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TRABALHO DE LITERATURA PORTUGUESA Análise literária de Padre Vieira. Biografia

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TRABALHO DE LITERATURA PORTUGUESA

Análise literária de Padre Vieira

Biografia

Nascido em Lisboa – Portugal – no ano de 1608, o Padre Antônio Vieira representa a maior expressão da eloquência sacra de Portugal e um dos maiores escritores do seu século.

Sua família veio ao Brasil e se instalou em Salvador (BA) quando ele tinha apenas seis anos. Recebeu ordenação sacerdotal na Bahia e começou a atuar aos 15 anos na Companhia de Jesus, movimento cristão de catequização dos índios brasileiros.

Estudou teologia, lógica, física, metafísica, matemática, economia e formou-se noviço em 1626 e em 1634 foi ordenado sacerdote na Bahia.

Aos 33 anos regressou a Portugal, mas voltou após alguns anos, pois suas ideias já não estavam mais agradando.

Dessa vez foi tentar a sorte no Maranhão, o que não deu certo, então viajou por um período ao redor do mundo e retornou ao Brasil em 1681 para se dedicar à literatura.

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Contexto Histórico

Vale ressaltar o contexto histórico da época do Padre, uma época onde varias atitudes tomadas pelo catolicismo eram apoiadas inclusive pelo próprio poder temporal - já que não é simples separar a Igreja e o Estado português neste momento da história -, como converter almas ao cristianismo.

Nessa época, o mundo assistia: a Santa Inquisição a atuar em pleno vapor, que inclusive fez visitações ao Brasil colonial nas regiões Nordeste e Norte, além de em outras terras pertencentes ao Império Colonial Português como Angola, Madeira e Açores, e vale ainda citar que Goa possuía o seu próprio tribunal do Santo Ofício; também se assistia a imposição do cristianismo para muitos índios no Brasil; além dos negros africanos que para cá foram trazidos e também lhes foram imposto o catolicismo.

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Características

RELIGIOSIDADE

A religiosidade barroca era bastante conflituosa e tensa. Nesta época ocorreram grandes conflitos espirituais. A crença religiosa pelo papel vigoroso da Igreja Católica Contra Reformista estabelece uma visão do homem, como sendo um grande pecador.

Com isso o homem barroco racionalizou a fé, fazendo valer alguns argumentos racionais em busca da salvação, controlando as metáforas bíblicas em busca do perdão divino os dogmas religiosos, através do controle de recursos da lógica.

“Mas como estes pescadores do alto usaram de redes

varredouras, use-se também com eles das mesmas.” (Sermões Padre Antônio Vieira,1998, p.61).

Predominava o Teocentrismo.

“Que uma tal lei fosse justa não se pode duvidar, porque era lei de Deus, e posto que o mesmo Deus na lei da graça derrogou esta circunstância de rigor, que era de direito positivo;[...] ” ( Sermões Padre Antônio Vieira, 1998, p.63).

“Enquanto lei natural obriga aos reis, porque a natureza fez iguais a todos; e enquanto lei divina também os obriga, porque Deus, que os fez maiores que os outros, é maior que eles” ( Sermões Padre Antônio Vieira, 1998, p.63).

Padre Antônio Vieira baseava-se nos textos bíblicos para expor sua retórica.

“[...] argumenta contra a mesma resolução, com a lei do capítulo vinte e dois do Êxodo, em que Deus mandava que quem furtasse um boi restituísse cinco[...]” ( Sermões Padre Antônio Vieira, 1998, p.89).

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DUALISMO

O traço principal do estilo barroco é a tensão entre espírito e matéria, céu e terra, corpo e alma, vida e morte, paraíso e inferno, expressando o contraste entre as forças reguladoras da existência humana.

 ENTRE O CÉU E O INFERNO

“Nem os Reis podem ir ao Paraíso sem levar consigo os ladrões, nem os ladrões podem ir ao inferno sem levar consigo os Reis. Isto é o que hei de pregar. Ave Maria.” (Sermões Padre

Antônio Vieira,1998, p.61).

Este trecho apresenta um conjunto de ideias com a presença de antíteses bem como o reflexo das oposições acima citadas.

 ENTRE CORPO E ALMA

O Renascimento valorizava o profano, as satisfações mundanas. Os intelectuais barrocos não ficam tranquilos com esse modo de pensamento e passam a contrapor entre os ideais de vida eterna e vida terrena.

No barroco, nota-se o conflito existencial gerado pelo dilema do homem dividido entre o prazer pagão e a fé religiosa.

“Toda a sua fazenda dará o homem de boa vontade por salvar a vida, diz o Espírito Santo, e quanto de melhor vontade deve dar a fazenda, que não é sua, por salvar, não a vida temporal, senão a eterna?” (Sermões Padre Antônio Vieira,1998, p.61).

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RELIGIÃO COMO ALÍVIO PARA AS ANGÚSTIAS DA VIDA

Nesta concepção, Deus está vendo tudo o que acontece, por isso passa-se a buscar a religião para que passa-se possa ter um alívio.

“Suponho finalmente que os ladrões de que falo não são aqueles

miseráveis, a quem a pobreza e vileza de sua fortuna condenou a este gênero de vida, porque a mesma sua miséria, ou escusa, ou alivia o seu pecado.” (Sermões Padre Antônio Vieira,1998, p.68).

Vieira trata sobre a necessidade do perdão e as maneiras de se alcançá-lo. Para ele, sem a restituição do alheio não se poderia alcançar a salvação.

“Todas as outras obras, que depois daquela venturosa vista fazia Zaqueu, eram muito louváveis; mas enquanto não chegava a fazer a da restituição, não estava capaz da salvação. Restitua, e logo será salvo:[...] “(Sermões Padre Antônio Vieira,1998, p.65).

“A salvação não pode entrar sem se perdoar o pecado, e o pecado não se pode perdoar sem se restituir o roubado:[...] “Sermões Padre Antônio Vieira,1998, p.65).

PESSIMISMO

Padre Vieira utiliza essa característica no sentido de que o homem veio do pó e que ele retornará para o pó na morte. A morte torna-se uma preocupação constante (como na Idade Média e Romantismo) entre a incerteza da vida, sempre vivendo ( a vida terrena ) com medo e com dúvidas.

“E sendo o Senhor aquele que no dia do Juízo só aos merecimentos da esmola há de premiar com o reino do céu, [...]”(Sermões Padre Antônio Vieira,1998, p.63).

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CONCEPTISMO

Podemos observar nos textos de Vieira a presença do conceptismo, pois ele, através do jogo de raciocínio e de retórica, visa melhor explicar o conflito dos opostos.

“Para compreender os sermões do Padre Antônio Vieira é preciso ter em mente as características fundamentais do movimento barroco. De contor- no dilemático, contraditório, feito de antíteses e oposições, instável como o próprio ondular das ideias no esforço de orientar e persuadir [...]” (MOISÉS Massaud, 2001,p.76)”

“— Basta, senhor, que eu, porque roubo em uma barca, sou ladrão, e vós porque roubais em uma armada, sois imperador? — Assim é. O roubar é pouco é culpa, o roubar muito é grandeza; o roubar com pouco poder faz os piratas, o roubar com muito, os Alexandres.”(Sermões Padre Antônio Vieira,1998, p.67).

Para adquirir um forte efeito sugestivo em seus vocábulos, assim como uma força emocional, estimulativa e semântica bem acentuada, Vieira faz uso de repetições de perguntas.

Nota-se a presença evidente do Conceptismo, através de perguntas retóricas, presentes nos sermões.

“Se os esmoleres compram o céu com o próprio, por que se não contentarão os ladrões de o comprar com o alheio? [...] E quem há que, salvando-se do naufrágio a nado e despido, não mande pintar a sua boa fortuna, e a dedique aos altares com ação de graças? [...] e quanto de melhor vontade deve dar a fazenda, que não é sua, por salvar, não a vida temporal, senão a eterna? O que está sentenciado à morte e à fogueira, não se teria por muito venturoso, se lhe aceitassem por partido a confiscação só dos bens? [...] porque melhor vos está ir ao Paraíso manco, aleijado e cego, que com todos os membros inteiros ao inferno. É isto verdade, ou não? [...] Nesta restituição, ou forçosa, ou forçada, que não quereis fazer, que é o que dais e o que deixais? [...] Pois, se assim há de ser, queirais ou não queirais, despido por despido, não é melhor ir com o bom ladrão ao Paraíso, que com o mau ao inferno?” (Sermões Padre Antônio Vieira,1998, p.90).

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LITERATURA MORALISTA

Padre Vieira pregava a fé e a religião através de uma literatura moralista. Essas pregações religiosas refletem a essência do estilo barroco: a tentativa de expor uma síntese da dualidade do homem, ser composto de matéria (corpo), e espírito (alma).

LINGUAGEM TRABALHADA

Uso de figuras de linguagem.

Metonímia

“Este sermão, que hoje se prega na Misericórdia de Lisboa, e não se prega na Capela Real, parecia me a mim que lá se havia de pregar, e não aqui.” (Sermões Padre Antônio Vieira,1998, p.60).

“A outra parte — que é a que tomei por tema — toda pertence ao Paço e à Capela Real.” (Sermões Padre Antônio Vieira,1998, p.61).

Metáfora

“Uma coisa fazia mal este imperador, outra bem, e faltava-lhe a melhor. Em mandar governadores às províncias homens que fossem esponjas fazia mal; em espremer as esponjas quando tornavam, e lhes confiscar o que traziam, fazia bem, e justamente;mas faltava-lhe a melhor, como injusto e tirano que era, porque tudo o que espremia das esponjas não o havia de tomar para si, senão restituí-lo às mesmas províncias donde se tinha roubado.” (Sermões Padre Antônio Vieira,1998, p.88).

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Comparação

“Os outros ladrões roubam um homem: estes roubam cidades e reinos; os outros furtam debaixo do seu risco: estes sem temor, nem perigo; os outros, se furtam, são enforcados: estes furtam e enforcam.” (Sermões Padre Antônio Vieira,1998, p.69).

“O pirata do mar não rouba aos da sua república: os da terra roubam os vassalos do mesmo rei, em cujas mãos juraram homenagem; do corsário do mar posso me defender: aos da terra não posso resistir; do corsário do mar posso fugir: dos da terra não me posso esconder; o corsário do mar depende dos ventos; os da terra sempre têm por si a monção; enfim, o corsário do mar pode o que pode: os da terra podem o que querem, e por isso nenhuma presa lhes escapa.”

(Sermões Padre Antônio Vieira,1998, p.76).

“Os médicos dos reis com tanta e maior liberdade lhes devem receitar a eles o que importa à sua saúde e vida, como aos que curam nos hospitais. Nos particulares, cura-se um homem; nos reis, toda a República. (Sermões Padre Antônio Vieira,1998, p.90).

PARALELISMO

“Os outros ladrões roubam um homem: estes roubam cidades e reinos; outros furtam debaixo do seu risco: estes sem temor, nem perigo; outros, se furtam, são enforcados: estes furtam e enforcam...” (Sermões Padre Antônio Vieira,1998, p.71).

ENUMERAÇÃO

“ Finalmente, nos mesmos tempos, não lhes escapam os imperfeitos, perfeitos, plus quam perfeitos e quaisquer outros porque furtam, furtaram, furtavam, furtariam e haveriam de furtar mais, se mais houvesse.” (Sermões Padre Antônio Vieira,1998, p.76).

PARADOXO

O paradoxo usado por Vieira nos traz a ideia de que o rei é tão ladrão quanto o pirata, ou então, o pirata é tão altivo quanto o rei, pois se ambos têm as mesmas práticas devem ser rotulados da mesma forma.

“Se o Rei de Macedônia, ou qualquer outro, fizer o que faz o ladrão e o pirata, o ladrão, o pirata e o rei, todos têm o mesmo lugar, e merecem o mesmo nome”. (Sermões Padre Antônio Vieira,1998, p.68).

O jogo de ideias faz com que o leitor note que tanto o rei quanto o pirata estão no mesmo nível, um não é melhor que o outro.

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Estrutura

Tendo como base o Sermão do Bom Ladrão, que foi escrito em 1655, podemos verificar que Padre Vieira seguia em seus textos uma estrutura clássica, dividida em: Introito, argumentação e peroração ou epílogo.

Introito

Há uma exposição geral do sermão, antecipando os temas desenvolvidos, o sermão e exposto de maneira geral para todos os que irão ouvi-lo. Pe. Vieira proferiu este sermão na Igreja da Misericórdia de Lisboa, diante de D. João IV e sua corte, na plateia também estavam presentes juízes, ministros e conselheiros. Vieira inicia seu sermão dizendo que embora estivesse na Igreja da Misericórdia, seu discurso era direcionado a Capela Real, por que era lá que estavam as pessoas que mais precisavam ouvir este sermão.

“Este sermão, que hoje se prega na Misericórdia de Lisboa, e não se prega na Capela Real, pareciame a mim que lá se havia de pregar, e não aqui.” (Sermão do Bom Ladrão. Cap.I).

O intuito do Padre Vieira, era que basicamente todos pudessem imitar o Rei dos reis. Inicia discorrendo sobre dois ladrões que havia sido condenados e executados através da crucificação.

Narra que quando o bom ladrão (Dimas) pediu a Cristo que se lembrasse dele no seu reino, o Senhor teve a lembrança de que ambos se vissem no Paraíso.

“Todos devem imitar ao Rei dos reis, e todos têm muito que aprender nesta última ação de sua vida. Pediu o Bom Ladrão a Cristo que se lembrasse dele no seu reino. E a lembrança que o

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Senhor teve dele foi que ambos se vissem juntos no Paraíso.” (Sermão do Bom Ladrão. Cap. I).

Vieira informa aos reis quanto ao pecado da corrupção passiva/ativa e pela cumplicidade do silêncio permissivo. Nesse momento do sermão Vieira mostra uma visão crítica sobre o comportamento imoral da nobreza da época.

“Levarem os reis consigo ao paraíso os ladrões, não só não é companhia indecente, mas ação tão gloriosa e verdadeiramente real, que com ela coroou e provou o mesmo Cristo a verdade do seu reinado, tanto que admitiu na cruz o título de rei.

Mas o que vemos praticar em todos os reinos do mundo é, em vez de os reis levaram consigo os ladrões ao paraíso, os ladrões são os que levam consigo os reis ao inferno.” (Sermão do Bom Ladrão Cap.II).

Argumentação

O orador busca respaldo para a sua tese nas Escrituras, ele dá exemplos bíblicos para fundamenta-las, utiliza-se de recursos da lógica e da estilística para traçar seu raciocínio. Também utiliza o método parenético, que consiste em pensar em todas as possibilidades de contestação do seu argumento para antecipar-se nas respostas, desarmando possíveis objeções.

Nas suas argumentações Vieira cita passagens bíblicas e falas de teólogos como São Tomas de Aquino e Santo Agostinho.

“A salvação não pode entrar sem se perdoar o pecado, e o pecado não lhe pode perdoar sem se restituir o roubado”. (Sermão do Bom Ladrão Cap. III).

Como já foi dito, Vieira cita passagens bíblicas para fundamentar sua tese, uma das imagens que o Pe. Vieira mais utiliza é a do Bom Ladrão (Dimas) e a do Mau Ladrão (Zaqueu), respectivamente representam o ladrão

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“pobre”, que não tem como restituir o que fora roubado, logo foi perdoado por Cristo, e o ladrão “rico” que tinha como restituir mas não o fez, tinha a possibilidade de salvação através da restituição do roubado. Para Padre Vieira sem a restituição do alheio não se poderia alcançar a salvação. Não se perdoava o pecado sem se restituir o roubado quando o ladrão tivesse possibilidade de restituí-lo. As restituições do alheio sob pena da salvação estavam sujeitos tanto os súditos quanto os reis.

“Dimas era ladrão pobre, e não tinha com que restituir o que roubara; Zaqueu era ladrão rico, e tinha muito com que restituir”. (Sermão do Bom Ladrão Cap. III).

Os ladrões de quem fala o padre neste sermão não são os miseráveis a quem a pobreza obriga a agir de maneira incorreta, mas os ladrões de maior calibre e de mais alta esfera.

Neste momento Pe. Vieira narra que Alexandre estava em uma poderosa armada pelo mar Eritreu, quando lhe trouxeram um pirata que roubava os pescadores ele o repreendeu; porém o pirata respondeu que ele por roubar em uma barca era considerado um ladrão e que Alexandre ao usar uma armada para roubar era considerado imperador.

“Basta, senhor, que eu, porque roubo em uma barca, sou ladrão, e vós, porque roubais em uma armada, sois imperador?” - “Assim é. O roubar pouco é culpa, o roubar muito é grandeza; o roubar com pouco poder faz os piratas, o roubar com muito, os Alexandres”. (Sermão do Bom Ladrão. Cap. IV).

Padre vieira insinua, metaforicamente, que os reis adquirem um passaporte para furtar. O vocabulário rico, as comparações, as metáforas, além da dubiedade de sentidos aparecem em muitas passagens do texto. Já na introdução – ou introito – o padre manifesta a ideia que o sermão não deveria

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ser pregado na Misericórdia de Lisboa e sim na Capela Real onde todos os Reis pudessem ouvir, mas na verdade o padre Vieira não dirigia suas críticas diretamente aos reis e sim aos seus homens, já que os reis nomeiam seus administradores, são também culpados por os roubos dos mesmos. A manutenção de tais homens em seus cargos, porém, torna o soberano cúmplice de seus furtos, e os ladrões “o levam consigo ao Inferno”.

O primeiro, porque os reis lhe dão os ofícios e poderes com que roubam; o segundo, porque os reis os conservam neles; o terceiro, porque os reis adiantam e promovem a outros maiores; e,

finalmente, porque, sendo os reis obrigados, sob pena de

salvação, a restituir todos estes danos, nem na vida, nem na morte os restituem.(Sermão do Bom Ladrão. Cap. VI).

Peroração ou Epílogo

Neste momento, o pregador faz sua conclusão final, ressaltando os fatos mais importantes da pregação, para que seus fiéis sigam a verdade e sejam conclamados a seguirem a prática das virtudes propostas. Padre Vieira não mostra arrependido pelo o que acabou de proferir e cita o Santo Hilário:

“O que se não pode calar com boa consciência, ainda que seja com repugnância, é força que se diga”. (Sermão do Bom Ladrão. Cap. XIV).

Vieira narra uma passagem da Bíblia, que é melhor ir ao Paraíso manco, aleijado e cego, que com todos os membros inteiros ao inferno.

“Se as vossas mãos e os vossos pés são causa de vossa condenação, cortai-os, e se os vossos olhos, arrancai-os, diz Cristo, porque melhor vos está ir ao Paraíso manco, aleijado e cego, que com todos os membros inteiros ao inferno.” (Sermão do Bom Ladrão Cap. XIV).

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Para finalizar o sermão, Vieira faz uso de repetições, pedindo a Deus que ensine com o seu exemplo e inspire com a sua graça a todos os reis de tal forma que evitem furtos futuros e ainda que devolvam os passados para que no lugar de os ladrões os levem ao inferno que vá ao Paraíso os ladrões juntamente aos reis.

“... para que os ladrões e reis se salvem, ensinai com vosso exemplo, e inspirai com vossa graça a todos os reis, que, não elegendo, nem dissimulando, nem consentindo, nem aumentando ladrões, de tal maneira impidam os furtos futuros, e façam restituir os passados, que em lugar de os ladrões os levarem consigo, como levam, ao inferno, levem eles consigo os ladrões ao Paraíso...” (Sermão do Bom ladrão. Cap. XIV).

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Bibliografia

VIEIRA, Antônio, Sermões, Ed. Edelbra, 1998,

CÚRCIO, Verônica Ribas Literatura Brasileira, Editoração eletrônica, 1655. VIEIRA, Antônio, Sermão do Bom Ladrão, Passeiweb.

http://www.blogodorium.com.br/biografia-e-obras-de-padre-antonio-vieira http://www.recantodasletras.com.br/artigos/1529772

Referências

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