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7ª COMISSÃO MUNICIPAL PERMANENTE DE CULTURA, EDUCAÇÃO, JUVENTUDE E DESPORTO

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1 7ª COMISSÃO MUNICIPAL PERMANENTE

DE CULTURA, EDUCAÇÃO, JUVENTUDE E DESPORTO

Petição 3/2021

-

Torre da Péla, Património classificado ao abandono"

1. NOTA INTRODUTÓRIA

Subscrita por 217 cidadãos, a petição nº3/2021 deu entrada a 26 de Janeiro de 2021 na Assembleia Municipal de Lisboa, tendo descido a 7ª Comissão Permanente - Comissão de Cultura, Educação, Juventude e Desporto - para emissão de relatório até 4 de Março.

É de salientar da parte do redator, que a elaboração deste relatório estava incumbido inicialmente ao deputado municipal Rui Costa, por ausência do deputado municipal do BE, a quem caberia a elaboração do mesmo que, com o respectivo acordo dos restantes membros da comissão, ao deputado municipal do CDS-PP Diogo Moura. É de salientar também a disponibilidade da presidente da comissão, Simonetta Luz Afonso, para a elaboração do mesmo relatório.

2. ENQUADRAMENTO

A Petição apresenta o seguinte texto: “Torre da Péla, Património Classificado ao abandono”

Para: Assembleia da República, Câmara Municipal de Lisboa, Direção-Geral do Património Cultural, Centro Nacional da Cultura, Junta de Freguesia de Santa Maria Maior

Todos os que genuinamente defendem a preservação do Património têm que ter voz ativa neste processo para manter vivas as nossas referências históricas, bem como as diferentes estratégias levadas a cabo pelos governantes, em cada época.

Efetivamente, trata-se de vestígios de construção medieval que tinha sido erigida junto à muralha da "Cerca Fernandina", entre duas torres que ali existiram, espaço onde se exercitava o "Jogo da Péla", situada na encosta do Largo Martim Moniz.

"A Torre da Péla está inserida no Programa de Recuperação e Restauro da Muralha de Lisboa, o qual já se encontra em curso por iniciativa do Município e abrange o vasto perímetro das fortificações com muitos elementos a preservar e a valorizar (...)".

Sendo Património classificado, este bem cultural é tutelado pela Direção Geral do Património e Câmara Municipal de Lisboa.

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2 aquela que é provocada e acelerada pela intervenção intencional (depósito de lixo, colónia de pragas, graffitis, dejetos…).

Apesar das constantes promessas feitas pela Câmara Municipal de Lisboa e pela Direção Geral do Património, nada foi visivelmente feito pela referida reabilitação, cuja degradação de diversa natureza aumenta de dia para dia, afetando a sua estrutura secular e colocando em risco a segurança das pessoas que residem nos edifícios contíguos e de todos os que ali circulam.

Basta de esquecimento, de improvisos, assim como ignorar e não dar conta do nosso Património. Junta-te a nós, vamos devolver e dar a merecida dignidade à Torre da Péla.

Maria Helena Peixoto Elói Barros

3. DILIGÊNCIAS

Diligências complementares da 7a comissão

Atendendo à relevância do assunto a comissão considerou vantajoso e necessário proceder às audições da Exma. Senhora Vereadora Dra. Catarina Vaz Pinto e do Exmo. Senhor Presidente da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior Miguel Coelho, de forma a reunir informação circunstanciada, abrangendo assim os diversos intervenientes da problemática em causa a fim de dar apoio à tomada de decisão informada por parte dos membros desta comissão e para a redação do presente relatório.

Foi ainda requerido à CML, pelo deputado relator a pedido da presidente da comissão, informação adicional a fim de clarificar o devido enquadramento dominial, desde logo a quem cabe a responsabilidade de gestão e manutenção dos espaços envolventes da Torre da Péla. A resposta por parte da CML e a respectiva troca de e-mails segue em anexo.

3.1. Audição aos peticionários

No dia 11 de Fevereiro de 2021 foram ouvidos em comissão os Peticionários referente à Petição 3/2021 – “Torre da Péla, Património classificado ao abandono”.

A primeira intervenção foi levada a cabo pela peticionária Maria Helena Peixoto, que iniciou a sua intervenção por referir a importância destes monumentos como elo de ligação ao nosso passado e identidade coletiva e como o atual estado de conservação do mesmo não só cortava esse elo como deveria envergonhar todos os que se preocupam com estas matérias. De seguida a peticionária reforçou a necessidade de todos estarem envolvidos no processo de recuperação e manutenção deste património, e de este ter de se inserir numa estratégia mais desenvolvida de fruição e de integração em roteiros culturais. Terminou por fim a sua intervenção referindo que esta petição tinha assinaturas de vários pontos do país, não só de Lisboa, incluindo de autarcas do Norte de Portugal.

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3 tema era de abordagem relativamente fácil visto já ter sido abordado em petições anteriores e recolher um apoio generalizado quer pela sociedade civil quer pelas forças políticas, restava então apenas querer ter a vontade de executar o restauro. De seguida levantou a sua incompreensão sobre o facto de um organismo municipal (EPUL) ter feito um edificado e com a construção desse edificado ter tido a preocupação em preservar a respectiva torre, sendo então incompreensível não só a situação de insalubridade da área causada pelo depósito de lixo mas também a situação de risco de desabamento da própria torre. O risco de desabamento aliado ao consenso político em torno do tema reforça a necessidade e a urgência da intervenção, restauro e reabilitação deste monumento. Dito isto terminou a sua intervenção.

De seguida Elói Barros iniciou a sua intervenção partilhando com os restantes membros da comissão uma apresentação que incluía: A localização da Torre da Péla, uma contextualização histórica, o estado da torre antes e durante a intervenção da EPUL, o projecto planeado para a área, o estado atual do mesmo, o resultado da degradação, uma listagem de agravantes e um apelo à concretização daquilo que está plasmado no artigo 9º da Constituição da República Portuguesa. Terminou então a sua intervenção reforçando a necessidade deste processo de restauro como uma forma de manutenção desta identidade e património tão nosso.

Tomou a palavra então a presidente da comissão, Simonetta Luz Afonso, para agradecer a intervenção dos peticionários e para demonstrar a sua incompreensão pelo estado atual de um monumento nacional que tão facilmente poderia ser incluído nos percursos da muralha Fernandina. Referiu de seguida a proposta apresentada pelo CDS-PP em plenário e aprovada por unanimidade e a necessidade de colocar em prática a respetiva proposta.

Tomou a palavra o deputado relator Diogo Moura (CDS) que, após saudar os restantes peticionários, referiu que a proposta apresentada pelo CDS-PP ia ao encontro das preocupações aqui trazidas pelos presentes, reforçando os problemas da manutenção da Torre da Péla, a ausência de sinalética e a questão da higiene. Por fim aproveitou para perguntar aos peticionários se estes teriam tido a oportunidade de questionar a Junta de freguesia de Santa Maria Maior relativamente à situação de higiene urbana da área circundante à Torre e sobre a questão dos sem abrigo.

Tomou de seguida a palavra o deputado Rui Costa (IND) que, após realçar a necessidade desta petição, aproveitou para questionar os peticionários sobre se estes teriam alguma sugestão mais concreta sobre de que forma é que a torre poderia ter uma dinâmica própria, sugerindo de seguida que a gestão da torre poderia ser coordenada com a do castelo.

De seguida tomou a palavra o deputado João Carlos Pereira (PCP) que referiu que a unanimidade em torno do tema apenas realçava a urgência do mesmo, especialmente tendo em conta o ponto levantado em audição sobre a estabilidade estrutural da torre em questão.

Dando a palavra aos peticionários, pronunciou-se Elói Barros para afirmar que, relativamente ao contacto com a Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, esta já tinha sido contactada sendo que aliás já tinham sido realizadas visitas com técnicos da Junta de Freguesia para avaliar a questão da higiene urbana da área. Relativamente à pergunta levantada pelo deputado Rui Costa sobre a dinamização da área, o peticionário concordou com a sua inserção numa gestão conjunta com o Castelo de São Jorge. Tomou a palavra a peticionária Maria Helena Peixoto para realçar que esta preocupação já é antiga e

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4 que já foram realizadas várias atividades por parte dos peticionários para minimizar a mesma, quer por comunicações à CML e à Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, quer por via de pedidos de reunião com a superintendente comandante da 1a divisão, quer por acções de consciencialização

públicas.

Por fim tomou a palavra o peticionário Paulo Dias que resumiu as participações nos seguintes pontos: a urgência deste tema, relativamente a estabilização da estrutura e dos limites à volta desta; a necessidade de integrar a reabilitação da Torre da Péla numa estratégia de fruição e exploração da mesma.

3.2. Audição da Senhora Vereadora Dra. Catarina Vaz Pinto

No dia 19 de Fevereiro de 2021 foi ouvida em comissão a Exma. Senhora Vereadora Dra. Catarina Vaz Pinto, que iniciou a sua intervenção por referir que a Operação de Salvaguarda da Torre da Péla não avançou como pretendido, muito em parte devido à indefinição de uso que circunda o Largo Martim Moniz e a própria Torre da Péla.

De seguida reforçou o esforço da vereação no apoio que tem dado à equipa que apoia os focus groups relativos à visão para o Martim Moniz e como esta incluirá a recuperação da Torre da Péla e do circuito das muralhas. Referiu também que foi criado no ano passado um grupo multidisciplinar na CML entre o espaço público, a direção de obras e a direção municipal de cultura para retomar este assunto. Avisou também que estava a ser preparado um caderno de encargos para o projeto de reabilitação propriamente dito e que este seria acabado nos próximos meses, assim como a entrega de uma candidatura ao World Monument Fund para a reabilitação da própria Torre.

De seguida a vereadora, após inquirida pela presidente da comissão sobre a existência de um projeto para a recuperação da Torre da Péla, afirmou que este ainda não existia mas que o concurso para o projeto iria ser lançado. Foi referido pela vereadora que o projeto de recuperação da Torre da Péla ganharia consistência quando inserido num projeto integrado que incluísse a recuperação de ruas circundantes, o Martim Moniz e a segunda fase do projeto das muralhas de Lisboa.

Por fim foi referido pela mesma que o passo inicial de intervenção naquela zona seria a manutenção da limpeza da mesma e dos elementos que constituem este processo de recuperação.

O Deputado relator Diogo Moura (CDS) inquiriu a vereadora no sentido de reforçar a importância do assunto entre mãos, para confirmar se o processo de recuperação da Torre, recorrendo a um fundo próprio (neste caso o World Monument Fund), iria ter os mesmos timings que o projecto de requalificação do Martim Moniz e por fim questionar se iria ser criado alguma marca identificativa da muralha fernandina no Martim Moniz. Reforçou por fim a necessidade de requalificar a Rua do Arco da Graça.

De seguida foi dada a palavra ao deputado Rui Costa (IND) que demonstrou a sua satisfação com as notícias dadas pela vereadora Catarina Vaz Pinto. Aproveitou também para reforçar que, na sua opinião, este tipo de investimentos não deveria ser desacompanhado pela sua integração em projetos de investigação, divulgação e fruição, perguntando que plano teria a vereação sobre este assunto.

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5 A deputada Virgínia Estorninho (PSD) questionou a vereadora sobre a possibilidade de colocar uma vedação de rede para evitar que seja ali depositado lixo.

A vereadora respondeu às questões começando por responder ao deputado Diogo Moura a fim de dizer que, na sua opinião, não acharia que os timings entre o projeto de recuperação da Torre da Péla e a reabilitação da Praça Martim Moniz seriam assim tão distantes. De seguida respondeu ao deputado Rui Costa, afirmando que essa integração da recuperação patrimonial numa visão mais abrangente e sua integração em vários programas de itinerários é uma preocupação da CML. Por fim, em resposta à deputada Virgínia Estorninho demonstrou o seu espanto por essa situação já não estar implementada, dizendo que iria investigar o assunto em maior profundidade.

O deputado Diogo Moura (CDS) tomou a palavra após a intervenção da vereadora a fim de tentar clarificar a situação da higiene da zona circundante à Torre da Péla, avisando que o lixo não se encontra no relvado à volta da mesma mas sim num contentor (e à volta deste) pertencente a um edifício que se encontra a menos de 2 metros da respectiva Torre.

3.3. Audição do Senhor Presidente da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, Dr. Miguel Coelho

No dia 19 de Fevereiro de 2021 foi ouvido em comissão o Exmo. Senhor Presidente da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, Miguel Coelho, que iniciou a sua intervenção por precisar os termos da sua presença nesta mesma comissão, referindo que este não era o órgão apropriado para abordar as queixas dos moradores visto que a Assembleia Municipal não tinha um papel fiscalizador, recaindo este sobre a Assembleia de Freguesia de Santa Maria Maior.

De seguida pronunciou-se sobre a petição, referindo que a mesma era oportuna mas que queria deixar um aparte sobre o facto da Junta de Freguesia não ter competências sobre a limpeza daquele espaço e que a mesma recai sob o condomínio dos prédios, voltando a frisar que este não era o espaço apropriado para abordar as queixas dos fregueses de Santa Maria Maior.

Afirmou de seguida que esta petição poderia ser importante para reavivar as responsabilidades de quem tem a obrigação de recuperar este monumento e que havia uma longa troca de correspondência entre a Junta de Freguesia e a CML sobre o assunto.

Terminou então a sua intervenção referindo novamente que a responsabilidade da manutenção da limpeza daquele espaço recai sobre os condomínios dos prédios circundantes com os quais a Junta de Freguesia de Santa Maria Maior colabora pontualmente para a manutenção da higiene, mas que de forma alguma esta responsabilidade poderá recair sobre o executivo da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior.

Interveio de seguida a Presidente da Comissão, Simonetta Luz Afonso (PS), para clarificar que o motivo pelo qual o Presidente da Junta de Freguesia havia sido convidado era devido ao seu conhecimento sobre o assunto e que através da intervenção do mesmo a comissão ficou a perceber que a responsabilidade pela limpeza do espaço recaia sobre o condomínio dos prédios circundantes. Em seguimento desta intervenção, o Presidente da Junta de Freguesia, Miguel Coelho, referiu a

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6 grande afluência daquele espaço por variadas pessoas, deixando clara a sua opinião de que aquele espaço deveria ser desanexado do condomínio e passado para a jurisdição da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, mas que na presente conjuntura este não constava das competências da respetiva Junta de Freguesia.

Desta intervenção concluiu a Presidente da Comissão que seria oportuno recomendar a passagem do território da Torre da Péla, agora pertence ao condomínio, para o domínio público, pedindo que a CML assuma a responsabilidade sobre o mesmo.

De seguida, quer o Deputado Diogo Moura, quer o Deputado Rui Costa levantaram dúvidas sobre a competência legal de gestão do espaço. As perguntas ficaram por responder dada a saída do Presidente da Junta de Freguesia da audição em ordem.

3.4. Solicitação de esclarecimentos ao Pelouro do Urbanismo sobre o registo dominial da Torre da Péla e obrigações sob o território envolvente

A Comissão recebeu, por parte do gabinete do Senhor Vereador Eng. Ricardo Veludo, email em 4 de março e Informação nº INF/119/DC/DAP/DMGP/CML/21, da Divisão de Cadastro, com a seguinte informação:

“Relativamente ao presente pedido sobre o “enquadramento dominial e responsabilidade de gestão e manutenção dos espaços envolventes da Torre da Pela”, situada junto à Rua do Arco da Graça, entre a travessa da Palma e a Calçada do Jogo da Pela, ao Martim Moniz informa-se:

O espaço em causa integra a área de intervenção do loteamento, de iniciativa da extinta EPUL, que deu origem ao Alvará de Loteamento nº8/2000.

Analisados os elementos do Alvará, e respetivos aditamentos, confirma-se que o espaço em causa está incluído na “área de cedência para integração no Domínio Público Municipal” representado na Planta de Cedências inicial, destinado a passeios e arruamentos, que inclui toda a área envolvente à Torre, faixa de terreno entre o Lote 3 e a Rua do Arco da Graça, e toda a via de circulação viária e pedonal da Praça do Martim Moniz.

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7 Planta de Cedências-Alvará de Loteamento nº8/2000

Da análise dos documentos prediais, verifica-se que o prédio de origem, donde foram desanexados os lotes 2, 3 e 4, constituídos no âmbito deste Alvará de Loteamento, a que corresponde a ficha nº394/Socorro, encontra-se inutilizada, uma vez que “a área restante de 3879,38m2 destina-se a ser integrada no domínio público municipal” (certidão em anexo).

Lote 3 - Prédio destinado a Habitação e Comércio, composto por seis edifícios, com embasamento comum em cave, correspondente ao parque de estacionamento, havendo à superfície, quatro passagens públicas, que constituem as vias pedonais de atravessamento entre a Praça do Martim Moniz e a Rua do Arco da Graça.

Este prédio, encontra-se registado na Conservatória do registo predial sob a Ficha 397/Socorro, e inscrito na matriz predial sob o artigo nº 3114 de Santa Maria Maior.

Lote 4 - Prédio destinado a equipamento (subestação de E.D.P), com 1 piso, encontra-se registado na conservatória do registo predial sob a ficha 397/Socorro, e inscrito na matriz predial sob o artigo 1951 de Santa Maria Maior.

Em ambos os prédios consta a inscrição da “Autorização de Loteamento”, que estabelece os termos da constituição dos Lotes, e os diferentes direitos de “passagem publica de peões” constando ainda registo da servidão: “Direito de passagem pública na superfície sobre a totalidade do prédio” (Certidões em anexo).

Verifica-se assim que sobre os Lote 3 e 4 foram constituídas servidões de passagem pública, estando “As escadas privativas e de uso público e a galeria coberta de uso público…”, descritas no registo da Constituição da Propriedade Horizontal como “Partes Comuns”, sendo que a Torre da Pela, assim como o troço da Muralha Fernandina, assinalados na imagem abaixo, se encontram incluídos nas

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8 áreas cedidas para integração no Domínio Publico Municipal.

Extrato Planta Síntese - Aditamento nº3 ao Alvará de Loteamento nº8/2000

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9 Face ao exposto e da analise dos elementos disponíveis, julga-se poder concluir que:

- A Torre da Péla integra a área de intervenção do Alvará de Loteamento nº8/2000, de iniciativa da extinta EPUL;

- O “espaço envolvente da Torre (escadaria, passeio da Rua Arco da Graça e espaço verde)”, está incluído na área cedida para integração no Domínio Publico Municipal;

- As áreas dos troços de vias, que estabelecem a ligação entre a Rua do Arco da Graça e a Praça do Martim Moniz, situados sobre o limite do Lote 3 (Assinalado a amarelo no extrato do LXI), constituem “Servidão de passagem publica”, e integram as partes comuns do prédio, pelo que se encontram, “Sob gestão do condomínio, ou seja, a sua limpeza e arranjo apesar de parte ser de fruição pública, é da competência destes”;

- As áreas envolventes da Torre da Péla, “designadamente o espaço verde da sua envolvente: o passeio que a circunda na Rua Arco da Graça” e parte das escadarias da Calçada do Jogo da Pela e da Travessa da Palma, estão incluídas no Domínio Publico Municipal, cuja gestão e manutenção, se julga ser da responsabilidade do Município de Lisboa.”

4. OPINIÃO DAS FORÇAS POLÍTICAS E DO DEPUTADO RELATOR

As forças políticas representadas na Comissão, bem como os deputados que exercem o mandato como independente e o deputado relator prescindem de incluir opinião e guardam a sua posição para o plenário.

5. CONCLUSÕES

Face à avaliação do trabalho produzido pela comissão, importa referir que:

Entende-se, dos documentos analisados, que a Torre do Jogo da Péla, assim denominada por se localizar na antiga Calçada do Jogo da Péla, encontrando-se inserida na classificação de Monumento Nacional enquanto parte integrante da classificação, datada de 1910, do Castelo de São Jorge e do resto das Cercas de Lisboa.

O monumento deverá gozar ainda de Zona Especial de Proteção (ZEP), através da Lei nº 107/2001, que prevê a salvaguarda e valorização, estatuto esse que importa respeitar.

Data ainda, do auto de cessão de 31 de maio de 1942 disponibilizado na ficha de inventário da Direção-Geral de Património Cultural, foi reformulado em 1979, afectando a Torre à Câmara Municipal de Lisboa.

A Torre e o seu espaço envolvente terá sofrido uma transformação no âmbito da área de intervenção do Alvará de Loteamento nº8/2000, de iniciativa da extinta EPUL, e que desta intervenção surge a indefinição sobre as competências do Domínio Público Municipal e a gestão do condomínio.

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10 O seu edificado encontra-se em avançado estado de degradação, com resíduos urbanos na sua envolvente e, de acordo com os peticionários, em risco de eventual colapso. As condições atuais da respetiva Torre exacerbam a necessidade urgente de intervenção e valorização, assim como o desenvolvimento da sua inserção nalgum projeto de natureza maior, seja ele a recuperação do Martim Moniz e das suas ruas circundantes ou a segunda fase do projeto das muralhas de Lisboa. Aliado a isto levanta-se a necessidade de explorar formas de exponenciar a investigação, divulgação e fruição do respetivo espaço.

Na presente conjuntura a recuperação da Torre da Péla inclui-se no projeto do Martim Moniz e no circuito das muralhas mas que ainda não existe um projeto concreto para a recuperação da mesma, estando a ser preparados um caderno de encargos e um concurso respetivo a esse processo, a ser elaborado nos próximos meses. Prepara-se também a entrega de uma candidatura ao World Monument Fund para a reabilitação da própria Torre, que saudamos.

O espaço em causa está incluído na “área de cedência para integração no Domínio Público Municipal” representado na Planta de Cedências inicial, destinado a passeios e arruamentos, que inclui toda a área envolvente à Torre, faixa de terreno entre o Lote 3 e a Rua do Arco da Graça, e toda a via de circulação viária e pedonal da Praça do Martim Moniz excetuando as áreas dos troços de vias, que estabelecem a ligação entre a Rua do Arco da Graça e a Praça do Martim Moniz, situados sobre o limite do Lote 3 (Assinalado a amarelo no extrato do LXI) que constituem “Servidão de passagem pública", e integram as partes comuns do prédio, pelo que se encontram, “Sob gestão do condomínio, ou seja, a sua limpeza e arranjo apesar de parte ser de fruição pública, é da competência destes”. A valorização deste espaço representa um interesse de causa maior quer para os munícipes da cidade de Lisboa como para todos os cidadãos Portugueses que vêem a preservação destes elementos históricos, aliados à sua devida divulgação, investigação e fruição como um elemento essencial no recordar da memória coletiva de um povo, tão necessário para o desenvolvimento do seu caráter e para a ligação com a coisa pública.

6. RECOMENDAÇÕES

A 7ª Comissão Permanente delibera apresentar à Assembleia Municipal as seguintes recomendações à Câmara Municipal:

1. Que o projeto de reabilitação e conservação da Torre da Péla tenha em consideração a sua valorização, seja através do enquadramento no conjunto da Muralha Fernandina, quer através de outras formas de exponenciar a investigação, divulgação e fruição do respectivo espaço bem como uma identificação clara, no local, da sua importância; 2. Que seja tida em conta a necessária salvaguarda e sistemas de proteção da Torre,

designadamente nas confrontações com o espaço público;

3. Que a Torre da Péla seja expressamente referida como integrando o Monumento Nacional de Cerca Fernandina em todos os documentos e Planos Municipais de Ordenamento do Território;

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11 4. Que reavalie com os representantes do condomínio do Martim Moniz uma solução que garanta a limpeza e higiene do espaço público, envolvendo a Junta de Freguesia de Santa Maior.

7. ANEXOS

INF 119/DC/DAP/DMGP/CML/21 de 25/2/2021.

O relatório foi aprovado por unanimidade dos deputados presentes.

Lisboa, 19 de Março de 2021.

A Presidente da Comissão O Deputado Relator

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