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I Data: 17/02/08. III Tema: Embolização de artéria uterina para embolização de miomas

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I – Data:

17/02/08

II – Responsáveis Técnicos:

Silvana Márcia Bruschi Kelles; Christiane Guilherme Bretas; Izabel Cristina Alves Mendonça; Lélia Maria de Almeida Carvalho; Mariza Cristina Torres Talim; Sandra de Oliveira Sapori Avelar;

III – Tema:

Embolização de artéria uterina para embolização de miomas

IV – Especialidade(s) envolvida(s):

Radiologia Intervencionista e Ginecologia

V – Códigos envolvidos:

Rol de procedimentos da ANS: Embolização de Artéria Uterina para tratamento de miomas

CBHPM:4.08.13.74-6 -Porte 8C, número de auxiliares:01 e porte anestésico 05

VI – Questão Clínica / Mérito:

A embolização de artéria uterina, em pacientes com miomatose, é mais eficaz e segura que outras técnicas cirúrgicas como histerectomia ou miomectomia por cirurgia aberta ou vídeo-laparoscópica?

VII – Enfoque:

Tratamento

VIII – Introdução

A miomatose uterina é um achado extremamente freqüente. Estima-se sua prevalência entre 30 a 40% das mulheres entre 25 e 45 anos de idade. A maioria das pacientes é assintomática. As evidências científicas no manejo da

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miomatose são escassas. Não existem dados suficientes para decisões verdadeiramente consistentes sobre a indicação de tratamento.

O risco de malignização do mioma é estimado em 0,1%, o que é considerado insuficiente como justificativa para histerectomia profilática.

A sintomatologia decorrente da miomatose, às vezes, obriga a intervenção médica. Sangramento aumentado com repercussão clínica é uma das causas mais comuns de indicação de histerectomia.

A maior parte dos quadros de sangramento é provocada por miomas submucosos, acessíveis ao tratamento por histeroscopia – ressecção ou ablação.

A embolização do ramo da artéria uterina que nutre o mioma é a alternativa analisada neste trabalho, como tratamento minimamente invasivo.

Conclusão do trabalho:

Descrição da tecnologia: O objetivo da embolização da artéria uterina para tratamento da miomatose é a oclusão completa da artéria com partículas embolizantes que provocarão oclusão do vaso e necrose isquêmica do mioma sem outros efeitos sobre o útero. O procedimento é realizado por radiologista intervencionista em pacientes internadas. O procedimento necessita equipamento para angiografia de subtração digital que possibilite múltiplas angulações. A paciente será submetida à sedação intravenosa e analgesia durante o procedimento, sendo que a analgesia deve permanecer no pós-operatório. Todo equipamento para possível ressuscitação deve estar disponível e a equipe deve ter treinamento para atuação em emergências.

É realizada uma punção na artéria femoral direita com progressão do cateter até o ponto de vascularização do mioma. É realizada então a embolização. O agente mais utilizado para embolização é o álcool polivinil (PVA) disponível em partículas não biodegradáveis de vários tamanhos suspensas em solução de contraste. Na medida em que as partículas atingem o vaso alvo, o fluxo do contraste diminui até a oclusão da circulação, avaliada pela fluoroscopia.

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Todas as mulheres relatam dor importante após o procedimento, além de náusea e vômitos que requerem a utilização de opiáceos, antinflamatórios não esteróides e anti-eméticos potentes.1

Indicação da tecnologia:

A abordagem cirúrgica do mioma envolve a miomectomia, histerectomia ou ressecção histeroscópica quando o mioma é submucoso. A embolização de mioma surge como uma alternativa que, como outras, permite conservar o útero. A indicação para embolização de artéria uterina deveria ser restrita a pacientes com mioma sintomático com indicação de cirurgia. A paciente deve ser informada sobre as limitações do tratamento. Pacientes inférteis ou que desejam engravidar representam um caso particular. Pacientes com contra-indicações para cirurgia ou que tiveram cirurgia prévia sem sucesso, podem considerar a embolização uma alternativa aceitável.

O tratamento não tem indicação para adenomiose. A paciente não deve receber análogos de GnRH nos dois meses que antecedem o procedimento.

Miomas submucosos e intramurais respondem bem à embolização e diminuem de tamanho entre 60% em seis meses e 70% após um ano do tratamento. Alguns miomas vão desaparecer totalmente. A taxa de recorrência de miomas após o tratamento não é conhecida.1

IX – Metodologia:

Bases de dados pesquisadas: Biblioteca Virtual em Saúde – BVS (LILACS, MEDLINE e Biblioteca Cochrane ), PubMed

1. Descritores (DeCS) e Palavras-chave utilizadas:Embolização terapêutica- Embolization,therapeutic, mioma/tratamento- myoma/therapy, Histerectomia- Hysterectomy

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2. Desenhos dos estudos procurados: revisão sistemática, ensaios clínicos randomizados.

3. População incluída: mulheres na perimenopausa. 4. Período da pesquisa: atualização de 2003 a 2007. 5. Resultados da seleção bibliográfica:

[ x ] Estudos clínicos em humanos:

[ x ] estudos não randomizados: 05 [ x] Avaliação de Tecnologias: 02 [ x] Guidelines

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Nível de Evidência Científica por Tipo de Estudo - “Oxford Centre for Evidence-based Medicine” - última atualização maio de 2001XX

Grau de Recomendação

Nível de Evidência

Tratamento/

Prevenção – Etiologia Diagnóstico

1A

Revisão Sistemática (com homogeneidade) de Ensaios Clínicos Controlados e Randomizados

Revisão Sistemática (com homogeneidade)

de Estudos Diagnósticos nível 1 Critério Diagnóstico de estudos nível 1B, em diferentes centros clínicos

1B Ensaio Clínico Controlado e Randomizado

com Intervalo de Confiança Estreito

Coorte validada, com bom padrão de referência Critério Diagnóstico testado em um único centro clínico

A

1C Resultados Terapêuticos do tipo “tudo ou

nada”

Sensibilidade e Especificidade próximas de 100%

2A Revisão Sistemática (com homogeneidade)

de Estudos de Coorte

Revisão Sistemática (com homogeneidade)

de estudos diagnósticos de nível > 2

2B Estudo de Coorte (incluindo Ensaio Clínico

Randomizado de Menor Qualidade)

Coorte Exploratória com bom padrão de Referência Critério Diagnóstico derivado ou validado em amostras fragmentadas ou banco de dados

2C

Observação de Resultados Terapêuticos (outcomes research)

Estudo Ecológico

3A Revisão Sistemática (com homogeneidade)

de Estudos Caso-Controle

Revisão Sistemática (com homogeneidade)

de estudos diagnósticos de nível > 3B B

3B Estudo Caso-Controle

Seleção não consecutiva de casos, ou padrão de referência aplicado de forma pouco consistente

C 4 Relato de Casos (incluindo Coorte ou

Caso-Controle de menor qualidade)

Estudo caso-controle; ou padrão de referência pobre ou não independente

D 5 Opinião desprovida de avaliação crítica ou baseada em matérias básicas (estudo

fisiológico ou estudo com animais)

X – Principais estudos encontrados:

Revisão sistemática

Gupta e colaboradores2 avaliaram por meio de revisão sistemática, a comparação entre a embolização de artérias uterinas e procedimentos cirúrgicos (histerectomia, miomectomia) no tratamento de miomas uterinos.

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Foram incluídos 2 estudos randomizados com 234 mulheres, com período de seguimento pós-tratamento variável (6 meses a 2 anos). Os desfechos avaliados englobaram média de permanência e complicações decorrentes dos procedimentos, além da medida de efetividade (hemostasia) (Pinto 2003)9. O estudo EMMY (2005)8, avaliou desfechos relativos a complicações peri e pós-procedimento após 6 semanas por um período de seguimento de 2 anos. Mara e colaboradores7 avaliaram desfechos como média de permanência hospitalar, comorbidades (febre, infecção) e avaliação de efetividade (reintervenção, dor, hemostasia, duração do período de recuperação) em um período de seguimento médio de 17 meses. Os resultados, de um modo geral, demonstraram que a embolização oferece vantagens sobre os procedimentos cirúrgicos (histerectomia, miomectomia), principalmente no que se refere à baixa permanência hospitalar e retorno às atividades normais. Os níveis de satisfação (medidos por questionários de qualidade de vida) não demonstraram diferenças entre os procedimentos. A embolização está associada a maiores taxas de complicações menos graves no pós-operatório, como secreção vaginal, hematoma no local da punção e síndrome pós embolização (dor, febre, náusea e vômitos).Também relaciona-se a maiores taxas de procura por pronto atendimento e readmissão hospitalar após alta, quando comparada à histerectomia. Quanto às complicações mais graves não houve diferença entre os dois grupos. Com relação à fertilidade, a histerectomia vincula-se à perda da fertilidade se comparada à embolização. A revisão conclui que são necessários mais estudos para sustentar a superioridade de um ou outro procedimento avaliado.

Comentário: Revisão sistemática publicada na Colaboração Cochrane, que exibe critérios de avaliação e randomização, homogeneidade quanto aos desfechos avaliados, entretanto, evidencia baixo poder estatístico (pequeno nº de pacientes). As conclusões da revisão, no entanto, são limitadas e remetem à realização futura de mais estudos.

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Estudos de Avaliação de Tecnologias em Saúde

A revisão promovida pelo NICE3, abordou estudos sobre embolização de artérias uterinas, histerectomia e miomectomia com delineamentos metodológicos distintos (1 estudo randomizado, 2 estudos quasi-randomizados, 25 séries de casos). A revisão mostra, com base nos estudos que a compõem, que a embolização de artérias uterinas promove redução do volume dos miomas em torno de 40 a 75% além de melhora da sintomatologia associada ao mioma (60 a 95% dos pacientes). O nível de complicações relacionadas ao procedimento de embolização, em geral, é baixo. Dentre as complicações, observaram-se o risco de infecção, febre, necessidade de histerectomia, sangramentos e dor. Disfunção ovariana foi observada (2,5 a 14% das pacientes) mas em nível inferior à histerectomia. Concluiu-se que a embolização de artérias uterinas é um procedimento alternativo à histerectomia, nas mulheres que pretendem manter a integridade uterina e a potencial fertilidade.

Comentário: Revisão sistemática do NICE que se baseou em estudos de baixa qualidade metodológica no que diz respeito à comparação entre procedimentos terapêuticos (séries de casos, estudos quasi-randomizados). Apenas 1 questionário de qualidade de vida avaliou os pacientes por curto período de seguimento (6 meses, em média) e possuía as características de avaliação adequadas. Não houve declaração de potenciais conflitos de interesse.

A agência portenha IECS4 (Institute for Clinical Effectiveness and Health Policy) em 2006, avaliou a embolização de artérias uterinas em mulheres com miomas uterinos. A revisão realizada baseou-se em estudos randomizados conhecidos (Pinto 2003, EMMY 2005), avaliações de outras agências (NICE 2004) e

guidelines (American College of Gynecologists and Obstetricians 2005).11 A

embolização de artérias uterinas foi considerada pela agência como procedimento alternativo à histerectomia, porém com muitas limitações. As limitações se devem ao fato de haver poucos estudos randomizados e serem

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de baixa qualidade metodológica para suportar a indicação da tecnologia. Dentre os aspectos observados pela revisão está o fato de que a embolização deve ser avaliada como alternativa para mulheres que não possuem expectativas quanto à gravidez, uma vez que há incertezas quanto à probabilidade de gravidez após a embolização.

Estudos Clínicos Randomizados ou quasi-randomizados

O estudo randomizado REST5 foi realizado com a participação de 157 pacientes que se submeteram à embolização ou procedimentos cirúrgicos (histerectomia, miomectomia) para tratamento de miomas uterinos. O desfecho primário avaliado foi a qualidade de vida após 1 ano da realização do procedimento (embolização ou procedimento cirúrgico) e os desfechos secundários relacionavam-se à média de permanência hospitalar, necessidade de intervenções adicionais, sangramento e dor. Dentre os resultados dos estudos, não foram encontradas diferenças em 8 itens do formulário que avalia qualidade de vida (SF-36), em 1 ano. A média de permanência hospitalar no grupo embolização foi menor que no grupo cirúrgico (1 dia vs 5 dias, p<0,001) assim como as complicações maiores (12% vs 20%, p=0,22). Algumas pacientes (9%) que se submeteram à embolização necessitaram repetir um procedimento terapêutico e após 1 ano de seguimento 13% das pacientes do grupo embolização haviam retornado ao hospital em função de complicações maiores ou necessidade de re-intervenção.

Comentário: Os autores declaram conflito de interesses e o estudo foi

parcialmente financiado pela empresa que produz o agente responsável pela embolização (técnica de embolização não especificada no estudo).

Goodwin e colaboradores6 realizaram estudo quasi-randomizado com 209 pacientes que se submeteram à embolização de artérias uterinas ou miomectomia. O objetivo do estudo foi comparar os métodos terapêuticos, e os

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desfechos avaliados foram a qualidade de vida, média de permanência hospitalar, sangramentos, dor, diferenças nas dimensões do útero, eventos adversos. Os resultados demonstraram que as pacientes que se submeteram à embolização permaneceram menos no hospital (1 dia vs 2,5 dias) , retornaram mais rápido às suas atividades normais (15 dias vs 44 dias), ao trabalho (10 dias vs 37 dias) e o nível de eventos adversos ocorridos foi menor (22,1% vs 40,1%) quando comparado às pacientes submetidas à miomectomia. Em relação à qualidade de vida global não foram observadas diferenças significativas entre os 2 grupos de pacientes.

Comentário: Não houve declaração de conflito de interesses nem

citada fonte de financiamento. O estudo não possui delineamento metodológico adequado (ensaio clínico randomizado) e observou-se viés de seleção e avaliação.

Mara e colaboradores7 compararam os procedimentos de embolização de artérias uterinas e miomectomia em mulheres jovens que desejavam preservar a fertilidade. Um total de 63 mulheres foi submetida à embolização ou miomectomia. Este estudo teve como objetivo avaliar qual das modalidades demonstrava maior segurança para preservação da fertilidade, capacidade invasiva e nível de complicações com período médio de seguimento de 17 meses. A embolização mostrou-se superior quanto à rapidez na execução do procedimento, menor média de permanência hospitalar, menor perda sanguínea, menor concentração de mediadores inflamatórios. Todavia, houve maior necessidade de re-intervenções e taxas reduzidas de alívio sintomático total após a embolização. Não houve diferenças significativas entre os métodos quanto à satisfação, sucesso do procedimento, eventos adversos e níveis hormonais de FSH medidos por 6 meses. Os resultados demonstraram que a embolização e a miomectomia são procedimentos com taxa de sucesso elevada e não estão associados a taxa de complicações elevada.

Comentário: Estudo randomizado com baixa casuística, baixa qualidade, com baixa validade externa (apenas pacientes jovens), sem informações

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sobre tratamentos prévios e tamanho dos miomas. Não está descrito o critério para randomização, procedimento de embolização, e não há declaração de conflito de interesses. Período de seguimento foi curto para avaliação da manutenção da fertilidade das pacientes do estudo.

O estudo EMMY8 comparou os procedimentos de embolização de artérias uterinas e a histerectomia em pacientes portadoras de miomas uterinos que apresentavam sintomatologia. Cento e setenta e sete pacientes foram randomizadas e submetidas, respectivamente, a embolização ou histerectomia. Os desfechos do estudo foram complicações peri e pós-procedimentos, média de permanência hospitalar, taxa de readmissão em 6 semanas, visitas hospitalares inesperadas. As pacientes que se submeteram à embolização apresentaram maior taxa de complicações maiores (4,9% vs 2,7%, p=0,68), taxas de readmissão mais elevadas (11,1% vs 0%, p=0,003) e média de permanência hospitalar menor (2,5 dias vs 5,1 dias, p<0,001). O estudo concluiu que os procedimentos avaliados são similares e que a embolização apresenta vantagens importantes para o tratamento das pacientes portadoras de miomas uterinos.

Comentário: A conclusão do estudo não é suportada pelas análises realizadas: as complicações maiores foram semelhantes e houve mais readmissões hospitalares para o grupo da embolização. O único desfecho significativamente favorável à embolização foi a permanência hospitalar menor no per-operatório, entretanto as mulheres tiveram que ser readmitidas pós alta com mais freqüência.

Pinto e colaboradores9 compararam o procedimento de embolização de artérias uterinas com a histerectomia abdominal no tratamento de miomas uterinos. Em estudo prospectivo, randomizado e controlado com 57 pacientes com miomas (>10 cm), as pacientes foram randomizadas em dois grupos (embolização e histerectomia) e a segurança e efetividade dos procedimentos

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foi avaliada por meio dos desfechos: média de permanência hospitalar, hemostasia, complicações ou eventos adversos maiores ou menores. As pacientes do grupo da embolização obtiveram melhores resultados em: taxa de hemostasia elevada (86%), menor permanência hospitalar (4,1 dias, p<0.001) e menor incidência de complicações maiores decorrentes do procedimento adotado (embolização). O estudo concluiu que a embolização é segura e eficaz no tratamento do sangramento devido a miomas.

Comentário: Estudo de boa qualidade metodológica, porém com pequeno número de participantes. Os autores descrevem informações relativas à seleção dos pacientes (tratamento prévios recebidos pela pacientes), critérios de avaliação (intenção de tratar), randomização, perdas e exclusões de pacientes.

Guidelines

Andrews e colaboradores10 (Task Force on Uterine Artery Embolization /

Standard Division of the Society of Interventional Radiology) descreveram as

informações pertinentes ao método de embolização das artérias uterinas como alternativa de tratamento de miomas uterinos. Dentre os pontos mais importantes destacam-se:

1) Seleção da paciente: sangramento menstrual intenso, dor (pélvica, lombar, pernas) e sintomas específicos (pressão pélvica, desconforto geral, inchaço abdominal, incontinência urinária, compressão retal e uretral); 2) Contra-indicações para utilização da embolização: gravidez, infecções pélvicas ativas, neoplasias malignas, coagulopatias, comprometimento renal, alergia a contrastes radiológicos, endometriose;

3) Cuidados no período peri e pós-procedimento: é imperativo que a assistência à paciente seja realizada no sentido de tratar a dor e náuseas decorrentes do procedimento bem como as possíveis complicações decorrentes de infecções, com a utilização racional de medicamentos.

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O guideline do “American College of Obstetricians and Gynecologists11 (ACOG), preconiza que para mulheres com miomas uterinos sintomáticos a histerectomia é a única forma de promover a cura definitiva. Outras formas de tratamento, determinadas no guideline, incluem a miomectomia como alternativa importante para mulheres que desejam manter a integridade uterina para posterior gravidez.

Existe uma revisão sistemática contratada pelo Ministério da Saúde e disponível no site

www.saude.gov

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, com o título: EMBOLIZAÇÃO PARA O TRATAMENTO DE MIOMA UTERINO.

A conclusão dos revisores da Cochrane é a seguinte: A adoção da terapia por embolização deve incluir a preferência da paciente, desde que seja informada da possibilidade de gravidez futura, da sua intenção de preservar o útero, quando a alternativa é a histerectomia. Os custos são aparentemente menores, com menor período de internação. Foram constatados menor período de limitação funcional pós-cirúrgica e menor risco de complicações consideradas maiores com a técnica de embolização, quando comparada à histerectomia. Há riscos de necrose uterina e tecidos distintos do trato reprodutivo e choque séptico na embolização, mas ainda estão por ser determinados. Diante do número de publicações disponíveis e o entusiasmo dos adeptos da nova técnica, há urgência de estudos controlados de qualidade metodológica adequada.12

Comentário: a possibilidade de gravidez futura não está definida em nenhum dos trabalhos apresentados e não pode ser considerada como uma garantia com esse método. Os custos foram analisados do ponto de vista de permanência hospitalar exclusivamente, já que o custo da hemodinâmica, cateteres, fluoroscopia, honorários médicos e o próprio PVA excedem em muito os custos com a miomectomia ou histerectomia aberta ou por

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vídeo-laparoscopia. Os trabalhos são ainda inconclusivos sobre riscos de complicações maiores e menores.

XI – Considerações finais:

O tratamento de miomas uterinos apresenta opções consagradas como a histerectomia, miomectomia, e mais recentemente, a embolização de artérias uterinas.

Poucos estudos clínicos randomizados compararam a embolização de artérias uterinas com os procedimentos cirúrgicos citados (histerectomia, miomectomia).

Os estudos randomizados encontrados5,7,8,9 que realizaram a comparação, possuem qualidade metodológica baixa (com uma exceção, o estudo de Pinto e colaboradores9), baixa casuística (que influencia o poder estatístico do estudo) e heterogeneidade de resultados.

Os desfechos avaliados nos estudos apresentaram-se homogêneos e centrados nas características clínicas (comorbidades, qualidade de vida, sintomatologia). Os períodos de seguimento dos pacientes, demonstrados nos estudos randomizados, mostraram-se curtos, o que limita a conclusão sobre a efetividade e segurança da embolização frente aos procedimentos cirúrgicos (histerectomia e miomectomia).

Tanto a embolização quanto a histerectomia atingem seus objetivos no sentido de promover a minimização do sangramento nas pacientes e manutenção de qualidade de vida. As diferenças entre os métodos relacionam-se à média de permanência hospitalar, taxa de complicações maiores e menores, taxa de re-intervenções e de visitas hospitalares esporádicas (Nível de evidência B). O guideline descrito por Andrews e colaboradores enfatizou pontos importantes sobre o tratamento de miomas uterinos: critérios de seleção de pacientes para a realização da embolização (sangramento menstrual intenso, dor pélvica, lombar, nas pernas, pressão pélvica, desconforto geral, inchaço abdominal, incontinência urinária, compressão retal e uretral); contra-indicações para

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realização da embolização de artérias uterinas (gravidez, infecções pélvicas ativas, malignidade, coagulopatias, comprometimento renal, alergia a contrastes radiológicos, endometriose) bem como suas complicações (dor, náuseas, infecções, recidivas de sangramentos). Já a ACOG em seu guideline estabelece que o único procedimento que promove cura de miomas uterinos é a histerectomia. Este fato é corroborado pelas evidências encontradas nos estudos randomizados se for analisado o nível de reincidência de histerectomia ou ainda quando há falha na embolização, em que se opta por procedimento cirúrgico (histerectomia) (Nível de evidência C).

Baseado nas evidências encontradas sobre a embolização das artérias uterinas em comparação a outras intervenções:

- Não diferem com relação ao resultado esperado (hemostasia, qualidade de vida);

- Não permite definir com certeza se uma paciente poderá preservar a fertilidade, e, posteriormente, engravidar;

- Apesar da menor média de permanência hospitalar observada nas pacientes submetidas à embolização, este procedimento suscita maior nível de visitas hospitalares esporádicas e taxas de re-intervenção, quando comparados à histerectomia;

- A embolização de artérias uterinas possui critérios para seleção das pacientes que se submeterão ao tratamento. Cabe ressaltar que este procedimento também possui contra-indicações, uma vez que não é isento de complicações;

Desse modo, ainda é precoce a indicação da embolização de artérias uterinas para tratamento de miomas em relação aos procedimentos consagrados, uma vez que os estudos randomizados comparando os métodos são limitados, não possuem qualidade suficiente para garantir a segurança, efetividade e superioridade da embolização frente à histerectomia ou miomectomia.

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OBSERVAÇÃO: APESAR DA AUSÊNCIA DE EVIDÊNCIAS CONSISTENTES PARA BALIZAR A REALIZAÇÃO DO PROCEDIMENTO, ENFATIZAMOS QUE MESMO FAZ PARTE DO ROL DE COBERTURAS DA AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE.

XIII – Referências:

1. Royal College of Radiologists, Royal College of Obstetricians and Gynaecologists. Clinical Recomendation on the use of uterine artery embolisation in the management of fibroids. Report of a joint working Party. 2000, atualizado em 2006; Acesso em: 20 dez. 2007. Disponível em: http://www.library.nhs.uk/GuidelinesFinder/ViewResource.aspx?resID=2987 2&tabID=288

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for symptomatic uterine fibroids.(Cochrane Review). In: The Cochrane Library, n.4, 2007. Oxford: Update Software.

3. Coleman P, Ayiku L, Nicholl J, Cross E. Systematic review of the efficacy and safety of uterine artery embolisation in the treatment of fibroids.National Institute for Clinical Excellence Interventional Procedures Programme -NICE: 110 p., 2004. Acesso em: 19 nov. .2007. Disponível em: .http://www.nice.org.uk/nicemedia/pdf/ip/ip020systematicreview.pdf.

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7. Mara M, Fucikova Z, Maskova J, Kuzel D, Haakova L. Uterine fibroid embolization versus myomectomy in women wishing to preserve fertility: preliminary results of a randomized controlled trial. Eur J Obstet Gynecol Reprod Biol 2006;126(2): 226-33.

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12. Centro Cochrane do Brasil. Embolização para o tratamento de mioma uterino. Acesso em: 20 dez. 2007. Disponível em:.

http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/embolizacao_para_mioma_uter ino_txt.pdf

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Anexo1 - Análise do Impacto Financeiro:

O custo da embolização da artéria uterina, cotado em operadora de saúde (valores de novembro de 2007) foi de R$ 6.378,00 por procedimento.

Referências

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