• Nenhum resultado encontrado

TECNOLOGIA ASSISTIVA E DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA: CONSTRUÇÃO DE UMA CARTILHA DE BOCHA PARALÍMPICA ACESSÍVEL

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "TECNOLOGIA ASSISTIVA E DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA: CONSTRUÇÃO DE UMA CARTILHA DE BOCHA PARALÍMPICA ACESSÍVEL"

Copied!
11
0
0

Texto

(1)

1

[Digite uma citação do documento ou o

TECNOLOGIA ASSISTIVA E DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA: CONSTRUÇÃO DE UMA CARTILHA DE BOCHA PARALÍMPICA ACESSÍVEL

ASSITIVE TECHNOLOGY AND MULTIPLE DEFICIENCY: CONSTRUCTION OF AN ACCESSIBLE DIGITAL BOOKLET PARALYMPIC BOCCIA

Ieda Mayumi Sabino Kawashita (IFSULDEMINAS - ieda.kawashita@muz.ifsuldeminas.edu.br)

PedroFernando Ferreira de Brito IFSULDEMINAS - pedro.fernando1995@gmail.com)

Herley Henrique Dionísio (IFSULDEMINAS - herleyeduca@gmail.com)

Vinicius Silva (IFSULDEMINAS - cviniciussilva123@gmail.com) Resumo:

Este trabalho tem como objetivo avaliar a acessibilidade da cartilha digital: aprendendo e jogando bocha, por alunos do PROEFA - Projeto de Educação Física Adaptada. A cartilha foi desenvolvida e criada por uma equipe multidisciplinar do Instituto Federal do Sul de Minas Gerais Campus Muzambinho, para auxiliar na motivação do aprendizado formal de leitura e escrita e também para a aquisição de novas formas de acessar o conhecimento do esporte que eles praticam. As categorias analisadas foram: a da comunicação aumentativa e alternativa, que diz respeito ao acesso ao conteúdo por meio de palavras, símbolos, etc.; e a categoria recursos de acessibilidade ao computador, onde o aplicativo foi planejado para que pessoas com restrição motora e de compreensão tivessem acesso a navegação do aplicativo, por meio do ledor, do menu de páginas e das imagens. Foi aplicado um questionário semi-estruturado com quatro participantes do projeto, no dia do campeonato anual. Pode-se concluir que, a avaliação da cartilha pelo público que frequenta o projeto foi positiva. Verificou -se que nas duas categorias analisada se mostraram acessíveis.

Palavras-chave: Tecnologia assistiva, Acessibilidade, Deficiência múltipla

Abstract: This work aims to evaluate the accessibility of the digital booklet: learning and playing bocce, by students of PROEFA - Adapted Physical Education Project. The booklet was developed and created by a multidisciplinary team from the Federal Institute of the South of Minas Gerais Campus Muzambinho, to assist in the motivation of the formal learning of reading and writing and also to acquire new ways of accessing th e knowledge of the sport that they practice. The categories analyzed were: augmentative and alternative communication, which refers to access to content through words, symbols, etc .; and the Computer Accessibility Features category, where the application was designed so that people with motor restraint and comprehension had access to the application's navigation through the tabbed, page menu and images. A semi-structured questionnaire was applied with four project participants, on the day of the annual championship. It can be concluded that the evaluation of the book by the public that attends the project was positive. It was verified that in the two categories analyzed they were accessible.

Keywords: Assistive Technology, Accessibility, Multiple Disability

1 - Introdução

(2)

2

[Digite uma citação do documento ou o

Este artigo visa apresentar uma proposta de inclusão das pessoas com deficiência múltipla no uso de tecnologia de informação e comunicação - TCI. Este estudo é a continuação do projeto de pesquisa e extensão realizado no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais - MG, que tem como uma das vertente, o projeto interdisciplinar, combinando especialistas das áreas de Educação Física e Informática, que visa pesquisar como a TIC podem ser aplicada para inclusão e também melhorar o desempenho dos alunos com deficiência múltipla durante as aulas de bocha paralímpica.

A definição de deficiência múltipla é discutida por Rocha e Plest (2015), que trazem um histórico sobre este tema e enfatizam a falta de consenso entre os teóricos da área educacional sobre o conceito adequado a ser empregado para descrever a deficiência múltipla e suas características. As autoras trazem exemplos de Portugal e Estados Unidos, que apresentam como fator principal a deficiência intelectual associada a outras deficiências, sensoriais e/ou físicas; entretanto mesmo nos Estados Unidos não há um consenso, pois a Individuals with Disabilities Education Act (IDEA) conceitua a deficiência múltipla como deficiências concomitantes ou simultâneas, não fazendo menção a que deficiência intelectual tenha que estar associada sempre as outras deficiências.

No Brasil, o documento Educação infantil- saberes e práticas da inclusão: dificuldades acentuadas de aprendizagem - deficiência múltipla (BRASIL, 2006), apresenta a seguinte definição:

O termo deficiência múltipla tem sido utilizado, com freqüência, para caracterizar o conjunto de duas ou mais deficiências associadas, de ordem física, sensorial, mental, emocional ou de comportamento social. No entanto, não é o somatório dessas alterações que caracterizam a múltipla deficiência, mas sim o nível de desenvolvimento, as possibilidades funcionais, de comunicação, interação social e de aprendizagem que determinam as necessidades educacionais dessas pessoas (BRASIL, 2006, p.13)

Verifica-se que este conceito é similar ao da IDEA, e compreende a pessoa em todos os seus aspectos, não se limita apenas as deficiências. Neste sentido, concorda -se com Silva (2015) quando afirma que a educação é parte imprescindível para melhorar as condições de desenvolvimento, de aprendizagem e de integração familiar e comunitária deste público.

Compreende-se que estas pessoas tem o direito a inclusão de forma absoluta, não só a inclusão educacional, mas à todas, para este fim traz-se o conceito de inclusão descrito Passerino e Montardo (2007),

[...] processo estabelecido dentro de uma sociedade mais ampla que busca satisfazer as necessidades relacionadas com a qualidade de vida, desenvolvimento humano, autonomia de renda e equi dade de oportunidades e direitos para os indivíduos e grupos sociais que em alguma etapa da sua vida encontram-se em situação de desvantagem com relação a outros membros da sociedade (Passerino e Montardo, 2007, p.5).

Este conceito diz respeito a equidade de oportunidades, questiona-se se em um mundo digital e tecnológico as pessoas com deficiências múltiplas têm acesso a TCI? Outro fator é, a TIC é importante para as pessoas com deficiência, segundo Torres e Mazzoni

(3)

3

[Digite uma citação do documento ou o

(2004) sim, pois a mesma traz a apropriação de formas distintas de diálogos das pessoas com a informação respeitando suas preferências e limitações.

Neste contexto é necessário definir o que é a Tecnologia Assistiva -TA, que segundo a legislação brasileira é compreendida como:

É uma área de conhecimento, de característica multidisciplinar, que engloba, produtos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivam promover a funcionalidade, relacionado à atividade e participação, de pessoas com deficiência, incapacidades ou mobilidade reduzida, visando sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social. (BRASIL -SDHPR - Comitê de Ajuda Técnicas - ATA VII. 2009,p. 13).

Segundo Bersch (2017), as TA podem ser compreendidas como auxílio que promovam a ampliação de uma habilidade funcional deficitária ou possibilitará a realização de uma função desejada que se encontra impedida por circunstâncias de deficiência ou por envelhecimento. De acordo com a autora, as TA têm como objetivo proporcionar as pessoas com deficiência maior independência, qualidade de vida e inclusão social, através da ampliação da sua comunicação, mobilidade controle de seu ambiente, habilidade de seu aprendizado e trabalho.

As TA são dividias em quatro categorias descritas por Tonolli e Bersch (1998), sendo:

auxilio para vida diária e vida prática, comunicação aumentativa e alternativa, recursos de acessibilidade ao computador e sistema de controle ao ambiente.

A comunicação aumentativa e alternativa diz respeito a atender pessoas sem fala ou escrita funcional ou em defasagem entre sua necessidade comunicativa e sua habilidade em falar, escrever e/ou compreender (BERSCH, 2017, p. 6). Pode-se exemplificar com uso de imagens e símbolos que facilitam a comunicação entre as pessoas com deficiência e sem deficiência, para um determinado fim, seja educativo ou social.

A outra categoria recursos de acessibilidade ao computador que diz respeito ao conjunto de hardware e software especialmente idealizados para tornar o computador acessível a pessoa com privação sensoriais (visuais e auditivas), intelectual e motoras (BERSCH, 2017, p. 6)

Estas duas características estão presente no recurso de tecnologia assistiva desenvolvida pelo projeto. Este recurso é uma cartilha digital, desenvolvida considerando o design acessível de Nielsen (1996) para usuários com deficiência, bem como o AppInventor de Android do MIT, que usa linguagem de blocos visuais para apoiar a criação de aplicativos móveis (ZIOTI et al. 2015).

Na categoria comunicação aumentativa e alternativa foram utilizadas os conceito de navegação simplificada proposto por NIELSEN (1996), desenhos ou fotos indicam o conteúdo das telas com frases curtas e simples. Na categoria recursos de acessibilidade ao computador, no nosso caso ao tablet, foi utilizado o leitor de tela, desenvolvido pelo grupo, mudança de página clicando em um menu com os números das páginas, mudança dos conteúdos clicando sobre a figura. Todas estas ações são acompanhadas pelo leitor de tela.

A conexão entre TA e educação é pertinente uma vez que a TA pode tornar-se uma ponte para abertura de novo horizonte nos processos de aprendizagem e desenvolvimento de alunos com deficiências até bastante severas (GALVÃO, 2002).

(4)

4

[Digite uma citação do documento ou o

Concorda-se com Castagnola, Bosio, Chiodi, (2015), que explanam sobre as novas tecnologias de informação e comunicação que podem ser ferramentas com potencial para contribuir de forma positiva para a educação de pessoas com deficiência, pois elas necessitam de metodologias utilizem enunciados curtos, e que tenham conteúdos práticos e significativos.

A criação da cartilha digital para pessoas com deficiência múltipla se dá por alguns motivos que estão imbricados na prática esportiva, na concepção da prática relacionada com um coneito teórico; ao não acesso à TIC por este público; para auxiliar a motivação do aprendizado formal de leitura e escrita e também para a aquisição de novas formas de acessar ao conhecimento.

Este trabalho se justificativa por apresentar a avaliação do uso da cartilha digital por pessoas com deficiência múltipla integrantes do projeto.

2 - Metodologia

Este é um trabalho qualitativo, que segundo Marconi e Lakatos (2011, p.269) fornece uma análise mais detalhada sobre as investigações, hábitos e atitudes,[...] podendo ter amostras reduzidas, e onde os dados são analisados em seu conteúdo psicossocial.

A pesquisa foi realizada no dia do Campeonato de Bocha Paralímpica em dezembro de 2017, participaram 20 alunos das APAEs conveniadas com o projeto e também alunos do curso de Educação Física que deram o suporte técnico para o evento.

Os alunos para esta pesquisas foram selecionados pelos seguintes critérios: fazerem parte do projeto, terem uma comunicação oral fluente. Foram selecionados 4 alunos, sendo os quatro do sexo masculino, com idades entre 14 a 52 anos. Os participantes são alunos regulares das APAEs e todos apresentarem deficiência múltipla.

A avaliação se deu por meio de um questionário semi-estruturado, que foi respondido individualmente, durou em média 15 minutos, sendo realizada na quadra onde estava acontecendo o campeonato.

Procedimentos para a avaliação:

- Foi apresentado o tablet ao aluno e perguntado de o mesmo já tinha tido acesso a esse recurso;

- Se sabia como ligar e acessar o conteúdo, se sim o aluno era incentivado a realizar sozinho as tarefa, senão o pesquisador apoiava nas ações necessárias, ou oralmente ou com ajuda física;

- O aluno se quisesse poderia explorar o tablet, - Era indicado o símbolo para acessar a cartilha,

- Uma vez acessada a cartilha pedia-se ao aluno que ele a explorasse da forma que quisesse,

- Em cada tópico que o aluno acessava, depois era perguntado o que o mesmo tinha entendido, para verificar se haviam compreendido ou não o conteúdo da cartilha. Nesta parte, foi registrado o que o aluno dizia sem perguntas diretas ou indiretas que pudessem induzir uma resposta.

3 - Resultado e Discussão

Os resultados serão apresentações em duas categorias, sendo a primeira referente ao instrumento (tablet), o acesso ao uso e conteúdo do tablet e a segundo diz respeito ao aplicativo, a cartilha.

(5)

5

[Digite uma citação do documento ou o

A tabela 1 - Categoria 1, expõe os resultados obtidos na primeira categoria, e foi feita com base nas observações do pesquisador e das respostas da intervenção do aluno com o instrumento.

A tabela 1 - Categoria 1, expõe os resultados obtidos na primeira categoria:

Tabela 1 - Categoria 1 Aluno Idade Conhecia

o tablet

Sabia utilizar

Facilidade em usar

Dificuldade em usar

Mostrou interesse

A 52 Sim Não Sim Não Sim

B 14 Sim Não Sim Não Não

C 30 Sim Não Sim Não Sim

D 52 Sim Sim Sim Sim* Sim

Fonte: Autoria própria

*Este aluno em particular tem paralisia cerebral espástica, que dificulta a execução de movimentos com os membros superior e inferior.

Observa-se que todos os alunos conhecem o tablet, já viram, mas que não sabem como utilizá-lo, ou seja seu acesso foi limitado. Pelas respostas obtidas apenas um aluno sabia utilizar a ferramenta, mas que quando ensinado como funciona, 75% tiveram facilidade em manuseá-lo. A ferramenta despertou interesse em 75% dos alunos.

Segundo Warschaner apud Bastista (2006) o acesso ao equipamento não garante a exclusão digital, se faz necessário que as pessoas compreendam como funciona para que as tecnologias possam ser utilizadas nas suas rotinas, como sugere o autor envolvendo-se em práticas sociais significativas. Neste sentido observou-se que os alunos após terem recebido informações de como manusear o tablet, conseguiram interagir com a ferramenta acessando a cartilha, e explorando o seu conteúdo.

Quanto a questão de se adaptar um forma de manter o tablet em posição fixa, sem a necessidade de segurar, entra aqui a questão de acessibilidade classificada como auxílio para vida diária e vida prática, que são materiais e produtos que favorecem o desempenho autônomo e independente em tarefas rotineiras (BERSCH, 2017, p.5). Este item específico não era foco deste estudo, mas é pertinente a questão encontrada, pois diz respeito a acessibilidade. A autonomia de poder utilizar um determinado aparelho sem necessitar de apoio de outras pessoas faz diferença para o usuário, pois o torna independente no quando e como utilizar o tablet. Cabe ressaltar que o aluno consegui acessar a cartilha e demonstrou interesse no seu conteúdo.

O aluno B não demonstrou interesse no tablet, pode-se levantar algumas hipóteses para este fato, uma delas diz respeito ao tempo e local onde a ferramenta foi apresentada, no mesmo local onde estava acontecendo o campeonato de bocha e o interesse maior era no jogo em si. Pode-se também pensar que as experiências passadas com tablet e mesmo com jogos eletrônicos não tenham sido prazerosas, pois afaixa etária do aluno corresponde a este tipo de lazer (CASTAGNOLA et. al, 2015)

A tabela 2 - categoria 2, apresenta os resultados sobre como foi o acesso ao conteúdo e a compreensão do mesmo pelos alunos, que foi feito por meio a observação e pelas falas dos alunos.

(6)

6

[Digite uma citação do documento ou o

Tabela 2 - Categoria 2

Fonte: autoria própria

Após os alunos acessarem a cartilha pelo ícone , com dois toques sobre a figura, a tela inicial da cartilha era visualizada conforme figura 1 - tela inicial. Observa-se que todas as telas possuem áudio, assim que é escolhido o conteúdo, o leitor de tela descreve o conteúdo. Exemplo ao tocar em história bocha, o leitor de tela lê o que esta escrito.

Figura 1- 1 Tela inicial

Fonte: autoria própria

Os alunos poderiam escolher onde acessar primeiro em: História, O jogar, Regras, Técnica e tática. Aberta a tela, o aluno tem acesso à informação por meio do texto escrito e programa que lê as informações escritas da tela. Indo para a tela de sua escolha, como exemplo, a tela "O jogo", como ilustra a figura 2 - tela O jogo. Ela acessa a tela que trás informações sobre o jogo em si, divido em quatro categorias: Como é o jogo, Quem joga, Classificações e Benefícios.

Figura 2 - Tela o jogo

(7)

7

[Digite uma citação do documento ou o

Fonte: autoria própria

Nesta tela o aluno escolhe se quer entrar em uma das quatro opções, se escolhe por exemplo a figura como é jogo, tocando duas vezes sobre a figura, ele acessa a próxima tela, conforme a figura 3 - tela como é o jogo. Aqui foi inserido uma opção para o aluno poder ter acesso as outras telas, numeradas como se fossem páginas.

Figura 3 - tela como é o jogo

Fonte: autoria própria

Neste item o aluno tem acesso de como é o jogo, seu material, o espaço (quadra), entre outros itens.

A compreensão foi parcial, no sentido dos alunos não terem tido tempo para explorar todo o conteúdo, pois uma das dificuldades da pesquisa foi tempo que dispúnhamos, que se mostrou escasso. Verifica-se que no final eles compreenderam que era uma cartilha que tratava da bocha, e reconheceram elementos da cartilha que já conheciam.

Quanto aos elementos que tornaram o acesso mais fácil, o som (leitor de tela) e as imagens foram os citados. Observa-se que na construção da cartilha as imagens escolhidas foram selecionadas por serem claras e objetivas, onde a idéia é transmitida a primeira vista,

(8)

8

[Digite uma citação do documento ou o

sem necessidade de se observar detalhes. São imagens coloridas, podendo ser desenho ou fotos. Corroborando com a construção da cartilha, Silva (2107) explana que as pessoas com deficiência intelectual conseguem compreender melhor as informações por meio de imagens, símbolos, diagramas, entre outros em detrimento a habilidade de leitura e escrita.

Os textos da cartilha são breves e diretos, em linguagem simples , esta escolha foi feita por sabermos que o público alvo da cartilha são pessoas com deficiência múltiplas, sendo elas deficiência física e intelectual.

Neste contexto concordamos com Torres et. al (200) que relatam sobre a flexibilização dos conteúdos disponíveis não somente em sites, mas também nas informações divulgadas;

A necessidade pode se manifestar pela impossibilidade de aceder à informação divulgada de uma única forma, sempre que essa forma se torna inacessível, seja devido às características técnicas dos equipamentos dos usuários (qualidade e custo das tecnologias utilizadas), ou pelas características corporais dessas pessoas (por exemplo: deficiências sensoriais, problemas de coordenação motora etc.). A preferência se manifesta quando os usuári os optam por ter o acesso à informação através da mídia que mais lhes convém, ou mais lhes agrada, conforme seja o seu estilo de aprendizagem (TORRES et. al., 2002, p.85).

Observa-se que a preferência dos alunos se deu pelas imagens e pelo som, o que pode ser um indicativo que para construir um material acessível para este público estes podem ser elementos presentes.

Esta preocupação foi constante na construção da cartilha, quando Torres et. al (2002) faz referência a aceder a informação, respeitamos as características do nosso público. Uma destas característica diz respeito a questões de alfabetização, no caso da noss a pesquisa apenas um aluno é alfabetizado. Segundo Castagnola et. al. (2015), elucidam que:

Pessoas com deficiência intelectual necessitam de experiências didáticas práticas em detrimento de extensas explicações orais; indicação que é pertinente quando consideramos que déficits na capacidade de concentração, memorização, abstração e generalização são algumas das características dessa deficiência, ainda que em graus de comprometimento muito diferenciados de pessoa para pessoa (CASTAGNOLA et. al., 2015, p. 58).

Nesta perspectiva os textos da cartilha são curtos, com palavras simples, correspondentes ao cotidiano do público. Entretanto o aluno A relatou dificuldade com o som, pode-se supor que esta dificuldade possa ser ocasionada por ser uma voz desconhecida, ou por o aluno não estar acostumado com este tipo de tecnologia, ou mesmo pelo ambiente onde foi feito a pesquisa.

Outro ponto que vale destacar é o aluno B que relatou dificuldade com o texto escrito, como já mencionado anteriormente apenas um aluno é alfabetizado, o aluno B, pela própria faixa etária se encontra em processo de alfabetização, o que torna sua fala pertinente.

4 - Considerações Finais

Compreende-se que a avaliação da cartilha pelo público que frequenta o projeto foi positiva. Verificou-se que nas duas categorias analisadas, a da comunicação aumentativa e alternativa, que diz respeito ao acesso ao conteúdo por meio de palavras, símbolos, etc.; e a categoria recursos de acessibilidade ao computador, onde o aplicativo foi planejado para

(9)

9

[Digite uma citação do documento ou o

que pessoas com restrição motora e de compreensão tivessem acesso a navegação do aplicativo, por meio do ledor, do menu de páginas e das imagens foram contemplados.

O formato da cartilha foi de fácil manuseio para os alunos, e também motivante pelo assunto que é do interesse dos mesmo. Os alunos associaram o conteúdo com sua prática relatando coisas básicas como, quando jogo com outro aluno, nos formamos uma dupla.

Reconhecendo os tipos de jogadas, eu prefiro as jogadas por baixo, como essa da foto, entre outras.

Frente a estas questões sugerimos que outras pesquisas sejam realizadas para compreender-se qual é o melhor formato para a cartilha: aprendendo e jogando bocha.

5 - Referências bibliográficas

BATISTA, M., WARSCHAUER, MARK. Tecnologia e inclusão social: a exclusão digital em debate, Estudos de sociologia, Rev. do Progr. de Pós-graduação em Sociologia da UFPE, v.14, n.1, p 197-201, 2008. Disponível em:

http://www.revista.ufpe.br/revsocio/index.php/revista/article/view/188

BERSCH, R., Introdução à Tecnologia Assistiva. Assistiva • Tecnologia e Educação Porto Alegre • RS 2017 Disponível em:

http://www.assistiva.com.br/Introducao_Tecnologia_Assistiva.pdf

BRASIL Educação Infantil: saberes e práticas da inclusão: dificuldades acentuadas de aprendizagem: deficiência múltipla. [4. ed.] / elaboração profª Ana Maria de Godói – Associação de Assistência à Criança Deficiente – AACD... [et. al.]. – Brasília: MEC, Secretaria de Educação Especial, 2006.

______________SDHPR - Secretaria Nacional de Direito as Pessoas com Deficiência - SNPN.

2009 disponível em:

http://www.pessoacomdeficiencia.gov.br/app/sites/default/files/publicacoes/livro- tecnologia-assistiva.pdf

CASTAGNOLA, M.E.; BOSIO, M. A.; CHIODI, G.A. Juegos serios aplicados aniños con discapacidades. STS 2º Simposio Argentino sobre Tecnología y Sociedad. Buenos Aires, 2015.Disponível em:

http://sedici.unlp.edu.ar/bitstream/handle/10915/59471/Documento_completo.pdf- PDFA.pdf?sequence=1

GALVÃO FILHO, T. A. A Tecnologia Assistiva: de que se trata? In: Machado, G. J. C.; Sobral, M. N. (Orgs.). Conexões: educação, comunicação, inclusão e interculturalidade. 1 ed. Porto Alegre: Redes Editora, p. 207-235, 2009.disponível no formato PDF

em www.galvaofilho.net/assistiva.pdf

MARCONI, M. A., LAKATOS, E. M., Metodologia Científica 6 Ediação - Saõ Paulo- Editora Atlas - 2011

(10)

10

[Digite uma citação do documento ou o

NIELSEN J., Accessible Design for Users With Disabilities, site:

Nielsen Norman GroupEvidence-Based User Experience Research, Training, and Consulting, em 1 de outubro de 1996

Disponível em: https://www.nngroup.com/articles/accessible-design-for-users-with- disabilities/

PASSERINO, L.M., MONTARDO, S. P.,Inclusão social via acessibiliddade digital: Proposta de inclusão digital para pessoas com necessidades especiais. Revista da Associação Nacional de Programas de Pós-graduação em Comunicação Abril 2007. Disponível em:

www.compos.com.br/e-compos

SILVA, A. P. S., Pessoas com Deficiência Intelectual na Era Digital: Novas Possibilidades de Aprendizagem. Anais XX CONBRACE e VII CONICE, Goiânia, set, 2017.disponível em:

<http://congressos.cbce.org.br/index.php/conbrace2017/7conice/>

SILVA, Y. C. R., DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA: CONCEITO E CARACTERIZAÇÃO, EPCC – Encontro Internacional de Produção Científica Cesumar CESUMAR – Centro Universitário de Maringá Editora CESUMAR Maringá – Paraná - Brasil

Disponível em: http://www.conhecer.org.br/download/cp/inclusao/m3/leitura%203.pdf Anais Eletrônico VII

TONOLLI, JOSÉ CARLOS., BERSCH, R., Introdução ao conceito de tecnologia as sistiva e modelos de abordagem da deficiência. site: Bengala Legal. 2008. Disponível em: <

http://www.bengalalegal.com/tecnologia-assistiva>

TORRES, E. F., MAZZONI, A. A.,Conteúdos digitais multimídia: o foco na usabilidade e acessibilidade. Ciência da Informação,Brasília, v. 33, n. 2, p. 152-160, maio/ago. 2004.

Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ci/v33n2/a16v33n2.pdf

TORRES, E. F., MAZZONI, A. A., ALVES, J. B. M.,A acessibilidade à informação no espaço, Ciência da Informação, Brasília, v. 31, n. 3, p. 83-91, set./dez. 2002. Disponível em:

http://www.scielo.br/pdf/ci/v31n3/a09v31n

ZIOTI, F., CLEMENTE, G., GONÇALVES, R. P., SOUZA, M., FASSBINDER A., KAWASHITA, I. M. S., Understanding The Use of Mobile Resources to Enhance Paralympic Boccia Teaching and Learning for Students With Cerebral Palsy, 12th International Conference Mobile Learning 2016, Portugal. Disponível em: https://files.eric.ed.gov/fulltext/ED571454.pdf

(11)

11

[Digite uma citação do documento ou o

Referências

Documentos relacionados

A TECNOLOGIA ASSISTIVA PARA A INCLUSÃO DE ESTUDANTES COM DEFICIÊNCIA NA EDUCAÇÃO SUPERIOR: : concepção e avaliação de um portal educacional para auxiliar a prática docente /

Neste trabalho, buscamos analisar políticas inclusivas de educação superior através das ações realizadas no intuito de contribuir para o acesso e a permanência das

Tem direito ao PIS/PASEP o trabalhador ou o servidor público que, no ano anterior ao do início do calendário de pagamentos: esteja cadastrado há pelo menos cin- co anos no

Quando um indivíduo é acometido pela Síndrome do X Frágil, o gene FMR1 fica comprometido e, por consequência, ocorre a falta ou pouca produção da proteína FMRP (Fragile

A APAE de Itapetininga atende 220 (duzentos e vinte) pessoas com deficiência intelectual/deficiência múltipla associada à deficiência intelectual e transtorno do espectro

É importante destacar a música como um preponderante meio de contribuir com a aprendizagem de uma pessoa, seja ela com ou sem deficiência, Louro (2014), postula o argumento de que

de uma instituição de ensino público federal e sua principal contribuição, tanto na perspectiva prática quanto teórica, reside na análise de aspectos da

Oetker 2+1x 20g Škoricový cukor Vanilínový cukor Dr..