IMPLEMENTAÇÃO E IMPACTO PREVISTO NOS PROVEDORES REGIONAIS COM A MIGRAÇÃO DO IPV4 PARA IPV6
Claudia Mara Machado1, Ricardo Rall2
1Tecnóloga, Faculdade de Tecnologia de Botucatu. E-mail – ctoledo0305@gmail.com
2.Doutorado, Faculdade de Tecnologia de Botucatu – rrall@fatecbt.edu.br
1 INTRODUÇÃO
Há alguns anos já vem se falando sobre o esgotamento dos IPv4 e alertando para que se preparem para esta migração. Em 1994 começou a ser projetado o IPv6 e seu sistema de endereçamento é baseado em 128bits o que se pode considerar como um número muito alto de endereços e capaz de suportar por muitos anos a demanda do crescimento da internet.e a necessidade de preparação para essa transição.
2 MATERIAL E MÉTODOS Neste trabalho foram utilizados os seguintes materiais:
Microcomputador para o acesso remoto aos equipamentos visando a configuração e testes destes: Coud Core Router (CCR) que atua com protocolo Bouder Gateway Computer (BGP, Switch, CCR – que atua como servidor Point-to-Point Protocol over Ethernet (PPPoE), Airgrid Ubiquit – Antena receptora do sinal, Roteador – Equipamento interno na casa do cliente.
Este trabalho usou como cenário a rede de um importante provedor regional , onde foi apresentado a estrutura física de uma rede de internet e onde foram necessários as atualizações de equipamentos para que a rede opere em IPv6. O caminho escolhido para o estudo deste trabalho começa no BGP onde foi analisada a necessidade de atualização do firmware e/ou substituição das CCR que atua com protocolo BGP
Foi analisado a possível substituição da CCRs e/ou atualização de software que são servidores, Foi necessária a análise do enlace entre a torre que fica no provedor e a torre do POP do cliente, bem como a analise para verificação das alterações necessárias no POP do cliente.Atualização e configuração na antena receptora instalada na residência do cliente. E configuração da LAN por meio de um roteador.
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Para acessar o BGP via winbox foi necessário colocar o IP da CCR, login e senha O login direciona para interface do BGP via winbox (Figura 1).
Figura 1 – Interface BGP
Fonte: Prata.net
Clicando na aba System e em seguida Packages, irá abrir o Packages List, onde será habilitado o IPv6
No Package List, selecione o IPv6 e clicando em “Enable”, já se tem o BGP com suporte IPv6
Para habilitar o IPv6 no servidor PPoE foi feito exatamente como no BGP, após habilitar no PPPoE o IPv6, já se tem um pool em IPv6 (Figura 2).
Figura 2 – IPv6 Pool
Fonte: Prata.net
Nos equipamentos de enlace entre as torres do provedor, não foram necessárias alterações pois as mesmas são configuradas de modo brigde e desta maneira o equipamento não necessita de suporte IPv6.
Primeiramente o firmware foi baixado do site Ubiquit que atualmente está na versão 5.6.5 mas desde a versão 5.6.1 já se tem suporte IPv6.
Após ter o arquivo do firmware no computador, acessar a Airgrid e na aba System no primeiro item tem firmware update, onde se encontra o botão para “escolher arquivo”, algumas antenas terá o arquivo airOS for XM e outras airOS for XW, a antena só aceitará o arquivo correspondente.
Ao clicar em escolher arquivo, abrirá a pasta para que selecione o arquivo correspondente
Após carregar o arquivo aparecerá o botão de “Update” Clicar em “Update” para que o firmware seja carregado.
Ao clicar no botão de Update aparecerá a janela de aviso do upload do arquivo.
Aguarde a atualização que demora alguns segundos.
Ao finalizar o update do arquivo, na aba Network já irá aparecer o item IPv6 para ser habilitado. (Figura 3)
Figura 3– Antena já atualizada e com suporte IPv6
Fonte: Prata.net
O modo de conexão que a Prata.net utiliza para autenticação no servidor PPPoE é discado pela antena, onde é habilitado o NAT, para distribuição DHCP. Neste modo de conexão é necessário habilitar o IPv6, em WAN (Wide Area Network) Network Setting e selecionar o protocolo DHCPv6, onde na configuração da rede interna, não foi possível a distribuição de ip em uma rede local, sendo possível o uso do IPv6 somente em uma máquina e quando foi conectado no roteador, a rede não funcionou em IPv6. Para a configuração da rede interna do
protocolo SLAAC, conforme mostra a (Figura 4).
Figura 4 - Modo de operação com IPv6 habilitado
Fonte: Prata.net
Nesse modo o equipamento que disca para conexão PPoE é o roteador instalado na casa do cliente no qual faz parte de sua rede interna e que precisa ter suporte IPv6 e o tipo de conexão WAN deve estar em IP dinâmico
Em configurações IPv6 o tipo de conexão WAN deve ficar em PPoEv6 com o nome de usuário e senha fornecido pelo provedor (Figura5).
Figura 5- Configuração da WAN em IPv6
Em configurações de LAN selecione Servidor DHCPv6 e clique em “Salvar” a rede local já estará operando com IPv6 (Figura 6).
Figura 6 – Configurações de LAN em IPv6
Configuração em IPv6 esta funcionando em uma LAN (Figura 7).
Figura 7- Teste de conectividade em IPv6
Atualmente o custo de uma instalação via rádio fica em média de R$680,00 e os equipamentos ficam como comodato, onde o cliente assina um termo de responsabilidades do equipamento. O modo de conexão apresentado neste estudo faz a necessidade de incluir um roteador aumentando em 14% o custo com a instalação. Considerando que o provedor efetue 80 instalações por mês, este aumento será de R$ 7.616,00 mensais. Á partir do momento que o roteador for incluído como item de comodato, a responsabilidade pelas configurações do mesmo passa a ser da empresa e por este motivo as O.S. (Ordens de Serviço) para configuração de roteadores deixam de ser cobradas representando uma baixa no faturamento de R$570,00, considerando as ordens de serviço no mês de abril onde foram contabilizadas 19 O.S. de configuração de roteador, além do custo de deslocamento da equipe técnica até o local da instalação. Outro numero significativo são os do atendimento de helpdesk. Atualmente muitos atendimentos são solucionados pelo suporte remoto, sem ter a necessidade de ir até o cliente.
Devido ao modo de conexão sugerido neste trabalho, onde a antena opera em brigde e o roteador disca o PPPoE, o suporte remoto perde esse acesso aos equipamentos gerando a necessidade de uma visita técnica em muitos atendimentos que poderiam ser solucionados remotamente. Considerando as ordens de serviço abertas no mês de abril onde houve 81 atendimentos que foram solucionados remotamente acessando o equipamento do cliente o que
eleva o custo da empresa em R$2430,00, sendo que a ordem de serviço tem uma cobrança de R$30,00 que deixariam de ser cobradas devido a empresa assumir a responsabilidade da configuração no roteador do cliente.
4 CONCLUSÕES
Provedores Regionais não terão dificuldades de transição quando se fala na rede física, pois os equipamentos que são usados atualmente são necessários somente a atualização de firmware.
Com as atualizações aplicadas nos equipamentos da rede, é possível operar em IPv6 uma rede interna no cliente final. O fato de que a antena receptora na casa do cliente é em forma de comodato e este equipamento que faz a conexão PPPoE pode elevar o custo da instalação, pois no trabalho apresentado só foi possível a configuração interna com o equipamento operando em bridge tornando como peça fundamental o uso do roteador para que possa ser realizada a conexão com o servidor PPPoE, fazendo com que a empresa tenha o custo adicional de mais um equipamento e assuma a responsabilidade da rede interna, o que também pode aumentar consideravelmente o números de atendimentos no suporte remoto bem como o aumento do número de ordens de serviço.
5 REFERÊNCIAS
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http://imasters.com.br/artigo/4653/redes-e-servidores/introducao-ao-bgp/ > Acessado em 03 abril 2016