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Melhoria da eficiência energética em redes celulares utilizando cooperação multi-célula

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Melhoria da eficiência energética em redes celulares

utilizando cooperação multi-célula

Bruno Miguel Vieira Roque

Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em

Engenharia Eletrotécnica e de Computadores

Orientador: Prof. António José Castelo Branco Rodrigues

Júri

Presidente: Prof. José Eduardo Charters Ribeiro da Cunha Sanguino

Orientador: Prof. António José Castelo Branco Rodrigues

Vogais: Prof. Luís Eduardo de Pinho Ducla Soares

Janeiro 2015

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Para a minha fam´ılia e amigos

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Agradecimentos

Em primeiro lugar gostaria de agradecer ao Professor Ant ´onio Rodrigues por todo o apoio e supervis ˜ao prestados durante a elaborac¸ ˜ao desta dissertac¸ ˜ao.

Gostaria tamb ´em de agradecer a todos os meus amigos, e em particular aos que me acompanharam durante o meu percurso universit ´ario.

Agradec¸o ainda `a minha namorada e `a sua fam´ılia todo o apoio dado nestes ´ultimos anos.

Finalmente quero prestar o meu mais sincero agradecimento `a minha fam´ılia pelo apoio que sempre me deram ao longo da vida.

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Resumo

O objetivo principal desta dissertac¸ ˜ao foi o estudo do impacto da t ´ecnica Coordinated Multipoint (CoMP) Joint Transmission (JT) em redes Long Term Evolution (LTE), tanto em quest ˜oes de capacidade como de fairness. Foram desenvolvidos dois modelos e estes foram implementados num simulador LTE j ´a existente. Um dos modelos toma a decis ˜ao sobre quais os UEs que usam a t ´ecnica JT enquanto o outro se encarrega do agendamento dos recursos r ´adio da rede. Foi estudado o impacto nos resultados introduzidos pela t ´ecnica JT e pelos modelos desenvolvidos e para cada um deles foram estimados quais os par ˆametros de entrada que garantem o maior ganho de fairness para a menor perda de d ´ebito bin ´ario da rede. Foi simulado um cen ´ario de refer ˆencia que consiste na mesma rede LTE mas sem o uso da t ´ecnica JT. Usando JT, os melhores ganhos obtidos em relac¸ ˜ao a este cen ´ario de refer ˆencia foram de 11.4 % para a fairness e de perdas de d ´ebito bin ´ario por sector de 6 %. Foram conseguidos maiores ganhos de fairness mas ao custo de maiores perdas de d ´ebito.

Palavras-chave:

LTE, CoMP, JT, Fairness, D ´ebito Bin ´ario

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Abstract

The main objective of this thesis was to study the impact of Coordinated Multipoint’s (CoMP) technique Joint Transmission (JT) in Long Term Evolution (LTE) networks, concerning both capacity and fairness. Two models were developed and implemented in an existing LTE simulator. One of the models makes the decision on which UEs use JT while the other does the scheduling of the radio resources. The impact of both this technique and these models were studied and the input parameters that guarantee the highest gain in fairness and the lowest loss in throughput were estimated. A reference scenario was simulated that consists in the same LTE network but not using the technique JT. Using JT, the best result obtained compared to the reference scenario was a gain of 11.4 % in fairness and a loss of 6 % in throughput. Higher gains in fairness were achieved but at the cost of higher losses in throughput.

Keywords:

LTE, CoMP, JT, Fairness, Throughput

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Conte ´ udo

Agradecimentos . . . v

Resumo . . . vii

Abstract . . . ix

Lista de Tabelas . . . xiii

Lista de Figuras . . . xvi

Lista de Acr ´onimos . . . xix

Lista de S´ımbolos . . . xxii

1 Introduc¸ ˜ao 1 1.1 Motivac¸ ˜ao . . . 2

1.2 Estrutura da Dissertac¸ ˜ao . . . 5

2 Conceitos Fundamentais 7 2.1 Arquitetura da Rede . . . 8

2.2 Interface R ´adio . . . 10

2.3 Multiple Input Multiple Output . . . 14

2.4 Coordinated Multipoint . . . 17

2.5 Estado da Arte . . . 20

3 Simulador e Modelos Desenvolvidos 23 3.1 Descric¸ ˜ao do Simulador . . . 24

3.2 Modelos Desenvolvidos . . . 28

3.2.1 Uso de Joint Transmission . . . 28

3.2.2 Agendamento dos Recursos R ´adio . . . 30

3.3 Par ˆametros Constantes . . . 33

3.4 Avaliac¸ ˜ao do Simulador . . . 35

4 An ´alise de Resultados 39 4.1 Cen ´ario de Refer ˆencia . . . 40

4.2 Scheduler 1 . . . 42

4.2.1 Diferenc¸a de Macroscopic Pathloss . . . 42

4.2.2 Raio M´ınimo Orla . . . 46

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4.2.3 Macroscopic Pathloss M ´aximo . . . 48

4.2.4 N ´umero M ´aximo de Sectores . . . 50

4.2.5 Cluster CoMP . . . 52

4.3 Scheduler 2 . . . 54

5 Conclus ˜ao 57

Anexo A Manual de Utilizador 63

Anexo B Clusters 67

Anexo C Wireless World Initiative New Radio 71

Refer ˆencias 77

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Lista de Tabelas

2.1 Larguras de banda suportadas em LTE [Cox12]. . . 12

2.2 MCSs, CQIs e taxas de codificac¸ ˜ao usados em LTE [STB09]. . . 13

2.3 Modos de Transmiss ˜ao suportados no DL em LTE [Cox12]. . . 17

3.1 Par ˆametros constantes referentes `a criac¸ ˜ao da rede. . . 34

3.2 Par ˆametros constantes referentes aos eNBs. . . 35

3.3 Par ˆametros constantes referentes aos UEs. . . 35

3.4 Par ˆametros constantes referentes `a interface r ´adio. . . 36

4.1 Par ˆametros do cen ´ario de referencia. . . 40

4.2 Par ˆametros de entrada para a avaliac¸ ˜ao do par ˆametro ∆PLmax. . . 43

4.3 Par ˆametros de entrada para a avaliac¸ ˜ao do par ˆametro Rmin. . . 46

4.4 Par ˆametros de entrada para a avaliac¸ ˜ao do par ˆametro PLmax. . . 49

4.5 Par ˆametros de entrada para a avaliac¸ ˜ao do par ˆametro eNBmax. . . 51

4.6 Par ˆametros de entrada para a avaliac¸ ˜ao do par ˆametro ClusterCoMP. . . 52

4.7 Par ˆametros de entrada para a avaliac¸ ˜ao do par ˆametro RBGJT. . . 54

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Lista de Figuras

1.1 Evoluc¸ ˜ao global do tr ´afego m ´ovel de voz e de dados desde 2010 at ´e 2014 [Eri14]. . . 2

1.2 Evoluc¸ ˜ao do d ´ebito bin ´ario de pico das tecnologias 3GPP [HT11]. . . 3

1.3 Datas da aprovac¸ ˜ao das especificac¸ ˜oes de cada tecnologia pela 3GPP e da sua respetiva implementac¸ ˜ao comercial [HT11]. . . 4

1.4 Subscric¸ ˜oes m ´oveis por tecnologia entre o ano 2010 e 2020 [Eri14]. . . 5

2.1 Arquitetura, elementos e interfaces do sistema EPS [Kha09]. . . 8

2.2 Elementos e ligac¸ ˜oes da rede EPC [Ols+09]. . . 9

2.3 Sub-portadoras ortogonais na frequ ˆencia [DPS14]. . . 10

2.4 Radio frame LTE usando FDD e normal CP [Com09]. . . 11

2.5 Comparac¸ ˜ao entre as t ´ecnicas de acesso m ´ultiplo OFDMA e SC-FDMA [Whi08]. . . 12

2.6 Rede LTE tri-sectorizada [MF11]. . . 18

2.7 Inter-eNB e Intra-eNB CoMP [Ahm13]. . . 19

2.8 T ´ecnicas usadas no DL em CoMP [Ahm13]. . . 20

3.1 Diagrama de blocos do simulador LTE Downlink System Level Simulator v1.7r1119 [IWR10]. 24 3.2 Mapeamento do SNR e BLER para v ´arias curvas de CQI do lado esquerdo e do lado direito curva de relac¸ ˜ao entre SNR e CQI para um BLER de 10 % [Ins13]. . . 27

3.3 Diagrama de blocos do Scheduler 1, executado para todos os UEs da RDI. . . 31

3.4 Diagrama de blocos do Scheduler 2, executado para todos os sectores. . . 32

3.5 Representac¸ ˜ao da rede LTE e da RDI usada em todas as simulac¸ ˜oes. . . 34

3.6 Evoluc¸ ˜ao da m ´edia e do desvio padr ˜ao de v ´arios par ˆametros para diferentes conjuntos de simulac¸ ˜oes. . . 37

3.7 Coeficiente de variac¸ ˜ao de v ´arios par ˆametros para v ´arios conjuntos de simulac¸ ˜oes. . . . 38

4.1 D ´ebito m ´edio por UE da orla e do centro no cen ´ario de refer ˆencia para v ´arios valores do par ˆametro Rmin. . . 41

4.2 N ´umero de UEs na orla e no centro no cen ´ario de refer ˆencia para v ´arios valores do par ˆametro Rmin. . . 41

4.3 D ´ebito m ´edio por sector no cen ´ario de refer ˆencia para v ´arios valores do par ˆametro Rmin. 42 4.4 D ´ebito m ´edio por UE ligado a 1, 2 ou 3 sectores usando o Scheduler 1 para v ´arios valores do par ˆametro ∆PLmax. . . 43

(16)

4.5 N ´umero de UEs ligados a 1, 2 ou 3 sectores usando o Scheduler 1 para v ´arios valores

do par ˆametro ∆PLmax. . . 44

4.6 N ´umero m ´edio de RBs alocados por UE ligados a 1, 2 ou 3 sectores usando o Scheduler 1 para v ´arios valores do par ˆametro ∆PLmax. . . 45

4.7 Fairness e d ´ebito m ´edio por sector usando o Scheduler 1 para v ´arios valores do par ˆametro ∆PLmax. . . 45

4.8 N ´umero de UEs ligados a 2 ou 3 sectores usando o Scheduler 1 para v ´arios valores do par ˆametro Rmin. . . 47

4.9 D ´ebito m ´edio por UE da orla, do centro e ligado a 2 ou 3 sectores usando o Scheduler 1 para v ´arios valores do par ˆametro Rmin. . . 47

4.10 Fairness e d ´ebito m ´edio por sector usando o Scheduler 1 para v ´arios valores de Rmin. . . 48

4.11 N ´umero de UEs ligados a 2 ou 3 sectores usando o Scheduler 1 para v ´arios valores do par ˆametro PLmax. . . 49

4.12 Fairness e d ´ebito m ´edio por sector usando o Scheduler 1 para v ´arios valores do par ˆametro PLmax. . . 50

4.13 D ´ebito e n ´umero de RBs m ´edio por UE ligado a 1, 2 ou 3 sectores usando o Scheduler 1 para v ´arios valores do par ˆametro eNBmax. . . 51

4.14 Fairness e d ´ebito m ´edio por sector usando o Scheduler 1 para v ´arios valores do par ˆametro eNBmax. . . 52

4.15 N ´umero de UEs ligados a 2 ou 3 sectores usando o Scheduler 1 para v ´arios valores do par ˆametro ClusterCoMP. . . 53

4.16 Fairness e d ´ebito m ´edio por sector usando o Scheduler 1 para v ´arios valores do par ˆametro ClusterCoMP. . . 54

4.17 D ´ebito m ´edio por UE ligado a 1, 2 ou 3 sectores usando o Scheduler 2 para v ´arios valores do par ˆametro RBGJT. . . 55

4.18 N ´umero m ´edio de RBs alocados por UE ligados a 1, 2 ou 3 sectores usando o Scheduler 2 para v ´arios valores do par ˆametro RBGJT. . . 55

4.19 Fairness e d ´ebito m ´edio por sector usando o Scheduler 2 para v ´arios valores do par ˆametro RBGJT. . . 56

B.1 Representac¸ ˜ao dos clusters de tamanho 2 para uma rede de 19 eNBs. . . 68

B.2 Representac¸ ˜ao dos clusters de tamanho 3 para uma rede de 19 eNBs. . . 69

C.1 Representac¸ ˜ao dum sistema, com v ´arios segmentos [Nar+07b]. . . 72

C.2 Representac¸ ˜ao duma ligac¸ ˜ao [Nar+07b]. . . 73

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Lista de Acr ´ onimos

3GPP 3rd Generation Partnership Project.

ACK Acknowledgement.

AMC Adaptive Modulation and Coding. ANACOM Autoridade Nacional de Comunicac¸ ˜oes. ARQ Automatic Repeat Request.

BLER Block Error Rate.

CA Carrier Aggregation. CB Coordinated Beamforming. CDL Clustered Delay Line.

CDMA Code Division Multiple Access. CLSM Closed Loop Spatial Multiplexing. CLTD Closed Loop Transmit Diversity. CoMP Coordinated Multipoint.

CP Cyclic Prefix.

CQI Channel Quality Indicator. CS Coordinated Scheduling. CSI Channel State Information. CV Coeficiente de Variac¸ ˜ao.

DL Downlink.

DPS Dynamic Point Selection.

E-UTRAN Evolved UMTS Terrestrial Radio Access Network.

EDGE Enhanced Data rates for GSM Evolution. EESM Exponential Effective Signal to Interference and

Noise Ratio Mapping.

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eNB Evolved NodeB. EPC Evolved Packet Core.

FDD Frequency Division Duplex.

FDMA Frequency Division Multiple Access. FEC Forward Error Correction.

GPRS General Packet Radio Service.

GSM Global System for Mobile Communications.

HSDPA High Speed Downlink Packet Access. HSPA High Speed Packet Access.

HSS Home Subscriber Service.

HSUPA High Speed Uplink Packet Access.

ID Identificador. IP Internet Protocol.

ISI Inter Symbol Interference.

JP Joint Processing. JR Joint Reception. JT Joint Transmission.

LTE Long Term Evolution.

LTE-A Long Term Evolution-Advance.

MCS Modulation and Coding Scheme.

MIESM Mutual Information Effective Signal to Interfe- rence and Noise Ratio Mapping.

MIMO Multiple Input Multiple Output. MISO Multiple Input Single Output. MM Mobility Management. MME Mobility Management Entity.

OFDMA Orthogonal Frequency Division Multiple Ac- cess.

OLSM Open Loop Spatial Multiplexing. OLTD Open Loop Transmit Diversity.

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P-GW Packet Data Network Gateway. PCRF Policy and Charging Rules Function. PDN Packet Data Network.

PMI Precoding Matrix Indicator.

QAM Quadrature Amplitude Modulation. QoS Quality of Service.

QPSK Quadrature Phase-shift Keying.

RB Resource Block.

RBG Resource Block Grid. RDI Regi ˜ao de Interesse.

RE Resource Element.

RI Rank Indication.

RRM Radio Resource Management.

S-GW Serving Gateway.

SAE System Architecture Evolution.

SC-FDMA Single Carrier Frequency Division Multiple Ac- cess.

SIMO Single Input Multiple Output.

SINR Signal to Interference plus Noise Ratio.

TB Transport Block. TDD Time Division Duplex. TTI Transmission Time Interval.

UE User Equipment.

UL Uplink.

UMTS Universal Mobile Telecommunication System.

UP User Plane.

WCDMA Wideband Code Division Multiple Access. WCI Worst Companion Indicator.

WiMAX Worldwide Interoperability for Microwave Ac- cess.

WINNER II Wireless World Initiative New Radio.

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Lista de S´ımbolos

Cd Constante de desigualdade.

ClusterCoMP Tipo de cooperac¸ ˜ao usado entre eNBs. DeNB Dist ˆancia entre eNBs.

Dhb Altura da antena da estac¸ ˜ao base medida a partir da altura m ´edia dos telhados.

NX N ´umero de amostras da vari ´avel X . Ni N ´umero de UEs ligados a i sectores. NRB/RBG N ´umero total de RBs em cada RBG. NRB N ´umero de RBs do UE.

NUEs N ´umero de UEs ligados ao sector.

PLmax Valor de macroscopic pathloss m ´aximo para o sector principal que justifique a procura de ou- tro sector.

PLpri Valor de macroscopic pathloss para o sector principal.

PLsec Valor de macroscopic pathloss para o sector secund ´ario.

R Dist ˆancia entre o eNB e o UE.

RBGJT Relac¸ ˜ao entre o n ´umero de RBs dedicados a UEs a usar JT e o n ´umero total de RBs na RBG.

RBi M ´edia de RBs alocados a UEs ligados a i sec- tores.

Rmin Relac¸ ˜ao entre o raio a partir do qual ´e conside- rado orla e o raio do eNB.

Xi Valor da amostra i da vari ´avel X .

∆PLmax Diferenc¸a m ´axima entre o valor de macrosco- pic pathloss do sector principal para os se- cund ´arios.

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e−α Coeficiente de correlac¸ ˜ao entre dois pontos distanciados de x = 1.

X Valor m ´edio da vari ´avel µX.

dx Componente x da dist ˆancia do UE ao eNB. dy Componente y da dist ˆancia do UE ao eNB. eNBmax M ´aximo n ´umero de sectores a que os UEs se

podem ligar.

f Frequ ˆencia da portadora.

n N ´umero de UEs.

x Dist ˆancia entre dois pontos. xi D ´ebito da ligac¸ ˜ao n ´umero i.

(23)

Cap´ıtulo 1

Introduc¸ ˜ao

Neste cap´ıtulo ´e apresentada uma breve descric¸ ˜ao da evoluc¸ ˜ao dos sistemas de comunicac¸ ˜oes m ´oveis, assim como a motivac¸ ˜ao para a realizac¸ ˜ao deste trabalho. No fim do cap´ıtulo ´e abordada a estrutura desta dissertac¸ ˜ao.

(24)

1.1 Motivac¸ ˜ao

Nos ´ultimos anos foram v ´arias as tecnologias de sistemas de comunicac¸ ˜oes m ´oveis introduzidas de forma a garantir `as redes acompanhar as exig ˆencias do mercado. Se no in´ıcio das comunicac¸ ˜oes m ´oveis existia um claro dom´ınio do tr ´afego de voz, tal j ´a n ˜ao acontece. O tr ´afego de voz nos ´ultimos anos manteve-se sensivelmente constante enquanto o tr ´afego de dados apresentou um crescimento exponencial tal como mostra a Figura 1.1.

Figura 1.1: Evoluc¸ ˜ao global do tr ´afego m ´ovel de voz e de dados desde 2010 at ´e 2014 [Eri14].

O crescimento do n ´umero de utilizadores aliado ao aparecimento dos smartphones foi o grande impul- sionador deste crescimento. ´E essencial `as redes m ´oveis manter uma constante evoluc¸ ˜ao a todos os n´ıveis.

Os sistemas de comunicac¸ ˜oes m ´oveis dividem-se normalmente em gerac¸ ˜oes. A primeira gerac¸ ˜ao sur- giu na d ´ecada de 80 e utilizava sinais anal ´ogicos. A segunda gerac¸ ˜ao (2G) surgiu depois introduzindo sinais digitais nas comunicac¸ ˜oes m ´oveis. ´E exemplo desta gerac¸ ˜ao o sistema Global System for Mobile Communications (GSM). Foi mais tarde introduzido tr ´afego de dados em redes 2G, sendo que o volume de tr ´afego de voz continuou a ser o dominante. A introduc¸ ˜ao dos sistemas 3G, como por exemplo Uni- versal Mobile Telecommunications System (UMTS), veio aumentar significativamente o uso de dados, tendo este superado nesta gerac¸ ˜ao o tr ´afego de voz. Esta gerac¸ ˜ao foi a primeira a introduzir a banda larga m ´ovel. Finalmente o sistema LTE ´e o respons ´avel pela introduc¸ ˜ao do 4G, embora seja defendido que o sistema Long Term Evolution-Advance (LTE-A), que equivale ao LTE Release 10, ´e o verdadeiro 4G.

Entre as metas estabelecidas para o LTE por parte do organismo de padronizac¸ ˜ao 3rd Generation Part-

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nership Project (3GPP) est ˜ao as seguintes: o d ´ebito de pico para um utilizador de no m´ınimo 100 Mbit/s no downlink (DL) e 50 Mbit/s no uplink (UL), a lat ˆencia reduzida para melhor desempenho para o uti- lizador final, e o consumo de energia por parte do terminal m ´ovel minimizado de forma a permitir uma utilizac¸ ˜ao longa sem a necessidade de recarregamento da bateria. Tamb ´em era exigida flexibilidade na frequ ˆencia permitindo a alocac¸ ˜ao de bandas desde 1.4 MHz at ´e 20 MHz.

As especificac¸ ˜oes referentes ao LTE-A [3GP14b] foram as seguintes: d ´ebito de pico no DL de no m´ınimo 1 Gbit/s e no UL de 500 Mbit/s, largura de banda m ´axima de 100 MHz, reduzida lat ˆencia em relac¸ ˜ao ao LTE Release 8 e 9, e compatibilidade com uma maior mobilidade por parte dos utilizadores. Foi tamb ´em nesta release introduzida a t ´ecnica Carrier Aggregation (CA) e os relay nodes. CA ´e uma t ´ecnica de agregac¸ ˜ao de portadoras que permite aumentar a largura de banda. Os relay nodes podem ser usados para aumentar a cobertura e melhorar os d ´ebitos, em particular na orla das c ´elulas.

Cada gerac¸ ˜ao elevou o d ´ebito bin ´ario de pico da gerac¸ ˜ao anterior como est ´a ilustrado na Figura 1.2.

Figura 1.2: Evoluc¸ ˜ao do d ´ebito bin ´ario de pico das tecnologias 3GPP [HT11].

Num espac¸o de 10 anos este valor aumentou em mais de 2000 vezes, desde a tecnologia Enhanced Data rates for GSM Evolution (EDGE) at ´e ao LTE-A. EDGE ´e uma extens ˜ao do sistema GSM que per- mite d ´ebitos mais elevados. Wideband Code Division Multiple Access (WCDMA) ´e uma interface r ´adio usada em redes UMTS que veio tamb ´em aumentar o d ´ebito destas. A tecnologia High Speed Packet Access (HSPA), que inclui High Speed Downlink Packet Access (HSDPA) e High Speed Uplink Packet Access (HSUPA), por sua vez veio melhorar o d ´ebito de redes UMTS baseadas em WCDMA. Final- mente a tecnologia Evolved High Speed Packet Access (HSDPA+) trouxe d ´ebitos `as redes WCDMA compar ´aveis ao 4G.

Na Figura 1.3 encontram-se apresentadas as datas nas quais foi aprovada cada tecnologia pela 3GPP e as datas da sua implementac¸ ˜ao comercial.

As tecnologias 3GPP foram concebidas para que seja poss´ıvel a coexist ˆencia e interoperabilidade entre todas elas. O LTE suporta handovers bidirecionais entre as tecnologias GSM e UMTS. GSM, UMTS e LTE podem partilhar v ´arios elementos da rede, incluindo elementos pertencendo `a rede n ´ucleo. Tamb ´em alguns elementos da rede 3G podem ser atualizados para suportar LTE, permitindo assim

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Figura 1.3: Datas da aprovac¸ ˜ao das especificac¸ ˜oes de cada tecnologia pela 3GPP e da sua respetiva implementac¸ ˜ao comercial [HT11].

a exist ˆencia de uma ´unica plataforma de rede a suportar HSPA e LTE.

Quanto `a adoc¸ ˜ao de tecnologias e aparelhos, de acordo com [Eri14] os smartphones contabilizaram entre 65 % e 70 % de todas as vendas de telem ´oveis em Q3 2014, comparado com cerca de 55 % durante Q3 2013. Este valor deve manter a tend ˆencia j ´a que de todas as subscric¸ ˜oes de telem ´oveis a n´ıvel global apenas 37 % est ˜ao associadas a smartphones.

O n ´umero de subscric¸ ˜oes de banda larga m ´ovel est ´a a crescer cerca de 30 % em todos os anos, tendo atingido 2.5 mil milh ˜oes em Q3 2014. O LTE continua a crescer e atingiu 350 milh ˜oes de subscric¸ ˜oes em Q3 2014, tendo conseguido um aumento de 50 milh ˜oes durante o mesmo per´ıodo. Mas foi o n ´umero de subscric¸ ˜oes da tecnologia WCDMA/HSPA que mais cresceu no mesmo trimestre, com 85 milh ˜oes. A maior parte destas subscric¸ ˜oes de 3G e 4G t ˆem acesso `a tecnologia GSM/EDGE. O n ´umero de subscric¸ ˜oes apenas `a tecnologia GSM/EDGE desceu 10 milh ˜oes (0.2 %).

Uma das raz ˜oes para o r ´apido aumento do n ´umero de subscric¸ ˜oes de smartphones tem que ver com o facto dos assinantes na ´Asia, M ´edio Oriente e ´Africa estarem a trocar os seus telem ´oveis por smartpho- nes. O f ´acil acesso e o baixo custo dos mesmos s ˜ao os principais respons ´aveis. Em 2020 ´e esperado que o n ´umero de subscric¸ ˜oes de smartphones na Europa em relac¸ ˜ao `a sua populac¸ ˜ao seja de 95 %, enquanto no M ´edio Oriente seja de 55 %.

Em 2020 a tecnologia WCDMA/HSPA representar ´a a maioria das subscric¸ ˜oes m ´oveis com 4.4 mil milh ˜oes, enquanto o LTE ter ´a 3.5 mil milh ˜oes. A Figura 1.4 apresenta o n ´umero de subscric¸ ˜oes m ´oveis por tecnologia entre o ano 2010 e 2020. Por enquanto a tecnologia GSM/EDGE representa a maior quota de subscric¸ ˜oes. Nos mercados em desenvolvimento tem-se verificado uma migrac¸ ˜ao para tecno- logias mais avanc¸adas, o que leva a n´ıvel global ao decl´ınio do n ´umero de subscric¸ ˜oes GSM/EDGE. ´E estimado que pelo ano 2020, 90 % das subscric¸ ˜oes m ´oveis sejam de banda larga m ´ovel.

O aumento do tr ´afego originado pelo crescente n ´umero de utilizadores obriga as operadoras de redes m ´oveis a aumentar a capacidade das mesmas. No entanto o espectro dispon´ıvel ´e escasso. De entre as poss´ıveis formas de aumentar a capacidade de uma rede m ´ovel destacam-se as seguintes: aumento da efici ˆencia espectral, reutilizac¸ ˜ao da mesma frequ ˆencia em todas as c ´elulas, e diminuic¸ ˜ao do tama-

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Figura 1.4: Subscric¸ ˜oes m ´oveis por tecnologia entre o ano 2010 e 2020 [Eri14].

nho das c ´elulas garantindo assim uma alta capacidade para uma pequena ´area de cobertura.

O objectivo desta dissertac¸ ˜ao ´e o estudo do impacto da t ´ecnica JT em redes LTE-A. Para isso foram desenvolvidos e implementados modelos num simulador LTE. S ˜ao tidas como m ´etricas principais os d ´ebitos das c ´elulas, dos utilizadores e o ´ındice de fairness.

1.2 Estrutura da Dissertac¸ ˜ao

Esta dissertac¸ ˜ao ´e composta por 5 cap´ıtulos. O presente cap´ıtulo apresenta a evoluc¸ ˜ao dos sistemas de comunicac¸ ˜oes m ´oveis at ´e `a tecnologia LTE-A.

No Cap´ıtulo 2 s ˜ao descritas as tecnologias LTE e LTE-A, ambas pertencentes ao 4G. ´E primeiro apre- sentada a arquitetura da rede, referindo os seus elementos principais e quais as suas func¸ ˜oes. ´E depois analisada a interface r ´adio descrevendo as t ´ecnicas de acesso m ´ultiplo, a constituic¸ ˜ao das tramas, as diferenc¸as entre o DL e o UL e as modulac¸ ˜oes dispon´ıveis. De seguida ´e apresentada a t ´ecnica Multi- ple Input Multiple Output (MIMO), assim como os seus modos de transmiss ˜ao. A t ´ecnica JT estudada nesta dissertac¸ ˜ao ´e descrita na Secc¸ ˜ao 2.4, CoMP. Para al ´em de JT s ˜ao tamb ´em apresentadas as ou- tras t ´ecnicas CoMP. No fim do cap´ıtulo encontra-se o actual estado da arte.

O Cap´ıtulo 3 comec¸a com a descric¸ ˜ao do simulador usado e sobre o qual foram implementados os modelos desenvolvidos. S ˜ao de seguida descritos os modelos desenvolvidos, tanto para o uso de JT como para a alocac¸ ˜ao de recursos r ´adio. Os par ˆametros de entrada para o simulador, que n ˜ao sofrem alterac¸ ˜oes durante todas as simulac¸ ˜oes apresentadas nesta dissertac¸ ˜ao, s ˜ao depois apresentados. No final do cap´ıtulo ´e feita a avaliac¸ ˜ao do simulador de forma a garantir que os resultados apresentados s ˜ao relevantes.

No Cap´ıtulo 4 s ˜ao apresentados e analisados os resultados das simulac¸ ˜oes efetuadas. Comec¸a por ser definido um cen ´ario de refer ˆencia que serve de comparac¸ ˜ao a todos os outros. Ao longo do cap´ıtulo s ˜ao estimados quais os melhores valores para os v ´arios par ˆametros de entrada do simulador, introdu- zidos pelos modelos desenvolvidos, que maximizem a fairness sem comprometer demasiado o d ´ebito

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do sistema.

No Cap´ıtulo 5 s ˜ao compiladas as principais conclus ˜oes dos resultados obtidos nesta dissertac¸ ˜ao. ´E feita uma an ´alise cr´ıtica do trabalho realizado, incluindo sugest ˜oes para trabalhos futuros. No fim da dissertac¸ ˜ao encontra-se um conjunto de anexos que fornecem informac¸ ˜ao adicional sobre o simulador utilizado.

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Cap´ıtulo 2

Conceitos Fundamentais

Neste cap´ıtulo s ˜ao descritas as gerac¸ ˜oes de redes m ´oveis Long Term Evolution (LTE) e Long Term Evolution-Advance (LTE-A). Inicialmente ´e apresentada a arquitetura da rede, seguida dos principais aspetos t ´ecnicos da interface r ´adio. S ˜ao depois apresentadas as t ´ecnicas Multiple Input Multiple Output (MIMO) e Coordinated Multipoint (CoMP). No fim do cap´ıtulo ´e abordado o estado da arte.

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2.1 Arquitetura da Rede

A evoluc¸ ˜ao da arquitetura da rede das primeiras tecnologias (e.g., GSM, UMTS) para LTE e LTE-A ´e denominada System Architecture Evolution (SAE). O seu principal objetivo foi garantir ligac¸ ˜ao Internet Protocol (IP) entre os User Equipment (UE) e a Packet Data Network (PDN) atrav ´es duma rede simples, n ˜ao hier ´arquica, com reduzida lat ˆencia e otimizada para servic¸os de troca de pacotes. Isto resultou no Evolved Packet System (EPS) que est ´a representado na Figura 2.1.

Figura 2.1: Arquitetura, elementos e interfaces do sistema EPS [Kha09].

A arquitetura do sistema EPS consiste em tr ˆes elementos: o UE, o Evolved UMTS Terrestrial Radio Access Network (E-UTRAN) e o Evolved Packet Core (EPC). O elemento respons ´avel pelo acesso e comunicac¸ ˜oes r ´adio entre o UE e o EPC ´e a E-UTRAN. Este ´e apenas constitu´ıdo por Evolved NodeBs (eNBs), n ˜ao dispondo de qualquer tipo de n ´o respons ´avel pelo controlo da E-UTRAN. Por sua vez os eNBs usam a interface X2 para comunicar com outros eNBs e a interface S1 para comunicar com o EPC. O facto da comunicac¸ ˜ao entre os UEs e a rede ser feita atrav ´es de eNBs contribui para uma reduzida lat ˆencia e uma maior flexibilidade e velocidade durantes os handovers.

As principais func¸ ˜oes do eNB s ˜ao as seguintes:

• Compress ˜ao do cabec¸alho IP para melhorar a efici ˆencia da interface r ´adio;

• Coordenac¸ ˜ao dos handovers entre os UEs e os eNBs de forma a evitar perda de dados na transic¸ ˜ao de um eNB para outro usando a interface X2;

• Ligac¸ ˜ao ao EPC atrav ´es da interface S1;

• Radio Resource Management (RRM), controlo do uso da interface r ´adio alocando recursos de forma a garantir a necess ´aria Quality of Service (QoS) assim como a constante monitorizac¸ ˜ao dos recursos da rede;

• Encriptac¸ ˜ao da informac¸ ˜ao proveniente do User Plane (UP) garantindo assim seguranc¸a.

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A rede de n ´ucleo, EPC, ´e um sistema IP desenhado para obter d ´ebitos elevados, lat ˆencias reduzidas e garantir interoperabilidade entre tecnologias. Este ´e constitu´ıdo por tr ˆes elementos como se verifica na Figura 2.2: Mobility Management Entity (MME), Serving Gateway (S-GW) e Packet Data Network Gateway (P-GW).

Figura 2.2: Elementos e ligac¸ ˜oes da rede EPC [Ols+09].

O MME ´e respons ´avel pelo estabelecimento e controlo dos bearers, que s ˜ao fluxos de pacotes entre dois elementos da rede, assim como garantir a seguranc¸a dos mesmos e assegurar para estes fluxos uma determinada Block Error Rate (BLER). BLER ´e a relac¸ ˜ao entre o n ´umero de blocos errados rece- bidos e o n ´umero total de blocos enviados.

O S-GW ´e o n ´o respons ´avel pela ligac¸ ˜ao entre o EPC e a E-UTRAN, por encaminhar a informac¸ ˜ao entre o eNB e o P-GW, por atuar como ˆancora de mobilidade para os bearers quando o UE transita dum eNB para outro e pela interoperabilidade entre outras tecnologias de dados da 3GPP, nomeadamente HSPA e General Packet Radio Service (GPRS).

O P-GW ´e o elemento que faz a ligac¸ ˜ao entre o EPC e as redes externas, e ´e respons ´avel pela alocac¸ ˜ao dum enderec¸o IP aos UEs. Faz tamb ´em a interoperabilidade entre outras tecnologias de dados que n ˜ao sejam da 3GPP, nomeadamente o Code Division Multiple Access (CDMA) 2000 e o Worldwide Intero- perability for Microwave Access (WiMAX). Tamb ´em inclu´ıdo no P-GW est ´a o Policy and Charging Rules Function (PCRF), respons ´avel pelo controlo e classificac¸ ˜ao da qualidade de servic¸o, decidindo qual dever ´a ser o d ´ebito bin ´ario m´ınimo associado a cada fluxo de dados.

Por fim existe tamb ´em o Home Subscriber Service (HSS) que ´e uma base de dados com a informac¸ ˜ao dos assinantes, das redes p ´ublicas de dados que podem ser acedidas pelos UEs, dos diversos perfis de qualidade de servic¸o, entre outros.

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2.2 Interface R ´adio

No LTE as t ´ecnicas de acesso m ´ultiplo s ˜ao fundamentais pois s ˜ao elas que permitem n ˜ao s ´o a partilha de recursos entre utilizadores mas tamb ´em tornar o sistema flex´ıvel e eficiente. Em LTE, o acesso m ´ultiplo ´e no DL baseado em Orthogonal Frequency Division Multiple Access (OFDMA) enquanto no UL ´e baseado em Single Carrier Frequency Division Multiple Access (SC-FDMA). A t ´ecnica Frequency Division Multiple Access (FDMA) permite o acesso ao sistema a diferentes utilizadores em simult ˆaneo usando diferentes bandas de frequ ˆencia, i.e., portadoras e sub-portadoras. Enquanto no OFDMA a informac¸ ˜ao ´e modulada numa s ´erie de sub-portadoras ortogonais entre si, no SC-FDMA ´e modulada numa portadora apenas. O principio de sub-portadoras ortogonais consiste na sobreposic¸ ˜ao das mes- mas em todas as frequ ˆencias excepto na sua pr ´opria frequ ˆencia central, tendo para esta valor nulo todas as outras frequ ˆencias, como se pode verificar na Figura 2.3. Este conceito permite eliminar o efeito chamado crosstalk. Cada sub-portadora tem uma largura de banda de 15 kHz.

Figura 2.3: Sub-portadoras ortogonais na frequ ˆencia [DPS14].

Devido ao problema do multipercurso sempre presente nas comunicac¸ ˜oes m ´oveis, e consequente Inter Symbol Interference (ISI), foi necess ´ario introduzir tanto em OFDMA como em SC-FDMA um tempo de guarda no in´ıcio de cada s´ımbolo denominado Cyclic Prefix (CP). Quando a desfasagem ´e muito elevada o s´ımbolo a ser descodificado pelo utilizador sofre interfer ˆencia de um s´ımbolo transmitido an- teriormente, tipicamente designado por eco, por este ter vindo por um percurso com um maior tempo de propagac¸ ˜ao. Este tempo de guarda foi ent ˜ao definido para o in´ıcio de cada s´ımbolo e pode tomar dois valores: Normal CP, durac¸ ˜ao aproximada de 5 µs e ´e utilizado em meios urbanos onde o efeito de multipercurso ´e menor, e Extended CP, durac¸ ˜ao aproximada de 17 µs e ´e utilizado em meios rurais onde o efeito de multipercurso ´e maior.

O elemento b ´asico da modulac¸ ˜ao OFDMA ´e o Resource Element (RE) que corresponde `a atribuic¸ ˜ao dum s´ımbolo OFDM a uma sub-portadora. O n ´umero de bits por s´ımbolo pode ser de 2, 4 ou 6 para um esquema de modulac¸ ˜ao Quadrature Phase-shift Keying (QPSK), 16-Quadrature Amplitude Modulation (QAM) ou 64-QAM respetivamente. Os RE est ˜ao agrupados em Resource Blocks (RBs), cada um dos quais com 12 REs, ou seja, 12 sub-portadoras de 15 kHz que resulta numa banda total de 180 kHz e no dom´ınio do tempo num intervalo de 0.5 ms. Estes slots de 0.5 ms cont ˆem 7 s´ımbolos OFDM para o Normal CP e 6 s´ımbolos para o Extended CP. Dois slots formam uma subframe de 1 ms, ou seja, um

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LTE Transmission Time Interval (TTI). Cada RB equivale a 84 REs no caso de Normal CP e 72 REs para Extended CP o que permite que sejam reservados conjuntos de REs para diferentes objetivos, seja transmiss ˜ao de dados, sincronizac¸ ˜ao, etc. Esta divis ˜ao do espectro r ´adio usado no DL em LTE pode ser visualizado na Figura 2.4. Por fim se forem agrupadas 10 subframes obt ´em-se uma LTE radio frame com durac¸ ˜ao de 10 ms, que corresponde `a maior unidade de tempo presente em LTE.

Figura 2.4: Radio frame LTE usando FDD e normal CP [Com09].

No entanto o OFDMA n ˜ao ´e usada no UL pelo facto de necessitar duma elevada pot ˆencia de pico, o que n ˜ao ´e poss´ıvel obter nos UEs por limitac¸ ˜oes referentes `a bateria e consequente autonomia. A t ´ecnica SC-FDMA pelo contr ´ario n ˜ao requer uma elevada pot ˆencia de pico conseguindo ainda assim manter alguma flexibilidade no dom´ınio da frequ ˆencia.

O SC-FDMA, tal como o OFDMA, divide a banda dispon´ıvel em m ´ultiplas sub-portadoras ortogonais entre si e usa tamb ´em o tempo de guarda CP para eliminar o ISI. A grande diferenc¸a reside no facto do SC-FDMA usar sub-bandas maiores e menor durac¸ ˜ao de s´ımbolos, o que permite reduzir a pot ˆencia de pico necess ´aria no OFDMA. Cada s´ımbolo n ˜ao ´e atribu´ıdo directamente a cada sub-portadora mas sim a uma combinac¸ ˜ao linear destas. A Figura 2.5 compara o envio de 8 s´ımbolos QPSK usando OFDMA ou SC-FDMA. Como se pode verificar no OFDMA s ˜ao enviados os 4 s´ımbolos em paralelo com um tempo longo de s´ımbolo enquanto no SC-FDMA o envio de 1 s´ımbolo ocupa 60 kHz mas em contrapar- tida necessita de 14 do tempo comparativamente com OFDMA para o envio desse mesmo s´ımbolo. Atrav ´es do uso das t ´ecnicas de acesso m ´ultiplas j ´a descritas, os eNBs conseguem distinguir trans- miss ˜oes de diferentes UEs dentro da c ´elula. No entanto ainda ´e preciso distinguir transmiss ˜oes dos UEs das transmiss ˜oes dos pr ´oprios eNBs. Isto ´e conseguido recorrendo a Frequency Division Duplex (FDD) e Time Division Duplex (TDD). No FDD o eNB recebe e transmite ao mesmo tempo e ´e usada uma frequ ˆencia para o DL e outra para o UL, sendo este o mais indicado dos dois para servic¸os com tr ´afico sim ´etrico, como por exemplo voz. J ´a em TDD a frequ ˆencia usada ´e a mesma mas os slots de tempo s ˜ao divididos entre o DL e o UL e a durac¸ ˜ao dos mesmos slots pode depender do tr ´afego a ser enviado. Este ser ´a o mais indicado para servic¸os de dados visto a assimetria que tipicamente existe entre o DL e o UL. Nesta t ´ecnica ´e necess ´aria a utilizac¸ ˜ao dum maior tempo de guarda de forma a evitar interfer ˆencia entre slots adjacentes no tempo. Analogamente, na t ´ecnica FDD ´e necess ´aria uma

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Figura 2.5: Comparac¸ ˜ao entre as t ´ecnicas de acesso m ´ultiplo OFDMA e SC-FDMA [Whi08].

banda de guarda. Em FDD a trama usada ´e a Frame Structure Type 1 enquanto em TDD ´e usada a Frame Structure Type 2. A que foi referida anteriormente trata-se da primeira visto FDD ser o m ´etodo mais implementado.

As larguras de bandas inicialmente suportadas em LTE encontravam-se entre 1.4 MHz e 20 MHz, mas com o LTE-A ´e poss´ıvel ir at ´e larguras de banda de 100 MHz usando CA com portadoras de 20 MHz. Esta agregac¸ ˜ao pode ser feita com portadoras da mesma banda, Intra-Band, ou de bandas diferentes, Inter-Band. Cada banda tem tamb ´em uma banda de guarda associada, uma banda que existe antes e depois da banda de transmiss ˜ao de forma a minimizar a interfer ˆencia das bandas adjacentes. A Tabela 2.1 mostra as larguras de banda dispon´ıveis em LTE assim como o respetivo n ´umero de RBs e sub- portadoras suportados nessas bandas. A banda ocupada equivale `a banda usada para transmiss ˜ao, sem as bandas de guarda.

Tabela 2.1: Larguras de banda suportadas em LTE [Cox12]. Largura de

Banda [MHz] N ´umero de RBs N ´umero de sub-portadoras

Banda Ocupada [MHz]

Bandas de Guarda [MHz]

1.4 6 72 1.08 2 x 0.16

3 15 180 2.7 2 x 0.15

5 25 300 4.5 2 x 0.25

10 50 600 9 2 x 0.5

15 75 900 13.5 2 x 0.75

20 100 1200 18 2 x 1

O d ´ebito duma ligac¸ ˜ao num dado instante depende da qualidade do sinal recebido que por sua vez depende da interfer ˆencia de c ´elulas adjacentes, do desvanecimento, do ru´ıdo e das caracter´ısticas do recetor, etc. De forma a otimizar o d ´ebito duma dada ligac¸ ˜ao, o eNB necessita de ter a capacidade

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de adaptar o sinal enviado tendo em conta as caracter´ısticas do canal sentidas pelo UE. A esta ca- pacidade de adaptac¸ ˜ao chama-se Adaptive Modulation and Coding (AMC) e consiste na alterac¸ ˜ao do esquema de modulac¸ ˜ao e da taxa de codificac¸ ˜ao, o que normalmente ´e referido como Modulation and Coding Scheme (MCS). Quanto ao esquema de modulac¸ ˜ao, e como j ´a foi referido, s ˜ao tr ˆes os utili- zados: QPSK, 16-QAM e 64-QAM. O esquema mais robusto a erros mas com menor d ´ebito bin ´ario

´e o QPSK, j ´a que apenas transporta 2 bits/s´ımbolo. Pelo contr ´ario o mais sens´ıvel a erros mas com maior d ´ebito bin ´ario ´e o 64-QAM por transportar 6 bits/s´ımbolo pelo que deve apenas ser utilizado em ligac¸ ˜oes com elevada qualidade de sinal. A taxa de codificac¸ ˜ao representa a relac¸ ˜ao entre o n ´umero de bits de informac¸ ˜ao e um n ´umero total de 1024 bits. Os bits restantes equivalem a bits usados para correc¸ ˜ao/prevenc¸ ˜ao de erros que ocorram no canal recorrendo a t ´ecnicas como Forward Error Correc- tion (FEC), Automatic Repeat Request (ARQ) ou Hybrid ARQ. A selec¸ ˜ao deste MCS a usar numa dada ligac¸ ˜ao pode ser definida tamb ´em pelo UE atrav ´es do Signal to Interference plus Noise Ratio (SINR) recebido, pois este consegue derivar um Channel Quality Indicator (CQI) que maximize o d ´ebito bin ´ario para um valor de BLER considerado (tipicamente 10 %), que seguidamente ´e enviado no UL ao eNB. A cada TTI o eNB gera um transport block (TB) para cada UE que corresponde `a quantidade de bits enviados. O tamanho de cada TB vai depender tanto do MCS usado como do n ´umero de RBs alocados ao respetivo UE. Na Tabela 2.2 encontram-se os valores poss´ıveis de CQI e os respetivos MCS. Um CQI igual a 0 corresponde a uma qualidade muito reduzida onde nenhum MCS ´e suportado.

Tabela 2.2: MCSs, CQIs e taxas de codificac¸ ˜ao usados em LTE [STB09]. CQI Modulac¸ ˜ao Taxa de Codificac¸ ˜ao Efici ˆencia [bits/s´ımbolo]

0 N ˜ao Aplic ´avel - -

1 QPSK 0.076 0.1523

2 QPSK 0.120 0.2344

3 QPSK 0.190 0.3770

4 QPSK 0.300 0.6016

5 QPSK 0.440 0.8770

6 QPSK 0.590 1.1758

7 16-QAM 0.370 1.4766

8 16-QAM 0.480 1.9141

9 16-QAM 0.600 2.4063

10 64-QAM 0.450 2.7305

11 64-QAM 0.550 3.3223

12 64-QAM 0.650 3.9023

13 64-QAM 0.750 4.5234

14 64-QAM 0.850 5.1152

15 64-QAM 0.930 5.5547

No dom´ınio do tempo, quanto menor for o intervalo no qual o CQI ´e reportado por parte do UE, mais preciso ser ´a o MCS usado numa determinada ligac¸ ˜ao tendo em conta as condic¸ ˜oes do canal. O eNB disp ˜oe do controlo sobre a periodicidade dos CQIs, podendo requisitar ao UE envios peri ´odicos de CQIs ditando tamb ´em o tempo de periodicidade dos mesmos. No dom´ınio da frequ ˆencia os CQIs podem ser atribu´ıdos a sub-bandas permitindo tamb ´em uma melhor adaptac¸ ˜ao. Os v ´arios modos de feedback suportados por parte do UE para o eNB no dom´ınio da frequ ˆencia s ˜ao os seguintes:

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• wideband feedback, o UE envia apenas um valor de CQI para toda a largura de banda;

• eNodeB configured sub-band feedback, envia um valor de CQI para toda a largura de banda, assim como um valor de CQI para cada sub-banda definida pelo eNodeB;

• UE-selected sub-band feedback, para al ´em de enviar tamb ´em um valor de CQI para toda a largura de banda, s ˜ao selecionadas pelo UE um conjunto de sub-bandas sobre as quais este envia CQIs referentes `as mesmas assim como as suas posic¸ ˜oes.

A 3GPP definiu 11 bandas para TDD e 25 bandas para FDD, sendo que nem todas essas bandas est ˜ao dispon´ıveis em todas as regi ˜oes do mundo. Na Europa as bandas usadas incluem a de 800, 900, 1800, 2100 e 2600 MHz [3GP14a]. Em Portugal em Novembro de 2011, a Autoridade Nacional de Comunicac¸ ˜oes (ANACOM), leiloou estas bandas juntamente com uma banda extra nos 450 MHz [ANA11].

2.3 Multiple Input Multiple Output

A t ´ecnica MIMO, LTE Release 8 [3GP08], consiste no uso de m ´ultiplas antenas tanto para o envio como para a recec¸ ˜ao, o que permite aumentar a capacidade do sistema e a dist ˆancia de cobertura sem a necessidade de largura de banda adicional nem aumento de pot ˆencia transmitida. S ˜ao tr ˆes as t ´ecnicas usadas recorrendo a MIMO: diversidade espacial, multiplexagem espacial e beamforming. Com a introduc¸ ˜ao de MIMO nas comunicac¸ ˜oes m ´oveis tornou-se poss´ıvel explorar uma terceira di- mens ˜ao para al ´em do tempo e da frequ ˆencia: o espac¸o.

O efeito desvanecimento nas comunicac¸ ˜oes m ´oveis pode ser causado pelos fen ´omenos de multiper- curso e efeito sombra. O multipercurso acontece devido aos v ´arios caminhos que o sinal pode tomar, chegando ao recetor com fases diferentes, o que vai causar interfer ˆencia construtiva ou destrutiva na recec¸ ˜ao. Na primeira os sinais est ˜ao em fase e portanto aumentam em amplitude enquanto na se- gunda os sinais subtraem-se podendo mesmo anularem-se mutuamente. Este fen ´omeno ´e conhecido por desvanecimento r ´apido. O efeito sombra, ou desvanecimento lento, ´e causado pela atenuac¸ ˜ao dos v ´arios obst ´aculos que o sinal encontra at ´e chegar ao recetor, e.g., edif´ıcios, vegetac¸ ˜ao, carros. Este efeito acontece quando n ˜ao existe linha de vista do recetor com o emissor.

O uso do ganho de diversidade leva a um aumento da qualidade do sinal recebido e `a reduc¸ ˜ao do desvanecimento recorrendo a m ´ultiplas antenas na emiss ˜ao, na recec¸ ˜ao ou em ambos. Quanto maior a dist ˆancia em comprimentos de onda entre as antenas, menor ser ´a a correlac¸ ˜ao entre o desvanecimento sentido pelos sinais e maior ser ´a o ganho de diversidade. Esta t ´ecnica ´e mais usada no UL pela dificul- dade existente em colocar m ´ultiplas antenas suficientemente espac¸adas nos UEs. Outra possibilidade para criar diversidade ´e o uso de polarizac¸ ˜oes ortogonais j ´a que o desvanecimento sentido por estas ´e pouco correlacionado.

A diversidade de recec¸ ˜ao usa duas ou mais antenas na recec¸ ˜ao para criar diversidade espacial, desig- nado por Single Input Multiple Output (SIMO). Na recec¸ ˜ao s ˜ao usadas duas formas de combining dos sinais recebidos: selection combining e gain combining. No selection combining ´e escolhido a cada

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instante o sinal com maior SINR enquanto no gain combining ´e feita a combinac¸ ˜ao linear de todos os sinais recebidos. Pelo contr ´ario, a diversidade de transmiss ˜ao usa duas ou mais antenas na emiss ˜ao, Multiple Input Single Output (MISO). O maior problema desta alternativa ´e a possibilidade da ocorr ˆencia de interfer ˆencia destrutiva na recec¸ ˜ao j ´a que existe apenas uma antena. Existem duas soluc¸ ˜oes para este problema: Closed Loop Transmit Diversity (CLTD) e Open Loop Transmit Diversity (OLTD). No CLTD o emissor envia duas c ´opias do sinal a partir de duas antenas mas aplica uma desfasagem a um ou a ambos os sinais. A desfasagem necess ´aria ´e determinada no recetor e enviada para o emissor sob a forma dum precoding matrix indicator (PMI). Um PMI simples pode indicar uma de duas opc¸ ˜oes: transmitir os dois sinais sem desfasagem ou transmitir o segundo com uma desfasagem de 180. Se a primeira opc¸ ˜ao der origem a interfer ˆencia destrutiva a segunda n ˜ao d ´a certamente. As desfasagens sentidas no canal dependem do comprimento de onda, e portanto da frequ ˆencia. A melhor escolha de PMI vai ent ˜ao depender da frequ ˆencia pelo que o UE pode enviar PMIs diferentes para conjuntos de sub-portadoras diferentes. A posic¸ ˜ao do UE vai tamb ´em influenciar a escolha do PMI, o que leva a uma necessidade de constante atualizac¸ ˜ao deste no caso de UEs em movimento. O problema que surge ´e o uso de PMIs, por parte do emissor, que j ´a n ˜ao est ˜ao atuais devido ao atraso introduzido pelo feedback loop. Por esta raz ˜ao, CLTD ´e apenas adequado a UEs que estejam est ´aticos ou a mover-se com uma velocidade baixa. Para UEs com elevada velocidade existe o OLTD.

No OLTD o emissor envia dois s´ımbolos, s1e s2, em dois intervalos de tempo consecutivos. No primeiro intervalo envia s1 da primeira antena e s2 da segunda, enquanto no segundo intervalo envia −s2 da primeira antena e s1da segunda. O s´ımbolo representa o conjugado. O recetor pode agora resolver as equac¸ ˜oes resultantes e recuperar os s´ımbolos transmitidos. Para que este m ´etodo resulte h ´a dois re- quisitos necess ´arios: o desvanecimento se mantenha praticamente o mesmo no primeiro e no segundo intervalo de tempo e os dois sinais n ˜ao podem ser perdidos ao mesmo tempo devido a desvanecimento. Esta t ´ecnica pode ser usada para quatro antenas em LTE e ´e poss´ıvel combinar Open e Closed Loop Transmit Diversity com diversidade de recec¸ ˜ao.

Na multiplexagem espacial, ao contr ´ario da diversidade anteriormente abordada, ´e poss´ıvel aumentar o d ´ebito bin ´ario usando as v ´arias antenas dispon´ıveis para estabelecer fluxos de informac¸ ˜ao paralelos. Num sistema com Nt antenas de emiss ˜ao e Nr antenas de recec¸ ˜ao, Nt× Nr, o d ´ebito bin ´ario m ´aximo alcanc¸ ´avel ´e proporcional ao min(Nt, Nr). Num caso simples de 2 × 2 o que acontece ´e que o emis- sor retira do modulador 2 s´ımbolos a cada instante, para depois serem ambos enviados, 1 s´ımbolo por antena. Neste caso o d ´ebito est ´a a ser duplicado. Os s´ımbolos viajam at ´e ao recetor por 4 ca- minhos diferentes experienciando diferentes atenuac¸ ˜oes e alterac¸ ˜oes de fase. O recetor de seguida usa os 2 sinais recebidos para recuperar os 2 s´ımbolos enviados. Esta separac¸ ˜ao s ´o ´e poss´ıvel recor- rendo previamente a uma t ´ecnica denominada Channel Estimation que consiste no envio de s´ımbolos de refer ˆencia por parte do emissor com uma predefinida amplitude e fase. No recetor ´e calculado a atenuac¸ ˜ao e o atraso de fase que foi introduzido pelo canal e torna-se assim poss´ıvel remover o mesmo para s´ımbolos de informac¸ ˜ao. Visto neste exemplo se usarem 2 antenas para o envio, cada antena envia o seu s´ımbolo de refer ˆencia `a vez, o qual vai permitir ao recetor saber a atenuac¸ ˜ao e o atraso de fase de cada antena no recetor para cada antena no emissor. No entanto existe um problema com

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esta t ´ecnica e com os valores retirados do canal, depois de ser feito o Channel Estimation, que provoca no recetor uma divis ˜ao por 0, [Cox12], impossibilitando assim a recuperac¸ ˜ao dos s´ımbolos enviados. Tamb ´em este mesmo valor n ˜ao sendo 0 mas sendo bastante baixo indica que os sinais est ˜ao extre- mamente afetados por ru´ıdo e que a recuperac¸ ˜ao dos s´ımbolos n ˜ao ´e poss´ıvel. Para resolver este problema existe o Open Loop Spatial Multiplexing (OLSM).

No OLSM ´e enviado apenas um s´ımbolo num dado instante, i.e. o uso apenas de diversidade, quando o canal n ˜ao permite que se use multiplexagem. Nesta t ´ecnica o recetor estima os elementos do canal e calcula um rank indication (RI), que indica o n ´umero de s´ımbolos que o recetor consegue receber. Este RI ´e ent ˜ao enviado ao emissor e equivale ao n ´umero de fluxos de informac¸ ˜ao independentes suportados naquele instante, tamb ´em denominado de layers. Quando est ´a a ser usada diversidade, pode ocorrer interfer ˆencia destrutiva dos sinais nas antenas de recec¸ ˜ao, [Cox12], o que n ˜ao permite a recuperac¸ ˜ao dos s´ımbolos. A t ´ecnica Closed Loop Spatial Multiplexing (CLSM) vem corrigir esse problema.

Quando est ´a a ser enviado apenas um s´ımbolo, o que foi introduzido em CLSM ´e a possibilidade de alterac¸ ˜ao do sinal/fase numa das antenas de emiss ˜ao. Por exemplo para o envio do s´ımbolo s1, uma das antenas enviaria s1enquanto que a outra enviaria −s1. Caso o RI seja igual a 1, ´e usada diversi- dade, enquanto que para um RI igual a 2 continua a ser usada multiplexagem espacial. Nesta t ´ecnica o recetor necessita de enviar n ˜ao s ´o um RI mas tamb ´em um PMI que maximize o d ´ebito bin ´ario da ligac¸ ˜ao.

E tamb ´em poss´ıvel usar multiplexagem espacial para mais do que um UE ao mesmo tempo, ou seja,´ multiple user MIMO (MU-MIMO). Nos casos anteriormente referidos, as t ´ecnicas de multiplexagem es- pacial eram apenas entre um UE e um eNB, single user MIMO (SU-MIMO). Diferentes UEs podem transmitir no UL na mesma portadora e no mesmo instante sem saberem que est ˜ao a usar multiplexa- gem espacial. S ˜ao dois os factores que tornam esta t ´ecnica poss´ıvel no UL: os UEs estarem normal- mente bastante afastados uns dos outros e os eNBs poderem escolher quais os UEs com quem usar esta t ´ecnica. Apesar de n ˜ao aumentar o d ´ebito dos UEs em quest ˜ao, o d ´ebito m ´edio da c ´elula aumenta. No DL esta t ´ecnica j ´a n ˜ao ´e poss´ıvel sem o uso de beamforming.

O beamforming usa m ´ultiplas antenas no eNB de forma a aumentar a cobertura da c ´elula. Esta t ´ecnica usa agregados de antenas na emiss ˜ao do eNB para criar interfer ˆencia construtiva no UE para o qual est ´a a enviar o sinal, e interfer ˆencia destrutiva nos UEs que est ˜ao a sofrer interfer ˆencia. A largura do feixe para o UE principal ´e menor do que seria caso se usasse apenas uma antena de emiss ˜ao, o que, para a mesma pot ˆencia de emiss ˜ao faz com que a cobertura aumente. O l ´obulo principal do agregado pode ser direcionado para qualquer ponto da c ´elula, sendo este apenas influenciado pela amplitude e fase do sinal de cada antena do agregado. Num sistema com N antenas, ´e poss´ıvel ter at ´e N − 2 nulos ou l ´obulos secund ´arios. Esta t ´ecnica pode ser usada no UL e assim torna tamb ´em poss´ıvel o aumento de cobertura. Beamforming funciona melhor se as antenas estiverem perto umas das outras, com dist ˆancias da ordem do comprimento de onda, e se os sinais forem correlacionados ao contr ´ario da diversidade e multiplexagem espacial.

Com a introduc¸ ˜ao de multiplexagem espacial surge o Dual Layer Beamforming. Nesta t ´ecnica o eNB envia ao agregado de antenas dois fluxos de informac¸ ˜ao em vez de um. De seguida estes fluxos s ˜ao

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afetados por dois conjuntos de ganhos e alterac¸ ˜oes de fase e s ˜ao somados antes da emiss ˜ao. Desta forma s ˜ao criados dois feixes independentes que usam a mesma portadora mas transportam diferente informac¸ ˜ao para dois UEs. O eNB pode ent ˜ao ajustar as amplitudes e fases para apontar os fluxos para os dois UEs diferentes, para que um UE receba interfer ˆencia construtiva para a seu fluxo e interfer ˆencia destrutiva para o outro fluxo e vice-versa. O d ´ebito bin ´ario est ´a ent ˜ao a ser duplicado na c ´elula. ´E tamb ´em poss´ıvel direcionar dois feixes para duas antenas diferentes dum dado UE, duplicando assim o d ´ebito para esse UE.

As t ´ecnicas anteriormente descritas correspondem a modos de transmiss ˜ao em LTE e est ˜ao na Tabela 2.3. Para cada t ´ecnica est ´a indicado quais os par ˆametros que o eNB espera receber no feedback por parte do UE.

Tabela 2.3: Modos de Transmiss ˜ao suportados no DL em LTE [Cox12]. UL feedback

Modo Descric¸ ˜ao CQI RI PMI

1 Single Antenna Transmission x - -

2 Open Loop Transmit Diversity x - -

3 Open Loop Spatial Multiplexing x x - 4 Closed Loop Spatial Multiplexing x x x

5 Multiple User MIMO x - x

6 Closed Loop Transmit Diversity x - x

7 Beamforming x - -

8 Dual Layer Beamforming x Configur ´avel 9 Eight layer spatial multiplexing x Configur ´avel

Num dado TTI o modo de transmiss ˜ao a ser usado numa ligac¸ ˜ao ´e definido pelo eNB. Tipicamente os eNB disp ˜oem dum conjunto de antenas usadas para diversidade e multiplexagem espacial, com dist ˆancias elevadas entre as antenas, e um agregado de antenas usado para t ´ecnicas de beamforming, com menor dist ˆancia entre as mesmas.

2.4 Coordinated Multipoint

Cada vez mais nas redes m ´oveis ´e essencial garantir um elevado d ´ebito bin ´ario e elevada efici ˆencia espectral a todos os utilizadores dentro da c ´elula, independentemente da posic¸ ˜ao do mesmo. Quando um UE se encontra na orla duma c ´elula, para al ´em da atenuac¸ ˜ao de espac¸o livre ser elevada, este recebe sinais de eNBs adjacentes ao seu e a sua pr ´opria transmiss ˜ao vai chegar a v ´arios eNB que n ˜ao ao qual est ´a ligado. Se estas transmiss ˜oes de m ´ultiplos eNBs forem coordenadas o desempenho das ligac¸ ˜oes pode melhorar significativamente. A esta coordenac¸ ˜ao entre eNBs chama-se CoMP e foi especificada na LTE Release 11, [Ahm13]. Esta especificac¸ ˜ao suporta transmiss ˜ao coordenada no DL e recec¸ ˜ao coordenada no UL e inclui tanto redes homog ´eneas como redes heterog ´eneas, onde poder ˜ao existir n ´os de baixa pot ˆencia (e.g., relay nodes, pico- ou femto-cells) para servir ´areas espec´ıficas de c ´elulas. Na transmiss ˜ao referente ao DL, os sinais transmitidos de m ´ultiplos eNBs s ˜ao coordenados de forma a aumentar a pot ˆencia do sinal recebido ou reduzir a interfer ˆencia co-canal. J ´a no UL ´e poss´ıvel limitar a interfer ˆencia e garantir que a informac¸ ˜ao ´e recebida, tirando partido dos m ´ultiplos pontos para

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recec¸ ˜ao dispon´ıveis. Uma m ´etrica tipicamente utilizada em comunicac¸ ˜oes m ´oveis para averiguar o poss´ıvel desequil´ıbrio na divis ˜ao dos recursos de entre os UEs num eNB designa-se por fairness. Existem v ´arias formas de calcular este indicador, a utilizada nesta tese ser ´a descrita no Cap´ıtulo 3. Em CoMP torna-se ent ˜ao necess ´ario formar grupos de eNBs, os chamados clusters. No entanto, quanto maior o n ´umero de eNBs e UEs agrupados maior se torna o overhead de sinalizac¸ ˜ao e o feedback necess ´ario por parte dos UEs. Portanto este agrupamento dever ´a ser limitado a um n ´umero reduzido de eNBs e UEs. A formac¸ ˜ao de clusters pode ser feita de forma est ´atica, se estes n ˜ao se alterarem ao longo do tempo, ou din ˆamica. A Figura 2.6 mostra uma rede t´ıpica de LTE e um exemplo de um cluster nessa mesma rede. Em LTE normalmente um eNB ´e dividido em 3 sectores, ou c ´elulas, em que cada um dos quais cobre 120da ´area desse eNB. Desta forma ´e garantido um melhor aproveitamento do espectro dispon´ıvel. Por outro lado vai provocar interfer ˆencia intra-eNB, entre sectores do mesmo eNB. Interfer ˆencia entre dois eNBs distintos designa-se inter-eNB.

Figura 2.6: Rede LTE tri-sectorizada [MF11].

Apesar dos eNBs num sistema real apresentarem uma zona de cobertura com a forma dum c´ırculo, na Figura 2.6 estes apresentam uma forma hexagonal. Isto acontece pela maior facilidade na modelac¸ ˜ao dum sistema desta forma. Assim n ˜ao h ´a zonas sem cobertura nem zonas com muita interfer ˆencia. As t ´ecnicas de emiss ˜ao/recec¸ ˜ao CoMP podem ser classificadas em duas categorias, as quais est ˜ao representadas na Figura 2.7:

• Inter-eNB CoMP, onde a coordenac¸ ˜ao entre eNB ´e feita atrav ´es da interface X2 com um atraso de feedback t´ıpico de 5-30 ms;

• Intra-eNB CoMP, onde os pontos de transmiss ˜ao est ˜ao normalmente ligados atrav ´es de fibra

´optica o que possibilita um atraso de feedback na ordem de 5 ms, sem recurso `a interface X2.

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A arquitetura da rede, de forma a ser poss´ıvel o uso de CoMP, tem de garantir a coordenac¸ ˜ao e sincronizac¸ ˜ao entre os v ´arios pontos de transmiss ˜ao. No caso de inter-eNB CoMP, ´e necess ´aria a troca de informac¸ ˜ao sobre os UEs e os respetivos Channel State Information (CSI) entre os v ´arios eNBs, ou pontos de transmiss ˜ao no caso de redes heterog ´eneas, o que requer uma baixa lat ˆencia e uma elevada capacidade entre os mesmos. O CSI corresponde `a agregac¸ ˜ao dos par ˆametros RI, PMI e CQI.

Figura 2.7: Inter-eNB e Intra-eNB CoMP [Ahm13].

As duas t ´ecnicas CoMP usadas no DL s ˜ao Joint Processing (JP) e Coordinated Scheduling/Beamforming (CS/CB). Estas t ´ecnicas aplicam-se tanto aos modos de operac¸ ˜ao FDD como TDD e est ˜ao representa- das na Figura 2.8.

Em JP a informac¸ ˜ao a enviar est ´a em mais do que um ponto de transmiss ˜ao, ou sectores em redes homog ´eneas. JT ´e uma subcategoria desta t ´ecnica e consiste no envio da mesma informac¸ ˜ao, por parte de pontos de transmiss ˜ao diferentes para o mesmo UE utilizando o mesmo recurso r ´adio. Desta forma ´e poss´ıvel melhorar a qualidade do sinal recebido e reduzir a interfer ˆencia na ligac¸ ˜ao j ´a que os pontos escolhidos para emiss ˜ao, para al ´em do pr ´oprio eNB, eram anteriormente as maiores fontes de interfer ˆencia para o UE. Outra subcategoria de JP ´e a Dynamic Point Selection (DPS) e muting, na qual a informac¸ ˜ao ´e transmitida pelo ponto que garantir melhor qualidade do sinal num dado instante enquanto ´e eliminada a maior fonte de interfer ˆencia para essa ligac¸ ˜ao, muting. O ponto que garante me- lhor qualidade de sinal varia principalmente pelas constantes alterac¸ ˜oes do desvanecimento do canal. Esta t ´ecnica garante um equilibro entre complexidade, overhead e d ´ebito em relac¸ ˜ao ao JT. ´E tamb ´em poss´ıvel usar JT e DPS em simult ˆaneo.

Por outro lado para CS/CB a informac¸ ˜ao para um determinado UE encontra-se apenas num ponto de transmiss ˜ao. A emiss ˜ao ´e feita apenas de um ponto mas o agendamento de recursos e a t ´ecnica de beamforming ´e coordenada entre os v ´arios pontos de transmiss ˜ao do cluster. Tamb ´em aqui pode ser usada a t ´ecnica muting para reduzir a interfer ˆencia. Nesta t ´ecnica o UE calcula n ˜ao s ´o os PMIs que o eNB deve usar de forma a maximizar a qualidade da transmiss ˜ao mas tamb ´em poss´ıveis PMIs causa- dores de forte interfer ˆencia na ligac¸ ˜ao se usados por eNBs adjacentes, os chamados Worst Companion Indicators (WCIs).

No UL as duas t ´ecnicas CoMP usadas s ˜ao Joint Reception (JR) e CS/CB. Em JR, e de forma seme-

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Figura 2.8: T ´ecnicas usadas no DL em CoMP [Ahm13].

lhante ao DL, a informac¸ ˜ao ´e recebida por v ´arios pontos de forma a melhorar a qualidade do sinal. O agendamento de recursos e as decis ˜oes de pr ´e-codificac¸ ˜ao em CS/CB s ˜ao feitas de forma coordenada pelo cluster e a informac¸ ˜ao proveniente do UE ´e apenas recebida por um ponto.

Os UEs necessitam agora de calcular o CSI n ˜ao s ´o para o ponto ao qual est ˜ao ligados mas tamb ´em para um conjunto de pontos de transmiss ˜ao adjacentes. Este conjunto de pontos equivale a uma parte do cluster e pode variar com a mobilidade do UE. Na LTE Release 11 foi definida um procedimento de gest ˜ao de recursos CoMP para cada UE de forma a ajudar a rede a definir estes conjuntos sobre os quais s ˜ao calculados os CSIs [Ahm13].

Para a t ´ecnica CS/CB s ˜ao necess ´arios pelo menos dois CSIs para dois pontos de transmiss ˜ao distintos, onde um deles ´e referente ao ponto de transmiss ˜ao que est ´a a servir o UE em quest ˜ao e o outro, ou outros, ´e referente ao ponto de transmiss ˜ao que est ´a a interferir na ligac¸ ˜ao. Tamb ´em na t ´ecnica DPS s ˜ao necess ´arios os CSIs referentes a v ´arios pontos de transmiss ˜ao para ser poss´ıvel `a rede trocar para o melhor num dado instante. Em JT a pr ´e-codificac¸ ˜ao ´e aplicada de forma individual entre os pontos de transmiss ˜ao e portanto torna tamb ´em necess ´ario o c ´alculo do PMI para diferentes pontos de transmiss ˜ao.

2.5 Estado da Arte

O desempenho das t ´ecnicas CoMP JP e CS/CB ´e analisado em [Ahm13]. Foi conclu´ıdo que h ´a melho- ria de desempenho usando CoMP, tanto para redes homog ´eneas como heterog ´eneas. Esta melhoria acontece nos UEs que s ˜ao bastante afectados por interfer ˆencia, que se encontram normalmente na orla da c ´elula. No DL em redes homog ´eneas, usando JT MU-MIMO 4 × 2, os ganhos de efici ˆencia espectral m ´edios por c ´elula s ˜ao de 10 % enquanto os ganhos na orla s ˜ao de 30 % aproximadamente. Quando usado CS/CB SU-MIMO 4 × 2, observam-se perdas de 25 % na efici ˆencia espectral m ´edia por c ´elula comparativamente com MU-MIMO 4 × 2 enquanto na orla se verificam perdas de 4.5 %. Em geral a t ´ecnica JT obtem maior ganho comparativamente a CS/CB, `a custa dum maior aumento de

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complexidade nas ligac¸ ˜oes entre os v ´arios pontos de transmiss ˜ao. No UL quando usado JR MU-MIMO 1 × 4, os ganhos de efici ˆencia espectral m ´edios por c ´elula s ˜ao de 3 % e os ganhos de orla de 2.5 %. O desempenho destas t ´ecnicas foi tamb ´em testado para diferentes atrasos da rede na comunicac¸ ˜ao entre pontos de transmiss ˜ao. Assumiu-se um atraso inicial da comunicac¸ ˜ao dos CSIs entre pontos de transmiss ˜ao de 5 ms e foi-se incrementando esse valor por 5 ms at ´e um valor final de 20 ms. Por cada salto, a perda de d ´ebito bin ´ario por UE ´e aproximadamente de 7 % para CS/CB SU-MIMO e 10 % para JT MU-MIMO, pelo que a t ´ecnica CS/CB se mostrou mais resistente a atrasos que JT.

No artigo [Saw+10] s ˜ao analisados os desempenhos das t ´ecnicas CoMP JT e CS. Os resultados apre- sentados s ˜ao referentes aos UEs que se encontram na orla, o que neste artigo equivale a 5 % da func¸ ˜ao de distribuic¸ ˜ao cumulativa do d ´ebito da c ´elula, assumindo 10 UEs por c ´elula em modo full-buffer. A lar- gura de banda do sistema ´e de 9 MHz, o que corresponde a 50 RBs, e a portadora encontra-se nos 2 GHz. A atenuac¸ ˜ao em espac¸o livre decai com um factor de 3.76, enquanto que o efeito sombra segue a distribuic¸ ˜ao log-normal com um desvio padr ˜ao de 8 dB. O scheduler usado foi o proportional fair, e foi tamb ´em usado AMC. Os UEs que usaram CoMP, e assim considerados estar na orla da c ´elula, foram os que entre o eNB principal que os servia e o segundo melhor eNB tinham apenas 3 dB de diferenc¸a no valor da atenuac¸ ˜ao de espac¸o livre. No primeiro cen ´ario, 2 × 2, os ganhos de d ´ebito para UEs na orla usando JT e CS s ˜ao de respetivamente 58 % e 43 % em relac¸ ˜ao ao caso em que n ˜ao ´e usado CoMP e se obt ´em um d ´ebito na c ´elula de 12 Mbit/s. Os valores s ˜ao obtidos por maior ou menor atribuic¸ ˜ao de recursos da rede `a orla. JT consegue maiores ganhos que CS por ter dispon´ıvel uma maior pot ˆencia, de v ´arios eNBs, na recec¸ ˜ao nos UEs. Os ganhos, quando ´e usado 4 × 2, s ˜ao aumentados em mais 34 % e 30 % para JT e CS respetivamente.

No livro [MF11] s ˜ao comparados os ganhos de JT e CB/CS no DL numa rede LTE, assim como os requisitos de capacidade entres os v ´arios pontos de transmiss ˜ao da rede para suportar o uso de CoMP. O sistema ´e constitu´ıdo por 19 eNBs colocados numa rede hexagonal e distanciados de 500 m entre si. Os UEs encontram-se uniformemente distribu´ıdos pelas c ´elulas, 10 UEs/c ´elula, e ´e usado full-buffer quanto ao tr ´afego. A frequ ˆencia da portadora ´e de 2 GHz com uma largura de banda de 10 MHz. Os MCSs s ˜ao atualizados com um intervalo de 1 ms. Os clusters usados em JT nesta simulac¸ ˜ao s ˜ao cons- titu´ıdos por 2 ou 3 eNBs, n ˜ao havendo cooperac¸ ˜ao de nenhum tipo fora dos mesmos. Usando CS/CB 4 × 2 SU-MIMO os ganhos de d ´ebito observados na orla da c ´elula s ˜ao de 11 % e o ganho m ´edio por c ´elula de 5 %. Por outro lado para CS/CB 4 × 2 MU-MIMO houve ganhos de d ´ebito de 5 % na orla da c ´elula mas n ˜ao houve ganho no d ´ebito m ´edio. O que acontece usando MU-MIMO ´e que as restric¸ ˜oes dos WCIs s ˜ao tantas que muitos recursos operam em SU-MIMO. Visto que o ganho de efici ˆencia es- pectral de MU-MIMO em relac¸ ˜ao a SU-MIMO ´e de apenas 13, n ˜ao s ˜ao compensadas estas restric¸ ˜oes com o aumento do SINR. J ´a em JT 2 × 2 MU-MIMO os ganhos m ´edios de d ´ebito por c ´elula foram de 20 % e 42 % para clusters de tamanho 2 e 3 respetivamente. O aumento de tr ´afego entre eNBs que a rede necessitaria para suportar CS/CB seria de 1.8 Mbit/s/c ´elula, para cada lado, quando o UE re- porta 4 WCIs dos 6 poss´ıveis, dos eNBs adjacentes ao seu. Para suportar JT a rede necessitaria de 80 Mbit/s/eNB e 168 Mbit/s/eNB para clusters de tamanho 2 e 3 respetivamente. Foi assumido que para clusters de tamanho 2 e para 2 c ´elulas arbitr ´arias a realizar JT, a probabilidade de pertencerem

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ao mesmo eNB ´e de 13. Para clusters de tamanho 3 a probabilidade das 3 c ´elulas em cooperac¸ ˜ao pertencerem ao mesmo eNB ´e de 16, de 2 pertencerem ´e 12 e finalmente 13 quando apenas uma c ´elula pertence ao eNB principal.

Em [Zha+09] ´e analisado o desempenho de JT 4 × 2 no DL numa rede LTE. A rede ´e constitu´ıda por 7 eNBs, 10 UEs/c ´elula. A banda utilizada s ˜ao 10 MHz, a pot ˆencia de emiss ˜ao dos eNBs ´e 46 dBm e atuam em modo full-buffer. O d ´ebito m ´edio da c ´elula ´e aumentado em 3.67 % enquanto o da orla ´e aumentado em 2.89 % quando ´e usado JT apenas nos UEs com pior SINR. Os valores de refer ˆencia correspondem ao caso SU-MIMO sem JT. Quando usado MU-MIMO com JT o aumento ´e de 18.43 % para o d ´ebito m ´edio e 32.53 % para o d ´ebito da orla. Pelo contr ´ario quando ´e usado SU-MIMO com JT em toda a c ´elula o d ´ebito m ´edio cai 54.41 % e o da orla cai 24.58 %.

S ˜ao propostos dois algoritmos iterativos para a alocac¸ ˜ao de recursos r ´adio para um cluster de eNBs a usar JT numa rede operando em OFDMA em [Li+12b]. ´E estudada a alocac¸ ˜ao de pot ˆencia e o agenda- mento de UEs sobre m ´ultiplos eNBs. Os resultados da simulac¸ ˜ao mostram que estes algoritmos obt ˆem uma soluc¸ ˜ao muito pr ´oxima da ´otima, com baixa complexidade computacional.

E desenvolvido no artigo [Li+12a] um esquema de alocac¸ ˜ao de pot ˆencia num sistema, com dois eNB e´ dois UEs, a usar JT no DL. ´E estudado o pior caso em que as fases das portadoras n ˜ao est ˜ao sincroni- zadas entre os eNBs o que impossibilita o uso de precoding. A alocac¸ ˜ao de pot ˆencia ´e extremamente simples, cada c ´elula transmite com a pot ˆencia m ´axima para apenas um UE. Os resultados demonstram que h ´a ganhos na soma dos d ´ebitos bin ´arios em relac¸ ˜ao aos esquemas power allocation, binary power control, greedy power allocation e joint water-filling.

A transmiss ˜ao de informac¸ ˜ao em redes a usar CoMP na presenc¸a de limitac¸ ˜oes no feedback de CSIs, e a usar quantizac¸ ˜ao dos mesmos, ´e estudado em [Mak+12]. Os resultados mostram que h ´a melho- rias no desempenho em redes com limitado n ´umero de bits para feedback por eNB, particularmente quando o desvanecimento n ˜ao ´e muito sentido. A alocac¸ ˜ao ´otima de bits torna-se mais importante para UEs que estejam na orla. Na maior parte dos casos o esquema Zonal-sampling consegue a melhor alocac¸ ˜ao de bits e consequentemente a maximizac¸ ˜ao do d ´ebito do sistema.

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Cap´ıtulo 3

Simulador e Modelos Desenvolvidos

Inicialmente ´e introduzido o simulador LTE usado nesta tese, assim como o seu funcionamento. De seguida s ˜ao apresentados os modelos desenvolvidos e os par ˆametros de simulac¸ ˜ao constantes em todos os cen ´arios apresentados no Cap´ıtulo 4. No fim do cap´ıtulo encontra-se a avaliac¸ ˜ao do simulador de forma a validar os resultados obtidos.

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3.1 Descric¸ ˜ao do Simulador

O simulador usado nesta tese, e sobre o qual foram implementados os modelos descritos na Secc¸ ˜ao 3.2, designa-se LTE Downlink System Level Simulator v1.7 r1119 [IWR10] e foi desenvolvido pelo Ins- titute of Communications and Radio-Frequency Engineering da Vienna University of Technology. O funcionamento do referido simulador est ´a ilustrado no diagrama de blocos da Figura 3.1.

Leitura dos Par ˆametros

Definic¸ ˜ao do Cen ´ario

Criac¸ ˜ao da Rede

Fim da Simulac¸ ˜ao?

C ´alculo do SINR/CQI pelos UEs eNB recebe

feedback e agenda RBs

Envio de TBs Apresentac¸ ˜ao

dos Resultados

N ˜ao

Sim

Figura 3.1: Diagrama de blocos do simulador LTE Downlink System Level Simulator v1.7r1119 [IWR10].

No primeiro bloco “Leitura dos Par ˆametros”, o simulador guarda todos os valores introduzidos no fi- cheiro de entrada. Estes par ˆametros definem a simulac¸ ˜ao e n ˜ao s ˜ao alterados ao longo da mesma, e ser ˜ao apresentados posteriormente na Secc¸ ˜ao 3.3.

Em seguida, na “Definic¸ ˜ao do Cen ´ario” o simulador carrega um dos v ´arios ficheiros de configurac¸ ˜ao da rede que se encontram dispon´ıveis, os quais cont ˆem os valores necess ´arios para definir um cen ´ario. Pelo facto de haver muitas vari ´aveis a definir, estes cen ´arios predefinidos facilitam a simulac¸ ˜ao por parte do utilizador.

Na “Criac¸ ˜ao da Rede” s ˜ao colocados sobre um mapa de coordenadas, de 2 dimens ˜oes, um n ´umero de estac¸ ˜oes base, ou eNBs, previamente definido. Estas podem-se encontrar equidistantes ou n ˜ao. No caso de n ˜ao o estarem, a sua posic¸ ˜ao tem de ser definida no ficheiro de entrada. S ˜ao tamb ´em definidos quais os eNBs para os quais ser ´a calculado o d ´ebito bin ´ario, e s ˜ao estes os definem a regi ˜ao

Referências

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