulo inter-metatarsal maior'
que
16 graus._,
A
medida da
subluxaçãodo
sesarnóide lateral, avaliada atravésde
radiografia ântero-posterior,
também
pode
ser incluídacomo
critério adicionalnessa classificação.
O
objetivo desejadocom
o
tratamento operatóriodo
hálux valgus é acorreção de seus elementos etiopatológicos, associado à
manutenção da
funçãobiomecânica esperada
do
pé. Isso deve serlembrado
pois muitos procedimentosembora
corrijam a deformidade satisfatoriamentedo
ponto de vista- estético eanatômico,
acabam
diminuindo a capacidade de função . Durante a avaliaçãoinicial,
sempre
deve ser lembrada a possibilidade de tratamento não-cirúrgico,entendido basicamente
como
a eliminaçãodo
contatocom
fiicção sobre aerninência medial,
o que
em
muitos casos reduz consideravehnente a dor eo
processo inflamatório local1'4. ›
'
Naquelescasos
em
que
não
se consegue alívio dos sintomas, o tratamentocirúrgico' está indicado.
A
grandevariedade
de técnicas cirúrgicas para acorreção
do
hálux valgus indicaque
não há
técnicacom
indicação universal, eque
a escolha de determinada operação deve ser baseadana
severidadeda
deformação, fatores etiológicos' associados, prováveis riscos e complicações,
~
expectativa
do
paciente,bem
como
da
experiência individual de cada cimrgiaoortopedista com, determinada técnica. ' '
. Reverdin,
em
1881, foi o pioneiro nas osteotomias das regiões de cabeça e9
à técnica”. Mitchell,
em
1945,*começou
atomar
popular a osteotomia biplanarda
região distaldo
primeiro metatarsol. Wilsonll,em
1963, apresentouuma
modificação
descrevendouma
osteotomia obliquana
região metafisária;sendo
esta a técnica
que
leva seunome. Muitas
variaçõesforam
propostas à técnicaoriginal
de
Wilson, ç incluindo alteraçõesna capstflonafianf
sítioda
osteotomianm,
uso de fixadores internos e os cuidados pós-operatóriosm.i i
Estão relacionadas mais de
130
técnicas corretivas para hálux valgo,baseadas
na concepção
própria decada
autor sobre osmecanismos
anatomo-pa-tológicos envolvidos”.
São
descritas osteotornias(com
ou-sem
correçãode
partesmoles), exostectomias, artroplastias, artrodeses e operações envolvendo várias
técnicas (miscelânias).
No
presente trabalho, limitamo-nos ao estudoda
técnicade Wilson.
2.0BJETIVO
f” '
O
objetivodo
presente trabalho é avaliaro
uso da-Qxtécnica deWilson
no
. . _\
tratamento cirúrgico
do
hálux valgús,šüavés
demensuração
radiológíca pré epós-operatória, e analisar a influência
do
ânguloda
osteotomianos
resultados.zf
.,`-\
v'
¬
11
3.MÉToDo
Foram
analisados 21 casos de hálux valgus tratados pela técnicade
Wilson.
A
amostra estavacomposta
por onze pacientesdo
sexo feminino edez
do
sexo masculino, cujas idades variavam de26
a50
anos, sendo encontradauma
média de
36,09 anos (i 7,76). ,A
As
avaliações pré-operatórias consistiram demensuração
radiológicado
ângulo
do
hálux valgus (ou
ângulo metatarso-falangeano) edo
ângulo inter-metatarsal
do
primeiro esegimdo
raios;da
diferença decomprimento
entreo
primeiro e
o segundo
metatarsos;do
ânguloda
osteotomiaem
relaçãoà
perpendicular
do
eixo longitudinaldo
primeiro metatarso.As
radiografiasforam
realizadas
em
incidência ântero-posterior,com
carga.PROCEDIMENTO:
A
técnica deWilson
parao
tratamentodo
hálux valgus consistedos
seguintes
tempos
operatóriosnz1. incisão de pele dorsomedial-longitudinal, extendendo-se entre as partes
médias
do
primeiro metatarso eda
falange proximal, contornando a exostose;2. a bursa sobre a exostose é rebatida junto
com
“ƒlap” cutâneo.A
_ , , 1 '
articulação metatarso-falangeana é aberta' apenas
o
suficiente para permitir a_, I .
ç , . . .,
remoçao da
exostose medial,que
e feitaem
linhacom
a drafise;3. a linha
da
osteotomia émarcada
com
um
osteótomono
dorsodo
colodo
exostose, estendendo-se lateralmente e
com
direção proximal.O
colodo
metatarso deverá ser exposto subperiosticamente,
com
o
menor
dano
possível daspartes
moles
adjacentes; 'A
,'
4. a placavolar é tracionada sob a cabeça
do
metatarso, fazendo-se suturaem
“jaquetão”na
cápsula articular; .5. sutura de pele pela técnica usual. J
,No
pós-operatório realizou-senova
avaliação radiológica, sendo utilizadoos critérios de
Bonney
eMacNab1°
para interpretação destes valores (tabela I)._ z 0
TABELA
I. .CLASSIFICAÇÃO
Dos RESULTADOS
PÓS-OPERATÓRIOS,
SEGUNDO
CRITÉRIOS
DE
EONNEY
E
MACNAB1°
.f
RESULTADO
ÂNGULO
ME*
ÂNGULO
1M**-_--___-- --- ---______---_-______---______---_-__ ---- -_-____-
EXCELENTE
OA
20 \ 0A
12BOM
21A30
13A
16MAU
>
30>
16* Ângulo metatarso-falangeano ou ângulo do hálux valgus: ângulo entre
os eixos longitudinais do primeiro metatarso e da falange proximal.
** Ângulo inter-metatarsal é 0 ângulo entre os eixos longitudinais do pri-
meiro e segundo metatarsos.
13
4.REsULTADos
~ 1» › 1 ) , / \A
análise radiográfica pré-operatória e pós-operatóriafomeceu
asmedidas
apresentadas
na
tabela II, juntamentecom
osdados
estatísticos.TABELA
II.coM1>ARAÇÃo PRE E Pos-oPERATÓRiA
Dos VALORES
RAD1o-
LÓGICOS
E
ANÁLISE
ESTATÍSTICA
PELO TESTE
T
PAREADO.
PRÉ-oPERATÓR1o
PÓS-oP
« 1 -pÂNGULO
MF
2s,s° (i s,1) 12,2° (i ó,s) 8,14 o*ÂNGULOIM
14,3° (i 4,6) 5,ó° (¢2,1) 1,60 o*DIFERENÇADE
_ -1,9mm(¬¿ 3) ~ -ó,3mm(:3,7) ~ 10,2 0* coM1>R11v1ENTo . ` DISTÂNCIAENTRE
33,7mm
(1 5,6)24,4mm
(1 3,5) 13,4 0* AsCABEÇAS
' ' _ _ _ ' * estatisticamente significante. .z - ‹__zO
ânguloda
osteotomia,em
relação à perpendiculardo
eixo longitudinal.do
primeiro metatarso, variou de 4 a46
graus,com
um
valormédio
de 26,4 graus(Í 9,2). »
' A
Não
houve
complicações pós-operatórias imediatasou
necessidade derevisão de cirurgia. ' ' '
Houve
uma
reduçãodo
ângulodo
hálux valgusde
l3,6°em
média, enquantoque o
ângulo inter-metatarsiano apresentouuma
reduçãode
8,7°em
média.
Relacionando os
dados
obtidos pós-operatoriamentecom
os critériosradiológicos de
Bonney
eMacNab1°
para classificação dos resultados cinflrgicos,obteve-se 19 casos
com
ângulos metatarsofalangeanos entreO
e20
graus e2
casos entre 21 e
30
graus.Em
relação ao ângulo inter-metatarsiano, todos os casos obtiveram- índices entre0
e 12 graus (tabela III). ~TABELA
In.~
REsULTADos
Pos-oPERATÓR1os
SEGUNDO
CRITÉRIOS
RAD1oLÓG1cos
DE
EONNEY
E
MACNAE,
coNEoRME o
NÚMERO
DE cAsos
E
PERCENTUAL.
--- --
Número
de
casos%
EXCELENTE
19 90,5BOM
2 9,5 _MAU
os g o15
5.D1scUssÃo
Helalw,
numa
revisão de diferentes técnicas, observou a superioridadeda
técnica de
Wilson
sobre as demais,chamando
atenção para a eventualidadeda
ocorrência
de
desvio dorsalda
cabeçado
metatarso,que
estaria relacionadaao
aparecimento de metatarsalgia de transferência
no
período pós-operatório,ocorrendo gerahnente
no segundo
metatarsols.Propôs
entãouma
modificação
da
técnica, realizando
uma
osteotomia duplamente oblíqua, incluindouma
angulaçãono
plano sagital.Além
de
impediro
desviono
sentido dorsaldo
fragmento distal,esta
manobra
ainda aumentaria a área de contato ósseo, facilitando a união.Usando
essamodificação da
técnica, analisou 57 pés tratados dessa forma, encontrando 52 classificados pós-operatoriamentecomo
excelente e 5com
bom
resultado,
segundo
critérios deBomiey
eMacNab.
Laughlinlstambém
ressalta aimportância dessa modificação
da
técnica.Apesar
denão
utilizannos essamodificação_
da
técnicaem
nossa casuística,não
observamos
tal complicação,mas
a literatura atualrecomenda
aadoção
destamedida
15 =1.A
deformidadeem
dorsiflexãodo
háluxtambém
está descritacomo
origem
de dores pós-operatórias1=1°*15.
Devido ao
encurtamento suficientedo
primeirometatarso , ocorre
um
relaxamento dos tendões extensores e flexoresdo
hálux,não
sendo necessária assim a tenotornia, muitas vezes obrigatóriaem
outrastécnicas
onde não
ocorre esse encurtamento,o
que leva amaior
comprometimento
de partes molesw.O
encurtamentodo
primeiro metatarso,que
éuma
parte' importanteda
originador de instabilidade dinâmica
do
pé, pois exigecompensação
dos outrosmetatarsos para as funções de suporte e deambulação, levando a metatarsalgia e
calosidades”. Shapiro e Hellerlõ
não
encontraram relação direta entre a quan-tidade
de
encurtamento e a presença de metatarsalgia. Contudo, relatamque
aqueles pacientes
com
encurtamento excessivo (maisque
10mm)
apresentarammetatarsalgias
mais
severas.Merkel”
avaliao
desvio dorsalda
fragmento distalcomo
o
responsável pela metatarsalgia, enão o
encurtamento excessivo, opiniãocompartilhada por
Grace”, que
explicaque
o
deslocamento plantarimpede que o
problema
causado pelo encurtamento excessivo se manifeste.Até o
momento
nenhum
autorprovou
a correlação entre encurtamento e metatarsalgia,ou
quantificou qual a magnitude de encurtamento desejada
ou
qualo
deslocamentoplantar é mais apropriado”,
embora
seja prudente evitar-se encurtamentosde
grande monta. *
_
Na
descrição de sua técnica,Wilson”
preconizaque
a osteotomia sejarealizada a
45
graus.Ângulações
maioresque
esta ( >45°),levam
a encurtamentoexcessivo
do
metatarso, e portantonão
são recomendadas.Quando
a angulação émenor
que 45
graus, consegue-semaior
desvio lateralda
cabeça metatarsiana,corrigindo-se
o
valgismo,acompanhado
de
menor
reduçãodo
tamanho
do
metatarso.
Mizuno
et alÍ9preconizam
osteotomia oblíqua a 30°, encontrandocorreção insuficiente
quando o
ânguloda
osteotomia eramaior
que
40°.Descrevem
também
dificuldadede
movimentação na
articulação metatarso-falangeana
quando
a osteotomia é realizadacom
mais de 40°.Em
nossacasuística obtivemos
um
valormédio
de
osteotomia de 26,4° (i 9,2), valorsuficiente para causar relaxamento dos tendões
sem
reduzir excessivamenteo
tem
le Clanms la Saúll-Iltiic
c
s -M
17BIBLIOTECA
Quanto
à localizaçãoda
osteotomia, preferimos a região metafisária, portratar-se de área
com
consolidação mais fácil,ao
invésde
realizá-lana
regiãodiafisária distal,
como
descreve Wilson”. .Por
não
levar a trauma importante de partes moles,nem
interferirna
funçãointra-articular, a técnica de
Wilson
apresenta excelente mobilidade pós-operatórialo,
não
levando a alterações significativasna
capacidade de dorsiflexãoda
articulação metatarso-falangeana (valornonnal
entre 5 0-7 0°)4.De
acordocom
Wilson”,
pelomenos
30° de dorsiflexão foi observadaem
todos os seuspacientes;
em
algims aflexão
plantartomou-se
prejudicada,mas
não
levava anenhuma
incapacidade.Segundo Klosok
et a1Í4,numa
sériede 37
osteotomias,encontrou-se
uma
média
de 42° de mobilidade passivada
articulação metatarso-falangeana, índice caracterizado
como
muitobom,
devendo-se tal resultado aoreduzido
dano que
a técnica deWilson
causa às partesmoles
adjacentes.A
estimativa de recorrênciaou
sub-correção varia muito entre os autores”.Helalw,
em
26
pés operados encontrou recorrênciaem
apenasum
caso,com
tempo
de
seguirnento entre sete e onze anos (médiade
8,5). Coughlinl,num
artigo
de
revisão, estimou a recorrênciaem
aproximadamente 10%,
em
seis sériescom
pelomenos
100 pacientes, e relata chance maior de falhano
caso dedeformidades severas. Poliart et alil,
notam
que
pacientesacima de 50
anostem
uma
tendênciamaior
à recorrênciado que
pacientesmais
jovens.Alguns
autores22°23afirmam
que
a avaliação radiológicado
hálux valgus éinsuficiente para o estudo e
acompanhamento
das diferentes técnicas cirúrgicas,baseados
em
estatísticasmostrando
uma
grandemargem
de errona mensuração
entre diferentes observadores, e
em
estudoscom
cadáveres. Assim,ambos
critérios, radiológicos e clínicos,
devem
sesomar
para melhores resultados.Pouliart et al”, encontraram
90%
de
resultados excelentesou
bons,numa
Interessante notar
que
neste trabalhonão
houve
correlação entre a satisfaçãodo
paciente e resultados clínicos, avaliados através de
dados
objetivos, funcionaisou
radiológicos”.
Mizuno
et al”,numa
série de49
operaçõescom
tempo
de seguimentode
dois anos, tiveram
bom
resultadoem
43
operações. Klareskov et al.24,em
77
osteotomias, encontraram resultados excelentes
ou bons
em
69.De
urna maneirageral, as osteotornias distais
do
primeiro metatarsotem
resultados satisfatóriosna
correção
do
valgismodo
hálux entre82%
e97%1.
Num
trabalho de revisãoda
literatura, Coughlinl encontrou
uma
reduçãomédia do
ângulodo
hálux valgusentre 10° e 25°,
em
diferentes trabalhos, euma
reduçãomédia do
ângulo inter-metatarsiano
do
primeiro esegundo
raios entre 5° e 10°.Os
valores encontradosem
nossa casuísticana
reduçãodo
ângulodo
hálux valgus edo
ângulo inter-metatarsiano se
encontram
dentro daqueles esperadosna
literatura.___l_~Írente aos
dados
analisadosvimos
como
satisfatório o índicede
resolutivi\dade
da
técnicade
Wilson no
tratamento dos pacientescom
háluxvalgus.
No
entanto, salientamos a necessidadede novos
trabalhos,com
amostragem mais
ampla,maior
tempo
de seguimento, paraque
nossosachados
possam
ser ratificados. Faz-se necessáriotambém
trabalhos correlacionando osdados
radiológicoscom
critérios clínicos, objetivandomn
aprofundamentoda
pesquisa, possibilitando
maior compreensão
e desenvolvimentoda
técnica.19
ó.coNcLUsÕEs
l.
A
técnica deWilson
proporciona correção 'satisfatóriado
valgismodo
hálux e
do
ângulo inter-metatarsiano entre primeiro esegimdo
raios. iQ
V
2. Preconiza-se
o
ânguloda
osteotomia entre 20° e 40°.3.
A
técnica de-Wilson
éuma
técnicade
fácilexecução
e segura. V' ' i \` ./ ` 'É
7.REFERÊNcrAs
1. Coughlin
MJ.
Hallux Valgus. J.Bone
and
Joint Surg. 1996;78-A
(6):933-66.
2.
Hardy
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Claphan JCR.
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acontrolled series. J.
Bone
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Nork
SE, CoughlinRR.
How
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a footand what
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with abunion. Prim-Care. 1996; 23(2):281-97.
4.
Mann
RA,
Mann
JA. Footand
Ankle. In: Skinner,HB,
editor. Current:Diagnosis
and
treatment in Orthopedics, lst ed.New
Jersey:Prentice Hall Intemational; 1995. p.388-99.
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5.
Kato
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24. Klareskov B, Dalsgaard S,
Gebuhr
P.Wilson
shaft osteotomy forRESUMO
TÍTULO:
Técnica deWilson
no
tratamentodo Hálux Valgus
AUTOR:
André
LuísKuhn
Göcks
21 casos
foram
tratados pela técnica deWilson
para correção cirúrgicado
hálux Valgus.
Foram
realizadas avaliações radiológicas pré e pós-operatóriasdo
ângulo
do
hálux Valgus, ângulo inter-metatarsiano entreo
primeiro esegundo
raios e ângulo
da
osteotomia.Houve
em
média
redução de l3,6°do
ângulodo
hálux valgus e
de
8,7 °do
ângulo intermetatarsiano entre primeiro esegundo
raios.O
ânguloda
osteotomia foi de 26,4°em
média.Os
resultadosforam
analisados
segundo
os critériosde›Bom1ey
eMacNab,
sendoque
19 casos. ' -)
r~ '
(90,5%) tiveram resultados pós-operatórios excelentes e 2 casos (9,5%) tiveram
bom
resultado,não
sendo encontradonenhum
casocom mau
resultado. Conclue-se
que a
técnica deWilson
apresenta, resultados satisfatórios para a correçãodo
valgismo
do
hálux edo
ângulo inter-metatarsianodo
primeiro esegundo
raios;_oângulo
da
osteotomiadeve
ser entre 20° e 40°;éuma
técnica segura e de fácilaplicação. i l _ \ _: i
21 feet
were
treatedby
Wilson°sosteotomy
for hallux valgus correction.They
were
evaluated radiographically preand
postoperatively in respectof
theirhallux valgus angle, first-second intermetatarsal angle
and
osteotomy angle.The
operation
had
reduced the hallux valgus angleby
an
averageof
13.6 degreesand
the first-second metatarsal angle
by
an
average of 8.7 degrees.The
osteotomy
angle
was
26.4.degrees in average.According
to the classification ofBonney
and
MacNab,
19 cases (90.5%)were
graded as excellent postoperative results, 2cases (9.5%) graded as
good
results,and
therewas
no
caseof poor
result.We
concluded that the surgical technique of Wilson”s osteotomy for hallux valgus
showed
satisfactory results in reducing the hallux valgus angleand
first-secondinter-metatarsal angle; the osteotomy angle should
be between
20°and
40°; thetechnique is safe
and
has little technical difficulty.TCC
UFSC
CC
0226 Ex.I` N-Chfllfh TCC UFSCCC
0226Autor: Gocks, André Luís
Título: Técnica de Wilson no tratamento
972807255 Ac. 253048