CURSO
DE
GRADUAÇAO EM ENFERMAGEM
DEPARTAMENTO
DE
ENFERMAGEM
PROMO
VENDO O AUTOCU/DADO
NA
Ass/STÉNO/A
DE
ENFERMAGEM AO
CLIENTE
D/ABET/CO
E
0
63 cu'dado na ass 240967 --‹ TCC FSCE
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ovendo o a 9725 8429EE
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(Í(ÍSFVl TCC UFSC IÊPJIT 0163 Ex. _.ASSISTÊNCIA
DE ENFERMAGEM AO
CLIENTE
UFSC BSCCSM CCSM Ex
PRoMovENDo o
Aurocu/DADO
NA
D/ABÉT/co
Relatório
da
Prática Assistencialda
Disciplina
INT
5134
-
Enfermagem
Assistencial Aplicada
da
8a.Fase do
Curso
de Graduação
em
Enfermagem
da
Universidade Federalde
Santa
Catarina
Orientação:
Denise
Maria Guerreiro Vieirada
SilvaSugervisâo: Maria
José
SilveiraRita
de
CássiaBruno Sandoval
poderemos
transformar todanossa
vidaem um
prob/ema
insuperável.A
vidaé
maior, muito
maior
que
o
diabetes”fm//“”"WW¿'¶M'W@W~%fiWV/@*WWMflø”Wfw«mflm›fw”MW
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Trata-se
de
um
relatórioda
prática assistencial referenteà
disciplinaEnfermagem
Assistencial Aplicada, desenvolvidana
83 fasedo
Curso
de Graduação
em
Enfermagem,
da
Universidade Federalde Santa
Catarina.A
prática foi realizadanas
Áreas
A
e B,do
ambulatóriodo
Hospital Universitárioextendendo-se as
unidades
de
internação ClínicaMédica
Masculina ll e ClínicaMédica
Feminina,e
ao
domicílio
de
alguns clientes. Este relatóriodescreve
as atividadesde
cinco objetivosdesenvolvidas pelas
acadêmicas
Ivana Colzani e Marisa Dallavechia,no
períodode
09 de novembro
a23 de
dezembro de
1998.O
objetivo principal deste trabalho éprestar assistência
aos
clientes diabéticos,sob a
visãode
Dorothea
E.Qrem,
através
de
consultasde enfermagem
ede ações
educativas, visandocom
isso 'a|NTRoDuçAo
... ..1oB.1ET|vos
... ..1oiv|ARco
coNcE|TuA|_
... ..11REv|sÃo
DA
UTERATURA
... ..22 1. Diabetes Mellitus ... ..22 2.O
Pé
Diabético ... ..46 3.Educação
em
Saúde
... ..534. Consulta
de
Enfermagem
(Ce) ... ..565. Visita Domiciliar (V.D.) ... ..58
RELATO DAS
ATIVIDADES
DESENVOLVIDAS
PARA
O
ALCANCE DOS
OBJETIVOS
... ..71coNs|DERAçõEs
|=|NA|s ... ..114RE|=ERÊNc|As
B|BL|oGRÁF|cAs
... ..11sO
interesseem
assistirmosao
cliente diabético, surgiuao
longode nossa
trajetória
acadêmica,
quando
nos
deparamos
em
1995 no
2° semestre, durante oestágio
da
disciplina“Enfermagem
nas
Intercorrências Clínicas”,com
um
grande
número de
pessoas
diabéticas procurando os serviçosda
equipe multiprofissionaldo
ambulatório
do
Hospital Universitário (H.U.).Naquela
época, jáhavíamos
percebido o graude complexidade
existenteno
processo
de
assistirao
indivíduo diabético, considerando adimensão
do
assunto Diabetes Mellitus e todas asquestões
bio-psico-social e culturalque envolvem
esteindivíduo,
mas
aindanão tínhamos nos
dado
contade
que
o desafiode
assistirao
indivíduo diabético
não supera
ogrande
desafiode
ser diabético,de compreender
adoença
e o tratamentoem
todas- assuas
dimensões,além
de
assumir ocompromisso de
seragente
ativona
promoção
de sua
própria saúde.Percebíamos
isto, àmedida
em
que
nos envolvíamos
com
esta clienteladentro
do
próprio H.U., durante o desenvolvimentode
serviços prestadoscomo
bolsistas
no
decorrerde
nossa
trajetória acadêmica.O
interesse pelotema
Diabetes Mellitus foi tornando-secada vez mais
forte,quando
entãochegamos
à penúltima fasedo
curso decididasa
realizar estetrabalho.
Segundo
Ministérioda
Saúde
(BRASlL, 1996, p. 5), “o Diabetes Mellitusé
um
dos
mais
importantesproblemas
de saúde
na
atualidade, tantoem
termos
do
número de pessoas
afetadas, incapacitações, mortalidade prematura,como
dos
custos envolvidos
no seu
controlee
no
tratamentode
sua
complicação”.Acreditamos
que
o enfermeirocomo
um
dos
profissionaisque
participaefetivamente
do
atendimento
ao
cliente diabético,tem
um
papel fundamentalenquanto
educador,não apenas
dentrodo ambiente
intra hospitalar,mas
inclusivefora,
ou
seja atravésde
visitas domiciliaresou de
eventos comunitários,que
visedespertar o interesse
da população
sobre Diabetes Mellitus e por todas asquestões
sociais
que
o
envolvem.Concordamos
com
FRAGA,
SILVA
&
KÚSTER
(1998)quando
colocam
que
aeducação
em
enfermagem
éuma
das mais
importantesfunções
da
enfermeira,levando
os
indivíduos a atingiremseu mais
alto objetivo, qual seja conseguiruma
vida saudável
em
uma
verdadeira reafirmaçãode
propósitos.Para
SMELTZER
&
BARE
(1994),é
fundamental o enfermeiro fornecer àspessoas
diabéticase suas
famíliasos
instrumentos econhecimentos
necessários parauma
conduta
bem
sucedidano
diabetes.Essas pessoas
precisamaprender
ashabilidades
da conduta
diáriano
diabetes,conhecer
ascomplicações
agudas, taiscomo
hipo e hiperglicemia,além das complicações
a longo prazo, parapoder
decidirsobre
seu
tratamento esua
prevenção.Vemos
que
a atuação
participativa e dinâmicada
enfermeira nestecampo
específico
da saúde
vem
tendocada vez mais destaque
pelosseus compromissos
político e social, implicando
na
definiçãodos
políticosde saúde e na
promoção
do
ser
enquanto
cidadão. *Diante
de nossa
identificação pessoalcom
otema
Diabetes Mellitus,optamos
por contribuir para a assistência
ao
cliente diabéticodo
H.U.Desta
forma,nós
teríamos
uma
nova
oportunidade para ampliar e aprofundarnossos conhecimentos
no
assunto,além
de
aplicarna
práticauma
teoriade enfermagem
com
a
qualnunca
havíamos
trabalhado.Utilizamos, para nortear
nossa
prática assistencialao
cliente diabético aTeoria
do Autocuidado de Dorothea
E.Orem,
com
o intuitode
estimularos
clientesdiabéticos e
seus
familiares aassumirem
oseu
próprio autocuidado, tornando-osRealizamos
nossa
prática assistencialnas
Áreas
A
(salade
curativos) eB
do
ambulatório
do
H.U.,nas
Clínicasde
Internação Masculina ll eFeminina
eno
domicílio
de
alguns clientes atendidos pelo serviço ambulatorial,no
períodode
O9
de
novembro
a23
de
dezembro
de
1998,obedecendo
a carga horáriade
220
horas,conforme
estabelecido pela disciplina“Enfermagem
Assistencial Aplicada".Durante
nossa
prática assistencial,demos
um
enfoque
especial àeducação
e saúde,usando
apromoção
e amanutenção do
autocuidadodos
clientes diabéticose
seus
familiares.Para
tantocontamos
com
a orientaçãoda
enfermeira e professorado
Departamento
de Enfermagem da
Universidade Federalde Santa
Catarina,Denise
Maria Guerreiro Vieirada
Silva ecom
a supervisãodas
enfermeiras MariaGERAL
Prestar assistência
de
enfermagem
ao
cliente diabéticoe sua
famíliaatendidos pela equipe multiprofissional
do
ambulatóriodo
H.U,fundamentando-se
na
Teoriado
Autocuidado
de
Dorothea
Orem.
EsPEcí|=|cos
1. Realizar consultas
de
enfermagem agendadas
a clientes portadoresde
Diabetes Mellitusno
ambulatóriodo
H.U. _2. Participar
das
atividades iniciaisde implementação
do acompanhamento
sistemático
de
prevençao e
cuidadoao pé
diabético juntoà
equipe multiprofissionaldo
ambulatóriodo
H.U.3.
Promover
açoes
educativasque
visem
o autocuidadodo
cliente diabético esua
família.4. Realizar visitas domiciliares a clientes e
seus
familiares para avaliar aimplementação do
autocuidado.5. Realizar
um
estudobuscando conhecer
asmudanças
que
ocorreramna
Segundo
Nitschkeapud
SANTOS
et al (1991, p. 13):O
marco conceitual éuma
construção mental que deve comportaruma
estruturalógica de interrelação entre vários conceitos que o compõe. Sen/e para direcionar ou
guiar o cuidado de enfemiagem. No campo da prática de enfemwagem, o marco
conceitual deve permear todos os momentos desta prática, atuando como referência
sobre o que é importante observar, relacionar e planejar nas situações de interação
com
o cliente, além de proporcionaruma
organização para a reflexão e interpretaçãox do que está sendo vivenciado.
O
marco
conceitual étambém
um
conjuntode
conceitos e pressuposiçõesderivadas
de
uma
ou
mais
teoriasou modelos
conceituaisde enfermagem
ou de
outras áreasde
conhecimentos,ou
atémesmo
originadodas
próprias crenças evalores
daqueles
que
oconcebem,
para a utilizaçãona sua
práticacom
indivíduos,famílias,
grupos
ou comunidades, atendendo
as situações geraisou
específicasna
área
de
assistência, administraçãoou
ensinode enfermagem
(Silva&
Arruda
apud
MONTEIRO,
1993).Uma
teoria éuma
colocação relacionalque
tentacompreender
ou
explicaralgum
fenômeno.
Uma
teoriade
enfermagem
tenta explicara
naturezada
enfermagem,
em
seus componentes,
atributosou
características.As
teoriassão de
extrema
ajuda para anteciparem eguiarem as ações de
enfermagem
(LEININGER,
1985). '
Escolhemos
para direcionar anossa
assistênciaaos
clientes diabéticosdo
ambulatório
do
H.U., a Teoriado Autocuidado
de
Dorothea
E.Orem
acreditandoque
autocuidado, tronando-os
cada vez mais
capacitados e independentesna sua
realização. Utilizamos esta teoria
como
uma
referência,porém de
maneira mais
genérica,
ou
seja,não
trabalhamoscom
todos os conceitos propostos.\
Teoria Geral
de
Enfermagem
de
Orem
Dorothea
Orem
formou-se na
escolade
enfermagem
do
Providence Hospital,em
Washington, nos anos
30.Obteve seu
graude
Bacharelem
Ciênciasde
Educação
paraEnfermagem
em
1939,sendo
que seu
graude
mestrede
enfermagem
foi obtidoem
1945,recebeu
vários prêmios inclusiveo
de
DoutoraHonorária
em
Ciências.Seu
último livro foi publicadoem
1985
onde
apresentaa
Teoria Geral
de
Enfermagem que
éformada
por très construtos teóricos:A
Teoriado
Autocuidado, a Teoria
do
Déficitdo Autocuidado
e a Teoriados
Sistemasde
Enfermagem.
Teoria
do
Autocuidado
Esta teoria
engloba
o autocuidado, a atividadedo
autocuidadoe
a exigência terapêuticado
autocuidado.Os
propósitos aserem
alcançados
atravésde
ações
denominadas
autocuidado,
são designados
porOREM
(1985)como
requisitosde
autocuidado:_
Requisitos
de
Autocuidado
Universal:são
comuns
a todos os sereshumanos
durante estágiosdo
ciclo vital, ajustados à idade, ciclode
desenvolvimento, fatoresambientais
e
outros fatores. Estão relacionados a atividades cotidianas,como
amanutenção
de
ingestão suficientede
ar,água
e alimento, provisãode
cuidadosassociada
àprocessos de
eliminações e excreções, amanutenção
de
um
equilibrioentre atividade e repouso, solidão
e
interação social ea prevenção
de
riscos à vida-
Requisitos
de
Autocuidado
Desenvolvimental:
estão relacionados àscondições e eventos
que
ocorrem
duranteos
vários estágiosdo
ciclo vitale que
podem
afetaradversamente o
desenvolvimento, por exemplo, gravidezou
perdade
entes queridos
(OREM,
1985).-
Requisitos
de
Autocuidado de Desvio
de Saúde:
estão associadoscom
defeitos genéticos, constitucionais e desvios estruturais e funcionaishumanos,
com
os seus
efeitose
com
medidas
de
diagnóstico e tratamentomédico
(OREM,
1985).Neste
trabalhoforam adotados os
três requisitos propostos porOrem,
como
orientação para a assistência
ao
cliente diabético.Teoria
do
Déficit
de Autocuidado
Esta teoria constitui
a
essênciada
Teoria Geralde
Orem, porque
delineiaquando
aenfermagem
é necessária.Os
serviçosde
enfermagem
são
solicitadossempre
que os
indivíduosapresentam
limitaçõesou
incapacidades parapromover
o autocuidado contínuo eeficaz.
Orem
identifica cincométodos
de
ajuda(GEORGE,
1993):- agir
ou
fazer parao
outro;- guiar
o
outro;- apoiar o outro (física
ou
psicologicamente);- proporcionar
um
ambiente
que promova
o desenvolvimento pessoal,quanto
a tornar-secapaz
de
satisfazerdemandas
futurasou
atuaisde
ação;- ensinar
o
outro.'
O
enfermeiropode
ajudar o indivíduo, utilizando-sede
qualquerum
desses
métodos,
de
modo
a oferecer assistência para o autocuidado(GEORGE,
1993).Em
nossa
propostatambém
buscamos
utilizarcomo
referênciaos
cincométodos
de
ajuda
após
a identificaçãodos
déficitsde
autocuidado.Teoria
dos
Sistemas de
Enfermagem
Esta teoria é
baseada
nas necessidades
de
autocuidado e nas habilidadesdo
indivíduo
em
desenvolver atividadesde
autocuidado.Orem
identifica três sistemasde
atividadesde enfermagem que
visam
atender àsnecessidades
de
autocuidadodo
indivíduo:-
Sistema
Totalmente
Compensatório:
é utilizadoquando
apessoa é
incapazde
assumir
um
papel ativono
autocuidadoe
o enfermeiroo
ajuda agindoou fazendo
por ele.
-
Sistema
Parcialmente
Compensatório:
é utilizadoquando
o enfermeiro e ocliente participam
da
realizaçãodas ações
terapêuticasdo
autocuidado.A
principalresponsabilidade pela
execução dessas ações pode
serassumida
pelo enfermeiroou
pelo cliente, a partirdo seu
conhecimento,capacidades
ea
disposiçãopsicológica
em
executaressas
atividades.-
Sistema
de
Apoio-Educação:
é utilizadoquando
o cliente écapaz de
executarou
aprender
a realizar aquelasmedidas que são
necessárias para atender aseus
requisitos
de
autocuidado,mas
para as quais necessitade
assistênciasob forma
de:apoio, orientação, provisão
de ambiente
para o desenvolvimentoe
ensino(SMELTZER &
BARE,
1994).A
determinação
do
sistemade
assistênciade enfermagem
relacionadoao
autocuidado indica
uma
espéciede
método que
o profissionalde
enfermagem
deve
utilizar para assistir e
manter
a assistênciaao
cliente.Com
base
nestadeterminação
a enfermeira
poderá
intervir atravésde ações
deliberadase
sistematizadas juntoao
cliente
procurando
estimularseus
potenciais, já existentes paraa
práticado
autocuidado utilizando
métodos
de
ajudaadequados,
planejando a assistênciade
enfermagem
eprescrevendo
cuidados,ou
seja, utilizando oprocesso
de
enfermagem
(diagnósticose
provisão, planejamento,implementação e
avaliação)Principais
Conceitos
da
Teoria
Conceito é
uma
idéia, ouum
conjunto de idéias organizadas que representam, quedão significado próprio a imagem de determinado objeto ou evento.
Um
conceito nãoé fechado
em
si mesmo, pois relaciona-secom
outros conceitos. Pode ser modificadocontinuamente, pela dinâmica das idéias que se possibilita ao interagir com o mundo,
incluindo o
mundo
das idéias. Desta forma,um
conceito pode ser interpretadodiferentemente,
em
razão do significado que lhe é dado pela pessoa que o pensaem
seu momento histórico (PATRICIO, 1990, p. 6).
Orem,
em
sua
teoria, apresenta vários conceitos,dos
quaisdestacamos
alguns,
adaptando-os
parao
atendimentoao
cliente diabético:>
Ser
Humano:
\Na
concepção de
Orem, o
serhumano
éuma
unidade
funcionandobiologicamente, simbolicamente
e
socialmente.O
funcionamento
do
serhumano
está ligadoao seu
ambiente, e juntos, serhumano
e ambiente,formam
um
todointegrado
ou
sistema. Este serhumano
é detentorde suas
decisões sobre si próprioe
conduz
sua
vida,de forma
a manter-seem
equilíbrio consigomesmo
ecom
oambiente._
Orem
acreditaque
o serhumano
éum
serque
tem necessidade de
.autocuidado e
que
omesmo
é
responsável e possui habilidades (capacidades) paracuidar
de
si próprioe
de seus dependentes
(GEORGE,
1993).O
serhumano
focalizado neste trabalho é o cliente diabético esua
família,visto
ao
nosso
entendimento,como
um
ser que,além
de
manter
uma
intima relaçãocom
o
meio
ambiente, é possuidorde
um
conjuntode necessidades
fisicas,emocionais, psicológicas, intelectuais, sociais
e
espirituaisque
devem
ser atendidasao
longode sua
existência.São
capazes de
refletir sobre simesmo
e omeio
ambiente,de aprender
e desenvolverações de
autocuidado necessárias paramanter a
vida, asaúde
e obem
estar.>
Meio
Ambiente:
Dentro
do modelo
teórico proposto porOrem
apud
SANTOS
(1991),meio
relacionado
ao
autocuidado.São
identificadoscomo
uma
unidade
caracterizada por trocashumanas
ambientais e pelo impactoque
um
exerce sobreo
outro.As
alterações
ou
influènciasem
qualquerum
dos
componentes
do
sistema (serhumano,
meio
ambiente),podem
afetar o indivíduono
desempenho
das
atividadesde
autocuidado.. 'Concordamos
com
FRAGA,
SILVA
&
KÚSTER
(1998, p. 28)que
consideracomo
componentes do
ambiente
"as condiçõesde
moradia, alimentação, transporte,comunicação,
recursos financeiros, recursosde
assistênciaà
saúde e
lazer,além
dos
aspectos
culturais”.Consideramos os
aspectos culturaiscomo
sendo
ocomportamento, as crenças e os
valoresque
o indivíduoassume
dianteda
realidadee inclusive diante
do
signiflcadode
saúde.Entendemos
portanto,que
é fundamentalassistir
o
serhumano como
um
ser integradoao
seu
contexto sócio ambiental,no
qual
mantém
uma
íntima relaçãocom
omesmo,
pois é desta relaçãoque
criam-seas condiçoes
que
determinam o seu
modo
de
viver e amaneira
como
este serpercebe
e realizao seu
autocuidado. '>
Enfermagem:
"É
um
sen/içohumano,
um
modo
de
auxiliarhomens, mulheres
e
criançase
não
um
produtoque pode
ser tocado.É
uma
ação
voluntária,uma
funçãode
inteligência prática
das
enfermeirasde
causar
condiçõeshumanamente
desejadas
nas
pessoas e
seus ambientes"
(Orem apud
FRAGA,
SILVA
& KÚSTER,
1998,p.31).
De
acordo
com
Orem,
apud
GEORGE
(1993, p. 91) "aenfermagem tem
como
especialpreocupação a necessidade
de
ações
de
autocuidadodo
indivíduo,e o
oferecimento
e
controle disso,numa
base
contínua para sustentar a vidae
a saúde, recuperar-sede doenças ou
ferimentoe
compatibilizar-secom
seus
efeitos".Para
nós, aenfermagem
éuma
profissão voltada parao
atendimentodas
necessidades
humanas
no
campo
físico, psicológico, socialou
espiritual.Tem
como
responsabilidade ajudar
as
pessoas
asuperarem
situaçõesque
interfiramno
cuidado
de
simesmos
eque
causem
limitaçoes deste cuidado,no
intuitode manter
>
Saúde:
A
saúde
é descritacomo
“um
estadode
totalidadeou
integridadedo
serhumano como
indivíduo,suas
partese
seu
modo
de
funcionamento". Este conceitoinclui aspectos físicos, psicológicos, interpessoais e sociais,
os
quaissão
considerados por
Orem como
inseparáveisdo
individuo(SANTOS,
1991).O
conceitode
saúde
implicatambém
na
integridade estruturale
funcionaldo
serhumano
dirigindo-sea
niveiscada
vezmais
altosde
integração entremecanismos
biológicos, psicológicos interpessoais e sociais.Saúde,
portanto,consiste
na capacidade do
serhumano
de
viverem
seu
potencialmáximo. Já
que
o autocuidado contribuide
modo
especifico para integridade estrutural, ofuncionamento
e o desenvolvimentohumano,
asaúde
como
um
estadode
totalidadeou
integridade éum
resultadoou
objetivodo
autocuidado(Orem apud
SANTOS,
1991).
A
Vemos
asaúde
como
um
estado continuode busca
da
integridadee
totalidade
do
serhumano,
sejano aspecto
fisico, psicológico, socialou
espiritual.Este
estado
pode
seralcançado
atravésde ações
continuasde
autocuidado.>
Autocuidado:
É
conceituado porOrem
apud
SANTOS
(1991, p103)como
"a práticadas
ações que
os
individuos iniciame executam
por
simesmo
paramanter
a vida, asaúde e
o
bem-estar".O
autocuidado consisteno
cuidadodesempenhado
pelaprópria
pessoa
para simesma
quando
atingeum
estadode
maturidadeque
a tornacapaz
de
realizaruma
ação
propositada, consistente, controlada e eficaz, éempenho
humano,
comportamento
aprendidoque
possui caracteristicasde ação
deliberada.
É
produzidoconforme
o
envolvimentodos
indivíduosna ação
paracuidarem
de
si próprios, para regularemseu
própriofuncionamento
edesenvolvimento
(SANTOS,
1991).Consideramos
autocuidadocomo
oemprego
humano
de suas
potencialidades
nas
atividadesdo
diaa
diaem
beneficio próprio, paramanter a
vida,>
Desvio
de Saúde:
Embora Orem
não
explicite o conceitode
doença, amesma
consideraque
qualquer alteração
na
estrutura normalde funcionamento
constitui-seem
ausênciade
saúde
no
sentidode
totalidadeou
integridadedo
serhumano.
Tais alterações,que
podem
estar relacionadascom
os aspectos físicos, psicológicos, interpessoais esociais,
quando
presentesdeterminam no
indivíduoum
estadode
desviode
saúde,exigindo o atendimento
de
requisitos específicosde
autocuidado(SANTOS,
1991).Concordamos
com
FRAGA,
SILVA
&
KÚSTER
(1998),que
consideram
odesvio
de saúde
como
um
desequilíbrioharmõnico
entreo
serhumano
eo meio
em
que
vive, oque
poderá
alterarseu
estado físico, mental, espiritual e social,favorecendo
então o surgimentode
doenças.O
Processo
de
Enfermagem
Para Orem,
oprocesso de
enfermagem
éum
método
de determinação das
deficiências
de
autocuidado e a definiçãode
papéisda
pessoa ou
do
enfermeiro para satisfazer as exigênciasde
autocuidado(GEORGE,
1993).Em
linhas gerais, oprocesso de
enfermagem segundo
Orem
é
sustentadopela
base
teóricade
que
as ações
que
foram realizadasdevam:
a) estar
em
consonância
com
objetivos desejados;b) considerar os fatores ambientais, tecnológicos e
humanos
para aobtenção
destes objetivos; '
c) ser
desempenhado
de acordo
com
o planejamento,fazendo
ajustes e revisões àmedida
que
as condições se-alteram;d) ser controlado para verificar se
os
objetivos estãosendo
alcançados.A
estruturado
processo
de enfermagem
de
Orem
apud
SANTOS
(1991)-
Fase
I:
é
denominado Fase
Intelectuale
consisteem
trêspassos
básicos.No
primeiro passo,
Orem
define sehá ou
não
necessidade
de
cuidadosde
enfermagem.
No
segundo
passo, édeterminado
como
estapessoa
pode
serajudada
pelaenfermagem, ou
seja, atravésda
projeçãode
um
sistemade
enfermagem que
efetivamente contribua paraa obtenção de
objetivosde
saúde
peloindivíduo, através
de
autocuidado terapêutico e a aquisiçãode
objetivosde
ação
tanto
de
autocuidado,como
autocuidadodependente
(para o pacienteou
família).No
terceiro passo,Orem
inclui aprodução e
ogerenciamento
do
sistemade
enfermagem
.É
o
planejamentoda
assistênciade
enfermagem de
acordo
com
osistema projetado.
-
Fase
ll: êdenominado
Fase
Prática, inclui a iniciação,condução
e o controledas
ações de
assistência visandocompensar
as
limitaçõesde
autocuidadodo
cliente,assegurando
que
o
autocuidado fornecido seja terapêutico. Esta fase constitui-seem
ciclo
de
assistir, checar, ajustar e avaliar as atividades desenvolvidas.Neste
trabalho, o processode
enfermagem
de
Orem
foiadaptado ao
método
WEED
de
registro. Estemétodo
é adotado
pelo H.U.desde sua implementação e
corresponde ao
sistemade
prontuário orientado para o problema,onde
o pacientetem
um
prontuáriono
qualas observações
edados
são
correlacionadoscom
seus
problemas
específicos.Esse
sistematem
quatrocomponentes;
banco de dados
iniciais, lista
de
problemas, planos e notasde
evolução.No
ambulatório,há
uma
simplificação
dessa
proposta,sendo
que
a forma
de
registro é feitaem
notasde
evolução
orientadas parao problema
que
incluem as quatro partes:dados
subjetivos,
que contêm
as
informaçõese observações
do
paciente e familiaressobre ele
mesmo,
ou
seja,o
que
o
cliente sente, obsen/aou
acredita ser;dados
objetivos,
que
são
resultadosdas observações ou dados
mensuráveis, taiscomo
observações
clínicas, resultadosde exames,
resultadosdas execução
de
cuidados,tratamento
e
orientações; análise,que
explica e interpreta o significados
dados
objetivos
e
subjetivos, incluindo a evoluçãode
uma
conduta adotada
ea
identificação
de novos
problemas; plano,que
representa a decisão paratomar
uma
serem
desenvolvidas para prevenire
modificar os desviosde
saúde.Esse
método
de
registrodas
'evoluções échamado SOAP.
O
processo
de enfermagem
desenvolvido pornós
durante a assistênciaao
cliente diabético
buscou
integrarnossa
escolha teórica,ou
seja, a Teoriado
Autocuidado
de
Orem
e aforma
de
registrosdo
H.U.,sendo
organizadada
seguintemaneira:
a) Histórico
de Enfermagem:
“consistena
coietae
análise sistemáticade dados
pertencentes
ao
estado
de saúde do
clientee
a respeito dele,com
o
objetivode
elaborar
o
diagnósticode enfermagem”
(GEORGE,
1993, p. 26).Para
a coletade dados
utilizamosos
roteiros elaborado porFRAGA,
SILVA
&
KÚSTER
(1998),nas
consultasde enfermagem
e
visitas domiciliares(Anexos
01 e02)
contendo
dados
relacionadosaos
requisitosde
autocuidado universal,desenvolvimental e
de
desviode
saúde,conforme
proposto porOrem.
Registramos
esta fasenos
itens “S” e “O”do
SOAP,
no
prontuáriodo
cliente.b)
Diagnóstico
de
Enfermagem:
“Éa
identificaçãodas
respostashumanas
e
suas
/imitações,
que
podem
ser influenciadaspor ações
de enfermagem"
(GEORGE,
1993, p. 28).
Segundo
Orem,
o diagnóstico éuma
operação
de
investigaçãoque
capacita
o
enfermeiroa
fazer julgamentos sobre a situação existentede
cuidado esaúde
e decidir sobre oque
deve
ser feito.Nesta
fase realizamosa
análisedos
dados
referentesaos
déficitsde
autocuidado universal, desenvolvimental
ou de
desviode
saúde. Esta fase foiregistrada
no
item “A”do
SOAP,
no
prontuáriodo
cliente.c)
Planejamento
eImplementação:
O
planejamento é adeterminação
daquiloque
pode
ser feito para auxiliar o cliente a desenvolverações de
autocuidado, envolve ojulgamento
de
prioridades e a elaboraçãode
métodos
paraa
solução e/ouencaminhamento de
problemas.A
implementação
éação
propriamente dita, sejaesta efetuada pela enfermeira
ou
pelo cliente e/ousua
familia(GEORGE,
1993).Nesta
fasedo
processo, incluímos a participaçãodo
clientee sua
família,para que, apartir
de seus conhecimentos
prévios eações que
estesvinham
Compensatório,
ParcialmenteCompensátório ou Apoio-Educação)
e assim planejare
implementar as
ações de enfermagem
relacionadasao
autocuidadodo
cliente,seja
nas
consultasou
visitas domiciliares. Registramos esta faseno
item “P”do
SOAP,
no
prontuáriodo
cliente.d) Avaliação:
“É a
apreciaçãodas
mudanças
comportamentais
do
cliente face aação do
profissionalde
enfermagem.
Pode
levarà
reavaliaçãoe
resultarem
um
novo
iníciodo
processo
de enfermagem”
(GEORGE,
1993, p. 34).No
processo
que
realizamos esta etapabuscava
avaliar a evoluçãodas ações
de
autocuidadoque
o
cliente vinhadesempenhando,
frenteao
planejamento efetuado pornos
previamente.Buscamos
checarse
asações de
enfermagem
planejadas
foram
ou não
realizadas,determinando
resultados essenciais para o planejamentoou
reajustedo
sistemade
enfermagem
garantindoa
assistênciacontinuada
ao
cliente. -Pudemos
realizar esta avaliaçãonas
visitas domiciliares enos
retornosdos
clientes à consulta
de
enfermagem. Essa
etapa foi registradano
prontuário,também
sob a forma de
SOAP;
buscando
em
cada
um
dos
itens incluirdados
que
1.
DIABETES MELLITUS
A
palavra diabetes significa sifão.Esse
é onome
com
que
os antigos gregosdesignavam
individuosque
se diferenciavam por eliminargrandes
quantidadesde
urina,
como
se
aágua
ingeridapassasse
porseus
corpossem
se deter.A
palavra Diabetes Mellituscompreende
um
grupo heterogêneo de
distúrbioscaracterizado por
uma
elevaçãode
glicose circulandono
sangue, decorrenteda
produção
diminuídade
insulina pelo pâncreas,ocasionando
modificaçõesno
metabolismo
de
proteinas, gorduras, sais minerais e, principalmente,de
glicose(COSTA & ALMEIDA
NETO,
1995).Segundo
SMELTZER
&
BARE
(1994), existem vários tipos diferentesde
Diabetes Mellitus: diabetes tipo 1 (insulino-dependente), diabetes tipo 2 (não
insulino-dependente), diabetes gestacional e diabetes associado
a
outras condiçõesou
síndromes.O
diabetes tipo 1 é caracterizado pela destruiçãodas
células betado
pâncreas.
Atualmente
é tidocomo
o resultadode
uma
combinação
de
fatoresgenéticos, imunológicos,
e
possivelmente ambientais.No
diabetes tipo 2os
fatoresgenéticos interferem
no desenvolvimento da
resistência à insulina.Inúmeros
fatorespodem
precipitaro
aparecimentoda
doença, taiscomo:
obesidade, sedentarismo, infecção,
trauma
emocional, gravidez,determinados
medicamentos,
cirurgia,algumas
viroses, etc. (BRASIL, 1996a).1.1 -
Diabetes
MellitusTipo
1ou
Insulino-Dependente (DMID)
No
Diabetes Mellitus Insulino-Dependente,doença
auto imune,há produção
de
anticorposde
Langerhans, com* destruição progressivadas
células betado
pâncreas.
Há
redução
gradualda
síntesede
insulina atéa
falência completada
célula beta
(ROCHA,
SILVA
&
URSICH,
1995).Na
maioriados
casos, o inicioda doença
ocorrena
infânciaou na
juventude,mas
não
se excluia
possibilidadede
seu aparecimento
em
idadesmais
avançadas.Seu
diagnóstico baseia-se freqüentemente,no
início abruptode
um
quadro
clinicorelacionado
com
o
aumento
da
glicemia (BRASIL, 1993).1.2 -
Diabetes
MellitusTipo
2
ou
Não
lnsulino-Dependente
(DMNID)
No
Diabetes Mellitusnão
Insulino-Dependente, existem doisproblemas
principais relacionados à insulina: a diminuição
de secreção de
insulinae
adiminuição
da ação
do
hormônio nos
tecidos. lncide geralmenteem
adultos,com
antecedentes
familiaresde
DMNID,
obesos,uma
vez
que
aobesidade
confereresistência à
ação
periféricada
insulina(ROCHA,
SILVA
&
URSICH,
1995).1.3 - Fisiologia
Normal
da
InsulinaA
insulina é secretada pelas células beta,um
dos
quatro tiposde
célulasdas
ilhotas
de
Langerhans no
pâncreas.É
considerada anabólica,ou
um
hormônio de
estocagem,
que
tem
como
função
principal, amanutenção da
glicemia dentrodos
limites normais. .
De
acordo
com
oManual
de
Diabetes(BRASIL,
1993), os principais efeitosdas ações
exercidas pela insulina são:0 Facilitar a penetração
da
glicosenas
célulasde
tecidos insulino-dependentes;o
Promover
apenetração
de
aminoácidos
nos
tecidos para dar origem a proteínas,além
de
inibir a proteólise tissular;‹› Estimular a lipogènese, permitindo a entrada
de
glicose e ácidos graxosno
adipócito para formar triglicerídeos;o
Bloquear
a
lipóse, inibindo aação
da
adenilciclasedo
adipócito.Como
decorrênciadessas
ações, a insulina diminui a glicemiae
promove
oanabolismo
e a
Iipogënese.1.4 - Fisiopatologia
do
Diabetes
Numa
situaçãoem
que
a insulina for incapazde
exerceradequadamente
seus
efeitos, isto é,no
Diabetes Mellitus, ocorreriamos
seguintes eventosmetabólicos:
o
Não
haveria penetraçãoadequada
de
glicosenos
tecidos;ø
Aumentaria a
glicogenólise hepáticacom
liberaçãode
glicosena
correntesangüínea;
o
O
anabolismo
estaria prejudicado;ao
contrário, sobreviveriaum
acentuado
catabolismo proteico,
com
liberaçãode
aminoácidos
na
corrente sangüínea:atingindo o fígado, serviriam
de
substrato para a glicogênese;ø
Aumentaria a
lipólise,com
liberaçãode
glicerol e ácidos graxos.O
glicerol,chegando ao
fígado, sofreria aação
da
enzima
glicerolcinase, contribuindo para agliconeogènese (BRASIL,
1993).Esse
conjuntode reações
metabólicas levariaa
hiperglicemia.Em
condiçõesnormais,
a
glicose existentena
circulação é filtrada pelo gloméruloe
totalmentereabsorvida pelo túbulo renal.
Quando
a concentraçãode
glicosesanguínea excede
o
nívelde
180
mg/dl, acapacidade
de
reabsorção tubular é ultrapassada e a glicose,não podendo
retornarao
sangue
é eliminada pela urina.A
perdade
água
em
quantidade superior a
de
eletrólitos levará auma
desidratação hipertõnica,O
indivíduo diabético,no
decorrerde
sua
vida, está sujeitoa
desenvolveralgumas
complicações. Estas,podem
serbasicamente
de
dois tipos:agudas,
representadas pelas hipoglicemias
e
hiperglicemias, e crônicas, caracterizadas poralterações
dos vasos sangüíneos ou dos
nervos(BRASIL,
1996).1.5 -
Complicações
Aqudas
do
Diabetes
As
complicações
agudas
dos
diabetessão
situações geralmente remediáveis,e
podem
aparecerem
qualquermomento
da
doença. Elasse manifestam
num
curtoespaço
de
tempo,podendo, se
não
cuidadascom
presteza, causar risco à vidado
indivíduo
(BRASIL,
1996).1.5.1 -
Hiperglicemia
A
hiperglicemiapode
evoluir para dois tiposde
complicações
agudas
graves:1.
Coma
hiperosmolar hiperglicêmico
não-cetótico:É
causado
peloaumento
de
osmolaridade
sangüínea
devidoa
hiperglicemia e desidratação,que
ao
comprometer
oSistema
Nervoso
Central, determina alteraçõesda
consciência -sonolência.
2.
Cetoacidose
Diabéticaou
Cetose
(CAD): Ocorre nos
indivíduos insulino-dependentes
e é caracterizada pela deficiência gravede
insulinaque
provocauma
acidose metabólica(queda
do
pH
sangüíneo), decorrentedo acúmulo
de
corpos cetõnicosou
cetonas, desidratação e desequilíbrio eletrolítico.Segundo
o Ministérioda
Saúde
(BRASIL,
1996), as condiçõesde
risco para odesenvolvimento
da
hiperglicemia são:ø Infecção grave (febre);
‹› Estresse intenso;
o Diabetes
mal
controlado;Sinais e sintomas: o Poliúria ø Polidipsia ø Desidratação o Sonolència ø
Rubor
facialø Hãlito cetônico
(somente na
CAD)
o
Náuseas
0
Vômito
1.5.2 -
Hipoglicemia
A
hipoglicemia éuma
das complicações
agudas
mais
graves duranteo
tratamento
do
diabetes.Os
sinaise
sintomassão
decorrentesda descarga de
adrenalina
do
Sistema Nervoso
Autônomo
eda
neuroglicopenia, isto é,queda
da
concentração
de
açúcar no Sistema Nervoso
Central(DICHTCHEKENIAN,
1995).Segundo
ZAGURY,
ZAGURY
&
GUIDACCI
(1984),as
condiçõesde
riscopara
o desenvolvimento da
hipoglicemia são:o Ingestão
de
alimentosem
pequenas
quantidades, atrasosde
uma
ou
mais refeições.~ Realização
de
exercicio físico vigorosoou
continuado,sem
os cuidados
necessários.
o Utilização
de dose
excessivade
insulinaou
de
hipoglicemiantes orais.o
Vômito
ou
diarréia.Sinais e sintomas:
a)
Descarga
Adrenérgica:
Quando
o
nívelde
açúcarno
sangue
cai subitamente, aadrenalina é liberada
como
partedo
sistemade
alarme normaldo
organismo. Este sistemadesencadeia
uma
sériede
eventosque visam
corrigir a situação: trazglicose
dos estoques
paraa
corrente sangüínea, e os sintomas devidos à adrenalinaSegundo
COSTA
&
ALMEIDA
NETO
(1992),os
sinais e sintomas adrenérgicos são: 0Sensação de
desmaio
øFraqueza
o Palidez oNervosismo
øSuores
frios o irritabilidade oFome
o Palpitações oAnsiedade
b)
Neuroglicopeniaz Ocorre
quando
há
queda da
glicoseno Sistema Nervoso
Central. o
Visão
turva oVisão
dupla ø Sonolència 0 Cefaléia oPerda
de
concentração
ø Paralisias oPerda
de
memória
¢Confusão
mental oComportamento
estranho olncoordenação motora
o Disfunção sensorial oConvulsões e
coma
Segundo
COSTA
&
ALMEIDA
NETO
(1992), existemmedidas
práticas paraprevenir hipoglicemias:
A
1. Procurar
manter
o equilíbriona
tríade: alimentação,medicação
e exercícios;2. Ingerir alimentos
que tenham
absorção mais
demorada ao
deitar (alimentos ricos3. Procurar
manter
regularidadenos
testesde
urina e eventualmentede
sangue,para acertos
na dose
de
insulina ede
comprimidos;4._ Carregar consigo carboidratos facilmente absorvíveis (açúcar, balas, etc.) para
tomá-los
assim
que
se
iniciaremos
sintomas;5.
Todos
devem
levar cartãode
identificaçãode
diabéticono
bolsoou
com
outrosdocumentos.
|v|ALERB| (1998, p. 3) afirma;
Sabe-se hoje, que é possivel ensinar as pessoas diabéticas a discriminarem, com
precisão, a hipoglicemia e a hiperglicemia. Para que isto ocorra, é preciso que o
diabético passe por
um
treinamento específico, que envolve a automatização, oregistro dos aspectos relacionados à regulação da glicemia (como horário da refeição,
medicação, exercício, estresse emocional, etc.). Durante esse treinamento, consegue-
se estabelecer quais são os sintomas e/ou os aspectos ambientais que efetivamente
associam-se
com
a hipoglicemia ecom
a hiperglicemia para aquela pessoa quepoderá, a partir daí, utilizar esses eventos como “dicas” da sua glicemia. Depois disso,
de tempos
em
tempos, os portadores de diabetesdevem
corrigir suas estimativas deglicemia comparando-as
com
as medidas obtidas através da automonitorização,“calibrando”, assim, sua percepção das flutuações de glicemia.
1.6 -
Complicações
Crônicas
do
Diabetes
As
complicaçoes
crônicasou
a
longo prazo, estao se tornandomais
comuns
àmedida
que
mais
pessoas vivem mais
tempo
com
seu
diabetes. Estascomplicações
podem
afetarquase
todoo
sistema orgânicodo
corpo esão
classificadas,segundo
SMELTZER
&
BARE
(1994)em
doenças
macrovasculares
e
microvasculares eneuropatias.
A
elevaçãodo
número de
mortes porcomplicações
é devidoprincipalmente às
complicações
cardiovasculares e renais.Dependendo
da
localizaçãodas
lesões ateroscleróticas,podem
resultardiferentes tipos“de
doenças
macrovasculares:-
Doença
Coronariana: levam
a
um
aumento de
ocorrênciade
infartos
do
miocárdio.
-
Doença
Vascular
Cerebral: ocorrequando
há
alterações ateroscleróticasnos
vasos sangüíneos
cerebrais,ou formação de èmbolos
que
se alojamem
um
vaso
sangüíneo ou
em
outra parteda
vascularização cerebral.-
Doença
Vascular
Periférica: ocorrequando
há
alterações ateroscleróticas nosgrandes vasos sangüíneos das
extremidades inferiores.Os
sinaise
sintomas destadoença
podem
incluir pulso periférico diminuídoe
claudicação intermitente (dornas
nádegas, coxas
e/ou panturrilhas duranteo
caminhar).É
aforma
gravede
doença
arterial oclusiva
nas
extremidades inferiores,que
éem
grande
partea
responsávelpelo
aumento da
incidênciade
gangrenas
eamputações
em
pacientes diabéticos.Segundo
COSTA
& ALMEIDA
NETO
(1992), as complicaçõesmicrovasculares dividem-se
em:
.- Retinopatiaz
É
causada
por alteraçõesnos
pequenos
vasos sangüíneos
da
retina,
que
tornam-se frágeis,com
paredes
finas,permeáveis
epropensos
ahemorragias. '
- Nefropatia:
As
lesoesmais
característicasdo
diabetes seconcentram
no
glomérulo e
nos vasos
sangüíneos, levando a alteraçõesanatômicas e conseqüente
reduçao
progressivada
funçao renal.-
Neuropatia:
Ocorrequando
há
_
comprometimento
de
nervos periféricos,autonômicos
ou
espinhais.Denomina-se mononeuropatia,
quando
um
nervoda
medula
espinhalou
do
crânio éafetado, e polineuropatia,quando
vários nervosterminais
são
afetados. Manifesta-se freqüentementenos
membros
inferiores,principalmente
nos
pés.Quando
um
gânglio simpáticoé
afetado, ocorre aneuropatia
autonômica.
Esta partedo
sistemanervoso
está relacionadoà
inervação
de Órgãos
internos.Segundo
aASSOCIAÇÃO
NACIONAL DE ASSISTÊNCIA
AO
DIABÉTICO -
ANAD
(1997), o diabetes, especialmentequando
mal
controlado, representaum
considerável
encargo econômico
para o indivíduo ea
sociedade.A
maior partedos
custos diretos
do
tratamentodo
diabetes, relaciona-secom
suas
complicações,que
muitas
vezes
podem
ser reduzidas, retardadasou
evitadas.Para
SMELTZER & BARE
(1994),o
diabetes éuma
doença
crônicaque
requer toda
uma
vidade comportamentos
especiaisde
autocuidado.A
dieta,atividades físicas
e
estresse físico e emocional,são
fatoresque
afetamo
controledo
aumentos
ou
diminuiçõesda
glicose sangüínea,devem também
incorporarem
seus
estilos
de
vidas muitoscomportamentos
preventivos,a
fim
de
evitaras
complicaçõesa longo prazo
do
diabetes.O
descontrole da doença e suas complicações, podem ser prevenidos quanto mais emelhor informados e capacitados estiverem os pacientes e suas famílias.
A
orientaçãodo diabético e sua família deve ser tão envolvente que eles se convertam
em
participantes ativos no controle da doença e na prevenção das complicações agudas,
quer a longo prazo e do
modo
mais natural possível. Assim é que, a motivação dos'
envolvidos (paciente, família e profissional) toma-se fundamental para a aderência ao
. tratamento e certamente para a adaptação ao novo estilo de vida (LIMA, 1988, p. 169).
1.7 -
Tratamento:
De
acordo
com DAMIANI
(1995), o tratamentodo
diabetes é a artede
permitir,
ao
ladode
uma
excelente qualidadede
vida,um
bom
controle metabólico,visando minimizar
e
mesmo
eliminaras
complicações.Existem cinco
componentes
no
tratamentodo
diabetes:medicação
oral,insulinoterapia,
programação
alimentar, exercícios fisicos e educação.Embora
aequipe de
cuidadosde saúde
dirija o tratamento, é o clienteque
enfrenta
o
desafio diáriode
controlar os detalhesde
um
regime
terapêuticocomplexo.
Por
este motivo,a
educação
da
família edo
cliente é vistacomo
um
'componente
essencialdo
tratamento(SMELTZER &
BARE,
1994).1 .7.1 -
Educação
Segundo
AZEVEDO NETO
et al (1983, p. 190), "aeducação não é
uma
partedo
tratamento, eiaé
o
tratamento.As
vidasdos
diabéticosem
todoo
mundo
poderiam
serimensamente
melhor se cada
novo
diabético fosseensinado
acompreender o
diabetes".Fatores básicos
como
controlar a dieta, injeçãode
insulina, tratamentodas
reações, possibilidade
de
infecção e acidose, regras para os diasde doença
ecuidados
com
os
pés,são fundamentais e vão
capacitar o cliente a sobreviver.SMELTZER
&
BARE
(1994),colocam
que
aspessoas
portadorasde
diabetesdevem
receber informações para desenvolver habilidadesde
sobrevivência,que
incluem: administraçãode
insulina;onde
ecomo
guardara
insulina; informaçõesbásicas sobre
a
dieta (grupode
alimentos e horáriosdas
refeições); monitorizaçãoda
glicosesangüínea e
cetonas urinárias.Devem
saber reconhecer, tratar e preveniras complicações
agudas.Devem
conhecer
a simples fisiopatologiado
diabetes,que
inclue: definição básica
de
diabetes, níveis normaisde
açúcarno
sangue, efeitoda
insulina e
dos
exercícios, efeitoda
alimentação edo
estresse, incluindo as doenças.Para
CARVALHO
(1993, p. 37), “oprocesso
educativoé
desencadeado ao
fina/
da
primeira consultae
começa
com
as
explicaçõesdo
médico a
respeitodo
significado
da doença e dos
instrumentos disponíveispara
tratá-/a”.Para
ele,o
processo
educativonão
tem
hora, dia,mês
eano
para terminar. Exigeum
programa
permanente de educação
continuada.V
A
educação
continuadaou
aprofundada,segundo
SMELTZER
&
BARE
(1994), envolve o ensino
de
informaçõesmais
detalhadas sobre as habilidadesde
sobrevivência,
bem como
aaprendizagem
de
mediadas
preventivas para evitar ascomplicações
a longo prazodo
diabetes. Elas incluem: cuidadocom
os
pés;cuidados
com
os
olhos; higiene geral; controledos
fatoresde
risco (pressãosangüínea
edos
lipídeosdo
sangue, e normalizaçãoda
glicose sangüínea).O
volume
de educação
continuadaou
“avançada”, a ser dado, irádepender
do
interesse eda
habilidadedo
cliente, entretanto, aprendermedidas
preventivas(especialmente
os
cuidadoscom
ospés
e olhos) é obrigatório ede
importância vitalpara reduzir a ocorrência
de
amputaçoes
e cegueirana população
diabética.Para
SMELTZER
&
BARE
(1994, p. 893),Deve ser fomecida
uma
ampla oportunidade para o cliente e sua família receberemuma
supervisão da prática de habilidades (incluindo auto-administração demedicamentos, auto-avaliação , escolha de alimentos, verbalização dos sintomas e
tratamento da hipoglicemia).
Uma
vez as habilidades dominadas, a participaçãoem
grupos de apoio pode auxiliar os clientes a incorporar novos hábitos e a manter sua
adesão ao regime de tratamento.
1.7.2 -
Programação
Alimentar
Segundo
SMELTZER
&
BARE
(1994), a dieta e o controlede
peso,constituem a