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O trabalho social desenvolvido no bairro Nossa Senhora da Apresentação Natal-RN, visto por moradores e técnicos da Prefeitura do Natal

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Academic year: 2021

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(1)UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO (PPGAU - UFRN). ADILSON OLIVEIRA DE MENEZES. O TRABALHO SOCIAL DESENVOLVIDO NO BAIRRO NOSSA SENHORA DA APRESENTAÇÃO / NATAL-RN, VISTO POR MORADORES E TÉCNICOS DA PREFEITURA DO NATAL. NATAL 2016.

(2) ADILSON OLIVEIRA DE MENEZES. O TRABALHO SOCIAL DESENVOLVIDO NO BAIRRO NOSSA SENHORA DA APRESENTAÇÃO / NATAL-RN, VISTO POR MORADORES E TÉCNICOS DA PREFEITURA DO NATAL (DEFESA DE MESTRADO). Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito para a obtenção do título de Mestrado na área de concentração Projeto, Morfologia e Conforto no Ambiente Construído. Linha de Pesquisa: Projeto de Arquitetura. Orientadora: Profª. Dominique Valéry.. NATAL 2016. Drª.. Françoise.

(3) Catalogação da Publicação na Fonte. Universidade Federal do Rio Grande do Norte / Biblioteca Setorial de Arquitetura. Menezes, Adilson Oliveira de. O trabalho social desenvolvido no bairro Nossa Senhora da Apresentação Natal-RN, visto por moradores e técnicos da Prefeitura do Natal / Adilson Oliveira de Menezes. – Natal, RN, 2016. 147f. : il. Orientadora: Françoise Dominique Valéry. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Tecnologia. Departamento de Arquitetura. 1. Trabalho social – Urbanização – Dissertação. 2. Rua do Riacho – Nata/RN – Dissertação. 3. Nossa Senhora da Apresentação – Natal/RN – Dissertação. 4. Avaliação de impacto – Dissertação. I. Valéry, Françoise Dominique. II. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. III. Título. RN/UF/BSE15. CDU 711.4:304.

(4) ADILSON OLIVEIRA DE MENEZES. O TRABALHO SOCIAL DESENVOLVIDO NO BAIRRO NOSSA SENHORA DA APRESENTAÇÃO / NATAL-RN, VISTO POR MORADORES E TÉCNICOS DA PREFEITURA DO NATAL (DEFESA DE MESTRADO). Aprovado em: 29/abril/2016. BANCA EXAMINADORA. Profª. Drª. Françoise Dominique Valéry (Presidente) Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Profº. Dr. Lincoln Moraes de Souza (Membro interno) Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Profª. Drª. Ludimilla Carvalho Serafim de Oliveira (Membro Externo) Universidade Federal do Semiárido.

(5) A todos que, direta e indiretamente, me deram aporte para a realização deste trabalho; não somente isso, mas, em especial, as minhas conquistas profissionais são dedicadas aos meus pais, Alfredo Menezes e Severina Menezes (em memória), que sempre foram meu alicerce, e aos meus filhos, motivo da minha existência, minha fonte de inspiração..

(6) AGRADECIMENTOS. Mesmo fazendo um grande esforço, receio não conseguir agradecer a todas as pessoas que colaboraram para a concretização deste trabalho. À minha orientadora, professora Dra. Françoise Dominique Valéry, pela seriedade, dedicação, empenho; pela sua paciência e incansável disponibilidade em atender às minhas incompreensões teóricas; pelas suas contribuições na formatação deste trabalho. Ao Professor. Dr. Marcelo Tinoco, pela orientação inicial e à Professora Dra. Dulce Bentos, por terem acreditado em mim. Ao professor Dr. Lincoln Moraes, que me nomeou seu ”orientando adotivo” e que muito contribuiu no meu processo de aprendizagem em avaliação de políticas públicas. À Simony Oliveira, pelo companheirismo, compartilhando tristezas, ansiedades e alegrias no desenvolvimento deste trabalho. Ao Departamento de Arquitetura e Urbanismo, pela oportunidade que me foi concedida. Aos colegas do Grupo Interdisciplinar de Estudo e Avaliação de Políticas Públicas (GIAPP); professores João Matos e, em especial, Lincoln Moraes, pela confiança depositada neste trabalho, e professores Pedro Isaac, Paula Fernandes, Márcia e Any, pela afinidade no tocante às políticas públicas. À banca examinadora, que contribuiu com seus conhecimentos, crítica e observações no momento final desse trabalho. À minha amiga Paula Anastácia, presente em diversos momentos deste trabalho, tristes ou alegres, disposta a me ouvir e ajudar. Ao Programa de Pós-Graduação de Arquitetura e Urbanismo da UFRN e pessoal da Secretaria de Pós-Graduação (PPGAU) – mormente Manoel Nicolau da Silva Júnior, além de funcionários desta Faculdade, com os quais convivi durante anos e que tanto enriqueceram a minha vida profissional e pessoal. Aos meus familiares, sobretudo meu pai Alfredo Bezerra de Menezes, minha mãe Severina Oliveira de Menezes (em memória) e os meus filhos..

(7) RESUMO. O presente estudo analisa algumas das dimensões do Programa de Urbanização Integrada, Regularização e Integração de Assentamento Precário, previsto para ser realizado no bairro de Nossa Senhora da Apresentação, na região administrativa Norte da cidade do Natal, com o foco direcionado para o Trabalho Social (TS) desenvolvido pela Prefeitura do Natal, entre 2009 e 2015. Trata-se de pesquisa de natureza avaliativa, que abrange a dimensão teórica da avaliação das políticas públicas, a dimensão analítica do TS e a realidade empírica dos técnicos da Prefeitura do Natal, vivida pelos moradores da Rua do Riacho, beneficiários do citado Programa no mesmo bairro. O estudo foi realizado com pesquisa bibliográfica, pesquisa documental e de campo, com aplicações de dois roteiros de entrevistas: o primeiro junto aos técnicos da Prefeitura e o segundo junto a moradores beneficiados pelo programa, além de visitas e observações de campo. A análise mostra que a avaliação de política social é um tema de enorme relevância, tendo em vista importância do TS e sua finalidade no tocante à melhoria da qualidade de vida dos cidadãos beneficiários. O TS, no entendimento adotado no presente trabalho, define-se como um conjunto de ações voltadas para a organização e desenvolvimento comunitário, com vista à promoção das melhorias das condições de vida da população e à urbanização de assentamento precário em atendimento ao interesse social, constituindo-se num dos eixos das ações educativas planejadas pela Prefeitura do Natal. Tem como finalidade promover e gerar a participação efetiva do público-alvo e a inclusão social de famílias em situação de risco, desemprego e subemprego, falta de acesso à moradia, educação, saúde e serviços sociais, buscando-se uma reversão significativa das situações de precariedade social e familiar. Assim, o TS idealizado no quadro do referido Programa deveria ter funcionado como um conjunto de ações educativas, atendendo as demandas da população de baixa renda que reside no bairro de Nossa Senhora da Apresentação. No entanto, somente foi realizado em parte, atendendo aos moradores em situação de risco da Rua do Riacho. Constata-se assim um hiato entre os objetivos do Programa e sua efetivação, apreciado tanto pelos técnicos da Prefeitura como pelos moradores entrevistados. Conclui-se que, para que esta política se torne real e coletiva, é preciso garantir a participação social dos habitantes das comunidades do bairro citado, a partir da implementação de mecanismos de envolvimentos dos moradores com a realização dos projetos executivos integrados, assegurando uma intervenção transparente e democrática, e que possibilite aos mesmos discutirem suas carências, demandas e anseios, de tal maneira que as melhorias urbanas propostas, dentro das possibilidades técnicas sociais e econômicas existentes, atendam às suas expectativas e prioridades. Palavras Chaves: Trabalho Social. Rua do Riacho/Natal. Programa de Urbanização Integrada. Avaliação de impacto..

(8) RESUMEN. Este estudio examina algunas de las dimensiones del programa integrado de urbanización, regularización e integración de Solución de precario, que se espera que tendrá lugar en el barrio de Nossa Senhora da Apresentação, en la región administrativa al norte de la ciudad de Natal, con el enfoque dirigido a la Obra Social (TS) desarrollado por el Ayuntamiento de Natal entre 2009 y 2015. La naturaleza de la investigación evaluativa cubre la dimensión teórica de la evaluación de las políticas públicas, la dimensión analítica de TS y la realidad empírica experimentado por los técnicos e vecinos beneficiarios del programa en el mismo barrio. El estudio se llevó a cabo la investigación bibliográfica, documental y de investigación de campo con la aplicación de dos guiones de entrevistas: la primera con los técnicos del Ayuntamiento y el segundo con los residentes beneficiados del programa, así como las visitas y observaciones de campo. El análisis muestra que la evaluación de la política social es un problema de gran relevancia en vista de la importancia de TS y su propósito en cuanto a la mejora de la calidad de vida de los ciudadanos beneficiarios. El TS, en el entendimiento adoptado en este estudio, se define como un conjunto de acciones para la organización y el desarrollo comunitario, para promover la mejora de las condiciones de vida de la población y los asentamientos ilegales de urbanización de conformidad con el interés social y constituye uno de los ejes de las actividades educativas previstas por el Ayuntamiento de Natal. Tiene como objetivo promover y generar la participación efectiva de la audiencia objetivo y la inclusión social de las familias en situación de riesgo, desempleo y subempleo, falta de acceso a la vivienda, educación, salud y servicios sociales, con miras a una reversión significativa de situaciones precarias social y familiar. De este modo, las actividades del TS concebidos bajo ese programa deberían haber funcionado como un conjunto de actividades educativas, la satisfacción de las demandas de las personas de bajos ingresos que viven en el barrio de Nossa Senhora da Apresentação. Sin embargo, se ha implementado sólo parcialmente a la vista de los residentes en riesgo de Calle Do Riacho, por lo que parece una brecha entre los objetivos del programa y su implementación, apreciado tanto por los técnicos del Ayuntamiento ya que los residentes entrevistados. Se concluye que para esta política se convierta en real y colectiva, hay que garantizar la participación social de los habitantes de las comunidades de vecinos mencionados, a partir de la implementación de mecanismos de participación de los residentes con la realización de proyectos empresariales integrados, lo que garantiza una intervención transparente y democrática, y que les permita discutir sus necesidades, demandas y deseos de una manera tal que las mejoras urbanas proponen dentro de las posibilidades técnicas existentes social y económico, a cumplir con sus expectativas y prioridades.. Palabras-clave: Trabajo Social. Calle del Riacho. Natal (Brasil). Urbanización integrada. Evaluación de impacto..

(9) LISTA DE ILUSTRAÇÕES. Quadro 1. Perfil dos Técnicos Entrevistados................................................ 20. Quadro 2. Perfil dos respondentes (moradores da Rua do Riacho)............. 21. Quadro 3. Situação das principais ações e realizações............................... 27. Figuras 1 e 2. Mostram as ligações clandestinas de água (CAERN) para os imóveis......................................................................................... 28. Quadro 4. Recursos do PAC - Urbanização de Assentamentos Precários... 56. Figura 3 e 4. Obras de Pavimentação com recursos do PAC no Loteamento Jardim Progresso - Bairro Nossa Senhora da Apresentação...... Figura 5. 56. Drenagem no Loteamento Jardim Aliança até a Rua do Riacho.......................................................................................... 56. Figura 6. Mapa: Área especial de interesse social..................................... 58. Figura 7. Poligonal de Urbanização Integrada............................................ 59. Figura 8. Mapa da Região Administrativa Norte......................................... 59. Figura 9. Mapa do bairro Nossa Senhora da Apresentação (Natal/RN)..... 60. Figura 10. Rua do Riacho............................................................................. 61. Figura 11. Mapa da Rua do Riacho.............................................................. 62. Figura 12. Av. das Fronteiras........................................................................ 63. Figura 13. Av. Boa Sorte............................................................................... 63. Figura 14. Via. Férrea. próximo. à. Estação. Ferroviária/Av.. Couto. Magalhães................................................................................... 63 Figura 15. Av. das Fronteiras com a Boa Sorte............................................ Figura 16 e 17. Via. Férrea. próximo. à. Estação. Ferroviária/Av.. 63. Couto. Magalhães................................................................................... 63 Figura 18 e 19. Av. Maranguape próximo à Av. Couto Magalhães...................... 64. Figura 20 e 21. Av. Maranguape prolongamento................................................. 64. Figura 22 e 23. Rua do Riacho............................................................................. Figura 24. Pontos de maior gravidade - alagamentos e ausência de. Figura 25 e 26. 65. drenagem..................................................................................... 66. Lagoa do Jardim Primavera......................................................... 67.

(10) Figura 27 e 28. Consequências das inundações nas proximidades da Lagoa Primavera..................................................................................... 67. Figura 29 e 30. Lagoa do Jardim Aliança............................................................. 67. Figura 31 e 32. Qualidade da água das Lagoas Jardim Primavera e Jardim Aliança......................................................................................... 68. Figura 33. Área de transbordo de lixo........................................................... 68. Figura 34 a 37. Rua do Riacho Urbano e Rural.................................................... 69. Figura 38. O Urbano e o rural nas proximidades da Rua do Riacho............ 70. Figura 39. Principais aspectos da área da poligonal de urbanização integrada...................................................................................... Figura 40. 70. Água servida na lagoa de captação de águas pluviais - Lagoa José Sarney................................................................................. 75. Figura 41. Casas construídas em novos lotes – Rua Votuporanga.............. 75. Figura 42. Estudo da área afetada na Rua do Riacho.................................. 75. Figura 43. Planta baixa e corte da unidade residencial destinada aos beneficiados................................................................................. Figura 44. Residências em obras para moradores beneficiados no próprio lote................................................................................... Figura 45. 76. 76. Residências em obras (fundo do Imóvel) para os beneficiados no próprio lote.............................................................................. 77. Figura 46. Observa recuo do imóvel no próprio lote..................................... 77. Figura 47. Onde se observa a necessidade de recuo do imóvel no próprio lote............................................................................................... Figura 48. Planta baixa dos lotes destinados à realocação das famílias da Rua do Riacho............................................................................. Figura 49. 77. 78. Obras destinadas à Realocação das 15 famílias da Rua do Riacho para Rua Votuporanga.................................................... 78. Figura 50. Casas em novo lote..................................................................... 79. Figura 51. Casas atendidas em novo lote na Rua Votuporanga.................. 79.

(11) LISTA DE TABELAS. Tabela 1. Quadro atualizado das intervenções realizadas.................................... Tabela 2. Cronograma de execução de atividades – Segmento da participação. 81. e capacitação da população.................................................................. 87 Tabela3. Cronograma de execução de atividades – Segmento para geração de trabalho e renda................................................................................ Tabela 4. Cronograma de execução de atividades – Segmento de educação sanitária e ambiental.............................................................................. Tabela 5. 89. Cronograma. de. execução. de. atividades. que. deveriam. 90. ser. executadas pela SEHARPE................................................................... 91.

(12) LISTA DE SIGLAS. BNDES. Banco Nacional de Desenvolvimento econômico e Social. CAERN. Companhia de Água e Esgoto do Rio Grande do Norte. CREA. Conselho Regional de Engenharia e Agronomia. CEF. Caixa Econômica Federal. DF. Distrito Federal. FAT. Fundo de Amparo ao Trabalhador. FGTS. Fundo de Garantia por Tempo de Serviço. FNHAIS. Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social. FND. Fundo Nacional de Desenvolvimento. IBAMA. Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais. IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. MC. Ministério das Cidades. OAB/RN. Ordem dos Advogados do Brasil/ Rio Grande do Norte. OGU. Orçamento Geral da União. PAC. Programa de Aceleração do Crescimento. PPGAU. Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo. PMCMV. Programa Minha Casa Minha Vida. PMN. Prefeitura Municipal do Natal. SEMURB. Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana. SEMTAS. Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social. SEHARPE. Secretaria Municipal de Habitação, Regularização Fundiária e Projeto Estruturante.. SNHIFS/FNHI Sistema e Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social TS. Trabalho Social.

(13) SUMÁRIO. INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 13 CAPÍTULO II – REFLETINDO SOBRE O CONCEITO E DIMENSÕES DA AVALIAÇÃO ............................................................................................................. 22 2.1 INTRODUZINDO A AVALIAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS ........................... 23 2.2 ETAPAS DAS POLÍTICAS PÚBLICAS............................................................... 25 2.3 HISTÓRICO E CONCEITO DE AVALIAÇÃO ..................................................... 29 2.4 CONCEITUANDO AVALIAÇÃO ......................................................................... 30 2.5 CLASSIFICANDO AS AVALIAÇÕES EM POLÍTICAS PÚBLICA ....................... 32 2.6 AVALIAÇÃO DE PROCESSO ............................................................................ 35 2.7 ESCOLHA DO CAMINHO – AVALIAÇÃO DE PROCESSO............................... 39 CAPÍTULO III – CARACTERIZAÇÃO DO TRABALHO SOCIAL NO BAIRRO NOSSA SENHORA DA APRESENTAÇÃO.............................................................. 42 3.1 O TRABALHO SOCIAL (TS) NA POLÍTICA SOCIAL DE HABITAÇÃO ............. 48 3.2 O TRABALHO SOCIAL NA PREFEITURA DO NATAL ..................................... 53 3.3 AS INTERVENÇÕES DO PAC NO BAIRRO DE NOSSA SENHORA DA APRESENTAÇÃO (2007- 2010) ........................................................................ 55 3.4 UM OLHAR SOBRE O BAIRRO ........................................................................ 59 3.5 SITUAÇÃO DO PROJETO ................................................................................ 74 CAPÍTULO IV – OLHARES SOBRE O TRABALHO SOCIAL DESENVOLVIDO NO BAIRRO NOSSA SENHORA DA APRESENTAÇÃO .............................................. 93 4.1 PERFIL DOS RESPONDENTES ....................................................................... 93 4.2 OPINIÕES DOS TÉCNICOS .............................................................................. 93 4.3 CONCLUSÕES PARCIAIS ............................................................................... 101 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................... 104 REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 109 APÊNDICES ANEXOS.

(14) 13. INTRODUÇÃO. O Trabalho Social (TS), no entendimento adotado no presente trabalho, define-se. como. um conjunto. de. ações voltadas para a organização. e. desenvolvimento comunitário, com vista à promoção da melhoria das condições de vida da população, à urbanização de assentamento precário em atendimento ao interesse social e constitui um dos eixos das ações educativas planejadas pela prefeitura do Natal. Procura, assim, promover e gerar a participação efetiva do público-alvo e visa à inclusão social de famílias em situação de risco, desemprego e subemprego, falta de acesso à moradia, educação, saúde e serviços sociais, buscando a reversão das situações de precariedade nas relações familiares, através de programas intersetoriais. O TS atua como um conjunto de ações educativas, no seu desenho original, procurando atender as demandas da população de baixa renda que reside em áreas segregadas e excluídas, como o bairro de Nossa senhora da Apresentação, localizado no município do Natal/RN. Dessa forma, para que esta política se torne real e coletiva, é preciso garantir a participação social dos habitantes das comunidades do bairro citado, a partir da implementação de mecanismos de envolvimento dos moradores com a realização dos projetos executivos integrados, assegurando uma intervenção transparente e democrática. E que possibilite aos mesmos discutirem suas carências, demandas e anseios, de tal maneira que as melhorias urbanas propostas, dentro das possibilidades técnicas sociais e econômicas existentes, atendam às suas expectativas e prioridades. O presente estudo pretende conhecer os resultados estritos, efeitos e impactos decorrentes da política de habitação de interesse social em Natal, com o foco direcionado para o trabalho social desenvolvido pelos agentes da Prefeitura do Natal. Trata-se de pesquisa de natureza avaliativa, preocupada em focar as dimensões de eficácia e efetividade, no quadro de determinado recorte, constituído pelos beneficiados do Programa de Urbanização, Regularização e Integração de Assentamentos Precários, no bairro Nossa Senhora da Apresentação, na Zona Norte do Natal/RN..

(15) 14. Avaliar as políticas sociais, na atualidade, torna-se tão mais premente quanto mais se observam os baixos resultados das políticas sociais brasileiras e as novas exigências postas pela conjuntura internacional, que apontam para construções metodológicas renovadas, além dos anseios da sociedade em busca de melhor qualidade de vida. Nessa perspectiva, pretende-se refletir sobre a dimensão do Programa de Urbanização Integrada, Regularização e Integração de Assentamento Precário desenvolvido pela Prefeitura do Natal, entre os anos de 2009 e 2015. Em outras palavras, trata-se de um estudo sobre o Trabalho Social, proposto pelo programa citado, que tem como finalidade promover e gerar a participação efetiva do públicoalvo e a inclusão social de famílias em situação de risco, desemprego e subemprego, falta de acesso à moradia, educação, saúde e serviços sociais, buscando-se uma reversão significativa das situações de precariedade social e familiar. Desse modo, o problema de pesquisa proposto foi: Como o Trabalho Social foi desenvolvido, na visão dos moradores e dos técnicos da Prefeitura do Natal que participaram dele entre 2009 e 2015? Os programas habitacionais públicos no país, sobretudo no Nordeste, ainda apresentam baixos resultados no que se refere à satisfação da população com o novo habitat, em virtude de o trabalho social ocorrer de forma desarticulada da intervenção urbanística e construção da moradia. Assim, busca-se refletir sobre aspectos concernentes à avaliação de processo no campo da política pública, trazendo seu histórico, julgamento e algumas das principais classificações. Pretende-se apresentar, ainda, o percurso metodológico tomado para a realização da pesquisa, aqui denominado desenho do estudo. O processo avaliativo delineado a seguir tem como viés a avaliação de processo, a partir de várias leituras e com o suporte em autores como Sônia Draibe (2001) Figueiredos, Cohen, Franco, Bonduki. Enquanto área de conhecimento, a avaliação de processo, segundo os autores citados, aponta para as avaliações de natureza qualitativa, procurando identificar os fatores facilitadores e obstáculos que atuam ao longo da implementação e que condicionam, positiva ou negativamente, o implemento das metas e objetivos. Tais fatores podem ser alcançados como condições institucionais e sociais dos resultados. Assim, o objetivo maior desse tipo de avaliação é buscar garantir o êxito das políticas/programas em andamento, garantindo ao público-alvo seus benefícios e direitos. (DRAIBE, 2001, p. 30)..

(16) 15. No quadro da investigação, os instrumentos de coleta de dados em campo foram diversos e complementares, a saber, elaboração de roteiro de entrevista, aplicado com moradores beneficiados pelo programa, além de visitas e observações de campo que foram realizadas ao longo de vários anos, durante os quais o pesquisador atuou na equipe da Prefeitura do Natal. A análise de dados foi feita privilegiando a comparação das opiniões dos técnicos envolvidos no Projeto e dos beneficiários (moradores atendidos) quanto ao seu grau de avaliação e satisfação em relação ao mesmo projeto, a partir do modelo lógico/modelo teórico do trabalho social tipo ex post. O propósito aqui é refletir sobre a metodologia do trabalho social desenvolvido pela Prefeitura do Natal com as famílias do bairro de Nossa Senhora da Apresentação, situado numa área caracterizada como de interesse social na Zona Norte do município do Natal (RN). Objetiva-se identificar questões importantes que permitam pontuar e aferir a contribuição do Programa de Urbanização Integrada na mitigação dos problemas socioespaciais da comunidade e como o trabalho social foi desenvolvido junto à comunidade estudada. A urbanização de assentamentos precários constitui-se em um dos eixos fundamentais do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Federal, política urbana que procura atender as demandas da população de baixa renda residente em áreas segregadas ou de exclusão. Para que esta política se torne real e coletiva, diversas ações de urbanização integrada vêm sendo desenvolvidas no referido bairro, as quais envolvem construção e relocação de unidades habitacionais, esgotamento sanitário, drenagem, pavimentação, lagoa de captação de águas pluviais, e regularização fundiária, beneficiando de forma direta cerca de 2.000 famílias. Para que esta política de trabalho social se torne legítima e eficaz, é preciso garantir a participação social dos habitantes das comunidades do bairro citado, a partir da implementação de mecanismos de envolvimento dos moradores na realização dos projetos executivos integrados, assegurando uma intervenção transparente e democrática e que possibilite aos mesmos discutirem suas carências, demandas e anseios, de forma que as melhorias urbanas propostas, dentro das possibilidades técnicas sociais e econômicas existentes, atendam às suas expectativas e prioridades..

(17) 16. Pretende-se, pois, conhecer e refletir acerca dos resultados decorrentes principalmente da política de habitação de interesse social para o Bairro de Nossa Senhora da Apresentação, na Zona Norte do Natal, com o foco direcionado ao Trabalho Social desenvolvido pelos agentes da Prefeitura do Natal num espaço especifico, o da Rua do Riacho. Este trabalho se constitui em uma pesquisa de natureza qualitativa com várias etapas de investigações da comunidade em estudo, pesquisa documental, registro fotográfico e elaboração de síntese das ações empreendidas, buscando uma totalidade dos elementos presentes nos aspectos do processo. No que diz respeito à avaliação de programas e projetos sociais, as referências são principalmente de Cohen e Franco (1998), autores que fundamentam o tipo de avaliação ex post, posto que o programa a ser avaliado está em curso. Nesse contexto, Bonduki (2001) destaca que dispor desse tipo de avaliação é fundamental para melhorar modelos, uma vez que a eficácia e a eficiência de programa e projeto social dependem da avaliação dos resultados de aplicação. Cada urbe está inserida numa gama de diversidade que diferencia as condições de vida de sua população. Para Santo Junior (1995) “o fenômeno urbano, próprio das cidades modernas, não se confunde com a existência das cidades”. Segundo Santos (1995) estas são tão antigas, historicamente, que podem ser relacionadas à existência dos primitivos aglomerados humanos. A partir, porém, da revolução industrial, a cidade e o urbano assumiram características culturais, sociais e econômicas distintas. As cidades sofrem uma progressiva mudança de natureza, não só por força dos impulsos aglomerados, mas também por sua forma de organização. Para Pechman, A irrupção do tema do urbano na cidade só pode ser comparada se vista numa perspectiva que desconsidere qualquer continuidade no que diz respeito à história da cidade. Ou, dito de outra forma, a história da cidade não é a história do urbano, epistemologicamente, o urbano deve ser visto como ruptura, momento novo, onde os discursos sobre a cidade serão uma tentativa de formar um novo objeto. (PECHMAN,1991, p. 126).. No espaço interurbano, realidades são moldadas de acordo com o histórico de ocupação dos lugares ou localidades. De acordo com o documento do Banco.

(18) 17. Mundial, (1991), “nos últimos trintas anos, os países em desenvolvimento têm deixado de ser um mundo de aldeias para transformar-se em mundo de cidades e povos”. A mesma instituição avalia que os problemas urbanos dos países em desenvolvimento precisam ser considerados a partir de uma perspectiva mais ampla do que a da problemática habitacional e da infraestrutura residencial, atrelada à discussão da produtividade de economia urbana, da pobreza urbana, do meio ambiente e à política de gestão das cidades. Desta forma, cada bairro ou lugar é desenhado a partir das relações sociais, culturais, econômicas e institucionais estabelecidas, que conferem sentidos e significados ao cotidiano de sua referente população. Ao se levar em consideração o contexto urbano, o papel do poder público torna-se primordial, sobretudo diante de demandas nascidas na cidade, originárias de processos específicos de ocupação dos lugares. Para entender o valor da avaliação e sua aplicação nas políticas públicas, é preciso entender o princípio e o que se compreende por Estado e por políticas públicas. Segundo Souza (2009), o Estado capitalista tem um papel basilar nas ações públicas. Já Poulantzas conceitua o Estado como uma condensação material de uma relação de forças, criticando a ideia de Estado objeto e Estado sujeito. A política social tem como tarefa fazer com que as características adstritas não se imponham como limitação determinante do horizonte de possibilidades de construção da biografia social. Estas fundamentações dependem muito do contexto, que estão à mercê das mudanças na realidade política e precisam ser constantemente atualizadas. No caso de ocupações irregulares, do ponto de vista de uma administração municipal, o que se espera é que ela passe a proporcionar mudanças que venham contribuir para a melhoria da qualidade de vida das populações que ocupam áreas ambientalmente inadequadas à habitabilidade humana. No que se refere ao domínio da política urbana, o urbanismo não significa somente um novo pensamento sobre a cidade. Para Santos (1995) a reformulação do método de análise e de intervenção utilizado, torna-se indispensável o conhecimento, objetivo e exaustivo dos problemas urbanos. Assim, o diagnóstico das cidades aponta para ineficácia da gestão municipal, impondo a necessidade de novas técnicas de atuação, que requerem uma reforma institucional e administrativa. Para tanto, é importante a realização de um trabalho social e coletivo em que todos.

(19) 18. os envolvidos sejam considerados parceiros, sendo de fundamental importância para a consolidação de processo de transformação de determinados lugares. Neste sentido, a participação da comunidade é um ponto que merece destaque. Embora a população brasileira mais carente tenha um histórico de pouca participação social, quando, de fato, acede a dinâmicas democratizantes, geralmente obtêm-se resultados mais efetivos, legitimidade e satisfação coletiva. Assim, é formidável a sensibilização da população para participar das mudanças implementadas, viabilizando a constituição de parcerias, a tomada de consciência comunitária para se preservar o meio ambiente local e o estímulo à geração de emprego e renda, bem como à manutenção e conservação das benfeitorias públicas implementadas. Esse conjunto de ações compõe, portanto, o alvo das melhorias urbanas capazes de mudar uma determinada realidade comunitária, em que o caos muitas vezes é uma situação real e corriqueira. Nas últimas duas décadas, visando reduzir as desigualdades sociais, surgiram novos instrumentos de gestão municipal e planejamento urbano, como o Estatuto da Cidade, Lei de Responsabilidade Fiscal, Fundo de Habitação de Interesse Social, que sinalizam novas possibilidades de edificação das políticas públicas, com destaque no processo democrático e na abertura de novas configurações de aparelhamento social. A participação da sociedade é compreendida como uma metodologia pedagógica de construção da cidadania que é um direito do cidadão. Para garantir que principalmente as famílias de baixa renda (de zero a três salários mínimos) sejam diretamente favorecidas e escutadas neste processo, é que é desenvolvido e aplicado o Trabalho Social (TS). É nesse aspecto que o presente trabalho se estrutura, priorizando a Urbanização, Regularização, Integração de Assentamentos Precários, com foco no TS e execução participativa proposta pelo Ministério das Cidades, PAC 1 e 2 e o Município do Natal, parceria entre poder público e sociedade civil organizada, num determinado recorte socioespacial. Pretende-se, portanto, apreender, mediante reflexão sobre a natureza do TS que acompanha (ou deveria acompanhar) a implantação de importante programa de intervenção na área urbana, a qualidade do vínculo político e institucional com as comunidades Aliança, Vale Dourado, Parque dos Coqueiros e Jardim Progresso, todas situadas junto ao Bairro Nossa Senhora da.

(20) 19. Apresentação, com recorte para a Rua do Riacho no citado Bairro, área receptora dos benefícios. Tal vínculo objetiva, acima de tudo, reverter uma situação de vicissitudes e realinhar o pensamento dos moradores quanto à melhoria e conservação do seu próprio lugar de existência. O estudo justifica-se no quadro da dívida social acumulada no Brasil em relação à carência habitacional. As desigualdades sociais e a concentração de renda manifestam-se fisicamente nos espaços das nossas cidades. Nelas, a falta de um Trabalho Social (TS) representa um dos maiores problemas, considerando-se sua importância e finalidade no tocante à melhoria da qualidade de vida dos cidadãos. A falta de moradia digna para a população carente exige muito mais do que aportes financeiros ou simplesmente vontade política. A política social implementada pela Prefeitura do Natal não atende, de forma satisfatória, as necessidades da população. Vejam-se, por exemplo, os inúmeros assentamentos precários (loteamentos e favelas) em todas as regiões administrativas, concentrados nas regiões Norte e Oeste da capital do estado do RN. Impôs-se, no âmbito do ordenamento jurídico municipal, a existência de instrumentos legais e a inserção de normas para a implementação da política e alteração da Lei Complementar número 20, de 02 de março de 1999, com as alterações da Lei número 31, de 10 de janeiro de 2001, com vistas a permitir-se a implementação da Política Habitacional de Interesse Social para o Município do Natal. Tal sistema foi proposto pelo Sistema Municipal de Habitação de Interesse Social (SMHIS), a partir de uma instância de gestão e controle, sob a responsabilidade da Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social (SEMTAS), articulada e integrada a outras secretarias, como: Planejamento e Meio Ambiente (CONPLAM), Conselho de Habitação e Interesse Social (CONHABIN) e Fundo de Habitação de Interesse Social (FUNHABIN), comprometidas com a Política de Habitação de Interesse Social para o Município do Natal, objetivando garantir que os recursos públicos subsidiem, exclusivamente, os beneficiários que recebem de zero a três salários mínimos (BENTES et al.: 2005). Atualmente, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2010) cerca de 84% da população do país moram em área urbana e, em escala variável, as cidades brasileiras apresentam problemas comuns, agravados ao longo dos anos pela falta de planejamento, reforma fundiária, controle sobre uso e ocupação do solo. O censo 2010 mostra que a população é mais urbanizada que há.

(21) 20. dez anos. Atualmente, conforme estimativas do IBGE para 2016, a população da Região Metropolitana de Natal é de 1.537.211 habitantes, representando 44% da população do Rio Grande do Norte, enquanto o município sede do Natal possui 877.662 habitantes, equivalente a aproximadamente 25,3% da população do Estado. Segundo Ana Fani Alessandri Carlos (2011), a produção do espaço constitui um elemento central da problemática do mundo contemporâneo, do ponto de vista da realização do processo de acumulação capitalista e, por consequência, de justificativa das ações do estado em direção à criação dos fundamentos da reprodução. As práticas de resistências precisam ser pensadas como recurso para construção de um olhar teórico visceral e dialeticamente articulado com a práxis, em um movimento que revele o sentido e o fundamento dos conflitos que se estabelecem hoje em torno do espaço, como luta pelo “direito à cidade”. Valença (2001: 44), apontou a crise econômica como óbice à aplicação de uma política habitacional eficaz, em virtude da estagnação dos recursos provenientes do Sistema Financeiro da Habitação (SFH) frente ao dramático crescimento da questão habitacional e de ocupação dos espaços urbanos de forma bastante irregular, profundamente marcado pela informalidade, a ilegalidade e a degradação ambiental. Este trabalho encontra-se dividido em quadro capítulos, onde são trabalhadas as várias dimensões da avaliação, a natureza do TS, a caracterização do espaço onde se deu o programa de intervenções e as opiniões dos moradores e técnicos, em relação ao projeto de intervenção na rua do Riacho. Quadro 1 – Perfil dos Técnicos Entrevistados E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7. Homem, 66 anos, Engenheiro civil, professor da UFRN, mentor intelectual do Projeto N. S. Apresentação. Mulher, 39 anos, Assistente Social SEMTAS – PMN, técnica desde (2009 a 2011) no Projeto N. S Apresentação. Mulher, 44 anos, Assistente Social SHERPE-PMN, esta no projeto desde (2009 a 2010). Mulher, 29 anos, na época (2010 a 2012), estagiaria de Serviço SocialUFRN, hoje Assistente Social SHERPE-PMN. Homem, 52 anos, técnico nível médio, fiscal de obra da SEMOV-PMN. Mulher, 56 anos, Engenheira Civil, fiscal de obra SEMOV-PMN. Homem, 52 anos, Engenheiro Civil, Secretario Adjunto de Operação da SEMOV-PMN..

(22) 21. Quadro 2 – Perfil dos respondentes (moradores da Rua do Riacho) B1 B2 B3 B4 B5 B6 B7 B8 B9. Mulher, 32 anos domestica grau de escolaridade médio incompleto. Mulher 39 anos grau de escolaridade médio incompleto Moradora da comunidade desde inicio do loteamento trabalha como diarista. Homem 55 anos Ensino fundamental incompleto, carroceiro. Mora desde 2000. Homem com 60 anos aposentado escolaridade Ensino fundamental incompleto, Morador da comunidade desde inicio do loteamento. Homem 63 anos aposentado Ensino fundamental incompleto, Morador da comunidade desde inicio do loteamento. Homem, 45 anos, pedreiro, escolaridade Ensino fundamental. Morador da comunidade desde 2002 Homem, 55 anos, pedreiro, escolaridade Ensino fundamental. Morador da comunidade desde o inicio do loteamento. Mulher, 53 anos, grau de escolaridade fundamental incompleto. Moradora da comunidade desde inicio do loteamento trabalha como diarista. Mulher 66 grau de escolaridade fundamental incompleto. Moradora da comunidade desde inicio do loteamento aposentada. No período entre julho de 2014 e maio de 2015, realizaram-se trinta e cinco. (35) entrevistas com moradores no Programa Urbanização Integrada Regularização e Integração de saneamento e Habitação Precária, residentes no loteamento desde sua origem até 2015. Todos tinham sido beneficiados pelo Programa, com remoção de sua unidade residencial e (re)construção no mesmo lote ou em outro lote, no mesmo bairro, porém em outra rua (Votuporanga), próximo à lagoa José Sarney, no Bairro de Nossa Senhora da Apresentação. Cada entrevista foi realizada nas residências dos moradores e durou em média de 30 a 60 minutos. Todas as entrevistas foram gravadas, com anuência de cada um, para posterior utilização. Ao transcrever as entrevistas, para extrair as principais categorias de análise, constatou-se que seria melhor aproveitar somente nove (9) delas, cujos dados eram mais consistentes, visto que a maior parte dos entrevistados não sabia responder e nem se posicionar diante dos questionamentos. Os resultados apresentados no quadro anterior preservam a confidencialidade dos respondentes, adotando um sistema de sigla letra/numero (B1 a B9). O perfil dos respondentes mostra que são cinco (5) homens e quatro (4) mulheres com idades entre 28 e 66 anos, com graus de responsabilidade diferenciados e concepções diversas a respeito do Programa Urbanização Integrada Regularização e Integração de saneamento e Habitação Precária, no bairro de Nossa Senhora da Apresentação – Zona Norte do Natal..

(23) 22. CAPÍTULO II – REFLETINDO SOBRE O CONCEITO E DIMENSÕES DA AVALIAÇÃO. Este capítulo trata da avaliação enquanto temática polêmica, bastante discutida dentro das ciências sociais. A avaliação é um procedimento que remonta ao século XVII. Sua aplicação, contudo, com conotação sistêmica e de caráter científico, teve desenvolvimento nos tempos recentes. Foi a partir da metade do século XX que a avaliação de políticas públicas tomou forma mais ordenada, principalmente nos Estados Unidos, em razão das mudanças por que passou o Estado na sua estrutura política, econômica e social, depois das grandes crises do início do século. (ANDRADE, 2005; CONTANDRIOPOULOS, 1997). No Brasil, o interesse pela a área de avaliação de Políticas Públicas vem crescendo, nas diversas esferas de governo e nos diferentes fóruns de discussão dessa questão. Tal fato deve-se, certamente, às mudanças institucionais por que a administração pública tem passado no país, com a consolidação do planejamento plurianual e com a mudança da ênfase da auditoria dos Tribunais de Contas. Ademais, o interesse crescente pelo uso de indicadores na administração pública está relacionado ao aprimoramento do controle social dos Estados Brasileiros nas duas últimas décadas. Para Jannuzzi (2001), a escolha de indicadores sociais para uso no processo de formação e avaliação de políticas públicas deve ser pautada pela aderência deles a um conjunto de propriedades desejáveis e pela lógica estruturante da aplicação, que definirá a tipologia de indicadores mais adequada. Avaliar a política pública enquanto processo implica várias etapas, passando pela agenda pública e processo de avaliar. A avaliação é parte da política e sua complexidade e deve ser vista como uma referência, para analise processual; para Frey (2000), a avaliação possui a dinâmica e a complexidade do processo e da interatividade dos agentes envolvidos em várias etapas, devendo ser vista como um quadro de referência para análise e não como um processo estático. Para House (1980, p. 73), “A avaliação não convence, persuade; não demonstra, argumenta; é razoável, não absoluta; é aceita por muitos, sem ser imposta a ninguém”. Coerentemente, vê-se que não há consenso quanto ao ato de avaliar; o conceito admite múltiplas definições, algumas delas contraditórias..

(24) 23. Segundo Marjukka e Helgason (2000, p. 5), “a avaliação pode ser definida como uma análise sistemática de aspectos importantes de um programa e seu valor, visando fornecer resultados confiáveis e utilizáveis”. Para eles, a avaliação deve ser vista como um mecanismo para tomada de decisões, para garantir melhores informações aos governantes, sobre as quais eles possam fundamentar suas decisões e melhor prestar contas sobre as políticas e os programas públicos. Avaliação ainda pode contribuir para um preenchimento de lacunas, quando adequadamente utilizada numa estrutura de gestão de desempenho. Além disso, tem a faculdade de aumentar a eficiência e a eficácia do setor público e, por conseguinte, fortalecer a base para as atividades da iniciativa pública. A seguir, aborda-se o processo de sistematização teórica das políticas públicas, mediante revisão bibliográfica sobre avaliação em políticas públicas, a partir de várias leituras, com o aporte da tese de doutorado de Brandão (2013), com alvo no entendimento dessa problemática.. 2.1 INTRODUZINDO A AVALIAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS. Para entender a seriedade e a importância da avaliação e sua localização nas políticas públicas, cumpre ponderar, de início, o que se entende por Estado e por políticas públicas. Para tanto, recorre-se a Souza (2009), que adota o conceito de Poulantzas, para quem o Estado é um adensamento material de uma relação de forças; e refuta a ideia de Estado como um simples instrumento ou um Estado com autonomia total. De acordo com o mesmo autor, o Estado capitalista tem um papel importante nas ações públicas, decorrente de duas razões fundamentais. A primeira transcorre de que a essência do Estado capitalista está dependente pela sua centralidade, unidade e necessidade de um mínimo de autonomia relativa para que possa operar, correntemente, como fator de coesão de algumas classes e setores, e divisões de outros. A segunda razão é dever demonstrar aparente neutralidade e se apresentar como uma instituição tipicamente pública, garantindo sua legitimidade. (SOUZA, 2009). A dimensão pública ou aparência de esfera e a própria face pública do Estado terminaram confinando, na maioria da literatura vigente, a ação pública à ação estatal, mitigando a dinâmica das políticas públicas. (SOUZA, 2009). Dessa forma, conceituar política pública pode evidenciar a relação entre a ação pública e o Estado. Segundo Dye (2005), compreende-se por política pública aquilo que o.

(25) 24. Estado escolhe fazer ou mesmo não fazer, o porquê de fazê-lo e a diferença de fazê-lo, porque até mesmo a ausência de uma ação do poder público e a escolha entre uma ou outra ação tem significativo impacto social. Similarmente, profundo impacto teria a realização de uma ação ou a escolha de outra em detrimento desta. Hofling (2001, p.31), afirma que a política pública “é o Estado implantando um projeto de governo, através de programas, de ações voltadas para setores específicos da sociedade”. Recorrendo-se a outro conceito, cita-se Saravia (2006, p.28-29), para quem a política pública, Trata de um fluxo de decisões públicas, orientado a manter o equilíbrio social ou a introduzir desequilíbrios destinados a modificar essa realidade. Decisões condicionadas pelo próprio fluxo e pelas reações e modificações que elas provocam no tecido social, bem como pelos valores, ideias e visões dos que adotam ou influem na decisão. É possível considerá-las como estratégias que apontam para diversos fins, todos eles, de alguma forma, desejados pelos diversos grupos que participam do processo decisório. A finalidade última de tal dinâmica – consolidação da democracia, justiça social, manutenção do poder, felicidade das pessoas – constitui elemento orientador geral das inúmeras ações que compõem determinada política. Com uma perspectiva mais operacional, poderíamos dizer que ela é um sistema de decisões públicas que visa às ações ou omissões, preventivas ou corretivas, destinadas a manter ou modificar a realidade de um ou vários setores da vida social, por meio da definição de objetivos e estratégias de atuação e da alocação de recursos necessários para atingir os objetivos estabelecidos.. Importa sublinhar que o conceito adotado neste estudo considera as políticas públicas políticas estatais e governamentais em termos amplos. (SOUZA, 2009; BRANDÃO, 2013; MENY e THOENIG, 1992). Souza (2009), reportando-se às características das políticas públicas, aponta que as mesmas constituem um programa de ação, tendo: conteúdo (uma vez que apontam para a busca de resultados e produtos); programa (com marco, eixos específicos, atividades, procedimentos institucionais, leis, etc.); orientação normativa (finalidades e preferências/ valores e interesses); além de se constituírem em força de coerção. Mesmo como programa de ação, no entanto, a mesma não pode ser reduzida a um ou mais documentos, guardando coerência total, ou que mantivesse um grande consenso, ou mesmo que estivesse imune a quaisquer contradições e conflitos, inclusive dentro do próprio aparelho do Estado. (SOUZA, 2009)..

(26) 25. 2.2 ETAPAS DAS POLÍTICAS PÚBLICAS. Na sua concepção mais canônica, reportando se a Brandão (2013) que cita e sugere alguns autores (FARIA, 2005; TREVISAN, VAN BELLE, 2008), a avaliação é vista como uma etapa do processo da política pública. Esta, enquanto processo, apresenta momentos ou etapas, indo desde a sua entrada na agenda pública até o processo de avaliação. Trata-se de um ciclo de vida da política que não deve ser compreendido de forma estática e definitiva. De acordo com Frey (2000), o ciclo da política deve ser visto mais como um quadro de referência para a sua análise processual do que como um processo fixo, haja vista a dinâmica e complexidade dos processos políticos e da interatividade dos agentes envolvidos nestas etapas. As etapas, ou o ciclo da política, conforme Saravia (2006), são:. (1) a entrada na agenda; (2) a elaboração; (3) formulação da política; (4) a implementação; (5) execução; (6) acompanhamento e avaliação, descritos a seguir.. Focando atenção na agenda governamental e não na social, para o citado autor, a entrada na agenda representa a inclusão de determinado pleito ou necessidade social na agenda do governo, na lista de prioridades do poder público. Essa noção relaciona-se ao estudo e explicitação do conjunto de processos que conduzem os fatos sociais a adquirir status de “problema público”. Sua inclusão na “agenda” induz e justifica uma intervenção pública legítima sob a forma de decisão das autoridades públicas. Ao avaliar o projeto desenvolvido no Bairro de Nossa Senhora da Apresentação, verifica-se que este entrou na agenda da Prefeitura do Natal na primeira década do século XX. A segunda fase corresponde à elaboração que consiste na identificação e delimitação do problema atual ou potencial da comunidade, a determinação de possíveis alternativas para sua solução ou satisfação, a avaliação dos custos e o estabelecimento de prioridades. Cumpriu-se essa fase quando o projeto de saneamento, drenagem e habitação foi elaborado pelos técnicos da Prefeitura.

(27) 26. Municipal do Natal-PMN, a partir do diagnóstico dos problemas sociais e ambientais da área, em 2007. A terceira fase é a formulação, que inclui a seleção e especificação da alternativa considerada mais viável, seguida da declaração que explicita a decisão adotada, definindo seus objetivos e seu marco jurídico, administrativo e financeiro; o referido projeto foi apresentado e aprovado em 2009. A esta etapa sucede a implementação, entendida como planejamento e organização do aparelho administrativo e dos recursos humanos, financeiros, materiais e tecnológicos necessários para executar uma política; no caso, foram os serviços da Secretaria Municipal de Habitação, Regularização Fundiária e Projeto Estruturante - SHERAPE responsáveis pela realização das ações, visando pôr em prática a política pública, os programas, projetos e planos, permitindo sua execução. Essa é o resultado do conjunto de ações que se destinam a atingir os objetivos estabelecidos pela política. É por em prática a política, sua realização. O acompanhamento é um processo sistemático de supervisão da execução de uma atividade e seus componentes e tem por objetivo fornecer a informação necessária para introduzir eventuais correções, a fim de assegurar a consecução dos objetivos estabelecidos. A. análise. da. documentação. relativa. ao. projeto. desenha. todo. o. acompanhamento, enquanto que as informações atualmente disponíveis sobre o nosso objeto de estudo mostram que somente parte do projeto foi executada e pôde ser objeto de avaliação, conforme quadro a seguir..

(28) 27. Quadro 3 – Situação das principais ações e realizações Ações 1 – Asfalto 2 – Lotes e casas. 3-Esgotamento sanitário. 4- Águas encanada. 5 – Drenagens de águas pluviais 6 - Escolas / creche 7 – Desemprego 8 - Iluminações Públicas. 9 - Coletas de lixo 10 - Postos Policiais 11- Praças/área de lazer. 12 - Visitas domiciliares ás famílias para reassentamento, para mobilização, orientações gerais e acompanhamento. 13 - Reuniões entre a Equipe Técnica, para discussão e nivelamento com base nos Projetos Executivos aprovados e da proposta do TS a ser desenvolvido; 14 - Entrega das novas casas e acompanhamento técnico social às famílias beneficiadas; 15 - Eventos ações de mobilização e organização comunitária, relativas a Educação Sanitária e Ambiental e geração de trabalho e renda. Fonte: SEMTAS, 2010.. Intervenções Somente o anel viário utilizado pelos transportes coletivos que servem ao bairro 17 lotes/imóveis foram beneficiados no próprio lote; 14 lotes/ indenizados próximo à área de intervenção. Somente 3% dos serviços foram executados, sem as ligações às residências. 81% dos domicílios atendidos no quadro do projeto tem água encanada Somente 3% dos serviços foram executados Foram construídas uma Escola Municipal e uma creche Alto índice com mais de 36% vivendo de biscates. 256 pontos de iluminação foram colocados no bairro Serviço executado duas vezes por semana 02 unidades foram construídas 2 unidades providenciadas. foram. Foram realizadas cinco visitas. Situação atual Parcialmente cumprido. Concluído. Obra encontra-se desde 2010. paralisada. Os demais usam água dos vizinhos ou fazem ligações clandestinas (conforme ilustração a seguir) Obra encontra-se paralisada desde 2010 Encontra–se em funcionamento. Existem vários postes sem as luminárias por causa da ação de vandalismo Situação regular Há pouco policiais para atender a demanda da comunidade. Área insuficiente para atender a população e desprovida de equipamentos Atendimento insuficiente em função da demanda. As reuniões foram feitas. Não houve definição de ações concretas a serem desenvolvidas pela equipe no quadro do TS. As unidades foram entregues. Não houve acompanhamento das famílias pela equipe do TS. habitacionais. Foram feitos seis eventos de integração durante o processo.. Parcialmente quadro do TS. realizado. no.

(29) 28. Figuras 1 e 2 – Mostram as ligações clandestinas de água (CAERN) para os imoveis. Fonte: Adilson, 2012.. Em analisando o quadro resumo apresentado, confirma-se a necessidade de finalização das obras propostas pela Prefeitura Municipal do Natal – PMN, no quadro do Projeto integrado do bairro Nossa Senhora da Apresentação, principalmente no tocante aos investimentos a serem realizados, mediante projeto executivo, para sanar os diversos problemas físicos e socioambientais ainda pendentes na Rua do Riacho. Espera-se que, com a conclusão dos serviços, os beneficiários e a comunidade possam contar com uma melhor qualidade de vida e que também possam ter o seu meio ambiente em equilíbrio. Ainda não se pode prever data para término das intervenções projetadas. Com as obras já realizadas, todavia, pôde-se verificar impacto positivo. A conclusão das ações previstas/executadas pela PMN prenuncia impactos positivos em vários segmentos, tais como: - Diminuição de gastos públicos em diversas áreas, principalmente na saúde pública, com a drenagem pluvial (doenças causadas por insetos e outros vetores), em virtude da melhoria das condições de salubridade, com a implantação de sistemas de drenagem, pavimentação, destinação adequada do lixo e esgotamento sanitário; - Elevação do sentimento de segurança e bem-estar social. - Ampliação das possibilidades de mobilidade social e incremento de renda, potencializadas pelas atividades de capacitação, qualificação e geração de ocupação e renda; - Redução dos gastos públicos com ações emergenciais de atendimento em situações de risco (caso de chuvas, inundações e alagamentos);.

(30) 29. - Aumento do número de vagas ofertadas no sistema escolar e pré-escolar, com repercussão positiva no aumento de escolaridade e na ampliação das possibilidades de trabalho, a longo prazo; - Além da possibilidade de redução da violência e, consequentemente, dos gastos públicos com segurança, ajudando a resgatar a autoestima da população e a sua cidadania.. 2.3 HISTÓRICO E CONCEITO DE AVALIAÇÃO. Entender o fracasso ou sucesso das políticas públicas tornou-se essencial para melhorar o desempenho da administração pública. De acordo com Brandão (2013) e Trevisan e Van Belle, a avaliação surge: No final do século XX, com o aprofundamento da crise do Welfare State, com as convulsões econômicas, sociais e políticas enfrentadas, principalmente a partir da década de 1970 (...), quando o Estado é fortemente questionado tanto em suas funções quanto na real eficácia de suas ações interventoras na realidade social (2008, p. 530).. Surge, portanto, a necessidade de avaliar. De acordo com Faria (2005), nas últimas décadas, a avaliação tem sido posta a serviço da reforma do Estado; no entanto, sua evolução passou por diversas fases ou “gerações” de acordo com alguns autores. Ao se reportar a estas etapas, Faria (2005) cita, por exemplo, a classificação de Guba e Lincoln, que teve como foco a evolução da avaliação nos EUA. Para estes autores, a avaliação passou por gerações sucessivas. No início, com um viés mais técnico, no período do New Deal; depois, uma “geração mais descritiva que predominou” entre a Segunda Guerra Mundial e o início dos anos de 1960; em seguida, outra que enfatizava a oferta de “julgamentos” abalizados e que predominou entre a década de 1960 e meados da década seguinte; por último, uma geração “reativa”, característica dos anos Reagan. (FARIA, 2005). Reportando-se ao Brasil, a fase atual da avaliação remete à década de 1990, marcada, no seu plano normativo, pelo fortalecimento da “função avaliação” na gestão governamental das democracias ocidentais. Foram criados diversos sistemas de avaliação de políticas públicas, tendo como foco a modernização da gestão pública num contexto de dinamização e legitimação da reforma do Estado..

(31) 30. A medição e avaliação do desempenho governamental e das políticas públicas foram parte integrante da agenda de reformas nos anos 1980 e 1990. O desenho dessas reformas privilegiou dois propósitos básicos: primeiro, a adoção de uma perspectiva de contenção dos gastos públicos, de busca de melhoria da eficiência e da produtividade, de ampliação da flexibilidade gerencial e da capacidade de resposta dos governos, bem como de maximização da transparência da gestão pública e de responsabilização dos gestores, num processo em que o consumidor de serviços públicos, estaria, supostamente, em primeiro plano. O segundo propósito é que as reformas pudessem contribuir para uma reavaliação da pertinência das organizações governamentais preservarem todo o seu tradicional leque de atribuições, prevalecendo um contexto de valorização da provisão privada de bens e serviços. (FARIA, 2005, p. 99-100). Assim, avaliação tornou-se importante pela necessidade de garantir credibilidade. ao. chamado. processo. de. reforma. do. Estado. e. para. dar. sustentabilidade política às diretrizes de desregulamentação e de redução do tamanho do Estado. Esperava-se, ainda, que fomentasse a transparência na gestão pública e a satisfação de usuários/clientes. (FARIA, 2005).. 2.4 CONCEITUANDO AVALIAÇÃO. Para entender o valor e conceito do que é uma avaliação e sua aplicação nas políticas públicas, é preciso entender, a princípio, o que se compreende por Estado e por políticas públicas. Segundo Souza (2009), o Estado capitalista tem um papel basilar nas ações públicas, resultante de duas razões básicas. Consoante Poulantzas, o Estado seria a condensação material de uma relação de forças, criticando a ideia de dicotomia entre Estado objeto e Estado sujeito. Para Brandão (2013), no campo da avaliação, o mais comum é a ausência de consensos. O próprio conceito de avaliação, segundo Ala-Harja e Helgason (2000), admite múltiplas definições, algumas contraditórias. Tal fenômeno pode estar relacionado à variedade de disciplinas, às instituições e aos executores, além da gama de questões, necessidades e clientes abrangidos no universo das avaliações. Em meio aos consensos estabelecidos, pode-se recorrer a Andrade, 2005; Contandriopoulos et al., 1997; Silva, 2005; Silva, 2008, segundo os quais a avaliação se refere a um processo de julgamento em sua essência, onde caberia determinar se uma ação foi, ou será boa ou não; se estava atingindo, ou se irá atingir ou não os objetivos ao qual se propunha a princípio. Para Akerman e Nadanovsky (1992, p.364), porém, a avaliação não deve ser considerada um fim em.

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