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Psicogênese da Linguagem Oral e Escrita

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Academic year: 2022

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Psicogênese da Linguagem Oral e Escrita

Ana Paula Berberian Vieira da Silva

IESDE BRASIL S/A Curitiba

2013 2.ª edição Edição revisada

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2008 – IESDE BRASIL S/A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito dos autores e do detentor dos direitos autorais.

Capa: IESDE BRASIL S/A Imagem da capa: Shutterstock

IESDE BRASIL S/A

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0800 708 88 88 – www.iesde.com.br Todos os direitos reservados.

CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE

SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ

__________________________________________________________________________________

S578p 2. ed.

Silva, Ana Paula Berberian Vieira da

Psicogênese da linguagem oral e escrita / Ana Paula Berberian Vieira da Silva ; orga- nização IESDE BRASIL S/A. - 2. ed. rev. - Curitiba, PR : IESDE BRASIL, 2013.

106 p. : il. ; 28 cm.

Inclui bibliografia ISBN 978-85-387-3659-2

1. Alfabetização. 2. Linguagem e línguas - Estudo e ensino. 3. Escrita. 4. Leitura. I.

Iesde Brasil. II. Título.

13-00378 CDD: 372.4

CDU: 373.3.046-021.64

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19/04/2013 19/04/2013

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Sumário

Apresentação ...5

Concepções de linguagem ...7

Questão norteadora: o que é a linguagem? ...7

Linguagem, cultura e poder (parte 1) ...13

Questão norteadora: de que forma dimensões culturais e políticas constituem a linguagem? ...13

Linguagem, cultura e poder (parte 2) ...19

Questão norteadora: de que forma dimensões culturais e políticas constituem a linguagem? ...19

A linguagem não é neutra nem seus sentidos transparentes ...20

Teorias de aquisição da linguagem (parte 1) ...23

Questão norteadora: como se adquire a linguagem? ...23

Comportamentalismo ...23

Inatismo ...25

Teorias de aquisição da linguagem (parte 2) ...29

Questão norteadora: como se adquire a linguagem? ...29

Cognitivismo ...29

Interacionismo ...30

Aquisição da linguagem oral ...35

Questão norteadora: como a criança adquire a linguagem oral? ...35

Aquisição da linguagem escrita (parte 1) ...39

Questão norteadora: como as experiências de leitura e escrita vivenciadas pelo adulto e pela criança (grau de letramento) interferem no processo de aquisição da linguagem escrita por parte da criança? ....39

Aquisição da linguagem escrita (parte 2) ...45

Questão norteadora: como a criança se constitui autora de suas produções de leitura escrita? ...45

Aquisição da linguagem escrita (parte 3) ...49

Questão norteadora: quais são as relações estabelecidas entre a oralidade e a escrita e como essas relações interferem no processo de aquisição da leitura e escrita? ...49

Aquisição da linguagem escrita (parte 4) ...53

Questão norteadora: como é possível apreender as singularidades presentes nos processos de aquisição da escrita? ...53

O normal e o patológico na linguagem ...57

Questão norteadora: como definir o que é normal e o que é patológico quando tratamos de linguagem oral e escrita? ...57

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Problemas relativos à aquisição da linguagem oral (parte 1) ...63

Questão norteadora: como lidar com as regularidades e particularidades que caracterizam crianças que encontram dificuldades no desenvolvimento das linguagens oral e escrita? ...63

Questão norteadora: no que consiste o quadro denominado retardo de aquisição da linguagem? ...64

Problemas relativos à aquisição da linguagem oral (parte 2) ...69

Questão norteadora: no que consiste o quadro denominado distúrbio fonológico? ...69

Problemas relativos à aquisição da linguagem oral (parte 3) ...73

Questão norteadora: no que consiste o quadro denominado gagueira? ...73

Problemas relativos à aquisição da escrita (parte 1) ...77

Questão norteadora: como são constituídos os problemas de escrita que incidem sobre seus aspectos formais? ...77

Problemas relativos à aquisição da escrita (parte 2) ...83

Questão norteadora: por que grande parte da população brasileira tem uma relação negativa com a leitura e escrita? ...83

Como contribuir para que a leitura e a escrita façam parte da vida das pessoas? ...85

Problemas relativos à aquisição da escrita (parte 3) ...87

Questão norteadora: como são constituídos os problemas de escrita e leitura que incidem sobre seus aspectos semânticos e estruturais? ...87

Como lidar com as dificuldades de interpretação na leitura apresentadas pelas crianças? ...89

Problemas relativos à aquisição da escrita (parte 4) ...91

Questão norteadora: como são constituídos os problemas de escrita que incidem sobre seus aspectos semânticos e estruturais? ...91

Como lidar com as dificuldades de elaboração textual apresentadas pelas crianças? ...92

Linguagem e fracasso escolar ...95

Questão norteadora: de que forma questões relativas ao domínio da linguagem interferem no fracasso escolar? ...95

Linguagem: fracasso ou sucesso escolar ...99

Questão norteadora: de que forma podemos atuar para que todos tenham acesso e domínio das linguagens oral e escrita? ...99

Referências ...103

(5)

Apresentação

O

material aqui presente tem por objetivo servir como apoio didático para as videoaulas da disciplina Psicogênese da Linguagem Oral e Escrita, do curso de Especialização em Psi- copedagogia. A presente disciplina tem por objetivo aprofundar conhecimentos acerca de aspectos relacionados à aquisição da linguagem oral e escrita, bem como de possíveis problemas que possam ocorrer ao longo desses processos. Para tanto, organizamos nossas aulas a partir das seguintes temáticas:

as principais concepções de linguagem;

modelos teóricos que explicam os processos de aquisição de linguagem oral e escrita;

possíveis problemas que ocorrem na aquisição da linguagem oral e escrita;

as relações entre linguagem e fracasso escolar.

Visando o direcionamento de nossas discussões em torno dessas temáticas, elaboramos para cada aula questões norteadoras. Além de tais questões e dos conteúdos teóricos, tal material prevê atividades e dicas de leitura que deverão ser desenvolvidas pelos alunos para maior aprofundamen- to de seus conhecimentos.

Esperamos que este material contribua para o entendimento dos processos de aquisição da lin- guagem oral e escrita e, portanto, subsidie propostas e práticas que resultem, efetivamente, no domí- nio de tais modalidades de linguagem por parte daqueles a quem dirigimos nosso trabalho.

Bom curso!

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7

* P ós- d ou t o r a pe l a Un i - v er si d ade F e de r a l d o P a - r a ná ( UF P R). Do ut or a em H i st ó r i a p el a P o nt i f í c i a U ni v er s i da d e Ca t ó l i ca d e S ão P aul o (P UC- S P ) . M est r e em D i st úr bi os da Co m un i ca ç ã o pe l a P UC- - S P. E spe ci a l i st a e m L i n - g ua gem pel o Con sel h o r e gi on al d e F o noa udi o - l o gi a ( CRFA) . Gr ad uada em F on oau di ol o g i a p el a P U C- SP.

Concepções de linguagem

Ana Paula Berberian Vieira da Silva*

Questão norteadora: o que é a linguagem?

C

onforme as pessoas crescem, elas passam, de maneira geral, a falar e a escrever sem se indagarem acerca do que a linguagem significa.

Se uma reflexão mais sistemática em torno dessa questão não é pré- -requisito para que as pessoas adquiram a fala e a escrita, tal indagação é im- prescindível para quem atua, direta ou indiretamente, com o processo de ensino e aprendizagem dessas modalidades de linguagem.

Por que fazemos tal afirmação?

Primeiro, porque barreiras e limitações se colocam para o profissional que pretende ensinar algo que não reflete o que representa.

Segundo, porque partimos do pressuposto de que a aquisição da linguagem e do conhecimento são processos que caminham paralelamente.

Terceiro, porque os diferentes métodos de ensino e de reabilitação pres- supõem diferentes modos de conceber o sujeito, a linguagem e a aprendizagem.

Assim, a possibilidade de fazermos escolhas de forma consciente e crítica im- plica a identificação de tais diferenças e o reconhecimento de suas posições.

Para aqueles que ainda não refletiram sobre em que consiste a linguagem, como as pessoas a adquirem, qual o seu papel em nossa sociedade e para aqueles que já iniciaram essas reflexões mas necessitam aprofundá-las, fazemos um con- vite para participarem ativamente desse curso.

É fundamental fazer algumas considerações relativas aos termos que serão utilizados em nossas aulas. Ao utilizarmos a palavra linguagem estaremos nos referindo às suas diversas modalidades, ou seja, à linguagem falada, à escrita, à corporal. Para especificarmos uma ou outra forma de sua realização, adotaremos termos como linguagem oral, fala, oralidade ou, ainda, linguagem escrita, leitura e escrita.

Agora vamos verificar como as suas posições se situam em relação aos es- tudos que vêm sendo elaborados, especialmente nos campos do conhecimento que têm como objeto de análise e intervenção a linguagem oral e escrita, ou seja, a lin- guística, a educação e a fonoaudiologia. Podemos perceber que, de maneira geral, tais estudos se opõem ou se aproximam, conforme as posições que assumem em relação à concepção de linguagem. Nesse sentido, identificamos três perspectivas predominantes:

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Concepções de linguagem

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Abordagens acerca da Linguagem

Linguagem = comunicação Linguagem = representação Linguagem = prática social

Linguagem = comunicação

Conceber a linguagem como comunicação significa estar de acordo com o pressuposto de que ela existe para que as pessoas possam transmitir ao(s) outro(s) sentimentos, pensamentos e conhecimentos, ou seja, de que ela é um instrumento de comunicação. Com base nessa perspectiva instrumental, a linguagem é tratada como um sistema de código.

Conceber a linguagem como comunicação significa, também, acreditar que ela se processa a partir do seguinte mecanismo:

Emissor Mensagem Receptor

Código

Como podemos notar a partir dessa abordagem, a efetivação da linguagem pressupõe que exista um sujeito-emissor, uma mensagem a ser transmitida, um instrumento-código capaz de transmitir a mensagem e, por fim, um sujeito-recep- tor para recebê-la. Dessa maneira, a linguagem, como algo externo aos sujeitos, é considerada como um código estável, imutável e fixo que deve ser aprendido para que a comunicação se efetive. Enfim, a linguagem é abordada como um produto acabado que se transmite de geração a geração.

Linguagem = representação

Pensar a linguagem como representação significa acreditar que ela tem a função de representar, de dar forma a conceitos e significados que têm uma exis- tência prévia no pensamento dos indivíduos. Nessa direção, as linguagens oral e escrita são veículos de conteúdos e significados que se encontram num nível mais primário e interno dos sujeitos.

Cabe ressaltar que a noção de representação, central em diferentes campos de conhecimento como da Psicologia e da Educação, não está restrita apenas à lin- guagem, mas a qualquer atividade mental. A capacidade de representação é aqui concebida como inerente ao ser humano e como um fenômeno psíquico, ligado à consciência e que ocorre intencionalmente. Ligado à consciência porque consiste num processo cognitivo que teria o sujeito em sua origem. Intencional, porque as representações, em razão de sua origem, seriam passíveis de compreensão, uma vez que geradas por motivações explicáveis.

As premissas que orientam a noção da linguagem enquanto representação, foram descritas com clareza por Mota (1995, p. 82):

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Concepções de linguagem

9 o sujeito (da Psicologia) está na origem de suas representações, que resultam dos procedi-

mentos de percepção e generalização mediante os quais esse sujeito chega a conhecer as coisas do mundo; assim, o papel do outro é descartado ou relativizado nesse processo;

as representações são fonte de verdade, pois parte-se da possibilidade de sua adequação à coisa representada;

os processos cognitivos têm uma existência prévia e são determinantes das interferên- cias da linguagem na construção de representações;

a linguagem oral e escrita são veículos de representações e, assim como as outras coisas do mundo, também podem ser objetivadas e representadas.

Assim, a partir da linguagem, os indivíduos representam ideias ou significa- dos supostamente presentes no seu entendimento. Tais representações são consti- tuídas por imagens, símbolos, que evocam o que deve ser representado, sem que sejam transformados pelos sujeitos.

Apresentadas as principais ideias que norteiam as concepções de linguagem como comunicação e como representação, propomos uma reflexão acerca de al- gumas questões:

1. Será que falamos e escrevemos apenas para nos comunicar?

2. Se a função da linguagem é representar ou comunicar pensamentos, co- nhecimentos, informações, como esses aspectos são constituídos?

3. A linguagem serve para comunicar verdades ou mentiras ou para provo- car efeitos e transformações em nós mesmos, nos outros e na realidade?

Para enfrentar e buscar respostas a essas questões, propomos um desafio teórico. Esse desafio foi, inicialmente, proposto por Claudia Lemos (linguista bra- sileira, cujas posições teóricas têm sido tomadas como referência em âmbito na- cional e internacional) e assumido por nós.

O desafio é tomar como objeto de estudo a linguagem enquanto atividade do sujeito, e enfrentar assim a indeterminação, a mudança e a heterogeneidade desse objeto que se refaz a cada instância de seu uso (LEMOS, 1992, p. 14).

Linguagem = prática social

Certamente a linguagem é utilizada como instrumento de comunicação, por ela comuni- camos aos outros nossas experiências e estabelecemos com os outros laços “contratuais”

porque interagimos e nos compreendemos, influenciamos os outros com nossas opções relativas ao modo peculiar de ver e sentir o mundo, com decisões consequentes sobre o modo de atuar nele. Mas se queremos imaginar esse comportamento como uma ação livre e ativa e criadora, suscetível de pelo menos renovar-se ultrapassando as convenções e as heranças, processo em crise de quem é agente e não mero receptáculo da cultura, temos então que aprendê-la nessa relação instável de interioridade e exterioridade, de diálogo e solilóquio: antes de ser para a comunicação a linguagem é para a elaboração; antes de ser mensagem, a linguagem é construção do pensamento; e antes de ser veículo de sentimen- tos, ideias, emoções, aspirações, a linguagem é um processo criador em que organizamos e informamos as nossas experiências. (FRANCHI, 1992, p. 9-39)

Estudos que concebem a linguagem enquanto prática social oferecem ele- mentos para compreender que, apesar de a comunicação e representação constitu- írem-se como funções da linguagem, elas não definem a sua natureza. Em outras

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Concepções de linguagem

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palavras, podemos representar ou comunicar a partir da linguagem, contudo, a linguagem implica um fenômeno que extrapola tais funções. Concebe-se, portan- to, a linguagem como uma atividade constitutiva dos sujeitos, das relações sociais e das formas de organização da sociedade.

Assim, contrariando as visões instrumentais ou de representação, entende- se que a linguagem não está subordinada ao pensamento, tampouco decorre deste, uma vez que tem função estruturante e organizadora. A partir dessa perspectiva, nega-se o papel central atribuído à percepção e à cognição que, dadas como uma herança genética, comandariam a apreensão do objeto situado fora: a linguagem em suas modalidades oral e escrita. Entende-se, ainda, que não há possibilidade de aquisição de conteúdos cognitivos ou domínios do pensamento fora da lin- guagem, nem possibilidades integrais de linguagem fora de processos interativos humanos.

Como um dos teóricos que considera que a linguagem deve ser abordada como constitutiva dos processos de significação e dos sujeitos, podemos destacar Bakthin. Ao conceber o homem como ser da linguagem, entende que a consci- ência e o pensamento têm como possibilidades as diferentes modalidades de lin- guagem, e que estas não se estabelecem fora dos signos sociais, mediadores das inúmeras e complexas interações sociais.

Conforme Bakthin (1986, p. 113),

[...] a palavra é uma espécie de ponte lançada entre mim e os outros. Se ela se apoia sobre mim numa extremidade, na outra se apoia sobre o meu interlocutor. A palavra é o terri- tório comum do locutor e do interlocutor, que constitui e organiza a atividade mental do sujeito, enfim, que a nomeia e determina sua orientação.

Ao atribuir um papel de destaque à linguagem na formação da consciência e da personalidade, ao abordar a cognição e a psique como constituídas a partir de processos dialógicos e de significação, sujeitas às contingências próprias das relações intersubjetivas e sociais, Vygotsky (1989a) também oferece explicações acerca das funções organizadora e reguladora da linguagem.

Elabore uma síntese dos temas abordados na aula. Sugerimos que descreva as principais noções e aspectos que caracterizam as concepções de linguagem como comunicação, como represen- tação e como prática social.

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Concepções de linguagem

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Concepções de linguagem

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Referências

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