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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU PROJETO A VEZ DO MESTRE

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A INFLUÊNCIA DAS BOAS PRÁTICAS DE GOVERNANÇA

CORPORATIVA NO AUMENTO DA LIQUIDEZ E DA

RENTABILIDADE DAS AÇÕES NO MERCADO SECUNDÁRIO.

Por: Nilton de Assis Costa

Orientadora

Profª. Emília Maria Mendonça Parentoni

Rio de Janeiro 2007

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A INFLUÊNCIA DAS BOAS PRÁTICAS DE GOVERNANÇA

CORPORATIVA NO AUMENTO DA LIQUIDEZ E DA

RENTABILIDADE DAS AÇÕES NO MERCADO SECUNDÁRIO.

Apresentação de monografia à Universidade Candido Mendes, Instituto a Vez do Mestre, como requisito parcial para obtenção do grau de especialista do curso de Pós-Graduação “Latu Sensu” em Finanças e Gestão Corporativa.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, acima de tudo, e a todos familiares e companheiros que de uma forma, direta ou indireta, possibilitaram a realização deste trabalho.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a meus filhos como um exemplo, não só a eles, mas a todos os jovens, dos esforços que devemos empreender para o atendimento da demanda em capital humano, exigida para a exploração da potencialidade econômica deste país.

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METODOLOGIA

A metodologia empregada teve como premissa a apuração da performance das ações das empresas de capital aberto, listadas no Novo Mercado da Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA), e distribuídas no Mercado de Capitais, além de pesquisas nos sítios oficiais da Bolsa de Valore de São Paulo (BOVESPA) e da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Será também bibliográfica, pela pesquisa de literatura pertinente.

Quanto aos meios a pesquisa será com levantamentos de dados, investigação documental e telematizada.

O levantamento de dados, posto que, pretende apurar a rentabilidade das ações das empresas, do escopo desta avaliação, será através dos aplicativos: Economática, Broadcast, CMA E Blomberg.

Também será utilizada a investigação documental, pela necessidade do embasamento teórico que fundamente o comportamento do mercado de capitais em relação às empresas que possuem maiores níveis de distribuição de ações ordinárias e, por isso, classificadas no Índice de Governança Corporativa.

Finalmente será necessária a pesquisa telematizada, com busca de dados a respeito de normas e regulamentos sobre Governança Corporativa e Novo Mercado.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

GOVERNANÇA CORPORATIVA 11

1.1 – Mercado de Capitais 11

1.1.1 – Mercado de Capitais no Brasil 12

1-2 – Governança Corporativa 13

1.2.1 – Definição 13

1.2.2 – Histórico 14

1.2.3 – Objetivos da Governança 17 1.2.4 – Código das melhores práticas no Brasil 17 1.2.5 – Níveis de Governança na Bovespa 19 1.3 – Empresas Níveis 1 e 2 em Março de 2007 23 1.4 – Empresas no Novo Mercado em Março de 2007 24

CAPÍTULO II

LIQUIDEZ 25

2.1 – Índice de Liquidez de Mercado 25

2.1.1 – Índice de Liquidez da Bovespa (IBOVESPA) 26

2.1.2 – Índice Brasil (IBrX) 27

2.1.3 – Índice Brasil 50 (IBrX-50) 29 2.1.4 – Índice de Governança Corporativa (ICG) 30

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2.2 – Metodologia de cálculo do Ibovespa 31 2.2.1 – Apuração do índice Ibovespa 33

2.2.2 – Ajuste do Índice 33

2.3 – Metodologia de cálculo dos demais Índices 35

CAPÍTULO III

RENTABILIDADE 38

3.1 – Rentabilidade do Ibovespa e do IGC 39 3.1.1 – Ibovespa sem as ações do IGC 39 3.1.2 – Ibovespa com as ações do IGC 40

3.2 – Rentabilidade dos Índices 41

3.2.1 – Rentabilidade dos índices nacionais 41 3.2.2 – Rentabilidade dos índices americanos 42 3.2.3 – Comparativo com as bolsas européias 43 3.3 - Câmbio do Dólar e Euro frente ao Real 44

3.4 – Evolução do Risco-País 45

3.5 – Rendimento de Curto Prazo 46

3.6 – Rendimento de Longo Prazo 47

CONCLUSÃO 48

BIBLIOGRAFIA 50

WEBGRAFIA 51

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INTRODUÇÃO

A era da Governança Corporativa começou em 1992 quando foi destituído o presidente da General Motors e o seu Conselho de Administração. A sua destituição orientou outros Conselhos no maior acompanhamento da atuação dos presidentes de outras grandes corporações: American Express, Compaq, Digital,

IBM, Kodak, Sears, Tenneco, Time Warner, Westinghouse.

Em 2002 o mercado internacional esteve à beira de um risco sistêmico devido à descoberta de falcatruas contábeis e gerenciais em corporações como a Enron, WorldCom, Tyco e Parmalat. A sucessão de escândalos levou a uma conclusão que os investidores ignoram a destinação de seus recursos pelos executivos de destacadas companhias do mercado e que influenciou, de forma negativa, no conceito de perenidade das empresas.

Com essa preocupação, desenvolveu-se uma nova metodologia na área administrativa que explora as regras de governo de empresas para protegê-las dos abusos da presidência ou da inércia do Conselho. Os acionistas começaram a ver que os seus Conselhos não podem ser muito grandes, que a maioria de conselheiros deve vir de fora, que os comitês de auditoria e de remuneração não podem ficar sob a influência do presidente da empresa, que os auditores externos devem ser contratados pelo Conselho, que o diretor presidente não pode acumular o cargo de Chairman do Conselho, que a remuneração do presidente não pode ser fixada por ele mesmo, que o conselheiro deve ter uma idade limite e que não deve ficar mais de 10 anos no mesmo Conselho e que não é bom que o conselheiro atue em muitas empresas.

No capítulo I, deste trabalho, apresentaremos como a Governança Corporativa é o sistema pelo qual as sociedades são dirigidas e monitoradas, envolvendo os relacionamentos entre acionistas/cotistas, Conselho de Administração, Diretoria, Auditoria Independente e Conselho Fiscal. Como a boa

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Governança Corporativa proporciona aos proprietários (acionistas ou cotistas) a gestão estratégica de sua empresa e a efetiva monitoração da direção executiva. As principais ferramentas que asseguram o controle da propriedade sobre a gestão são: o Conselho de Administração, a Auditoria Independente e o Conselho Fiscal.

Uma diferença importante na Governança Societária dos Estados Unidos, onde surgiu este conceito, e Brasil deve ser ressaltada. Nos Estados Unidos, a maioria das empresas tem sua composição acionária bem pulverizada, de modo que não é comum um único controlador se destacar. A Governança Corporativa surgiu lá para atenuar ou eliminar os conflitos dos acionistas e os administradores (agentes) das empresas. No Brasil, devido a um controle excessivo de grupos (muitas vezes familiares) em sua maioria, a Governança Corporativa visa resolver os conflitos dos acionistas minoritários com os majoritários. Neste caso, os acionistas minoritários, principalmente os de maior peso, como os institucionais, não querem mais ser tratados como simples investidores, mas como sócios do empreendimento.

No capítulo II apresentaremos o conceito econômico de liquidez e a metodologia, composição e formulação dos principais índices de liquidez, que medem o retorno de uma carteira teórica no mercado acionário - de capitais -: Ibovespa, Índice Brasil (IBrX), Índice Brasil 50 (IBrX-50) e o Índice de Governança Corporativa (IGC), que sintetizam seus resultados em termos de número de negócios e volume financeiro.

No capítulo III, deste trabalho, analisaremos a rentabilidade das empresas que enveredaram pelo novo sistema de Governança Corporativa avaliando suas performances, através do índice IGC, em relação aos principais índices que são compostos pelas empresas com maior liquidez no mercado acionário: IBOVESPA e IBX. Também, avaliaremos a performance do índice IGC em relação aos principais índices americanos e europeus: Nova Iorque, Londres, Frankfurt e Paris.

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E para encerrar, demonstraremos um comparativo relevante, entre a rentabilidade do Índice de Governança e a variação cambial do Dólar e do Euro. Todas as avaliações e comparações da rentabilidade do Índice de Governança com os demais índices nacionais, com os principais índices do mercado internacional e com moedas estrangeiras serão compreendidas entre os anos de 2001 a 2006.

O objeto deste trabalho, que será apresentado em sua conclusão, é avaliar através de observações relevantes dos capítulos II e III, se as empresas que estão investindo em boas práticas de governança corporativa estão no caminho certo em busca do investidor que principalmente almeja auferir resultados através da combinação de boa administração e produtividade, ou seja, o investidor de longo prazo. A relevância desta conclusão contribuirá para uma alternativa às incertezas do sistema previdenciário oficial no Brasil.

(11)

CAPÍTULO I

GOVERNANÇA CORPORATIVA

A Governança Corporativa é instrumento da Governança Societária que corrobora com a definição e o desenvolvimento de atividades estratégicas e de operações negociais em direção às metas de geração de resultados, agregando valor e creditando maior longevidade empresarial, além de expor que as boas práticas de Governança Corporativa certamente resultam em maior transparência das empresas ante o mercado, em conseqüência de adequadas concepções e implementações estratégicas, de projetos viáveis de ampliação e implantação de novos investimentos, das empresas que participam do Mercado de Capitais.

1.1 - O Mercado de Capitais

A conjuntura mundial impõe dias de escassez de recursos a quase todos os mercados, ao tempo em que imputa desafios cada vez mais limítrofes à exaustão, levando as empresas a redefinirem suas políticas e posturas, como única forma de atuarem de maneira viável, coordenada e com horizontes factíveis. Essa reavaliação empresarial, advinda da globalização - muitas vezes predadora - fertilizou nos mercados de capitais paradigmas antagônicos aos modelos já estabelecidos, nos quais os investidores minoritários eram tidos como passivos e alheios à gestão dos negócios a que estavam financeiramente vinculados. O norteador desse alinhamento da disciplina de capital, estabelecida e exigida pelo mercado à produção, é o conceito de Governança Corporativa.

A Governança Corporativa propicia segurança aos investidores, valoriza as empresas e reduz o custo de captação. O sucesso empresarial desse novo paradigma permitirá que os benefícios da abertura de capital se estendam

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sobre um número maior de empresas atraídas para novos investimentos e atraentes para novos investidores.

Governança Corporativa é o sistema pelo qual as sociedades são dirigidas e monitoradas, envolvendo os relacionamentos entre acionistas, Conselho de Administração, Diretoria, Auditoria Independente e Conselho Fiscal. A boa Governança Corporativa proporciona aos proprietários (acionistas ou cotistas) a gestão estratégica de sua empresa e a efetiva monitoração da direção executiva. As principais ferramentas que asseguram o controle da propriedade sobre a gestão são o Conselho de Administração, a Auditoria Independente e o Conselho Fiscal.

1.1.1 - Mercado de Capitais no Brasil

Conforme definição constante no site da Bovespa (2007), o mercado de capitais é um sistema de distribuição de valores mobiliários, que tem o propósito de proporcionar liquidez aos títulos de emissão de empresas e viabilizar seu processo de capitalização. É constituído pelas bolsas de valores, sociedades corretoras e outras instituições financeiras autorizadas.

Os principais títulos negociados, no mercado de capitais, são os representativos do capital de empresas – as ações – ou de empréstimos tomados, via mercado, por empresas – debêntures conversíveis em ações, bônus de subscrição e commercial papers – que permitem a circulação de capital para custear o desenvolvimento econômico.

As bolsas de valores não são instituições financeiras, mas associações civis sem fins lucrativos, constituídas pelas corretoras de valores para fornecer a infra-estrutura do mercado de ações.

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As ações são títulos de renda variável, emitidos por sociedades anônimas, que representam a menor fração do capital da empresa emitente. Podem ser escriturais ou representadas por cautelas ou certificados. O investidor em ações é um cotista da sociedade anônima da qual é acionista, participando dos seus resultados. As ações são conversíveis em dinheiro, a qualquer tempo, pela negociação em bolsas de valores ou no mercado de balcão.

As ações podem ser ordinárias, com direito a voto em assembléias gerais ou preferenciais, com direito de preferência sobre os dividendos a serem distribuídos e no reembolso de capital, no caso de dissolução da sociedade.

A rentabilidade das ações é variável. Parte dela, composta de dividendos ou participação nos resultados e benefícios concedidos pela empresa, advém da posse da ação; outra parte advém do eventual ganho de capital na venda da ação.

A participação nos resultados de uma sociedade é feita sob a forma de distribuição de dividendos em dinheiro, em percentual a ser definido pela empresa, de acordo com os seus resultados referentes ao período correspondente ao direito. Quando uma empresa obtém lucro, em geral é feito um rateio, que destina parte desse lucro para reinvestimentos, parte para reservas e parte para pagamento de dividendos.

1.2 - A Governança Corporativa

1.2.1 – Definição

Segundo o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa – IBGC (2006), a governança corporativa é o sistema no qual as sociedades são dirigidas e monitoradas, envolvendo os relacionamentos entre Acionistas/Cotistas, Conselho de Administração, Diretoria, Auditoria Independente e Conselho Fiscal. As práticas

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de governança corporativa têm a finalidade de aumentar o valor da sociedade, facilitar seu acesso ao capital e contribuir para a sua perenidade.

Segundo Witherell (1999), a governança corporativa é o sistema pelo qual as empresas são dirigidas e controladas. Sua estrutura especifica a distribuição de direitos e responsabilidades entre os diferentes participantes da empresa, tais como Conselho da Administração, Diretoria, proprietários e outros stakeholders (parceiros).

Na definição mais abrangente de governança corporativa apresentada por Keasey, Thompson e Wright (1997), inclui-se as estruturas, o processo, as culturas e sistemas que engendram o sucesso das organizações.

Conceitualmente, governança corporativa está ligada aos mecanismos que governam o processo decisório dentro de uma empresa. Assim, o Cadbury Report (1992) define governança corporativa como sendo o sistema em que as companhias são dirigidas e controladas, colocando os conselheiros de administração no centro de qualquer discussão. Realmente, o conselho de administração é a essência de qualquer sistema de boa governança corporativa, devendo zelar pela integridade, transparência e prestação de contas da empresa e de sua gestão, incluindo a supervisão e orientação da Diretoria.

Também, a governança corporativa surge para procurar superar o chamado “conflito de agência”, presente a partir do fenômeno da separação entre a propriedade e a gestão empresarial. O “principal”, titular da propriedade, delega ao “agente” o poder de decisão sobre essa propriedade. A partir daí, surgem os chamados conflitos de agência, pois os interesses daquele que administra a propriedade nem sempre estão alinhados com os de seu titular. Dentro da perspectiva da Teoria da Agência, apresentada por Jensen e Meckiling (1976) e Fama e Jansen (1982), a preocupação maior é criar mecanismos eficientes (sistemas de monitoramento e incentivos) para garantir que o comportamento dos executivos esteja alinhado ao interesse dos acionistas.

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1.2.2 – Histórico

O movimento por governança corporativa teve início nos EUA, o maior mercado de capitais do mundo. No início dos anos 80, o mercado americano se caracterizava por ter acionistas que não detinham sozinhos uma parcela expressiva da empresa. A administração da empresa ficava a cargo dos CEOs, que em muitas situações, também era o presidente do conselho de administração (chairman). Era uma atitude passiva dos acionistas, pois, não acompanhavam de perto as decisões tomadas pela diretoria da empresa.

De acordo com Mahoney (1997, pp.153-154), o ano de 1990 poderia ser assinalado como um divisor de águas no tempo quanto ao impulso dos esforços liderados por ativistas para assegurar maior influência na administração das empresas. Uma agenda em torno de três temas centrais foi montada:

• Forçando ou conseguindo acordos para mudanças, através da mobilização dos acionistas para manifestarem os seus pontos de vista, especialmente, em desaprovação ao desempenho empresarial;

• Influenciando a escolha dos diretores; e

• Iniciando discussões com administrações e diretorias sobre aspectos relativos à administração e controle, que conduzam a um acordo sobre certas mudanças ou concessões em troca de apoio institucional em disputas por procurações.

As conquistas oriundas desses fatos foram importantes, contribuindo para o desenvolvimento do mercado de capitais americano no período. Porém, uma nova onda de escândalos envolvendo grandes empresas no final de 2001, abalou a confiança dos investidores e reascendeu a discussão sobre governança corporativa no mundo.

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Nessa esteira de recentes e já famosos fracassos das técnicas de governança em todo o mundo, os legisladores dos EUA, a Securities and

Exchange Commission-SEC e as bolsas de valores norte-americanas passaram também a exigir, além das práticas locais de governança, o enquadramento das empresas no contexto da Lei Sarbanes-Oxley, de 2002. Essa Lei promove uma ampla reforma nas normas contábeis e de governança corporativa das companhias. As empresas brasileiras com ADRs (American Depositary Receipts) admitidos à negociação pública nos EUA, também são obrigadas a se enquadrarem em tal lei. Dentre as principais disposições, estão as penalidades para os gestores e as empresas envolvidas em escândalos, com responsabilidade criminal para responsáveis que, consciente ou intencionalmente, divulguem informações imprecisas e inadequadas, como também responsabilidade criminal para responsáveis por destruição de registros de auditoria ou de registros sob investigação.

No Brasil, nos últimos anos, vem-se assistindo um grande número de reformas de governança corporativa. Em outubro de 2001, a reforma da Lei das SA's foi aprovada, fortalecendo os direitos de acionistas minoritários e aperfeiçoando os padrões de divulgação de documentos. Simultaneamente, houve uma reforma da Lei da Comissão de Valores Mobiliários, que deu à CVM maior independência funcional e financeira. Em julho de 2002, a CVM publicou suas Recomendações sobre Governança Corporativa. Em 2001, a Bovespa lançou três novos segmentos de mercado – os chamados níveis 1, 2 e Novo Mercado. Cada um desses segmentos com regras, progressivamente, mais severas de governança corporativa.

Em alguns países da América Latina, aconteceram iniciativas de regulamentação sobre governança corporativa. Na Argentina, a reforma dos mercados de capitais foi implementada como lei, abrangendo uma ampla série de matérias sobre governança, a partir de junho de 2001. Com início em dezembro de 2000, da nova Lei de Ofertas Públicas de Ações e Governança Corporativa, o

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Chile foi o primeiro país da região a empreender importantes reformas jurídicas e de regulamentação ligadas a governança. No Peru, em junho de 2002, foram publicados os “Princípios de Boa Governança para Corporações Peruanas”. Outras iniciativas já foram realizadas na Bolívia, Colômbia e Venezuela.

1.2.3 - Objetivos da Governança

Os objetivos da governança corporativa são a prosperidade da empresa e a valorização das ações da empresa. De acordo com estudo da Booz-Allen&Hamilton (2000) o sistema de governança corporativa visa:

• Definir princípios e posições da administração para atender e proteger os interesses dos acionistas, aumentando assim, o investimento;

• Identificar e solucionar os problemas das empresas, promovendo as mudanças institucionais necessárias ao melhor desempenho da sociedade;

• Fazer os alinhamentos necessários à obtenção de eficiência na alocação de recursos, controlando, induzindo ou incentivando a ação gerencial a gerar valor para a sociedade e, conseqüentemente, atrair poupança.

1.2.4 - Código das melhores práticas no Brasil

No Brasil, o IBGC tem se dedicado a divulgar as práticas da governança corporativa, por meio do Código Brasileiro das Melhores Práticas de Governança Corporativa (revisão 2004). O Código é um instrumento de apoio e de motivação para a melhoria contínua das práticas de governança corporativa no país.

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Segundo o IBGC, o objetivo central do Código é indicar caminhos para todos os tipos de sociedades – por ações de capital aberto ou fechado, limitadas ou civis, visando:

• Aumentar o valor da sociedade; • Melhorar seu desempenho;

• Facilitar seu acesso ao capital a custos mais baixos; • Contribuir para sua perenidade.

Os princípios básicos que inspiram o Código são:

Transparência: mais do que “a obrigação de informar”, a Administração

deve cultivar o “desejo de informar”, sabendo que da boa comunicação interna e externa, particularmente, quando espontânea, franca e rápida, resulta um clima de confiança, tanto internamente, quanto nas relações da empresa com terceiros. A comunicação não deve restringir-se ao desempenho econômico-financeiro, mas deve contemplar também os demais fatores (inclusive intangíveis) que norteiam a ação empresarial e que conduzem à criação de valor.

Eqüidade: caracteriza-se pelo tratamento justo e igualitário de todos os

grupos minoritários, sejam do capital ou das demais “partes interessadas” (stakeholders), como colaboradores, clientes, fornecedores ou credores. Atitudes ou políticas discriminatórias, sob qualquer pretexto, são totalmente inaceitáveis.

Prestação de Contas (Accoutability): Os agentes da governança

corporativa devem prestar contas de sua atuação a quem os elegeu e respondem, integralmente, por todos os atos que praticarem no exercício de seus mandatos.

Responsabilidade Corporativa: Conselheiros e executivos devem zelar

pela perenidade das organizações (visão de longo prazo e sustentabilidade) e, portanto, devem incorporar considerações de ordem social e ambiental na

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definição dos negócios e operações. Responsabilidade Corporativa é uma visão mais ampla da estratégia empresarial, contemplando todos os relacionamentos com a comunidade em que a sociedade atua. A “função social” da empresa deve incluir a criação de riquezas e de oportunidades de emprego, qualificação e diversidade da força de trabalho, estímulo ao desenvolvimento científico por intermédio de tecnologia, e melhoria da qualidade de vida por meio de ações educativas, culturais, assistenciais e de defesa do meio ambiente. Inclui-se nesse princípio a contratação preferencial de recursos (trabalho e insumos) oferecidos pela própria comunidade.

O Código publicado pelo IBGC é dividido em seis capítulos:

Propriedade (sócios), Conselho de Administração, Gestão, Auditoria independente, Conselho Fiscal e Conduta e Conflito de interesses. Em cada capítulo, são tratados aspectos e ações relativas a conceitos, tomadas de decisões, implantação de melhorias e avaliações.

1.2.5 - Níveis de Governança na Bovespa

A Bolsa de Valores de São Paulo – Bovespa - criou em Dezembro de 2000, novos segmentos de negociação de ações, denominados de Níveis 1 e 2 de Governança Corporativa e o Novo Mercado, que estabelecem, por meio da adesão voluntária de empresas novas ou já listadas, níveis de transparência e de proteção aos acionistas minoritários superiores aos previstos em lei.

As companhias Nível 1 se comprometem, principalmente, com melhorias na prestação de informações ao mercado e com a dispersão acionária. Assim, as principais práticas agrupadas no Nível 1 são:

• Manutenção em circulação de uma parcela mínima de ações, representando 25% do capital;

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• Realização de ofertas públicas de colocação de ações por meio de mecanismos que favoreçam a dispersão do capital;

• Melhoria nas informações prestadas, trimestralmente, incluindo a exigência de consolidação e de demonstração de fluxo de caixa;

• Divulgação de operações envolvendo ativos de emissão da companhia por parte de acionistas controladores ou administradores da empresa;

• Divulgação de informações sobre contratos com partes relacionadas; • Divulgação de acordos de acionistas e programas de stock options; • Disponibilização de um calendário anual de eventos corporativos.

Para a classificação como Companhia Nível 2, além da aceitação das obrigações contidas no Nível 1, a empresa e seus controladores adotam um conjunto bem mais amplo de práticas de governança e de direitos adicionais para os acionistas minoritários. Os critérios de listagem de Companhia Nível 2, são:

• Mandato unificado de um ano para todo o Conselho de Administração; • Balanço anual seguindo as normas US GAAP ou do IASB;

• Extensão para todos os acionistas detentores de ações ordinárias das mesmas condições obtidas pelos controladores quando da venda do controle da companhia e de, no mínimo, 70% deste valor para os detentores de ações preferenciais;

• Direito de voto às ações preferenciais em algumas matérias, como transformação, incorporação, cisão e fusão da companhia e aprovação de contratos entre a companhia e empresas do mesmo grupo;

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• Obrigatoriedade de realização de oferta de compra de todas as ações em circulação, pelo valor econômico, nas hipóteses de fechamento do capital ou cancelamento do registro de negociação nesse Nível;

• Adesão à Câmara de Arbitragem para resolução de conflitos societários. A entrada de uma empresa no Novo Mercado significa a adesão a um conjunto de regras societárias, genericamente chamadas de “boas práticas de governança corporativa”, mais rígidas do que as presentes na legislação brasileira. Essas regras, consolidadas no Regulamento de Listagem da Bovespa, ampliam os direitos dos acionistas, melhoram a qualidade das informações, usualmente, prestadas pelas companhias e, ao determinar a resolução dos conflitos por meio de uma Câmara de Arbitragem.

Qualquer empresa que aplique as práticas de governança corporativa fixadas no Regulamento de Listagem pode ter suas ações negociadas nesse segmento. A companhia aberta participante do Novo Mercado tem como obrigações:

• Emissão, exclusivamente, de ações ordinárias;

• Realização de ofertas públicas de colocação de ações por meio de mecanismos que favoreçam a dispersão do capital;

• Manutenção em circulação de uma parcela mínima de ações, representando 25% do capital;

• Extensão para todos os acionistas das mesmas condições obtidas pelos controladores quando da venda do controle da companhia;

• Estabelecimento de um mandato unificado de um ano para todo o Conselho de Administração;

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• Disponibilização de balanço anual seguindo as normas US GAAP ou do IASB;

• Introdução de melhorias nas informações prestadas, trimestralmente, entre as quais a exigência de consolidação e de apresentação do fluxo de caixa;

• Obrigatoriedade de realização de oferta de compra de todas as ações em circulação, pelo valor econômico, nas hipóteses de fechamento do capital ou cancelamento do registro de negociação no Novo Mercado; • Divulgação de negociações envolvendo ativos de emissão da

companhia por parte de acionistas controladores ou administradores da empresa;

• A companhia não deve ter Partes Beneficiárias em circulação, vedando expressamente, a sua emissão.

Alguns desses compromissos deverão ser aprovados em Assembléias Gerais e incluídos no Estatuto Social da companhia. Um contrato assinado entre a Bovespa e a empresa, com a participação de controladores e administradores, fortalece a exigibilidade do seu cumprimento.

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1.3 - Empresas Níveis 1 e 2 em março de 2007

Fonte: www.bovespa.com.br

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Razão Social Nome de Pregão Razão Social Nome de Pregão

ABYARA PLANEJAMENTO IMOBILIARIO S.A. ABYARA IGUATEMI EMPRESA DE SHOPPING CENTERS S.A IGUATEMI AGRA EMPREENDIMENTOS IMOBILIARIOS S.A. AGRA INCORP INDUSTRIAS ROMI S.A. INDS ROMI

AMERICAN BANKNOTE S.A. ABNOTE JBS S.A. JBS

BCO BRASIL S.A. BRASIL JHSF PARTICIPACOES S.A. JHSF PART BCO NOSSA CAIXA S.A. NOSSA CAIXA KLABIN SEGALL S.A. KLABINSEGALL BEMATECH IND E COM EQUIP. ELETRONIC S.A. BEMATECH LIGHT S.A. LIGHT S/A BR MALLS PARTICIPACOES S.A. BR MALLS PAR LOCALIZA RENT A CAR S.A. LOCALIZA BRASCAN RESIDENTIAL PROPERTIES S.A. BRASCAN RES LOJAS RENNER S.A. LOJAS RENNER BRASIL ECODIESEL IND COM BIO.OL.VEG.S.A. ECODIESEL LPS BRASIL - CONSULTORIA DE IMOVEIS S.A. LOPES BRASIL BRASILAGRO - CIA BRAS DE PROP AGRICOLAS BRASILAGRO LUPATECH S.A. LUPATECH CAMARGO CORREA DESENV. IMOBILIARIO S.A. CC DES IMOB M.DIAS BRANCO S.A. IND COM DE ALIMENTOS M.DIASBRANCO CIA CONCESSOES RODOVIARIAS CCR RODOVIAS MEDIAL SAUDE S.A. MEDIAL SAUDE CIA SANEAMENTO BASICO EST SAO PAULO SABESP METALFRIO SOLUTIONS S.A. METALFRIO MG COPASA MMX MINERACAO E METALICOS S.A. MMX MINER COMPANY S.A. COMPANY NATURA COSMETICOS S.A. NATURA COSAN S.A. INDUSTRIA E COMERCIO COSAN OBRASCON HUARTE LAIN BRASIL S.A. OHL BRASIL CPFL ENERGIA S.A. CPFL ENERGIA ODONTOPREV S.A. ODONTOPREV CR2 EMPREENDIMENTOS IMOBILIARIOS S.A. CR2 PDG REALTY S.A. EMPREEND E PARTICIPACOES PDG REALT

CREMER S.A. CREMER PERDIGAO S.A. PERDIGAO S/A

CSU CARDSYSTEM S.A. CSU CARDSYST PORTO SEGURO S.A. PORTO SEGURO CYRELA BRAZIL REALTY S.A.EMPREEND E PART CYRELA REALT POSITIVO INFORMATICA S.A. POSITIVO INF DATASUL S.A. DATASUL PROFARMA DISTRIB PROD FARMACEUTICOS S.A. PROFARMA DIAGNOSTICOS DA AMERICA S.A. DASA RENAR MACAS S.A. RENAR

EDP - ENERGIAS DO BRASIL S.A. ENERGIAS BR RODOBENS NEGOCIOS IMOBILIARIOS S.A. RODOBENSIMOB

S.A. EMBRAER ROSSI RESIDENCIAL S.A. ROSSI RESID

ETERNIT S.A. ETERNIT SAO CARLOS EMPREEND E PARTICIPACOES S.A. SAO CARLOS EVEN CONSTRUTORA E INCORPORADORA S.A. EVEN SAO MARTINHO S.A. SAO MARTINHO FERTILIZANTES HERINGER S.A. FER HERINGER SUBMARINO S.A. SUBMARINO

GAFISA S.A. GAFISA TECNISA S.A. TECNISA

GRENDENE S.A. GRENDENE TOTVS S.A. TOTVS

GVT (HOLDING) S.A. GVT HOLDING TRACTEBEL ENERGIA S.A. TRACTEBEL

1.4 - Empresas no Novo Mercado em março de 2007

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CAPÍTULO II

LIQUIDEZ

Liquidez é um conceito econômico que considera a facilidade com que um ativo pode ser convertido no meio de troca da economia. O grau de agilidade de conversão de um investimento sem perda significativa de seu valor mede sua liquidez. Um ativo é tanto mais liquido quanto mais fácil for de transformar em dinheiro vivo. A moeda é considerada como o ativo mais líquido, mas é uma reserva de valor imperfeita; quando os preços sobem, o valor da moeda cai.

O grau de agilidade na conversão de um investimento em dinheiro, sem perda significativa de valor, quanto mais rápido for a conversão, maior será sua liquidez.

Um investimento tem maior liquidez, quanto mais fácil for a conversão em dinheiro e quanto menor for a perda de valor envolvida nesta transação.

O nível de liquidez elege a capacidade de comprar ou vender um investimento com o mínimo de esforço, sem afetar seu preço, convertendo um investimento em dinheiro, ou a disponibilidade de ativos líquidos, especialmente em relação a compromissos de curto prazo.

2.1 - Índice de liquidez de mercado

Medida do nível de negociação de determinada ação em relação ao mercado em que ela é transacionada. Seu valor é expresso em uma relação direta com o nível de negociação, ou seja, quanto maior o índice, melhor será, em termos de liquidez, para conversão da ação em dinheiro.

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Ele é calculado através da fórmula:

onde:

IL = índice de liquidez

n = número de negócios com a ação verificados no mercado à vista

(lote-padrão) no período analisado

N = número total de negócios registrados no mercado à vista (lote-padrão)

da Bovespa no período analisado

v = volume financeiro gerado pelos negócios com a ação no mercado à

vista (lote-padrão) no período analisado

V = volume financeiro total registrado no mercado à vista (lote-padrão) da

Bovespa no período analisado

p = número de pregões do período analisado em que se constatou pelo

menos 1 negócio com a ação no mercado à vista (lote-padrão)

P = número total de pregões ocorridos no período analisado.

2.1.1 - Índice da Bovespa (IBOVESPA)

O Índice Bovespa é o mais importante indicador do desempenho médio das cotações do mercado de ações brasileiro. Sua relevância advém do fato do Ibovespa retratar o comportamento dos principais papéis negociados na BOVESPA e também de sua tradição, pois o índice manteve a integridade de sua

100

*

*

*





=

P

p

V

v

N

n

IL

(27)

série histórica e não sofreu modificações metodológicas desde sua aplicação em 1968.

É o valor atual, em moeda corrente, de uma carteira teórica de ações constituída em 02/01/1968 (valor - base: 100 pontos), a partir de uma aplicação hipotética*. Supõe-se não ter sido efetuado nenhum investimento adicional desde então, considerando-se somente os ajustes efetuados em decorrência da distribuição de proventos pelas empresas emissoras (tais como reinversão de dividendos recebidos e do valor apurado com a venda de direitos de subscrição, e manutenção em carteira das ações recebidas em bonificação). Dessa forma, o índice reflete não apenas as variações dos preços das ações, mas também o impacto da distribuição dos proventos, sendo considerado um indicador que avalia o retorno total de suas ações componentes.

Extremamente confiável e com uma metodologia de fácil acompanhamento pelo mercado, o Índice Bovespa representa fielmente o comportamento médio das principais ações transacionadas, e o perfil das negociações à vista observadas nos pregões da BOVESPA.

O objetivo básico do Ibovespa é a de servir como indicador médio do comportamento do mercado. Para tanto, sua composição procura aproximar-se o mais possível da real configuração das negociações à vista (lote-padrão) na BOVESPA.

Em termos de liquidez:

As ações integrantes da carteira teórica do Índice Bovespa respondem por mais de 80% do número de negócios e do volume financeiro verificados no mercado à vista (lote-padrão) da BOVESPA.

(28)

As empresas emissoras das ações integrantes da carteira teórica do Índice Bovespa são responsáveis, em média, por aproximadamente 70% do somatório da capitalização bursátil de todas as empresas com ações negociáveis na BOVESPA.

2.1.2 - Índice Brasil (IBrX)

O IBrX - Índice Brasil é um índice de preços que mede o retorno de uma carteira teórica composta por 100 ações selecionadas entre as mais negociadas na BOVESPA, em termos de número de negócios e volume financeiro. Essas ações são ponderadas na carteira do índice pelo seu respectivo número de ações disponíveis à negociação no mercado.

O índice IBrX será composto por 100 papéis escolhidos em uma relação de ações classificadas em ordem decrescente por liquidez, de acordo com seu índice de negociabilidade (medido nos últimos doze meses), observados os demais critérios de inclusão descritos abaixo.

Integrarão a carteira do IBrX - Índice Brasil as 100 ações que atenderem cumulativamente aos critérios a seguir:

a) estarem entre as 100 melhores classificadas quanto ao seu índice de negociabilidade, apurados nos doze meses anteriores à reavaliação;

b) terem sido negociadas em pelo menos 70% dos pregões ocorridos nos doze meses anteriores à formação da carteira. Cumpre ressaltar que companhias que estiverem sob regime de recuperação judicial, processo falimentar, situação especial, ou ainda que estiverem sujeitas a prolongado período de suspensão de negociação, não integrarão o IBrX.

(29)

2.1.3 - Índice Brasil 50 (IBrX-50)

O IBrX-50 é um índice que mede o retorno total de uma carteira teórica composta por 50 ações selecionadas entre as mais negociadas na BOVESPA em termos de liquidez, ponderadas na carteira pelo valor de mercado das ações disponíveis à negociação. Ele foi desenhado para ser um referencial para os investidores e administradores de carteira, e também para possibilitar o lançamento de derivativos (futuros, opções sobre futuro e opções sobre índice). O IBrX-50 tem as

mesmas características do IBrX – Índice Brasil, que é composto por 100 ações, mas apresenta a vantagem operacional de ser mais facilmente reproduzido pelo mercado.

• Ações Elegíveis para o Índice

O índice IBrX-50 é composto pelos 50 papéis mais líquidos da BOVESPA, escolhidos de acordo com os critérios de inclusão descritos abaixo.

• Critérios de Inclusão de Ações no Índice

Integram a carteira do IBrX-50 as ações que atendem cumulativamente aos critérios a seguir:

a) ser uma das 50 ações com maior índice de negociabilidade apurados nos doze meses anteriores à reavaliação;

b) ter sido negociada em pelo menos 80% dos pregões ocorridos nos doze meses anteriores à formação da carteira.

Cumpre ressaltar que companhias que estejam sob regime de recuperação judicial, processo falimentar, situação especial, ou ainda que tenham sofrido ou estejam sob prolongado período de suspensão de negociação não integrarão o IBrX-50.

(30)

• Critérios de Exclusão

a) Uma ação será excluída do índice, nas reavaliações periódicas, se deixar de atender a qualquer um dos critérios de inclusão.

b) Se, durante a vigência da carteira, a empresa emissora entrar em regime de recuperação judicial ou falência, as ações de sua emissão serão excluídas da carteira do índice. No caso de oferta pública que resultar em retirada de circulação de parcela significativa de ações do mercado, suas ações serão excluídas da carteira. Nessas eventualidades, serão efetuados os ajustes necessários para garantir a continuidade do índice.

• Vigência da Carteira:

A carteira teórica do índice terá vigência de quatro meses, vigorando para os períodos de janeiro a abril, maio a agosto e setembro a dezembro. Ao final de cada quadrimestre a carteira será reavaliada, utilizando-se os procedimentos e critérios integrantes desta metodologia.

• Critério de Ponderação:

O IBrX-50 medirá o retorno de uma carteira teórica composta pelos papéis que atenderem a todos os critérios discriminados anteriormente, ponderados pelo respectivo valor de mercado (no tipo pertencente à carteira) de suas ações disponíveis para negociação (‘free float’), ou seja, serão excluídas as ações de propriedade do controlador.

2.1.4 - Índice de Governança Corporativa (IGC)

O IGC - Índice de Ações com Governança Corporativa Diferenciada tem por objetivo medir o desempenho de uma carteira teórica composta por ações de empresas que apresentem bons níveis de governança corporativa. Tais empresas

(31)

devem ser negociadas no Novo Mercado ou estar classificadas nos Níveis 1 ou 2 da BOVESPA.

Ações Elegíveis para o Índice:

Elegem-se à inclusão na carteira teórica do índice todas as ações emitidas por empresas negociadas no Novo Mercado ou classificadas nos Níveis 1 e 2 da BOVESPA.

Critérios para Inclusão na Carteira:

São incluídas na carteira do índice todas as empresas admitidas à negociação no Novo Mercado e nos Níveis 1 e 2 da BOVESPA. Os procedimentos para a inclusão de uma ação no índice obedecem à seguinte regra:

· Ações de novas empresas:

Serão incluídas após o encerramento do primeiro pregão regular de negociação.

· Ações de empresas já negociadas na BOVESPA:

Serão incluídas após o encerramento do pregão anterior ao seu início de negociação no Novo Mercado ou Nível 1 ou 2.

2.2 - Metodologia de cálculo do Ibovespa

A carteira teórica do Ibovespa é composta pelas ações que atenderam cumulativamente aos seguintes critérios, com relação aos doze meses anteriores à formação da carteira:

• estar incluída em uma relação de ações cujos índices de negociabilidade somados representem 80% do valor acumulado de todos os índices individuais;

(32)

• apresentar participação, em termos de volume negociado, superior a 0,1% do total;

• ter sido negociada em mais de 80% do total de pregões do período. A participação de cada ação na carteira tem relação direta com a representatividade desse título no mercado à vista – em termos de número de negócios e volume financeiro – ajustada ao tamanho da amostra. Essa representatividade é obtida pelo índice de negociabilidade da ação, calculado pela seguinte fórmula:

onde:

IN = índice de negociabilidade

ni = número de negócios com a ação "i" no mercado à vista (lote-padrão) N = número total de negócios no mercado à vista da BOVESPA

(lote-padrão)

vi = volume financeiro gerado pelos negócios com a ação "i" no mercado à

vista (lote-padrão)

V = volume financeiro total do mercado à vista da BOVESPA (lote-padrão)

Nota:

No cálculo do índice de negociabilidade não são considerados os negócios diretos entre particulares, sem a interviniência da BOVESPA e de uma sociedade corretora.

V

vi

N

ni

IN

=

*

(33)

2.2.1 - Apuração do índice Ibovespa

O Índice Bovespa é o somatório dos pesos (quantidade teórica da ação, em percentuais, multiplicada pelo último preço da mesma) das ações integrantes de sua carteira teórica. Assim sendo, pode ser apurado, a qualquer momento, por meio da seguinte fórmula:

onde:

Ibovespa (t) = Índice Bovespa no instante t

n = número total de ações componentes da carteira teórica P = último preço da ação "i" no instante t

Q = quantidade teórica da ação "i" na carteira no instante t

2.2.2 - Ajuste do índice

De forma a medir o retorno total de sua carteira teórica, o Índice Bovespa será ajustado para todos os proventos distribuídos pelas companhias emissoras das ações integrantes de seu portfólio.

O ajuste é efetuado considerando-se que o investidor vendeu as ações ao último preço de fechamento anterior ao início da negociação "ex - provento" e utilizou os recursos na compra das mesmas ações sem o provento distribuído ("ex-provento").

t

t*Qi

Pi

Ibovespa

,

,

n 1 i (t)

=

=

(34)

Fórmula de Alteração na Quantidade Teórica (por ocasião da distribuição de proventos):

onde:

Qn = quantidade nova Qo = quantidade antiga

Pc = último preço de fechamento anterior ao início da negociação

"ex-provento"

Pex = preço ex-teórico, calculado com base em Pc

Fórmula Geral de Cálculo do Preço "Ex-Teórico"

onde:

Pex = preço ex-teórico

Pc = último preço "com - direito" ao provento S = percentual de subscrição, em número-índice

Z = valor de emissão da ação a ser subscrita, em moeda corrente. D = valor recebido a título de dividendo, em moeda corrente. J = juros sobre o capital, em moeda corrente.

Pex

Pc

*

Qo

=

Qn

S

B

Vet

J

D

S*Z

Pc

Pex

+

+

+

=

1

)

(

(35)

Vet = valor econômico teórico resultante do recebimento de provento em

outro tipo/ativo

B = percentual de bonificação (ou desdobramento), em número-índice. Nota:

O Vet é calculado considerando-se o montante financeiro que seria apurado com a venda das ações do outro tipo e/ou outros ativos (debêntures, ações de outra empresa, etc.) recebidos. Por exemplo, suponhamos que a empresa A esteja distribuindo gratuitamente, aos seus acionistas, uma ação da empresa B para cada duas ações A possuídas, e que as ações B estejam avaliadas em $5,00/ação. Neste caso, o Vet será igual a $2,50.

2.3 - Metodologia de cálculo dos demais índices

A BOVESPA calcula o IBrX, IBrx-50 e o IGC em tempo real, considerando os preços dos últimos negócios efetuados no mercado à vista (lote-padrão) com ações componentes de sua carteira.

Os índices podem ser calculados através das seguintes fórmulas: a) sem utilizar o redutor:

onde:

Índices (t) = valor do índice no dia t Índices (t - 1) = valor do índice no dia t - 1

n = número de ações integrantes da carteira teórica do índice (100)

= − − = −

=

n 1 ) 1 ( ) 1 ( n 1 i ) ( ) 1 ( 1) -(t (t)

*

*

Índices

Índices

i t t t t

Pi

Qi

*Pi

Qi

(36)

Qi (t-1) = quantidade teórica da ação i disponível à negociação no dia t - 1.

Na ocorrência da distribuição de proventos em ações do mesmo tipo, pela empresa, refere-se à quantidade teórica da ação i disponível à negociação no dia t - 1, recalculada em função deste provento.

Pi (t) = preço da ação i no fechamento do dia t

Pi (t-1) = preço de fechamento da ação i no dia t - 1, ou seu preço ex-teórico

no caso da distribuição de proventos nesse dia. b) utilizando o redutor:

onde:

Índice (t) = valor do índice no instante t

n = número total de empresas (na ação/tipo) integrantes da carteira teórica

do índice

Pi (t) = último preço da ação i no instante t

Qi (t) = quantidade da ação i na carteira teórica no instante t

= redutor utilizado para adequar o valor do índice à base corrente Procedimento de Ajuste para Proventos

As quantidades teóricas das empresas na ação/tipo (i.e. suas quantidades disponíveis para negociação) somente serão alteradas no caso de distribuição de proventos em ações do mesmo tipo pelas empresas emissoras (bonificação, desdobramento, subscrição, etc.).

α

=

=

=

n 1 i ) ( ) ( (t)

Redutor

carteira

da

l

Valor tota

Índice

t t

*Qi

Pi

(37)

O ajuste das quantidades teóricas, na exata proporção do provento distribuído, é efetuado após o encerramento das negociações na BOVESPA, no último dia de negociação "com - direito".

A fórmula utilizada é a seguinte:

Qn = Qa * (1 + B + S)

onde:

Qn = quantidade de ações ajustada Qa = quantidade de ações anterior

B = percentual de bonificação e/ou desdobramento, em número-índice S = percentual de subscrição, em número-índice.

(38)

CAPÍTULO III

RENTABILIDADE

A rentabilidade é conhecida também como rendimento ou retorno. De maneira simples, pode-se dizer que a rentabilidade é a variação do valor que o investidor auferiu em relação a cada valor investido e que pode ser negativo ou positivo.

A rentabilidade pode ser obtida de duas maneiras:

• No resgate, onde será apurado na diferença entre o preço de compra e o preço de venda (conhecido como ganho/perda de capital).

• Renda constante (quando a rentabilidade é proporcionada por um período de tempo, resultante da variação dos juros ou pagamento dos dividendos).

O ganho, ou prejuízo, financeiro nominal sobre o total de um investimento é formalmente expresso em forma percentual. Há de se considerar que, dependendo do intervalo de tempo, principalmente nas operações de logo prazo, e do cenário macroeconômico, a rentabilidade não é uma simples relação proporcional entre montante investido e o valor apurado no momento do resgate, somente. Deve-se descontar nos investimentos intra-nacionais, para efeito de rentabilidade real, o percentual acumulado da inflação no período do investimento. Já nos investimento extra-nacionais, o efeito da corrosão inflacionária pode ser amenizado ou agravado pela variação cambial.

Outro fator que incide diretamente na rentabilidade é o risco. Um agente econômico deve avaliar a sua capacidade de absorver riscos para assumir o perfil: conservador, com menores ricos e menores rendimentos ou prejuízos; ou

(39)

arrojado, com maiores o riscos que proporcionaram maiores retornos ou rendimentos, sem se esquecer que poderão auferir grandes perdas, ou prejuízos.

3.1 – Rentabilidade do Ibovespa e do IGC

Abaixo, as tabelas com os levantamentos das rentabilidades dos papéis que compõe as carteiras do Ibovespa, sem os papéis participantes do Novo Mercado, e a seguir a carteira Ibovespa somente com os participantes do Novo Mercado nos anos de 2002 a 2006, e o cálculo da rentabilidade acumulada em cinco anos, de cada ação:

3.1.1 – Ibovespa sem as ações do IGC

Empresa Nivel Cod %2002 %2003 %2004 %2005 %2006 %5Anos

ACESITA ACES4 33,3 77,2 143,2 18,1 99,3 838,3 AMBEV AMBV4 15,7 43,6 2,7 50,0 21,0 209,7 BRASIL BBAS3 1,4 162,2 44,4 33,9 65,8 728,6 CCR RODOVIAS CCRO3 264,4 138,5 34,6 63,0 1.806,8 COMGAS CGAS5 40,8 256,8 49,7 6,0 54,8 418,7 COPEL CPLE6 39,2 36,0 13,3 59,6 41,8 62,1 COSAN CSAN3 - - - - 96,8 96,8 CYRELA REALT CYRE3 - - - - 29,0 29,0 EMBRAER EMBR3 22,5 53,5 13,9 18,0 25,1 138,8 IPIRANGA PET PTIP4 37,9 98,4 113,2 17,3 41,2 334,5 LIGHT S/A LIGT3 55,2 70,6 21,6 45,4 49,9 51,0 NATURA NATU3 - - - 38,0 51,2 108,7 P.ACUCAR-CBD PCAR4 11,2 30,7 1,4 13,8 1,8 60,1 PERDIGAO S/A PRGA3 4,5 40,0 112,0 70,3 37,1 624,7 PETROBRAS PETR3 6,6 71,4 33,6 60,0 38,2 439,9 PETROBRAS PETR4 3,5 78,2 35,0 58,7 40,9 418,8 SABESP SBSP3 17,4 92,8 3,3 9,0 94,1 248,1 SADIA S/A SDIA4 19,1 230,9 59,0 15,2 13,5 719,4 SID NACIONAL CSNA3 46,2 265,9 39,0 16,4 44,7 1.151,8 SOUZA CRUZ CRUZ3 45,5 93,8 28,1 12,9 40,0 339,9 SUBMARINO SUBA3 - - - - 72,5 72,5 TELEMAR N L TMAR5 24,8 45,2 28,6 6,3 18,0 22,2 TELEMAR TNLP3 32,5 88,6 41,7 25,6 7,4 143,4 TELEMAR TNLP4 23,2 74,9 3,1 4,7 19,6 16,4 TELEMIG PART TMCP4 27,8 65,2 19,3 27,3 6,0 15,4 TELESP TLPP4 23,5 65,4 28,6 10,1 33,0 284,4 TIM PART S/A TCSL3 33,9 61,5 31,8 65,1 107,1 381,0 TIM PART S/A TCSL4 22,7 55,8 0,5 52,1 27,2 134,1 TRAN PAULIST TRPL4 4,6 179,3 10,1 92,9 19,2 639,5 UNIBANCO UBBR11 15,5 87,5 30,8 74,1 47,2 431,1 USIMINAS USIM5 4,1 453,1 65,3 14,4 54,9 1.586,4 VALE R DOCE VALE3 103,7 72,8 41,0 30,8 36,4 785,1 VALE R DOCE VALE5 87,4 58,8 36,2 35,6 32,5 628,3 VIVO VIVO4 48,3 78,1 2,8 50,3 1,9 53,8 V C P VCPA4 52,7 56,4 23,8 26,3 49,0 224,5

(40)

3.1.2 – Ibovespa com as ações do IGC

O levantamento das rentabilidades das ações, nas tabelas acima, destacam o setor siderúrgico como o responsável e principal fomentador do mercado acionário, no período apurado, devido a crescente expansão da economia mundial nos últimos anos, o que contribuiu diretamente para o aumento da demanda por aço e de outros insumos siderúrgicos. Setores que também se destacam são o de energia elétrica e o de commodities internacionais que, a reboque do crescimento da economia mundial têm seus preços alavancados pelo aumento da demanda ocasionado pelo aumento formação bruta de capital fixo, com a criação ou expansão de plantas fabris.

A economia mundial vem passando por um momento de euforia, com as principais economias com expressivas taxas de crescimento, propiciando um fértil

Empresa Nivel Cod %2002 %2003 %2004 %2005 %2006 %5Anos

ALL AMER LAT N2 ALLL11 - - - - 124,0 124,0 ARACRUZ N1 ARCZ6 79,2 65,1 2,1 2,6 47,1 332,6 ARCELOR BR N1 ARCE3 176,5 78,6 126,8 10,0 57,6 1.842,0 ITAUBANCO N1 ITAU4 0,2 74,9 46,0 44,6 40,4 419,5 BRADESCO N1 BBDC4 9,7 56,3 35,2 117,7 33,1 452,5 BRADESPAR N1 BRAP4 26,6 117,2 38,9 41,6 78,1 458,8 BRASIL T PAR N1 BRTP3 18,2 39,3 48,5 - 52,8 158,7 BRASIL T PAR N1 BRTP4 5,1 23,7 6,1 1,3 14,5 41,5 BRASIL TELEC N1 BRTO4 6,3 35,2 7,4 16,1 17,1 15,1 BRASKEM N1 BRKM5 50,8 507,7 100,4 42,3 17,0 186,9 CELESC N2 CLSC6 17,4 57,0 39,5 37,0 27,7 349,9 CEMIG N1 CMIG4 12,7 105,8 31,4 55,3 22,5 349,1 CESP N1 CESP6 (51,1) 72,1 (8,1) 2,5 86,6 47,7 ELETROBRAS N1 ELET3 23,6 110,6 19,8 0,4 35,3 73,9 ELETROBRAS N1 ELET6 16,9 114,3 6,2 10,2 27,0 133,8 ELETROPAULO N2 ELPL6 (64,3) 180,0 1,6 35,1 2,5 40,6 GERDAU N1 GGBR4 73,7 151,7 66,2 33,4 38,5 1.243,2 GERDAU MET N1 GOAU4 103,1 161,3 122,7 18,4 43,3 1.904,4 GOL N2 GOLL4 - - - 58,7 2,6 62,8 ITAUSA N1 ITSA4 4,7 99,0 42,2 67,9 51,6 586,3 KLABIN S/A N1 KLBN4 8,2 274,3 54,5 19,4 35,1 581,5 NET N2 NETC4 94,8 116,7 33,0 150,3 51,3 71,5 TAM S/A N2 TAMM4 - - 791,9 169,1 50,4 3.077,7

(41)

cenário para expansão do mercado de capitais e um incentivo à aplicação em renda variável.

3.2 - Rentabilidade dos índices

A apuração das médias aritméticas, Ibovespa sem as ações integrantes do Novo Mercado (407,0%) e Ibovespa só com ações do Novo Mercado (593,6%) nas tabelas, consecutivamente, conclui que a carteira teórica do Ibovespa tem seus rendimentos melhor performado devido à contribuição dos papéis das empresas que praticam Boa Governança Corporativa, conforme a apuração dos rendimentos acumulados da carteira teórica do IGC comparado aos demais índices nacionais e com os principais índices americanos e europeus, a seguir:

3.2.1 – Rentabilidade dos índices nacionais

O gráfico plotado a partir dos dados da Tabela I, em anexo, apresenta os rendimentos acumulados dos índices desde 31 de dezembro de 2001, quando todas as curvas têm tendências declinantes, em conseqüência da crise mundial instaurada a partir dos atentados de 11 de setembro às torres do World Trade Center na cidade de Nova Iorque com os negócios internacionais sofrendo uma

227,6% 357,8% 334,7% 411,8% 2001 2002 2003 2004 2005 2006 IBOV IBRX IBRX50 IGC

(42)

solução de continuidade, devido às incertezas na tomada de decisão do governo americano, eixo dinâmico da economia mundial, em resposta a agressão.

E meados de 2002, a economia mundial inicia recuperação levando a reboque, os mercados dos países emergentes que geram grandes expectativas de retorno no mercado de capitais, como o Brasil.

Cabe ressaltar o descolamento da curva do Índice de Governança Corporativa, a partir do início de 2004 que atingiu ao final do período apurado, um patamar superior a 54%, em relação ao IBrX, 71,7% ao IBrX-50 e 184,2% ao Ibovespa. A carteira teórica do IGC foi, indiscutivelmente, a melhor opção em termos de investimos, em renda variável, descontando a inflação do período, 60,4% medido pelo IGP-M (índice geral de preços/mercado, apurado pela Fundação Getúlio Vargas) ou 44,3% pelo IPCA (índice de preços ao consumidor amplo, apurado pelo IBGE).

No contexto externo, levantamos a rentabilidade do Índice de Governança Corporativa com os índices Merval – Argentina, IPYC – México e Dow Jones – Nova Iorque (EUA).

3.2.2 – Rentabilidade dos índices americanos

455,40% 24,40% 128,92% 250,80% 2001 2002 2003 2004 2005 2006 IGC

DJIA-Dow Jones (N.Y.) Merval-Buenos Aires IPYC-México

(43)

As crescentes expectativas, conforme gráfico plotado a partir dos dados da Tabela II, em anexo, dos agentes econômicos internacionais por maiores ganhos através de renda fixa, devido elevada taxa de juros real, ou de renda variável, altas margens de retorno com negócios bursátil, promoveu o ingresso de um alto volume de moedas estrangeiras, aumentando as reservas internacionais o que contribuiu para o fechamento positivo do Balanço de Pagamento e a apreciação da moeda nacional. A conversão da moeda estrangeira, dólar (US$), em ações da carteira teórica do IGC acrescentou ao investidor estrangeiro, em dólar, 43,6% por conta da valorização cambial da moeda brasileira versus a moeda americana.

Um ponto relevante, é o comparativo da rentabilidade da carteira teórica do IGC com a rentabilidade do índice IPYC do México que, junto com o Brasil, postam como os principais países emergentes na América Latina e, por isso, se rivalizam na obtenção da credibilidade junto aos investidores do Mercado Internacional. O descolamento da curva, do índice nacional, denota. em certa medida, o aumento da confiabilidade que o país vem obtendo junto ao mercado internacional e que vem se ratificado nos índices do risco-país, unidade de medida que classifica o nível de risco de um país – quanto mais elevado, mais incerto - e que passou de 824 pontos no início de 2001 a 192 pontos no final de 2006.

3.2.3 – Comparativo com as bolsas européias

271,90% 8,31% 27,84% 19,83% 2001 2002 2003 2004 2005 2006 IGC UKX-Londres DAX-Frankfurt CAC-Paris

(44)

No cenário europeu, conforme gráfico plotado a partir dos dados da Tabela III, em anexo, o IGC despenhou a melhor performance frente aos principais índices das bolsas do continente: Londres, Frankfurt e Paris. No período apurado, verificou-se um rendimento superior a 244% à melhor performance da Europa, verificado na Bolsa de Frankfurt que foi de 27,84% que foi o melhor rendimento no continente.

3.3 – Câmbio do Dólar e Euro frente ao Real

No mercado de câmbio, fundamentado pela melhoria do ambiente macroeconômico e os constantes superávits primários – esforço fiscal para gerar recursos visando o pagamento de juros da dívida do estado -, conforme gráfico plotado a partir da Tabela IV, em anexo, apresenta constantes saldos positivos no fluxo do Balanço de Pagamentos, performando todas as aplicações com o lastro cambial de forma insatisfatória. Em todo período analisado, a evolução da taxa de câmbio não cobre os indicadores inflacionários, IGP-M e IPCA, e tendo a situação agravada a partir de setembro de 2002 onde os preços de pico da moeda americana e da União Européia se equipararam atingindo a cotação R$ 3,89 e, a

2,124 2,3204

2,754 set/02 R$ 3,895

2,0464

dez/01 jun/02 dez/02 jun/03 dez/03 jun/04 dez/04 jun/05 dez/05 jun/06 dez/06

Dolar Euro

(45)

Risco-País 2443 192 824 dez-06 jan-02 set-02

seguir, resultando aos investidores que se posicionaram em moedas estrangeiras, constantes prejuízos perante a crescente valorização do Real.

A forte apreciação do real frente às moedas estrangeiras estimula o investidor internacional com o perfil mais arrojado, disposto a se expor a maiores riscos, além dos elevados juros praticados internamente, que atraem capital especulativo.

3.4 – Evolução do Risco- País

A taxa de câmbio tem uma relação direta com risco-país, conforme gráfico plotado a partir da Tabela V, em anexo. Quanto mais alto for o risco-país, mais alta será a taxa de câmbio e vice-versa. Isto se deve ao nível de credibilidade mensurado através do indicador, quanto mais baixo, maior a entrada de recursos em moedas estrangeiras devido a maior confiabilidade nas políticas econômicas do país, reduzindo a paridade com a moeda nacional.

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Outra importante observação é a inversão do poder aquisitivo da moeda americana com a moeda européia. Isto se dá, como previsto no lançamento da moeda da União Européia, pela maior credibilidade que o Euro vem ocupando junto aos agentes econômicos. Reflexo da autonomia que o Banco Central europeu detém em relação aos países signatários da União Econômica, diferente da moeda americana que, refém da política econômica do governo americano, vem perdendo espaço na economia internacional. Tal verificação prospecta uma migração do Dólar para o Euro nas transações comerciais e financeiras, no mercado internacional, como meio de troca e unidade de conta e, possivelmente, como reserva de valor dos Bancos Centrais dos países signatários do Fundo Monetário Internacional.

3.5 – Rendimento de Curto Prazo

No curto prazo, apenas 16 das 43 ações listadas no maior nível de governança corporativa superaram Ibovespa. O desempenho das ações listadas no Novo Mercado mostra que, os preceitos da governança corporativa não são sinônimos de alta rentabilidade, pelo menos no curto prazo.

Pesquisa feita pelo Jornal do Commercio em 26/2/2007, mostra que, no curto prazo, a rentabilidade dos papéis listados no nível mais elevado de governança corporativa da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) é normalmente inferior ao avanço do Ibovespa.

O desempenho dos papéis seria uma indicação de que os investidores preferem apostar em empresas mais tradicionais, muitas vezes em níveis inferiores de governança corporativa, mas com a relação entre o preço da ação e diversos indicadores financeiros da companhia, melhores.

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3.6 – Rendimento de Longo Prazo

O plano estratégico cuida do longo prazo e ajuda o investidor a se posicionar com relação ao futuro. Contudo, a definição de longo prazo depende das características do negócio, da organização e do mercado onde ela atua.

A empresa Petrobrás pode definir longo prazo como 20 anos porque, como exploradora da principal matriz energética do país, envolve custos muito elevados, além processos complexos como a descoberta de novas reservas e a pesquisa em alternativas energéticas. Já empresas cujos produtos são comprometidos por custos menores de desenvolvimento em geral definem longo prazo como cinco anos.

Um sistema de governança corporativa é composto por um arcabouço de instituições, regulamentos e convenções culturais, que rege a relação entre as administrações das empresas e os acionistas ou outros grupos às quais as administrações, de acordo com o tipo de modelo, devem prestar contas. As características e o desenvolvimento desses modelos contribuem para a tomada de decisão doe investidores, que não buscam resultados imediatos, mas a realização em considerável tempo como parte integrante do negócio.

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CONCLUSÃO

A decisão pelo compartilhamento do poder nas empresas com a adesão às boas práticas de governança corporativa certamente passa pela avaliação criteriosa do retorno que essa medida proporcionará para a companhia e principalmente para o acionista controlador. Neste processo todos ganham com o aumento da eficiência da gestão, a redução do custo de capital, a entrada de novos investimentos que possibilitam o crescimento das empresas, chegando, inclusive, à proteção ao meio ambiente. Além disso, controles mais rigorosos dentro das empresas e padrões éticos mais elevados ampliam a arrecadação fiscal.

Temos ainda que o alinhamento entre os interesses dos acionistas e dos gestores não surge naturalmente e, para que isto ocorra, as regras do conselho devem ser transparentes no que se refere às funções que exercem a qualidade de seus membros, sua independência em relação ao principal executivo das empresas, além de outros fatores que representem sua capacidade de exercer o papel de defensores dos interesses dos acionistas.

Para tanto, a identificação de práticas de governança corporativa que assegurem aos acionistas a preferência de seus interesses, em especial em um contexto de globalização de investimentos, representa benefícios efetivos às organizações, tanto pela obtenção de capitais de longo prazo que suportem suas operações, bem como pela redução de custos de capital.

Esses benefícios podem ser traduzidos em resultados mediante a criação de valor para as empresas, os investidores e a própria economia do país, como: melhora da imagem institucional; maior visibilidade; maior demanda pelas ações; valorização das ações; menor custo de capital; empresas mais sólidas e competitivas; maior precisão na avaliação das ações; melhora do processo de

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acompanhamento e fiscalização; maior segurança quanto aos direitos societários; investimentos mais seguros e diversificados; redução de risco para o país; direcionamento de mais poupança para a capitalização das companhias; dinamização da economia; aumento de liquidez; e aumento de emissões.

Investir em ações de empresas com transparência e bom relacionamento com os acionistas é mais do que lucrativo. Observando o desempenho de 2004, temos que o IGC acumulou maior rentabilidade que o Ibovespa, com a tendência de valorização desses papéis no longo prazo.

A melhor maneira de demonstrar que há melhor receptividade, pelo mercado, para as empresas que adotam boas práticas de governança corporativa é analisando o desempenho da Carteira do Índice de Governança Corporativa, onde podemos destacar: (I) O rendimento acumulado da carteira em cinco anos, até dezembro de 2006, foi de 411,8%, superior às demais carteiras teóricas da Bolsa de Valores de São Paulo; (II) Comparado ao mercado americano no mesmo período, o rendimento passou para 455,4%, agregando o resultado da valorização do Real frente ao Dólar, que foi de 8,7% no período, (III) Com relação as principais bolsas européias a rentabilidade do índice convertido em euro, mesmo descontando a valorização do Euro frente ao Real, de 37,4%, foi de 271,9% , que superaram em 240% as melhores rentabilidades, em índice de bolsa, do continente.

Com os resultados obtidos, devido o aumento do volume de negócios nos últimos cinco anos, podemos afirmar que aos poucos, o próprio mercado vem “precificando” melhor as empresas que adotam boas práticas de governança corporativa – transparência, eqüidade e prestação de contas - que aliadas ao cumprimento das leis, a ética e a responsabilidade social geram valores atrativos o suficiente para que, cada vez mais, o empresário decida compartilhar seu poder e suas decisões na companhia.

Referências

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