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- - - A IMPORTÂNCIA DO TRABALHO DE PÉS COMO FUNDAMENTO PARA A AGRESSIVIDADE OFENSIVA MANUEL CAMPOS

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Academic year: 2021

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A IMPORTÂNCIA DO TRABALHO DE

PÉS COMO FUNDAMENTO PARA A

AGRESSIVIDADE OFENSIVA

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Muitos treinadores alicerçam o seu trabalho, e o trabalho das suas equipas, no sistema de jogo. Apenas poucos reconhecem que não há sistemas milagrosos e consideram que qualquer sistema só resulta quando os jogadores que o interpretam possuem, no seu equipamento técnico, os fundamentos necessários para a sua execução – fundamentos esses individuais ou colectivos, segundo exijam ou não a interacção dos vários jogadores, quer na defesa, quer no ataque.

Porque o tratamento dos fundamentos deverá estar sempre presente no ensino e no treino, resolvemos escolher como tema para a nossa intervenção “O Trabalho de Pés como Base da Agressividade Ofensiva”. O desenvolvimento desta ideia surgiu-nos quando durante uma acção de aperfeiçoamento de jovens, um treinador estagiário que acompanhávamos, manifestou algumas dúvidas sobre determinado trabalho de pés ofensivo por nós proposto, alegando ser irregular ou que no caso de não o ser “os árbitros sancionavam”. Logo de seguida, outro treinador, com grande responsabilidade na formação dos nossos jovens, alerta-nos que a maioria dos treinadores já não ensinava determinadas técnicas porque a arbitragem, em jogo, considerava-as “violações”.

Ficámos então na terrível dúvida se uma má preparação dos árbitros estava a condicionar o progresso técnico dos nossos jovens jogadores e avançámos nas investigações. Consultámos alguns árbitros portugueses internacionais de grande prestígio, participámos em acções de formação de árbitros a níveis regional e nacional. No cumprimento da nossa missão de coordenadores regionais de formação, aproveitámos os convites de vários clubes para acções junto de jogadores e treinadores para esclarecer sobre o ensino e o treino do trabalho de pés ofensivo (legal), que pode enriquecer tecnicamente os nossos jovens praticantes de basquetebol tendo sempre a preocupação de primeiro há que ensinar porque só depois se está em condições de treinar.

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Durante essas sessões muitas dúvidas se levantaram por parte de alguns jogadores e até treinadores.

Nesta acção, cujo objectivo é alertar para os pormenores do trabalho de pés no ataque, com grande incidência nos movimentos de apoio entre o calcanhar e a ponta do pé, como fundamentais para o equilíbrio, domínio corporal e rendimento, nos momentos de paragem, salto e arranque, iremos tentar demonstrar que todos os movimentos de pés no ataque e até em determinadas técnicas defensivas são comuns e fáceis de ensinar e após a sua aprendizagem deverão ser repetidas em treino, uma vez que qualquer gesto técnico só se tornará eficiente a partir da milésima repetição correcta.

Todo o trabalho de pés que chamaremos tal como Wolfgang Hercher de trabalho “estrelado” está, portanto, presente:

- no trabalho para recepção de bola;

- após a recepção da bola em corrida e continuação da progressão para o cesto utilizando um ou dois apoios (legais);

- após a recepção da bola em corrida e progressão em dribling utilizando um ou dois apoios (legais);

- após recepção da bola com paragem num ou dois apoios (legais); - na utilização das rotações sobre o pé eixo (legal);

- na utilização da elevação do pé eixo para lançar ou passar; - nas fintas de lançamento;

- nas fintas de arranque em

dribling

;

- nas fintas combinadas de lançamento e arranque em

dribling

;

- nos arranques em

dribling

, directos, cruzados, de envolvimento ou de regresso da tentativa de envolvimento;

(4)

- durante o

dribling

com fintas e apoios directos, cruzados ou de envolvimento e respectivas fintas durante o

dribling

;

- durante

dribling

com mudanças de direcção pela frente, por baixo das pernas ou por

trás das costas;

- após paragem do

dribling

com hipóteses (legais) de posterior trabalho de pés para utilização do levantamento do pé de apoio para lançar ou passar;

- e um etc. que envolve várias combinações (legais).

E tudo começa no ensino e principais preocupações a observar: - ensinar a gostar nos escalões de Iniciados;

- ensinar a treinar nos escalões de Cadetes; - ensinar a competir nos escalões de Juniores; - ensinar a render no escalão de Sénior.

Sabendo que “o mesmo remédio não deve ser recomendado para todos os doentes”, sabendo igualmente que não devemos, nos escalões mais jovens, sujeitar os praticantes a uma especialização (tipo base, extremo e poste), curiosamente verificamos que no basquete de alto rendimento todos os jogadores têm de resolver situações de ataque quer em posições exteriores quer em posições interiores.

Acreditamos e sempre acreditámos que, desde os Iniciados até ao alto rendimento, todos os fundamentos deverão ser progressiva e metodicamente ensinados e treinados, observando com rigor todos os pormenores. Acreditamos igualmente que devemos dar aos jovens o gozo de “saborear” os movimentos básicos através de pré-técnicas simples até que progressivamente venham a “descobrir” as técnicas correctas que conduzirão ao alto rendimento. E quando eles não “descobrem” há que ensinar!

(5)

AQUECIMENTO

Bateria de trabalho de pés sem bola

- sentir o calcanhar e a ponta do pé andando

- correndo e rodando

- saltando

Exercícios pré-técnicos: trabalho de pés seguido de salto

PÉ EIXO

Directo Frente Directo Lateral

Directo Atrás Cruzado

Envolvimento

Finta de envolvimento com regresso (trabalho sem bola executado para ambos os lados)

(6)

Trabalho de pés após recepção da bola

trabalho simétrico com auto-passe - enquadrar com o cesto após recepção - lançar - fintar/lançar - fintar/arranque cruzado /arranque directo /arranque directo /cruzado/envolvimento /envolvimento/regresso (seguidos de lançamento curto) (seguidos de paragem a 2 tempos) - lançamento com apoio cruzado - lançamento com apoio directo

- lançamento com apoio de envolvimento - lanç. com regresso do envolvimento Pé de apoio (pé eixo)

de dentro

Enquadramento com o cesto após recepção da bola

(7)

- Idem desde o enquadramento todos os movimentos anteriores

de trabalho estrelado após

paragem de

dribling

- arranque directo após recepção (seguido de bandeja)

(seguido de paragem a 2 tempos) - rodar protegendo a bola

todos os movimentos de trabalho

estrelado após paragem do

dribling

Pé de apoio (pé eixo) de fora

Enquadramento com o cesto após recepção da bola

Pé de apoio (pé eixo) de fora

Arranque directo após recepção da bola

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trabalho simétrico com auto-passe - arranque directo após recepção (seguido de bandeja)

- finta de directo/regresso/lanç. curto - arranque cruzado/lançamento curto - arranque cruzado/envolvimento - finta de envolvimento/regresso - introdução do “

back step

- introdução do trabalho de pés em regime livre com execução cuidada das técnicas de lançamento

O TRABALHO “ESTRELADO”

PARA BASES, EXTREMOS E POSTES

A TRIPLA AMEAÇA

VS.

A MÚLTIPLA AMEAÇA DO TRABALHO ESTRELADO

(ANTES, DURANTE E APÓS O DRIBLING) Arranque directo após

recepção da bola

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O lançamento legal levantando o pé de apoio e a analogia com o lançamento na passada

1º APOIO PÉ PIVOT

2º APOIO

DE PARAGEM A 2 TEMPOS

1º APOIO 2º APOIO DE CHAMADA

PARA LANÇAMENTO NA PASSADA

O JOGADOR PODERÁ

LAVANTAR O PÉ DE APOIO (PIVOT) PARA LANÇAR OU PASSAR

(35.2.2 PROGREDIR C/ BOLA)

PÉ PIVOT

APÓS PARAGEM A 2 TEMPOS

(10)

A REGRA DO CAMINHAR

*

Art. 35 Regra do Caminhar

35.1 Definição

35.1.1 Passos é o movimento ilegal de um ou ambos os pés para além do limite estipulado neste artigo em

qualquer direcção, enquanto detém uma posse da bola viva em campo.

A

PARAGEM A

1

TEMPO

A NOÇÃO DE PÉ EIXO

*

35.2 Regra

35.2.1 Determinação do pé eixo

Um jogador que recebe a bola com ambos os pés no chão pode usar qualquer um dos pés como pé eixo. A partir do momento em que um pé é levantado, o outro passa a ser o pé eixo.

O jogador que recebe a bola em movimento ou em drible pode parar das seguintes formas: - Se um do pés toca no solo:

• Esse pé torna-se o pé eixo assim que o outro pé tocar o solo.

• O jogador pode saltar sobre aquele pé, tocar o solo com ambos os pés simultaneamente e nesse caso nenhum pé pode ser o pé eixo.

(11)

- Se ambos os pés não estão em contacto com o solo e o jogador:

• Toca o solo simultaneamente com ambos os pés, então qualquer pé pode ser o

pé eixo. No momento em que um dos pés for levantado o outro torna-se o pé eixo.

• Toca no solo primeiro com um pé e em seguida com o outro, então o primeiro pé

a tocar o solo torna-se o pé eixo.

• Toca no solo com um pé, salta sobre ele e em seguida toca no solo

simultaneamente com os dois, então nenhum pé pode ser o pé eixo.

A

PARAGEM A

2

TEMPOS

(aqui não há pé eixo) Hipóteses de finta e

arranque em

dribling

1º pé de apoio (pé eixo)

(12)

A NOÇÃO DE ROTAÇÃO

*

(calcanhar/ponta do pé)

35.1.2 Uma rotação ocorre quando um jogador que detém a posse da bola viva em campo

desloca o mesmo pé uma ou mais vezes em qualquer direcção, enquanto mantém o outro pé, chamado o pé eixo, no seu ponto de contacto com o solo.

35.2.2 Progredir com a bola

• Depois de ter escolhido o pé eixo, tendo a posse da bola viva em campo, o jogador:

- Pode levantar o pé eixo para lançar ao cesto ou para passar a bola mas esta deve deixar a(s) sua(s) mão(s) antes que o pé eixo toque de novo no solo.

- Quando inicia um drible o pé eixo não pode ser levantado antes da bola deixar a(s) mão(s).

Depois de ter parado, quando nenhum dos pés é considerado o pé eixo, o jogador:

- Pode levantar um ou ambos os pés para lançar ao cesto ou para passar a bola mas esta deve deixar a(s) mão(s) antes que um dos pés toque de novo no solo.

- Quando inicia um drible nenhum pé pode ser levantado antes que a bola deixe a(s) mão(s).

35.2.3 Jogador caído, deitado ou sentado no chão

É legal quando um jogador, enquanto segura a bola, cai no chão ou enquanto deitado ou sentado no chão, ganha a posse da bola.

(13)

*

Texto retirado das Leis do Jogo.

Art. 25 Traveiliflg 25.1 Definitiorn

25.1.1 Travelling is the illegal movement of one or both feet beyond the limits outlined in this article, in any direction, while holding a live ball on thee court.

25.1.2 A pivot is the legal movement in which a piayer who is holding a live ball on the court steps once or more than once in any direction with the same foot, while the other foot, called the pivot foot, is kept at its point of contact with the floor.

25.2 Rule

25.2.1 Establishing a pivot foot for a player who catches a live ball on the court. — While standing with both feet on the floor:

— The moment one foot is lifted, the other becomes the pivot foot. — While moving or dribbling:

— If one foot is touching the floor, that foot becomes the pivot foot.

— If both feet are off the floor and the player lands on both feet simultaneously the moment one foot is lifted, the other becomes the pivot foot.

— if both feet are off the floor and the player lands on one foot, then that foot becomes the pivot foot. if a player jumps off that foot and comes to a stop landing on both feet simultaneously. then neither foot is a pivot foot.

25.2.2 Progressing with the ball for a player who has established a pivot foot while having the control of a live ball on the court:

White standing with both feet on the floor:

— To start a dribble, the pivot foot may not be lifted before the ball is released from the hand(s). — To pass or shoot for a field goal. the player may jump off a pivot foot, but neither foot may be returned to the floor before the ball is released from the hand(s)

86 - RULES

A player comes to a legal stop and pivots. After his last pivoting step he lifts his pivot foot, while his other foot is still being kept in contact with the floor and then shoots for the basket. Legal play.

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Por último e a fim de reflectirmos sobre o assunto... Para que se interpretem com eficiência e eficácia os movimentos colectivos de ataque, desde o passar e cortar, o aclarar, os diversos tipos de bloqueio, há que possuir no equipamento técnico um trabalho de pés rico, que permita decidir com vantagens perante problemas apresentados pelo adversário.

Neste nosso regresso ao Basquetebol português temos vindo a verificar que a par de melhorar condições atléticas, os nossos jovens carecem de entre outros fundamentos, o de saber trabalhar com os pés, o de saber olhar para poder ver, e ainda de saber ver sem muitas vezes olhar (a visão periférica também se treina).

Muitos dos treinadores com quem tenho contactado queixam-se que os seus jogadores não sabem ler o jogo. Teremos prontos de ensinar os nossos jovens a saber como olhar ou não olhar, mas sempre a ver tudo e através do treino melhorar a sua visão periférica.

Fica para uma próxima ocasião a abordagem destes novos temas. Até lá pensem no assunto.

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MANUEL JORGE DOS SANTOS FERREIRA CAMPOS

Nascido em Lisboa no dia 3 de Fevereiro de 1937

Começou a praticar basquetebol no Liceu Camões com 13 anos tendo ingressado no Sport Lisboa e Benfica em 1952, clube que representou até 1964.

Foi seleccionado para a equipa Nacional Sénior aos 19 anos e deixou de ser jogador internacional aos 26 anos, altura em que abandonou a alta competição.

Iniciou a actividade de Treinador em 1964 tendo frequentado com aproveitamento os seguintes cursos:

1964 - Curso de Monitores Regionais (A.B.L.) 1967 - Curso de Basquetebol do I.N.E.F. 1975 - Curso de Treinadores Estagiários 1975 - Curso de Treinadores Regionais

1977 - Curso de Treinadores Nacionais (1ª fase) 1983 - Curso de Treinadores Nacionais (2ª fase)

Trabalhou como treinador nos seguintes clubes e escaldes: Sport Clube Maria Pia

- Seniores masculinos

Clube Nacional de Natação

- Juvenis masculinos. - Juniores masculinos - Seniores masculinos - Juniores femininos - Seniores femininos

Futebol Clube Barreirense

- Juniores masculinos - Seniores masculinos

Sporting Clube de Portugal

- Juniores masculinos

Clube Internacional de Futebol

- Juniores femininos - Seniores femininos

Carnide Clube

- Seniores femininos

Ateneu Comercial de Lisboa

- Juniores femininos

Sport Algés e Dafundo

- Juvenis masculinos - Seniores masculinos - Juniores femininos

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Centro Desportivo Universitário de Angola

- Juniores masculinos - Seniores masculinos

F.C. “Os Belenenses de. Luanda

- Seniores masculinos - Seniores femininos

Sport Luanda e Benfica

- Seniores masculinos - Juniores masculinos - Seniores femininos

Futebol Clube Vila Clotilde

- Juvenis masculinos - Juniores masculinos - Seniores masculinos

Foi Treinador e Seleccionador Regional e Nacional de vários escalões etários, masculinos e femininos:

- Seleccionador de Lisboa de Seniores masculinos - Seleccionador do Sul de Seniores masculinos - Seleccionador Nacional de Cadetes masculinos - Seleccionador Nacional de Cadetes femininos - Seleccionador de Angola de Juniores masculinos - Seleccionador de Angola de Seniores masculinos - Seleccionador de Angola de Esperanças masculinos

- Seleccionador Universitário de Angola em Seniores masculinos

Na formação de treinadores actuou como prelector em cursos de estagiários e presentemente é o Coordenador Regional de Formação da E.N.B. para o distrito de Lisboa.

Na acção associativa de treinadores, foi fundador da A.N.T.B. e seu primeiro presidente eleito. Desempenhou mais tarde o cargo de presidente da Assembleia Geral desta mesma associação.

Referências

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