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"Senhora dos afogados" de Nelson Rodrigues: lugar de aprendizagem no teatro.

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES DA UFRN

DEPARTAMENTO DE ARTES CURSO DE LICENCIATURA EM TEATRO

BRUNO BARBOSA DA SILVA

“SENHORA DOS AFOGADOS” DE NELSON RODRIGUES: LUGAR DE APRENDIZAGEM NO TEATRO

NATAL/RN 2018

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BRUNO BARBOSA DA SILVA

SENHORA DOS AFOGADOS DE NELSON RODRIGUES: LUGAR DE APRENDIZAGEM NO TEATRO

Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado para obtenção do grau de Licenciado no Curso de Licenciatura em Teatro da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, UFRN.

Orientador: Prof. Dr. Adriano Moraes de Oliveira

NATAL/RN 2018

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Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI

Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Departamento de Artes - DEART

Silva, Bruno Barbosa da.

"Senhora dos afogados" de Nelson Rodrigues : lugar de aprendizagem no teatro / Bruno Barbosa da Silva. - 2018. 27 f.: il.

TCC (licenciatura) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes. Licenciatura em Teatro, Natal, 2018.

Orientador: Prof. Dr. Adriano Moraes de Oliveira.

1. Aprendizagem. 2. Rodrigues, Nelson, 1912-1980 - Senhora dos afogados. 3. Teatro. I. Oliveira, Adriano Moraes de. II. Título.

RN/UF/BS-DEART CDU 792 Elaborado por Ively Barros Almeida - CRB-15/482

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES

DEPARTAMENTO DE ARTES

CURSO DE LICENCIATURA EM TEATRO

ATA DE DEFESA

Às dez horas e trinta minutos do dia dez de dezembro do ano de dois mil e dezoito, na sala 30 do prédio do Departamento de Artes, o discente BRUNO BARBOSA DA SILVA apresentou seu Trabalho de Conclusão de Curso – TCC, intitulado: “SENHORA DOS AFOGADOS DE

NELSON RODRIGUES: LUGAR DE APRENDIZAGEM NO TEATRO”, requisito

obrigatório para obtenção do título de Licenciado em Teatro da UFRN. O trabalho foi avaliado pela Banca Examinadora composta pelo Prof. Dr. Adriano Moraes de Oliveira (orientador), pelo Prof. Dr. André Carrico (examinador) e pelo Prof. Ms. Tarcísio Dunga Pinheiro (examinador externo), sendo considerado APROVADO com a Média Final: 7,0

Prof. Dr. Adriano Moraes de Oliveira ________________________________ Média: 7,0

Prof. Dr. André Carrico ________________________________ Média: 7,0

Prof. Ms. Tarcísio Dunga Pinheiro ________________________________ Média: 7,0

Média Final: 7,0

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Dedico primeiramente este trabalho a Deus por ser essencial na minha vida. À toda minha família que me deu apoio e compreensão nos momentos difíceis. Em especial, à minha tia Joelma que durante toda a minha caminhada, não me permitiu desistir.

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AGRADECIMENTOS

À minha querida tia Joelma, que sempre esteve do meu lado nos momentos de alegria e apreensão.

À minha maravilhosa avó Hildete, que me ajudou desde o início e sempre me deu força.

À minha amada mãe Suely, que me ensinou a nunca desistir pelos meus ideais. Ao meu querido tio Alex, que com suas palavras de incentivo, não me permitiu fraquejar nos momentos de incertezas.

Às minhas amigas Andreza Paulino, Layane Abrantes e Nayanne Rodrigues, que foram base fundamental durante a minha trajetória do curso.

Aos colegas de turma, que apesar dos pesares, me ajudaram a chegar até aqui.

Aos companheiros de apartamento do Edifício Delos, que me incentivaram e estiveram sempre do meu lado.

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RESUMO

Com o tema lugar de aprendizagem no Teatro, este artigo tem como objetivo descrever e refletir sobre uma experiência pessoal que tive na função de ator em processo de montagem de “Senhora dos Afogados”, de Nelson Rodrigues. O motivo da pesquisa surgiu a partir da necessidade de expor as possibilidades pedagógicas através das experiências que tive em três interfaces: atuação, dramaturgia e direção teatral. A metodologia empregada neste trabalho consiste numa análise da peça apresentando o seu enredo, fortuna crítica da obra, análise de enredo e de personagens e por fim, as possibilidades pedagógicas, já que estudar sobre essas questões é fundamental para quem deseja conhecer sobre as possibilidades de fazer Teatro.

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ABSTRACT

With the theme "Learning place in studying acting", this article aims to describe and reflect on a personal experience I had in the role of an actor in the process of assembling "Senhora dos Afogados", by Nelson Rodrigues. The reason for the research arose from the need to expose the pedagogical possibilities through the experiences I've had in three duties: acting, playwriting and directing. The methodology employed in this study consists of an analysis of the play featuring its plot, review, analysis of plot and characters, and finally, the pedagogical possibilities, since study on these issues is essential for those who want to know about the

possibilities of studying theater.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 9 2 O PRIMEIRO CONTATO COM SENHORA DOS AFOGADOS: UM ATOR EM CONSTRUÇÃO ... 10 3 A EXPERIÊNCIA NA DRAMATURGIA ... 14 4 SENHORA DOS AFOGADOS SOB O PONTO DE VISTA DA DIREÇÃO

TEATRAL ... 19 5 REFLEXÕES A PARTIR DAS EXPERIÊNCIAS COM SENHORA DOS

AFOGADOS: LUGAR DE APRENDIZAGEM ... 22 REFERÊNCIAS ... 27

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1 INTRODUÇÃO

O mundo das Artes é uma porta aberta para quem deseja se aventurar através da pintura, da música, da dança e principalmente no Teatro. É dentro dele que moram as diversas possibilidades de pesquisa, descobertas, criação e até mesmo encontros: com os outros, consigo mesmo e também com o mundo. Quando optamos por ser ator, por exemplo, estamos fadados a encontrar várias tarefas e desafios promissores.

A temática do presente trabalho expõe como a peça “SENHORA DOS AFOGADOS” de Nelson Rodrigues, exerceu influência em minha aprendizagem no Teatro. O principal objetivo do trabalho é mostrar como a peça em questão me proporcionou experiências dentro do fazer teatral. Busco dissertar sobre as três principais experiências vividas por mim no ano de 2012 e 2017 com “Senhora dos Afogados”. Primeiramente, faço uma síntese sobre o autor e a peça de teatro aqui estudada. Apresento quem foi Nelson Rodrigues e a sua linha de escrita com ênfase na peça “Senhora dos Afogados”: sua narrativa, fortuna crítica da obra, análise de enredo e de personagens e como essas experiências influenciaram na minha aprendizagem no teatro.

Pensando numa análise da peça como um todo, organizei este artigo de modo que pudéssemos entender um pouco da sua estrutura, sendo: enredo, fortuna crítica da obra, análise da peça, análise de enredo, análise de personagens e as possibilidades pedagógicas - espaço destinado a dissertar sobre minhas experiências com “Senhora dos Afogados” na atuação, dramaturgia e direção. Por fim, faço uma reflexão acerca deste trabalho e as suas considerações finais.

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2 O PRIMEIRO CONTATO COM SENHORA DOS AFOGADOS: UM ATOR EM CONSTRUÇÃO

A minha primeira experiência com a obra de Nelson Rodrigues, aconteceu no ano de 2012 quando ainda estava no ensino médio. O professor de Artes, Rummenigge Medeiros, nos apresentou uma lista variada de peças teatrais para que escolhêssemos a mais interessante para o grupo. Inicialmente, pensamos na possibilidade de trabalhar com “A megera domada” de William Shakespeare, mas logo depois discutimos e optamos pela sinopse de Senhora dos Afogados, que nos deixou mais instigados a montar.

Apesar de já ter participado como ator de outros espetáculos antes mesmo dessa montagem, confesso que nunca havia me deparado com obras tão polêmicas quanto as de Nelson. Acredito que é um fato relevante a ser apontado pois outros artistas e estudantes podem ter passado pela mesma experiência e falar sobre isso para a comunidade acadêmica pode ajudar a desenvolver novas pesquisas sobre as obras do autor. A maior dificuldade para o grupo era ler toda a peça e adaptá-la, já que nem todos os discentes haviam tido alguma experiência com Teatro anteriormente. Encaramos o desafio da montagem e adaptamos o texto para apenas vinte páginas (conforme solicitado pelo professor Rummenigge). Tal adaptação se encontra disponível nos apêndices deste trabalho.

O próximo passo foi a distribuição dos personagens: realizamos uma roda de conversa e fizemos uma leitura dramática (que até então nem sabíamos o que era tal leitura). Assim, cada um escolheu cada papel que mais se identificasse e logo mais, começamos os ensaios.

A direção teatral ficou responsável pelos próprios membros do grupo e com o auxílio do professor/orientador, conseguimos manter o controle de tudo. Na época, a nossa faixa etária era de 15 e 16 anos, estávamos no segundo ano do ensino médio e, era um prazer poder ter essa experiência que hoje eu diria que foi enriquecedora porque os textos que estávamos habituados não tratavam de questões como família. Pelo menos não da forma como encontramos em “Senhora dos Afogados”.

Em outras palavras, tentar destrinchar o que a narrativa queria nos dizer foi uma das barreiras iniciais que encontramos. Particularmente, fiquei meio preocupado

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em como passaria isso para o público em meu personagem, Paulo. Não se trata de dizer que este era um papel impossível de interpretá-lo, até porque todo novo trabalho é desafiador e talvez esta seja uma das maiores riquezas que o teatro nos proporciona: a inovação. A cada apresentação, cada ensaio, cada encontro.

Falo com amor sobre este caso em específico, porque em um dado momento cheguei a me emocionar em um dos ensaios e pensei comigo mesmo: não vou conseguir apresentar. E o porquê disso? Meus colegas de cena me falavam que “não é assim”, “ainda não é desse jeito” ou ainda: “qual a sua dificuldade?” e simplesmente eu mesmo não conseguia encontrar respostas para aquilo.

Como já mencionei anteriormente, já tive outras experiências como ator e aquilo nunca havia me acontecido: de ficar diante de um texto em pleno os ensaios e simplesmente chegar a acreditar que não conseguiria fazê-lo. Confesso que fiquei meio triste, mas fui atrás do “prejuízo”. Com muita cautela e paciência, retomei aos ensaios e pude constatar que a melhor forma de entender o que o realismo quer dizer, é se propor a fazer como se ali fosse você. E não me refiro a uma falsa atuação, mas sim se colocar no lugar do outro. Depois disso, finalmente consegui chegar numa conclusão: estou pronto para entrar em cena.

Ao mesmo tempo em que aconteciam os ensaios, pensávamos no figurino, maquiagem, cenário, iluminação e na sonoplastia. Faltava tempo para tanta preocupação e cuidados que tínhamos que ter para tantas tarefas. O corpo já estava fadado ao cansaço, mas a apresentação já estava próxima e a cada encontro com o grupo, sempre surgia uma nova descoberta. Mesmo sabendo que na estreia o auditório estaria lotado, não nos intimidamos e fomos com muita garra para a cena.

Quando estamos envolvidos com um trabalho teatral, seja ele qual for, é preciso muito esforço e dedicação para que o resultado seja positivo e satisfatório. Embora saibamos que nem sempre a aceitação do público será positiva, pensar que tudo dará certo conforme o planejado é a melhor opção para os momentos de incertezas e angústias.

O processo de construção do personagem PAULO foi de fundamental importância para a minha aprendizagem enquanto ator em processo e pode ser também uma descoberta que pode trazer muitos desafios, como no meu caso por exemplo que sou “totalmente diferente” em termos de personalidade do que Paulo possui. É claro que todos os demais também possuem suas especificidades, mas Paulo possui características que os outros personagens da narrativa não possuem.

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Vejamos bem: sua mãe, Dona Maria Eduarda é muito apegada ao seu filho e o trata com muito cuidado, atenção e amor. Logo, ele enxerga na mãe uma pureza e meiguice que Moema, por exemplo, já não enxerga com os mesmos olhos. A inocência de Paulo chega a ser inerente e somente ele é a única pessoa em quem a sua mãe confia.

Quando nos deparamos com Paulo que é um rapaz meigo, doce e adorável pela sua mãe, imediatamente fazemos relação direta com os muitos homens que estão em nossa volta. Seja um filho ou até mesmo o vizinho, o primo ou até o irmão. Estamos constantemente nos encontrando com algum Paulo por aí. E apesar de se tratar de um personagem adorável, a sua irmã Moema consegue fazê-lo sentir ódio do seu futuro cônjuge. Isso porque ela conseguiu despertar em sua mãe um desejo carnal pelo genro que até então fez de tudo para entrar na família Drummond para vingar a morte da sua mãe que morreu assassinada pelo seu pai, sr. Misael.

No entanto, Paulo nos surpreende com a atitude de tirar a vida do seu futuro cunhado, isso porque Moema “fez a sua cabeça” para que ele vingasse a traição da sua mãe com o noivo da sua irmã. Ele apunhala (bem nas costas) o homem que foi fruto do relacionamento do seu pai com uma prostituta de modo impressionante. Embora durante toda a narrativa da peça, ele tenha se mostrado como um rapaz meigo, doce e fiel à sua mãe, ninguém diria que Paulo teria a frieza de matar alguém. E é justamente sobre esses desafios, de tentar entender a lógica do personagem que foi o maior estímulo para a minha interpretação. A imagem abaixo ilustra o cartaz que construímos na época.

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Foto: arquivo pessoal

Na montagem feita da Companhia de Teatro Núcleo Experimental em São Paulo, o ator Thiago Carreira interpretou o personagem Paulo no ano de 2008. O musical do grupo teve direção de Zé Henrique de Paula e foi indicado ao Prêmio Contigo de Melhor Musical Nacional do mesmo ano. Thiago foi a minha principal inspiração para a construção do personagem que fiz lá em 2012.

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3 A EXPERIÊNCIA NA DRAMATURGIA

Essa experiência direta com a peça “Senhora dos Afogados”, aconteceu na disciplina de ENCENAÇÃO I no Curso de Licenciatura em Teatro da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, sob orientação do professor Ms. Makarios Barbosa no primeiro semestre de 2017. A proposta da disciplina era “Trabalhar as

especificidades que compõem a elaboração de um projeto de encenação, tendo como base as teorias e metodologias do trabalho do encenador, observando sobremaneira a sua aplicabilidade pedagógica e sua proposição estética. Comporta prática pedagógica.

Sob orientação do professor, algumas duplas foram formadas para que pudéssemos agilizar o processo de montagem da encenação. Dessa forma, minha colega de dupla foi a atriz Andreza Paulino. Sugerimos que trabalhássemos com o dramaturgo Nelson Rodrigues. Tal escolha partiu da minha vontade de retomar o trabalho com o autor graças a primeira experiência já relatada no tópico anterior deste artigo. Assim, seria possível mostrar não só para o professor, mas também para a turma, uma peça de teatro não tão conhecida pelos meus colegas de curso.

Assim feito, realizamos uma leitura minuciosa de “Senhora dos Afogados” para tentarmos entender não só a personagem Moema em si, mas também quais as angústias/desejos e frustrações dos demais. Moema traz consigo vários problemas e talvez fosse taxada de psicopata por muitos em sua volta. Acredito que justamente essa obsessão pelo pai que me fez despertar o interesse em querer explorá-la.

Me peguei várias vezes imaginando como seria a encenação e em como o público reagiria ao “caos” de Moema. Não que a intenção em algum momento sequer fosse de chocar o público ou algo do tipo, mas sim porque se tratava de um trabalho novo, talvez não tão inovador, mas diria que “nosso”, meu e de Andreza Paulino.

Além de todos os adjetivos que poderíamos classificar a personagem escolhida, revelo que me encantei pela sua “quase loucura” ou ainda “quase paixão”. Todos os acontecimentos que giram em torno da narrativa, são graças a ela. Primeiro, temos a morte de duas filhas de Misael e Dona Eduarda (mortes causadas por Moema). Em seguida, vamos de encontro ao noivado que ela mesma não desejava mas que seria necessário para o seu plano de eliminar a mãe de uma vez por todas do seu caminho.

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Desse modo, seu próximo passo seria aproximar o seu noivo da mãe para poder fazer com o que pai matasse a própria esposa. Ou seja, Dona Eduarda quebra a tradição de 300 anos que era a família Drummond. Enquanto isso acontecia aos poucos, a personagem mais polêmica desta história não se contenta e deixa a sua avó morrer de fome por falta dos cuidados que era de responsabilidade dela.

Depois de entender tudo isso e se concretizar a vontade de “usar” Moema para a nossa dramaturgia, pensamos no que poderíamos fazer com a tal: matamos ela e deixamos apenas os vizinhos? Pensamos ainda na possibilidade de convidar algum ator para que interpretasse o papel do pai e assim teríamos uma dupla (diria que os protagonistas da narrativa), mas descartamos tal ideia e pensamos que escrever um monólogo para Moema pós morte do seu pai seria ideal. Somente depois de tentar entender o que poderia passar pela cabeça da personagem depois de ver seu pai morto em seus braços, é que pudemos dar início a construção da dramaturgia.

Com ajuda do professor Makarios, articulamos o cronograma e criamos alguns laboratórios para que a nossa atriz convidada, Ranah Duarte pudesse compreender de qual personagem se tratava. Desse modo, realizamos alguns jogos teatrais e pudemos absorver algumas ações que poderiam aparecer mais tarde na encenação. Enquanto isso, a dramaturgia já estava sendo criada não só a partir da obra original de Nelson Rodrigues, mas também de acordo com o que ia surgindo com os laboratórios. A partir disso, decidimos que escrever “a loucura” de Moema seria ideal para ações pós morte do seu pai. Assim, o público teria como enxergar uma possível situação caso Moema casasse com o seu pai por exemplo, no ápice da sua loucura e assim fizemos. A encenação durou em torno de 30 minutos e o cenário contava apenas com fotos espalhadas pelo chão, uma tesoura e um cavalete de pintura. A imagem abaixo ilustra um dos nossos ensaios com a atriz Ranah Duarte.

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Foto: arquivo pessoal

A ideia do cenário surgiu a partir de conversas com orientador da disciplina e como queríamos apenas uma atriz em cena, pensamos em como a relação com os objetos poderiam vir à tona. Primeiro, as fotos: na nossa narrativa, Moema se relaciona afetivamente com as imagens presentes. Ela as observa, conversa e sai correndo pelo espaço cortando algumas delas. Aos poucos, ela colava algumas dessas fotos no cavalete de pintura (que nele estava presente uma grande imagem do Nelson Rodrigues), usamos o próprio autor de “Senhora dos Afogados” para representar a ideia do pai de Moema. Abaixo, um dado momento em que estávamos confeccionando o cavalete de pintura para a encenação.

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Foto: arquivo pessoal

Não foi tão difícil imaginar como a personagem em questão reagiria depois do falecimento do seu pai, porque a personagem sempre explicitou quais os seus desejos em relação aos sentimentos, casamento e o futuro. Estar ao lado de Misael era o seu maior objetivo e a partir dessas informações, minimamente construímos uma loucura pensada para atender esse desejo de Moema. As relações que se estabeleceram entre a personagem e os objetos em cena foram necessários para que o público entendesse (mesmo que pouco) como ela estaria depois de ter perdido quem ela mais amava. Na construção da dramaturgia, inserimos a música Detalhes do cantor Roberto Carlos: “Detalhes tão pequenos de nós dois...são coisas muito grandes

pra esquecer” e testamos isso na voz da própria atriz Ranah Duarte que com uma

voz linda, deu vida a cena. Como admirador do dramaturgo Nelson Rodrigues e em si como artista, fiquei surpreso com o resultado daquilo que nós mesmos criamos. Na próxima imagem, vemos a nossa atriz convidada em seu momento de apresentação.

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Foto: arquivo pessoal

Portanto, a dramaturgia criada a partir da personagem que extraímos foi fundamental para o meu amadurecimento enquanto artista e até mesmo como estudante do Curso de Licenciatura em Teatro. Sem sombra de dúvidas, ter uma visão mais ampla da obra e dar continuidade a essa história foi desafiador.

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4 SENHORA DOS AFOGADOS SOB O PONTO DE VISTA DA DIREÇÃO TEATRAL

A terceira e última experiência com a obra aqui estudada, também se deu a partir da disciplina de Encenação I. Dando continuidade ao nosso espetáculo, dirigimos o monólogo construído juntamente com a colega de turma Andreza Paulino que foi essencial não só para a direção do espetáculo, mas também para a produção teatral como um todo.

Juntos, articulamos o cenário, luz, figurino, maquiagem e sonoplastia. Pensamos exatamente naquilo que poderia ser útil e daria mais realismo ao que estava sendo apresentado.

Ainda nos ensaios, testamos algumas possibilidades de adereços/ roupas e optamos por “vestir” a atriz apenas com um robe de cor vermelha e pintá-la de pasta d’água. O vermelho para simbolizar a ideia da paixão e do sangue e a pasta d’água porque queríamos que a atriz estivesse seminua em cena. Não o nu propriamente dito sem nenhuma pretensão, mas pelo fato de que ali se tratava do quarto de Moema. Ou seja, naquele espaço ela poderia sonhar, imaginar e planejar tudo o que ela quisesse. E assim foi feito. A atriz mergulhou na personagem que iniciava as ações vestida com o robe e uma tesoura na mão e pôde despir-se instantes antes de “casar-se” com o tão sonhado pai.

Na maquiagem, deixamos a personagem um pouco pálida pois se tratava de alguém que acabara de perder duas irmãs e toda a família estava de luto, assim como a morte do seu noivo, da mãe, do irmão e por fim, do seu pai. Utilizamos apenas base e pó (um pouco forte) para que a personagem transmitisse o ar de tristeza e palidez. Embora Moema não tivesse nenhum pouco de afago por aqueles que morreram de forma planejada por ela mesma, existia sagacidade na personalidade dela e a mesma nunca entregou fácil quem ela realmente era. Desta forma, ela teve a chance de enganar a todo mundo e também fingir que estava em seu luto fechado.

Falando de modo geral, dirigir pela primeira vez esta peça foi de um enriquecimento muito grande porque pude enxergar de perto várias dificuldades que um diretor encontra em sua prática como artista e profissional.

Na Universidade, é importante que os estudantes possam ter diversas experiências que possibilitem a autonomia de escolher aquilo que mais se identificam ou gostam. Especificamente no Curso de Licenciatura em Teatro, isso deve acontecer

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de modo ainda mais presente. Vejamos bem que, estamos tratando de uma graduação que forma artistas/pesquisadores e perpassa por essas experiências que ajudam a cada um construir seu próprio caminho. Seja atuando, dirigindo ou até mesmo lecionando.

Dirigir em dupla teve a sua relevância para que as diversas possibilidades de encenação fossem levadas em consideração e pudéssemos escolher aquilo que fosse mais coerente para a cena. Com o decorrer dos ensaios, aos poucos fomos percebemos o avanço da construção da apresentação que estava cada vez mais próxima. A atriz já estava com o texto decorado, o figurino estava definido assim como também a maquiagem que juntos deram um outro olhar sob a perspectiva do espectador.

No grande dia da estreia, o nervosismo tomou de conta do meu corpo e minha mente. Afinal de contas, o grande momento da apresentação estava prestes a ter início e embora se tratasse de uma avaliação da Universidade, esse não era o real motivo da minha animação. Se tratava de uma história que consigo carregava o processo de um trabalho feito por muito amor e dedicação de dois estudantes, mas também atores/ diretores. Em outras palavras, podemos afirmar que foi o ápice do meu amadurecimento dentro do Curso de Teatro, por se tratar de uma disciplina que me deu total liberdade para seguir com aquilo que mais gosto de fazer.

A autonomia que pode nos ser “dada” dentro do ambiente acadêmico pode fazer uma grande diferença na formação do profissional em questão, mas principalmente na construção do seu “eu” enquanto ser humano. São através das escolhas que nos tornamos aquilo que somos e não escolhemos o texto “Senhora dos Afogados” de modo aleatório, muito pelo contrário. Desde o início da disciplina de Encenação I que alguns colegas de Curso ou até mesmo o próprio professor/ orientador nos deixou cientes de que a dramaturgia de Senhora dos Afogados não era “fácil” de se trabalhar. Nós entendemos isso como um desafio que nos é proposto a partir do momento que sabemos que estamos lidando com um autor renomado pelo seu trabalho desempenhado durante anos e que até hoje o seu texto é encenado por companhias de teatro.

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Foto: arquivo pessoal

Portanto, sob o olhar da direção teatral, posso afirmar que a peça de teatro aqui estudada pode ser útil como objeto de estudo para pesquisas acadêmicas, mas também para boas conquistas no ramo artístico. Afinal de contas, partindo do pressuposto do que já foi discutido neste trabalho sobre as experiências com tal obra, as vivências foram necessárias para o descobrimento de novos olhares sob a visão de quem está de fora. São justamente essas percepções externas que possibilitam mudanças no momento de dirigir algum trabalho/ espetáculo.

O Teatro é um universo fantástico e se mergulhar naquilo que se faz dentro dele pode ser transformador na vida do pesquisador/ artista. É assim que nos sentimos quando estamos inseridos num processo de construção de personagem na montagem de um espetáculo ou até mesmo quando somos convidados a dirigir uma montagem que nem essa aqui relatada no trabalho.

Dirigir me fez crescer enquanto ser humano e devo tudo isso à grande magia do teatro.

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5 REFLEXÕES A PARTIR DAS EXPERIÊNCIAS COM SENHORA DOS AFOGADOS: LUGAR DE APRENDIZAGEM

Com base em tudo o que foi discutido até o presente momento, é notório que houve um avanço na discussão aqui proposta e também no que diz respeito a análise da peça “Senhora dos Afogados”. Essas discussões podem contribuir a nível de conhecimento não só para quem estuda Teatro, mas também para aqueles que desejam trabalhar com as temáticas que “Senhora dos Afogados” possui em suas narrativas.

Ainda que os objetivos de toda essa discussão já tenham sido mencionados no início deste artigo, é importante ressaltar sobre o lugar de aprendizagem aqui proposto neste trabalho de pesquisa. Que lugar é esse? Bem, foram apresentadas três experiências relevantes para tal processo.

Primeiramente, no tópico “2 O PRIMEIRO CONTATO COM SENHORA DOS

AFOGADOS: UM ATOR EM CONSTRUÇÃO” discuto sobre como ocorreu essa

minha aproximação com o jornalista e teatrólogo Nelson Rodrigues e como se deu o percurso de montagem da apresentação do espetáculo que participei.

Este tópico é importante para que possamos compreender o percurso desde sabermos a existência do dramaturgo Nelson Rodrigues até especificamente, o texto aqui estudado.

Neste espaço, discuto ainda quais as dificuldades enfrentadas para chegarmos até o resultado final da apresentação e no que tais objeções foram necessárias para sabermos lidar com a obra. Ora, uma vez que uma turma de ensino médio opta por encarar montar Senhora dos Afogados, daí já se tem uma uma ideia de que dificuldades estariam presentes no decorrer do processo. Afinal de contas, não estamos falando de atores e atrizes, mas sim de alunos que muitos deles estavam em seu primeiro contato com o Teatro.

Já no tópico seguinte, intitulado “3 A CONSTRUÇÃO DE DRAMATURGIA A

PARTIR DA PERSONAGEM MOEMA” falo sobre uma das mais importantes

passagens na minha função de ator pelo Teatro. Nele, entendemos um pouco do meu processo de escolha por uma das personagens de “Senhora dos Afogados” para um trabalho da Universidade, que embora fosse necessário para uma avaliação acadêmica, me significou muito no que diz respeito à construção de um trabalho autoral.

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Tal significado culminou no desejo de querer aprofundar mais os estudos não só nesta peça teatral em questão, mas nas suas possibilidades: no Teatro, na escola, na universidade e até mesmo em casa. As temáticas de Senhora dos Afogados são inerentes a sociedade. Elas nos rondam constantemente e não podemos permitir que as vozes dos personagens aqui analisados se calem. Eles precisam ganhar espaço cada vez mais para adentrarem no público que aprecia a narrativa.

Essas discussões foram precisas para entendermos (e me incluo nesse processo), o percurso de todo um trabalho desde o meu contato com o texto de Nelson Rodrigues até o presente momento desta análise. Analisar pode ser uma forma de mostrar ao leitor as características da peça e de seus respectivos personagens. Além disso, também pode contribuir para os simpatizantes do Teatro - seja os que desejam fazê-lo ou estudá-lo.

Já no tópico que sucede o anterior, “4 SENHORA DOS AFOGADOS SOB O

PONTO DE VISTA DA DIREÇÃO TEATRAL” foi grandioso no quesito “estar fora da

cena”. Quando estamos interpretando e representando no palco, não conseguimos enxergar as diversas formas de marcação, atuação e até mesmo de direção. Talvez isso explique o fato de não compreendermos quando estamos sendo dirigidos o que muitas vezes o diretor da cena nos solicita.

Através dessa “visão de fora”, pude ampliar a vista e discutir com a colega Andreza Paulino - também atriz e diretora sobre como é importante também não estar sempre nos palcos. É certo que eles são mágicos e nos possibilita imaginar diversas coisas, mas é experimentando o olhar da direção que aprimoramos nossos conhecimentos e experiências no Teatro. Deste modo, é importante que os possíveis leitores deste trabalho compreendam minimamente o que significou cada experiência.

Tal caminhada para chegarmos na estréia de “Senhora de Família”- assim intitulada a nossa encenação, nos trouxe novamente a essência de fazer Teatro por um outro viés. Não aquele de decorar texto, fazer laboratório, ir pra cena e ser dirigido, mas sim de podermos construir o “mundo de Moema” sob o nosso ponto de vista.

Sendo assim, a discussão proposta neste tópico tem justamente o intuito de levar o leitor a refletir como pode ser importante levar a peça Senhora dos Afogados para suas vidas. Não que ao término da leitura todos devam montar a peça ou até mesmo de ir em alguma estante virtual e comprar o livro. Trata-se de levar esse estudo como exemplo para casa. Sim, uma vez que compreendemos a relevância desta obra aqui estudada, podemos (ainda que de modo mínimo), possuir o desejo de também

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passar por algumas destas experiências ou de levar o conhecimento adquirido para aqueles que nos rodeiam: em casa, na faculdade, no trabalho ou mesmo no Teatro.

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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho objetivou descrever e refletir sobre a minha experiência na função de ator em processo de montagem de “Senhora dos Afogados”, de Nelson Rodrigues.

Ao longo da pesquisa, o contato com a narrativa nos possibilitou pensarmos em como tais experiências não só puderam, mas ainda podem ser relevantes para a formação do ator, estudante, professor e/ou pesquisador.

É importante lembrarmos que o principal fator motivante para o levantamento dessas questões, partiu da minha necessidade e vontade pessoal de mostrar as diversas possibilidades pedagógicas nas interfaces: atuação, direção e dramaturgia. De tal modo, é provável que exista alguma identificação com os relatos deste trabalho pelos possíveis leitores.

Através das análises da peça como um todo: enredo e personagens, podemos conhecer melhor um pouco do que trata a narrativa de “Senhora dos Afogados”, mais precisamente para os não leitores de Nelson Rodrigues que não conhecem as temáticas que o autor costumava tratar em suas obras.

Objetivou ainda mostrar um pouco da fortuna crítica da obra de Senhora dos Afogados. Através das críticas e montagens, foi possível conhecer a primeira apresentação da peça e a sua direção teatral, bem como sua primeira publicação como via de divulgação do espetáculo pela mídia jornalística da época. Do mesmo modo, conhecemos acerca de outras montagens mais recentes, inclusive a montagem deste ano sob direção de Jorge Farjalla.

É de suma importância ressaltar que o conjunto das discussões e experiências culminaram em um resultado positivo de toda essa pesquisa. Assim, os objetivos foram atingidos tendo em vista o percurso das minhas experiências.

Outro ponto importante para ser destacado nestas considerações é o fato da necessidade de reler “Senhora dos Afogados” para a realização desta pesquisa. Desta vez, a leitura não foi com os mesmos olhos de antes. Analisar a obra significou tentar esmiuçá-la o máximo possível e levar para os leitores aquilo que a peça tem de melhor: os conflitos. São eles que nos indagam a continuar lendo cada página e cada ato do espetáculo sem condená-lo por seus diversos personagens dramáticos, apaixonados e por diversas vezes, confusos.

Posso ainda ir além quando me refiro a “Senhora dos Afogados”: foi ela que me despertou cada vez mais o desejo de querer fazer Teatro. Não que antes eu

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tivesse alguma dúvida em querer ou não fazê-lo, mas a partir dela pude enxergar de modo mais claro como o teatro pode ser transformador. O texto pode não ter mudado toda a minha vida, mas com certeza ressignificou a minha história enquanto artista.

Portanto, continuar lendo as peças de Nelson Rodrigues pode ser um poderoso ofício para quem tem o interesse em seguir suas linhas de pensamento. O anjo pornográfico como é mais conhecido, deixou suas obras para serem lidas e exploradas. Levar as suas temáticas para os palcos e discuti-las em sala de aula, no Teatro e até mesmo em casa pode gerar diversas discussões relevantes e a sociedade precisa falar sobre isso.

Especificamente, “Senhora dos Afogados” trata-se de um texto que aborda questões da família. Quem nunca teve problemas em casa? Quem nunca se desentendeu com a mãe, pai ou mesmo o irmão? Não que as outras escrituras de sua autoria também não falassem de família, como é o caso de Anjo Negro (1946), Álbum de Família (1945), Doroteia (1959) e Os Sete Gatinhos (1958). O mais impressionante nesta peça, é como o autor consegue criar os diálogos dos personagens de modo tão próximo ao leitor, fazendo assim com que aconteça a identificação com os personagens. Talvez essa seja a palavra de ordem no que diz respeito a sua escrita. Por fim, “Senhora dos afogados” que foi o meu objeto de estudo desta pesquisa ainda pode e deve continuar sendo montada e levada para aqueles que ainda não a conhecem. Assim, teremos mais motivos que nos levarão à assisti-la e possibilitará conhecermos outros olhares de atuação, direção, encenação, figurino, maquiagem e sonoplastia. Será através dessas possibilidades pedagógicas que formaremos bons alunos, atores / atrizes e quem sabe, críticos do Teatro.

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REFERÊNCIAS

JORNAL A NOITE. Bibi Ferreira fala de "Senhora dos Afogados". 1954. Disponível em:

<http://memoria.bn.br/DocReader/Hotpage/HotpageBN.aspx?bib=348970_05&pagfis =24594&url=http://memoria.bn.br/docreader>. Acesso em: 14 nov. 2018.

MIRANDA, Helder Moraes. Resenhando Portal de Cultura e Entretenimento: Crítica em "Senhora dos Afogados", mulheres são forças da natureza. 2018. Disponível em: <https://www.resenhando.com/2018/04/critica-senhora-dos-afogados-no-teatro.html>. Acesso em: 14 nov. 2018.

RODRIGUES, Nelson. Senhora dos Afogados. 3. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira Participações S.A, 2012. 135 p.

RYNGAERT, Jean Pierre. Introdução à análise do teatro. 1. ed. São Paulo: WMF Martins Fontes, 1996. 192p.

SCHENKER, Daniel. Questão de Crítica: Pulsões de morte transbordam na Guanabara. 2011. Disponível em:

<http://www.questaodecritica.com.br/2011/01/pulsoes-de-morte-transbordam-na-guanabara/ >. Acesso em: 14 nov. 2018.

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