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Estudo sobre a relação da engenharia de produção na gestão sustentável empresarial / Study on the relationship of production engineering in sustainable business management

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 7, p. 49391-49399, jul. 2020. ISSN 2525-8761

Estudo sobre a relação da engenharia de produção na gestão sustentável

empresarial

Study on the relationship of production engineering in sustainable business

management

DOI:10.34117/bjdv6n7-547

Recebimento dos originais: 03/06/2020 Aceitação para publicação: 21/07/2020

Maria Soares de Lima

Bacharel em Ciências Contábeis Instituição: Universidade de Caxias do Sul

Endereço: Marechal Deodoro 230, Centro Bento Gonçalves/RS E-mail: etica.consultoriaempresarial.m@gmail.com

Macáliston Gonçalves da Silva

Doutor em Engenharia de Produção e Sistemas Instituição: Universidade do Vale do Rio dos Sinos

Endereço: Universidade Luterana do Brasil. Avenida Farroupilha, 8001 - Prédio 14 sala 121- São José 92425900 – Canoas/RS - Brasil

E-mail: macaliston@ulbra.edu.br

RESUMO

Este trabalho tem como objetivo levantar qual a contribuição da Engenharia de Produção na gestão sustentável das empresas. O artigo busca o que foi produzido e publicado, agregando conhecimento pela comunidade acadêmica sobre os temas que contribuem a este trabalho. Foram utilizadas palavras-chaves para coleta da amostra como sustentabilidade, desenvolvimento sustentável, decisão estratégica e Engenharia de Produção. Foi possível concluir que o tema sustentabilidade está cada vez mais presente nas organizações, sendo a sustentabilidade visto pelas empresas como decisão estratégica, da qual profissionais de diversas áreas e demais stakeholders precisam estar envolvidos pela mesma causa para que seja possível a aplicação deste pensamento no meio ambiente. Conclui-se que o engenheiro de produção possuí grande importância na aplicação destes projetos sustentáveis, a partir da exemplificação de alguns projetos executados em empresas que aderiram ao desenvolvimento sustentável.

Palavras-chave: sustentabilidade, desenvolvimento, engenharia, organização. ABSTRACT

This paper aims to identify the contribution of Production Engineering to the sustainable management of companies. The article searches for what has been produced and published, adding knowledge by the academic community about the themes that contribute to this work. Keywords were used to collect the sample as sustainability, sustainable development, strategic decision and Production Engineering. It is possible to conclude that the sustainability theme is increasingly present in organizations, and sustainability is seen by companies as a strategic decision, of which professionals from different areas and other stakeholders need to be involved for the same cause so that it is possible to apply this thinking in the environment. It is concluded that the production engineer has great importance in the application of these sustainable projects, from the exemplification of some projects executed in companies that have adhered to the sustainable development.

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 7, p. 49391-49399, jul. 2020. ISSN 2525-8761 Keywords: sustainability, development, engineering, organization.

1 INTRODUÇÃO

Em uma sociedade consumista, onde cada vez mais surgem produtos novos, com novas tecnologias, onde a competitividade empresarial é acirrada, pensar nas gerações futuras pode ser uma característica favorável na hora de escolhas pelos consumidores. Porém, a realidade do meio ambiente mostra que a beleza de hoje parece que não fará parte das gerações futuras. Pensar no desenvolvimento sustentável indica ser importante e parte necessária na gestão estratégica das organizações.

A primeira Conferência Mundial sobre o Meio Ambiente foi realizada em 1972 na capital da Suécia, cidade de Estocolmo. Centenas de países participaram para discutir a relação entre homem-meio ambiente. Como principal tema neste evento foi a oposição entre o homem-meio ambiente e o crescimento econômico. No ano seguinte, aqui no Brasil foi criada a Secretaria Especial do Meio Ambiente, hoje chamada de Ministério do Meio Ambiente (ANTONOVZ, 2014).

O desenvolvimento sustentável é a interligação dos sistemas morais ou éticos que estabelecem valores no que diz respeito aos direitos humanos, a democracia e o direito à liberdade. Quando ocorre a harmonia dos sistemas de valores com o respeito sustentável, priorizando o que deve ser feito, pode-se dizer que ocorre o depode-senvolvimento sustentável (HOLDEN, LINNERUD e BANISTER, 2016).

Para Jones, Michelfelder e Nair (2017), a Engenharia é uma das importantes áreas que tem a capacidade de fazer mudanças para a sustentabilidade. Neste sentido, estabelecendo projetos que estejam engajados a mentalidade do desenvolvimento sustentável, fazendo parte de uma cultura destes profissionais.

A motivação deste artigo surgiu da visão estratégia da gestão empresarial, onde competir por mercado consumidor é cada vez mais difícil. Nas últimas décadas e cada vez mais o termo sustentabilidade se destaca. Assim, este artigo tem o objetivo de fazer uma revisão bibliográfica dos assuntos relacionados a sustentabilidade, ao desenvolvimento sustentável como estratégia de gestão e investigar quais são suas relações com a Engenharia de Produção na tomada de decisões sustentáveis.

Este trabalho primeiramente elucida o referencial teórico relacionado aos assuntos propostos e relevantes a pesquisa. Em seguida, traz o estudo da aplicação de tais conceitos encontrados na literatura. Sendo encerrado com as considerações finais desta investigação.

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 7, p. 49391-49399, jul. 2020. ISSN 2525-8761 2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

O tema desenvolvimento sustentável surge a partir da década de 80 com a publicação do Relatório Brundtland, porém de maneira um tanto vago e de difícil compreensão. Mas até hoje ainda é seguido pelo mesmo caminho, onde estabelece de maneira central que o sustentável precisa ser exercido com o pensamento nas futuras gerações. Onde os recursos existentes hoje possam ainda ser usufruídos pelas novas gerações (KRUGLIANSKAS; PINSKY, 2014).

Para Lozano (2006), o assunto sustentabilidade não pode estar direcionado a uma única visão de causa e efeito para resultar em desenvolvimento sustentável. Os problemas de sustentabilidade devem ser propostos com a inter-relação diretamente e indiretamente sobre uma visão global, de período curto e longo, onde a busca pelo equilíbrio entre os lucros futuros não sejam resultados de degradação dos recursos de hoje.

Holden, Linnerud e Banister (2016) sugerem um modelo de desenvolvimento sustentável que está estruturada nos pilares morais, como satisfazer as necessidades humanas, garantir a equidade social e respeitar as delimitações ambientais. É um modelo que difere do antigo. Após estudos, os mesmos autores puderam concluir que o desenvolvimento sustentável está diretamente ligado as políticas internas de cada país, onde limite, necessidade e equidade não são vistos pelo mesmo ângulo pelo mundo. Dependendo da política de cada país para a prioridade nas decisões.

Conforme Santana, Rebelatto e Périco (2015), o crescimento de um país não pode ser mais medido somente pelo seu PIB, o desenvolvimento de uma nação deve estar atrelado aos pilares da sustentabilidade. Neste sentido, pode-se garantir que o crescimento econômico não comprometa a degradação do meio ambiente e a desigualdade social. O Brasil se destaca no grupo dos BRICS, (grupo econômico dos países emergentes, composto pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), colaborando com o crescimento de maneira sustentável. Isso se justifica pelo fato do país ser dentre esta amostra a nação com menor emissão de CO2, importante indicador de colaboração para o desenvolvimento sustentável.

2.2 DECISÕES ESTRATÉGICAS DE SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL

A entrada significativa de novos consumidores, aqueles que em tempos passados não se tinha pretensão em atende-lo, aliada a sustentabilidade, que vai além das questões de preocupação com o meio ambiente, mas as maneiras de conduzir uma empresa com êxito, perante as necessidades de se produzir mais com menor recursos envolvidos; para esta forma de pensamento foi nomeado de “massificação sustentável” (KRUGLIANSKAS; PINSKY, 2014).

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O estudo feito por Chofreh e Goni (2017), buscou as estruturas para a implementação da sustentabilidade, pode ser percebido a lacuna entre a implantação e a literatura, diante da pesquisa que procurou auxiliar os profissionais para a adoção da sustentabilidade em suas empresas. Também pode ser concluído que a consciência sobre as questões de sustentabilidade está crescendo no mundo todo. Onde o desenvolvimento sustentável está sendo incorporado nas missões estratégicas das organizações.

Pela aplicação da metodologia do SODA, que tem por objetivo apoiar o processo de tomada de decisão. Através da sugestão de que as organizações definem a sustentabilidade como algo relevante e que pode trazer retornos significativos. Esta visão passou a ser estratégica podendo ser implantada nas organizações. A sustentabilidade envolve a visão social, econômico, institucional e ambiental (CARVALHO et al., 2015).

Carvalho et al. (2015) utilizaram políticas de sustentabilidade como educação e conscientização ambiental; reuso de materiais e recursos; aquisição de produtos com selo verde; investimento em P&D sustentável; controle de poluentes; uso de fontes de energia renováveis; reaproveitamento e controle da água, uso de logística reversa; contratação de mão de obra local; implementação de corredores ecológicos; transformação de resíduos em produtos para venda e reaproveitamento de matérias-primas. Todas estas políticas como forma de apoio a decisão pela visão estratégica sustentável. Destaca-se que por questões financeiras, podem ser implementadas de forma gradativa, não ocorrendo em apenas um momento.

Gabriele et al. (2012) demonstraram em sua pesquisa sobre a sustentabilidade e as vantagens competitivas que é de fundamental importância o rompimento do paradigma que está atrelado somente ao desenvolvimento econômico. Torna-se necessário o desenvolvimento de uma estrutura sólida que leva em consideração o meio ambiente e os aspectos sociais dentro da cadeia produtiva. Diante desta visão diferenciada podendo a empresa reduzir seus custos, formar parcerias, e podendo desenvolver também novos negócios, dos quais anteriormente não poderiam ser vistos, pela maneira que se pensava, onde agora venha a servir como fortalecimento a vantagem competitiva no longo prazo.

Segundo Santos et al. (2011), quando uma empresa adota o chamado “Marketing Verde” ela passa a apresentar quais as vantagens de seus produtos ou serviços para seus consumidores, informando posicionamentos que estejam relacionados as práticas que atendem a sustentabilidade. Um exemplo, informar a procedência da matéria prima, onde o cliente possa acompanhar o que está adquirindo desde a transformação até sua comercialização. Esta postura empresarial vem sendo aderido como uma visão estratégica competitiva de mercado focada no desenvolvimento sustentável.

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Ainda Santos et al. (2011) alegam que a responsabilidade socioambiental é fator decisivo no mercado econômico, onde a continuidade dos negócios requer a visão no futuro. Assim, pensar sobre uma forma estratégica competitiva nas gerações futuras torna a empresa madura o suficiente para aderir as questões sociais e ambientais. Outro ponto importante é que a sustentabilidade alimenta negócios em todo o mundo e tem impacto decisivo de compra por parte dos consumidores, segmentando novos clientes e atuando como fator relevante na economia.

2.3 A ENGENHARIA DE PRODUÇÃO LIGADA A SUSTENTABILIDADE

A gestão de projetos ligados a sustentabilidade foi abordada por Morioka e Carvalho (2016) com o objetivo de pesquisar os artigos que tivessem ligação com gestão de projetos e a sustentabilidade. Levantado uma amostra significativa de artigos, da qual a partir de 2005 teve mais demanda. As preocupações dos projetos vão além de sua finalização, mas que tenha a visão sustentável. A amostra estava relacionada a pilares sociais, econômicos e ambientais. Há evidência da união de diversos stakeholders para busca da sustentabilidade, principalmente as comunidades e lideranças.

Os três R, conhecidos como reduzir, reutilizar e reciclar são elementos que precisam ser adotados através da união de vários profissionais, em destaque ao responsável pela Engenharia de Produção. A escolha pelo desenvolvimento sustentável requer a visão conjunta da organização como forma de pensamento. A simples troca de material, que possibilite a reciclagem, torna a empresa mais sustentável, com redução do impacto ambiental, possibilitando também a economia e atendendo as expectativas dos investidores no que diz respeito ao financeiro (MISTURINI; NASCIMENTO, 2016).

Muitas empresas já aderiram a produção mais limpa, chamada P+L, da qual fizeram uma reorganização de sua produção, respeitando o meio ambiente e aspectos sociais. O estudo realizado em grandes empresas da cidade de São Paulo apresenta os benefícios e as dificuldades que envolvem a adesão a P+L. Elencada a contribuição positiva destacam-se os benefícios ambientais, da qual em contrapartida sofrem pelo aspecto econômico. O indicador de balanço analisado com frequência foi o payback de cada projeto nas decisões estratégicas das organizações (OLIVEIRA et al. 2015).

Para Kai et al. (2014), as empresas estão a todo momento passando por transformações, mudanças que representam a sobrevivência destas organizações. Destacam que para ser desenvolvido a produção sustentável, vários critérios devem ser respeitados para que ocorra a sustentabilidade nos processos produtivos. O que se exige é o questionamento do modelo atual de produção das empresas com vistas para um novo modelo conceitual. Um modelo que seja estratégico e atenda as questões ambientais, sociais e econômicas de forma simultânea.

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 7, p. 49391-49399, jul. 2020. ISSN 2525-8761 3 ESTUDO DE APLICAÇÃO: ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Segundo pesquisa feita por Oliveira, Marins e Junior (2016), é visível o crescimento por estudos que contemplem a logística reversa, lixo eletrônico e produtos tecnológicos. Através de pesquisa prática feita na empresa HP, onde foi estudado a aplicação do projeto SmartWaste, da qual recebeu inúmeros prêmios pelo desenvolvimento deste projeto. Neste caso, foi contemplado desde a fabricação, reparação, logística e reciclagem do produto um trabalho voltado para a visão sustentável. O projeto mostra a empresa preocupada com o meio ambiente.

Através da logística reversa é possível trazer benefícios sociais, econômicos e ambientais. No estudo de caso feito por Miguez e Mendonça (2007) no que diz respeito a questões ambientais, pode ser visto a economia de matéria-prima, que neste caso eram os recursos minerais; já o social pode ser citado o benefício dos trabalhadores pela reutilização de materiais, do qual antes precisavam passar por um processo muito mais doloroso, estando mais tempos expostos a materiais que prejudicavam a saúde; também o benefício econômico, pois pela logística reversa a empresa em estudo obteve uma vida útil mais longa de algumas máquinas utilizadas no processo. Logo, foi positiva a aplicação da logística reversa.

Ainda no âmbito da logística reversa, Bogo e Henning (2017) apresentam um estudo feito em uma empresa fabricante de isopor, na qual aplicou a reciclagem deste material com uso da logística reversa. Sendo envolvida uma cadeia de interessados como a própria Termotécnica, clientes, fabricantes de EPS, comunidade em geral, mercados e demais partes relacionadas, conseguiu-se fazer a união de vários stakeholders em prol do socioambiental. A reciclagem do EPS permitiu a Termotécnina: (i) a geração de empregos nesta cadeia, como recicladores cooperados, (ii) a redução de custos na empresa pela utilização do isopor como matéria-prima e (iii) atendimento da questão ambiental. A reciclagem do isopor contribui para a preservação ambiental, sendo de grande valor para estas gerações e as futuras gerações. Foi possível unir o tripé da sustentabilidade, no caso, o social, o econômico e o ambiental. A empresa aparece como destaque na adesão ao desenvolvimento sustentável e geração de valor a sua marca, pois através de relatórios divulgados pela empresa a sociedade em geral observa com outros olhos esta postura e a organização (BOGO; HENNING, 2017).

Quanto a contribuição da Engenharia para o desenvolvimento sustentável, Loureiro, Pereira e Pacheco Junior (2014) conduziram o estudo de pesquisa que buscou verificar a educação sobre a Engenharia. Foi possível identificar que as instituições educacionais estão incluindo disciplinas para desenvolver o pensamento sustentável neste campo, ou seja, o pensamento socioambiental faz parte da grade curricular dos estudantes. Acredita-se que com este esforço seja possível formar engenheiros contribuintes à sustentabilidade.

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Ainda Loureiro, Pereira e Pacheco Junior (2014) elucidaram a importância da Engenharia para o desenvolvimento sustentável. Isso através da transformação de produtos tecnológicos que impactam diretamente o meio ambiente. Neste contexto, o profissional em Engenharia é de extrema importância para o desenvolvimento sustentável. Este estudo ressalva que apesar da inserção do tema da sustentabilidade na formação do profissional, mas elementos externos influenciam na aplicação deste desenvolvimento. Entre eles estão fatores institucionais, culturais, econômicos e ambientais, tornando a aplicabilidade deste pensamento um tanto desafiador.

Jones, Michelfelder e Nair (2017) ressaltam que é preciso considerar a sustentabilidade como parte da Engenharia, o que eles chamam de Engenharia Ética. No caso, são estes profissionais que conseguem acompanhar os impactos sustentáveis de um projeto nas etapas da engenharia. Após três décadas de discussão deste assunto, foi possível identificar que existem engenheiros que estão conseguindo colocar em prática a sustentabilidade dentro das organizações onde trabalham, mas que é preciso ainda muito estudo para aproximar os profissionais a cultura da sustentabilidade.

Conforme Misturini e Nascimento (2016), a redução dos impactos ambientais reúne medidas adotadas pela organização que supram a necessidade do pensamento sustentável. Um estudo aplicado em uma empresa calçadista possibilitou a análise positiva nos resultados. Com um controle mais eficaz dos estoques, redução de tempo ocioso e trocas simples de materiais recicláveis, puderam comprovar que o desenvolvimento sustentável não se trata de algo impossível de implantação. Porém, requer um alinhamento estratégico que depende de todas as áreas da organização. O mesmo estudo ressalta que a resistência por parte de um profissional pode não dar andamento ao processo sustentável. Destaque dado ao Engenheiro como um dos principais responsáveis pela viabilidade nestes projetos.

Oliveira et al. (2015) ressaltam que do ponto vista das dificuldades a adesão a produção mais limpa, as questões econômicas são determinantes. No que diz respeito ao investimento em implantação dos projetos, a mensuração econômica não parece ser difícil e sua análise recebe grande atenção pelos empresários no momento das decisões estratégicas. Porém, quanto aos aspectos positivos no que tange aos benefícios ambientais e sociais, sua mensuração é mais difícil. Por exemplo, como mensurar os impactos ambientais futuros, ou quanto em valores monetários representam tais melhorias na imagem da empresa perante a sociedade. Isso mostra e ressalta a necessidade de maior valorização dos benefícios sociais e ambientais em relação ao econômico, assim como, sua dificuldade de visualização no meio empresarial.

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 7, p. 49391-49399, jul. 2020. ISSN 2525-8761 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A divulgação de notícias ligadas ao meio ambiente, ou melhor dizendo, catástrofes que estão ocorrendo ao redor do mundo, tem deixado as pessoas mais preocupadas com o meio ambiente. Infelizmente precisa ocorrer destruições para que o mundo se preocupe com a preservação dos bens que sempre esteve à disposição, mas que se trata de bens não renováveis e que precisam ser respeitados.

Diante do desenvolvimento da preservação, da evolução das pessoas no sentido de um pensamento mais consciente, no que diz respeito às organizações, como aliar a preservação com o desenvolvimento econômico? Este trabalho teve como objetivo pesquisar via revisão bibliográfica os assuntos relacionados a sustentabilidade, ao desenvolvimento sustentável como estratégia de gestão e investigar quais são suas relações com a Engenharia de Produção na tomada de decisões sustentáveis.

Foi apresentado as referências estudados pelos profissionais da área da Engenharia de Produção em sua aplicação no desenvolvimento sustentável. Foram elencados materiais que elucidaram a logística reversa e a sustentabilidade no desenvolvimento de projetos, ambos com a contribuição da Engenharia de Produção para a sustentabilidade.

Os engenheiros de produção são profissionais importantes para a mudança em direção ao desenvolvimento sustentável. Pode ser observado no decorrer do trabalho que tais profissionais podem contribuir para a aplicação do tema sustentabilidade nas empresas. Cabe ressaltar que são os gestores das empresas os tomadores de decisões finais. Além disso, pode ser concluído que as organizações estão cada vez mais utilizando a sustentabilidade como forma de gestão estratégica, pela sua visão para com os interessados.

Para as próximas investigações fica como sugestão a aplicação de estudos de caso. Assim, realizar pesquisas em profundidade junto aos profissionais da Engenharia de Produção para que se possa obter avanços sobre a contribuição e influência desta classe no que diz respeito ao desenvolvimento sustentável.

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