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Classificação de solos pelo emprego da sistemática MCT na região norte de Mato Grosso Classification of soils by use of systematic MCT in northern of Mato Grosso Brazil

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Classificação de solos pelo emprego da sistemática MCT na região norte de

Mato Grosso

Classification of soils by use of systematic MCT in northern of Mato Grosso

Brazil

Iury Adineu Rodrigues Kols¹, Cássio Fernando Simioni²

Resumo: Há inúmeras metodologias para classificação dos solos, dentre as quais a AASHTO e a USCS são as mais comuns. Apesar de serem metodologias antigas e muito utilizadas não se enquadram muito bem quando aplicadas em solos tropicais, solos esses que fazem parte da região a qual esta sendo direcionado o trabalho em questão. Não se enquadram em solos tropicais, pois, descartam solos mesmo que apresentem boa características de uso. Em 1981, a Metodologia MCT (Miniatura, Compactado, Tropical) foi criada por Nogami e Villibor e sendo aprimorada com o passar dos anos. Com a nova Metodologia, uma serie de novos estudos do comportamento solos tropicais se iniciaram. A fim de mostrar a viabilidade desta Metodologia quando aplicada em solos de comportamento tropical, este trabalho empregou o expedito Método das Pastilhas para a classificação dos mesmos. Os ensaios foram realizados em seis amostras coletadas na região norte do Estado de Mato Grosso, que ficam nas proximidades de uma das BRs mais importantes do País, a BR-163. Com os resultados obtidos, a classificação irá contribuir com informações dos solos tropicais que são negligenciados pelas metodologias tradicionais.

Palavras-Chave: Classificação; MCT; método das pastilhas.

Abstract: There are numerous methodologies for soil classification, among which AASHTO and USCS are the most common. Despite being old and widely used methodologies do not fit very well when applied in tropical soils, these soils that are part of the region which is being directed the work in question. Do not fall in tropical soils therefore dismiss soils even if they have good wear characteristics. In 1981, MCT Methodology (Thumbnail, Packed, Tropical) was created by Nogami and Villibor and being improved over the years. With the new methodology, a series of new studies of tropical soils behavior began. In order to show the feasibility of this methodology when applied to tropical soils behavior, this study employed the expedient method of pastilles classification. Assays were performed in six samples collected in the northern region of Mato Grosso, which are close to one of the most important in the country BRs, the BR-163. With the results, the classification will contribute information of soils that are overlooked by traditional methodologies.

Keywords: Classification; MCT; method of the pills.

1 Introdução

A metodologia MCT (Miniatura, compactada, tropical) surgiu com o propósito de facilitar e melhor classificar o comportamento dos solos brasileiros, os quais são, em sua maior parte, solos tropicais. Esta metodologia foi criada em 1981 por Nogami e Villibor.

O estudo para se melhor classificar os solos brasileiros iniciou-se, pois as metodologias tradicionais como AASHTO (American Association of State Highway and Transportation Officials) e USCS (Unified Soil Classification System) se baseiam nos limites de Atterberg do

solo e na granulometria. Devido a se basear na granulometria, tende a classificar solos de boa capacidade de suporte, comuns na região abordada, em solos com baixa capacidade de suporte (Villibor e Nogami, 2009).

Antes da criação do método MCT, os engenheiros rodoviários eram obrigados a ______________________________________ ¹Graduando em Engenharia Civil, UNEMAT, Sinop-MT, Brasil, iury_kolsgta@hotmail.com

² Bacharel em engenharia civil, UNEMAT, Sinop-MT, Brasil, cassio@unemat-net.br

utilizar as metodologias tradicionais e ao classificar o solo, rejeitava-o para uso em pavimentos, implicando no aumento do custo da execução por ter que utilizar materiais que, muitas vezes, não são fáceis de encontrar na região, aumentando assim a distância do transporte e a extração do mesmo.

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2 Revisão Bibliográfica

2.1 Discrepâncias causadas pelos métodos tradicionais

A AASHTO e USCS são os dois métodos tradicionais mais usados pelo mundo (Pinto, 2006).

Por se basearem nos limites de consistência e na granulometria, quando aplicados em solos de regiões tropicais, causam certas discrepâncias, que ocorrem por serem utilizados em solos transportados, que comumente são encontrados em regiões de clima tropical, contrárias às regiões de clima temperado que apresentam solos residuais e se enquadram melhor nesse tipo de classificação.

Não só por serem empregadas a um grupo de solo não comum em clima temperado, mas também devido o solo em questão apresentar dois tipos de genética, a laterítica e a saprolítica (ou não laterítica), que por sua vez, não são determinados através dos métodos tradicionais, são as principais causas dessas discrepâncias.

Para o laterítico, as discrepâncias ocorrem devido à macro e microfábricas peculiares caracterizadas pela intensa e resistente agregação de seus grãos, associada à formação de microfábrica esponjosa ou de pipoca. Além dos grãos não se apresentarem de forma lamelar, como nos argilo-minerais tradicionais e haver o envolvimento da caolinita pelos hidróxidos e óxidos de Fe e Al hidratado (Nogami e Villibor, 1995).

Já para os solos saprolíticos, essas discrepâncias acontecem devido às peculiaridades nas frações areia e silte, onde ocorre elevada porcentagem de minerais distintos do quartzo. Desses minerais destacam-se as micas nas frações de areia e silte, e a caolinita, em forma de macrocristais, na fração de silte. Esses minerais apresentam formas e outras propriedades que interferem significativamente nas propriedades índices de solos de forma diferente do quartzo que, geralmente, é o constituinte normal nos solos não tropicais (Nogami e Villibor, 1995).

Devido os métodos tradicionais não serem suficientemente eficazes nos ensaios, busca-se uma diminuição da dispersão dos resultados, estimulando um aumento da necessidade de amostras de material. Assim, as utilizações das metodologias tradicionais tornam-se encarecedoras, quando analisados custos durante obras de pavimentação (Villibor, et. al.,

2009).

2.2 Apresentação do método MCT

Devido às dificuldades encontradas nas sistemáticas vigentes na década de 70 no DER-SP, Villibor (1981), trouxe em sua Tese de

Doutorado um novo sistema para estudos técnicos dos solos arenosos finos lateríticos (SAFL). Tal estudo esclarece dados das propriedades de maior interesse para o desempenho dos solos para base de pavimentos em condições climáticas brasileiras.

Mesmo que o objetivo da Tese tenha sido o SAFL, a nova sistemática (MCT) contribuiu para o amplo estudo geotécnico dos solos finos (90% passando pela peneira 2,00 mm) que são de extrema importância em aplicações de bases (Villibor e Nogami, 2009).

Posteriormente à sua criação, a sistemática sofreu alterações tanto na técnica executiva quanto na designação dos ensaios. Também foram introduzidos novos ensaios, os quais dão o caráter classificatório que há hoje. Agora será apresentada a série de ensaios da sistemática atual, segundo Villibor e Nogami (2009):

M1 - Ensaio de Compactação Mini-Proctor M2 - Ensaio Mini-CBR e Expansão M3 - Ensaio de Contração

M4 - Ensaios de Infiltrabilidade e Permeabilidade

M5 - Ensaio de Compactação Mini-MCV

M6 - Ensaio de Penetração da Imprimadura Betuminosa

M7 - Ensaio Mini-CBR de Campo - Procedimento Dinâmico

M8 - Ensaio da Perda de Massa por Imersão M9 - Classificação Geotécnica MCT.

Essa série de ensaios destina-se diretamente ao desempenho de pavimentos que utilizam base com propriedades mecânicas e hídricas de base SAFL, da metodologia MCT.

2.3 Sistemática MCT - Classificação

O método MCT foi desenvolvido exclusivamente para solos tropicais e baseia-se em propriedades mecânicas e hidráulicas. Como não utiliza métodos convencionais, a sistemática divide o solo em duas grandes classes, os de comportamento laterítico e os de comportamento não laterítico (ou saprolítico) (Villibor, et. al., 2009).

Segundo Fortes, et al. (2002a), através da classificação MCT, a classe laterítica apresenta três subdivisões e a saprolítica quatro subdivisões, conforme apresentadas abaixo:

- Solos de comportamento lateríticos, que são representados pela letra (L), subdivididos em: LA - areia laterítica quartzosa; LA’ - solo arenoso laterítico; LG’ - solo argiloso laterítico.

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laterítico (solo arenoso); NS’– solo siltoso não laterítico; NG’– solo argiloso não laterítico.

De acordo com Fortes, et al. (2002a), para a classificação dos solos de comportamento laterítico ou não laterítico, através do método MCT, utiliza-se o gráfico, que está representado na Figura 1, no qual a linha em negrito tracejada separa os dois tipos de solo.

Figura 1: Classificação de solos pela determinação da Sistemática MCT. Fonte: Adaptado de Fortes et al.,

2002.

O ábaco da Figura 1 é uma maneira rápida e prática de se identificar o comportamento do solo do tipo laterítico e não laterítico, através do método MCT. O gráfico foi proposto por Fortes e Nogami, com o intuito de facilitar o trabalho de classificação de um solo tropical, pois utiliza aparelhos simples e de baixo custo. Baseia-se em índices empíricos e determinações qualitativas.

Esses índices são definidos como: c’, que é o coeficiente de deformabilidade obtido através do ensaio Mini-MCV, que consiste na aplicação de energias crescentes, produzidas pelo aumento do número de golpes do soquete compactador até atingir o valor máximo de densidade; e o índice e’, calculado a partir do coeficiente d’, que é a inclinação da parte retilínea do ramo seco da curva de compactação, correspondente a 12 golpes do ensaio mini-MCV, e da perda de massa por imersão Pi, que é a porcentagem da massa que desagrega em relação à massa total de ensaio quando submetida à imersão em água (Nogami e Villibor, 1995). Para tal, utiliza-se a utiliza-seguinte expressão:

(Equação 1)

Pi: é a perda da massa por imersão em (%);

d’: inclinação do ramo seco da curva de compactação (kg/m³ %).

Com o objetivo de reduzir a complexidade nos processos de classificação de solos, Nogami e Cozzolino (1985), designaram o método expedito das pastilhas, que torna mais rápida e eficiente a classificação. Esse método vem facilitar a execução do ensaio por permitir a uso

de uma mão de obra menos especializada, com o uso reduzido de solo e auxílio de aparelhos simplificados.

Este método esta em vigor desde 1997, quando Fortes apresentou uma proposta de normalização a 1ª Câmara Permanente de Desenvolvimento Tecnológico da Universidade de Mackenzie e a partir daí a sistemática MCT tem sido utilizada com sucesso em todo o país, principalmente onde há ocorrência de solos tropicais (Fortes, et. al., 2002b).

3 Metodologia

Os ensaios dos materiais coletados em campo foram realizados no Laboratório de Engenharia Civil da Universidade do Estado de Mato Grosso - UNEMAT, Campus de Sinop.

Os mesmos serão descritos a seguir, juntamente com o método MCT escolhido, o método expedito das pastilhas (M9).

3.1 Material - Solo

Os materiais coletados foram escolhidos com o auxílio do Mapa de Solos do Estado de Mato Grosso (SEPLAN, 2001), onde foi observada a diversidade nos tipos de solos e consequentemente escolhidos os pontos de coleta. Foram escolhidos 6 pontos, cada um apresentando um tipo de solo diferente, para uma maior abrangência de área e um maior conhecimento dos diversos tipos de solos existente. A Tabela 1 apresenta a classificação pedológica desse material, conforme SEPLAN (2001).

Tabela 1. Classificação pedológica dos solos Solo Sigla Classificação Pedológica

1 LVd Latossolo Vermelho-Amarelo distrófico 2 LEd Latossolo Vermelho-Escuro distrófico 3 LVd Latossolo Vermelho-Amarelo distrófico 4 SCLd Solos Concrecionários Latossólicos distróficos 5 PVd Podzólico Vermelho-Amarelo 6 PEd Podzólico Vermelho-Escuro

Fonte: Autor, 2014.

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Figura 2: Localização aproximada dos locais de coleta das amostras de solo. Fonte: Adaptado de SEPLAN, 2001.

Na Tabela 2 estão apresentadas as coordenadas geográficas de cada ponto de coletas dos solos.

Tabela 2. Coordenadas geográficas dos pontos de coleta

Amostra Coordenada geográfica 1 11°51’18,81” S; 55°29’20,23” O 2 11°21’13,68” S; 55°20’04,13” O 3 10°53’35,85” S; 55°12’00,18” O 4 10°35’23,44” S; 55°05’36,85” O 5 10°04’22,35” S; 54°54’17,93” O 6 09°52’22,90” S; 54°53’23,71” O

Fonte: Autor, 2014.

As amostras foram coletadas a, aproximadamente 0,50 metros de profundidade do leito, em uma área de 0,50 m² e uma quantidade aproximada de 50 kg de material em cada ponto. O material foi coletado no mês de janeiro de 2014 e posteriormente transportado para o Laboratório de Engenharia Civil da UNEMAT. Após a chegada, foram secos ao ar, passados na peneira 0,42 mm, armazenado e devidamente identificados.

3.2 Procedimentos de Ensaio

Para a realização deste trabalho, foram realizados ensaios de caracterização geotécnica como: determinação do limite de liquidez (ABNT, 1984a), determinação do limite de plasticidade (ABNT, 1984b) e análise granulométrica (ABNT, 1984c). Após a realização destes ensaios também, foram realizados ensaios através do Método das Pastilhas (VILLIBOR e NOGAMI, 2009) e a classificação (MCT), a fim de aferir os

resultados e comprovar a viabilidade e a eficiência em seus resultados. O procedimento do Método das Pastilhas é descrito a seguir.

3.2.1 Método das Pastilhas

De acordo com Nogami e Villibor (1995), a execução do método de pastilhas, na classificação da sistemática MCT, foi coletado amostras secas ao ar, em seguida passadas na peneira de 0,42 mm, de acordo com as normas da ABNT. A fração que passou na peneira 0,42 mm foi umedecida e moldada em anéis de inox com dimensões de 20 mm de diâmetro interno e 5 mm de altura. Após a moldagem, as pastilhas permaneceram em repouso por 8 horas, no mínimo. A Figura 3 ilustra o processo de homogeneização do solo.

Figura 3: Imagem do material sendo homogeneizado para ser moldado nos anéis. Fonte: Autor, 2014. A fim de obter uma consistência adequada, colocou-se a amostra em uma placa de vidro esmerilhado, podendo molhá-la ou secá-la para que seja possível a realização de uma espatulação eficaz. Após a espatulação verificou-se a consistência da pasta com o auxílio do penetrômetro e ajustando sua umidade até haver 1 mm de penetração da pastilha, conforme Figura 4.

Figura 4: Pastilha sendo submetida à penetração de 1 mm. Fonte: Autor, 2014.

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6 horas ou 12 horas se forem secos ao ar livre, conforme (Fortes, et. al., 2002a). A Figura 5

mostra os anéis moldados pronto para ser colocados na estufa a 60 °C.

Figura 5: Anéis moldados, prontos para ser colocados na estufa a 60°C. Fonte: Autor, 2014.

Por fim, determina-se a contração diametral do solo com o auxílio de paquímetro; e a absorção d’água, onde as amostras devem ficar em repouso por cerca de 2 horas e, após esse tempo são submetidas a penetração com o penetrômetro padrão como ilustrado na Figura 6.

Figura 6: Anéis sendo submetidos a penetração, após

reabsorção d’água. Fonte: Autor, 2014.

Após obter os valores da contração diametral e da penetração, é possível a classificação do solo nos grupos da sistemática MCT, no ábaco apresentado na Figura 7.

Figura 7: Carta de classificação do método das pastilhas. Fonte: Nogami e Villibor, 1994.

4 Análise e discussão dos resultados

Neste tópico serão descrito tanto os resultados dos métodos tradicionais, (AASHTO e USCS), quanto o método de Pastilhas.

Com os resultados em mãos será feita a análise de dados e comparação dos mesmos. Verificando assim diversidade entre os resultados e comprovando a eficiência do método MCT, quando relacionado com os métodos tradicionais.

4.1 Métodos Tradicionais

A Tabela 3 apresenta os resultados da caracterização geotécnica dos solos analisados. São apresentadas as frações grossas e finas submetidas ao peneiramento e nas duas últimas colunas os valores do limite de liquidez (LL) e índice de plasticidade (IP).

Conforme analisado, as amostras 2 e 3 não apresentam plasticidade, devido a isto, são de caráter não plástico. A Tabela 3 mostra os índices de plasticidade, liquidez e a classificação granulométrica organizada de maneira que possam ser comparados aos resultados adquiridos nos ensaios da classificação MCT. Após adquirir os resultados da granulometria e limites de Atterberg (LL e LP) foi possível determinar a classificação dos mesmos através dos métodos tradicionais (AASHTO e USCS), cujos resultados estão apresentados na Tabela 5.

Tabela 3. Resultados da caracterização geotécnica

Solo Grossa Média Fina Areia (%) Silte (%) Argila + (%) LL (%) LP 1 14,72 2,51 30,42 52,35 43 27 2 0,34 0,42 73,92 25,32 22 NP 3 11,41 4,56 66,19 17,84 37 NP 4 11,39 9,63 26,96 52,02 32 13 5 2,47 8,58 34,31 54,64 44 33 6 20,34 3,3 38,79 37,57 35 29

Fonte: Autor, 2014.

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Tabela 4. Classificação granulométrica

Fração Diâmetros (mm)

Pedregulho 2 < Φ < 76,8 Areia grossa 0,42 < Φ < 2

Areia média -

Areia fina 0,075 < Φ < 0,42 Silte 0,005 < Φ < 0,075 Argila Φ < 0,005

Fonte: Adaptado DNIT, 2006. Tabela 5. Classificação através dos métodos

tradicionais

Solo Metodologia de Classificação

AASHTO USCS

1 A-7-6 (6) CL

2 A-2-4 (0) SM

3 A-2-4 (0) SC

4 A6 (6) CL

5 A-7-5 (5) CL

6 A4 (0) SW-SC

Fonte: Autor, 2014.

As sistemáticas tradicionais resultaram em uma classificação, onde os solos são de caráter arenoso, confirmando assim a identificação feita na extração.

Tanto a AASHTO como a USCS utilizam como base a granulometria e a plasticidade do solo, além de os dividirem em duas categorias, a dos grãos grossos e finos. O que difere nos sistemas é que para a AASHTO o solo só é considerado fino quando passa mais de 35% pela peneira de N° 200, já para o Unificado, deve passar pela peneira de N° 200 mais de 50% de material (BRAJA, 2011).

Com os resultados dos ensaios das amostras, os sistemas classificatórios caracterizaram os solos como vários tipos de caráter como, siltes argiloso, areias argilosas, areias siltosas, entre outros. Assim, os materiais analisados apresentam distintos tipos de comportamento em utilização para o subleito, impermeabilidade, valor como fundação e etc.

4.2 Metodologia MCT

Com os ensaios da sistemática MCT realizados, a tabela 6 e 7 apresentam os resultados dos solos, os quais foram classificados de acordo com a Tabela 8, conforme Nogami e Villibor (1995).

A Tabela 6 traz os valores da contração diametral de cada amostra e a Tabela 7 apresenta os valores da penetração acorrida em cada amostra, após a absorção d’água.

A Tabela 8 apresenta as nomenclaturas para que seja possível confrontar cada resultado apresentado pelas amostras e que seja possível classificá-las corretamente.

Assim, são apresentados cada um dos resultados encontrados, bem como a média, que foi utilizada na classificação.

Tabela 6. Valores da contração diametral das pastilhas (mm)

Solo Amost 1 Amost 2 Amost 3 Média

1 2,8 3 3,1 3

2 2,6 2,9 2,7 2,7

3 2,9 3,2 2,8 3

4 2,2 1,9 2 2

5 1,3 1,6 1,1 1,3

6 2,7 3,1 3 2,9

Fonte: Autor, 2014.

Tabela 7. Valores da penetração das pastilhas (mm)

Solo Amost 1 Amost 2 Amost 3 Média

1 1 0,9 1,2 1

2 1,4 1,2 0,8 1,1

3 1,3 1,5 1,2 1,3

4 3,7 2,9 3,4 3,3

5 - 0,2 - 0,2

6 0,4 0,7 0,5 0,5

Fonte: Autor, 2014.

Observando a Tabela 7, nota-se que o solo 5 não apresentou valores nas amostras 1 e 3, isto pelo fato de apresentarem baixa plasticidade e ao serem sujeitas a absorção d’água sofreram segregação e a agulha atingiu o fundo da pastilha. A amostra 2 não sofreu a segregação, possibilitando a classificação do solo.

Com os valores da contração diametral (Cd) e da penetração (p), a classificação ocorreu empregando os dados da Tabela 8, como mencionado. Para que seja possível o emprego desses dados foi necessário obter os valores do coeficiente c’.

De acordo com Nogami e Villibor (1994b), o coeficiente c’ é um fator correlacionado com a granulometria, isto é, quanto maior seu valor, menor o tamanho dos grãos. Para se obter os valores de c’ foram aplicadas as equações abaixo apresentadas, utilizando os valores de Cd.

(Equação 2)

(Equação 3)

c’: coeficiente correlacionado com a granulometria;

Cd: contração diametral.

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Tabela 8. Classificação MCT

Coeficiente c’ Penetração (mm) Classificação MCT

≤ 0,5 3,1 a 3,9 ≤ 3,0 ≥ 4,0

LA NA NA/NS’

0,6 a 0,9 2,1 a 3,9 ≤ 2,0 ≥ 4,0

LA - LA’ NA’/NS’ NS’/NA’

1,0 a 1,3 2,1 a 3,9 ≤ 2,0 ≥ 4,0

LA’ NA’/NS’ NS’/NA’

1,4 a 1,7 2,1 a 3,9 ≤ 2,0 ≥ 4,0

LA’ – LG’ NA’/NG’–NS’

NS’ – NG’

≥ 1,8 2,1 a 3,9 ≤ 2,0 ≥ 4,0

LG’ NG’ NG’ Fonte: Adaptado de VILLIBOR E NOGAMI, 2009.

Com o auxílio da Tabela 8, caracterizaram-se os solos coletados pela sistemática MCT, como mostra a Tabela 9:

Tabela 9. Classificação MCT

Solo p (mm) c’ MCT

1 1 2,35 LG’

2 1,1 2,26 LG’

3 1,3 2,35 LG’

4 3,3 2 NG’

5 0,2 1,63 LA’-LG’

6 0,5 2,32 LG’

Fonte: Autor, 2014.

4.3 Métodos MCT, AASHTO e USCS

Com todos os valores e resultados dos ensaios obtidos, torna-se possível estabelecer uma relação entre os dados de cada método.

A Tabela 10, traz os resultados dos 3 métodos analisados, para os 6 tipos de solos coletados.

Tabela 10. Resultados da classificação da MCT e dos métodos tradicionais

Solo Classificação

AASHTO USCS MCT

1 A-7-6 (6) CL LG’

2 A-2-4 (0) SM LG’

3 A-2-4 (0) SC LG’

4 A6 (6) CL NG’

5 A-7-5 (5) CL LA’-LG’

6 A4 (0) SW-SC LG’

Fonte: Autor, 2014.

Como observado, o solo 1 é classificado como argiloso, pela AASHTO e argila-arenosa de acordo com o unificado. Quando utilizados como material de subleito, no primeiro caso, apresenta um mau comportamento, já para o segundo caso esse comportamento passa a ser regular, porém, por ambos apresentar pequenas frações de silte ou argila em seu meio, apresentam uma

boa resistência à erosão. Já a MCT, classifica o solo como solo laterítico argiloso, tendo como principal característica uma boa resistência a erosão e considerado de bom uso na utilização de subleito segundo Villibor e Nogami (2009).

O solo 2, é classificado pelo sistema tradicional como solo arenoso e com granulometria fina e mesmo apresentando um mistura graduada entre argila e silte, o mesmo é de caráter não plástico. Mesmo com essas características, tem um bom suporte para subleitos. Na MCT o solo 2 comporta-se de maneira semelhante ao solo 1, porém, tendo menor incidência de areia grossa, o torna-o mais vulnerável a baixa capacidade de suporte em subleitos e boa resistência a erosão.

Com os resultados do solo 3, observa-se uma semelhança ao solo 2, conforme métodos tradicionais. Areia fina, apresentando uma fração de areia grossa, tornando um solo com bom comportamento de suporte, mas deve ser evitado devido à fácil de ocorrência de segregação, por apresentar pouca presença de finos, prejudicando assim a coesão da base do pavimento. Isto já não ocorre com o classificação MCT, que em relação ao solo 2 tem uma melhor capacidade de suporte e uma boa resistência a erosão, devido a fração de finos.

O solo 4 é caracterizando como um solo argiloso não laterítico, pela MCT. Não é indicado para subleitos, que é justificada pela influência pedológica agregada ao solo saprolítico que constitui um material razoavelmente plástico, mais impróprio, em razão da perda de material por imersão d’água. A USCS e AASHTO classificam-no como argila arenosa tendo um mau comportamento de suporte, que é justificado pela granulometria fina.

O solo 5 é classificado pelo sistema tradicional semelhante ao solo 1, entretanto, com uma granulométrica mais fina, tornando o solo impróprio para uso de subleito. A sistemática MCT enquadra-o como um solo laterítico argiloso e por ter uma granulometria grossa é bem empregado em pavimentação, com um bom aproveitamento contra a erosão.

Classificado com solo laterítico argiloso, o solo 6 tem bom aproveitamento na utilização de subleitos, pois é um solo bem graduado. Para a classificação tradicional, o solo é uma areia siltoso ou argilosa, com boa utilização em terraplanagem e baixa resistência a erosão.

5 Conclusão

(8)

exemplo, identificando o comportamento laterítico ou não laterítico do solo.

É possível afirmar que as amostras não apresentaram uma grande variação em sua classificação quando observado os métodos tradicionais e que alguns solos podem ser utilizados como material de terraplanagem para pavimentação. Enquanto os demais solos, para serem utilizados como materiais de terraplanagem de pavimentação devem ser submetidos às devidas condições de equilíbrio com o uso de outras matérias estabilizantes

É possível observar que todos os solos apresentaram um comportamento semelhante quando empregado nas metodologias tradicionais.

Assim, conclui-se que os métodos tradicionais, quando utilizados em solos tropicais, não realçam o real comportamento do mesmo, como poder ser observado no caso das amostras 1 e 5, de acordo com a AASHTO E USCS, não eram aplicáveis a base de pavimentos, enquanto a MCT as contradiz. Além dos distintos resultados, a MCT vem viabilizar o uso dos materiais, tornando mais eficaz e eficiente a classificação dos solos para os projetos rodoviários.

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Imagem

Figura 1: Classificação de solos pela determinação da  Sistemática  MCT.  Fonte:  Adaptado  de  Fortes  et  al.,  2002
Figura 2: Localização aproximada dos locais de coleta  das  amostras  de  solo.  Fonte:  Adaptado  de  SEPLAN,  2001.
Figura  7:  Carta  de  classificação  do  método  das  pastilhas.  Fonte: Nogami e Villibor, 1994
Tabela 8. Classificação MCT  Coeficiente c’  Penetração  (mm)  Classificação MCT  ≤ 0,5  ≤ 3,0  3,1 a 3,9  ≥ 4,0  LA  NA/NS’ NA  0,6 a 0,9  ≤ 2,0 2,1 a 3,9  ≥ 4,0  LA -  LA’ NA’/NS’ NS’/NA’  1,0 a 1,3  ≤ 2,0  2,1 a 3,9  ≥ 4,0  NA’/NS’LA’  NS’/NA’  1,4 a 1,

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