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Promovendo o autocuidado na assistência de enfermagem ao cliente diabético

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(1)

CURSO

DE

GRADUAÇAO EM ENFERMAGEM

DEPARTAMENTO

DE

ENFERMAGEM

PROMO

VENDO O AUTOCU/DADO

NA

Ass/STÉNO/A

DE

ENFERMAGEM AO

CLIENTE

D/ABET/CO

E

(2)

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ASSISTÊNCIA

DE ENFERMAGEM AO

CLIENTE

UFSC BSCCSM CCSM Ex

PRoMovENDo o

Aurocu/DADO

NA

D/ABÉT/co

Relatório

da

Prática Assistencial

da

Disciplina

INT

5134

-

Enfermagem

Assistencial Aplicada

da

8a.

Fase do

Curso

de Graduação

em

Enfermagem

da

Universidade Federal

de

Santa

Catarina

Orientação:

Denise

Maria Guerreiro Vieira

da

Silva

Sugervisâo: Maria

José

Silveira

Rita

de

Cássia

Bruno Sandoval

(3)

poderemos

transformar toda

nossa

vida

em um

prob/ema

insuperável.

A

vida

é

maior, muito

maior

que

o

diabetes”

(4)

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(5)

Trata-se

de

um

relatório

da

prática assistencial referente

à

disciplina

Enfermagem

Assistencial Aplicada, desenvolvida

na

83 fase

do

Curso

de Graduação

em

Enfermagem,

da

Universidade Federal

de Santa

Catarina.

A

prática foi realizada

nas

Áreas

A

e B,

do

ambulatório

do

Hospital Universitário

extendendo-se as

unidades

de

internação Clínica

Médica

Masculina ll e Clínica

Médica

Feminina,

e

ao

domicílio

de

alguns clientes. Este relatório

descreve

as atividades

de

cinco objetivos

desenvolvidas pelas

acadêmicas

Ivana Colzani e Marisa Dallavechia,

no

período

de

09 de novembro

a

23 de

dezembro de

1998.

O

objetivo principal deste trabalho é

prestar assistência

aos

clientes diabéticos,

sob a

visão

de

Dorothea

E.

Qrem,

através

de

consultas

de enfermagem

e

de ações

educativas, visando

com

isso 'a

(6)

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... ..11

REv|sÃo

DA

UTERATURA

... ..22 1. Diabetes Mellitus ... ..22 2.

O

Diabético ... ..46 3.

Educação

em

Saúde

... ..53

4. Consulta

de

Enfermagem

(Ce) ... ..56

5. Visita Domiciliar (V.D.) ... ..58

RELATO DAS

ATIVIDADES

DESENVOLVIDAS

PARA

O

ALCANCE DOS

OBJETIVOS

... ..71

coNs|DERAçõEs

|=|NA|s ... ..114

RE|=ERÊNc|As

B|BL|oGRÁF|cAs

... ..11s

(7)

O

interesse

em

assistirmos

ao

cliente diabético, surgiu

ao

longo

de nossa

trajetória

acadêmica,

quando

nos

deparamos

em

1995 no

2° semestre, durante o

estágio

da

disciplina

“Enfermagem

nas

Intercorrências Clínicas”,

com

um

grande

número de

pessoas

diabéticas procurando os serviços

da

equipe multiprofissional

do

ambulatório

do

Hospital Universitário (H.U.).

Naquela

época, já

havíamos

percebido o grau

de complexidade

existente

no

processo

de

assistir

ao

indivíduo diabético, considerando a

dimensão

do

assunto Diabetes Mellitus e todas as

questões

bio-psico-social e cultural

que envolvem

este

indivíduo,

mas

ainda

não tínhamos nos

dado

conta

de

que

o desafio

de

assistir

ao

indivíduo diabético

não supera

o

grande

desafio

de

ser diabético,

de compreender

a

doença

e o tratamento

em

todas- as

suas

dimensões,

além

de

assumir o

compromisso de

ser

agente

ativo

na

promoção

de sua

própria saúde.

Percebíamos

isto, à

medida

em

que

nos envolvíamos

com

esta clientela

dentro

do

próprio H.U., durante o desenvolvimento

de

serviços prestados

como

bolsistas

no

decorrer

de

nossa

trajetória acadêmica.

O

interesse pelo

tema

Diabetes Mellitus foi tornando-se

cada vez mais

forte,

quando

então

chegamos

à penúltima fase

do

curso decididas

a

realizar este

trabalho.

Segundo

Ministério

da

Saúde

(BRASlL, 1996, p. 5), “o Diabetes Mellitus

é

um

dos

mais

importantes

problemas

de saúde

na

atualidade, tanto

em

termos

do

(8)

número de pessoas

afetadas, incapacitações, mortalidade prematura,

como

dos

custos envolvidos

no seu

controle

e

no

tratamento

de

sua

complicação”.

Acreditamos

que

o enfermeiro

como

um

dos

profissionais

que

participa

efetivamente

do

atendimento

ao

cliente diabético,

tem

um

papel fundamental

enquanto

educador,

não apenas

dentro

do ambiente

intra hospitalar,

mas

inclusive

fora,

ou

seja através

de

visitas domiciliares

ou de

eventos comunitários,

que

vise

despertar o interesse

da população

sobre Diabetes Mellitus e por todas as

questões

sociais

que

o

envolvem.

Concordamos

com

FRAGA,

SILVA

&

KÚSTER

(1998)

quando

colocam

que

a

educação

em

enfermagem

é

uma

das mais

importantes

funções

da

enfermeira,

levando

os

indivíduos a atingirem

seu mais

alto objetivo, qual seja conseguir

uma

vida saudável

em

uma

verdadeira reafirmação

de

propósitos.

Para

SMELTZER

&

BARE

(1994),

é

fundamental o enfermeiro fornecer às

pessoas

diabéticas

e suas

famílias

os

instrumentos e

conhecimentos

necessários para

uma

conduta

bem

sucedida

no

diabetes.

Essas pessoas

precisam

aprender

as

habilidades

da conduta

diária

no

diabetes,

conhecer

as

complicações

agudas, tais

como

hipo e hiperglicemia,

além das complicações

a longo prazo, para

poder

decidir

sobre

seu

tratamento e

sua

prevenção.

Vemos

que

a atuação

participativa e dinâmica

da

enfermeira neste

campo

específico

da saúde

vem

tendo

cada vez mais destaque

pelos

seus compromissos

político e social, implicando

na

definição

dos

políticos

de saúde e na

promoção

do

ser

enquanto

cidadão. *

Diante

de nossa

identificação pessoal

com

o

tema

Diabetes Mellitus,

optamos

por contribuir para a assistência

ao

cliente diabético

do

H.U.

Desta

forma,

nós

teríamos

uma

nova

oportunidade para ampliar e aprofundar

nossos conhecimentos

no

assunto,

além

de

aplicar

na

prática

uma

teoria

de enfermagem

com

a

qual

nunca

havíamos

trabalhado.

Utilizamos, para nortear

nossa

prática assistencial

ao

cliente diabético a

Teoria

do Autocuidado de Dorothea

E.

Orem,

com

o intuito

de

estimular

os

clientes

diabéticos e

seus

familiares a

assumirem

o

seu

próprio autocuidado, tornando-os

(9)

Realizamos

nossa

prática assistencial

nas

Áreas

A

(sala

de

curativos) e

B

do

ambulatório

do

H.U.,

nas

Clínicas

de

Internação Masculina ll e

Feminina

e

no

domicílio

de

alguns clientes atendidos pelo serviço ambulatorial,

no

período

de

O9

de

novembro

a

23

de

dezembro

de

1998,

obedecendo

a carga horária

de

220

horas,

conforme

estabelecido pela disciplina

“Enfermagem

Assistencial Aplicada".

Durante

nossa

prática assistencial,

demos

um

enfoque

especial à

educação

e saúde,

usando

a

promoção

e a

manutenção do

autocuidado

dos

clientes diabéticos

e

seus

familiares.

Para

tanto

contamos

com

a orientação

da

enfermeira e professora

do

Departamento

de Enfermagem da

Universidade Federal

de Santa

Catarina,

Denise

Maria Guerreiro Vieira

da

Silva e

com

a supervisão

das

enfermeiras Maria

(10)

GERAL

Prestar assistência

de

enfermagem

ao

cliente diabético

e sua

família

atendidos pela equipe multiprofissional

do

ambulatório

do

H.U,

fundamentando-se

na

Teoria

do

Autocuidado

de

Dorothea

Orem.

EsPEcí|=|cos

1. Realizar consultas

de

enfermagem agendadas

a clientes portadores

de

Diabetes Mellitus

no

ambulatório

do

H.U. _

2. Participar

das

atividades iniciais

de implementação

do acompanhamento

sistemático

de

prevençao e

cuidado

ao pé

diabético junto

à

equipe multiprofissional

do

ambulatório

do

H.U.

3.

Promover

açoes

educativas

que

visem

o autocuidado

do

cliente diabético e

sua

família.

4. Realizar visitas domiciliares a clientes e

seus

familiares para avaliar a

implementação do

autocuidado.

5. Realizar

um

estudo

buscando conhecer

as

mudanças

que

ocorreram

na

(11)

Segundo

Nitschke

apud

SANTOS

et al (1991, p. 13):

O

marco conceitual é

uma

construção mental que deve comportar

uma

estrutura

lógica de interrelação entre vários conceitos que o compõe. Sen/e para direcionar ou

guiar o cuidado de enfemiagem. No campo da prática de enfemwagem, o marco

conceitual deve permear todos os momentos desta prática, atuando como referência

sobre o que é importante observar, relacionar e planejar nas situações de interação

com

o cliente, além de proporcionar

uma

organização para a reflexão e interpretação

x do que está sendo vivenciado.

O

marco

conceitual é

também

um

conjunto

de

conceitos e pressuposições

derivadas

de

uma

ou

mais

teorias

ou modelos

conceituais

de enfermagem

ou de

outras áreas

de

conhecimentos,

ou

até

mesmo

originado

das

próprias crenças e

valores

daqueles

que

o

concebem,

para a utilização

na sua

prática

com

indivíduos,

famílias,

grupos

ou comunidades, atendendo

as situações gerais

ou

específicas

na

área

de

assistência, administração

ou

ensino

de enfermagem

(Silva

&

Arruda

apud

MONTEIRO,

1993).

Uma

teoria é

uma

colocação relacional

que

tenta

compreender

ou

explicar

algum

fenômeno.

Uma

teoria

de

enfermagem

tenta explicar

a

natureza

da

enfermagem,

em

seus componentes,

atributos

ou

características.

As

teorias

são de

extrema

ajuda para anteciparem e

guiarem as ações de

enfermagem

(LEININGER,

1985). '

Escolhemos

para direcionar a

nossa

assistência

aos

clientes diabéticos

do

ambulatório

do

H.U., a Teoria

do Autocuidado

de

Dorothea

E.

Orem

acreditando

que

(12)

autocuidado, tronando-os

cada vez mais

capacitados e independentes

na sua

realização. Utilizamos esta teoria

como

uma

referência,

porém de

maneira mais

genérica,

ou

seja,

não

trabalhamos

com

todos os conceitos propostos.

\

Teoria Geral

de

Enfermagem

de

Orem

Dorothea

Orem

formou-se na

escola

de

enfermagem

do

Providence Hospital,

em

Washington, nos anos

30.

Obteve seu

grau

de

Bacharel

em

Ciências

de

Educação

para

Enfermagem

em

1939,

sendo

que seu

grau

de

mestre

de

enfermagem

foi obtido

em

1945,

recebeu

vários prêmios inclusive

o

de

Doutora

Honorária

em

Ciências.

Seu

último livro foi publicado

em

1985

onde

apresenta

a

Teoria Geral

de

Enfermagem que

é

formada

por très construtos teóricos:

A

Teoria

do

Autocuidado, a Teoria

do

Déficit

do Autocuidado

e a Teoria

dos

Sistemas

de

Enfermagem.

Teoria

do

Autocuidado

Esta teoria

engloba

o autocuidado, a atividade

do

autocuidado

e

a exigência terapêutica

do

autocuidado.

Os

propósitos a

serem

alcançados

através

de

ações

denominadas

autocuidado,

são designados

por

OREM

(1985)

como

requisitos

de

autocuidado:

_

Requisitos

de

Autocuidado

Universal:

são

comuns

a todos os seres

humanos

durante estágios

do

ciclo vital, ajustados à idade, ciclo

de

desenvolvimento, fatores

ambientais

e

outros fatores. Estão relacionados a atividades cotidianas,

como

a

manutenção

de

ingestão suficiente

de

ar,

água

e alimento, provisão

de

cuidados

associada

à

processos de

eliminações e excreções, a

manutenção

de

um

equilibrio

entre atividade e repouso, solidão

e

interação social e

a prevenção

de

riscos à vida

(13)

-

Requisitos

de

Autocuidado

Desenvolvimental:

estão relacionados às

condições e eventos

que

ocorrem

durante

os

vários estágios

do

ciclo vital

e que

podem

afetar

adversamente o

desenvolvimento, por exemplo, gravidez

ou

perda

de

entes queridos

(OREM,

1985).

-

Requisitos

de

Autocuidado de Desvio

de Saúde:

estão associados

com

defeitos genéticos, constitucionais e desvios estruturais e funcionais

humanos,

com

os seus

efeitos

e

com

medidas

de

diagnóstico e tratamento

médico

(OREM,

1985).

Neste

trabalho

foram adotados os

três requisitos propostos por

Orem,

como

orientação para a assistência

ao

cliente diabético.

Teoria

do

Déficit

de Autocuidado

Esta teoria constitui

a

essência

da

Teoria Geral

de

Orem, porque

delineia

quando

a

enfermagem

é necessária.

Os

serviços

de

enfermagem

são

solicitados

sempre

que os

indivíduos

apresentam

limitações

ou

incapacidades para

promover

o autocuidado contínuo e

eficaz.

Orem

identifica cinco

métodos

de

ajuda

(GEORGE,

1993):

- agir

ou

fazer para

o

outro;

- guiar

o

outro;

- apoiar o outro (física

ou

psicologicamente);

- proporcionar

um

ambiente

que promova

o desenvolvimento pessoal,

quanto

a tornar-se

capaz

de

satisfazer

demandas

futuras

ou

atuais

de

ação;

- ensinar

o

outro.

'

O

enfermeiro

pode

ajudar o indivíduo, utilizando-se

de

qualquer

um

desses

métodos,

de

modo

a oferecer assistência para o autocuidado

(GEORGE,

1993).

Em

nossa

proposta

também

buscamos

utilizar

como

referência

os

cinco

métodos

de

ajuda

após

a identificação

dos

déficits

de

autocuidado.

(14)

Teoria

dos

Sistemas de

Enfermagem

Esta teoria é

baseada

nas necessidades

de

autocuidado e nas habilidades

do

indivíduo

em

desenvolver atividades

de

autocuidado.

Orem

identifica três sistemas

de

atividades

de enfermagem que

visam

atender às

necessidades

de

autocuidado

do

indivíduo:

-

Sistema

Totalmente

Compensatório:

é utilizado

quando

a

pessoa é

incapaz

de

assumir

um

papel ativo

no

autocuidado

e

o enfermeiro

o

ajuda agindo

ou fazendo

por ele.

-

Sistema

Parcialmente

Compensatório:

é utilizado

quando

o enfermeiro e o

cliente participam

da

realização

das ações

terapêuticas

do

autocuidado.

A

principal

responsabilidade pela

execução dessas ações pode

ser

assumida

pelo enfermeiro

ou

pelo cliente, a partir

do seu

conhecimento,

capacidades

e

a

disposição

psicológica

em

executar

essas

atividades.

-

Sistema

de

Apoio-Educação:

é utilizado

quando

o cliente é

capaz de

executar

ou

aprender

a realizar aquelas

medidas que são

necessárias para atender a

seus

requisitos

de

autocuidado,

mas

para as quais necessita

de

assistência

sob forma

de:

apoio, orientação, provisão

de ambiente

para o desenvolvimento

e

ensino

(SMELTZER &

BARE,

1994).

A

determinação

do

sistema

de

assistência

de enfermagem

relacionado

ao

autocuidado indica

uma

espécie

de

método que

o profissional

de

enfermagem

deve

utilizar para assistir e

manter

a assistência

ao

cliente.

Com

base

nesta

determinação

a enfermeira

poderá

intervir através

de ações

deliberadas

e

sistematizadas junto

ao

cliente

procurando

estimular

seus

potenciais, já existentes para

a

prática

do

autocuidado utilizando

métodos

de

ajuda

adequados,

planejando a assistência

de

enfermagem

e

prescrevendo

cuidados,

ou

seja, utilizando o

processo

de

enfermagem

(diagnósticos

e

provisão, planejamento,

implementação e

avaliação)

(15)

Principais

Conceitos

da

Teoria

Conceito é

uma

idéia, ou

um

conjunto de idéias organizadas que representam, que

dão significado próprio a imagem de determinado objeto ou evento.

Um

conceito não

é fechado

em

si mesmo, pois relaciona-se

com

outros conceitos. Pode ser modificado

continuamente, pela dinâmica das idéias que se possibilita ao interagir com o mundo,

incluindo o

mundo

das idéias. Desta forma,

um

conceito pode ser interpretado

diferentemente,

em

razão do significado que lhe é dado pela pessoa que o pensa

em

seu momento histórico (PATRICIO, 1990, p. 6).

Orem,

em

sua

teoria, apresenta vários conceitos,

dos

quais

destacamos

alguns,

adaptando-os

para

o

atendimento

ao

cliente diabético:

>

Ser

Humano:

\

Na

concepção de

Orem, o

ser

humano

é

uma

unidade

funcionando

biologicamente, simbolicamente

e

socialmente.

O

funcionamento

do

ser

humano

está ligado

ao seu

ambiente, e juntos, ser

humano

e ambiente,

formam

um

todo

integrado

ou

sistema. Este ser

humano

é detentor

de suas

decisões sobre si próprio

e

conduz

sua

vida,

de forma

a manter-se

em

equilíbrio consigo

mesmo

e

com

o

ambiente._

Orem

acredita

que

o ser

humano

é

um

ser

que

tem necessidade de

.autocuidado e

que

o

mesmo

é

responsável e possui habilidades (capacidades) para

cuidar

de

si próprio

e

de seus dependentes

(GEORGE,

1993).

O

ser

humano

focalizado neste trabalho é o cliente diabético e

sua

família,

visto

ao

nosso

entendimento,

como

um

ser que,

além

de

manter

uma

intima relação

com

o

meio

ambiente, é possuidor

de

um

conjunto

de necessidades

fisicas,

emocionais, psicológicas, intelectuais, sociais

e

espirituais

que

devem

ser atendidas

ao

longo

de sua

existência.

São

capazes de

refletir sobre si

mesmo

e o

meio

ambiente,

de aprender

e desenvolver

ações de

autocuidado necessárias para

manter a

vida, a

saúde

e o

bem

estar.

>

Meio

Ambiente:

Dentro

do modelo

teórico proposto por

Orem

apud

SANTOS

(1991),

meio

(16)

relacionado

ao

autocuidado.

São

identificados

como

uma

unidade

caracterizada por trocas

humanas

ambientais e pelo impacto

que

um

exerce sobre

o

outro.

As

alterações

ou

influèncias

em

qualquer

um

dos

componentes

do

sistema (ser

humano,

meio

ambiente),

podem

afetar o indivíduo

no

desempenho

das

atividades

de

autocuidado.. '

Concordamos

com

FRAGA,

SILVA

&

KÚSTER

(1998, p. 28)

que

considera

como

componentes do

ambiente

"as condições

de

moradia, alimentação, transporte,

comunicação,

recursos financeiros, recursos

de

assistência

à

saúde e

lazer,

além

dos

aspectos

culturais”.

Consideramos os

aspectos culturais

como

sendo

o

comportamento, as crenças e os

valores

que

o indivíduo

assume

diante

da

realidade

e inclusive diante

do

signiflcado

de

saúde.

Entendemos

portanto,

que

é fundamental

assistir

o

ser

humano como

um

ser integrado

ao

seu

contexto sócio ambiental,

no

qual

mantém

uma

íntima relação

com

o

mesmo,

pois é desta relação

que

criam-se

as condiçoes

que

determinam o seu

modo

de

viver e a

maneira

como

este ser

percebe

e realiza

o seu

autocuidado. '

>

Enfermagem:

um

sen/iço

humano,

um

modo

de

auxiliar

homens, mulheres

e

crianças

e

não

um

produto

que pode

ser tocado.

É

uma

ação

voluntária,

uma

função

de

inteligência prática

das

enfermeiras

de

causar

condições

humanamente

desejadas

nas

pessoas e

seus ambientes"

(Orem apud

FRAGA,

SILVA

& KÚSTER,

1998,

p.31).

De

acordo

com

Orem,

apud

GEORGE

(1993, p. 91) "a

enfermagem tem

como

especial

preocupação a necessidade

de

ações

de

autocuidado

do

indivíduo,

e o

oferecimento

e

controle disso,

numa

base

contínua para sustentar a vida

e

a saúde, recuperar-se

de doenças ou

ferimento

e

compatibilizar-se

com

seus

efeitos".

Para

nós, a

enfermagem

é

uma

profissão voltada para

o

atendimento

das

necessidades

humanas

no

campo

físico, psicológico, social

ou

espiritual.

Tem

como

responsabilidade ajudar

as

pessoas

a

superarem

situações

que

interfiram

no

cuidado

de

si

mesmos

e

que

causem

limitaçoes deste cuidado,

no

intuito

de manter

(17)

>

Saúde:

A

saúde

é descrita

como

“um

estado

de

totalidade

ou

integridade

do

ser

humano como

indivíduo,

suas

partes

e

seu

modo

de

funcionamento". Este conceito

inclui aspectos físicos, psicológicos, interpessoais e sociais,

os

quais

são

considerados por

Orem como

inseparáveis

do

individuo

(SANTOS,

1991).

O

conceito

de

saúde

implica

também

na

integridade estrutural

e

funcional

do

ser

humano

dirigindo-se

a

niveis

cada

vez

mais

altos

de

integração entre

mecanismos

biológicos, psicológicos interpessoais e sociais.

Saúde,

portanto,

consiste

na capacidade do

ser

humano

de

viver

em

seu

potencial

máximo. Já

que

o autocuidado contribui

de

modo

especifico para integridade estrutural, o

funcionamento

e o desenvolvimento

humano,

a

saúde

como

um

estado

de

totalidade

ou

integridade é

um

resultado

ou

objetivo

do

autocuidado

(Orem apud

SANTOS,

1991).

A

Vemos

a

saúde

como

um

estado continuo

de busca

da

integridade

e

totalidade

do

ser

humano,

seja

no aspecto

fisico, psicológico, social

ou

espiritual.

Este

estado

pode

ser

alcançado

através

de ações

continuas

de

autocuidado.

>

Autocuidado:

É

conceituado por

Orem

apud

SANTOS

(1991, p103)

como

"a prática

das

ações que

os

individuos iniciam

e executam

por

si

mesmo

para

manter

a vida, a

saúde e

o

bem-estar".

O

autocuidado consiste

no

cuidado

desempenhado

pela

própria

pessoa

para si

mesma

quando

atinge

um

estado

de

maturidade

que

a torna

capaz

de

realizar

uma

ação

propositada, consistente, controlada e eficaz, é

empenho

humano,

comportamento

aprendido

que

possui caracteristicas

de ação

deliberada.

É

produzido

conforme

o

envolvimento

dos

indivíduos

na ação

para

cuidarem

de

si próprios, para regularem

seu

próprio

funcionamento

e

desenvolvimento

(

SANTOS,

1991).

Consideramos

autocuidado

como

o

emprego

humano

de suas

potencialidades

nas

atividades

do

dia

a

dia

em

beneficio próprio, para

manter a

vida,

(18)

>

Desvio

de Saúde:

Embora Orem

não

explicite o conceito

de

doença, a

mesma

considera

que

qualquer alteração

na

estrutura normal

de funcionamento

constitui-se

em

ausência

de

saúde

no

sentido

de

totalidade

ou

integridade

do

ser

humano.

Tais alterações,

que

podem

estar relacionadas

com

os aspectos físicos, psicológicos, interpessoais e

sociais,

quando

presentes

determinam no

indivíduo

um

estado

de

desvio

de

saúde,

exigindo o atendimento

de

requisitos específicos

de

autocuidado

(SANTOS,

1991).

Concordamos

com

FRAGA,

SILVA

&

KÚSTER

(1998),

que

consideram

o

desvio

de saúde

como

um

desequilíbrio

harmõnico

entre

o

ser

humano

e

o meio

em

que

vive, o

que

poderá

alterar

seu

estado físico, mental, espiritual e social,

favorecendo

então o surgimento

de

doenças.

O

Processo

de

Enfermagem

Para Orem,

o

processo de

enfermagem

é

um

método

de determinação das

deficiências

de

autocuidado e a definição

de

papéis

da

pessoa ou

do

enfermeiro para satisfazer as exigências

de

autocuidado

(GEORGE,

1993).

Em

linhas gerais, o

processo de

enfermagem segundo

Orem

é

sustentado

pela

base

teórica

de

que

as ações

que

foram realizadas

devam:

a) estar

em

consonância

com

objetivos desejados;

b) considerar os fatores ambientais, tecnológicos e

humanos

para a

obtenção

destes objetivos; '

c) ser

desempenhado

de acordo

com

o planejamento,

fazendo

ajustes e revisões à

medida

que

as condições se-alteram;

d) ser controlado para verificar se

os

objetivos estão

sendo

alcançados.

A

estrutura

do

processo

de enfermagem

de

Orem

apud

SANTOS

(1991)

(19)

-

Fase

I:

é

denominado Fase

Intelectual

e

consiste

em

três

passos

básicos.

No

primeiro passo,

Orem

define se

há ou

não

necessidade

de

cuidados

de

enfermagem.

No

segundo

passo, é

determinado

como

esta

pessoa

pode

ser

ajudada

pela

enfermagem, ou

seja, através

da

projeção

de

um

sistema

de

enfermagem que

efetivamente contribua para

a obtenção de

objetivos

de

saúde

pelo

indivíduo, através

de

autocuidado terapêutico e a aquisição

de

objetivos

de

ação

tanto

de

autocuidado,

como

autocuidado

dependente

(para o paciente

ou

família).

No

terceiro passo,

Orem

inclui a

produção e

o

gerenciamento

do

sistema

de

enfermagem

.

É

o

planejamento

da

assistência

de

enfermagem de

acordo

com

o

sistema projetado.

-

Fase

ll: ê

denominado

Fase

Prática, inclui a iniciação,

condução

e o controle

das

ações de

assistência visando

compensar

as

limitações

de

autocuidado

do

cliente,

assegurando

que

o

autocuidado fornecido seja terapêutico. Esta fase constitui-se

em

ciclo

de

assistir, checar, ajustar e avaliar as atividades desenvolvidas.

Neste

trabalho, o processo

de

enfermagem

de

Orem

foi

adaptado ao

método

WEED

de

registro. Este

método

é adotado

pelo H.U.

desde sua implementação e

corresponde ao

sistema

de

prontuário orientado para o problema,

onde

o paciente

tem

um

prontuário

no

qual

as observações

e

dados

são

correlacionados

com

seus

problemas

específicos.

Esse

sistema

tem

quatro

componentes;

banco de dados

iniciais, lista

de

problemas, planos e notas

de

evolução.

No

ambulatório,

uma

simplificação

dessa

proposta,

sendo

que

a forma

de

registro é feita

em

notas

de

evolução

orientadas para

o problema

que

incluem as quatro partes:

dados

subjetivos,

que contêm

as

informações

e observações

do

paciente e familiares

sobre ele

mesmo,

ou

seja,

o

que

o

cliente sente, obsen/a

ou

acredita ser;

dados

objetivos,

que

são

resultados

das observações ou dados

mensuráveis, tais

como

observações

clínicas, resultados

de exames,

resultados

das execução

de

cuidados,

tratamento

e

orientações; análise,

que

explica e interpreta o significa

dos

dados

objetivos

e

subjetivos, incluindo a evolução

de

uma

conduta adotada

e

a

identificação

de novos

problemas; plano,

que

representa a decisão para

tomar

uma

(20)

serem

desenvolvidas para prevenir

e

modificar os desvios

de

saúde.

Esse

método

de

registro

das

'evoluções é

chamado SOAP.

O

processo

de enfermagem

desenvolvido por

nós

durante a assistência

ao

cliente diabético

buscou

integrar

nossa

escolha teórica,

ou

seja, a Teoria

do

Autocuidado

de

Orem

e a

forma

de

registros

do

H.U.,

sendo

organizada

da

seguinte

maneira:

a) Histórico

de Enfermagem:

“consiste

na

coieta

e

análise sistemática

de dados

pertencentes

ao

estado

de saúde do

cliente

e

a respeito dele,

com

o

objetivo

de

elaborar

o

diagnóstico

de enfermagem”

(GEORGE,

1993, p. 26).

Para

a coleta

de dados

utilizamos

os

roteiros elaborado por

FRAGA,

SILVA

&

KÚSTER

(1998),

nas

consultas

de enfermagem

e

visitas domiciliares

(Anexos

01 e

02)

contendo

dados

relacionados

aos

requisitos

de

autocuidado universal,

desenvolvimental e

de

desvio

de

saúde,

conforme

proposto por

Orem.

Registramos

esta fase

nos

itens “S” e “O”

do

SOAP,

no

prontuário

do

cliente.

b)

Diagnóstico

de

Enfermagem:

“É

a

identificação

das

respostas

humanas

e

suas

/imitações,

que

podem

ser influenciadas

por ações

de enfermagem"

(GEORGE,

1993, p. 28).

Segundo

Orem,

o diagnóstico é

uma

operação

de

investigação

que

capacita

o

enfermeiro

a

fazer julgamentos sobre a situação existente

de

cuidado e

saúde

e decidir sobre o

que

deve

ser feito.

Nesta

fase realizamos

a

análise

dos

dados

referentes

aos

déficits

de

autocuidado universal, desenvolvimental

ou de

desvio

de

saúde. Esta fase foi

registrada

no

item “A”

do

SOAP,

no

prontuário

do

cliente.

c)

Planejamento

e

Implementação:

O

planejamento é a

determinação

daquilo

que

pode

ser feito para auxiliar o cliente a desenvolver

ações de

autocuidado, envolve o

julgamento

de

prioridades e a elaboração

de

métodos

para

a

solução e/ou

encaminhamento de

problemas.

A

implementação

é

ação

propriamente dita, seja

esta efetuada pela enfermeira

ou

pelo cliente e/ou

sua

familia

(GEORGE,

1993).

Nesta

fase

do

processo, incluímos a participação

do

cliente

e sua

família,

para que, apartir

de seus conhecimentos

prévios e

ações que

estes

vinham

(21)

Compensatório,

Parcialmente

Compensátório ou Apoio-Educação)

e assim planejar

e

implementar as

ações de enfermagem

relacionadas

ao

autocuidado

do

cliente,

seja

nas

consultas

ou

visitas domiciliares. Registramos esta fase

no

item “P”

do

SOAP,

no

prontuário

do

cliente.

d) Avaliação:

“É a

apreciação

das

mudanças

comportamentais

do

cliente face a

ação do

profissional

de

enfermagem.

Pode

levar

à

reavaliação

e

resultar

em

um

novo

início

do

processo

de enfermagem”

(GEORGE,

1993, p. 34).

No

processo

que

realizamos esta etapa

buscava

avaliar a evolução

das ações

de

autocuidado

que

o

cliente vinha

desempenhando,

frente

ao

planejamento efetuado por

nos

previamente.

Buscamos

checar

se

as

ações de

enfermagem

planejadas

foram

ou não

realizadas,

determinando

resultados essenciais para o planejamento

ou

reajuste

do

sistema

de

enfermagem

garantindo

a

assistência

continuada

ao

cliente. -

Pudemos

realizar esta avaliação

nas

visitas domiciliares e

nos

retornos

dos

clientes à consulta

de

enfermagem. Essa

etapa foi registrada

no

prontuário,

também

sob a forma de

SOAP;

buscando

em

cada

um

dos

itens incluir

dados

que

(22)

1.

DIABETES MELLITUS

A

palavra diabetes significa sifão.

Esse

é o

nome

com

que

os antigos gregos

designavam

individuos

que

se diferenciavam por eliminar

grandes

quantidades

de

urina,

como

se

a

água

ingerida

passasse

por

seus

corpos

sem

se deter.

A

palavra Diabetes Mellitus

compreende

um

grupo heterogêneo de

distúrbios

caracterizado por

uma

elevação

de

glicose circulando

no

sangue, decorrente

da

produção

diminuída

de

insulina pelo pâncreas,

ocasionando

modificações

no

metabolismo

de

proteinas, gorduras, sais minerais e, principalmente,

de

glicose

(COSTA & ALMEIDA

NETO,

1995).

Segundo

SMELTZER

&

BARE

(1994), existem vários tipos diferentes

de

Diabetes Mellitus: diabetes tipo 1 (insulino-dependente), diabetes tipo 2 (não

insulino-dependente), diabetes gestacional e diabetes associado

a

outras condições

ou

síndromes.

O

diabetes tipo 1 é caracterizado pela destruição

das

células beta

do

pâncreas.

Atualmente

é tido

como

o resultado

de

uma

combinação

de

fatores

genéticos, imunológicos,

e

possivelmente ambientais.

No

diabetes tipo 2

os

fatores

genéticos interferem

no desenvolvimento da

resistência à insulina.

Inúmeros

fatores

podem

precipitar

o

aparecimento

da

doença, tais

como:

obesidade, sedentarismo, infecção,

trauma

emocional, gravidez,

determinados

medicamentos,

cirurgia,

algumas

viroses, etc. (BRASIL, 1996a).

(23)

1.1 -

Diabetes

Mellitus

Tipo

1

ou

Insulino-Dependente (DMID)

No

Diabetes Mellitus Insulino-Dependente,

doença

auto imune,

há produção

de

anticorpos

de

Langerhans, com* destruição progressiva

das

células beta

do

pâncreas.

redução

gradual

da

síntese

de

insulina até

a

falência completa

da

célula beta

(ROCHA,

SILVA

&

URSICH,

1995).

Na

maioria

dos

casos, o inicio

da doença

ocorre

na

infância

ou na

juventude,

mas

não

se exclui

a

possibilidade

de

seu aparecimento

em

idades

mais

avançadas.

Seu

diagnóstico baseia-se freqüentemente,

no

início abrupto

de

um

quadro

clinico

relacionado

com

o

aumento

da

glicemia (BRASIL, 1993).

1.2 -

Diabetes

Mellitus

Tipo

2

ou

Não

lnsulino-Dependente

(DMNID)

No

Diabetes Mellitus

não

Insulino-Dependente, existem dois

problemas

principais relacionados à insulina: a diminuição

de secreção de

insulina

e

a

diminuição

da ação

do

hormônio nos

tecidos. lncide geralmente

em

adultos,

com

antecedentes

familiares

de

DMNID,

obesos,

uma

vez

que

a

obesidade

confere

resistência à

ação

periférica

da

insulina

(ROCHA,

SILVA

&

URSICH,

1995).

1.3 - Fisiologia

Normal

da

Insulina

A

insulina é secretada pelas células beta,

um

dos

quatro tipos

de

células

das

ilhotas

de

Langerhans no

pâncreas.

É

considerada anabólica,

ou

um

hormônio de

estocagem,

que

tem

como

função

principal, a

manutenção da

glicemia dentro

dos

limites normais. .

De

acordo

com

o

Manual

de

Diabetes

(BRASIL,

1993), os principais efeitos

das ações

exercidas pela insulina são:

0 Facilitar a penetração

da

glicose

nas

células

de

tecidos insulino-dependentes;

(24)

o

Promover

a

penetração

de

aminoácidos

nos

tecidos para dar origem a proteínas,

além

de

inibir a proteólise tissular;

‹› Estimular a lipogènese, permitindo a entrada

de

glicose e ácidos graxos

no

adipócito para formar triglicerídeos;

o

Bloquear

a

lipóse, inibindo a

ação

da

adenilciclase

do

adipócito.

Como

decorrência

dessas

ações, a insulina diminui a glicemia

e

promove

o

anabolismo

e a

Iipogënese.

1.4 - Fisiopatologia

do

Diabetes

Numa

situação

em

que

a insulina for incapaz

de

exercer

adequadamente

seus

efeitos, isto é,

no

Diabetes Mellitus, ocorreriam

os

seguintes eventos

metabólicos:

o

Não

haveria penetração

adequada

de

glicose

nos

tecidos;

ø

Aumentaria a

glicogenólise hepática

com

liberação

de

glicose

na

corrente

sangüínea;

o

O

anabolismo

estaria prejudicado;

ao

contrário, sobreviveria

um

acentuado

catabolismo proteico,

com

liberação

de

aminoácidos

na

corrente sangüínea:

atingindo o fígado, serviriam

de

substrato para a glicogênese;

ø

Aumentaria a

lipólise,

com

liberação

de

glicerol e ácidos graxos.

O

glicerol,

chegando ao

fígado, sofreria a

ação

da

enzima

glicerolcinase, contribuindo para a

gliconeogènese (BRASIL,

1993).

Esse

conjunto

de reações

metabólicas levaria

a

hiperglicemia.

Em

condições

normais,

a

glicose existente

na

circulação é filtrada pelo glomérulo

e

totalmente

reabsorvida pelo túbulo renal.

Quando

a concentração

de

glicose

sanguínea excede

o

nível

de

180

mg/dl, a

capacidade

de

reabsorção tubular é ultrapassada e a glicose,

não podendo

retornar

ao

sangue

é eliminada pela urina.

A

perda

de

água

em

quantidade superior a

de

eletrólitos levará a

uma

desidratação hipertõnica,

(25)

O

indivíduo diabético,

no

decorrer

de

sua

vida, está sujeito

a

desenvolver

algumas

complicações. Estas,

podem

ser

basicamente

de

dois tipos:

agudas,

representadas pelas hipoglicemias

e

hiperglicemias, e crônicas, caracterizadas por

alterações

dos vasos sangüíneos ou dos

nervos

(BRASIL,

1996).

1.5 -

Complicações

Aqudas

do

Diabetes

As

complicações

agudas

dos

diabetes

são

situações geralmente remediáveis,

e

podem

aparecer

em

qualquer

momento

da

doença. Elas

se manifestam

num

curto

espaço

de

tempo,

podendo, se

não

cuidadas

com

presteza, causar risco à vida

do

indivíduo

(BRASIL,

1996).

1.5.1 -

Hiperglicemia

A

hiperglicemia

pode

evoluir para dois tipos

de

complicações

agudas

graves:

1.

Coma

hiperosmolar hiperglicêmico

não-cetótico:

É

causado

pelo

aumento

de

osmolaridade

sangüínea

devido

a

hiperglicemia e desidratação,

que

ao

comprometer

o

Sistema

Nervoso

Central, determina alterações

da

consciência -

sonolência.

2.

Cetoacidose

Diabética

ou

Cetose

(CAD): Ocorre nos

indivíduos insulino-

dependentes

e é caracterizada pela deficiência grave

de

insulina

que

provoca

uma

acidose metabólica

(queda

do

pH

sangüíneo), decorrente

do acúmulo

de

corpos cetõnicos

ou

cetonas, desidratação e desequilíbrio eletrolítico.

Segundo

o Ministério

da

Saúde

(BRASIL,

1996), as condições

de

risco para o

desenvolvimento

da

hiperglicemia são:

ø Infecção grave (febre);

‹› Estresse intenso;

o Diabetes

mal

controlado;

(26)

Sinais e sintomas: o Poliúria ø Polidipsia ø Desidratação o Sonolència ø

Rubor

facial

ø Hãlito cetônico

(somente na

CAD)

o

Náuseas

0

Vômito

1.5.2 -

Hipoglicemia

A

hipoglicemia é

uma

das complicações

agudas

mais

graves durante

o

tratamento

do

diabetes.

Os

sinais

e

sintomas

são

decorrentes

da descarga de

adrenalina

do

Sistema Nervoso

Autônomo

e

da

neuroglicopenia, isto é,

queda

da

concentração

de

açúcar no Sistema Nervoso

Central

(DICHTCHEKENIAN,

1995).

Segundo

ZAGURY,

ZAGURY

&

GUIDACCI

(1984),

as

condições

de

risco

para

o desenvolvimento da

hipoglicemia são:

o Ingestão

de

alimentos

em

pequenas

quantidades, atrasos

de

uma

ou

mais refeições.

~ Realização

de

exercicio físico vigoroso

ou

continuado,

sem

os cuidados

necessários.

o Utilização

de dose

excessiva

de

insulina

ou

de

hipoglicemiantes orais.

o

Vômito

ou

diarréia.

Sinais e sintomas:

a)

Descarga

Adrenérgica:

Quando

o

nível

de

açúcar

no

sangue

cai subitamente, a

adrenalina é liberada

como

parte

do

sistema

de

alarme normal

do

organismo. Este sistema

desencadeia

uma

série

de

eventos

que visam

corrigir a situação: traz

glicose

dos estoques

para

a

corrente sangüínea, e os sintomas devidos à adrenalina

(27)

Segundo

COSTA

&

ALMEIDA

NETO

(1992),

os

sinais e sintomas adrenérgicos são: 0

Sensação de

desmaio

ø

Fraqueza

o Palidez o

Nervosismo

ø

Suores

frios o irritabilidade o

Fome

o Palpitações o

Ansiedade

b)

Neuroglicopeniaz Ocorre

quando

queda da

glicose

no Sistema Nervoso

Central. o

Visão

turva o

Visão

dupla ø Sonolència 0 Cefaléia o

Perda

de

concentração

ø Paralisias o

Perda

de

memória

¢

Confusão

mental o

Comportamento

estranho o

lncoordenação motora

o Disfunção sensorial o

Convulsões e

coma

Segundo

COSTA

&

ALMEIDA

NETO

(1992), existem

medidas

práticas para

prevenir hipoglicemias:

A

1. Procurar

manter

o equilíbrio

na

tríade: alimentação,

medicação

e exercícios;

2. Ingerir alimentos

que tenham

absorção mais

demorada ao

deitar (alimentos ricos

(28)

3. Procurar

manter

regularidade

nos

testes

de

urina e eventualmente

de

sangue,

para acertos

na dose

de

insulina e

de

comprimidos;

4._ Carregar consigo carboidratos facilmente absorvíveis (açúcar, balas, etc.) para

tomá-los

assim

que

se

iniciarem

os

sintomas;

5.

Todos

devem

levar cartão

de

identificação

de

diabético

no

bolso

ou

com

outros

documentos.

|v|ALERB| (1998, p. 3) afirma;

Sabe-se hoje, que é possivel ensinar as pessoas diabéticas a discriminarem, com

precisão, a hipoglicemia e a hiperglicemia. Para que isto ocorra, é preciso que o

diabético passe por

um

treinamento específico, que envolve a automatização, o

registro dos aspectos relacionados à regulação da glicemia (como horário da refeição,

medicação, exercício, estresse emocional, etc.). Durante esse treinamento, consegue-

se estabelecer quais são os sintomas e/ou os aspectos ambientais que efetivamente

associam-se

com

a hipoglicemia e

com

a hiperglicemia para aquela pessoa que

poderá, a partir daí, utilizar esses eventos como “dicas” da sua glicemia. Depois disso,

de tempos

em

tempos, os portadores de diabetes

devem

corrigir suas estimativas de

glicemia comparando-as

com

as medidas obtidas através da automonitorização,

“calibrando”, assim, sua percepção das flutuações de glicemia.

1.6 -

Complicações

Crônicas

do

Diabetes

As

complicaçoes

crônicas

ou

a

longo prazo, estao se tornando

mais

comuns

à

medida

que

mais

pessoas vivem mais

tempo

com

seu

diabetes. Estas

complicações

podem

afetar

quase

todo

o

sistema orgânico

do

corpo e

são

classificadas,

segundo

SMELTZER

&

BARE

(1994)

em

doenças

macrovasculares

e

microvasculares e

neuropatias.

A

elevação

do

número de

mortes por

complicações

é devido

principalmente às

complicações

cardiovasculares e renais.

Dependendo

da

localização

das

lesões ateroscleróticas,

podem

resultar

diferentes tipos“de

doenças

macrovasculares:

-

Doença

Coronariana: levam

a

um

aumento de

ocorrência

de

infartos

do

miocárdio.

-

Doença

Vascular

Cerebral: ocorre

quando

alterações ateroscleróticas

nos

vasos sangüíneos

cerebrais,

ou formação de èmbolos

que

se alojam

em

um

vaso

sangüíneo ou

em

outra parte

da

vascularização cerebral.

(29)

-

Doença

Vascular

Periférica: ocorre

quando

alterações ateroscleróticas nos

grandes vasos sangüíneos das

extremidades inferiores.

Os

sinais

e

sintomas desta

doença

podem

incluir pulso periférico diminuído

e

claudicação intermitente (dor

nas

nádegas, coxas

e/ou panturrilhas durante

o

caminhar).

É

a

forma

grave

de

doença

arterial oclusiva

nas

extremidades inferiores,

que

é

em

grande

parte

a

responsável

pelo

aumento da

incidência

de

gangrenas

e

amputações

em

pacientes diabéticos.

Segundo

COSTA

& ALMEIDA

NETO

(1992), as complicações

microvasculares dividem-se

em:

.

- Retinopatiaz

É

causada

por alterações

nos

pequenos

vasos sangüíneos

da

retina,

que

tornam-se frágeis,

com

paredes

finas,

permeáveis

e

propensos

a

hemorragias. '

- Nefropatia:

As

lesoes

mais

características

do

diabetes se

concentram

no

glomérulo e

nos vasos

sangüíneos, levando a alterações

anatômicas e conseqüente

reduçao

progressiva

da

funçao renal.

-

Neuropatia:

Ocorre

quando

_

comprometimento

de

nervos periféricos,

autonômicos

ou

espinhais.

Denomina-se mononeuropatia,

quando

um

nervo

da

medula

espinhal

ou

do

crânio éafetado, e polineuropatia,

quando

vários nervos

terminais

são

afetados. Manifesta-se freqüentemente

nos

membros

inferiores,

principalmente

nos

pés.

Quando

um

gânglio simpático

é

afetado, ocorre a

neuropatia

autonômica.

Esta parte

do

sistema

nervoso

está relacionado

à

inervação

de Órgãos

internos.

Segundo

a

ASSOCIAÇÃO

NACIONAL DE ASSISTÊNCIA

AO

DIABÉTICO -

ANAD

(1997), o diabetes, especialmente

quando

mal

controlado, representa

um

considerável

encargo econômico

para o indivíduo e

a

sociedade.

A

maior parte

dos

custos diretos

do

tratamento

do

diabetes, relaciona-se

com

suas

complicações,

que

muitas

vezes

podem

ser reduzidas, retardadas

ou

evitadas.

Para

SMELTZER & BARE

(1994),

o

diabetes é

uma

doença

crônica

que

requer toda

uma

vida

de comportamentos

especiais

de

autocuidado.

A

dieta,

atividades físicas

e

estresse físico e emocional,

são

fatores

que

afetam

o

controle

do

(30)

aumentos

ou

diminuições

da

glicose sangüínea,

devem também

incorporar

em

seus

estilos

de

vidas muitos

comportamentos

preventivos,

a

fim

de

evitar

as

complicações

a longo prazo

do

diabetes.

O

descontrole da doença e suas complicações, podem ser prevenidos quanto mais e

melhor informados e capacitados estiverem os pacientes e suas famílias.

A

orientação

do diabético e sua família deve ser tão envolvente que eles se convertam

em

participantes ativos no controle da doença e na prevenção das complicações agudas,

quer a longo prazo e do

modo

mais natural possível. Assim é que, a motivação dos

'

envolvidos (paciente, família e profissional) toma-se fundamental para a aderência ao

. tratamento e certamente para a adaptação ao novo estilo de vida (LIMA, 1988, p. 169).

1.7 -

Tratamento:

De

acordo

com DAMIANI

(1995), o tratamento

do

diabetes é a arte

de

permitir,

ao

lado

de

uma

excelente qualidade

de

vida,

um

bom

controle metabólico,

visando minimizar

e

mesmo

eliminar

as

complicações.

Existem cinco

componentes

no

tratamento

do

diabetes:

medicação

oral,

insulinoterapia,

programação

alimentar, exercícios fisicos e educação.

Embora

a

equipe de

cuidados

de saúde

dirija o tratamento, é o cliente

que

enfrenta

o

desafio diário

de

controlar os detalhes

de

um

regime

terapêutico

complexo.

Por

este motivo,

a

educação

da

família e

do

cliente é vista

como

um

'componente

essencial

do

tratamento

(SMELTZER &

BARE,

1994).

1 .7.1 -

Educação

Segundo

AZEVEDO NETO

et al (1983, p. 190), "a

educação não é

uma

parte

do

tratamento, eia

é

o

tratamento.

As

vidas

dos

diabéticos

em

todo

o

mundo

poderiam

ser

imensamente

melhor se cada

novo

diabético fosse

ensinado

a

compreender o

diabetes".

Fatores básicos

como

controlar a dieta, injeção

de

insulina, tratamento

das

reações, possibilidade

de

infecção e acidose, regras para os dias

de doença

e

cuidados

com

os

pés,

são fundamentais e vão

capacitar o cliente a sobreviver.

SMELTZER

&

BARE

(1994),

colocam

que

as

pessoas

portadoras

de

diabetes

devem

receber informações para desenvolver habilidades

de

sobrevivência,

que

incluem: administração

de

insulina;

onde

e

como

guardar

a

insulina; informações

(31)

básicas sobre

a

dieta (grupo

de

alimentos e horários

das

refeições); monitorização

da

glicose

sangüínea e

cetonas urinárias.

Devem

saber reconhecer, tratar e prevenir

as complicações

agudas.

Devem

conhecer

a simples fisiopatologia

do

diabetes,

que

inclue: definição básica

de

diabetes, níveis normais

de

açúcar

no

sangue, efeito

da

insulina e

dos

exercícios, efeito

da

alimentação e

do

estresse, incluindo as doenças.

Para

CARVALHO

(1993, p. 37), “o

processo

educativo

é

desencadeado ao

fina/

da

primeira consulta

e

começa

com

as

explicações

do

médico a

respeito

do

significado

da doença e dos

instrumentos disponíveis

para

tratá-/a”.

Para

ele,

o

processo

educativo

não

tem

hora, dia,

mês

e

ano

para terminar. Exige

um

programa

permanente de educação

continuada.

V

A

educação

continuada

ou

aprofundada,

segundo

SMELTZER

&

BARE

(1994), envolve o ensino

de

informações

mais

detalhadas sobre as habilidades

de

sobrevivência,

bem como

a

aprendizagem

de

mediadas

preventivas para evitar as

complicações

a longo prazo

do

diabetes. Elas incluem: cuidado

com

os

pés;

cuidados

com

os

olhos; higiene geral; controle

dos

fatores

de

risco (pressão

sangüínea

e

dos

lipídeos

do

sangue, e normalização

da

glicose sangüínea).

O

volume

de educação

continuada

ou

“avançada”, a ser dado, irá

depender

do

interesse e

da

habilidade

do

cliente, entretanto, aprender

medidas

preventivas

(especialmente

os

cuidados

com

os

pés

e olhos) é obrigatório e

de

importância vital

para reduzir a ocorrência

de

amputaçoes

e cegueira

na população

diabética.

Para

SMELTZER

&

BARE

(1994, p. 893),

Deve ser fomecida

uma

ampla oportunidade para o cliente e sua família receberem

uma

supervisão da prática de habilidades (incluindo auto-administração de

medicamentos, auto-avaliação , escolha de alimentos, verbalização dos sintomas e

tratamento da hipoglicemia).

Uma

vez as habilidades dominadas, a participação

em

grupos de apoio pode auxiliar os clientes a incorporar novos hábitos e a manter sua

adesão ao regime de tratamento.

1.7.2 -

Programação

Alimentar

Segundo

SMELTZER

&

BARE

(1994), a dieta e o controle

de

peso,

constituem a

base

do

tratamento

do

diabetes.

A

conduta nutricional

do

cliente

com

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