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O FANZINE PORTUGUÊS NO SÉCULO XXI

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Academic year: 2021

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O FANZINE PORTUGUÊS NO SÉCULO XXI

Contributo ilustrativo e artefactual para o património do fanzine português

Carlos António Duarte Simões

Orientador(es)

Professora Doutora Ana Lúcia Pinto

Trabalho de Projeto apresentado

ao Instituto Politécnico do Cávado e do Ave

para obtenção do Grau de Mestre em Ilustração e Animação:

Este trabalho não inclui as críticas e sugestões feitas pelo Júri.

Março, 2018

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O FANZINE PORTUGUÊS NO SÉCULO XXI

Contributo ilustrativo e artefactual para o património do fanzine português

Carlos António Duarte Simões

Orientador(es)

Professora Doutora Ana Lúcia Pinto

Trabalho de Projeto apresentado

ao Instituto Politécnico do Cávado e do Ave

para obtenção do Grau de Mestre em Ilustração e Animação:

Março, 2018

O FANZINE PORTUGUÊS NO SÉCULO XXI

Contributo ilustrativo e artefactual para o património do fanzine português

Carlos António Duarte Simões

Orientador(es)

Professora Doutora Ana Lúcia Pinto

Trabalho de Projeto apresentado

ao Instituto Politécnico do Cávado e do Ave

para obtenção do Grau de Mestre em Ilustração e Animação:

Este trabalho não inclui as críticas e sugestões feitas pelo Júri.

Março, 2018

O FANZINE PORTUGUÊS NO SÉCULO XXI

Contributo ilustrativo e artefactual para o património do fanzine português

Carlos António Duarte Simões

Orientador(es)

Professora Doutora Ana Lúcia Pinto

Trabalho de Projeto apresentado

ao Instituto Politécnico do Cávado e do Ave

para obtenção do Grau de Mestre em Ilustração e Animação:

Março, 2018

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Carlos António Duarte Simões

catoilude@gmail.com 910974304 14683806 8 ZY2

O FANZINE PORTUGUÊS NO SÉCULO XXI

Contributo ilustrativo e artefactual para o património do fanzine português

Professora Doutora Ana Lúcia Pinto 2018

Mestrado de Ilustração e Animação / MIA _____________

07 12 2018

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AGRADECIMENTOS

Agradeço aos meus pais e irmão, Hermínia e Carlos e Francisco,que sempre lutaram com tudo que tinham e não tinham para que eu pudesse chegar onde cheguei. Apesar de todos os problemas que surgiram durante o relatório, sempre me ajudaram e apoiaram para continuar a sonhar mais longe.

À minha orientadora, Ana Lúcia Pinto, agradeço o apoio, a partilha do saber e as valiosas contribui- ções para o trabalho no que toca ao Zine ao longo do tempo que não conhecia. Desde “Manoplas”

a livros de artistas ou livros sobre livros de artistas.

À Natércia Teixeira, por toda a paciência e apoio linguístico e ao grande Hugo Carvalho, por me fazer arriscar mais e ir mais além, tanto nos meus projetos, como neste relatório. Por todos os cafés e desconstruções para tornarmos tudo melhor.

Aos colegas Joana Ricardo, José Martins Leite, João Espírito Santo, Diogo Bessa e Catarina Bico por me acompanharem não só pelas longas horas de viagem e de companhia mas por aumentarem o meu ser criativo, e também criticarem as decisões tomadas ao longo da evolução ilustrativa bem como dos Zines.

À Gulbenkian e à StartUpVoucher/IAPMEI por apoiarem os meus projetos, e acreditarem não só na minha expressão ilustrativa, bem como na evolução do Zine.

Por fim, mas não menos importante, um agradecimento à minha família barcelense, sem eles, não tinha continuado o mestrado, não tinha superado certas fases, doenças e desilusões, nem ser alea- tório e divertido a ilustrar como sou atualmente.

Agradeço ainda a todos aqueles que me incentivaram e deram sugestões ao longo do desenvol- vimento do projeto, como André Caetano, Pep Del Rey e Bruno Caetano e disponibilizaram o seu precioso tempo comigo e com esta investigação, sobretudo.. aos que tornaram possível a realização deste trabalho e a Marcos Farrajota, por todo o seu conhecimento e apoio na pesquisa de Zines interessantes para este estudo, durante a pesquisa na bedeteca.

Um forte abraço. Cató / Salazar Albino

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RESUMO DO PROJECTO

O relatório de investigação que passo a apresentar tem como principal objetivo desvendar possíveis contribuições para a compreensão da evolução conceptual e material do Zine português, não só por meio da análise de artefactos criados nos últimos 17 anos, mas também através da criação de vários Zines ilustrados, cujos conceitos técnicas e materiais evidenciem desenvolvimentos neste âmbito.

Na componente teórica pretende-se evidenciar o percurso histórico do Zine português, identificando e analisando, de acordo com critérios preestabelecidos, o que existe e o que poderá ainda vir a ser feito, quem fez, como, e que processos de reprodução foram empregues nas edições dos Zines.

Para além da análise dos artefactos, far-se-á um inquérito durante o Zinefest (Porto) e na Bedeteca de Lisboa, tendo em vista completar a informação obtida pelo estudo anterior.

Serão, assim, analisados sobretudo os suportes, os temas e os tipos de impressão, não sendo su- blinhada a expressão da linguagem de cada autor/artista.

Para finalizar, após a análise aprofundada dos materiais e técnicas utilizadas nos Zines portugue- ses selecionados dos últimos 17 anos, aplicar-se-á o mesmo enquadramento de análise aos Zines criados pelo autor deste relatório, “As Aventuras do Salazar” (“Sad Adventures”). Procura-se, deste modo, sustentar projetualmente a contribuição da investigação para a evolução do Zine.

PALAVRAS-CHAVE

Banda Desenhada; Ilustração;

Zines; Zines; autor; D.I.Y.;

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ABSTRACT

The main purpose of the following research paper is to divulge possible contributions towards the un- derstanding of both the conceptual and material evolution of the Portuguese fanzine. This work was based upon the analysis of the Zines from the past 17 years as well as on the creation of different Zines whose techniques, concepts and material show progress within this field..

Theoretically the goal of this research work is to highlight the development of the Portuguese fanzi- nes throughout the times. Based on pre-established criteria all that exists and that could come into existence, the makers, how and which reproduction processes utilised in creating Zine editions were identified and analysed.

So as to complete the information obtained through the previous study, in addition to the analysis of the artifacts, an inquiry will be carried out during the Zinefest (Porto) and Bedeteca (Lisbon).

In this way, material topics, thematic factors and types of print will be the main focus of analysis and not the form of expression of each author/artist.

To finish, the same analysis framework used in the in-depth analysis of the materials and concepts used in the Portuguese fanzines from the previous 17 years, will be applied to the fanzines created by the author of this research work, SAD Adventures. Thus, in doing so the intention of this project is to sustain the contribution of research work towards the evolution of the fanzine.

KEY-WORDS

Comics; Illustration;

Zines; Zines; author; D.I.Y.;

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INDICE

ANEXO V DECLARAÇÃO...…...…...…...…...VI AGRADECIMENTOS...…...…...…...…...VII RESUMO DO PROJECTO...…...…...…...…...…...VIII ABSTRACT...…...…...…...…...IX INDÍCE...…...…...…...…...…...X INDÍCE DE FIGURAS...XI

I INTRODUÇÃO...…...…...…...…...1

PROJETO………...………...1

O QUE É O Zine (OBJETO, CONCEITO E CARATERÍSTICAS)………...3

OS ÚLTIMOS 17 ANOS. ESTADO DA ARTE. BREVE INTRODUÇÃO HISTÓRICA……...5

ESTADO DA ARTE- INTERNACIONAL………....5

-NACIONAL………...6

II CONCEITOS ENVOLVIDOS NA FUNDAMENTAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO DO PROJETO...7

III ELEMENTOS DO ESTUDO E ANÁLISE DOS RESULTADOS...9

IV PROJETO………...25

NARRATIVAS………...25

SOBRE A PERSONAGEM PRINCIPAL...25

PROCESSO DE CRIAÇÃO DA ILUSTRAÇÃO...29

CONTRIBUIÇÃO DA ANÁLISE EFECTUADA AOS DADOS RECOLHIDOS E CONCEITOS ANALISADOS PARA A CONCEÇÃO DO PROJETO...30

SOBRE A COMPOSIÇÃO...35

NÚMERO DE PÁGINAS, ENCADERNAÇÃO E PROTEÇÃO DO MIOLO...36

MERCHANDISING DO PROJETO...37

SUPORTES E À IMPRESSÃO...37

V DISCUSSÃO..…………... 39

PORQUÊ ZINES?...39

AINDA O CODEX...39

ESTRUTURAS COMPLEXAS DE CODEX ...39

SUPORTES E IMPRESSÃO PRETO E BRANCO OU CORES? PROTEÇÃO? LIMITAÇÃO DO ESTUDO E DESENVOLVIMENTOS FUTUROS...41

EXPANSÕES E APOIOS...41

VI CONCLUSÃO...…...43

CRONOGRAMA………...45

ANEXOS ANEXO I TABELA DE RECOLHA DOS DADOS ANALISADOS...47

ANEXO II CV EXPOSIÇÕES E APRESENTAÇÕES...56

ANEXO III CV PRÉMIOS E MENÇÕES...57

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...59

REFERÊNCIAS DE DICIONÁRIO...……...65

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ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1- Zines ao longo dos Anos...9

Figura 2 – Quantidade de vezes que os temas foram abordados...9

Figura 3- Frequência dos Temas...10

Figura 4 - Impressão a Cores VS Preto e Branco...10

Figura 5- 100% Cores VS Cores Individuais...11

Figura 6 - Cores do miolo do Zine ao longo do tempo...11

Figura 7- Tipo de Zines...12

Figura 8 -Auto Edições...12

Figura 9 - Editoras VS Auto Edições...13

Figura 10- Editoras...13

Figura 11- Fichas Técnicas...14

Figura 12 - Fichas Técnicas Incompletas...14

Figura 13 - Organização / Paginação...15

Figura 14- Dimensões...15

Figura 15- Dimensões dos Zines ao longo do século...16

Figura 16 - Classes de números de páginas por artefacto...16

Figura 17 - Número de Páginas por Artefacto ao longo do tempo...16

Figura 18 - Número de Páginas por Artefacto...17

Figura 19 - Tipos de Encadernação...17

Figura 20 - Tipos de Encadernação ao longo do tempo...18

Figura 21 - Proteção e Outros...18

Figura 22 - Cor do papel do Miolo...19

Figura 23 - Tipo de Impressão na Capa...19

Figura 24 - Tipo de Impressão da Miolo ao longo do tempo...20

Figura 25 - Tipo de impressão no Miolo...20

Figura 27 - Tipo de impressão da capa ao longo do tempo...20

Figura 26 - Tipo de papel de Capa...21

Figura 28- Tipo de papel de Miolo...21

Figura 29 - Gramagem das Capas...22

Figura 30- Gramagem de Miolos...22

Figura 31 - Grão nos Zines...23

Figura 32- Zines com grão...23

Figura 33 - Espaços / Locais - ...25

Figura 34 - Salazar Albino Duarte...25

Figura 35 - Building Stories de Chris Ware...26

Figura 36 - Zines finalizados em tempo útil...26

Figura 37 - EasterEggs presentes no Zine #1. Mama Viking e Futuro Salazar Alquimista...27

Figura 38 -Portal presente direto e Indiretamente...27

Figura 39 - Relação de Salazar no zine#2 com zines em desenvolvimento...28

Figura 40 - Diferença de Dentes e Olhos nos zines. ...28

Figura 41 - De Thumbnails ao Inking final...29

Figura 42 - Drogas e Tributo. ...30

Figura 43 - Ilustrações conceptuais e de temáticas de Terror. ...30

Figura 44 - Exemplos das temáticas fantasiosas e de como é abordado o sexo nos zines...31

Figura 45 - Exemplos das temáticas Comida e Música...32

Figura 46 - Capa a um tom com miolo colorido vs Capa colorida com miolo a 1 cor...32

Figura 47 - Capa que se transforma com a ambiente de luz...33

Figura 48 - Capa que se transforma com a ambiente de luz...33

Figura 49 - Demonstração de um zine metade a cores, outra metade a tons de cinza...34

Figura 50 - Números, datas, e fichas técnicas dos zines...34

Figura 51 - Números, datas, e fichas técnicas dos zines...35

Figura 52 - Tiragem dos zines...35

Figura 53 - Zines finalizados...35

Figura 54 - Maneira de aceder a páginas no acordeão...36

Figura 55 - “Merch” das aventuras do Salazar. Jogo. Pins. Caixas de pins. Autocolantes...37

Figura 56 - Experiência de papel com imptessão e textura...38

Figura 57 - Colocação da Baamz! nas capas dos zines...41

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PROJECTO

O formato mais comum para os Zines é ainda o códex¹. Porém o seu universo é também constituído por NoCódexZine ², ou Foil Zine³ ou seja, Zines com outros formatos.,

Neste projeto, para além de se pretender compreender qual o desenvolvimento do Zine em Portugal (a partir de uma Investigação interdisciplinar que permita reunir conhecimentos históricos, sobre a diversidade conceptual, temática e formal dos Zines), pretende-se também criar artefactos cujas características reconheçam a evolução que este tipo de edições tem tido. Quer sejam objetos com formato Códex ou NoCódex, pretende-se, deste modo, contribuir para uma reflexão sobre evolução patrimonial e factual do Zine em Portugal.

A partir dos resultados de uma análise de mais de 150 Zines, a evolução será visível quer pelos materiais usados, encadernação, informações aplicadas ou ainda técnicas de impressão utilizadas (por exemplo Anaglyph 3D). A maioria destes dados, além da coleção pessoal existente, surgiu de uma recolha dos mesmos no ZineFest, loja 30 do CCCedofeita (Porto), e na Bedeteca (Lisboa) atra- vés de inquéritos tendo em vista a compreensão da relação do público com os Zines, os materiais usados bem como as suas qualidades e o preço dos Zines.

Criar objetos narrativos, de formatos e leituras diferentes do habitual, de edição não limitada mas reduzida, onde as interações materiais e escolhas de reprodução e impressão consigam não só tornar as histórias mais ricas, mas fortalecer o património do Zine português. Pensar em T-Shirts, Pins, Prints e autocolantes como objetos importantes para complementar o Zine, não sendo ape- nas um objeto meramente underground pelas temáticas e linguagem plástica e verbal usadas quer nos Zines, quer nestes objetos não Merchandising. Após feita uma investigação interdisciplinar que permita refletir sobre o contributo que poderá ser dado para o conhecimento sobre os Zines através da análise dos temas, formatos, dimensões, materiais e técnicas de impressão bem como da im- portância da criação de artefactos ilustrados, como estratégias de comunicação e de promoção da criação de Zines, foram embutidos easter Eggs³ e temas dirigidos a um público maioritariamente na faixa dos 18 aos 40 anos, nos artefactos finais.

O facto de ser um trabalho executado de forma singular, potencia a liberdade e a exigência autoral, apesar de toda a análise dos resultados tendo em vista a construção da narrativa, dos objetos e da ilustrações para os Zines e complementares,o que perspetiva a criação do máximo possível de objetos e narrativas. Tudo isto contribuiu para a conceptualização dos Zines a serem elaborados ( Construção de narrativas; Esboços e ilustrações finais, Construção de Storyboards; Construção de maquetas de Zines, de objetos criados a partir das narrativas dos Zines; Packs e Individuais, quais as encadernações, temas, fichas técnicas etc etc) bem como da criação de artefactos complemen- tares aos Zines (T-Shirts, autocolantes, pins, postais, prints e outros) tendo em vista a criação de Packs com outros suportes e noutros artefactos que contribuam para a divulgação das histórias do personagem principal.

1. Códex é um volume antigo manuscrito (particularmente se trata de história) organizado em cadernos, soli-dários entre si por cosedura e encadernação. 2.NoCódex é um manuscrito que contraria esta designação. 3. Um Foil

Zine

é um

Zine

m forma de desdobrável. 4. Easter Egg : Em filmes e livros podem ser qualquer coisa, desde uma publicidade nas paredes, a uma homenagem ou até mesmo algo totalmente fora do padrão que normalmente escondem mensagens se-cretas sobre o futuro do mesmo. Em jogos, normalmente os easter eggs escondem recompensas. Nos

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O QUE É O ZINE?

Um Zine é um artefacto de autopublicação, com circulação restrita, comummente, não lucrativa (D.

S. LIMA, PERDIGÃO, HOLLERMANN, & COSTA, 2004). São edições independentes⁴ / D.I.Y., não profissionais, ou seja, edições que não seguem temas, conteúdos, parâmetros de produção e for- matos das grandes editoras (CRUZ, 2017) que dominam o mercado de vendas através de grandes tiragens⁵. O termo deriva da conjugação entre as palavras inglesas Fanatic e MagaZine, sendo em português um nome masculino (CRUZ, 2017; PORTUGUESA).

Ao serem produzidos com qualidade e sendo vendidos e distribuídos de modo profissional, atribui- -se-lhes o título de ProZines⁶.

Os Zines são criados por aficionados⁷ por um certo tema, para pessoas com os mesmos ideais/gos- tos/paixões (SANTANA). Têm, usualmente, temas controversos (WILLIAMS, 1994), abordados sob o ponto de vista do autor, em relação à sociedade em que este se insere, opondo-se usualmente o seu discurso à abordagem feita pelos meios de comunicação de maior difusão (WILLIAMS, 1994).

Estes temas podem ser abordados sobre a forma de bandas desenhadas, poemas, fotografias, en- tre outros (STAFF, 2014). Este é um dos principais motivos que levam os criadores a pagar as suas produções, mesmo sabendo que não obterão lucros substanciais. Para que esta produção seja mais acessível, as edições são habitualmente auto publicadas através de práticas D.I.Y. (do it yourself⁸) , ou seja, socorrendo-se de técnicas de serigrafia, Xerox a preto e branco, impressões digitais, entre outras, contendo, por vezes, detalhes e colagens feitas pelo seu autor (STAFF, 2014), condiciona- das pelos recursos financeiros do seu criador(CRUZ, 2017).

Dado as características de produção atrás assinaladas, as venda, a divulgação e a distri- buição são feitas através de canais pessoais, em eventos ou mesmo na internet onde se difunde e promove a cultura dos Zines (CRUZ, 2017).

Mas para se perceber melhor como nasceu o Zine e as suas origens apresenta-se em seguida uma breve história dos Zines, do passado até à atualidade, passando por Portugal.

filmes há um bom exemplo nos papéis diversos interpretados por Stan Lee em todos os filmes da Marvel. (Ultradicas.net) 4.Conjunto dos exemplares que de uma vez se fazem da mesma obra. Publicação literária.Publicação de um livro paga pelo próprio autor, sem envolvimento de uma editora. 5. Operação de imprimir as folhas no prelo ou máquina.

Número de exemplares que se fazem de uma obra. 6.Professional Maga

zine

;

fanzine

s que se têm desenvolvido em publicações profissionais. 7. Que ou quem pratica ou é entendido em arte que não exerce profissionalmente.

Que ou quem gosta ou se interessa por determinada actividade. = AMADOR, ENTUSIASTA, FÃ. 8. D.I.Y. – do inglês

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OS ÚLTIMOS 16 ANOS

ESTADO DA ARTE

BREVE INTRODUÇÃO HISTÓRICA DO ZINE.

Considerando os autores H.P. Lovecraft e Jerry Siegel (final do século XIX e décadas de 1920 e 30) (LANSDALE, 2014), o Zine teve origem nas criações de escritores amadores que publicavam histórias de cariz poético e de ficção científica. Toma-se aqui como exemplo de algumas edições:

United Amateur, por H.P. Lovecraft XIX (Fiction, 2017), e Superman editado em 1929 por Jerry Siegel (Fiction, 2017)). O primeiro Zine de ficção científica Comet data igualmente dos anos 30 (Palmer, 1930) .

O termo Zine foi utilizado pela primeira vez em 1941 por Russ Chauvenet (Fiction, 2015) para desig- nar as publicações amadoras alternativas, de ficção científica com temas marginais.

Embora atualmente, sejam criados e consumidos por um público mais jovem, os primeiros Zines Europeus (especialmente Portugal e França (SANTANA)) eram os ativistas (adultos) que publica- vam Zines com as suas narrativas ideológicas durante as revoluções de 1968 (França)(SANTANA).

Ainda de acordo com Santana, nos anos 70 são difundidos e reproduzidos de forma barata e trans- formam-se nas “armas de comunicação” (SANTANA) mais utilizadas pelos anarquistas e movimen- tos Punks que partilhavam dos mesmos ideais(Rossetti & Junior, 2014).

Em Portugal, os Zines surgem por volta de 1977 (QUINTELA & GUERRA, 2014), no seio da cultura Punk, replicando grafismos ingleses e norte-americanos, quer pelo uso da tipografia, recortes e tra- tamento de imagens, quer pelo preto e branco das fotocópias (QUINTELA & GUERRA, 2014). Dois Zines dignos de nota deste período são o Estado de Sítio (editado por Paulo Borges) e o Desordem Total (editado por Nuno Esterco, Luís Bosta e Pedro Merda)(QUINTELA & GUERRA, 2014).

O surgimento do Punk em Portugal traz para o panorama da auto-edição Zines que abordam temas político sociais nacionais e internacionais, de modo sarcástico, sobre bandas Punk (MOREIRA, QUINTELA, & GUERRA, 2016). Graças a um aumento de Zines por todo o pais (mais desenvolvido em Lisboa e Porto), o número de edições de Zines de bandas assume um papel significativo como meio de divulgação de bandas importantes de Punk e Hardcore) o que leva a um maior cuidado gráfico por parte dos seus produtores (QUINTELA & GUERRA, 2014).

A partir daí e até o final dos anos 90, os Zines criados por artistas D.I.Y.⁹ já não refletiam só tendên- cias e subgéneros do Punk (QUINTELA & GUERRA, 2014) (Crust¹⁰ e outros), mas outros géneros que eram nessa altura underground tais como o Hip-Hop, o regae-du, eletrónica, skate, onde se abordavam temas, de acordo com as palavras de Quintela & Guerra, “ético-políticos relacionados com a ideologia anarquista-libertária, direitos das mulheres, vegetarianismo/veganismo, direitos dos animais, homofobia, consumo de drogas, entre outras” (QUINTELA & GUERRA, 2014).

Com o surgimento do computador as características gráficas e o cuidado de produção por parte do editor, distanciam-se dos tratamentos de imagem fotocopiada e dos recortes, assim como dos registor caligráficos característicos dos Zines Punk (QUINTELA & GUERRA, 2014). Com o apare- cimento da internet, as bandas passam a divulgar de forma mais rápida, internacional e barata o seu trabalho, no entanto, continua a haver resistentes como a que publica o Zine The Amazing # Hardcore Zine (Anónimo, 2014).

Em Portugal mantém-se até aos dias de hoje a tradição de criação de Zines através de autopubli-

Do it yourself (Faça Você Mesmo) são edições produzidas não por tipografias / Gráficas mas pelos próprios autores , ou seja, “cuja produção é independente do começo ao fim” (PRICE; WENDDER & D’FIORE)

9. Designam-se como artistas D.I.Y. todos os autores de

fanzine

s de edição independente/auto publi-cação.

10. Crust Punk é uma forma de Hardcore Punk que nasceu do movimento anarco-Punk inglês em meados da década de 1980 com as bandas Amebix e Antisect. Na sua forma original, o Punk de crust (ou simplesmente a crust) é muito metálico,

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cação, sendo cada vez mais visível o apoio e o incentivo de editoras portuguesas para a criação destes artefactos (GUERRA & QUINTELA, 2016). E são disto exemplo eventos como o TOMA LÁ 500 PAUS e o FAZ UMA BD!, da editora Chili Com Carne, assim como os concursos de Zines do Amadora BD (Rodrigues, 2014).

André Caetano, Janus, João Maio Pinto, José Ruy, João Mascarenhas, Jorge Coelho, Joana Afon- so, Mosi, Hetamoé, Silvia Rodrigues, Ricardo Cabral, Ricardo Venâncio e Zé Burnay são alguns dos artistas de Zines portugueses mais distinguidos , que podem também ser encontrados em ProZines e livros de editoras tradicionais. Note-se, em consonância com Sousa (SOUSA, 2015) que muitos deles começaram as suas carreiras como artistas D.I.Y. ou de edições independentes.

A propósito de edição independente Marcos Farrajota, ilustrador e editor de Zines, no Relatório sobre Zines e Edição Independente em Portugal de 2011, fala um pouco sobre esta abordagem de edição. Diz então o autor que “edição independente é um termo que se tem utilizado para definir edições de livros ou de discos que fogem aos parâmetros, conteúdos e formatos das grandes edi- toras que geralmente dominam o mercado em vendas, distribuição, espaço de venda nas lojas e promoção dos seus produtos e artistas.

Há várias formas de identificar um editor independente: estrutura organizacional e laboral reduzida (uma pessoa, um casal, um coletivo), comunicação ativa com os autores e o público, distribuição e promoção defeituosa, exploração de nichos de mercado, poucos apoios públicos ou institucionais, fi- nanciamento reduzido, inovação tecnológica, etc.(…) Existe neste meio um cuidado extremoso para que as suas edições tenham o melhor aspeto, tradução ou tratamento gráfico do que as edições de grande tiragem – geralmente feitas de forma apressada e cheias de gralhas e erros de vários tipos.

Ainda sobre as editoras independentes diz o editor, “são editoras que crescem conforme a lon- gevidade e persistência dos editores, tornando-se mais tarde profissionais da área e editores de referência como é o caso da &etc, Via Óptima, Black Sun, Edições Mortas, Mariposa Azul, Planeta Tangerina, Libri Impressi (…)” (FARRAJOTA, 2012b).

O mesmo autor/editor acrescenta que as estas publicações, de acordo com o que já tinha sido re- ferido atrás, utilizam frequentemente sistemas de impressão caseiros( impressora do computador);

técnicas artísticas (serigrafia, gravura, xilogravura, linóleo; e processos tecnológicos baratos (foto- cópias) e outros, comparativamente mais caros (impressão Digital e offset) (FARRAJOTA, 2012b).

No que toca a identificação dos artistas, infelizmente muitos dos Zines publicados contêm pouca in- formação (GASPAR & AYRES, 2013) e apenas parte dos que foram analisados contêm informações tais como as datas de publicação, nomes de autores, mantendo-se, assim, um quase anonimato, underground, nos artefactos, o que não facilita a aquisição de outras edições dos mesmos autores ou a sua contextualização. Como será possível ver na análise de dados, existem cada vez mais editoras e espaços onde se produzem Zines em Portugal das quais saliento a Chili Com Carne, a Firma, a Kinpin Books, a MMMNNNNRRRRG, o Clube do Inferno, a Oficina do Cego, a Pedranchar- co, a Quarto de Jade, a Polvo e a Libri Impressi.

Em Portugal, atualmente, podem encontrar-se Zines em tertúlias de BD, em eventos de Zines, convenções (como a Comic Con e Iberanime onde os artistas dão a conhecer o seu trabalho), em algumas lojas de B.D., exposições, feiras como Feira Morta e Feira das Almas ou a ZineFest.

Mesmo assim, apesar dos múltiplos eventos que acontecem em redor da auto-edição, estas edições continuam a ser maioritariamente vendidas pelos seus autores ou através das editoras em apre- sentações tais com as que decorrem com ilustradores e escritores na loja da Comic Heart (CÂMA- RA, 2009b; LINO; MAGALHÃES, 2013; MOSKOWITZ & SANDERS, 1994; QUINTELA & GUERRA, 2014; Yamai, 2016).

Após esta breve história do Zine, ainda antes de passar à análise dos dados recolhidos através da

análise dos suportes e das características formais da edição, irá ser abordado mais profundamente

cada conceito convocado, vital para o enquadramento e fundamentação deste relatório.

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II CONCEITOS ENVOLVIDOS NA FUNDAMENTAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO DO PROJETO

Como acabámos de ver, ao longo dos últimos 90 anos, o Zine sofreu alterações materiais e conce- tuais, identificando-se neste percurso alterações ou introdução de temáticas e abordagens técnicas e tecnologias distintas para a sua replicação. Observou-se, então, tanto a utilização de processos técnicos tradicionais tais como recortes de imagens impressas em fotocopiadoras, bem como pro- cessos comumente utilizados em contextos artísticos, tal como a serigrafia.

A edição feita em computador combinada com a evolução das técnicas de impressão e motivada pela vontade de experimentação dos autores e intervenção dos editores e das editoras contribuiu para que o tipo de suportes (principalmente os papeis usados), os formatos e as encadernações, fossem igualmente mudando.

Para enquadrar devidamente a análise material e conceptual dos 150 Zines dos últimos 17 anos importa explicitar alguns conceitos implicados.

Antes de prosseguir urge colocar uma pergunta que permitirá escolher os conceitos a abordar: o que torna cada artefacto diferente?

Começa-se por algo comum a todos os Zines: a narrativa¹² , aspecto que todos contêm. indepen- dentemente do tema ou dos media escolhidos. Como foi referido no início, todos os Zines são cria- dos para comunicar uma ideia, uma ideologia, uma história, por/para aficionados pelo mesmo tema.

A abordagem Conceptual¹³ : Seguidamente, serão apresentadas várias referências sobre o estado de arte do Zine, e irão ser levantadas questões ao nível de como é idealizado o Zine. Desde as cores em que são impressos, ás informações nas fichas técnicas, temáticas e outros.

Na breve história sobre o Zine já se referiu que nos Fanatic MagaZines, desde a ficção científica, à comunicação política, anarquista, ou de outras culturas underground, se abordava também, o veganismo¹⁴ , direitos dos animais, consumo de drogas, direitos das mulheres, entre muitos outros temas. Com o projeto pretende-se identificar os temas e a sua recorrência ao longo dos anos, con- cluindo-se, assim, quais os que têm vindo a ser mais abordados para poderem ser criados Zines de temáticas diferentes dessas mesmas.

No que diz respeito à utilização da cor¹⁵ observaram-se múltiplas possibilidades, desde a fotocópia a preto e branco, até aos Zines profusamente coloridos, passando pelos que utilizam uma cores conjugada com o preto. Assim sendo pretende-se, também, saber como foram utilizadas as cores nos Zines no século XXI. Desde 2000, o que se tem passado no mundo dos Zines? Haverá mais editoras ou publicações de autorais? As autopublicações terão uma editora com nome atri- buído ou sem nome designado? Na breve história inicial, apresentaram-se as editoras com maior destaque em Portugal e este será, a par com os anteriores, um dos itens abordados na análise Que tipos de Zines têm sido executados com mais recorrência: Bandas Desenhadas? Punk? Co- letivos de fotografia ou de obras? Com o estudo pretende-se saber quais os tipos de Zines mais executados e que tipo de conceitos¹⁶ são desenvolvidos.

Para entender a criação de um projeto de um Zine importa ainda saber, para além da conceção das ilustrações e das artes finais, e da sua estruturação através de Storyboards¹⁷ e articulação com os elementos verbais, como é tudo concebido e organizado desde a informação técnica, às vinhetas e as caixas de imagem/texto, bem como a paginação e a encadernação do artefacto. Terão, pois, de ser analisados vários ângulos do artefacto propondo algumas questões de reflexão.

com elementos fortes da Speed Metal (o estilo de Motörhead está vi-sivelmente presente).

11. Diz-se de um espectáculo, de uma obra literária, de uma revista de vanguarda realizados fora dos circuitos comerciais ordinários.

12. História contada por alguém. 13. Que privilegia o conceito ou a ideia que subjaz à obra de arte.

14. Ideolo-gia que advoga o boicote aos produtos de origem animal e às actividades em que os animais possam ser usa- dos ou explorados [O veganismo defende um regime alimentar vegetalista].

15. Coloração ou tonalidade que algo apresenta, geralmente por oposição ao branco e ao preto.

(20)

Quanto às fichas Técnicas¹⁷, os autores apresentam fichas técnica¹⁸ nos seus Zines?

Será que os autores mantêm o anonimato?

Considerando a organização visual, será que, atualmente, os autores de Zines têm em considera- ção o artefacto como espaço de expressão e, por isso, que aspectos ponderam quando organizam/

paginam o mesmo?

No século XX a maioria dos países aderiram ao padrão internacional para o tamanho de papéis ISO216 (Standardization, 2007). No século XXI quais os formatos e dimensões mais recorrentes?

Com que recorrência são usados?

A variação do número de páginas e a encadernação são dois aspectos a considerar. 4 Páginas? 16?

32? Quantas páginas tem um Zine no século XXI? Nos últimos 17 anos têm havido mais ou menos páginas nos Zines? E sabendo as dimensões e as páginas, quais são as opções utilizadas pelos autores para encadernar os Zines? Serão todos agrafados com 2 agrafos, ou colados? Ou haverá outros tipos de encadernação?

Há outros elementos estruturais, gráficos e de proteção que numa observação geral fazem parte de alguns Zines: as badanas, as sobrecapas e outros dispositivos tais como sacos e caixas.

Que elementos são esses e respetivas funções aponta-nos mais um aspecto de análise.

Na promoção dos Zines os autores criam materiais gráficos com as personagens e com as ilustra- ções dos Zines: autocolantes, pins, T-Shirts entre outros utilizam as mesmas ou novas abordagens visuais e conceptuais. Estratégias que acrescentam valor ao Zine, sem ter como objetivo único a sua promoção ou “Merchandising¹⁹” as finalidades identificadas são múltiplas e convocadas para a análise efectuada.

As diferentes técnicas de impressão abordadas no decurso da história do Zines leva a que esta seja uma característica marcante e quase datável dos Zines, constituindo um fator de apreciação. Impor- ta aqui saber que técnicas são utilizadas atualmente? Como são produzidos os miolos e as capas?

Offset? Digital? E que características têm estas assumido ao longo do tempo?

As variações técnicas de impressão têm andado a par com as variações de materiais utilizados nos Zines. O Zine continua a ser impresso em papéis de impressão acessíveis a todos, ou será que são utilizados outros papéis? Plastificados? Texturados? Como são os tipos de papéis dos Zines atuais?

O modo como a cor do papel dos artefactos é utilizado, para além de ser importante na construção e leitura posterior das ilustrações, faz parte das características gráficas autorais de um Zine. Cores específicas de impressão, papéis de cores ou texturados são também aqui ponderados assim como a Gramagem do papel .

Será que o papel da capa é idêntico ao do miolo? Será que os Zines atualmente são mais frágeis, ou são impressos em papéis que valorizem tanto o conteúdo como a durabilidade dos mesmos?

A qualidade de impressão com recurso à utilização de tecnologias atuais permite que a impressão já se faça sem problemas anteriormente identificados. Confirma-se esta característica ou quando vemos os Zines atuais ainda verificamos problemas como a pixelização das imagens?

Estes são os diferentes aspetos que serão observados e examinados no enquadramento de análise do capítulo que se segue.

16. Concepção compreendida numa palavra que designa características e qualidades de uma classe de objetos, abstratos ou concretos. 17. Roteiro constituído por quadros organizados em sequência, acompanhado de indicações sonoras e informações técnicas, preparado para a apresentação de um filme, programa ou projeto audiovisual.

17. Conjunto de informações escritas específicas sobre algo ou alguém, geralmente segundo critérios ou campos fixos.

(21)

III ELEMENTOS DO ESTUDO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

Figura 1 -

Zines

ao longo dos Anos

Tendo em conta os conceitos que fazem parte do enquadramento de análise dos Zines serão, em seguida, apresentados os dados em gráficos para que a leitura seja facilitada e far-se-ão algumas reflexões sobre os mesmos. Esses dados podem ser visto em anexo (ver anexo 1 ). Acima encon- tra-se a tabela (Fig.1) com todos os valores recolhidos e analisados que serve para quantificar o numero de Zines analisado em cada ano.

Figura 2 - Quantidade de vezes que os temas foram abordados

Pode afirmar-se que existem Zines com textos, banda-desenhada, ilustrações e/ou fotografias.

Identificam-se, tematicamente, Zines de ficção científica, de terror, de música, de cultura (O SAMA), de subculturas (PEREIRA, 2015, 2016a, 2016b, 2016c), de acontecimentos, de locais, de jogos, de desportos, de teatro, de política, autobiográficos, anarquistas, liberais, de direitos das mulheres, vegetarianismo, de direitos dos animais, homofobia, consumo de drogas, mundos paralelos, entre outros temas menos comuns como por exemplo, a alimentação. (Fig.2)

02 46 108 1214 1618 2022 2426 2830

2 0 0 0 2 0 0 1 2 0 0 2 2 0 0 3 2 0 0 4 2 0 0 5 2 0 0 6 2 0 0 7 2 0 0 8 2 0 0 9 2 0 1 0 2 0 1 1 2 0 1 2 2 0 1 3 2 0 1 4 2 0 1 5 2 0 1 6 2 0 1 7

ZINES AO LONGO DOS ANOS

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45

TEMAS ABORDADOS

(22)

Figura 3 - Frequência dos Temas

Desde 2000 que se constata uma evolução no que toca ao acesso aos Zines o que se deduziu dos dados organizados no gráfico (Fig. 3), que nos mostra que foram analisados mais Zines nos últimos 3 anos que nos 13 anos anteriores, sendo uma diferença de quase o dobro. Mesmo assim os temas continuam a ser maioritariamente de experiências pessoais, alternativas ou sociais, como os feitos pelos autores portugueses e franceses nos anos 80. Nestes últimos 17 anos, para além desses temas, existem Zines de aventura, feministas, outros que funcionam como articulação de temas variados e que funcionam como portefólio; com temáticas históricas, criticas políticas, sci-fi, Punk, sexo, animais, de música e tecnologia, terror, drogas, D.I.Y. e outros, como se pode verificar no gráfico anterior (Fig. 3). Como demonstrado no gráfico anterior, ao longo do tempo, vemos não só o crescimento de mais artefactos a abordarem temas Indies²⁰ e Social, mas também os Zines de feminismo, que apesar de ser o 5º tema mais tratado identifica-se uma evolução cronológica notória.

Figura 4 - Impressão a Cores VS Preto e Branco

Quanto à impressão apesar de ser maioritariamente Digital e sem grão, no que toca à cor, 50% são apresentados a cores e outros 50% a preto e branco (Fig. 4).

0 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 Sem Data

FREQUÊNCIA DOS TEMAS

Acção Indie animais Aventura Brasil coletivo comida

diy fanzine drogas Fantasia Femininismo Historico musica naprons

pessoal Politico Portefólio punk SciFi sexo Social

tecnologia Terror tributo vários

preto e branco cores 50%

50%

CORES VS PRETO E BRANCO

18. Estratégia de marketing que utiliza produtos utilitários, como canetas, canecas, camisolas, etc., para promover um outro produto ou serviço. 19. Imagem que foi ampliada de forma a ficar com as suas características visuais distorcidas, sendo o pixel da imagem visível.

20.Género de música ou de cinema sem vínculo a uma grande editora ou produtora e tem geralmente características menos comerciais.

(23)

Figura 5 - 100% Cores VS Cores Individuais

Como se verifica no gráfico a cima (Fig. 5), quando falamos de Zines coloridos, podemos encontrar desde Zines a roxo e branco, a amarelo e preto, azuis, bordôs entre outras tonalidades isoladas, em vez de impressão a 4 cores. No gráfico da figura 6, apresenta-se a utilização da cor ao longo do tempo.

Figura 6 - Cores do miolo do

Zine

ao longo do tempo

71%

5%

4%

4%

3%

4%2%

1%

100% CORES VS CORES INDIVIDUAIS

Cores roxo e branco amarelo e preto azul

bordô

Preto e branco com alguma sa cores preto e azul

azul e laranja azul e verde azul e vermelho preto e laranja 71%

5%

4%

4%

3%

4%2%

1%

CORES VS CORES

Cores roxo e branco amarelo e preto azul

bordô

Preto e branco com alguma sa cores preto e azul

azul e laranja azul e verde azul e vermelho preto e laranja

0 3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 Sem Data

Cores do Miolo do Zine ao longo do tempo.

Preto e Branco Cores roxo e branco

amarelo e preto azul bordô

Preto e branco com alguma sa cores preto e azul azul e laranja

azul e verde azul e vermelho preto e laranja

carimbo castanho preto e vermelho rosas e preto

(24)

Figura 7 - Tipo de

Zines

Nos últimos 10 anos tem-se verificado um aumento de Zines de banda desenhada. Com bandas de- senhadas de um ou de diversos autores, este grupo é o que se salienta comparativamente com os outros tipos de Zines com ilustração (Uivo, 2011), fotografias (EFSTATHIADIS, 2013; Kameraphoto, 2013), poesia, teasers de animação (SERRA, 2015), coletâneas artísticas – compilação de poesia, ilustração, e artes plásticas (ESTÉTICA, 2012a, 2012b, 2012c; NAU, 2012)). Talvez seja este um dos motivos que levou a que, durante esta última década, a banda desenhada tenha voltado a ter destaque em Portugal, havendo cada vez mais pessoas a comprar edições. Fica, no entanto, a nota que, apesar da visibilidade, os temas analisados mantiveram-se, quase os mesmos desde a criação do termo Zine(Fig.7).

Figura 8 - Auto Edições (nome)

Muitas publicações independentes não têm uma editora e verifica-se que existem mais coletivos que editam Zines em sistema de autoedição e não através de editoras de Zines (Fig.8) .

68%

15%

9%

4% 2%2%

TIPO DE ZINES

BD ilustração coleção bd's coleção de obras coletivo fotografia Punk

Sem nome designado 58%

Com nome atribuído 42%

AUTO EDIÇÕES

(25)

Figura 9 - Editoras VS Auto Edições

A maioria dos Zines analisados fazem parte de editoras (87 em 150). Com isto pode afirmar-se que, nos tempos atuais, tem havido interesse em publicar Zines e, consequentemente verifica-se que têm sido criadas novas editoras de Zines por todo o país (Fig. 9)

Figura 10- Editoras

No gráfico da figura 10 é demonstrado que a maioria dos Zines editados pertencem a editoras como a Chili Com Carne e El Pep, e apenas 10 outras editoras tiveram mais que um exemplo analisado.

De todo o resto, só analisámos um exemplar de cada (o único obtido).

EdiçõesAuto 42%

Editoras 58%

EDITORAS VS AUTO EDIÇÕES

Chili com Carne 17%

El Pep​

9%

Fentlamà Fanzine​

6%

Polvo​

6%

3%

3%

2%

​2%

​1%

​1%

EDITORAS

(26)

Figura 11 - Fichas Técnicas

Embora a atenção tenha vindo a crescer no que toca às editoras, por uma diferença mínima, as informações dadas nas fichas técnicas continuam muito vagas (Fig. 11)

Figura 12 - Fichas Técnicas Incompletas

Considerando uma ficha técnica incompleta, há a necessidade de pesquisar informação adicional para saber qual o autor, ano de publicação, tiragem, e outras informações indispensáveis para quem quiser saber onde poder continuar a ver as edições e a comprar Zines do mesmo tema, formato ou autor. Ainda dentro desses Zines com poucas informações técnicas, a maioria apenas apresentava o nome do autor e a data (Fig.12). Apenas 6% apresentava apenas ou só o Autor, ou Autor e Tira- gem.

Completa Incompleta 49%

51%

FICHAS TÉCNICAS

6%

Apenas Autor 72%

Autor e Data16%

6%

INCOMPLETAS

(27)

Figura 13 - Organização / Paginação

Anteriormente tínhamos questionado se, atualmente, o artista tinha atenção ao modo como organi- za e compõe graficamente o Zine. Ao fim do estudo, percebe-se que, atualmente, 93% dos mesmos foram concebidos com uma estrutura ou grelha visível estruturalmente. Contudo encontram-se edi- ções mais expressivas em que não se valorizam hierarquias tipográfica onde, apesar da grelha os artista decidiam as tipografias a utilizar (Fig. 13).

. Para se conseguir analisar as dimensões de uma maneira concisa neste tópico agruparam-se todos os Zines de tamanhos variados em 4 categorias, tendo em conta a área ocupada. Por exemplo:

A3= 29,7x42=1247,4 A4= 21x29,7=623,7

Figura 14 - Dimensões

Todos os Zines entre o A3 e o A4 são a categoria 3; entre o A4 e o A5 são a categoria 2; entre a área do A5 e o A6 são a categoria 1; e os menores são a 0 (Fig. 14). Dentro destas categorias existem mais da categoria 1 (43%) e da categoria 2 (41%), ou seja, existem mais Zines entre o A6 e o A5, e entre o A5 e o A4, em grandes formatos, ou em formatos menores.

7%

43%

41%

9%

DIMENSÕES

Categoria 0 Categoria 1 Categoria 2 Categoria 3 7%

43%

41%

9%

DIMENSÕES

Categoria 0 Categoria 1 Categoria 2 Categoria 3

7%

43%

41%

9%

DIMENSÕES

Categoria 0 Categoria 1 Categoria 2 Categoria 3

(28)

Figura 15 - Dimensões dos

Zines

ao longo do século

Ao longo do tempo verificamos uma maior presença de Zines da categoria 1, contudo a categoria 2 tem estado mais presente nos últimos 7 anos (Fig. 15)

Figura 16 - Classes de números de páginas por artefacto

Quanto ao número de páginas verificou-se que houve uma diminuição do número de páginas por ar- tefacto (talvez por se utilizar mais a impressão a cores que a preto e branco) (FARRAJOTA, 2012a;

FERREIRA, 2012, p. páginas 8 a 10)(Fig. 16).

Figura 17 - Número de Páginas por Artefacto ao longo do tempo

Pelo facto de Zines poderem ser folhetos, desdobráveis, livros e outros tipos de artefactos onde os artistas expressam os seus ideais e temas de interesse, nesta análise existem objetos desde 2 a 324 páginas (Fig. 17).

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 Sem Data

Dimensões dos Zines ao longo do século

Categoria 0 Categoria 1 Categoria 2 Categoria 3

02 46 108 1214 1618 2022 2426 2830 32

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 Sem Data

Classes de Número de Páginas por Artefacto

2 a 20 24 a 36 40 a 96 100 a 324

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24

2 4 5 8 10 12 13 14 16 18 20 24 25 28 32 36 40 44 48 49 52 60 64 68 70 72 76 80 92 96 100 104 112 116 120 122 144 148 156 160 164 324

Número de Páginas por Artefacto ao longo do tempo

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 Sem Data

(29)

Figura 18 - Número de Páginas por Artefacto

Por isso, mais uma vez houve a necessidade dos artefactos serem agrupado em 4 grupos: de 2 a 20 páginas, de 24 a 36, de 40 a 96 e de 100 a 324 (Fig. 18).

A maioria dos Zines têm entre 2 a 20 páginas, e apenas 9% tem mais de 100. As categorias de 24 a 36 páginas e de 40 a 96 páginas representam cada uma 26% dos Zines avaliados.

Figura 19 - Número de Páginas por Artefacto ao longo do tempo

Segundo este estudo, a maioria dos Zines são agrafados. No entanto, ter 2 agrafos, 1 agrafo, 3 agrafos, ou 2 agrafos e colocar capa são abordagens totalmente atuais num Zine (Fig.19).

A Maioria dos Zines são de 2 agrafos (49%)(NAU, 2012). seguidos de Zines a cola fria (17%)(HO- FBAUER, 2009), com apenas 1 agrafo (11%), desdobráveis (7%)(EFSTATHIADIS, 2013; Uivo, 2014) e cosidos (3%).

2 a 20 39%

24 a 36 26%

40 a 96 26%

100 a 324 9%

NÚMERO DE PÁGINAS POR ARTEFACTO

11%

1%

1%2%

2%

3%

7%

17%

49%

TIPOS DE ENCADERNAÇÃO

1 agrafo 2 agrafos vermelhos 2 agrafos(dentro da capa) 3 agrafos

folhas soltas folheto pacote cola fria/cosido elástico acordeão agrafos de arquivo jornal cosido desdobravel cola fria 2 agrafos

(30)

Figura 20- Tipos de encadernação ao longo do tempo.

Em menor percentagem são os Zines com agrafos de arquivo; acordeões; elásticos; com cola e cosidos em simultâneo; pacotes; folhetos; folhas soltas; 3 agrafos; 2 agrafos vermelhos; e agrafos escondidos por uma capa, como se pode observar no gráfico em anexo. Ao longo do tempo verifica- -se uma maior utilização de 2 agrafos e, mais recentemente, nos últimos 4 anos, de desdobráveis.

Figura 21- Proteções e Outros

São ainda aspetos a salientar as badanas que protegem o miolo (HOFBAUER, 2009), aponta- mentos cosidos na capa (NAU, 2012), miolos com a cosedura à mostra (FARRAJOTA, 2012a), as diferenças entre páginas do miolo (cadernos de diferentes tamanhos) no mesmo Zine (COELHO &

FAZENDA, 2006) e as golas de plástico (EFSTATHIADIS, 2013). Dos 156 casos de estudo, 67% não tinha qualquer proteção extra. Apenas 7% tinha uma capa extra e 6% um saco de proteção.

Em relação ao merchandisign assinala-se que existem algumas situações em que paralelamente às edições principais são criados outros materiais tais como postais, autocolantes, que remetem para as suas narrativas e personagens (BURNAY, 2015; Rubro & Rodrigues, 2013; Uivo, 2014). São normalmente vendidos em feiras e em exposições pelo artista que os autopublicou.

A situação de edição mais comum observada é a criação de Packs de Zines mais económicos (exemplo: 3 Zines no preço de 2, ou 4 no preço de 3) (ESTÉTICA, 2012a, 2012b, 2012c).

Situações distintas. Há´, ainda, que referir 2 casos diferentes, um de 2014 e outro de dezembro de 2015. O primeiro, O Guia Agrícola do Século XX, de Lord Mantraste (MANTRASTE & ALEXANDRE, 2014b), um Zine protegido por um saco take away de papelão, carimbado com uma ilustração do livro, o que permite ver o conjunto da obra de outra maneira. Quando se abre o pacote encontra-se um autocolante, um Zine e ainda um extra que conjuga o conceito de poster com Zine (MANTRAS- TE & ALEXANDRE, 2014a). Por último, o caso dos Zines feitos pela Joana Afonso, que são vendi- dos conjuntamente com uma coleira em seu redor e com um autocolante extra (AFONSO, 2015a,

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 Sem Data

Tipos de Encadernação ao longo do tempo

1 agrafo 2 agrafos vermelhos 2 agrafos(dentro da capa) 3 agrafos folhas soltas folheto

pacote cola fria/cosido elástico acordeão agrafos de arquivo jornal

cosido desdobravel cola fria 2 agrafos

1% 1%

2%

4%

5%

6%

7%

67%

PROTEÇÃO E OUTROS

caixa

capa com badanas capa extra

dentro de uma mica protetora é um pacote surpresa que é um zine envelope

uma sola de sapatilha nau bordada na capa papel químico proteção da lombada sacos com comida para cheiros texto extra & autocolante um cartão

um miolo extra dentro super fragil…

uma gola badanas saco de proteção capa extra não

1% 1%

2%

4%

5%

6%

7%

67%

PROTEÇÃO E OUTROS

caixa

capa com badanas capa extra

dentro de uma mica protetora é um pacote surpresa que é um zine envelope

uma sola de sapatilha nau bordada na capa papel químico proteção da lombada sacos com comida para cheiros texto extra & autocolante um cartão

um miolo extra dentro super fragil…

uma gola badanas saco de proteção capa extra não

1% 1%

2%

4%

5%

6%

7%

67%

PROTEÇÃO E OUTROS

caixa

capa com badanas capa extra

dentro de uma mica protetora é um pacote surpresa que é um zine envelope

uma sola de sapatilha nau bordada na capa papel químico proteção da lombada sacos com comida para cheiros texto extra & autocolante um cartão

um miolo extra dentro super fragil…

uma gola badanas saco de proteção capa extra não

1% 1%

2%

4%

5%

6%

7%

67%

PROTEÇÃO E OUTROS

caixa

capa com badanas capa extra

dentro de uma mica protetora é um pacote surpresa que é um zine envelope

uma sola de sapatilha nau bordada na capa papel químico proteção da lombada sacos com comida para cheiros texto extra & autocolante um cartão

um miolo extra dentro super fragil…

uma gola badanas saco de proteção capa extra não

(31)

2015b, 2015c, 2015d). Estes são dois exemplos observados recentemente na venda de Packs de Zines.

Contudo, o que acontece a maior parte das vezes é os Zines serem vendidos com os autocolantes com temas diferentes e, na compra de alguns Zines, haver uma oferta de autocolantes ou outro material.

Paralelamente, para quem não possa adquirir as edições completas, com o material de promoção há cada vez mais artistas que vendem Zines em que os matérias promocionais – originais, prints, postais, autocolantes e T-Shirts, entre outros – são opcionais.

Figura 22 - Cor do papel do miolo.

Com o passar do tempo houve acesso a um leque maior e mais diversificado de papéis. Porém os que continuam a ser mais utilizados são o papel de impressão branco (80 gramas)(Fig. 22) (Praga, 2013) e um papel creme texturado (FERREIRA, 2012). No que toca a cores prevalecem, sem dúvi- da, as folhas de cor branca (COELHO & FAZENDA, 2006) e, em alguns casos, a cor creme (FIGUEI- RADO et al., 2007). Salienta-se, no entanto, a Rosquinha (Uivo, 2014), em que a impressão a preto e branco, numa folha laranja avermelhada, potencia a expressão da banda desenhada.

Figura 23 - Tipo de Impressão na Capa

Desde 2014 que se identifica nos tipos de impressão uma opção notória pela impressão Digital (Bur- nay et al., 2014). No entanto, as técnicas como a risografia (MANTRASTE & ALEXANDRE, 2014b) e o offset (BURNAY, 2012) não são postos de parte. As impressões a preto e branco são as que apresentam mais páginas, mas se excluirmos as ProZines, são também as que são menos cuidadas no que toca a qualidade da imagem (pixel) e do papel (Fig. 23). A Sad Story of a Sad Foxman (Uivo, 2011), Doom Mountain (BURNAY, 2012) e Storie della Progineterice (VENÂNCIO & Cremonesi, 2015) são bons exemplos de produção de Zines a preto e branco.

4% 1%

4%

32%

55%

TIPO DE IMPRESSÃO NA CAPA

carimbo e cosedura linólio

marcador outra técnica inkjet Serigrafia risografia offset digital

1% 1%3% 3%

4%

4%

6%

12%

65%

COR DO PAPEL DO MIOLO DE MIOLOS

amarelado e branco cores

cores de vermelho/cinza laranja avermelhado Multi Colorido

Capa amarelado, miolo branco vermelho

cinza creme amarelo branco

(32)

Figura 24 - Tipo de Impressão na capa

Dos últimos 17 anos foram analisados Zines cuja as capas foram impressas Digitalmente, em offset, serigrafia, risografia, inkjet, linóleo, marcador, carimbo entre outros.

Ainda, 55% dos Zines estudados foram impressos Digitalmente mas só depois de 2011 é que existe uma evolução evidente, como podemos verificar no gráfico, deste meio de impressão. Até 2011 temos uma presença maior de offset(Fig. 24).

Figura 25 - Tipo de Impressão no Miolo

Embora o tipo de impressão Digital seja equivalente a 55% dos casos analisados, existem mais mio- los impressos em offset que nas outras maneiras. Em ambos (Digital e offset) houve uma crescente utilização. Para além de Risografias, continua a haver miolos serigrafados, impressos a tinta (Inkjet) e em carimbos.

05 1015 2025 3035

Tipo de Impressão na Capa

carimbo e cosedura linólio marcador

outra técnica inkjet Serigrafia

risografia offset digital

Carimbo

1% inkjet

2%serigrafia 2%risografia 4%

Offset 36%

digital 55%

TIPO DE IMPRESSÃO NO MIOLO

Figura 26 - Tipo de Impressão no Miolo 0

5 10 15 20 25 30 35

Tipo de Impressão no Miolo

Carimbo inkjet serigrafia risografia Offset digital 0

5 10 15 20 25 30 35

Tipo de Impressão no Miolo

Carimbo inkjet serigrafia risografia Offset digital

(33)

Figura 27 - Tipo de Impressão de Capa

Quanto às texturas, são pobremente aproveitadas atualmente. Contudo em 2006/7 e 2008 ainda se encontram exemplos de Zines que tiram proveito da textura para potencializar as ilustrações (COE- LHO & FAZENDA, 2006; FIGUEIRADO et al., 2007; HOFBAUER, 2006). Recentemente, as folhas

“borrachadas” e o laser ou o Digital quebraram o interesse por essa plasticidade (Praga, 2013). Têm vindo a ser muito escolhidos, nestes últimos anos, o papel Couché e um outro, plastificado mate (Fig. 27). Graças aos suportes do miolo, as características dos Zines assumem cada vez mais as qualidades visuais comuns aos ProZines (Burnay et al., 2014).

Figura 28 - Cor do papel do miolo

Ao nível de gramagem do papel utilizado no miolo são comuns as menores, o que não implica haver alguns Zines com gramagens superiores, como o caso do Zine Macabre booklet (SERRA, 2015) e Gemstones Collection (Kairih, 2015) que embora apresentem uma capa com o papel com igual gramagem do miolo, continua a ter aproximadamente 200g o que, comparativamente com os 80g de uma folha comum, permite ao Zine ser mais resistente(Fig. 28).

1% 1% 2%2%

4%

5%

6%

8%

8%

14% 8%

16%

21%

TIPO DE PAPEL DE CAPA

texturado pacote de kraft

Papel de Parede com Autocolante Saco de plástico

Sola de Chuteira plastificada mate couché papel jornal Semi mate plastificada papel colorido Brilhante Normal texturada mate

1% 3% 3%

4%

6%

12%

65%

COR DO PAPEL DO MIOLO DE MIOLOS

amarelado e branco cores

cores de vermelho/cinza laranja avermelhado Multi Colorido Capa amarelado, miolo branco

vermelho cinza creme amarelo branco

(34)

Figura 29 - Gramagem de capas

A maioria dos Zines têm capas com gramagens de 300g e de 150g. Verifica-se porém que muitos dos artistas não se preocuparam com esta opção tendo ainda 31% capas com o mesmo papel utili- zado no miolo, ou ligeiramente diferente (compreendido entre os 60 e 90 gm). A maioria foi feita com cartolina, e embora tenha faltado apontar 16% do tipo de capas que os Zines poderiam ter, apenas 1 Zine marcou pela originalidade na capa: uma sola de chuteira (Fig. 29).

Figura 30 - Gramagem de Miolos

Quanto à gramagem do miolo, o mais comum é ter uma gramagem entre os 80g e os 100g, sendo a sua cor maioritariamente branca. Contudo, muitos dos Zines apresentados têm papéis amarelos, creme, cinza, vermelho e outros, papéis menos disponíveis em gramagens maiores (Fig. 30).

1%1% 2% 2%

2% 2%

4%

5%

8%

8%

10%

13%

15%

27%

GRAMAGEM DE CAPAS

160 220 90 120 350 400 240 200 100 250 60 80 150

1% 2% 2%2%

6%

6%

9%

20%

49%

GRAMAGEM DE MIOLOS

180 350 vários 300 90 60 250 120 200 150 100 80

(35)

Figura 31 - Grão nos

Zines

No que toca à apresentação do Zine, verifica-se que as imagens da maioria dos artefactos já não têm pixéis visíveis, o que revela um cuidado maior na edição. Mesmo assim ainda conseguimos encontrar Zines muito pixelizadas (Fig. 31) (ESTÉTICA, 2012a, 2012b), sem hierarquias tipográficas (ESTÉTICA, 2012c), com muitos tipos de letra diferentes e uma paginação diversificada, sendo o registo visual expressivo o que prevalece (Praga, 2013).

Figura 32 -

Zines

com grão

Verifica-se que o grão e textura tradicionais são procurados por alguns autores, dando-se o exem- plo do Zine de Lord Mantraste(MANTRASTE & ALEXANDRE, 2014a, 2014b). Atualmente, talvez graças ao computador, 89% dos Zines não têm qualquer pixel ou grão. Contudo nos 11% identifica- dos apenas 12 continuam com bastante grão tendo 65 algum grão(Fig. 32).

11%

89%

GRÃO NOS ZINES

Com grão ou pixel Sem grão ou pixel

12%

23%

65%

ZINES COM GRÃO

Com Bastante Grão Com grão

Com Algum Grão

(36)
(37)

III PROJETO

NARRATIVAS

Figura 33 - Espaços / Locais - Ponte da Pink Street, Cais do Sodré, Lisboa ( Zine #3 Fantasma Embriagado); Uma dimensão de pizza e doritos, Pizza, Dimensão 3 (Zine #2 Amores Malcheirsos e Pepperonis); Um teatro abandonado, um palco, Clube União Vilanovense, Cantanhede, Coimbra, Portugal (Zine #1 Rock some zombies Of!)

O processo de criação das narrativas do projeto iniciou-se com a identificação das temáticas a de- senvolver e respetivas componentes indispensáveis à sua criação, nomeadamente a designação do local (Num teatro abandonado? Numa casa? Na rua? Numa cidade em específico ou num lugar ficcional?), do tempo (de dia, de noite, atualmente, há 20 anos, há 1800 anos, 100 anos no futuro), das personagens e dos papéis a desempenhar (além de Salazar, quem mais estaria envolvido como vilão, amigo, companheiro e figurante), das armas ou poderes atribuídos e, por fim, a definição dos inimigos, desafios, medos e recompensas.

Estas primeiras escolhas são extremamente pertinentes não só para saber onde se vai desenrolar a narrativa, mas também para se encontrarem diferentes abordagens de ilustração, assim como possibilidades para os suportes. Sintetizando, previamente foram escolhidos os temas, as ações a desenvolver, o espaço onde decorreriam, o tempo e as personagens intervenientes.

SOBRE A PERSONAGEM PRINCIPAL

Figura 34 -

Salazar Albino Duarte

Salazar, protagonista das aventuras ilustradas, é uma autorepresentação hipotética de quem o autor seria, caso tivesse ingressado numa vida de álcool, drogas e gangues locais, com tatuagens e higie- ne pessoal duvidosa, entre outras características. Ao definir esta personagem, surgiu a sua primeira ilustração e, consequentemente, a sua primeira aventura: um motard ruivo, expulso do trabalho e com a casa “em pantanas”.

Quanto às narrativas que foram desenvolvidas, estas resultam de uma combinação das minhas ex-

periências pessoais com alguns aspetos de ficção ou fantasia (relativamente à fisionomia de vilões,

(38)

monstros e outros seres, bem como a possíveis ecossistemas), colocando, assim, as narrativas no limiar da veracidade com o mundo da imaginação. No que diz respeito aos sonhos, quase lúcidos, bastante sensoriais e apoiados em ambientes desconhecidos, serviram de base às aventuras e ex- periências criadas durante o projeto. Em suma, estando eu no papel de ilustrador, coloquei Salazar como o meu alter ego, mas também como personagem, servindo de base a um projeto ilustrado que combina realidade e ficção.

Figura 35 - Building Stories de Chris Ware. Imagens retiradas de Page45 ;ComixTrip; The Good Reads e The Telegraph

A obra Building Stories de Chris Ware (Ware, Ware, & Ware, 2012) (Figura 35) foi uma importante fonte de inspiração para a construção das narrativas. Assim, a caixa é constituída por catorze arte- factos (Livros cosidos “Cloth bound”, flipbooks, jornais, Broadsheets, entre outros, como é possível ver na Figura 35), explorados e desenvolvidos de diferentes maneiras, com base numa história principal que serviu de linha de orientação, ainda que o decorrer das ações não era desenhado nem publicado por uma ordem prévia de leitura.

Desta maneira, permite-se ao leitor a liberdade de criar a sua própria ordem de acontecimentos pela escolha de leitura, cronológica ou através da relação entre eventos, desenvolvendo-se sempre múltiplas histórias secundárias em redor da narrativa principal.

Figura 36 - Zines finalizados em tempo útil

Tendo em conta todo o lado aventureiro e psicadélico de Salazar, assim como a obra anteriormente

referida, foram escritas várias aventuras. Embora atualmente tenham sido apenas apresentados

publicamente quatro fanzines, há um foilzine em adaptação física da versão web e em processo

final de sombras, uma caixa de pizza que, além de ser um zine num formato diferente, terá mais

três zines no interior já prontos e ainda dois pop-out zines que incorporam igualmente a técnica

3D Anaglyph, tendo como diferença o facto de serem todos numa tonalidade de roxo, linhas pretas.

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