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MAYANDRA MOREIRA BOMBASSARO

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Academic year: 2021

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MAYANDRA MOREIRA BOMBASSARO

PREVALÊNCIA DOS CASOS DE CARCINOMA EPIDERMÓIDE

ANALISADOS NO SERVIÇO DE DIAGNÓSTICO HISTOPATOLÓGICO

DE LESÕES BUCAIS DA UNIVALI

Itajaí (SC) 2009

Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito parcial para obtenção do título de cirurgião-dentista do Curso de Odontologia da Universidade do Vale do Itajaí.

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MAYANDRA MOREIRA BOMBASSARO

PREVALÊNCIA DOS CASOS DE CARCINOMA EPIDERMÓIDE

ANALISADOS NO SERVIÇO DE DIAGNÓSTICO HISTOPATOLÓGICO

DE LESÕES BUCAIS DA UNIVALI

O presente Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisita parcial para obtenção do título de Cirurgião Dentista do Curso de Odontologia da Universidade do Vale do Itajaí, aos vinte e dois dias do mês de setembro do ano de dois mil e nove, é considerado aprovado.

1. Profª. MsC. Christine K. Philippi _______________________________________ Curso de Odontologia da Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI)

2. Profº. Drº. MsC Francisco Aranha_____________________________________ Curso de Odontologia da Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI)

3. Profº. Drº. Márcio Espíndola Patrianova_________________________________ Curso de Odontologia da Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI)

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Dedico este trabalho aos meus pais e irmãos, pela base sólida, por representarem meu maior exemplo de carinho e amor, pessoas fundamentais em minha vida, pelas quais tive forças para concluir esse sonho.

Em especial ao meu avô, por representar meus referenciais de coragem, determinação e exemplo de vida, que acima de tudo, me ensinou a percorrer meu próprio caminho nessa trajetória. A todos os meus familiares que não mediram esforços para que eu chegasse até essa etapa de minha vida, obrigada pelo apoio e confiança.

Ao meu namorado pela compreensão e incentivo, e também pelo seu amor e carinho, sem os quais meus resultados não seriam o mesmo.

À amiga Nathália, minha fiel companheira com quem dividi angústias e a alegria de comemorações, pelos momentos de descontração e apoio. Pela amizade que se construiu além dos espaços da universidade.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, essencial em todos os momentos, elemento central de minha fé.

Agradeço a minha familía, pela participação imprescindível nessa etapa de minha vida, por estarem ao meu lado em todos os momentos, sempre torcendo para o meu sucesso e felicidade.

Agradeço ao meus avós e minha tia Consuelo, pela confiança dedicada e incentivo, responsáveis por essa conquista.

Agradeço ao meu namorado, pelo carinho e amor dedicado, que foi essencial para que tivesse forças para concluir essa etapa.

Agradeço a minha grande amiga Nathália pelo apoio, incentivo e acima de tudo pelos momentos de amizade que construimos ao longo dessa caminhada.

Agradeço a minha orientadora Profº MsC Christine Phillipi pela paciência, e por ter amadurecido meus conhecimentos sobre o tema.

Agradeço a Prof° Elizabete Rabaldo Bottan e ao Prof° Nivaldo Diegoli, os quais foram de extrema importância para que esse trabalho fosse concluído.

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“O conhecimento é orgulhoso por ter aprendido tanto; a sabedoria é humilde por não saber mais”.

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PREVALÊNCIA DOS CASOS DE CARCINOMA EPIDERMÓIDE ANALISADOS NO SERVIÇO DE DIAGNÓSTICO HISTOPATOLÓGICO DE LESÕES BUCAIS DA UNIVALI

Mayandra Moreira BOMBASSARO Orientadora: Prof ª Christine K. PHILIPPI Data da defesa: setembro de 2009 Resumo:

O câncer é um problema de saúde pública no mundo inteiro. O carcinoma epidermóide é o tipo histológico mais frequente, representando cerca de 90 a 95% dos cânceres que ocorrem na boca. Esta pesquisa analisou a prevalência de carcinomas epidermóides analisados no Serviço de Diagnóstico Histopatológico de Lesões Bucais da Univali. O estudo é do tipo descritivo-transversal, através de levantamento de dados secundários. Foram avaliados os laudos microscópicos produzidos por esse laboratório de patologia bucal, no período de agosto de 2002 a maio de 2009. O projeto foi aprovado pela Comissão de Ética em Pesquisa sob o número 100/09. De um total 490 laudos emitidos no período em análise, 36 (7,36%) foram diagnosticados como carcinoma epidermóide. O grupo avaliado ficou constituído por 72,22% de sujeitos do gênero masculino e 66,67% dos casos foram de pacientes da raça branca. A faixa etária mais acometida foi acima dos 40 anos de idade (91,67%). Em relação à localização, a maioria (28,58%) ocorreu na língua, seguida pelo rebordo alveolar (21,42%). A alta incidência de carcinomas epidermóides demonstra a importância desse estudo. Assim medidas de prevenção e controle podem ser corretamente estabelecidas, auxiliando na conduta dos cirurgiões-dentistas, frente à necessidade de uma minuciosa anamnese e avaliação detalhada da cavidade oral.

Palavras-chave: epidemiologia, lesões, levantantamento, neoplasias, patologia e prevalência.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO...8

2 REVISÃO DE LITERATURA...10

3 MATERIAIS E MÉTODOS...26

4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS E DISCUSSÃO...27

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1 INTRODUÇÃO

O câncer é um problema de saúde pública no mundo inteiro. O Instituto Nacional de Câncer (BRASIL, 2009) estimou para o ano de 2008, no estado de Santa Catarina, 11,55 novos casos de câncer bucal para cada 100.000 homens e 2,63 novos casos para cada 100.000 mulheres.

O carcinoma epidermóide é o tipo histológico mais frequente, representando cerca de 90 a 95% dos cânceres que ocorrem na boca.

As taxas anuais de incidência e mortalidade para o carcinoma epidermóide variam até 20 vezes em diferentes países. Essas diferenças devem-se ao fato dos diferentes hábitos e cultura da população, expectativa de vida e a educação preventiva. (NEVILLE et al., 2004)

A causa dessa neoplasia é multifatorial, não há um agente ou fator isolado para o seu desenvolvimento. Fatores intrínsecos, e extrínsecos podem estar envolvidos no desenvolvimento desta neoplasia. Os fatores extrínsecos incluem tabaco e o álcool. E dentre os intrínsecos estão os estados sitêmicos e generalizados. Acredita-se que fatores coadjuvantes (má-higiene, prótese, imunosupressão e infecções virais) possam estar relacionados com o desenvolvimento do câncer. (FARDIN et al., 2004)

Em agosto de 2002, foi instalado no curso de Odontologia da Univali, o Serviço de Diagnóstico Histopatológico de Lesões Bucais. Este serviço atende os pacientes encaminhados pelas clÍnicas do Curso de Odontologia, além de pacientes procedentes dos setores e serviços do município de Itajaí e região.

Sendo assim o principal objetivo deste estudo é determinar a prevalência dos casos de carcinoma epidermóide analisados nesse serviço, no perÍodo de agosto de 2002 a maio de 2009.

A alta incidência de carcinomas epidermóides demonstra a importância desse estudo. O conhecimento do perfil da doença de uma certa região é fundamental para se determinar as especificidades do local. Assim medidas de prevenção e controle podem ser corretamente estabelecidas, auxiliando na conduta dos cirurgiões-dentistas, frente à necessidade de uma minuciosa anamnese e avaliação detalhada da cavidade oral.

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Espera-se que, através dessa pesquisa, os profissionais da área odontológica possam ampliar seus conhecimentos sobre essa lesão maligna que acomete grande parte da população local, através do correto diagnóstico, baseado nos dados epidemiológicos, auxiliando no diagnóstico precoce, e assim favorecendo o prognóstico da doença.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

Segundo Carvalho et al. (2001), o carcinoma epidermóide de cavidade oral é reconhecidamente uma neoplasia que atinge preferencialmente os pacientes do sexo masculino. Foram estudados 228 prontuários de pacientes do sexo feminino e 849 pacientes do sexo masculino, atendidos no Serviço de Cirurgia de Cabeça e Pescoço do Hospital Heliópolis em São Paulo, no período entre 1977 e 1996. Todos os pacientes eram portadores de carcinoma epidermóide. Aproximadamente, 85% dos pacientes eram de raça branca. Negros, amarelos e outras raças representaram 15% dos casos. Não foi observado nenhum predomínio em relação à profissão. A idade, no sexo feminino variou de 2 a 100 anos, com uma média de 60,7 anos. Entre os pacientes do sexo masculino, a idade encontrada foi de 17 e 88 anos, com média de 55,6 anos. A distribuição por faixa etária mostrou maior incidência de carcinoma epidermóide da cavidade oral situada entre 51 e 60 anos nos homens (35,3%), enquanto que nas mulheres esta concentração ocorreu entre 61 e 70 anos (28,5%). A porcentagem de mulheres com idade igual ou superior a 61 anos foi de 55,7% contra apenas 31,2% dos homens. Em relação ao tabagismo e etilismo, os autores observaram que, em pacientes nos quais estes dois hábitos estavam ausentes, a incidência do carcinoma epidermóide de boca ocorreu em uma faixa etária mais tardia. Entre os homens, apenas 4% dos pacientes não fumavam e 83% fumavam mais do que 10 cigarros ao dia. Das mulheres, 71% não eram etilistas enquanto 61% dos homens apresentavam consumo diário de bebida alcoólica. A distribuição das lesões na cavidade oral mostrou que os dois sítios de maior incidência são a língua e o soalho bucal. Mulheres tabagistas e não etilistas apresentaram o palato como sítio mais acometido, sendo 24,4% dos casos. Homens etilistas e não tabagistas também apresentaram o palato como sítio de maior prevalência (30,8%).

Abdo, Garrocho e Aguiar (2002) entrevistaram 154 pacientes em tratamento de carcinoma epidermóide bucal no Hospital Mário Penna em Belo Horizonte. Excluíram-se os casos de lábio pois estão sujeitos a fatores de risco próprios. Neste estudo, 124 pacientes eram do sexo masculino (80,5%). e a média de idade encontrada foi de 55,7 anos para o sexo masculino e 65,8 para o sexo feminino. Em relação à faixa etária, o carcinoma epidermóide manifestou-se predominantemente

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entre 50 e 70 anos; acima de 70 anos predomina o sexo feminino. Os autores mostraram um claro envolvimento do fumo em relação à neoplasia maligna sendo que apenas 6,5% dos pacientes analisados nunca foram expostos ao fumo. Já entre as mulheres 30,0% relataram nunca ter fumado. Em relação à localização, encontraram os seguintes valores: assoalho bucal (27,9%), língua (22,2%), região retromolar(15,6%), com envolvimento de mais de um local (14,3%), gengiva (6,5%), mucosa bucal (6,5%), palato duro (5,2%). Em relação à profissão, as mais frequentes foram trabalhadores agropecuários, de pesca e assemelhados. Com relação ao grau de instrução, é evidenciado um grande número de analfabetos. Devido ao grande número de analfabetos, cartazes, cartilhas e panfletos não são veículos de divulgação satisfatórios para esse segmento da população.

De acordo com Andrade, Galvão e Souza (2002), o carcinoma epidermóide representa cerca de 90% das neoplasias malignas que acometem a cavidade oral. Os autores relataram um caso de carcinoma epidermóide oral acometendo paciente com caracteristicas incomuns no que diz respeito aos fatores de risco,idade e sexo. A lesão acometeu uma paciente do sexo feminino, com 23 anos de idade e que negou o uso de fumo e bebidas alcóolicas, que são fatores de risco geralmente relacionados ao surgimento da lesão. Os autores sugerem um comportamento biológico mais agressivo e prognóstico desfavorável para carcinomas epidermóides de língua em mulheres jovens. Além disso, o aparecimento de lesões em pacientes sem exposição aos principais fatores de risco alerta para a necessidade de maiores estudos visando a identificação de outros possíveis fatores de risco implicados no desenvolvimento dessa neoplasia.

Perusse et al. (2002) realizaram um estudo retrospectivo com 1440 fichas clínicas de pacientes com carcinoma epidermóide de boca do Serviço de Cirurgia de Cabeça e Pescoço do Hospital Heliópolis, São Paulo, do período de 1978-1997. O aumento do tempo de vida das pessoas traz como consequência maior prevalência de doenças crônicas ou associadas aos processos de envelhecimento celular como o câncer. Foram encontrados 559 registros de pacientes com idade igual ou superior a 60 anos, (média de 68 anos, variando de 60 a 90 anos) e 878 registros em que a idade foi inferior a 60 anos (média de 50 anos e variação de 6 a 59 anos). O câncer da boca é uma doença que afeta homens na 5ª e 6ª décadas de vida e está associado aos hábitos de fumo e etilismo. Existe uma possibilidade de que a evolução nos indivíduos que desenvolvem câncer em idade mais avançada seja

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diferente dos que são acometidos pela doença quando mais jovens. A modificação de hábitos culturais e sociais, aproximando os comportamentos femininos e masculinos, levou a um aumento da ocorrência deste tipo de câncer em mulheres. Em respeito à faixa etária e o sexo, observaram que 60,5% estavam contidos na população com menos de 60 anos, com uma relação homem/mulher de 8:1. Já na idade de 60 e mais anos, 39,5% da amostra pertencia ao sexo masculino e a relação homem/mulher foi 3:1. Houve predomínio do sexo masculino em relação ao feminino (5:1). A localização do sítio primário da lesão mostrou que o carcinoma epidermóide ocorreu com maior freqüência na língua (41%), língua e soalho bucal (30%), gengiva (13%), palato (12%) e região jugal (4%). A relação entre a localização anatômica e grupo etário, indicou menor freqüência de pacientes com câncer do palato após os 60 anos (10,3%) quando comparados com indivíduos com idade inferior aos 60 anos (14,3%).

Anjos Hora et al. (2003) realizaram uma análise retrospectiva dos laudos de exames histopatológicos com diagnóstico de carcinoma epidermóide de boca, obtidos nos serviços de anatomia patológica de Aracaju, no período entre janeiro de 1979 a dezembro de 1999. O estudo constou de 1.287 casos de carcinoma epidermóide dos quais 138 não apresentavam informações completas nos prontuários. Os autores verificaram predomínio do sexo masculino numa relação de 1,9:1 do sexo masculino para o feminino. A frequência encontrada em relação à idade e sexo dos pacientes foi que, para ambos os sexos, a faixa etária prevalente é a de sessenta a setenta anos. Para o sexo masculino, as ocorrências já se apresentaram elevadas a partir da quarta década. A média de idade para o sexo masculino foi de 58,2 anos e para o feminino de 60,5 anos. A região de maior frequência foi a língua (30,6%) tanto para o sexo masculino como para o feminino, seguida do lábio (23,5%) e do assoalho da cavidade oral com (13,6%). Quando correlacionada a variável localização anatômica ao sexo dos pacientes acometidos, a língua e o lábio foram os mais prevalentes em ambos os sexos. O tipo bem diferenciado foi o predominante com 861casos (66,9%), seguido do moderadamente diferenciado com 258 casos (20,0%) e o pobremente diferenciado com 99 casos (7,7%). A busca do conhecimento detalhado do comportamento regionalizado da doença é de suma importância. As diferenças epidemiológicas, variações dos hábitos e costumes e os tipos de exposição aos diversos fatores de risco justificam mudanças na forma de apresentação da doença.

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De acordo com Freitas et al. (2003), o carcinoma epidermóide quando detectado precocemente, apresenta prognóstico favorável sendo para isso indispensável que o cirurgião-dentista realize uma cuidadosa anamnese e exame clínico, reconhecendo os fatores de risco mais relevantes na etiopatologia da doença, dessa forma atuando preventivamente, eliminando ou reduzindo a exposição aos fatores oncogênicos externos. A maioria dos cânceres de boca são precedidos por lesões precursoras detectadas clinicamente, como hiperqueratose, leucoplasia, eritroplasia. Dos casos, 3 a 6%, em um período de 10 anos, evoluem de leucoplasia para lesões malignas. Essa variação depende do grau de displasia epitelial presente, sendo a transformação maligna associada à displasia severa. A etiologia do câncer bucal é multifatorial; o hábito de fumar e ingerir bebidas alcoólicas são considerados os fatores etiológicos mais importantes no desenvolvimento da doença. O efeito produzido por tais agentes depende do tempo de exposição, dose e frequência de utilização. O primeiro diagnóstico do câncer bucal é geralmente detectado quando a doença apresenta-se sintomática em estágio avançado com metástases regionais e prognóstico duvidoso.

Machado et al. (2003) realizaram uma análise retrospectiva dos prontuários de 35 pacientes com diagnóstico de câncer bucal, atendidos no período de 1993 a 1998, na Clínica de Diagnóstico Bucal do Departamento de Odontologia da Universidade de Taubaté. Dos pacientes analisados, 68,5% eram da raça branca, sendo o gênero masculino o mais afetado, correspondendo a 80% dos casos, numa relação de 4 homens para cada mulher. A média de idade dos pacientes foi de 63,3 anos (variação de 36 a 100 anos), com maior acometimento na faixa etária de 51 a 60 anos. Quarenta por cento dos sujeitos faziam uso da associação tabaco e álcool, 28,57% apenas fumavam e 31,43% dos pacientes negaram qualquer tipo de hábito ou vício. A maioria dos pacientes notou a lesão de câncer entre 2 e 4 meses antes de procurar ajuda profissional. Em relação à localização, houve o predomínio de lesões em rebordo alveolar, assoalho bucal e região retromolar. O tipo histológico mais frequente foi o carcinoma epidermóide ou espinocelular (94,28% dos casos), apenas dois casos não se enquadravam neste diagnóstico. Mais da metade da amostra (51,43%) era composta por pacientes que se apresentavam no estágio IV (TNM) no momento do diagnóstico, 17,14% estavam no estágio inicial. Os autores concluem que o paciente com câncer é, na maioria das vezes, homem, da raça branca, na sexta década de vida, que notou a lesão há cerca de 2 a 4 meses,

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fumante e etilista, com carcinoma epidermóide em rebordo alveolar ou assoalho bucal.

Fardin et al. (2004) analisaram laudos de carcinoma epidermóide do Registro Hospitalar de Câncer (RHC), do Departamento de Cirurgia de Cabeça e Pescoço e Otorrinolaringologia do Hospital Heliópolis – HOSPHEL, São Paulo entre o período de 1977 a 1998. Foi realizada uma análise retrospectiva de 1440 pacientes portadores de carcinoma epidermóide. Foram avaliados dados como sexo, idade, etilismo, tabagismo e sítio da lesão. Em relação à localização do carcinoma epidermóide 41% dos casos eram na língua, 30% soalho bucal, 13% na gengiva, 12% no palato, 4% na região jugal. Dos 599 casos localizados na língua e soalho bucal 89% dos pacientes eram do sexo masculino. Na região de mucosa jugal, 53 casos foram relatados, sendo que 55% eram do sexo masculino e 45% do sexo feminino. Foram diagnosticados 170 casos com localização no palato, 128 desses casos eram do sexo masculino e 42 do sexo feminino, 45% estava na faixa etária entre 60 a 100 anos. Quanto ao tabagismo e etilismo, 91% eram tabagistas e etilistas. O câncer de boca é predominante no sexo masculino, tabagistas e etilistas e prevalente na parte inferior da boca (língua, soalho e gengiva inferior).

Gedoz, Bohrer e Rosa (2004) analisaram os prontuários da Unidade de Radioterapia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Foram analisados 1.418 prontuários, compreendendo todos os pacientes tratados no Serviço de Radioterapia do HCPA no período de março de 2001 a junho de 2003. A média de idade dos pacientes foi de 56,24 anos (8-80 anos). A grande maioria dos pacientes estava acima da quarta década de vida. A língua foi a localização anatômica mais frequentemente acometida (47,82%), além de assoalho bucal e palato mole.Apenas 2,7% dos casos ocorreram no lábio inferior. O carcinoma epidermóide foi o diagnóstico histopatológico mais frequente, em 86,95% dos casos, sendo que os demais diagnósticos se apresentaram com a mesma frequência (2,17%) Em mais da metade dos casos (52,17%), havia presença de metástases tumorais. Quanto aos hábitos de risco, cerca de 63,04% dos pacientes eram tabagistas e 52,17% eram etilistas.

Segundo Guerra, Gallo e Mendonça (2005), a frequência de distribuição dos diferentes tipos de câncer apresenta-se variável em função das características de cada região, o que enfatiza a necessidade do estudo das variações geográficas nos padrões desta doença, para seu adequado monitoramento e controle. O câncer é

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um importante problema de saúde pública em países desenvolvidos e em desenvolvimento, sendo responsável por mais de seis milhões de óbitos a cada ano, representando cerca de 12% de todas as causas de morte no mundo. O processo de reorganização global determinou grande modificação nos padrões de saúde-doença no mundo. Tal modificação, conhecida como transição epidemiológica, foi caracterizada pela mudança no perfil de mortalidade, com diminuição da taxa de doenças infecciosas e aumento concomitante da taxa de doenças crônico-degenerativas, especialmente as doenças cardiovasculares e o câncer. A incidência de câncer de boca e de faringe tem aumentado, no mundo, nas últimas décadas, acompanhando o aumento no consumo de tabaco e de bebidas alcoólicas. O quadro de risco atual do câncer no Brasil e suas tendências mostram relevância no âmbito da saúde pública e evidenciam a necessidade contínua de realização de pesquisas sobre este tema, as quais são essenciais para o desenvolvimento de políticas de saúde adequ’adas que visem ao controle de câncer no país. Em função do contexto apresentado, os autores destacam a importância das atividades de prevenção primária, tais como controle do uso de tabaco, redução do consumo de álcool e estímulo à dieta com qualidade nutricional e à prática de atividades físicas regulares, com a finalidade de eliminação ou diminuição, de maneira eficiente, eficaz e efetiva, dos fatores de risco associados ao câncer e a várias outras doenças crônicas não-transmissíveis.

Leite, Guerra e Melo (2005) abordaram os principais fatores de risco relacionados ao desenvolvimento do câncer bucal, tais como: tabaco, álcool e dieta, enfatizando a necessidade de mudanças nos rumos da prevenção, detecção do câncer de boca e do papel do cirurgião-dentista. O câncer bucal é uma doença genética complexa e multifatorial. Os autores classificaram como fatores de risco determinantes do câncer bucal o tabaco, o álcool e a dieta. Estima-se que aproximadamente 80% dos cânceres de boca e da orofaringe podem ser prevenidos pela abstenção do fumo e do álcool. A contribuição da dieta como fator de risco do câncer em países em desenvolvimento é menor. Outros fatores de risco que implicam na carcinogênese bucal são o papilomavírus humano, variáveis demográficas (etnia, idade e gênero), fatores bucais e predisposição genética. Em relação ao sexo, a proporção entre homens e mulheres portadores de câncer bucal tem diminuído. Quanto à idade, o carcinoma epidermóide é raro em pacientes de 45 anos de idade ou menos. Grande parte dos estudos relativos aos fatores bucais na

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etiologia do câncer bucal demonstram tendências há uma forte variabilidade em relação ao status socioeconômico, cultural e fatores determinantes do estilo de vida.

Segundo Lima et al. (2005), o nível de conhecimento sobre a causa e prevenção do câncer bucal é extremamente importante. Os fatores de risco para esta doença podem ser facilmente detectados durante a anamnese e geralmente estão ligados ao estilo de vida do indivíduo. O câncer de boca define-se, como uma doença crônica multifatorial, resultante da interação dos fatores etiológicos que afetam os processos de controle da proliferação e crescimento celular. Caso a doença não seja diagnosticada precocemente, ela resultará na invasão de estruturas vizinhas e na formação de metástases, a qual levará à morte do paciente. O câncer bucal, geralmente, é assintomático nos seus estágios iniciais. Os autores realizaram uma pesquisa desenvolvida entre jovens de ambos os sexos, em formação universitária. Foram entrevistados 300 jovens que estavam realizando curso universitário das diversas áreas do conhecimento na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). A coleta de dados, constitui-se de um formulário com perguntas referentes aos conhecimentos e fatores de risco relacionados ao câncer e, em especial, ao câncer de boca. Dos 300 universitários entrevistados, 100 estavam matriculados em cursos da área de saúde. Cerca de 280 (70,5%) não demonstraram conhecimento algum sobre a doença. Dos entrevistados 259 afirmaram conhecer o fato dessa doença acontecer na boca. A existência de lesões cancerizáveis é um fato bem conhecido no meio odontológico, entretanto, 12% responderam que já tinham ouvido falar. Dentre os fatores etiológicos, o tabagismo (69,3%), a má-higiene bucal (20,3%) e as radiações solares (10,6%) foram os fatores mais apontados, enquanto que o tabagismo (8%), a má-nutrição (7%), os microrganismos (2,3%), o uso de próteses (2%) e a exposição a agentes químicos carcinogênicos em ambiente profissional (1%), foram os menos referidos. O tabaco e o álcool, atualmente, são reconhecidos como os fatores de risco mais importantes associados ao desenvolvimento do carcinoma de células escamosas na boca

Segundo Oliveira et al. (2005), o câncer oral é um problema de saúde pública crescente nos dias atuais, e mesmo assim, não apresenta uma política de saúde condizente com sua situação. O carcinoma epidermóide representa 90% a 95% dos cânceres da cavidade oral. Os autores estudaram a incidência do câncer oral no município de São Paulo, no período de 1997 a 1999. As neoplasias malignas nos três anos investigados totalizam 2.638 casos, sendo 1.946 para o gênero masculino

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e 692 para o feminino. Considerando-se a localização lábio, foram observados casos a partir de 30 anos, aumento da incidência a partir dos 40, estabilização desse porcentual até os 74 anos e novamente aumento a partir dos 75. Em língua, houve registro de casos novos em grupos etários de menos idade, como 15-19 e 20-24 anos, predominando a incidência a partir de 40-44 anos em todas as idades consideradas. Os tumores mostraram maior incidência a partir do grupo etário de 35 a 39 anos, mas tumores localizados na boca, também estavam presentes nos grupos etários de crianças e jovens. O câncer de lábio aparece aos 20 anos e se mostra com incidência máxima de 24% para a idade de 40 a 44 anos e com média de incidência a partir dos 30 anos de 13,4%. Foram observados 36 tipos morfológicos de câncer oral, 332 casos de neoplasias não apresentaram especificação, isto é, não foram descritos histologicamente. Os casos de carcinoma de células escamosas totalizaram no período estudado 2.073 casos. Para o lábio, predominaram o tipo morfológico de neoplasias de células escamosas em 96% dos casos. Quanto aos tumores de língua, também predominaram os de células escamosas em 93,4% dos casos. A maior ocorrência foi verificada no gênero masculino. Neste estudo, 89,9% das neoplasias orais eram o carcinoma espinocelular, sendo 1.575 casos para o gênero masculino e 498 para o gênero feminino. Observando-se um coeficiente de carcinoma epidermóide de 20,88 por 100.000 habitantes, sendo 33,25 para o gênero masculino e 9,59 para o feminino.

Souza et al. (2005) descreveram um estudo comparativo entre o líquen plano oral e o carcinoma epidermóide, na tentativa de traçar um perfil dessas lesões e obter uma possível correlação entre ambas. Foram avaliados 7250 laudos de pacientes com diagnóstico histopatológico de líquen plano oral e carcinoma epidermóide, pertencentes aos arquivos da Patologia Cirúrgica da Disciplina de Patologia Bucal da Faculdade de Odontologia de São José dos Campos – UNESP, no período de 1962 a 2003. Para análise dos dados obtidos foram considerados o sexo, a faixa etária, a raça, e a localização da lesão. Quanto à localização da lesão, os seguintes sítios foram padronizados: lábio, mucosa jugal, palato, assoalho bucal, língua, gengiva, rebordo alveolar e região de trígono retromolar. Entre o total de laudos avaliados, em 181 casos (2,5%), o diagnóstico foi de carcinoma epidermóide. Em relação ao sexo foi evidente a predileção pelo sexo masculino, 82,87% dos casos. No que se refere à raça, o carcinoma epidermóide parece acometer preferencialmente pacientes brancos (75,14%). O segundo grupo étnico mais

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afetado foram os pretos (19,34%). Quanto à idade o carcinoma epidermóide acomete principalmente indivíduos entre a 6ª e a 7ª décadas (58,51%). Em relação à localização, a língua foi o local mais acometido sendo 22,65% dos casos, seguido de lábio (19,34%), assoalho bucal (13,26%) e região retromolar (12,71%). Os dados observados nesse estudo não foram suficientemente conclusivos para estabelecer uma correlação mais precisa entre o líquen plano oral e o carcinoma epidermóide, quando analisados frente a sexo, raça, idade e localização.

Spara et al. (2005) avaliaram os fatores epidemiológicos relacionados ao câncer de boca, no Hospital Universitário de Santa Maria, no período de 1980 a 2003. Foram analisados retrospectivamente 216 prontuários de pacientes com câncer de cavidade bucal. A distribuição dos casos, segundo a cor, mostrou que houve predomínio dos pacientes de cor branca em 195 pacientes (90,27%), em relação aos de não-branca 21 pacientes 9,73%. No total de casos avaliados, 178 ca-sos eram do sexo masculino (82,40%) e 38 feminino (17,60%), e a relação homem:mulher é de 4,68 para 1. As idades dos pacientes variaram de 18 a 95 anos, sendo a faixa etária predominante, compreendida entre 51 e 60 anos, em 67 pacientes (31,01% dos casos). Ao relacionar idade e sexo os autores observaram que a faixa etária predominante foi a compreendida entre 41 e 50 anos para os homens, em 58 pacientes (32,58% dos casos), e a de 51 a 60 anos nas mulheres, em 13 pacientes (34,21%). A maioria residia na zona urbana, 160 pacientes (74,08%), independente do sexo. Em relação aos fatores de risco, os autores observaram que a maioria dos pacientes eram tabagistas, acomentendo 172 pacientes (79,62% dos casos), seguido de etilismo, compromentendo 115 pacientes (53,24%). O terceiro fator de risco em frequência observado no estudo foi o uso de prótese, tendo sido relatado por 79 (36,57%) pacientes. A localização mais frequente foi a língua em 840 pacientes (38,89% dos casos), seguida do lábio, em 72 pacientes (33,34%), assoalho da boca, em 38 pacientes (17,59%), gengiva, em 9 pacientes (4,16%) e outras localizações, em 13 pacientes (6,02%). O tipo histológico predominante foi o carcinoma epidermóide, com 203 casos (93,98%). O sintoma preponderante relatado pelos pacientes foi a presença de lesão, em 175 casos (81,01%), seguida de dor, em 112 casos (51,85%). Além desses, foi referido disfagia, em 81 casos (37,50%), emagrecimento, em 53 casos (24,53%), sangramento em 33 casos (15,27%) e prurido em 11 pacientes (5,09%) do total de casos.

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Cardoso e Loureiro (2006), realizaram uma pesquisa no Serviço de Diagnóstico Histopatológico de Lesões Bucais do Curso de Odontologia da Univali, onde analisaram os arquivos e laudos histopatológicos no período de agosto de 2002 a outubro de 2005. Foram diagnosticadas 173 casos de lesões bucais, nos quais a maior prevalência foi para o grupo de lesões periapicais crônicas. Em relação ao grupo das neoplasias malignas e lesões cancerizáveis, o carcinoma epidermóide sobressaiu-se, obtendo 52,63% no seu grupo. Nesta pesquisa as neoplasias malignas e lesões cancerizáveis aparecem 10,98% sendo o terceiro grupo mais frequente. O carcinoma epidermóide prevaleceu dentro do grupo de neoplasias malignas, também obtendo 5,78% do total de lesões diagnosticados no estudo. Com os resultados obtidos neste trabalho, os autores afirmam seguramente que esta patologia obteve dados significantes, tanto no grupo de neoplasias malignas e lesões cancerizáveis como em relação ao total de lesões.

Franco et al. (2006) descreveram as principais alterações e lesões encontradas nos relatos publicados nos anais das Jornadas Mineiras de Estomatologia de 1995 a 2006. Setecentos e quarenta e quatro resumos foram observados, 724 foram considerados no presente estudo. Das 746 lesões bucofaciais descritas, e em alguns resumos ocorreu a citação de mais de um caso, a faixa etária média de acometimento foi de 32,7 anos. Dessa amostra, 311 (41,7%) eram do sexo masculino e 382 (51,2%) do sexo feminino e, 53 (7,1%) dos casos clínicos não possuíam essa informação. Em relação à cor da pele, os autores observaram reflexo da pluralidade que é tão frequente na cidade de Minas Gerais onde o estudo foi realizado. Quanto à distribuição frente aos grupos de lesões, houve maior prevalência de lesões ósseas, seguidas de neoplasias malignas. Considerando as lesões por número absoluto, ameloblastoma, carcinoma epidermóide, fibromas cemento-ossificante e adenomas pleomórficos foram as lesões mais relatadas. Quanto às lesões malignas, o carcinoma epidermóide apresenta acometimento crescente na população deixando de ser lesão quase que exclusiva do gênero masculino. Os autores concluíram que, embora a maioria das lesões acometesse indivíduos do gênero masculino, houve uma expressiva parcela de mulheres acometidas.

Meireles (2006) analisou 903 prontuários, sendo 812 arquivados no Hospital Dr. Napoleão Laureano, em João Pessoa/PB, referentes ao período de 1999 a 2002. Coletou dados de 91 prontuários que apresentavam confirmação de neoplasias

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malignas referentes ao período citado acima. O tipo histológico predominante foi o carcinoma epidermóide (98%), acometendo principalmente a língua (31,3%) e os lábios (24,7%). De acordo com o autor, o perfil dos portadores de câncer bucal não sofreu alterações significativas nos últimos anos. A alta prevalência desta neoplasia está relacionada principalmente ao tabagismo e consumo de bebidas alcoólicas. Outros fatores podem estar associados, como a história de úlceras orais secundárias, a má-adaptação de próteses e má-higiene oral devido à baixa frequência de escovações. O carcinoma epidermóide, representa cerca de 90% a 95% dos cânceres que ocorrem na boca, sendo maior o risco de desenvolvimento com o aumento da idade, principalmente em homens. Dos 903 casos analisados 64,5% eram do sexo masculino e 35,5% do sexo feminino. Foi observado uma redução do número de casos no período de 1999 a 2003. A faixa etária mais acometida foi dos 61 aos 80 anos de idade (48,3%). Quanto ao grau de diferenciação histológica, pôde-se observar maior frequência do padrão moderadamente diferenciado (55,3%).

De acordo com Oliveira, Silva e Zucoloto (2006), a incidência do câncer bucal no Brasil é uma das mais altas do mundo. Aproximadamente 10% dos tumores malignos que ocorrem no corpo humano estão localizados na boca, sendo esse o sexto tipo de câncer mais incidente no mundo. No Brasil, o câncer de boca é o oitavo tipo de câncer mais frequente entre os homens (9.985 casos estimados/ ano) e o nono entre as mulheres (3.895 casos estimados/ ano) e, suas taxas de incidência e mortalidade vêm aumentando. O conhecimento dos fatores de risco constitui a base para uma prevenção efetiva da doença. Mesmo sendo o câncer de boca uma doença multifatorial, o tabaco e o álcool são os dois fatores de risco mais importantes não só para o desenvolvimento da neoplasia como também para seu prognóstico. Dos 340 casos de carcinoma epidermóide oral diagnosticados por biópsia entre 1982 e 2002, 287 eram homens (84,4%) e 53 (15,6%) eram mulheres. A diferença na idade de incidência do carcinoma foi significativa em relação ao gênero, havendo tendência de afetar mais tardiamente as mulheres. Em relação à distribuição das regiões anatômicas acometidas pela neoplasia, as lesões linguais foram as mais frequentes, contribuindo com 95 casos (27,9%), número muito próximo daquele de lesões em região de assoalho bucal, com 92 casos (27,1%). As lesões de lábio inferior corresponderam a 73,8% e, 45 pacientes relataram exposição actínica desprotegida durante anos. O traumatismo causado por próteses

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foi relatado por 55 (20%) pacientes, 129 (46,7%) relataram não haver traumatismo. Com relação aos principais fatores de risco, 63 pacientes (18,5%) relataram ser tabagistas, cinco (1,5%) afirmaram ser etilistas, 233 (68,5%) relataram ser tabagistas e etilistas, apenas 16 (4,7%) negaram o uso dessas substâncias. Do total de 296 pacientes tabagistas (87%), 21 relataram consumir cigarros de palha (7,1%), 5 (1,7%) afirmaram fumar cachimbo e 4 (1,4%) revelaram o hábito de mascar fumo. Não foi encontrada diferença significativa entre as cinco regiões anatômicas de maior incidência ao analisar a ocorrência das recidivas, metástases regionais e metástases à distância.

Silva et al. (2006) investigaram 111 pescadores de 08 comunidades pesqueiras de Florianópolis, no período compreendido entre agosto de 2002 e março de 2003, através de exames clínicos e entrevistas. Dentre as neoplasias diagnosticadas, destacaram-se 4 suspeitas de carcinoma epidermóide (3,60%). O carcinoma epidermóide é o tumor maligno mais comum da cavidade oral. As lesões intrabucais estão associadas ao fumo e à ingestão de bebidas alcoólicas. No lábio, estão relacionadas a indivíduos de pele clara, do gênero masculino, acima de 50 anos, submetidos à exposição solar crônica e que residem em áreas de clima tropical. As características clínicas do carcinoma epidermóide de lábio são variáveis, dependendo do estágio em que a lesão se encontra. Em 90% dos casos, o lábio inferior é acometido e caracteriza-se pela presença de uma úlcera, de base endurecida, rígida, exsudativa e com crosta. O diagnóstico precoce é um importante aspecto do prognóstico. As opções de tratamento dependem do tamanho, localização, aspecto histopatológico, presença de metástase, fatores psicossociais, dentre outros. As opções de tratamento incluem a cirurgia, radioterapia, quimioterapia ou a combinação destes. Itens relacionados aos indivíduos e seus hábitos como tempo de exposição ao sol, utilização de algum tipo de proteção, hábitos de tabagismo e consumo de bebidas alcoólicas influenciam na predisposição à neoplasia. O fumo e o álcool possuem significativa importância na carcinogênese, sobretudo nos tumores de assoalho bucal e da língua. Sabe-se que para o desenvolvimento do câncer deve haver uma interação de fatores ambientais e fatores próprios do indivíduo; cita-se ainda a herança genética, que pode ser avaliada através de questionário sobre o histórico de câncer na família. Os autores verificaram positividade em 49 pescadores (44,14%).

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Favero et al. (2007) realizaram um estudo a partir de dados obtidos de inquéritos realizados com 63 pacientes do Hospital Santa Marcelina de Itaquaquecetuba (Hospital Geral de Itaquaquecetuba - OSS Santa Marcelina), no Estado de São Paulo, no período de outubro de 2003 a outubro de 2006, através de questionários. Os pacientes apresentaram-se com diagnóstico de câncer de boca ou orofaringe, comprovados por anatomia patológica, sendo todos de histologia de carcinoma espinocelular, em estádio avançado III ou IV. Cerca de 80% (51) dos entrevistados eram do gênero masculino e 20% (12) do feminino; 76% correspondiam à raça caucasiana. A maioria dos casos diagnósticados constava de pacientes acima dos 40 anos. O uso abusivo de tabaco foi indicado por 74% e de álcool por 65%, com predominância do uso de cigarro industrializado e cachaça. A principal queixa dos pacientes havia ocorrido cerca de três meses da data do diagnóstico e estava relacionada à dor no local do tumor, e 9,5% apresentavam linfonodomegalia cervical ao diagnóstico. Os principais sítios primários foram: a base da língua com 52% dos diagnósticos, seguido da língua com 47%, soalho da boca com 33%, palato mole com 9,5% e lábio e loja amigdalina com 4,7% cada. Alguns pacientes apresentaram acometimento de mais de um sítio no momento do diagnóstico. Em quase todos os casos as lesões eram acima de 4cm, em 95,2%, não sendo encontrado nenhum caso com metástase à distância no momento do diagnóstico. Os principais fatores de risco para o desenvolvimento de câncer de boca e orofaringe são idade acima de 40 anos, sexo masculino, e uso abusivo de tabaco e álcool. Quando confrontados com valores de taxa de crescimento do uso abusivo de álcool e tabaco mundialmente, observou-se um aumento nos diagnósticos de câncer de boca e orofaringe, com predominância no sítio primário da língua.

Segundo Góes (2007), estudos epidemiológicos regionais são importantes na caracterização das peculiaridades da população em cada região do Brasil. A autora determinou o perfil do paciente com câncer de cabeça e pescoço atendidos no setor de odontologia do Hospital Aristides Maltez em Salvador (BA) no ano de 2006. A amostra constitui-se de 94 pacientes com diagnóstico de neoplasia maligna. Do total de pacientes avaliados, 72,34% eram do sexo masculino e 27,66% do sexo feminino. A idade variou de 14 a 92 anos e a faixa etária mais acometida foi de 40 a 70 anos. Houve predominância da raça parda em relação à raça branca, sendo 58,51% dos casos. Dos casos descritos, 80,85% foram diagnosticados como

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carcinoma epidermóide. Entre os 94 pacientes analisados que possuíam o carcinoma epidermóide, 42,55% encontravam-se na língua, 23,40% no assoalho bucal, 19,15% no palato duro, 12,77% no rebordo alveolar e 2,13% na região retromolar. Em relação ao hábito de tabagismo e etilismo, a maioria da parcela da população em estudo associa os dois hábitos. O tipo de fumo mais utilizado foi o fumo industrializado. O tipo de álcool mais utilizado foi a cachaça, e o hábito de beber teve duração prolongada de 30 anos em 68,86% dos indivíduos. A autora concluiu que o carcinoma epidermóide foi o tipo histológico predominante, a cavidade bucal correspondeu a 50% dos casos de cabeça e pescoço, foi mais frequente em homens, casados, pardos, com idade maior do que 50 anos e menor grau de instrução.

Bergamasco et al. (2008) realizaram um estudo no banco de dados público do Registro Hospitalar de Câncer da Fundação Oncocentro de Sao Paulo (FOSP), no período de 2000 a 2006, totalizando 16.603 casos. Em relação ao gênero, os autores observaram que a maioria dos pacientes era do sexo masculino. A faixa etária mais acometida, tanto em homens como em mulheres, foi entre 55 a 74 anos. Em relação à escolaridade, a maioria dos pacientes eram analfabetos, ou tinham primeiro grau ímcompleto. Considerando a localização da lesão primária, em 31,1% dos casos o tumor localizava-se na cavidade oral. Os pacientes que foram analisados são, em sua maioria, homens, entre a sexta e oitava décadas de vida, com baixo nível de escolaridade e apresentando estádio clínico avançado no momento do diagnóstico.

Frigo e Vacaro (2008), realizaram um estudo descritivo retrospectivo, utilizando dados secundários. Os dados foram obtidos junto aos 130 prontuários clínicos de pacientes com lesões orais diagnosticados no serviço de diagnóstico histopatológico de lesões bucais da Univali, no período de janeiro de 2004 a dezembro de 2007. Dentre os laudos histopatológicos foram analisados aqueles que se referiam a pacientes diagnosticados com carcinoma espinocelular. Dos prontuários analisados 10 casos de carcinoma epidermóide espinocelular foram identificados, sendo 7,7% das lesões diagnosticadas. Com relação ao gênero destes portadores de carcinoma espinocelular, observou-se uma equivalência, 50% para homens e 50% para mulheres. Quanto à raça, 70% dos casos foram registrados em pacientes da raça branca. A faixa etária variou de 45 a 83 anos, sendo predominante na quinta e sexta década de vida. A relação existente entre o tabagismo e o

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carcinoma espinocelular se mostra evidente, e quando associado o uso do tabaco ao uso de álcool esses dados se tornam mais frequentes. A maioria dos trabalhos envidencia o tabaco como principal fator de risco para o desenvolvimento do carcinoma epidermóide de boca, por ser um fator irritante local (calor) e sistêmico. No individuo tabagista, o risco de desenvolver neoplasias orais aumenta consideravelmente. O uso do álcool não pode ser associado à fase inicial da carcinogênese oral, mas sim como um potencializador dos efeitos carcinógenos do tabaco, sendo que a associação tabaco e álcool aumenta o risco de desenvolvimento. Em relação ao sítio anatômico, observaram a prevalência de neoplasias na língua (30%), seguida do palato (20%) e do rebordo alveolar (20%).

Souza et al. (2008) avaliaram prontuários dos pacientes com diagnóstico de carcinoma de boca e orofaringe, atendidos no período de 2002 a 2006, em uma clínica de cirurgia de cabeça e pescoço, da cidade de Tubarão – SC, para definirem o perfil clínico e epidemiológico dos pacientes com diagnóstico de câncer. Os dados do trabalho foram obtidos a partir de análise de prontuários. Foram arrolados 18 casos de carcinoma de boca e 10 casos de orofaringe. Dos pacientes com carcinoma em boca, 16 eram do gênero masculino (88,8%) e 2 do gênero feminino (11,1%). A faixa etária mais atingida estava entre 51 e 60 anos, 15 pacientes (83,3%) eram caucasianos. A maioria dos pacientes com câncer de boca possuía o hábito do tabagismo (92,8%) e/ou do etilismo (85,7%). O fumo e a ingestão de álcool são os principais fatores de risco conhecidos com evidências estatísticas significantes. A língua foi o sítio de maior frequência, com 9 (50,0%) casos registrados; seguido por mucosa jugal, com 5 casos (27,7%). Com relação ao estadiamento do tumor, segundo o estádio TNM, foi observada nítida predominância de casos avançados (estádio III e IV) independente do sítio da lesão. Quanto à presença de linfonodos palpáveis, ao exame físico, 8 casos (44,4%) apresentavam esse sinal positivo. A maioria dos pacientes apresentavam lesão do tipo úlcero-infiltrativa (77,7%). O tempo de evolução (período compreendido entre a percepção do primeiro sinal e/ou sintoma até a consulta médica) no carcinoma de cavidade oral foi menor do que 6 meses em 12 pacientes (66,6%). Dentre os casos estudados, 27 (96,4%) eram de carcinoma epidermóide. Apenas 1 (3,5%) era de outro tipo histológico (sarcoma). Os cânceres de boca e orofaringe, assim como os da região de cabeça e pescoço, são representados em sua imensa maioria por neoplasias epiteliais do tipo carcinoma epidermóide. Os autores concluíram que a atenção

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especial deve ser direcionada aos pacientes com idade maior que 50 anos, tabagistas e etilistas, com queixa de lesão na cavidade oral, com o objetivo de diagnósticos precoces e maiores índices de tratamentos curativos, com menores taxas de morbidade e mortalidade.

Moschetta e Heinem (2009), analisaram prontuários clínicos de pacientes com lesões orais diagnosticados no Serviço de Diagnóstico Histopatológico de Lesões Bucais do Curso de Odontologia da Univali, no período de janeiro de 2004 a dezembro de 2007, totalizando 140 prontuários. O grupo mais frequente encontrado na pesquisa foi o das neoplasias benignas (22,72%), seguido pelo grupo dos processos proliferativos não-neoplásicos (17,42%). Segundo os autores do estudo seus resultados divergem dos encontrados na literatura, onde encontraram com maior prevalência o grupo de processos proliferativos não-neoplásicos seguido pelo grupo de neoplasias malignas e lesões cancerizáveis. No grupo das neoplasias malignas a única lesão encontrada foi o carcinoma epidermóide; relatam que em trabalhos apresentados o carcinoma epidermóide foi a lesão mais encontrada no grupo de neoplasias malignas.

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3 MATERIAIS E MÉTODOS

Foi realizada uma pesquisa do tipo descritivo transversal, no Serviço de Diagnóstico Histopatológico de Lesões Bucais do Curso de Odontologia da UNIVALI, mediante levantamento de dados secundários, através da análise dos laudos histopatológicos e fichas de biópsia, relativos ao período de agosto de 2002 a maio de 2009, com a devida autorização do responsável.

Os laudos histopatológicos que identificaram casos de carcinoma epidermóide foram selecionados e agrupados por ano de ocorrência. Após a seleção dessas lesões, foram coletadas informações de acordo com as características clínicas do paciente (gênero, raça e faixa etária) e a localização da lesão.

Os dados obtidos foram organizados e tabulados, segundo a análise de frequência relativa e absoluta.

Como retorno à população será elaborado um informativo abordando a importância da análise histopatológica de lesões em procedimentos odontológicos. Este informativo será encaminhado ao CRO-SC para posterior divulgação aos cirurgiões-dentistas credenciados.

Este trabalho foi submetido à avaliação do comitê de ética e aprovado sob o número 100/09.

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4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS E DISCUSSÃO

Neste estudo, foi realizada a análise das fichas de biópsia e laudos histopatológicos, referentes ao período de agosto de 2002 a maio de 2009, no Serviço de Diagnóstico Histopatológico de Lesões Bucais do Curso de Odontologia da UNIVALI (SDHLB). A amostra contou com um total de 448 lesões analisadas, e destas, 36 casos (7%) eram de carcinoma epidermóide (Gráfico 1).

Lesões analisadas Carcinoma Epidermóide 7% 93%

Gráfico 1 : Frequência de casos de carcinoma epidermóide, no período de agosto de 2002 a maio de 2009, diagnosticados pelo SDHLB.

A frequência do carcinoma epidermóide neste estudo foi relativamente alta para o período analisado, assim como no estudo realizado por Frigo e Vacaro (2008) no qual a frequência para o carcinoma epidermóide foi de 7,7% dos casos analisados. Meireles (2006) citou o carcinoma epidermóide como a neoplasia maligna predominate em seu estudo. Em contra partida, Souza et al. (2005), relatou que apenas 2,5% dos casos analisados possuiam diagnóstico de carcinoma epidermóide.

Durante o período analisado, no ano de 2003 apenas um caso de carcinoma epidermóide foi diagnosticado. Meireles (2006) citou em seu estudo uma diminuição dos casos de carcinoma epidermóide entre os anos de 1999 a 2003 (Gráfico 2).

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Ano de 2003 Ano de 2004 Ano de 2005 Ano de 2006 Ano de 2007 Ano de 2008 Ano de 2009 3% 14% 14% 22% 25% 8% 14%

Gráfico 2: Distribuição dos casos de carcinoma epidermóide durante o período analisado, agosto de 2002 a maio de 2009.

Com relação ao gênero dos pacientes acometidos pelo carcinoma epidermóide, identifica-se na literatura pertinente, que há uma predileção pelo gênero masculino (ABDO; GARROCHO; AGUIAR., 2002; CARVALHO et al., 2001; PERRUSE et al., 2002; ANJOS HORA et al., 2003; MACHADO et al., 2003; FARDIN et al., 2004; SPARA et al., 2005; OLIVEIRA; SILVA; ZUCOLOTO., 2006; FAVERO et al., 2007; GÓES, 2007; BERGAMASCO et al., 2008; SOUZA et al., 2008), tendência essa também encontrada nesta pesquisa, pois a maioria dos pacientes era do gênero masculino (Gráfico 3).

Feminino Masculino 26% 74%

Gráfico 3: Distribuição dos casos de carcinoma epidermóide em relação ao gênero dos pacientes.

Esta prevalência do gênero masculino, provavelmente, deve-se ao fato de que a maioria dos homens possui hábitos de tabagismo e etilismo, e estes são

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fatores que predispõem ao câncer bucal (ANJOS HORA et al., 2003; SILVA et al., 2006). No entanto, esta tendência vem sofrendo alterações pois segundo Perusse et al. (2002), a modificação de hábitos culturais e sociais aproximou os hábitos femininos dos hábitos masculinos, levando ao aumento desse tipo de câncer nas mulheres.

Em relação à raça, este estudo identificou 24 (79%) pacientes leucodermas, 3 (21%) pacientes melanodermas (gráfico 4).

Parda Branca 21%

79%

Gráfico 4: Distribuição dos casos de carcinoma epidermóide em relação à raça dos pacientes.

De acordo com a maioria dos autores, existe o predomínio de leucodermas atingidos pelo carcinoma epidermóide (CARVALHO et al., 2001; MACHADO et al., 2003; SPARA et al., 2005; SOUZA et al., 2005), fato este, também evidenciado nesta investigação (Gráfico 4). Em um estudo realizado por Góes (2007) houve predomínio da raça parda em relação à raça branca.

Em relação à faixa etária, esta pesquisa identificou que 1 (3%) paciente possuía idade entre 21 e 40 anos, 19 (56%) entre 41 e 60 anos, 13 (38%) entre 61e 80 anos, 1 (3%) entre 81 e 100 anos. Este resultado é concordante com os dados de Souza et al. (2008), pois a maioria dos casos se enquadra na faixa etária compreendida entre 51 a 60 anos de idade (Gráfico 5).

A relação entre carcinoma epidermóide e a faixa etária, conforme os trabalhos analisados, evidencia que a maioria dos casos se encontra em idades avançadas, geralmente, a partir da quinta década de vida (SPARA et al., 2005; GÓES, 2007; BERGAMASCO et al., 2008; SOUZA et al., 2008). Além de que, segundo Perusse et

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al. (2002), a evolução do câncer bucal ocorre de forma diferenciada em indivíduos mais velhos quando comparados aos casos de indivíduos mais jovens.

21 a 40 anos 41 a 60 anos 61 a 80 anos 81 a 100 anos 3% 3% 56% 38%

Gráfico 5: Distribuição dos casos de carcinoma epidermóide de acordo com a faixa etária dos pacientes.

Em relação à localização do carcinoma epidermóide, a língua (29%) foi o sítio de maior acometimento nesta pesquisa. Vale ressaltar, que em alguns pacientes, mais de um sítio anatômico estava envolvido pelo carcinoma epidermóide (Gráfico 5). Lábio Língua Palato Rebordo Alveolar Retromolar Assoalho Mucosa Jugal 17% 29% 19% 21% 5% 7% 2%

Gráfico 6: Distribuição dos casos de carcinoma epidermóide em relação a localização da lesão.

Esta localização está de acordo com os dados encontrados na literatura, no qual a língua é o sítio mais prevalente (CARVALHO et al., 2001; PERUSSE et al., 2002; ANJOS HORA et al., 2003; FARDIN et al., 2004; SOUZA et al., 2005; SPARA

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et al., 2005; OLIVEIRA; SILVA; ZUCOLOTO., 2006; GÓES, 2007; SOUZA et al., 2008). Porém, para Machado et al. (2003), o sítio anatômico mais atingido pelo carcinoma epidermóide foi o rebordo alveolar.

Quando detectado precocemente, o câncer bucal pode ter seu prognóstico favorável. Por este motivo, é de extrema importância o papel do cirurgião-dentista, no correto diagnóstico precoce da lesão, reconhecendo os fatores de risco na etiopatologia da doença, auxiliando consequentemente, na redução do número de casos de carcinoma epidermóide.

A maioria dos cânceres de boca são precedidos por lesões precursoras detectadas clinicamente como lesões cancerizáveis/pré malignas, que em um período relativo de dez anos evoluem para uma neoplasia maligna (FREITAS et al., 2003).

Campanhas educativas e medidas preventivas junto à população são de extrema importância, pois a variação de hábitos e costumes são relevantes no desenvolvimento do câncer bucal.

A prevalência do câncer bucal mostra uma relevância no âmbito de saúde pública, evidenciando a necessidade contínua de pesquisas sobre esse tema, as quais são essencias para o estabelecimento de medidas preventivas.

Não consumir tabaco e bebidas alcoólicas, com estímulo a dietas saudáveis e à prática de exercícios físicos são medidas preventivas que possuem a finalidade de diminuir ou eliminar, de forma efetiva, os fatores de risco associados ao carcinoma epidermóide.

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5 CONCLUSÃO

Com os resultados obtidos nesta pesquisa conclui-se que: - houve maior prevalência de casos no gênero masculino; - a raça branca foi a mais afetada;

- a faixa etária de maior incidência foi acima dos 40 anos de idade; - a língua foi o sítio anatômico mais afetado pelo carcinoma epidermóide.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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