MAIO 2005
GUINÉ-BISSAU: IMAGENS E VOZES
EXPOSIÇÃO FOTOGRÁFICA
DOSSIER DE APRESENTAÇÃO
«(...) foi-nos concedido cheirar
as cores e ver os odores daquela
antiga colónia portuguesa (...)»
«Respira-se o ar, cansado do calor
húmido; o céu esgotado rebenta em mil
águas, enchendo as ruas de charcos e de
lama. (...)»
«(...) A marca lusa encontra-se
efusivamente em todos os lugares.
As casas coloniais evocam outros
tempos desbotados hoje não só na
pintura, mas também pela ausência
de conservação. (...)»
«(...) Os problemas de que padecem os guineenses
não se prendem apenas à área da saúde, mas
também da educação. (...)»
«(...) As missões, as ONG no terreno
desenvolvem projectos, procurando combater
as dificuldades sentidas. (...)»
«(...) Todo este trabalho, no qual se integra o Projecto de Apoio à
Educação no Interior da Guiné-Bissau, procura seguir o refrão de
uma cantiga guineense: si canoa ca na cai, no na tchiga. Se a canoa não
cair, haveremos de chegar ao porto. Porto da mudança, de uma
melhoria da qualidade de vida e da educação guineense.»
Catarina Lopes
ÍNDICE
I. Introdução 4
II. Guiné-Bissau: Imagens e Vozes 5
III. Exposição em Detalhe 6
IV. Historial 8
V. Dar a conhecer, sentir e viver a Guiné-Bissau 9
VI. Conhecer a Guiné-Bissau 12
VII. Fundação Evangelização e Culturas 15
Anexos 16
Baú Pedagógico Protocolo de Aceitação Esquema da Exposição Vídeos Objectos de Artesanato Livros Guineenses4
I. INTRODUÇÃO
A cooperação tem assumido, desde a década de 90, um
papel crescente, alargando o número e a qualidade dos actores envolvidos. A cooperação descentralizada surge, desta forma, como um dos veículos mais eficazes de resposta às necessidades das populações, seja em Portugal seja, nos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP). Co-operar já não significa apoios unilaterais dos Países do Norte para os do Sul. Co-operar implica um envolvimento de uns e de outros numa relação de parceria. Num mundo cada vez mais global, as relações entre países envolvem relações entre pessoas. Trabalhar em Educação para o Desenvolvimento permite sensibilizar a opinião pública portuguesa para realidades sócio-culturais distintas, ajudando na construção dos indivíduos como cidadãos do mundo, reforçando as suas raízes.
Em Maio de 2003 a Fundação Evangelização e Culturas (FEC) promoveu um Encontro sobre Cooperação Descentralizada, o qual contou com a participação de diversos municípios portugueses associados à Guiné-Bissau. Foi neste contexto que a Câmara de Santa Maria da Feira (no âmbito do processo do acordo de cooperação da autarquia feirense com Catió, na Guiné-Bissau), se associou à FEC para um trabalho de sensibilização em Portugal sobre a realidade guineense.
A Exposição fotográfica Guiné-Bissau: Imagens e Vozes surgiu destas duas vontades. Relativamente ao município feirense pretendia-se apoiar a reconstrução do mercado da cidade de Catió. Para a FEC esta iniciativa visava sensibilizar os portugueses para o dia-a-dia dos guineenses e simultaneamente reforçar as acções desenvolvidas no quadro do Projecto de Apoio à Educação no Interior da Guiné-Bissau (PAEIGB), promovido pela FEC.
Projectos sócio-educativos em Portugal
5
II. GUINÉ-BISSAU: IMAGENS E VOZES
Guiné-Bissau: Imagens e Vozes envolve a diversidade de “objectivas”, a multiplicidade de facetas deste
país e quatro pessoas, com formações académicas, experiências de vida e profissionais distintas. O
denominador comum é indubitavelmente a Guiné-Bissau. Num conjunto de 45 fotografias1 captadas
por José Lopes (gestor de empresas e amante de fotografia), Sara Ideias (técnica de reinserção de toxicodependentes e voluntária na Guiné-Bissau), Catarina Lopes (técnica de cooperação e ex-professora) e Filipe Barros (membro da ONGD guineense Estrutura de Apoio à Produção Popular – EAPP, nascido e residente em Catió), procurou-se focar imagens do quotidiano guineense: as potencialidades do país e dificuldades que as comunidades vêm atravessando há vários anos.
Esta Exposição Fotográfica itinerante iniciou o seu percurso em Santa Maria da Feira, em Outubro de 2003. Desde então, as fotografias têm viajado por diversos locais: Porto, Valpaços, Viana do Castelo, Sintra, Torres Novas, Santarém, Moura e, em Espanha, na cidade de Vigo (cf. pág. 8).
A Exposição Guiné-Bissau: Imagens e Vozes pretende atingir diversas metas:
I. Sensibilização no quadro da Educação para o Desenvolvimento:
1.Aproximação da realidade guineense junto da população portuguesa em geral – especial incidência para alunos e professores;
2. Aproximação da realidade portuguesa junto de alunos e professores guineenses; 3. Intercâmbios culturais entre Portugal e Guiné-Bissau.
II. Apoio na área da Cooperação:
1. Promoção de acções de cooperação descentralizada de natureza diversa ( com o apoio da FEC enquanto elo de ligação entre Portugal e Guiné-Bissau);
2. Promoção de relações intermunicipais entre a Guiné-Bissau e Portugal; 3. Reconstrução do mercado de Catió;
4. Aquisição de materiais para escolas guineenses;2
5. Reforço de actividades educativas na Guiné-Bissau, nomeadamente pela implementação de micro-projectos.
1 As quatro fotos apresentadas ao longo deste documento fazem parte da Exposição. 2 Cf. Anexo Baús Pedagógicos pág. 16.
6
III. EXPOSIÇÃO EM DETALHE
1. ENTRADA:
A entrada será gratuita, pois o objectivo principal é dar a conhecer as imagens de uma Guiné-Bissau de difícil acesso aos portugueses.
2. PÚBLICO-ALVO:
A Exposição destina-se ao público em geral, procurando, no entanto, envolver pessoas ligadas à educação, em especial professores e alunos.
3. OBJECTIVOS:
Dar a conhecer a Guiné-Bissau → através das suas vivências, hábitos e costumes captados pela objectiva de uma máquina fotográfica.
Dar a sentir a Guiné-Bissau → através da mostra de vídeos, artesanato, livros, postais da Exposição, música e espaços de debate e partilha sobre experiências e questões relativas ao país. Dar a viver a Guiné-Bissau → através do envolvimento em actividades interculturais promotoras
de apoios para suplantar necessidades locais na Guiné-Bissau.
4. PERCURSO (breve descrição dos passos do visitante):
• Passos para a visão: os primeiros passos do visitante da Guiné-Bissau: Imagens e Vozes caminham
em torno das 45 fotografias sobre a realidade de Guiné-Bissau3.
• Passos pela literatura: o visitante terá também a oportunidade de viajar pela literatura guineense, através da consulta de obras que estão patentes para mostra e venda.
• Passos para a cultura: para completar estes passos oferece-se uma mostra de artesanato e música guineense.
5. ACEITAÇÃO/RECEPÇÃO DA EXPOSIÇÃO:
O documento intitulado “Protocolo de Aceitação” estabelece o acordo entre as instituições proprietárias e receptoras da Exposição (ver anexo pág. 17). A entidade receptora é responsável pelo
transporte e segurança/integridade da Exposição, pelo que dever-se-á efectuar um seguro4. Para
cumprir, de forma mais eficaz, os objectivos da Exposição aconselha-se a expor, no mínimo, durante quinze dias.
3 Na sessão inaugural poderá ser feito um breve enquadramento sobre a Guiné-Bissau (PowerPoint sobre a
realidade guineense, dados estatísticos e educação), seguindo-se uma visita guiada.
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MATERIAL: A. Estrutura física
• 20 placares de 2 metros de altura por 1 de largura (16 placares têm as fotos e as legendas, na frente e verso, e 4 formam o cubo para colocar os televisores – de 37cm).
• Um placar com referência à actividade de geminação de Sta. Maria da Feira/ Catió (tem o n.º da conta para a qual o público poderá contribuir para a reconstrução do mercado de Catió). Este placar só integrará a Exposição se a entidade hospedeira assim o entender. • Os placares são feitos em PVC alveolar e têm 10 milímetros de espessura (ver anexo pág. 18).
• Os placares equilibram-se pelo ângulo de colocação e através de dois ligadores de plástico transparente (total de 24 ligadores).
B. Material suplementar
- um ligador completo;
- oito meios ligadores, dois dos quais com porca; - três parafusos;
- duas porcas;
- 36 tampas e duas anilhas plásticas.
C. Material Complementar
• Vídeos (ver lista anexa pág. 19).
• Peças de artesanato (ver lista anexa pág. 20). • CD de música guineense.
• Livros de autores guineenses para mostra e venda (ver lista anexa pág. 21).
8
IV. HISTORIAL:
Out. 2003Câmara Municipal de Santa Maria da Feira - Acordo de Cooperação com Catió
Casa Condes de Fijó - 18 de Outubro a 1 de Novembro 2003
Dez. 2003
Câmara Municipal do Porto - Geminação com Canchungo
CRUAB – Sala de Exposições do Gabinete de Projectos da Câmara Municipal do Porto - 5 a 22 de Dezembro de 2003
Jan. 2004
Instituto de Línguas de Vigo
8 a 23 de Janeiro de 2004
Jan./Fev. 2004
Câmara Municipal de Valpaços
Centro Cultural Luís Teixeira – 27 de Janeiro a 8 Fevereiro de 2004
Fev. 2004
Câmara Municipal de Viana do Castelo – Geminação com Cacheu
Escola Superior de Educação de Viana do Castelo – 10 a 27 Fevereiro de 2004
Mar. 2004
Câmara Municipal de Sintra – Geminação com Bissau
Casa Mantero – Biblioteca Municipal de Sintra – 15 de Março a 27 de Março de 2004.
Maio/Junho 2004
Escola Superior de Educação de Torres Novas
17 Maio a 4 de Junho de 2004
Set./Out. 2004
Câmara Municipal de Santarém – Geminação com Sintra
9
Dez. 2004
Câmara Municipal de Moura – Geminação com Bissau
Adega da Mantana – 6 a 19 de Dezembro de 2004
Maio 2005
Instituto Português da Juventude – Lisboa
Parque das Nações – 5 a 31 de Maio de 2005
V. DAR A CONHECER, SENTIR E VIVER A GUINÉ-BISSAU
Para se envolver com a realidade da Guiné-Bissau, esta Exposição Fotográfica pode ser complementada com as seguintes propostas e colaborações:
PROPOSTAS DE PROJECTOS ESCOLARES
TÍTULO PÚBLICO-ALVO
Projecto Skola Pega Tesu! Escolas do 1º e 2º ciclos.
Projecto Skola Djenti Garandi Escolas do 3º ciclo e Secundário, Associações
Juvenis e Corpo Nacional de Escutas (CNE) locais.
Projecto Skola Djenti Garandi Dimas Estabelecimentos de Ensino Superior, Associações
de Estudantes, Associações Juvenis e CNE. PROJECTO SKOLA PEGA TESU!
1. Público-alvo: professores e alunos do 1º e 2º ciclos.
2. Agentes envolvidos: FEC (através do PAEIGB – Projecto de Apoio à Educação no Interior da
Guiné-Bissau), entidade hospedeira e escolas do município.
3. Actividades propostas (dinamizadas pelo professor):
• Visita de estudo à Exposição. • Espaço “Interrogação”
Espaço dedicado à resposta de diversas questões: Como é a Guiné-Bissau? Como é a escola na Guiné-Bissau? Como são os professores na Guiné-Bissau? Como são os meninos/alunos
10 guineenses? Como se vive? Como se come? O que se come? Como se vestem? Como brincam as
crianças da Guiné-Bissau? Dinamizado com o apoio de um folheto educativo para o professor5.
• Espaço Criação
Desenhar a fotografia que mais gostou da exposição; ou o que cada aluno imagina sobre a realidade guineense. Poder-se-á também construir materiais com objectos reciclados, relacionados com a Guiné-Bissau, e fazer a leitura de contos
tradicionais guineenses5.
• Espaço Acção
Dinamizado com o apoio de um folheto educativo para o aluno6 com sugestões de jogos ou
brincadeiras com os quais os meninos guineenses brincam. Este folheto contém ainda curiosidades, desenhos para pintar e informações sobre a Exposição e a Guiné-Bissau.
PROJECTO SKOLA DJENTI GARANDI
1. Público-alvo: professores e alunos do 3º ciclo e Secundário, associações juvenis e CNE.
2. Agentes envolvidos: FEC (voluntários e ex-voluntários dos projectos de educação na
Guiné-Bissau), entidade hospedeira, escolas do município.
3. Actividades propostas:
• Visita de estudo à Exposição.
• Visionamento de filmes e documentários.
• Pesquisas sobre a Guiné-Bissau (Internet/Biblioteca).
• Conferência/convívio com antigos voluntários do Projecto de Apoio à Educação no Interior da Guiné-Bissau e estudantes ou residentes guineenses em Portugal.
• Troca de correspondência entre os alunos das escolas da Guiné-Bissau e as de Portugal. • Descrição das origens familiares e culturais (étnicas) dos alunos guineenses comparativamente
às dos alunos portugueses.
• Construção de mapas dos dois países, de maquetes das aldeias guineenses e da cidade da entidade hospedeira, pelas turmas envolvidas.
• Pesquisa sobre os hábitos gastronómicos dos guineenses e dos pratos mais emblemáticos portugueses.
• Leitura de algumas obras guineenses (pelas turmas das escolas do município) e possíveis recitais de poesia, dramatizações e eventos musicais.
5 Elaborado pela FEC e reproduzido (fotocopiado) pela entidade hospedeira. 6 Idem
11 • Recolhas de literatura oral e tradicional – provérbios, ditos, contos populares ou fábulas –
pelos alunos de ambos os países para que, posteriormente, se efectue o tratamento dos dados recolhidos e, possivelmente, se publique em Portugal e na Guiné-Bissau.
• Mensagens para a Guiné-Bissau – aquisição e escrita de postais ilustrados vendidos na Exposição. Ou seja, as turmas escrevem nos postais uma mensagem para os alunos guineenses e enviam-nos, através da FEC e dos seus técnicos no terreno, para uma escola da cidade guineense com a qual a autarquia está geminada ou a entidade hospedeira relacionada, esperando uma resposta dos alunos guineenses.
PROJECTO SKOLA DJENTI GARANDI DIMAS
1. Público-alvo: professores e estudantes de estabelecimentos de ensino superior, associações de
estudantes, associações juvenis e CNE.
2. Agentes envolvidos: FEC (voluntários e técnicos), entidade hospedeira, estabelecimentos de
ensino superior e outros locais considerados apropriados.
3. Actividades propostas:
• Visita à Exposição.
• Visionamento de filmes e documentários.
• Conferências sobre diversas temáticas (Cooperação, Educação para o Desenvolvimento, a Educação na Guiné-Bissau, língua portuguesa na Guiné-Bissau, Cultura Guineense, Voluntariado, entre outras), com a participação de pessoas entendidas nas temáticas.
• Fórum de reflexão – estabelecer um grupo com o intuito de discutir e partilhar assuntos associados à Guiné-Bissau e desta com Portugal.
COLABORAÇÕES
Considerando a Educação uma área central de cooperação em África, o projecto de cooperação da Guiné-Bissau da FEC (PAEIGB) procura capacitar agentes educativos locais, num trabalho conjunto com as populações em zonas com reduzido acesso à formação e bibliografia.
As áreas de actuação dos técnicos da FEC têm incidido no aperfeiçoamento da Língua Portuguesa nas suas vertentes oral, escrita e de desenvolvimento de materiais didáctico-pedagógicos, na metodologia de ensino da língua como segunda língua e no desenvolvimento de projectos sócio-educativos que envolvem a formação de bibliotecários e o apetrechamento de Centros de Desenvolvimento Educativos de vários níveis.
É neste contexto que surge o projecto de angariar e constituir diversos Baús Pedagógicos para o apetrechamento dos Centros de Desenvolvimento Educativo. Não existindo uma distribuidora de
12 livros na Guiné-Bissau, a FEC pretende assim, apoiar escolas do interior, isoladas, com materiais didáctico-pedagógicos.
Actores Envolvidos Apoios necessários Descrição
1 Turma 1º e 2º ciclos 3º ciclo e secundário
4 dicionários/gramáticas juvenis por turma 6 dicionários por turma
Material indispensável para o ensino e aprendizagem de uma criança em sala de aula
1 Escola 1 Baú Pedagógico7 Material indispensável para aprender e
pesquisar, em escolas isoladas na Guiné-Bissau.
1 Município Baús Pedagógicos “ “
VI. CONHECER A GUINÉ
1. DADOS GERAIS
A República da Guiné-Bissau faz parte da África Ocidental, estando situada entre o Senegal e a Guiné – Conakry. O país compreende uma parte continental e um conjunto de ilhas (Arquipélago dos Bijagós), numa superfície total de 36.125 km2. O clima é tropical húmido, sendo o ano marcado por duas grandes estações: a seca e a das chuvas (Maio a
Outubro), que condicionam a dinâmica e a vida social nas suas mais diversas variantes (económica, social, cultural e educativa). As principais actividades económicas residem na agricultura (90%), essencialmente de subsistência, pesca, comércio (9,5%) que é sobretudo explorado por estrangeiros, nomeadamente da Mauritânia; o sector industrial (0,5%) é quase inexistente neste momento.
A língua oficial é o Português, embora a língua de comunicação seja o crioulo, língua comum entre as várias etnias (cerca de 27) que compõem a Guiné-Bissau. As etnias mais representativas são o Balanta, Fula , Manjaco, Mancanha, Mandinga.
A Guiné-Bissau divide-se administrativamente em seis regiões: Região de Cacheu (zona norte); Região de Oio (zona centro); Região de Bafatá (zona leste); Regiões de Quínara e Tombali (zona sul); Região de Bolama e Região de Bissau.
Principais doenças: paludismo, sida, cólera e tuberculose.
13
2. DADOS SOBRE EDUCAÇÃO
O sector da educação é provavelmente aquele que enfrenta mais dificuldades no país. Esta situação pode ser ilustrada pelas taxas de escolarização que em 1990 eram de 39% e em 1994 de 44%. Os problemas identificados a esse nível não estão ligados necessariamente a matrículas, pois a política do governo guineense em matéria de educação e formação está consignada no quadro da “Declaração da Política Educativa”, apoiada financeiramente sobretudo pelo Banco Mundial e União Europeia, além de outros apoios menos significativos por parte de Organizações Não Governamentais. As principais dificuldades no Ensino residem essencialmente em:
a) fraca qualidade (formação académica do professor, professores diplomados); b) baixa motivação dos professores, sobretudo pelos salários insuficientes e irregulares;
c) fraco rendimento interno (em 1999/2000, 90,2% das crianças em idade escolar que entraram na 1ª classe, apenas 32,5% atingiram a 6ª classe; 35% dos rapazes e 39% das raparigas frequentaram a escola aos sete anos de idade);
d) disparidades geográficas (o acesso aos centros urbanos é superior em oferta do que no interior rural; a distância das aldeias até à escola no interior pode rondar os 15/20 km da sua residência); e) disparidades de género (nas escolas a frequência dos rapazes é superior à das raparigas);
f) analfabetismo muito acentuado (47,7% nos homens contra 78,8% nas mulheres); g) inexistência de uma distribuidora de livros;
h) ausência quase total de livros (o número de bibliotecas reduz-se essencialmente aos grandes centros urbanos, não existindo materiais pedagógico-didácticos nas escolas, exceptuando os manuais da Editora Escolar - 1ª a 4ª classe - distribuídos gratuitamente pelo Ministério da Educação com o apoio do Banco Mundial).
3. REGIÕES DE ACTUAÇÃO DOS TÉCNICOS DA FEC
REGIÃO DE TOMBALI/ QUÍNARA
Nalus e Balantas constituem as etnias predominantes nesta região. A particularidade do Sul, ao contrário de outras zonas da Guiné-Bissau, prende-se com o seu isolamento, revelando-se urgente uma intervenção nesta zona, mas ponderada em função dos elevados quilómetros que distam as escolas umas das outras, bem como dos acessos extremamente precários para se aceder de um local ao outro.
REGIÃO DE BAFATÁ: BAFATÁ/ BAMBADINCA
Fulas e Mandingas constituem as etnias muçulmanas predominantes nesta região. Bafatá é considerada a segunda cidade do país, orgulhosa de ser o berço de nascimento do fundador da nacionalidade guineense, Amílcar Cabral. Em 2002 recebeu a sede da segunda Diocese da Guiné-Bissau.
14
REGIÃO DE OIO: MANSOA/ BISSORÃ
A etnia Balanta encontra-se espalhada por todo o país, mas sobretudo nesta região, a qual sofreu muitos embates durante o Conflito Armado de Junho 1998, constituindo a linha de frente entre a Junta Militar (General Ansumane Mané) e as Forças Armadas do Estado (Presidente Nino Vieira). Nos meses de Maio – Julho é frequente encontrar-se uma paisagem de barretes encarnados na cabeça de alguns homens, período por excelência do ritual do fanado balanta.
REGIÃO DE CACHEU: CANCHUNGO/ CAIÓ/ CALEQUISSE
Os Manjacos constituem a etnia mais significativa desta região e a percentagem mais elevada de emigrantes em França. Como ex-libris desta região, encontra-se o Forte de Cacheu, marca da primeira feitoria portuguesa e símbolo da sede da antiga capital da Guiné-Bissau.
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VII. FUNDAÇÃO EVANGELIZAÇÃO E CULTURAS
A Fundação Evangelização e Culturas é uma ONGD constituída pela Igreja Católica Portuguesa em 1991. Como organização procura estreitar as relações entre Portugal e os PALOP através de um conjunto de projectos de cooperação, constituindo-se como plataforma das igrejas lusófonas, impulsionando os diversos movimentos portugueses de cooperação católica de forma a contribuir para a capacitação de quadros, sobretudo nas áreas da educação (Guiné-Bissau e Angola) e da comunicação social (técnicos de rádio e expansão da rede de Rádios – Angola, Cabo-Verde, Guiné-Bissau, Moçambique).
Em Portugal, promove projectos na área da Educação para o Desenvolvimento, sensibilizando para questões ligadas aos países onde actua, nomeadamente junto de escola primárias e secundárias e Escolas Superiores de Educação, bem como junto dos jovens das paróquias, apelando a uma sensibilidade relativamente aos PALOP.
A FEC desenvolve acções de cooperação em todos os países lúsofonos, estando no triénio 2004/2006 especialmente vocacionada para Guiné-Bissau e Angola.
Procura em toda a sua acção desenvolver projectos de formação de pessoas concretas, pretendendo que sejam elas os verdadeiros agentes de transformação e desenvolvimento do seu próprio país.
17
Material
Editora
Preço unitário
Dicionário Ilustrado
Lello&Irmãos
42,38
Dicionário Verbos Port. Conjugados
Porto Editora
17,95
Dicionário Mais
Porto Editora
29,99
Dicionário sinónimos
Porto Editora
31,50
Dicionário Ilustrado Júnior
Texto Editora
5,95
Gramática do Português Moderno
Porto Editora
12,22
Gramática Ana e Rui 3/4
Porto Editora
7,90
Atlas Escolar Júnior
Texto Editora
8,99
Áreas Educação -4º ano escolaridade
Texto Editora
5,10
Prontuário Ortográfico
Univ. Católica
13,33
Enciclopédia infanto-juvenil (6 vol.)
Verbo
137,10
Livros de contos africanos
Caminho
15,00
Livros de contos internacionais
Caminho
10,97
Atlas Ilustrado Mundo
Univ. Católica
19,04
Livro Corpo Humano
Texto Editora
21,98
Enciclopédia do Mundo
Verbo
62,82
Enciclopédia do Corpo Humano
Univ. Católica
31,42
Educ. Matemática 1º ciclo
Porto Editora
8,00
Exercícios e jogos de língua portuguesa(6 vol.)
Porto Editora
72,10
Gramática Activa (2vol.)
Lidel
31,80
Mapa Mundo (plastificado)
Jolufra
29,00
Mapa de África (plastificado)
Tecnodidáctica
17,00
Mapa Europa Política (plastificado)
Tecnodidáctica
29,00
Mapa Guiné-Bissau Político (plastificado)
Tecnodidáctica
24,00
3 Pastas Pedagógicas 1º ciclo
Texto Editora
74,07
Esqueleto
Jolufra 222,90
Microscópio
Jolufra 246,47
Lupa
Jolufra 9,91
Quadros com o alfabeto em letras de
Jolufra
55,00
imprensa/ manuscrita maiúsculas-minúsculas
Quadros de numeração (ábacos)
Jolufra
52,00
Sacos de plástico com 10 cubos de madeira
Jolufra
7,80
Fitas métricas
Jolufra
27,00
Quadros para flanelógrafos
Jolufra
19,25
Esquadro para quadro negro
Jolufra
19,90
Régua para quadro negro
Jolufra
19,90
Transferidor para quadro negro
Jolufra
19,90
Guiné – Bissau: Imagens e Vozes
1.- As fotografias integradas na exposição “Guiné – Bissau: Imagens e Vozes” são propriedade da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira e da Fundação Evangelização e Culturas, tendo a Câmara Municipal de Santa Maria da Feira realizado todo o trabalho de ampliação das fotografias e concepção da referida exposição, conforme o Protocolo assinado a 18 de Outubro de 2003 por ambas as instituições. 2.- A exposição “Guiné – Bissau: Imagens e Vozes” tem um carácter itinerante por outros municípios portugueses e outras instituições, sendo que a sua gestão actual e futura é da responsabilidade conjunta da Câmara de Santa Maria da Feira e da Fundação Evangelização e Culturas, pelo que qualquer utilização das fotografias pressuporá a concordância de ambas as partes.
3.- Cabe à Fundação Evangelização e Culturas assegurar os contactos com as Câmaras ou instituições interessadas.
4.- As fotografias, as legendas, os quatro placares referentes aos vídeos exibidos e a mesa – suporte de madeira (para TV de 37 cm) - poderão ser alvo de deslocação para outros municípios e outras instituições interessadas, ficando esses mesmos municípios e instituições hospedeiras responsáveis pelo transporte até ao local da exposição, por eventuais danos causados ao material da exposição e por guardar o material até ser feito o transporte para nova Câmara ou Instituição.
5.- A gestão actual e futura das fotografias é da responsabilidade conjunta de ambas as proprietárias, pelo que qualquer utilização das fotografias pressuporá a concordância de ambas as partes.
6.- A Câmara Municipal de Santa Maria da Feira tem conhecimento do Protocolo assinado entre a Fundação Evangelização e Culturas e a entidade__________________________________ que nesta data aceita as condições propostas para recepção da exposição supra indicada.
Feito em triplicado em _______________,____ de _________________________ de_________ A Fundação Evangelização e Culturas
________________________ Dr. Jorge Líbano Monteiro
A entidade _________________________ _____________________________
Organização
Parcerias
16 17
0 18 19 1 20 21 2 22 23 3 24 25 264 27 28 5 29 30 6 31 32 7 33 34 8
35 36
9 37 38 10 39 40 11 41 42 12 43 44 13 45 14 MAPA 15
Nota: Os números correspondem às fotos, frente e verso,
Vídeo I – Na nô skola
Texto – Mª Antónia Barreto; Fátima Proença; Isabel Lewy Ribeiro
Duração (minutos) – 35’
Sinopse: A nossa escola, a escola na Guiné-Bissau. As dificuldades linguísticas,
económico-sociais e culturais que a escola neste país sofre ou noutra perspectiva as possíveis
intervenções de Organizações não Governamentais, associações locais, comunitárias
podem desenvolver para superar estas limitações.
Produção: ACEP (ONG)
Vídeo II – Guerra de 1998
Reportagem – Cândida Pinto
Duração – 50’
Sinopse: Na guerra não há vencedores, apenas vencidos. O conflito armado de 1998 deixou
a Guiné-Bissau débil, atrasando o desenvolvimento tão desejado. São os rostos da
população que aparecem neste filme, rostos marcados pela guerra com uma vontade
imensa de entre-ajuda: quem tem um pouco menos apoia quem pouco tem.
Produção: SIC
Vídeo III - Lagoa da Cufada
Reportagem – Aurélio Faria; Imagem- Jorge Ramalho
Duração – 45’
Sinopse: Embora conhecida pelas suas dificuldades, a Guiné-Bissau é um país riquíssimo
em termos ambientais: a natureza oferece uma multiplicidade de bens, impossíveis de
serem quantificados.
Produção: SIC
Vídeo IV – Djarama Boé
Realização e Argumerto – Sophie Kotanyl
Duração – 80’
Sinopse: Este filme tem por objectivo representar a vida quotidiana na família do Júlio, na
aldeia de Béli, na savana de Boé. O seu modo de vida é ainda pouco influenciada pelo
exterior. As influências do mundo exterior fazem-se sentir quando Júlio exprime o seu
desejo de ir ganhar dinheiro em Portugal.
Produção: Esin Film. Berlin
Outros
Vídeo V – Guiné, Amanhã talvez.
Reportagem- António Nobre Marques
Duração – 52’
Sinopse: Independência da Guiné-Bissau - 24 de Setembro data festejada a nível nacional.
País independente, no caminho da democracia. Mudança de sistema, mudança de vida.
Produção: RTP
Vídeo VI – Ao encontro da Guiné
Reportagem – Teresa Conceição
Duração – 53’
Sinopse: Rota dos Livros em colaboração com a FEC – As motos são um pretexto para se
alcançar um objectivo muito mais amplo: entregar livros de um continente para outro. De
Portugal à Guiné-Bissau, dois motards e dois jornalistas contam as histórias de um
longo-pequeno caminho até à Guiné-Bissau.
21
AFRICANOS – GERAL
MÁSCARAS (6) – utilizadas em diversos momentos da vida do povo
GUINÉ-BISSAU
PANOS (3) – Os panos da Guiné-Bissau podem ser em wax (tecido mais caro, vistoso e
brilhante) ou sem brilho. Nos rituais ou festividades, as mulheres compram panos para
festejar com alegria e cor estes momentos. Existe igualmente um outro pano, apenas
utilizado no momento de "tchoro", pela morte de uma pessoa representativa da
comunidade (homens e mulheres grandes pela idade e por terem passado pelos diversos
ritos da sua etnia).
MÁSCARA DE HOMEM (1) – Comercializada sobretudo na Guiné-Bissau.
ESTÁTUA DE MULHER (1) – As mulheres na Guiné-Bissau carregam tudo à cabeça.
CARRO (1) – As crianças fazem carros a partir de latas de Coca-Cola, spray para mosquitos,
tudo o que for à base de latas se transforma em carros, carrinhas, ambulâncias.
PANELA (1) – Feita a partir da reciclagem de latas. Existem em várias dimensões.
BANCO PEQUENO (1) – Característico da Guiné-Bissau, especialmente da zona leste.
Feito com tronco de madeira verde. Objecto presente em todas as casas, excelente para as
pausas de final de tarde. Existe em vários tamanhos.
BANCO (1) – Muito utilizado na Guiné-Bissau. De fabrico, essencialmente, de manjacos.
NIMBA (1) – Objecto sagrado de protecção das mulheres.
CABAÇA (1) – Pequena cabaça decorativa, mas existem muitas com função de bacia para
os alimentos.
BONBOLÓN (1) – Miniatura de tambor de madeira usado para enviar mensagens em
22 Título Autor(es) Quant. aproximada Preço unit.
A Última Tragédia Abdulai Sila 30 7,50
Os Mancanha Domingos da Fonseca 8 5,50
Guiné-Bissau- 20 anos de independência Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa (INEP) 19 10,00
Soronda - Revista de Estudos Guineenses - Nova Série 1 Peter Karibe Mendy et al. 6 7,50
Soronda - Revista de Estudos Guineenses - Nova Série 3 Mamadú Jao et al. 5 7,50
Soronda - Revista de Estudos Guineenses - Nova Série 4 Peter Aaby et al. 7 7,50
Soronda - Revista de Estudos Guineenses - Nova Série 5 Johannes Augel et al. 7 7,50
Soronda - Revista de Estudos Guineenses - Nova Série 11 George E. Brooks et al. 6 7,50
Soronda - Revista de Estudos Guineenses - Nova Série 12 Fernando Padovani et al. 7 7,50
Soronda - Revista de Estudos Guineenses - Nova Série 13 Abdulai Silá et al. 7 7,50
Soronda - Revista de Estudos Guineenses - Nova Série 14 Faustino Imbali et al. 6 7,50
Soronda - Revista de Estudos Guineenses - Nova Série 15 Jorge Cabral et al. 5 7,50
Soronda - Revista de Estudos Guineenses - Nova Série 16 Peter Karibe Mendy et al. 6 7,50
Lala Kema - Bandim nº 1 Lars Rudeback 8 7,00
Lala Kema - Bandim nº 2 Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa 7 7,00
Ora di Kanta tchiga Moema Parente Augel 4 10,00
Arqueólogo da calçada Félix Siga 1 7,00
Nova Literatura da Guiné-Bissau Moema Parente Augel 13 10,00
Entre o ser e o amar Odete Costa Semedo 5 7,00
Sonéa I Odete Costa Semedo 3 7,00
Djênia II Odete Costa Semedo 5 7,00
Kaco Martel nº 7 - A construção da nação em África Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa 6 10,00
Kaco Martel nº 6 - Guiné-Bissau a caminho do ano 2000 Conferência INEP/CESE 10 10,00
Fundação Evangelização e Culturas Campo Santana, 43 - 2º - 1150-225 Lisboa
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