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2 Revista Eletrônica Estácio Saúde - Volume 4, Número 2, 2015

VENTILAÇÃO MECÂNICA APÓS IMPLANTAÇÃO DE PROTOCOLOS DE FISIOTERAPIA NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

RESUMO

O objetivo de analisar os dados sobre a de protocolos de fisioterapia respiratória na prevenção de pneumonia associada à ventilação mecânica. Pesquisa quantitativa, retrospectiva, em 43 prontuários de pacientes atendidos nos meses de janeiro a dezembro de 2012 na Unidade de Terapia Intensiva. Dentre os pacientes 13 apresentaram pneumonia associada à ventilação mecânica e 22 não desenvolveram. Os agentes etiológicos mais frequentes nos pacientes foram: Enterobacter Aerogenes 6(46%), Staphylococcus Aureus e Pseudonomas Aeruginosa 3(23%) cada e a Serratia Liquefanciens em 1(8%). Observou-se que 8(19%) pacientes, que foram admitidos no setor, ingressaram com pneumonia. Não houve diminuição no tempo de ventilação, nem diminuição no tempo de internação dos pacientes, porém os que não desenvolveram pneumonia associada à ventilação mecânica obtiveram diminuição no tempo de permanência no ambiente.

Descritores: Respiração artificial; Serviço de fisioterapia hospitalar; Unidades de Terapia Intensiva.

VENTILATOR AFTER THE USE OF PHISIOTHERAPY PROTOCOLS IN THE INTENSIVE CARE UNITS

Aim of analyzing the data on the respiratory therapy protocols in preventing pneumonia associated with mechanical ventilation. Quantitative research, retrospective in 43 medical records of patients seen in the months from january to december 2012 in the Intensive Care Unit. Among the 13 patients had ventilator-associated pneumonia and 22 did not develop. The most common etiological agents in the patients were: Enterobacter aerogenes 6(46%), Staphylococcus aureus and Pseudonomas Aeruginosa 3(23%) and Serratia each Liquefanciens in 1(8%). It was observed that 8(19%) patients, who were admitted in the industry, joined with pneumonia. There was no decrease in ventilation time, or decrease in length of stay of patients, but those who did not develop pneumonia associated with mechanical ventilation were decreased length of stay in the environment.

Descriptors: Respiration, artificial; Phisycal therapy department, hospital; Intensive care units.

VENTILACION MECÂNICA DESPUÉS DE PROTOCOLOS IMPLANTAÇÃO DE FISIOTERAPIA NA UNIDADES DE CUIDADOS INTENSIVOS

RESUMEM

El propósito del análisis de los datos sobre los protocolos de terapia respiratoria en la prevención de la neumonía asociada a la ventilación mecánica. La investigación cuantitativa, retrospectivo en 43 historias clínicas de los pacientes atendidos en los meses de enero a diciembre de 2012 en la Unidad de Cuidados Intensivos. Entre los 13 pacientes habían neumonía asociada al ventilador y 22 no desarrollaron. Los agentes etiológicos más frecuentes en los pacientes eran: Enterobacter aerogenes 6(46%), Staphylococcus aureus y Pseudomonas Aeruginosa 3(23%) y Serratia cada Liquefanciens en 1(8%). Se observó que 8(19%) pacientes, que fueron admitidos en la industria, se unieron a la neumonía. No hubo disminución en el tiempo de ventilación, o disminución de la duración de la estancia de los pacientes, pero los que no desarrollaron neumonía asociada a la ventilación mecánica se redujeron duración de la estancia en el medio ambiente.

Descriptores: Respiración artificial; Servicio de fisioterapia em hospital; Unidades de cuidados

intensivos.

Barbara Moraes Silva1, Bianca Furtado Rodrigues2, Caroline Moreno Azevedo3,

Frederico Pecorone4, Flavio Boechat Oliveira5

1 Acadêmica do Curso de Fisioterapia Universidade Estácio de Sá. Cabo Frio/RJ/Brasil.

2 Acadêmica do Curso de Fisioterapia Universidade Estácio de Sá. Cabo Frio/RJ/Brasil. 3

Professora do Curso de Fisioterapia Universidade Estácio de Sá. Cabo Frio/RJ/Brasil..

4

Coordenador e professor do Curso de Fisioterapia Universidade Estácio de Sá. Cabo Frio/RJ/Brasil.

5

(2)

3 Revista Eletrônica Estácio Saúde - Volume 4, Número 2, 2015 INTRODUÇÃO

A Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica (PAV) é uma patologia que surge entre 48-72h logo após a intubação tanto por via tubo orotraqueal (TOT) como por

traqueostomia. A intubação

traqueal, por desencadear perda da condição de defesa do sistema respiratório, interfere na migração

de microrganismos para o

parênquima pulmonar, colonizando-o assim, pcolonizando-ois colonizando-o accolonizando-ometimentcolonizando-o ocorre principalmente nas vias

aéreas superiores e inferiores(1).

Na ocorrência dessas

infecções, a pneumonia associada à

ventilação mecânica (PAV) é

considerada um problema de saúde pública no Brasil e no Mundo, na qual sua incidência chega a 60%

dos casos de infecções

hospitalares, com taxa de

mortalidade significativa.

Dependendo do tipo de doença de base ou do agente causador, a PAV pode atingir cerca de 25 a 50% dos pacientes que poderão necessitar

de ventilação mecânica(2). Com o

aumento dessas infecções

associadas aos pacientes em

ventilação mecânica, as taxas de

mortalidade podem sofrer variações de 24% a 76%, aumentando assim os riscos de morte desses pacientes

entre duas a dez vezes(3).

A PAV pode ser considerada iatrogênica, que é qualquer situação gerada pela ação errônea de um indivíduo, de forma negligente, havendo incompetência ou falta de cuidado. Desta forma, a causa não seria de apenas um indivíduo, porém, o resultado de um sistema social de omissão. Outra questão é a “falta de qualidade” ou “qualidade distinta” e é em si uma iatrogênica, que deverá ser combatida em todas as frentes, não só pelos médicos de forma mais amplo, mas também

pela equipe multidisciplinar e

multissocial(4).

Em 1990 o Ministério da Saúde, começou a incentivar a utilização da "Busca Ativa", visando

controlar as infecções

hospitalares(5), assim os

profissionais de saúde têm criado protocolos dentro das UTIs, a fim de

controlar e ter sucesso na

prevenção da mesma, que são

auditados pela Comissão de

Controle de Infecção Hospitalar (CCIH).

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4 Revista Eletrônica Estácio Saúde - Volume 4, Número 2, 2015

A CCIH tem o objetivo não somente de prevenir e combater à infecção hospitalar, e sim beneficiar de maneira que, toda a população seja assistida, e também proteger o hospital e o corpo clínico. Deve manter arquivados documentos que comprovem a legalidade de sua

existência, rotinas de sua

funcionalidade, protocolos que

orientem os tratamentos mais

adequados efetivado ao paciente e, sobretudo dados que demonstrem os índices de infecção do hospital, para que, solicitados judicialmente,

possam ser comprovados,

mantendo estes índices de infecção

dentro dos limites aceitáveis,

comparativamente(6). Na atualidade

esses protocolos são utilizados com frequência, pois são implementados

em um pequeno grupo de

intervenções, que aplicados em um

conjunto multidisciplinar os

resultados são significativos, porém

somente serão efetivos os

resultados, se todos os cuidados

forem realizados a todo o

momento(7).

A Agência Nacional de

Vigilância Sanitária (ANVISA) criou

um grupo de trabalho

multiprofissional, formado por

diversos especialistas que têm

atuação direta nas áreas de

Controle de Infecção e na de

Assistência aos pacientes em

Infecções no trato Respiratório, para elaborar Critérios Nacionais de Infecção do Trato Respiratório. A ANVISA buscou padronizar os conceitos epidemiológicos dos tipos de infecção, com a intenção de instrumentalizar os profissionais que atuam na área de controle de infecção relacionada à assistência de saúde no desenvolvimento de um trabalho de qualidade, além de possibilitar o acompanhamento do perfil epidemiológico das infecções, tanto no nível local como a nível nacional(8).

A implementação de tais

medidas, está relacionada à

diminuição da incidência de PAV, sendo de grande relevância a implementação do Bundle (que é uma palavra de origem inglesa que pode significar pacote) de ventilação em um ambiente hospitalar. Essas ações têm como objetivo prevenir o impacto, buscando assim medidas de prevenção a esta implicação,

sabendo que a PAV traz

consequências inesperadas para o

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5 Revista Eletrônica Estácio Saúde - Volume 4, Número 2, 2015

Os Bundles de prevenção

são medidas fortemente

recomendas para a prevenção da PAV, com objetivo de reduzir a incidência de infecções, pois são protocolos de fácil implementação, baixo custo e que aderem as

intervenções com facilidade.

Estudos mostram que as aplicações devem ser dinâmicas e implementa em conjunto, pois resultam em

melhora do paciente, devendo

assim ser seguido de forma

individual e a todo momento(7).

Tendo em vista que a (PAV) é de grande impacto para os pacientes e para os hospitais, assim a prevenção é a melhor estratégia a ser tomada. Há uma efetiva série de

intervenções que poderá ser

utilizada, afim de "evitar o

inevitável"10. Como exemplo

podemos citar a colonização de

bactérias na cavidade oral

juntamente com a falta de higiene é

um dos agravantes na

disseminação da PAV, por este motivo diversos estudos mostram que a utilização da Clorexidina Veículo oral com formulação de 0,12%, tem mostrado de forma significativa à redução da incidência

de PAV(11).

Outra medida que por ser

utilizado(12), como forma de vedar a

via aérea, a insuflação do balonete,

o TOT, deverá ser de forma que

seja gerada uma "pressão de selo", evitando assim, o refluxo tanto de

conteúdo gástrico como de

secreções encontradas na cavidade oral. A pressão deste cuff deve ser mantida e insuflada entre 20 a 30 cmH²O através do Cuffômetro.

Estudos demonstram que a

aspiração das secreções

subglóticas (ASS), com dispositivos contendo lúmen acima do cuff do TOT, retarda e reduz a incidência

de PAV(13).

Outra importante forma de

prevenção é a elevação da

cabeceira do paciente entre 30 a 45º, porém somente quando não

houver contra indicação, esta

medida auxilia na melhora do parâmetro ventilatório e também será de grande valia para evitar a aspiração do conteúdo gástrico proveniente da cavidade oral para o pulmão, uma vez que é comum em pacientes entubados fazer o uso de

sonda nasoenteral(14).

O objetivo deste trabalho foi analisar os resultados coletados de

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6 Revista Eletrônica Estácio Saúde - Volume 4, Número 2, 2015

protocolos de fisioterapia

respiratória na prevenção de PAV,

utilizando dados vinculados à

ventilação mecânica para análise de incidências, controle e prevenção do

desenvolvimento da pneumonia

associada à ventilação.

METODOLOGIA

Este estudo foi classificado como analítico retrospectivo com abordagem quantitativa e de análise documental. Foi incluídos neste estudo a análise de prontuários de pacientes atendidos nos meses de janeiro a dezembro de 2012 na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital no interior do estado do Rio de Janeiro. Houve dispensa do termo de consentimento livre e esclarecido por ser um trabalho de análise de dados de prontuários. A instituição autorizou a realização do estudo através da assinatura do

termo de informe dos

procedimentos de pesquisa.

Para a inclusão da análise do Bundle de suspeita de Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica,

os critérios foram: tempo de

internação maior de 48hs,

realização do Bundle de PAV,

pacientes submetidos à ventilação mecânica por mais de 48-72h e análise de cultura de secreção traqueal.

Para a coleta de informações

foram analisados sexo, idade,

motivo de internação e um

instrumento em forma de Check-list,

contendo 13 aspectos de

relevância, divididos em duas

categorias: Cabeçalho de

informações como nome completo, registro, leito e data devidamente

preenchidos e o conteúdo

(informações sobre o

procedimento), considerando-se

dados como: Cabeceira elevada 30º a 45º; Medição da pressão do cuff

até 25mmHg, através do

Cuffômetro; Filtro Bacteriológico conforme protocolo de troca de 5 a 7 dias; Posicionamento adequado do TOT no centro da boca; Posicionamento adequado do TOT

quanto ao posicionamento no

canino ou na mordedura (21 cm); Se há existência de secreção em

Cavidade Oral; Higiene oral

Adequada; troca do fixador de TOT ou TQT; Posição da Traqueia do filtro bacteriológico na posição de "U"; Técnica de aspiração adequada (utilizar primariamente uma sonda

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7 Revista Eletrônica Estácio Saúde - Volume 4, Número 2, 2015

para aspiração de secreção oral e

utilizar outra sonda, em

procedimento estéril, para aspiração

de secreção endotraqueal) e

realização do despertar diário e se realizou o Check-list corretamente.

Os dados foram analisados através da estatística descritiva com determinação da média, desvio padrão e percentual de ocorrência de pneumonia em relação aos pacientes internados neste período.

RESULTADOS

Foram realizadas avaliações e observações quanto ao Bundle de

prevenção de controle da

Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica (PAV), desde a admissão do paciente até o desenvolvimento de PAV, alta, óbito ou transferência para o setor da enfermaria do mesmo hospital ou o deslocamento do paciente para outra unidade hospitalar. No período deste estudo, foram analisados 43 pacientes,

havendo predomínio do sexo

masculino com 56%, e do sexo feminino com 44% (Gráfico 1).

Gráfico1 - Quantidade de pacientes

na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital no interior do

estado do Rio de Janeiro. Janeiro a dezembro de 2012.

Fonte: Dados da pesquisa.

A figura apresenta a

porcentagem entre os sexos nos quais foram realizadas as amostras. O cilindro azul claro representa o grupo feminino e o cilindro azul

escuro representa o grupo

masculino, evidenciando a maioria masculina.

Ao descrever a faixa etária observou-se que, a idade média dos pacientes apresentou-se em cerca de 63,55 anos e o desvio padrão com variação de 20,25. (Gráfico 2)

Gráfico 2- População estudada de

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8 Revista Eletrônica Estácio Saúde - Volume 4, Número 2, 2015

internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital no interior do estado do Rio de Janeiro. Janeiro a dezembro de 2012.

Fonte: Dados da pesquisa.

Os pacientes maiores de 90 anos tiveram uma participação de 9%, porem os pacientes entre 60 a 69 anos (18%) tiveram maior relevância na amostragem.

Na tabela 1 pode-se observar que os diagnósticos de admissão mais frequentem na UTI, foram às

doenças pneumológicas (IRpA,

DPOC, Pneumonia, Empiema

Pleural, Bronco aspiração, Sepse

Pulmonar, EAP) seguindo das

Cardíacas, Neurológicas,

Oncológicas e Outras (TCE,

Politraumatismo, Cirrose hepática

Os pacientes que

desenvolveram a PAV e os que não desenvolveram essa infecção, os diagnósticos predominantes foram às doenças pneumológicas.

O tempo de permanência em prótese ventilatória foi de 19 dias em média, entretanto o tempo de permanência no ambiente da UTI foi de 22,11 dias.

Tabela 1- Patologias de Base mais

frequente na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Hospital no interior do estado do Rio de Janeiro. Janeiro a dezembro de 2012. Doenças de Base N % Pneumológicas 21 49 Cardíacas 8 18 Neurológicas 5 12 Oncológicas 2 5 Outras 7 16 Total 43 100

Fonte: Dados da pesquisa.

Dos 43 pacientes que foram estudados, 13 pacientes (30%) desenvolveram PAV, uma vez que foi realizado o exame de cultura para a identificação do agente

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9 Revista Eletrônica Estácio Saúde - Volume 4, Número 2, 2015

etiológico. O material coletado foi secreção coletada da aspiração

traqueal (13 amostras). A coleta de

secreção é feita com uma seringa de 1 ml conectado à mangueira do aspirador. Com medida estéril, colhe-se uma parte da secreção até a seringa, coloca-se o conteúdo no vidro estéril de EAS, é feita a identificação e manda para o

laboratório em até 1h. Constatando

assim, que os agentes etiológicos mais frequentes foram: Enterobacter

Aerogenes 6(46%), Staphylococcus Aureus e Pseudonomas Aeruginosa

ficaram com cerca de 3(23%) cada e a Serratia Liquefanciens em (8%). Observou-se também que, em 8(19%) pacientes foram admitidos no setor da UTI, já ingressaram com pneumonia, e os principais agentes etiológicos foram: Pseudonomas

Aeruginosa 3(37%), Enterobacter Aerogenes 4(50%) e Bacterioscopia

Gram-Negativo 1(13%). Após

análise verificou-se que em 22

pacientes (51%) não houve

crescimento de nenhum

microrganismo (Gráfico 3).

Gráfico 3 - Analise de Incidência

dos Agentes Etiológicos

encontrados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Hospital no interior

do estado do Rio de Janeiro. Janeiro a dezembro de 2012.

Fonte: Dados da pesquisa.

Quanto à evolução dos

pacientes que desenvolveram ou não pneumonia durante o período do estudo, a figura 5 demonstra que: 27(63%) pacientes evoluíram para óbito, sendo que 15(56%) pertenciam ao sexo feminino e 12(44%) do sexo masculino. Dos 43

pacientes estudados, 16(37%)

obtiveram alta da UTI, sendo 5(31%) do sexo feminino e 11(69%) era do sexo masculino (Gráfico 4).

Gráfico 4 - Distribuição dos

Pacientes de acordo com a Taxa de Mortalidade na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital no interior do estado do Rio de Janeiro. Janeiro a dezembro de 2012.

(9)

10 Revista Eletrônica Estácio Saúde - Volume 4, Número 2, 2015 Fonte: Dados da pesquisa.

Tabela 2 - Análise do Bundle na

prevenção de Pneumonia

Associada à Ventilação Mecânica, mostrando erros na realização dos itens do Bundle de PAV.

Fonte: Dados da pesquisa.

A tabela 2 demonstra o número de pacientes que obtiveram

erros na realização do Bundle PAV além de mostrar que o "N" total do grupo não realizou medição do Cuff. No período deste estudo verificou-se que a média de dias de observação em que os itens do Bundle de prevenção à PAV não foram realizados adequadamente, se manteve em torno de 5,10 dias.

Com isto, as medidas de prevenção se mantiveram acima de

80% de adesão, conforme

demonstrado no gráfico 5.

Gráfico 5 - Média de dias de

Observação Inadequada.

Fonte: Dados da pesquisa.

O gráfico evidencia um

(10)

11 Revista Eletrônica Estácio Saúde - Volume 4, Número 2, 2015

despertar diário em comparação aos outros itens do Bundle de PAV.

DISCUSSÃO

Ao analisarmos o Bundle de prevenção à PAV verificamos que

ocorreram erros em seu

preenchimento, contudo isso

apresentou uma baixa média

(12,9%) em relação aos pacientes nos quais esses erros foram cometidos.

A manutenção da cabeceira elevada de 30° a 45° não foi realizada em 10(6%) pacientes. O não posicionamento do braço do ventilador e da traqueia não ocorreu em 13(8%) pacientes. A pressão do cuff não foi realizada em nenhum dos pacientes, pois no ano de avaliação do trabalho, a UTI não possuía o aparelho de medição, o Cuffômetro.

O posicionamento do TOT no centro da boca estava inadequado em 18(12%) pacientes. Não foi realizado em 6(4%) pacientes a

troca do filtro bacteriológico

conforme o protocolo de troca da UTI. O posicionamento do TOT no canino não apresentava adequado posicionado em 10(6%) pacientes.

Nenhum paciente apresentou

secreção em cavidade oral, porém 17(11%) pacientes não obtiveram higiene oral adequada. A troca do fixador do TOT ou TQT não foi realizada em 6(4%) pacientes.

Comumente pacientes que fazem a utilização de respirador

artificial necessitam de

administração de sedativos que são infundidos de forma contínua. Desta forma, é identificada como um dos responsáveis pela maior duração de utilização do ventilador mecânico,

consequentemente haverá um

aumento no risco de

desenvolvimento da PAV. A

interrupção diária de infusões

sedativas permite que os pacientes ao acordar possam melhorar a situação, permitindo que os médicos ao racionalizar a administração de sedativos, garante maior conforto

para os pacientes(15). Assim com a

diminuição da sedação, também diminuirá os custos e o tempo de

ventilação em dois dias. A

descontinuação na sedação

também requer critérios a serem seguidos, pois dependerá da forma de como o paciente deverá atender. No entanto se o mesmo apresentar condições de ter sua sedação

(11)

12 Revista Eletrônica Estácio Saúde - Volume 4, Número 2, 2015

pausada diariamente deverá ser feita observações e evoluções sem sedação, para que sejam também utilizados critérios para executar a

extubação(16).

Observou-se ainda que a traqueia em forma de “U” não estava posicionada corretamente em 9(6%) pacientes. A aspiração foi inadequada somente em 1(1%) paciente e o Despertar diário não foi realizado em 22(14%) pacientes.

A Fisioterapia Respiratória é uma prática que contribui para a diminuição da incidência de PAV, integrando assim o atendimento multidisciplinar que é oferecido aos pacientes internados em unidades de terapia intensiva.

A atuação do Fisioterapeuta é constante em cada área do tratamento intensivo, relacionado com o atendimento a pacientes críticos no qual necessitam de suporte ventilatório; na assistência pós-cirúrgica com o propósito de

impedir complicações tanto

respiratórias quanto motora,

auxiliando aos pacientes graves que requerem suporte ventilatório. Nesta

fase o fisioterapeuta tem

importância crucial, auxiliando na condução da ventilação mecânica, a

partir do preparo e ajuste do ventilador artificial a intubação, durante a evolução do paciente em ventilação mecânica e interrupção e desmame do suporte ventilatório e

extubação(17).

Após a implantação do

protocolo de PAV houve redução de dias de ventilação mecânica de 4,9/1.000 dias para 3,8/1.000 dias com 100% de adesão da equipe ao

procedimento do protocolo,

diferentemente do nosso estudo, onde não constatamos diminuição

do tempo de internação no

ambiente da UTI, no entanto um fator importante e de grande relevância foi analisado sobre o tempo de internação.

Estudos realizados

demonstram que a Fisioterapia

Respiratória contribui para a

prevenção da PAV. O sucesso se dá com a associação de outras intervenções e com a equipe multidisciplinar, que poderá formar um pacote de procedimentos, na

qual cada intervenção será

avaliada, executada e padronizada por cada instituição de saúde. Com

isso, estudos realizados

demonstram que a inclusão da

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13 Revista Eletrônica Estácio Saúde - Volume 4, Número 2, 2015

prevenção da PAV, indica uma diminuição considerável de 20,60 casos por 1000 dias de ventilação para 15,97 casos por 1000 de

ventilação(18).

Os pacientes que

desenvolveram PAV (n=13) tiveram tempo de internação em média 24,61 dias enquanto que, os pacientes que não desenvolveram PAV (n=22) tiveram tempo de internação média de 15,45 dias, mostrando uma redução de 9 dias

de internação(18).

Com relação à diminuição de

mortalidade, pode-se observar

aumento de morbidade quando associado à infecção bacteriana multirresistente na PAV. Ou seja, ao diminuírem a incidência de PAV diminui-se a mortalidade, porém,

encontramos estudo que não

afirmou que o desenvolvimento de PAV esteja correlacionado ao uso inadequado dos cuidados com o

paciente em ventilação

mecânica(19).

Contudo, no presente estudo verificamos que, as taxas de mortalidade se apresentaram de forma igualmente entre alta e óbito

hospitalar, no entanto, o

desenvolvimento de PAV está

correlacionado ao uso inadequado dos cuidados com o paciente em ventilação mecânica, contradizendo o estudo que não afirma que o

desenvolvimento de PAV está

associado os cuidados efetivos para

com o paciente(19).

Existem sugestões que

indicam que as intervenções

realizadas podem ter alterações em seus resultados se não forem

amplamente e corretamente

aplicados, porém não há como negar que a intervenção diminuía resultados diretamente numa alta economia para a gestão hospitalar, confirmando assim o estudo que verificamos uma redução de nove dias de tempo de internação, aduzindo a economia para a gestão do hospital (20).

A PAV foi correlacionada com o maior tempo de ventilação mecânica, de internação hospitalar e de permanência na UTI, sendo

independente com relação à

mortalidade hospitalar(1). Existe

aumento de fatores de risco e aumento da taxa de permanência de letalidade hospitalar para os pacientes com desenvolvimento de PAV(2).

(13)

14 Revista Eletrônica Estácio Saúde - Volume 4, Número 2, 2015

Diante das informações

houve divergência dos resultados encontrados no presente estudo

quando comparado com a

literatura(1,18,20), que evidenciaram a

correta aplicação do protocolo o que pode ter tido influência em nosso estudo, o que se comprova no Gráfico 3 e Tabela 2, demonstrando possível alteração dos resultados obtidos.

Em todos os estudos,

entretanto, demonstraram

diminuição do tempo de internação, confirmando dados obtidos na UTI do hospital do interior do Estado do Rio de Janeiro.

CONCLUSÃO

Constatamos que não houve diminuição de tempo de ventilação e também não houve diminuição no tempo de internação com relação nos pacientes, porém os pacientes que não desenvolveram a PAV obtiveram diminuição significativa no tempo de permanência no ambiente da UTI. Com relação à mortalidade verificamos que não houve redução, o que indica que a

PAV não seja um causador

especifico para a letalidade dentro das UTI onde o estudo foi realizado.

A falta de 100% de adesão dos profissionais do hospital do interior do Rio de Janeiro e as falhas decorrentes nos itens do protocolo pode ter uma relação direta com o resultado obtido no presente estudo.

Muitos estudos evidenciam com maior ênfase as orientações para a prevenção de PAV e a realização dos itens descritos no

Bundle, porem uma grande

discrepância ocorre na evidencia entre a teoria e a prática, uma vez que faltam diretrizes publicadas com

relação aos resultados de

implantação desses protocolos.

Podendo assim ser explicado pela falta de motivação para os hospitais em investimentos de recursos numa implementação bem sucedida das orientações.

Outra interpretação seria a qualificação dos profissionais ou da

inteira conscientização da

importância da aderência aos

protocolos de prevenção, o que ocorre com a educação continuada.

Concluindo, que

independentemente da categoria profissional, o conhecimento sobre a PAV e os fatores de risco que poderão ser associados a ela será

(14)

15 Revista Eletrônica Estácio Saúde - Volume 4, Número 2, 2015

apenas habitual. Desta forma, a elaboração de propostas educativas que norteiam a atuação desses profissionais de saúde dentro das

UTI são necessárias para a

prevenção do desenvolvimento de PAV.

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Referências

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