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REF: NOTA TÉCNICA SOBRE LEI /2000, PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS E RESULTADOS

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Academic year: 2021

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SHS – Quadra 06, Conjunto “A” – Bloco “E” – Sala 320/323 – Edifício Business Center Park – Complexo Brasil XXI – Brasília-DF – CEP : 70.322-915 Fone: (61) 3039-9590 – 30399591 – (61) Fax: 30399592 Brasília, 26 de outubro de 2007. À FENADADOS A/C

Sr. Carlos Alberto Valadares Pereira DD Presidente

REF: NOTA TÉCNICA SOBRE LEI 10.101/2000, PARTICIPAÇÃO NOS

LUCROS E RESULTADOS

Prezado Senhor,

Conforme solicitado, segue anexo Nota Técnica referente a aplicação da Lei de Participação nos Lucros e Resultados – Lei 10.101/200.

Atenciosamente

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NOTA TÉCNICA

LEI 10.101/2000 - Participação nos Lucros ou Resultados

A presente Nota Técnica visa esclarecer os procedimentos a serem adotados para se firmar um Acordo ou Convenção Coletiva de Trabalho para tratar sobre a participação nos lucros ou resultados da empresa Dataprev.

Inicialmente é de se estranhar tamanha confusão que vem ocorrendo dentro da empresa referente a aplicação da presente Lei. Isto porque, como se pode notar, a Lei 10.101/2000, existe há mais de sete anos. E mais. Os negociadores da Dataprev já participaram como membros representantes dos sindicatos.

Diante da confusão existente, passo à Nota Técnica.

A lei 10.101/2000 dispõe sobre a participação nos Lucros ou Resultados das empresas. A referida lei regulamenta o disposto no artigo 7º, inciso XI da Constituição da República do Brasil.

O artigo 2º da Lei 10.101/2000 diz expressamente:

Art. 2o A participação nos lucros ou resultados

será objeto de

negociação

entre a empresa e seus empregados

, mediante um

dos procedimentos a seguir descritos,

escolhidos pelas

partes de comum acordo:

I - comissão escolhida pelas partes, integrada, também, por um representante indicado pelo sindicato da respectiva categoria;

II - convenção ou acordo coletivo.

Não há necessidade de grandes interpretações para constatarmos que:

1. A lei exige a negociação coletiva;

2. um do procedimentos a serem adotados, incisos I e II, será

escolhidos pelas partes de comum acordo:

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Como também é de conhecimento comum, na lei não existem palavras inúteis. Portanto, quando a lei exige, no caput do artigo 2º, a negociação coletiva, está a se referir ao disposto no artigo 8º, inciso VI, da CRB/88 que concede ao sindicato o monopólio da negociação coletiva, bem como a obrigatoriedade de sua participação em qualquer procedimento negocial. Tanto isso é verdade, que no caso do inciso I, há necessidade de estar presente um representante do sindicato da respectiva categoria.

A negociação coletiva inicia-se, inclusive, com a escolha de um dos procedimentos constantes nos incisos I e II. Observe-se que a 2ª oração constante no caput do artigo 2º expressamente consigna que:

“[...] mediante um dos procedimentos a seguir descritos,

escolhidos pelas partes de comum acordo”:

Portanto, a escolha de um dos procedimentos constantes nos incisos I e II terá que ser OBRIGATÓRIAMENTE ESCOLHIDO ATRAVÉS

DE NEGOCIAÇÃO COLETIVA COM AS ENTIDADES SINDICAIS, DE COMUM ACORDO.

A Dataprev tem insistido em oficiar a FENADADOS solicitando que ela indique um representante do sindicato para compor a comissão. Ora, como mencionado acima, a FENADADOS não participou de nenhum processo de negociação para a escolha de um dos procedimentos constantes nos incisos I e II. Sequer participou da escolha da comissão que, conforme expressamente consigna o inciso I do 2º diz que a “comissão escolhida pelas partes”.

Portanto, o ato da empresa em solicitar a Fenadados que indique um representante do sindicato para compor a comissão está eivada de ilegalidade, isto porque:

1. A FENADADOS não participou de nenhum processo de

negociação para a escolha de um dos procedimentos constantes

nos incisos I ou II do 2º e

2. Não participou de nenhum processo de negociação para a

escolha da comissão.

Fica evidente que a intenção da Dataprev é tornar um fato consumado, ou seja, escolheu o procedimento constante no inciso I, unilateralmente e quer, diante da ilegalidade de procedimento, legitimar este fato com a indicação por parte da FENADADOS de um representante. Ao indicar, não mais poderá a FENADADOS alegar a nulidade de procedimento, posto que caracterizará o aceite expresso do procedimento escolhido unilateralmente pela empresa.

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Como mencionado acima, os procedimentos devem ser objeto de negociação coletiva. Não poderá haver escolha unilateral.

A lei quando exige a negociação coletiva tem a intenção de proteger os trabalhadores, na medida em que, como o monopólio da negociação coletiva é do sindicato, os trabalhadores não sofrerão pressão por parte da empresa – como alías vem fazendo a Dataprev – para aceitar a distribuição que, ao fim e ao cabo, será escolhida pela empresa.

Dou como exemplo o antigo procedimento adotado na negociação da Datamec, objeto de negociação com as entidades sindicais, que, quando da existência de comissão de empregados, estes, acabavam se rebelando contra os sindicatos, em razão da pressão da empresa. Lembro que ocorreram demissões de trabalhadores que não concordaram com a empresa e votaram com os sindicatos.

CONCLUSÃO

A Lei é clara. Qualquer um dos procedimentos a serem adotados pelas partes, constantes nos incisos I e II, obrigatoriamente deverá ser objeto de negociação coletiva com os sindicatos.

Não há escolha unilateral da empresa.

A composição da comissão quer pelo procedimento do inciso I, quer pelo procedimento do inciso II, deverá ser obrigatoriamente ser objeto de negociação coletiva.

Os ofícios enviados pela Dataprev à FENADADOS, solicitando a indicação de um representante dos sindicatos para compor a comissão demonstra claramente que ocorreu uma escolha unilateral por parte da empresa pelo procedimento do inciso I do artigo 2º, ocorrendo, este ato, em ilegalidade, posto que descumpriu o disposto no caput do artigo 2º.

A FENADADOS poderá convalidar este ato ilegal da empresa em escolher unilateralmente o procedimento constante no inciso I, se indicar um nome como representante.

Caso contrário, a empresa deverá iniciar o processo de negociação coletiva com os sindicatos para escolherem os procedimentos e composição da comissão.

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È ilegal a escolha direta pelos trabalhadores sem a anuência dos sindicatos. Se a empresa assim agir, além de violar o disposto no caput do artigo 2º da Lei 10.101/2000, este ato caracterizará uma prática anti sindical, na medida em que visa a exclusão dos sindicatos para não negociar com eles, violando o disposto nas Convenções nº 87, 98 e 135 da OIT.

A insistência da empresa em excluir a participação dos sindicatos na negociação da PLR poderá ser objeto de representação junto ao Ministério Público do Trabalho.

SMJ

É a Nota Técnica.

MARTHIUS SÁVIO CAVALCANTE LOBATO Consultor Jurídico da FENADADOS

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