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Agravo de Instrumento n. 2015.090372-6, de São Bento do Sul Relatora: Desa. Substituta Cinthia Beatriz da S. Bittencourt Schaefer

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Agravo de Instrumento n. 2015.090372-6, de São Bento do Sul Relatora: Desa. Substituta Cinthia Beatriz da S. Bittencourt Schaefer

AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECUÇÃO POR QUANTIA CERTA CONTRA DEVEDOR SOLVENTE. PEDIDO DE SUSPENSÃO DO PROCESSO POR AUSÊNCIA DE BENS PENHORÁVEIS. ART. 791, III, DO CPC DE 1973, ATUAL 921, III, DO NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL.

IMPOSSIBILIDADE NO CASO CONCRETO. EXECUÇÃO QUE FICOU SUSPENSA POR 3 (TRÊS) VEZES PELA AUSÊNCIA DE BENS PENHORÁVEIS, POR PERÍODO SUPERIOR A 1 (UM) ANO. FEITO QUE TRAMITA POR 20 (VINTE) ANOS.

INDEFERIMENTO MANTIDO. CUMPRIMENTO DO ART. 921, DO NOVO CPC, TODAVIA, NECESSÁRIO. ARQUIVAMENTO DOS AUTOS COM INÍCIO DO PRAZO DA PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE, EM CASO DE AUSÊNCIA DE IMPULSO PELO EXEQUENTE. RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO.

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Agravo de Instrumento n.

2015.090372-6, da comarca de São Bento do Sul (1ª Vara), em que é agravante Banco do Brasil S/A, e agravado Alceu Nadrowski e outro:

A Primeira Câmara de Direito Comercial decidiu, por votação unânime, conhecer do recurso e negar-lhe provimento. Custas legais.

Participaram do julgamento, realizado nesta data, o Exmo. Sr.

Desembargador Cláudio Valdyr Helfenstein (Presidente) e o Exmo. Sr.

Desembargador Mariano do Nascimento.

Florianópolis, 28 de abril de 2016.

Cinthia Beatriz da S. Bittencourt Schaefer

RELATORA

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RELATÓRIO

Trata-se de agravo de instrumento interposto por Banco do Brasil S.A., contra decisão proferida pelo juízo da 1ª Vara da Comarca de São Bento do Sul que, nos autos da Ação de Execução n. 0000379-60.1996.8.24.0058, indeferiu o pedido de suspensão do processo pelo artigo 791, III, do CPC de 1973 requerido pela parte exequente.

Houve pedido de concessão da tutela antecipada recursal, o qual foi indeferido (fls. 364/365) e, ao final, pugnou-se pela reforma da decisão objurgada.

Foram apresentadas as contrarrazões (fls. 375/379).

Este é o relatório.

Gabinete Desa. Substituta Cinthia Beatriz da S. Bittencourt Schaefer

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VOTO

O recurso deve ser conhecido visto que preenche os requisitos de adimissibilidade.

A instituição financeira agravante sustenta que o artigo 791, III, do CPC [de 1973] lhe garante o direito a suspensão da execução quando não encontrados bens dos devedores passíveis de penhora.

O artigo 921, inciso III, do Novo Código de Processo Civil, o qual possui a mesma redação do antigo 791 do CPC de 1973, realmente prevê a possibilidade da suspensão do feito na ausência de bens penhoráveis:

Art. 921. Suspende-se a execução:

I - nas hipóteses dos arts. 313 e 315, no que couber;

II - no todo ou em parte, quando recebidos com efeito suspensivo os embargos à execução;

III - quando o executado não possuir bens penhoráveis;

Este é o entendimento do Superior Tribunal de Justiça:

PROCESSO CIVIL. EXECUÇÃO. INEXISTÊNCIA DE BENS DO DEVEDOR A SEREM CONSTRITOS. SUSPENSÃO DO PROCESSO. ARTIGO 791, III, DO CPC.

CABIMENTO. 1. Na hipótese em que não são localizados bens do devedor passíveis de penhora, o processo de execução deve ser suspenso conforme preconizado pelo artigo 791, III, do CPC. 2. Recurso especial provido (REsp n. 694.263-GO, Quarta Turma, Rel. Min. João Ministro de Noronha, DJ. 5-9-2009).

Não há dúvidas, portanto, que há possibilidade de suspensão da execução quando o executado não possuir bens penhoráveis.

Todavia, este fato não é suficiente para a procedência do pedido.

Isto porque observando as contrarrazões apresentadas pelo executado, as peças processuais juntadas ao presente agravo e também a movimentação do processo junto ao portal e-SAJ, verifica-se que o feito ficou suspenso por três vezes a fim do credor buscar bens penhoráveis.

O tempo de suspensão, nestas três oportunidades, foi superior ao prazo de 1 (um) ano previsto no § 1º, do artigo 921, do Novo CPC [com igual prazo no antigo 791 do CPC de 1973].

Inclusive, foi deferida a suspensão por um ano em 14/04/2010, em 04/10/2011 foi postulado o desarquivamento, tendo o feito retornado ao arquivo logo em seguida, permanecendo arquivado até 10/04/2014.

Ainda que não tenha o magistrado fundamentado a decisão nos termos do art. 791, III, do CPC de 1973, o fundamento do arquivamento foi efetivamente "a ausência de bens penhoráveis".

Não pode o magistrado arquivar seguidas vezes o processo executivo por um mesmo fundamento. O processo de execução deve ser conduzido para a satisfação do crédito, mas não pode ser ad eternum.

O presente feito, por exemplo, perdura por quase 20 (vinte) anos, sem

Gabinete Desa. Substituta Cinthia Beatriz da S. Bittencourt Schaefer

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que se tenha satisfeito o crédito do exequente, ou encontrado bens penhoráveis de propriedade do devedor.

Nestes termos, considerando que o feito ficou suspenso por prazo superior ao estabelecido no artigo 921 do Novo CPC, pela ausência de bens penhoráveis, não há como determinar nova suspensão.

Há de se citar que, decorrido o prazo citado sem que sejam localizados bens do devedor, este fato não acarreta a extinção do feito, mas seu arquivamento, período em que correrá o prazo para implementação da prescrição intercorrente, nos termos do art. 921, §§ 2º e 4º, do Novo CPC, situação que será obviamente observada pelo magistrado a quo:

Art. 921.

[...]

§ 2

o

 Decorrido o prazo máximo de 1 (um) ano sem que seja localizado o executado ou que sejam encontrados bens penhoráveis, o juiz ordenará o arquivamento dos autos.

[...]

§ 4

o

 Decorrido o prazo de que trata o § 1ºÂ sem manifestação do exequente, começa a correr o prazo de prescrição intercorrente.

§ 5o O juiz, depois de ouvidas as partes, no prazo de 15 (quinze) dias, poderá, de ofício, reconhecer a prescrição de que trata o § 4º e extinguir o processo.

Muito embora o magistrado tenha consignado em sua decisão a intimação da parte exequente para impulsionar o feito, sob pena de extinção, tal matéria não faz parte do agravo de instrumento.

Ante o exposto, voto no sentido de conhecer do recurso e negar-lhe provimento.

Este é o voto.

Gabinete Desa. Substituta Cinthia Beatriz da S. Bittencourt Schaefer

Referências

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