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Mortalidade por causas externas em idosos no Distrito Federal: 1996-2003

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Academic year: 2017

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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA

MESTRADO EM GERONTOLOGIA

(2)

PATRÍCIA RAQUEL CASTILHO LISBOA

MORTALIDADE POR CAUSAS EXTERNAS EM IDOSOS

NO DISTRITO FEDERAL: 1996-2003

Brasília

2006

Dissertação apresentada como requisito à obtenção do grau de Mestre, pelo curso de Pós-Graduação em Gerontologia da Universidade Católica de Brasília.

(3)

DEDICATÓRIA

(4)

AGRADECIMENTOS

A realização desse trabalho foi possível por um somatório de contribuições, investimentos e incentivos que me proporcionaram a intrepidez necessária para vencer esse grande obstáculo.

Agradeço imensamente a Deus que me concedeu esse grandioso privilégio de acrescentar um pouco mais de conhecimento à minha formação e à sociedade. Ele é verdadeiramente o autor desse projeto.

A caminhada que, por muitas vezes parecia sem fim e sem rumo, encontrou em pessoas muito importantes como meu esposo (Anderson), minha querida filha (Gabriela), meus amados pais (Élson e Helena) e demais familiares e amigos, o propósito para a qual foi iniciada essa jornada na minha vida. Agradeço imensamente a eles, que fazem parte da minha vida e que sonham os meus sonhos. Agradeço pela compreensão das ausências e pelos infinitos incentivos e renovos doados nos momentos de desânimo.

Rendo nesse momento também as justas homenagens àqueles que colaboraram e incentivaram essa dissertação:

Primeiramente agradeço ao Professor Maurício Gomes Pereira, por sua orientação e paciência diante de tantos problemas surgidos no decorrer da dissertação, por compartilhar de seu profundo conhecimento e valiosas observações.

Pela imensa disposição em contribuir e pelas grandiosas informações cedidas, o meu muito obrigada à Dra Eugênia Rodrigues.

À Rosane Aparecida Monteiro pela enorme colaboração na coleta dos dados que deram todo sentido a esse trabalho.

E também agradeço pelas preciosas revisões, pesquisas apuradas, empenho ilimitado e determinação que foram imprescindíveis para o término desse trabalho, ao amigo Luiz Cláudio Alencar.

A todas estas pessoas e a muitas outras que voluntária e involuntariamente me ajudaram, apresento os mais sinceros agradecimentos.

“Confia no Senhor de todo o teu coração e não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, e ele endireitará as tuas veredas...” Pv. 3: 5-6

(5)

MENSAGEM AO IDOSO

“Não podemos acrescentar dias em nossas vidas...

mas podemos acrescentar vida em nossos dias!"

Cora

Coralina

“Todas as coisas têm o seu tempo e todas elas passam debaixo do céu segundo o tempo que a cada um foi prevista. Há tempo de nascer, e há tempo de morrer.”

(6)

ÍNDICE RESUMIDO

LISTA DE FIGURAS...vii

LISTA DE TABELAS ... ix

RESUMO... x

ABSTRACT... xi

1. INTRODUÇÃO ... 1

OBJETIVO...19

2. MATERIAL E MÉTODOS...20

3. RESULTADOS...29

4. DISCUSSÃO...41

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...53

(7)

ÍNDICE ANALÍTICO

LISTA DE FIGURAS ... vii

LISTA DE TABELAS ... ix

RESUMO... x

ABSTRACT... xi

1. INTRODUÇÃO ... 1

1.1 POPULAÇÃO ... 1

1.2 SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE MORTALIDADE... 5

1.2.1 Fluxo da informação de mortalidade ... 6

1.2.2 Limitações ... 8

1.2.3 Qualidade da informação ... 9

1.3 MORTALIDADE EM IDOSOS ... 11

1.3.1 Mortalidade geral... 11

1.3.2 Mortalidade por causas externas ... 14

OBJETIVO... 19

2. MATERIAL E MÉTODOS ... 20

2.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA ESTUDADA ... 20

2.2 CONSIDERAÇÕES GERAIS ... 21

2.3 DESENHO DO ESTUDO ... 23

2.4 PERÍODO DE REFERÊNCIA... 23

2.5 VARIÁVEIS ... 24

2.6 FONTE DE DADOS ... 25

2.7 EXPRESSÃO DOS RESULTADOS ... 25

2.8 DEFINIÇÕES E APRESENTAÇÃO DE COEFICIENTES E OUTRAS MEDIDAS ... 25

2.8.1 Definição de termos e variáveis ... 25

2.8.2 Taxas e outras medidas empregadas ... 28

3. RESULTADOS... 29

4. DISCUSSÃO ... 41

4.1 PRINCIPAIS ACHADOS ... 41

4.2 QUALIDADE DOS DADOS ... 42

4.3 COMPARAÇÕES ... 43

(8)
(9)

LISTA DE FIGURAS

Figura 1.1. Percentual da população segundo faixa etária e ano. Brasil, 1996-2003...2

Figura 1.2. Proporção (%) de idosos na população segundo ano. Distrito Federal e Brasil, 1996-2004...3 Figura 1.3. Distribuição da população residente com 60 anos ou mais segundo sexo. Distrito Federal, 1996 a 2003...3

Figura 1.4. Distribuição (%) da população com 60 anos ou mais segundo faixa etária e ano. Distrito Federal, 1996-2003...4

Figura 1.5. Mortalidade proporcional1 por causas mal definidas na população com 60 anos ou mais. Distrito Federal e Brasil,

1996-2003...10 Figura 1.6. Mortalidade proporcional por grupos de causas na faixa etária de 60 ou mais anos. Brasil, 1996-2003...13 Figura 1.7. Mortalidade proporcional por grupos de causas na população com 60 anos ou mais1,2. Distrito Federal, 1996-2003...13 Figura 1.8 Taxa de mortalidade específica1 por causas externas, segundo tipo de causa e ano, na população com 60 anos ou mais.Brasil, 1996 a 2003...16 Figura 1.9. Taxa de mortalidade específica1 por causas externas, segundo sexo, na população com 60 anos ou mais. Brasil,

1996 a 2003...17 Figura 2.1. Número de pessoas idosas para cada 100 indivíduos jovens por ano (Índice de envelhecimento). Brasília,

1996, 2000, 2002-2004...21 Figura 3.1. Taxa de mortalidade específica por causas externas, segundo sexo e ano, na população total. Distrito Federal,

(10)

segundo sexo, na população de 60 ou mais anos. Distrito

Federal, 1996 a 2003...37 Figura 3.9. Taxa de mortalidade específica por acidente de transporte, segundo o tipo do acidente, na população de 60 anos ou mais. Distrito federal, 1996 a 2003...38 Figura 3.10. Taxa de mortalidade específica por quedas acidentais, segundo sexo, na população com 60 anos ou mais. Distrito Federal, 1996 a 2003...39 Figura 4.1.Taxa de mortalidade específica por causas externas na população com 60 anos ou mais. Distrito Federal,

(11)

LISTA DE TABELAS

Tabela 1.1. Número de óbitos e taxa de mortalidade por causas externas segundo faixa etária. Brasil, anos selecionados...15 Tabela 1.2. Taxa de mortalidade específica por causas externas segundo faixa etária e sexo. Distrito Federal, anos selecionados...18

Tabela 3.1. Taxa de mortalidade específica por causas externas, segundo faixa etária e ano, na população total. Distrito Federal,

1996-2003...29 Tabela 3.2. Diferença (em %) entre as taxas de mortalidade do ano anterior, segundo sexo e ano, na população total. Distrito Federal,

1996-2003...30 Tabela 3.3. Taxa de mortalidade específica por causas externas segundo faixa etária e sexo na população total. Distrito Federal,

(12)

RESUMO

OBJETIVO. Analisar os óbitos pelas principais categorias de causas externas em indivíduos maiores de 60 anos (idosos) residentes no Distrito Federal, segundo algumas características epidemiológicas, no período de 1996 a 2003. MÉTODO. Foram utilizados os dados do Sistema de Informação de Mortalidade do Ministério da Saúde. Os óbitos foram analisados segundo sexo, idade e categoria de causas externas e calculadas as taxas específicas de mortalidade de acordo com as características analisadas.

RESULTADOS. Em todos os anos investigados, observou-se sobre-mortalidade masculina e aumento progressivo das taxas de sobre-mortalidade (e da razão entre os sexos) com a evolução da idade. No fim do período, pode-se observar uma diminuição da taxa de mortalidade por causas externas. Os tipos de causas externas de maior risco são os acidentes de transportes e as quedas, nas quais o sexo masculino exibe taxas mais elevadas em praticamente todas as faixas etárias e todos os anos considerados. Na faixa etária de 60 a 69 anos, os acidentes de transporte foram os mais prevalentes, com os homicídios em segundo lugar, superando as quedas acidentais. Já nos idosos com 70 anos ou mais, as quedas se sobressaem, com taxas cerca de 40% superiores aos acidentes de transporte.

CONCLUSÃO. Os resultados reforçam a importância das causas externas entre os idosos e sugerem que devem ser implementadas intervenções específicas contra os fatores de risco para cada tipo de acidente ou violência neste faixa etária.

(13)

ABSTRACT

OBJECTIVE. To analyze the magnitude and risk of mortality due to external causes in the population from 60 years or more living in the Federal District, Brazil, from 1996 to 2003. METHOD. Data from the Mortality Data System of the Ministry of Health was used. Mortality rates were calculated by sex, age and group of external causes from 1996 to 2003. RESULTS. Males showed excess mortality in all of the years and there was an increasing rate and sex ratio with growing age. In the end of the study period, there was a lower rate of death due to external causes in all elderly groups. Traffic accidents were the first external cause of death, followed by accidental falls, with higher rates for males. In the age group 60-69 years, the most important specific causes of death were traffic accidents and homicides. From 70 years and more, accidental falls are the most important cause, with rates 40% superior of traffic accidents. CONCLUSIONS. Results reinforce the importance of external causes in the mortality of elderly and suggest that interventions should be made against risk factors for each type of injury and violence in this age group.

(14)

1. INTRODUÇÃO

1.1. POPULAÇÃO

O envelhecimento populacional, inicialmente observado em países

desenvolvidos, tem se apresentado de forma acentuada nos países em desenvolvimento,

particularmente no Brasil (LIMA-COSTA e VERAS 2003). A proporção de pessoas

idosas brasileiras com sessenta anos e mais aumentou de 6,1%, em 1980, para 8,6% em

2000, correspondendo a um aumento absoluto de 7,3 milhões de indivíduos (IBGE

1981 e 2001).

A razão de dependência demográfica (soma da população menor de 15 anos e de

65 e mais anos dividida pela população com 15 a 64 anos) hoje, definida

principalmente pelo segmento jovem, será modificada para uma dependência idosa ao

final de 2.050 (MOREIRA 1998).

De acordo com CAMARANO (2002), o maior crescimento relativo dos idosos é

resultado de suas mais altas taxas de crescimento, da alta fecundidade no passado

(comparativamente à atual), e à queda da taxa de mortalidade. Entre 1996 e 2003 houve

uma diminuição proporcional da população nas faixas etárias jovens (0-19 anos) e

crescimento da população adulta (20-59) e idosa (60 anos ou mais) (Figura 1.1). A

população de idosos no Brasil aumentou cerca de 14% no período supracitado,

(15)

Figura 1.1. Percentual da população segundo faixa etária e ano. Brasil, 1996-2003.

0 a 9 anos 10 a 19 anos

20 a 29 anos

30 a 39 anos

40 a 49 anos

50 a 59 anos 60 anos e mais

0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0

Ano

Pe

rcent

u

al (

%

)

0 a 9 anos 20,4 20,4 20,5 20,5 19,4 19,4 18,5 18,2

10 a 19 anos 21,8 21,8 21,8 21,8 20,8 20,8 20,5 20,4

20 a 29 anos 17,5 17,5 17,5 17,5 17,7 17,7 17,6 17,6

30 a 39 anos 14,9 14,9 14,9 14,9 14,9 14,9 15,1 15,2

40 a 49 anos 10,6 10,6 10,6 10,6 11,3 11,3 11,8 11,9

50 a 59 anos 6,8 6,8 6,8 6,8 7,4 7,4 7,6 7,7

60 anos e mais 7,9 7,9 7,9 7,9 8,6 8,5 8,9 9,0

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003

Fonte: IBGE/Censos demográficos, contagem populacional e projeções e estimativas demográficas

O Distrito Federal também apresentou crescimento na proporção de idosos -

aproximadamente 24% - no período de 1996 a 2003, superior ao brasileiro - 14%

(Figura 1.2). Em números absolutos, a população com 60 anos ou mais do Distrito

aumentou cerca de 45 mil habitantes em 8 anos (Figura 1.3). Podemos observar ainda

um ligeiro aumento na razão entre o número de mulheres e o de homens (de 1,2 para

(16)

Figura 1.2. Proporção (%) de idosos na população segundo ano. Distrito Federal e Brasil, 1996-2004.

Distrito Federal Brasil 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Ano Proporção de idosos (%)

Distrito Federal 4,6 4,8 5,2 5,3 5,3 5 5,6 5,7

Brasil 7,9 8,6 8,8 9 8,6 9,1 8,9 9

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003

Fonte: IBGE/Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - PNAD, (1997-1999 e 2001), Censos Demográfico (1991 e 2000), Contagem Populacional (1996) e projeções

e estimativas demográficas (2002-2004).

Figura 1.3. Distribuição da população residente com 60 anos ou mais segundo sexo. Distrito Federal, 1996 a 2003.

Total Masculino Feminino 0 20000 40000 60000 80000 100000 120000 140000 Ano P o pu la ç ã o ( )

Masculino 37368 38497 39449 40402 48716 49816 54063 56346

Feminino 46026 47418 48588 49762 60922 62297 68324 71257

Total 83394 85915 88037 90164 109638 112113 122387 127603

Razão 1,2 1,2 1,2 1,2 1,3 1,3 1,3 1,3

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003

Fonte: IBGE/Censos demográficos, contagem populacional e projeções e estimativas demográficas

(17)

Analisando as faixas etárias que compõem a população de idosos, a de 60 a 64

anos apresentou, no Distrito Federal, certa estabilidade no período supracitado,

aumentando apenas 0,1% (Figura 1.4). Dos 65 aos 69 anos houve diminuição de 8,5%

em proporção ao número de idosos. Nas faixas a partir de 70 anos houve aumento na

participação proporcional: a) 70 a 74 anos (5%), b) 75 a 79 anos (7,5%) e 80 anos e

mais (5%).

Figura 1.4. Distribuição (%) da população com 60 anos ou mais segundo faixa etária e ano. Distrito Federal, 1996-2003.

60 a 64 anos 65 a 69 anos 70 a 74 anos 75 a 79 anos 80 anos e mais

0% 20% 40% 60% 80% 100%

Ano

Percen

tu

al (

%

)

80 anos e mais 9,33 9,33 9,33 9,33 9,78 9,78 9,74 9,81

75 a 79 anos 9,4 9,4 9,4 9,4 10,14 10,14 10,12 10,11

70 a 74 anos 16,69 16,69 16,69 16,69 17,07 17,06 17,44 17,52

65 a 69 anos 26,25 26,25 26,25 26,25 24,61 24,61 24,11 24,01

60 a 64 anos 38,33 38,33 38,33 38,33 38,41 38,41 38,58 38,54

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003

Fonte: IBGE/Censos demográficos, contagem populacional e projeções e estimativas demográficas

(18)

1.2. SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE MORTALIDADE

Na análise de dados de mortalidade no Brasil, é fundamental conhecer o Sistema

de Informação de Mortalidade (SIM). Ele foi criado em 1976 pelo Ministério da Saúde

e é considerado o sistema de informação mais antigo existente (MINISTÉRIO DA

SAÚDE 2004). Vem sendo amplamente utilizado como apoio do Centro Brasileiro de

Classificação de Doenças (CBCD), situado na Faculdade de Saúde Pública da

Universidade de São Paulo, e é o órgão de referência da Organização Mundial de Saúde

para a codificação da causa básica de óbito no Brasil.

Este sistema foi criado a partir da implantação do modelo padronizado da

declaração de óbito (DO) em todo o território nacional, não só para o atendimento de

exigências legais, mas com o objetivo principal de fornecer subsídios para traçar o perfil

da mortalidade no país. O SIM contém diversas informações sobre o óbito, tais como:

causa básica, data, local e município de ocorrência, assim como informações sobre o

indivíduo que faleceu (idade, sexo, grau de escolaridade, ocupação e município de

residência). As informações do SIM são disponíveis, em termos de município, no site

do Departamento de Informática do SUS (Datasus) do Ministério da Saúde

(www.datasus.gov.br) (MINISTÉRIO DA SAÚDE 2004).

Além disso, o SIM é um importante instrumento de monitoramento de óbitos,

cujo objetivo é o de integrar e uniformizar todos os serviços estaduais de operação de

dados das declarações de óbitos, permitindo identificar as principais causas de mortes

(19)

1.2.1. Fluxo da informação de mortalidade

O documento-padrão para a captação de dados sobre a mortalidade é a DO

(Anexo 1), a qual tem sido continuamente adequada à realidade epidemiológica, através

de inclusões e alterações de variáveis. O preenchimento da DO deve ser realizado para

todos os óbitos, inclusive os fetais e os que ocorreram em ambiente hospitalar,

domicílios ou outros locais. O médico é o profissional responsável pelo preenchimento

dessas informações (PEREIRA 1995).

Na ocorrência de morte natural no estabelecimento de saúde, a DO é preenchida

por essa unidade, que encaminha a 1ª via para a Secretaria Municipal de Saúde. A 2ª via

é entregue para o representante ou responsável da família do falecido para a obtenção da

certidão de óbito no Cartório de Registro Civil, que retém o documento. A unidade

notificadora permanece com a 3ª via para ser arquivada no prontuário do falecido

(Anexo 2).

Para os óbitos naturais ocorridos fora do estabelecimento de saúde e com

assistência médica, a DO é preenchida pelo médico responsável, que envia a 1ª e 3ª vias

para a Secretaria Municipal de Saúde e a segunda via é entregue para o representante ou

responsável da família do falecido, com o mesmo objetivo anterior.

Nos casos de óbitos naturais sem assistência médica, a DO deverá ser preenchida

pelo médico do Serviço de Verificação de Óbito (SVO), destinando a 1ª e 2ª vias da

mesma forma que o disposto para óbitos ocorridos em estabelecimentos de saúde e

arquivando a terceira via. Em regiões onde não existir o SVO, a DO será preenchida por

médico da localidade, que deverá encaminhá-la do mesmo como descrito para os óbitos

(20)

Além disso, nos óbitos naturais ocorridos em localidades sem médico, o

responsável pelo falecido - acompanhado de duas testemunhas -, comparecerá ao

Cartório do Registro Civil e solicitará o preenchimento da DO. O Cartório de Registro

Civil emitirá então a Certidão de Óbito a ser entregue ao representante/responsável pelo

falecido, reterá a 2ª via e destinará a 1ª e 3ª vias à Secretaria Municipal de Saúde

(SECRETARIA DA SAÚDE DO ESTADO DE SANTA CATARINA).

Finalmente, no caso de óbitos por causas acidentais e/ou violentas, o médico

legista do Instituto Médico Legal (IML) preencherá as três vias da DO e enviará uma

para a Secretaria Municipal de Saúde, uma para o representante/responsável pela família

do falecido (para obter a certidão de óbito) e a terceira ficará retida no mesmo.

A partir do momento em que as DO chegam às Secretarias de Saúde, as causas

básicas são codificadas segundo os grupos de causas dos capítulos da Décima Revisão

da Classificação Internacional de Doenças e de Problemas Relacionados à Saúde (CID

10).

Após a codificação e digitação, os dados são criticados e processados por

município de residência do falecido. Em seguida são encaminhados para a Secretaria

Estadual de Saúde (SES) correspondente. Da SES esses dados são enviados para o

Ministério da Saúde (MS), que faz novas críticas, reagrupa-os por estados de residência

e dissemina-os através de anuários estatísticos e também, através da internet e mídias

digitais.

As Secretarias Municipais de Saúde devem utilizar-se dos meios disponíveis na

busca ativa de casos não registrados, valendo-se inclusive, dos agentes comunitários de

saúde e equipes do Programa de Saúde da Família.

Todo e qualquer óbito ocorrido em território nacional deve ser notificado ao

(21)

como causa básica de óbito aquela que desencadeou o processo mórbido que gerou o

óbito, independentemente do tempo que o precedeu (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2004).

1.2.2. Limitações

A principal limitação do Sistema de Informação de Mortalidade é o sub-registro

de óbitos, ou seja, a omissão do registro de óbito, o que acarreta uma distorção no perfil

da mortalidade. O sub-registro ocorre principalmente nas regiões Norte e Nordeste,

essencialmente pela falta de controle efetivo dos sepultamentos sem a exigência da

certidão de óbito, sendo associado à pobreza e ocorrendo mais freqüentemente na área

rural (MINISTÉRIO DA SAÚDE 2004).

Dentre outras razões, a falta de conhecimento sobre a obrigatoriedade do registro

civil por parte da população também influencia no sub-registro. Outra limitação é a

qualidade do preenchimento das Declarações de Óbito, seja por falta de instrução

quanto ao preenchimento ou por desconhecimento da importância deste documento pela

pessoa responsável.

Neste contexto, a cobertura do SIM exibiu valores que flutuaram entre 77% e

97% nos últimos dez anos. A cobertura deste sistema é avaliada tomando-se como

parâmetro as estimativas do IBGE para óbitos. O Distrito Federal apresentou cobertura

de 99% em 2004 (MINISTÉRIO DA SAÚDE 2006).

Além disso, imprecisões na declaração da "causa da morte" condicionam o

aumento da proporção de causas externas de tipo ignorado, comprometendo a qualidade

do indicador. Em algumas áreas, a causa descrita na declaração de óbito refere-se à

(22)

1.2.3. Qualidade da informação

A qualidade da informação de mortalidade pode ser apresentada por meio de

proporções de óbitos por causas mal definidas e por diagnósticos incompletos e de

estudos especiais (LAURENTI e col 2004). No Brasil, a qualidade da informação de

mortalidade ainda apresenta grandes disparidades e por isso causas mal definidas

apresentaram taxas de mortalidade significativas para a população idosa.

MINISTÉRIO DA SAÚDE (2005) relata a qualidade das informações quanto a

variável idade.na mortalidade por acidentes de transporte. O não-preenchimento dessa

variável teve um percentual inferior a 1,5% no período de 2000 a 2003 em todas as

regiões.

O Distrito Federal apresentou um baixo percentual de causas mal definidas das

Unidades da Federação Brasileira, bem abaixo dos valores brasileiros para a população

(23)

Figura 1.5. Mortalidade proporcional1 por causas mal definidas na população com 60 anos ou mais. Distrito Federal e Brasil, 1996-2003.

Distrito Federal Brasil

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20

Ano

P

rop

or

ç

ã

o

(n

º)

Distrito Federal 1,35 2,03 3,93 4,62 4,68 5,14 4,65 4,49

Brasil 18,19 17,74 17,94 17,73 16,67 16,64 16,12 15,63

Razão 13,5 8,7 4,6 3,8 3,6 3,2 3,5 3,5

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003

Fonte: Ministério da Saúde/SVS - Sistema de Informações sobre Mortalidade – SIM 1Mortalidade proporcional: percentual dos óbitos informados.

VASCONCELOS (2004) nos traz ainda que ”a qualidade da informação sobre

causa de morte ainda constitui um dos grandes obstáculos para a análise mais detalhada

da mortalidade por causa no país e, em particular, a análise das causas de morte da

população idosa. A introdução da 10ª Revisão da Classificação Internacional de

Doenças em 1996 e as modificações implementadas para facilitar a captura e

codificação da informação sobre causas de morte, e a seleção da Causa Básica,

(24)

1.3. MORTALIDADE EM IDOSOS

1.3.1. Mortalidade geral

O nível de mortalidade pode ser considerado como o resultado de um conjunto

de fatores que afetam o bem-estar da população. Dentre esses fatores, pode-se destacar a

oferta de serviços públicos de saúde e saneamento básico e o nível de rendimentos

auferidos (VASCONCELOS 1994).

Este mesmo autor nos traz que, analisando a mortalidade sob o ponto de vista

totalmente demográfico, ela revela - juntamente com a fecundidade e a migração - a

evolução de uma população, assim como sua estrutura etária a longo prazo e seu

potencial de crescimento.

O Brasil apresenta mudanças significativas no perfil das causas de morte, com

notáveis alterações nos níveis e padrões de mortalidade por idade e sexo. A ampliação

da expectativa de vida está principalmente vinculada à diminuição da mortalidade

infantil, mas esta realidade nos idosos também é devida ao avanço da tecnologia nos

serviços de saúde (BOCCUCCI e col. 1998).

Outro aspecto importante é que a mortalidade concentra-se nos extremos da

vida. Quanto melhor o nível de Saúde Pública de um país, mais a distribuição da

mortalidade pela idade aproxima-se da forma de um J. No Brasil, a maior carga da

mortalidade é observada entre crianças menores de um ano e entre idosos, sendo mais

acentuada nestes últimos.O Brasil vive uma situação de transição, com uma

superposição de uma população jovem, de dimensão relevante, e uma população

(25)

Neste contexto, as principais causas de morte em idosos no Brasil e no Distrito

Federal observadas no período de 1996 a 2003 mantiveram-se as mesmas desde o início

da década de 90: as doenças do aparelho circulatório, neoplasias, doenças do aparelho

(26)

Figura 1.6. Mortalidade proporcional por grupos de causas na faixa etária de 60 ou mais anos. Brasil, 1996-2003.

0% 20% 40% 60% 80% 100% Ano Pe rc e n tu a l

Causas externas 3,32 3,35 3,21 3,19 3,09 3,23 3,2 3,24

Doenças infecciosas e parasitárias 3,44 3,43 3,54 3,48 3,29 3,42 3,4 3,56 Doenças do aparelho respiratório 15,14 14,52 15,45 14,88 14,49 14,59 15,01 15,05 Demais causas definidas 15,31 15,66 15,73 16,59 17,41 17,7 17,96 18,27

Neoplasias 16,28 16,76 16,57 17,07 17,46 17,58 17,57 17,61

Doenças do aparelho circulatório 46,51 46,28 45,52 44,8 44,26 43,49 42,87 42,27

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003

Fo nte: Ministério da Saúde/SVS - Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM

Figura 1.7. Mortalidade proporcional por grupos de causas na população com 60 anos ou mais1,2. Distrito Federal, 1996-2003.

0% 20% 40% 60% 80% 100% Ano P rop or ç ã o ( % )

Demais causas definidas 15,49 14,79 16,55 17,29 17,39 17,61 17,34 18,5

Causas externas 5,01 4,41 3,41 3,76 3,76 3,88 4,21 4,5

Doenças do aparelho respiratório 13,44 13,26 11,93 11,5 10,09 12,14 11,37 10,17 Doenças do aparelho circulatório 43,17 43,36 44,09 41,5 41,91 40,37 40,96 40,64

Neoplasias 17,26 18,59 18,99 21,51 21,28 22,03 21,02 21

Doenças infecciosas e parasitárias 5,63 5,59 5,03 4,45 5,57 3,96 5,1 5,19

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003

Fonte: Ministério da Saúde/SVS - Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM

1Estão suprimidos os casos com grupo de causa ignorados ou mal definidos.

(27)

1.3.2. Mortalidade por causas externas

De acordo com DAHLBERG e KRUG (2002), a cada ano, mais de uma milhão

de pessoas perdem suas vidas, e muitos mais sofrem de agravos não fatais, como

resultado de violência auto-inflingida, interpessoal ou coletiva. Além disso, a violência

é uma das principais causas de morte na população de 15 a 44 anos. Os fatores que

contribuem para a resposta violenta – quer seja fatores de atitude ou comportamento ou

relacionadas a condições econômicas, políticas e culturais – pode ser alterada. A

violência pode ser prevenida.

Neste contexto, CAMARANO (2002) relata que as mortes por causas externas

não tinham um papel importante no total dos óbitos da população idosa. Mas, há

indicações de que o peso relativo dessas tem aumentado. Isso em parte se dá pela

redução do peso dos óbitos por doenças do aparelho circulatório e, em parte, pela

melhoria das condições de saúde.

Embora a mortalidade por causas externas em idosos não seja de grande

relevância quando vista em proporção de todas as causas, o risco é muito elevado

quando comparado às outras faixas etárias. Na Tabela 1.1 podemos observar as taxas

segundo faixa etária, em anos selecionados de acordo com período de análise do

presente trabalho (1996 e 2003 – extremos – e 1998 e 2001, anos intermediários). Os

indivíduos com 60 anos ou mais apresentam a segunda maior taxa, perdendo apenas

(28)

Tabela 1.1. Número de óbitos e taxa de mortalidade por causas externas segundo faixa etária. Brasil, anos selecionados.

1996 1998 2001 2003 Faixa etária

nº taxa nº taxa nº taxa nº taxa

0 a 9 anos 6392 20,0 5562 16,8 4980 14,9 4872 15,0 10 a 19 anos 16265 47,6 16146 45,8 16571 46,3 16644 45,5 20 a 29 anos 31491 115,0 32367 114,6 33759 110,8 36611 116,3 30 a 39 anos 24327 104,5 23196 96,6 23405 91,1 23742 87,4 40 a 49 anos 15483 92,8 15099 87,9 16179 82,7 16735 78,3 50 a 59 anos 8914 83,2 8861 80,5 9357 73,8 10007 72,8 60 anos e mais 12987 104,7 13198 103,9 14500 98,5 15765 98,2

Total 115859 74,0 114429 70,9 118751 68,9 124376 69,5

Fonte: Ministério da Saúde/SVS - Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM

Entre a população idosa brasileira, os acidentes de transporte se destacam entre

as causas externas de mortalidade. Porém, a taxa de mortalidade caiu de 34,3 para

25,0/100.000 habitantes no período de 1996 a 2000. Após esse período a taxa de

mortalidade apresentou um leve aumento (28,7/100.000 hab. em 2003). Outros fatores

que se destacam são as mortes causadas pelas demais causas externas e as causadas por

quedas acidentais. Enquanto a primeira diminuiu cerca de 10% (de 40,6 para

37,7/100.000 hab.) no período de 1996 a 2003, a segunda, no mesmo período,

(29)

Figura 1.8 Taxa de mortalidade específica1 por causas externas, segundo tipo de causa e ano, na população com 60 anos ou mais.Brasil, 1996 a 2003.

Acidente de Transporte

Quedas

Homicídios

Suicídio Demais causas ext.

0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 45,0

Ano

Tax

a

(

n

º)

Acidente de Transporte 34,3 34,0 30,7 29,0 25,0 27,5 27,7 28,7

Quedas 12,5 13,7 17,2 15,9 14,0 17,0 16,6 20,1

Homicídios 10,1 10,0 10,0 10,7 9,6 10,1 10,5 11,3

Suicídio 7,1 7,8 8,1 7,2 6,9 7,3 7,0 7,0

Demais causas ext. 40,6 39,7 37,9 41,9 37,1 36,6 38,8 37,7

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003

Fonte: Ministério da Saúde/SVS - Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM

1Taxa de mortalidade específica: óbitos por 100.000 habitantes.

Na Figura 1.9 podemos observar a taxa de mortalidade por causas externas na

população idosa no Brasil segundo sexo. A razão entre os sexos foi de 5 vezes em todo

(30)

Figura 1.9. Taxa de mortalidade específica1 por causas externas, segundo sexo, na população com 60 anos ou mais. Brasil, 1996 a 2003.

Total Masculino

Feminino

0 20 40 60 80 100 120 140

Ano

Tax

a

(

n

º)

Masculino 126,42 126,36 122,99 121,25 119,06 120,57 122,94 121,31

Feminino 26,5 24,7 23,7 22,56 21,82 21,19 22,01 21,75

Total 75,77 74,83 72,66 71,23 69,68 70,11 71,68 70,73

Razão 4,8 5,1 5,2 5,4 5,5 5,7 5,6 5,6

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003

Fo nte: Ministério da Saúde/SVS - Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM

1Taxa de mortalidade específica: óbitos por 100.000 habitantes.

Em idosos brasileiros, as causas externas representaram entre 1980 a 1998, 3,5%

da mortalidade geral, posicionando no sexto lugar dentre as principais causas de morte

nessa faixa etária. Dentre essas causas, as que mais vitimaram os idosos nesse período

de 1980 a 1998 foram os acidentes de transporte, as quedas e os homicídios (MINAYO

2003; CARVALHO NETO 1996).

Percebe-se que as taxas de morte por causas externas entre os idosos de 1996 a

2003 podem ser comparáveis com a população de 20 a 25 anos, população essa

considerada de alto risco para as causas externas (Tabela 1.2). Esse dado corrobora a

importância deste estudo e mostra a dimensão do problema entre os indivíduos com 60

anos e mais, confirmando o que já foi encontrado por GAWRYSZEWSKI e col. (2004)

(31)

Tabela 1.2. Taxa de mortalidade específica por causas externas segundo faixa etária e sexo. Distrito Federal, anos selecionados.

1996 1998 2001 2003 Faixa etária

(anos) Masc Fem Masc Fem Masc Fem Masc Fem

0 a 9 45,83 34,48 27,72 24,09 23,12 22,73 33,57 11,47 10 a 14 41,25 18,31 30,29 11,56 30,77 7,18 23,7 11,43 15 a 19 166,72 24,79 205,87 24,32 187,31 22,42 159,97 25,16 20 a 24 252,69 41,75 228,34 40,45 244,49 19,86 231,22 20,07 25 a 29 225,7 29,51 190,54 16,97 167,93 18,34 183,51 13,08 30 a 39 209,86 25,23 192,45 22,06 149,48 15,22 157,07 23,99 40 a 49 173,31 38,07 141,17 25,89 137,07 12,77 133,33 25,75 50 a 59 167 43,51 147,16 36,06 152,55 20,97 137,86 28,63 60 e mais 264,93 134,71 187,58 86,44 188,69 80,26 211,2 88,41

Total 154,34 36,23 137,3 27,52 129,84 21,3 131,46 23,87 Fonte: Ministério da Saúde/SVS - Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM

Notas:

1. Nas tabulações por faixa etária ou sexo, estão suprimidos os casos com idade ou sexo ignorados, respectivamente.

(32)

OBJETIVO

Analisar os óbitos pelas principais categorias de causas externas em indivíduos

maiores de 60 anos (idosos) residentes no Distrito Federal, segundo algumas

características epidemiológicas, no período de 1996 a 2003, visando subsidiar a

elaboração de estratégias específicas de prevenção e controle de acidentes e violências

(33)

2. MATERIAL E MÉTODOS

2.1. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA ESTUDADA

O Distrito Federal (DF) é uma unidade administrativa, onde se localiza a capital do Brasil, Brasília. Apresenta uma densidade demográfica de 354,3 hab./km² e um crescimento demográfico (porcentagem ao ano) de 2,82 (IBGE 2000) Segundo a população total disponibilizada pela Rede Interagencial de Informações para a Saúde (Ripsa - disponível em www.datasus.gov.br/idb/ - Acesso em 23 set 06), a população urbana do Distrito Federal em 2004 era de 2.282.198 habitantes, dos quais 52,2% são mulheres e 47,8% são homens.

Ainda de acordo com a Ripsa, dos residentes no DF, 26,5% têm até 14 anos de idade e 67,7% concentram-se nos grupos entre 15 e 59 anos. A faixa da população com 60 anos e mais de idade acumula 7,4% da população.

A participação dos idosos no DF tem crescido de 1996 a 2004. O índice de envelhecimento - razão entre os componentes etários extremos da população, representados por idosos e jovens - do DF é um dos menores do Brasil, provavelmente por influência da imigração. Valores elevados desse índice indicam que a transição demográfica encontra-se em estágio avançado (OPAS 2002).

[K1] Comentário:

(34)

Figura 2.1. Número de pessoas idosas para cada 100 indivíduos jovens por ano (Índice de envelhecimento). Brasília, 1996, 2000, 2002-2004.

Brasília

0 5 10 15 20 25

Ano

P

rop

or

çã

o

(

%

)

Brasília 15,1 18,8 20,6 21,3 22

1996 2000 2002 2003 2004

Fonte: Censos Demográfico (1991 e 2000), Contagem Populacional (1996) e projeções e estimativas demográficas (2002-2004).

2.2. CONSIDERAÇÕES GERAIS

Os dados utilizados se referem ao contido nas Declarações de Óbito pertencentes ao Sistema de Informações de Mortalidade (SIM), da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde. Foram selecionados os óbitos codificados no Capítulo XX - Causas externas de morbidade e de mortalidade (códigos V01-Y98) da CID10 de indivíduos residentes no Distrito Federal.

De acordo com o (CBCD) Centro Colaborador da OMS para a Classificação de Doenças em Português (disponível em

<http://www.datasus.gov.br/cid10/webhelp/cid10.htm> Acesso em 23set06),

(35)

circunstâncias ambientais como a causa de lesões, envenenamento e outros efeitos adversos. Quando se utiliza um código deste capítulo, pretende-se que ele seja um código adicional a outro código pertencente a outro capítulo da Classificação que está indicando a natureza da lesão. Na maioria das vezes, a natureza da lesão está classificada no Capítulo XIX, Lesões, Envenenamento e Algumas Outras Conseqüências de Causas Externas (S00-T98).

Ainda de acordo com os mesmos autores, as causas de morte deveriam, de preferência, serem tabuladas segundo os códigos de ambos os capítulos - Capítulo XIX e Capítulo XX - mas, se somente um código for utilizado para a tabulação, então o código do capítulo de causas externas (Capítulo XX) deverá ser o preferido. Outras afecções que possam ser consideradas como devidas a causas externas são classificadas nos Capítulos I a XVIII. Nesses casos, o capítulo de causas externas deverá ser utilizado para dar informação adicional somente em casos de análises por causas múltiplas.

As categorias referentes as seqüelas de causas externas de morbidade e de mortalidade estão incluídas no agrupamento Y85-Y89.

Este capítulo contém os seguintes agrupamentos (e respectivos códigos):

• Acidentes (V01-X59)

• Lesões autoprovocadas intencionalmente (X60-X84) • Agressões (X85-Y09 )

• Eventos (fatos) cuja intenção é indeterminada (Y10-Y34) • Intervenções legais e operações de guerra (Y35-Y36)

(36)

• Seqüelas de causas externas de morbidade e de mortalidade

(Y85-Y89)

• Fatores suplementares relacionados com as causas de

morbidade e de mortalidade classificados em outra parte (Y90-Y98)

2.3. DESENHO DO ESTUDO

A investigação se configura como um estudo descritivo.

2.4. PERÍODO DE REFERÊNCIA

(37)

2.5. VARIÁVEIS

Os óbitos foram analisados segundo sexo, idade e tipo de causas externas (V01 a Y98), sendo apresentados de acordo com a CID 10, agrupando-as em:

• acidentes de transporte terrestre (V01 a V89); • quedas (W00-W19);

• homicídios - correspondente à agressões (X85 a Y09);

• suicídios - correspondente à lesões autoprovocadas

intencionalmente (X60-X84);

• demais mortes foram englobadas no grupo dos “Demais causas

externas” (Y10 a Y34, V90-V99, W20-X59, Y35-Y98).

Os acidentes de transporte terrestre, por sua vez, também foram subdivididos em:

• pedestre traumatizado em um acidente de transporte (V01- V09);

(38)

2.6. FONTE DE DADOS

A primeira fonte de dados é o Sistema de Informações de Mortalidade (SIM), com as informações provenientes das Declarações de Óbito. Os dados coletadas estão disponíveis sob a forma de números absolutos e a partir deles foram calculados os percentuais e os taxas (coeficientes) de mortalidade. Algumas taxas de mortalidade e dados populacionais foram obtidos no sítio eletrônico dos Indicadores e Dados Básicos para a Saúde, da Rede Interagencial de Informações para a Saúde (Rispa – disponível em

www.datasus.gov.br/idb/ Acesso em 23 set 06).

2.7. EXPRESSÃO DOS RESULTADOS

Foram utilizados os números absolutos, a mortalidade proporcional e as taxas (coeficientes) de mortalidade por causas externas.

2.8. DEFINIÇÕES E APRESENTAÇÃO DE COEFICIENTES E

OUTRAS MEDIDAS

2.8.1. Definição de termos e variáveis

(39)

(disponível em <http://www.datasus.gov.br/cid10/webhelp/cid10.htm> Acesso em 23 set 06)

Idoso – Utilizando como critério a classificação de idoso com um

parâmetro cronológico, o limite de idade entre o indivíduo adulto e o idoso é de 65 anos para as nações desenvolvidas e 60 anos para os países em desenvolvimento.

População residente – número total de pessoas residentes em

determinado espaço geográfico, no ano considerado.

Mortalidade proporcional – distribuição percentual de óbitos na

população residente em determinado espaço geográfico, no ano considerado.

Taxa de mortalidade por causas externas – número de óbitos

por causas externas (acidentes e violências) (códigos V01 a Y98 da CID-10), por 100 mil habitantes, na população residente em determinado espaço geográfico, no ano considerado.

Causas externas – constituem uma categoria estabelecida pela

Organização Mundial da Saúde (OMS) para se referir às resultantes das agressões e dos acidentes, traumas e lesões.

Acidentes de transporte – é todo acidente que envolve um

veículo destinado, ou usado no momento do acidente, principalmente para o transporte de pessoas ou de mercadorias de um lugar para o outro.

Acidente de Trânsito – é todo acidente com veículo ocorrido na

(40)

local, exceto nos casos de acidentes envolvendo somente veículos especiais a motor que, salvo menção em contrário, não são classificados como acidentes de trânsito.

Pedestre – é toda pessoa envolvida em um acidente mas que no

momento em que o mesmo ocorreu não estava viajando no interior ou sobre um veículo a motor, trem em via férrea, bonde, veículo de tração animal ou outro veículo, ou sobre bicicleta ou animal.

Óbito por acidentes de trânsito – falecimento ocorrido no

momento ou após o acidente estando a ele diretamente vinculado ou sendo resultado de seus efeitos secundários ou seqüelas.

Residência – endereço habitual do falecido.

Causas de morte: As causas de morte, a serem registradas no

atestado médico de morte, são todas aquelas doenças, estados mórbidos ou lesões que produziram a morte, ou que contribuíram para ela, e as circunstâncias do acidente ou da violência que produziu essas lesões.

Causa básica de morte – doença ou lesão que iniciou a

sucessão de eventos mórbidos que levaram diretamente à morte, ou as circunstâncias do acidente ou violência que produziram a lesão fatal.

2.8.2. Taxas e outras medidas empregadas

(41)

= Nº de óbitos por determinada causa, no período X 100.000 População na metade do período

II. Taxa de mortalidade por idade:

= Nº de óbitos no grupo etário, no período X 100.000 População do mesmo grupo etário, na metade do período

III. Taxa de mortalidade por sexo:

= Nº de óbitos de um dado sexo, no período X 100.000 População do mesmo sexo, na metade do período

IV. Mortalidade proporcional por causa:

(42)

3. RESULTADOS

A taxa de mortalidade média por causas externas para o Distrito Federal foi de

80,3/100 mil em todo o período estudado. Duas faixas etárias apresentaram maior

incidência no DF: 20 a 24 anos e 60 anos ou mais (Tabela 3.1). Existe ainda uma grande

concentração de óbitos na faixa etária de 25 a 29 anos, com tendência decrescente até a

faixa dos idosos. Observa-se, então, nesta última faixa etária, que seu valor é quase o

dobro de todas as outras taxas, expressando a vulnerabilidade deste grupo.

Tabela 3.1. Taxa de mortalidade específica por causas externas, segundo faixa etária e ano, na população total. Distrito Federal, 1996-20031,2.

Faixa etária 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 Total

0 a 9 anos 40,22 29,82 25,93 27,9 24,72 22,93 26,11 22,66 27,35 10 a 14 anos 29,7 21,87 20,86 18,47 26,75 18,98 18,18 17,59 21,51 15 a 19 anos 91,72 99,02 109,93 97,38 98,96 101,12 79,16 90,25 95,78 20 a 24 anos 141,53 118,44 129,32 129,05 112,45 126,27 121,91 120,1 124,5 25 a 29 anos 122,51 107,62 99,25 99,47 98,64 89,23 95,26 94,17 100,27 30 a 39 anos 111,43 103,13 101,3 100,51 93,14 78,08 69,88 86,57 91,94 40 a 49 anos 101,54 97,56 79,99 84,33 78,27 70,1 69,1 74,93 81,04 50 a 59 anos 103,13 96,47 89,7 78,91 77,94 82,2 64,15 78,78 82,81 60 anos e mais 193,06 178,08 131,76 145,29 124,96 128,44 140,54 142,63 145,99

Total 92,94 84,08 80,18 79,15 76,35 73,23 70,21 75,3 78,53 Fonte: Ministério da Saúde/SVS - Sistema de Informações sobre Mortalidade – SIM

1Estão suprimidos os casos com idade ignorada.

2Taxa de mortalidade específica: óbitos por 100.000 habitantes.

Analisando a mortalidade segundo sexo e ano, observou-se que houve uma

tendência de diminuição dos óbitos, em ambos os sexos, de 1996 a 2002, destacando-se

o ano de 1996 (Tabela 3.2). O sexo feminino apresentou queda mais acentuada em todo

(43)

Tabela 3.2. Diferença (em %) entre as taxas de mortalidade do ano anterior, segundo sexo e ano, na população total. Distrito Federal, 1996-2003.

Masculino Feminino Total Ano

Nº Diferença (%) Nº Diferença (%) Nº Diferença (%) 1996 158,7 - 36,7 - 95,2 - 1997 147,7 - 6,9 28,9 - 21,4 85,9 - 9,8

1998 141,6 - 4,2 27,9 - 3,4 82,4 - 4,0 1999 137,7 - 2,7 27,3 - 2,0 80,3 - 2,6 2000 136,9 - 0,6 23,1 - 15,5 77,5 - 3,4

2001 133,0 - 2,8 21,5 - 7,0 74,9 - 3,4 2002 123,5 - 7,1 24,9 +15,8 72,0 - 3,8 2003 134,8 + 9,1 24,4 - 2,0 77,1 + 7,1 Total 138,67 - 15,2 26,59 - 35,5 80,27 - 19,9 Fonte: Ministério da Saúde/SVS - Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM

O sexo masculino apresentou taxa média de 138,7/100 mil e 26,6/100 mil para o

feminino. Na Figura 3.1. podemos observar a variação das taxas em cada ano e a razão

entre os coeficientes masculino e feminino, cuja razão média foi de 5,2.

Figura 3.1. Taxa de mortalidade específica por causas externas, segundo sexo e ano, na população total. Distrito Federal, 1996-20031,2.

Masculino Feminino Total 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 Ano Ta x a (n º)

Masculino 158,71 147,72 141,56 137,69 136,85 133,03 123,52 134,75

Feminino 36,71 28,87 27,88 27,32 23,09 21,48 24,88 24,38

Total 95,23 85,88 82,41 80,26 77,52 74,85 72,04 77,14

Razão 4,3 5,1 5,1 5,0 5,9 6,2 5,0 5,5

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003

Fonte: Ministério da Saúde/SVS - Sistema de Informações sobre Mortalidade – SIM 1Estão suprimidos os casos com sexo ignorado.

2

(44)

Tabela 3.3. Taxa de mortalidade específica por causas externas segundo faixa etária e sexo na população total. Distrito Federal, 1996, 1999 e 20031,2.

Faixa etária 1996 1999 2003

(anos) Masc Fem Total Masc Fem Total Masc Fem Total 0 a 9 45,8 34,5 40,2 34,2 20,9 27,6 33,6 11,5 22,7 10 a 14 41,3 18,3 29,7 27,7 9,4 18,5 23,7 11,4 17,6 15 a 19 166,7 24,8 91,7 178,1 25,4 97,4 160,0 25,2 90,3 20 a 24 252,7 41,8 141,5 243,5 26,3 129,1 231,2 20,1 120,1 25 a 29 225,7 29,5 122,5 183,9 23,4 99,5 183,5 13,1 94,2 30 a 39 209,9 25,2 111,1 182,4 29,3 100,5 157,1 24,0 86,6 40 a 49 173,3 38,1 101,5 154,2 22,6 84,3 133,3 25,8 74,9 50 a 59 167,0 43,5 103,1 118,5 41,9 78,9 137,9 28,6 78,8 60 e mais 264,9 134,7 193,1 215,3 88,4 145,3 211,2 88,4 142,6 Total 154,3 36,2 92,9 135,4 27,2 79,1 131,5 23,9 75,3

Fonte: Ministério da Saúde/SVS - Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM Notas:

1

Nas tabulações por faixa etária ou sexo, estão suprimidos os casos com idade ou sexo ignorados, respectivamente.

2

Taxa de mortalidade específica: óbitos por 100.000 habitantes.

Figura 3.2. Taxa de mortalidade específica por causas externas, segundo sexo e ano, na população de 60 anos ou mais. Distrito Federal, 1996-20031,2.

Total Masculino Feminino 0 50 100 150 200 250 300 Ano Ta x a (n º)

Masculino 264,93 251,97 187,58 215,34 188,85 188,69 203,47 211,2

Feminino 134,71 115,99 86,44 88,42 73,86 80,26 90,74 88,41

Total 193,06 176,92 131,76 145,29 124,96 128,44 140,54 142,63

Razão 2,0 2,2 2,2 2,4 2,6 2,4 2,2 2,4

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003

Fonte: Ministério da Saúde/SVS - Sistema de Informações sobre Mortalidade – SIM 1Estão suprimidos os casos com sexo ignorado.

2

Taxa de mortalidade específica: óbitos por 100.000 habitantes.

(45)

No tocante aos idosos, a taxa de mortalidade específica por causas externas

apresentou média de 145,9/100 mil no Distrito Federal. Da mesma forma que na

população geral, o sexo masculino apresentou valor médio elevado (211,7) quando

comparado com o feminino (93,1), numa razão de 2,3.

Houve uma queda considerável da taxa de mortalidade entre 1996 a 1998 em

ambos os sexos, com um ligeiro aumento nos anos seguintes. O ano de 1998 apresentou

as menores taxas, com um pico em 1999. Para o sexo masculino houve uma elevação

em 2003 e o feminino apresentou uma queda acentuada de 1996 para 1997, oscilando

entre 125 e 143 até o final do período.

Figura 3.3. Taxa de mortalidade específica por causas externas, segundo os tipos de causas, na população com 60 ou mais anos. Distrito Federal, 1996-20031.

0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 80,0 90,0 Ano Ta x a (n º)

Acidentes de transporte 81,5 61,7 47,7 51,0 44,7 46,4 50,7 52,5

Quedas 46,8 44,2 37,5 37,7 40,1 41,9 53,1 47,0

Suicidios 3,6 10,5 6,8 5,5 6,4 0,0 4,1 7,8

Homicidios 22,8 17,5 15,9 20,0 14,6 13,4 13,1 16,5

Demais causas ext. 38,4 44,2 23,9 31,1 19,2 26,8 19,6 18,8

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003

Fonte: Ministério da Saúde/SVS - Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM

1

Taxa de mortalidade específica: óbitos por 100.000 habitantes.

Dentre os principais tipos de causa externa, os acidentes de transporte são os que

mais vitimaram a população de idosos do Distrito Federal. Semelhante à população

(46)

acidentes. Em 2002 o número de mortes devido às quedas acidentais ultrapassou o

número de mortes por acidentes de transporte.

Figura 3.4. Taxa de mortalidade específica por causas externas, segundo tipo de causa, na população entre 60 e 69 anos. Distrito Federal, 1996 a 20031.

0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 80,0 90,0 Ano Tax a (n º)

Acidentes de transporte 78,0 52,3 36,9 37,8 42,0 38,2 43,0 45,1

Quedas 11,1 19,8 21,1 13,7 5,8 15,6 23,5 18,8

Suicidios 3,7 7,2 7,0 6,9 4,3 0,0 2,6 5,0

Homicidios 24,1 18,0 15,8 17,2 14,5 12,7 15,6 21,3

Demais causas ext. 14,9 23,4 14,1 15,5 13,0 18,4 16,9 8,8

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003

Fonte: Ministério da Saúde/SVS - Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM

1

Taxa de mortalidade específica: óbitos por 100.000 habitantes.

Na faixa etária de 60 a 69 anos, os acidentes de transporte lideram o ranking de

taxa de mortalidade média entre as todas as causas externas deste período (45,9/100 mil

hab), seguidos pelos homicídios (17,3), quedas (16,3) e suicídios (4,4). A taxa média

geral por causas externas foi de 99,3/100 mil hab.

Seguindo a tendência geral, houve queda significativa dos acidentes no período

de 1996 a 1998. Após esse período a taxa de mortalidade ficou estável, com um

aumento a partir do ano de 2002.

As quedas acidentais apresentaram picos nos anos de 1998 e 2002, com uma

acentuada queda no ano de 2000. Os homicídios, por sua vez, apresentaram diminuição

de 1996 a 2003, com picos em 1999 e 2003. Além disso, os suicídios apresentaram pico

(47)

Figura 3.5. Taxa de mortalidade específica por causas externas, segundo tipo de causa, na população com 70 anos ou mais. Distrito Federal, 1996 a 20031.

0,0 20,0 40,0 60,0 80,0 100,0 120,0

Ano

Tax

a

(n

º)

Acidentes de transporte 88,0 78,9 67,3 75,1 49,3 60,3 63,5 64,9

Quedas 111,7 88,7 67,3 81,4 98,7 86,8 102,9 94,2

Suicidios 3,4 16,4 6,4 3,1 9,9 0,0 6,6 12,6

Homicidios 20,3 16,4 16,0 25,0 14,8 14,5 8,8 8,4

Demais causas ext. 81,2 82,2 41,7 59,5 29,6 41,0 24,1 35,6

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003

Fonte: Ministério da Saúde/SVS - Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM

1

Taxa de mortalidade específica: óbitos por 100.000 habitantes.

Entre a população com 70 anos ou mais residentes no Distrito Federal, as quedas

acidentais (média de 92,1/100 mil hab.) foi o principal tipo de causa de morte dentre as

estudadas, mantendo-se elevadas em todo o período. Os acidentes de transporte,

segunda maior causa, apresentaram uma taxa de mortalidade alta no período (67,0),

porém com tendência decrescente.

Os homicídios apresentaram a terceira maior média (14,7) e redução de 59%

quando considerado todo o período. Os suicídios estiveram em quarto lugar (7,4) dentre

os principais tipos, apresentando picos em 1997 e 2003. As demais causas externas

apresentaram média de 46,2/100 mil hab e uma alta taxa em 1996, com uma queda

brusca em 1998 e decrescendo até 2003.

(48)

hab.). As figuras 3.6 e 3.7 comparam os 2 principais tipos de causas (acidentes de

(49)

Figura 3.6. Taxa de mortalidade específica por acidentes de transporte, segundo faixa etária, na população com 60 anos ou mais. Distrito Federal, 1996 a 20031,2.

70 e mais

60 a 69

0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 80,0 90,0 100,0 Ano Tax a ( n º)

70 e mais 88,0 78,9 67,3 75,1 49,3 60,3 63,5 64,9

60 a 69 78,0 52,3 36,9 37,8 42,0 38,2 43,0 45,1

Razão 1,1 1,5 1,8 2,0 1,2 1,6 1,5 1,4

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003

Fonte: Ministério da Saúde/SVS - Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM

1

Estão suprimidos os casos com idade ignorada.

2

Taxa de mortalidade específica: óbitos por 100.000 habitantes.

Os acidentes de transporte foram mais incidentes na faixa etária de 70 ou mais

do que na de 60 a 69 anos, numa razão média de 1,5 (Figura 3.6). No período analisado

houve uma tendência decrescente para ambas as faixas, com diminuição de 26,3% na

faixa de 70 anos ou mais e de 42,2% para a de 60 a 69 anos. A exceção ocorreu nos

anos 1999 e 2000, apresentando um pico e queda abrupta na faixa etária dos 70 anos e

mais e um ligeiro aumento na faixa de 60 a 69 anos.

Tendência diferente foi observada para as quedas, no mesmo período. Houve

uma queda de apenas 15,7% na faixa de 70 anos e mais e um expressivo aumento de

68,7% na faixa de 60 a 69 anos (Figura 3.7), de 1996 a 2003. A razão entre as faixas

(50)

Figura 3.7. Taxa de mortalidade por quedas acidentais, segundo faixa etária, na população com 60 anos ou mais. Distrito Federal, 1996 a 20031,2.

70 e mais

60 a 69

0,0 20,0 40,0 60,0 80,0 100,0 120,0 Ano Tax a ( n º)

70 e mais 111,7 88,7 67,3 81,4 98,7 86,8 102,9 94,2

60 a 69 11,1 19,8 21,1 13,7 5,8 15,6 23,5 18,8

Razão 10,0 4,5 3,2 5,9 17,0 5,6 4,4 5,0

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003

Fonte: Ministério da Saúde/SVS - Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM 1Estão suprimidos os casos com idade ignorada.

2

Taxa de mortalidade específica: óbitos por 100.000 habitantes.

Figura 3.8. Taxa de mortalidade específica por acidentes de transporte, segundo sexo, na população de 60 ou mais anos. Distrito Federal, 1996 a 20031,2.

0 10 20 30 40 50 60 Ano Tax a (n º)

Masculino 52,76 51,79 47,3 46,01 40,48 45,35 43,16 44,2

Feminino 19,07 19,22 16,95 15,75 13,1 13,65 13,58 13,66

Total 34,44 34,08 30,79 29,55 25,41 27,9 26,8 27,29

Razão 2,8 2,7 2,8 2,9 3,1 3,3 3,2 3,2

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003

Fonte: Ministério da Saúde/SVS - Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM

1

Estão suprimidos os casos com sexo ignorado.

2

(51)

As pessoas idosas do sexo masculino apresentam elevada sobre-mortalidade por

acidentes de transporte em relação ao sexo feminino. Em 2003 a taxa de mortalidade

das pessoas idosas do sexo masculino foi mais que o dobro da taxa de mortalidade das

pessoas idosas do sexo feminino (Figura 3.8).

Figura 3.9. Taxa de mortalidade específica por acidente de transporte, segundo o tipo do acidente, na população de 60 anos ou mais. Distrito federal, 1996 a 20031.

0,0 20,0 40,0 60,0 80,0 100,0 120,0 140,0

Ano

Tax

a

(n

º)

Pedestre 45,6 39,6 30,7 28,8 27,4 27,7 26,1 27,4

Ocupante de automóvel 22,8 16,3 10,2 13,3 11,9 12,5 18,8 18,0

Outros 124,7 122,2 90,9 103,1 85,7 88,3 95,6 97,2

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003

Fonte: Ministério da Saúde/SVS - Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM

1

Taxa de mortalidade específica: óbitos por 100.000 habitantes.

Analisando os acidentes de transporte, a mortalidade por acidentes com

pedestres é muito elevada. Em todo o período houve uma tendência de queda, com o

pico em 1996, numa redução de quase 50% até 2003. Os pedestres são responsáveis

pela maioria das mortes por acidentes de transporte entre os idosos.

O número de mortes dos ocupantes de automóvel caiu até 1998 (de 22,8 para

10,2/100.000 hab.). Após esse ano houve um aumento, com um pico em 1999 e

(52)

Figura 3.10. Taxa de mortalidade específica por quedas acidentais, segundo sexo, na população com 60 anos ou mais. Distrito Federal, 1996 a 20031,2.

0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0

Ano

Ta

xa (

n

º)

Masculino 48,2 62,3 35,5 59,4 45,2 46,2 62,9 55,0

Feminino 45,6 29,5 39,1 20,1 36,1 38,5 45,4 40,7

Total 46,8 44,2 37,5 37,7 40,1 41,9 53,1 47,0

Razão 1,1 2,1 0,9 3,0 1,3 1,2 1,4 1,4

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003

Fonte: Ministério da Saúde/SVS - Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM

1Estão suprimidos os casos com sexo ignorado.

2Taxa de mortalidade específica: óbitos por 100.000 habitantes.

No tocante às quedas acidentais, a taxa de mortalidade entre os idosos do sexo

masculino é sempre maior, com diminuição da razão nos anos de 1996 e 1998. Deve ser

ressaltado que, em 1998, a mortalidade entre as mulheres por quedas acidentais

(39,1/100.000) supera a dos homens (35,5/100.000), que neste ano apresentaram a

menor taxa do período estudado.

Em 1999, a taxa de mortalidade masculina aumentou ligeiramente

(59,4/100.000) e a taxa de mortalidade entre as mulheres caiu bruscamente

(20,1/100.000), ocasionando a maior diferença no período. A partir de 2000, as taxas de

mortalidade voltam a estar próximas, porém com a taxa de mortalidade entre os idosos

(53)

4. DISCUSSÃO

4.1. PRINCIPAIS ACHADOS

Durante todo o período considerado verificou-se que, apesar das causas externas não apresentarem, entre os idosos, números absolutos tão elevados quanto outras causas básicas, elas têm grande relevância nas suas taxas, seja dentro do Distrito Federal ou quando comparadas com as estatísticas brasileiras ou mundiais.

Os resultados obtidos também indicam que há, em todos os anos investigados, uma sobre-mortalidade masculina e aumento progressivo das taxas de mortalidade (e da razão entre os sexos) com a evolução da idade. Além disso, a taxa de mortalidade devida às causas externas entre os idosos do sexo masculino aumenta em relação ao total de idosos. Entretanto, ao final do período, pode-se observar uma diminuição da taxa de mortalidade por causas externas.

Dentre os tipos de causas externas, as que mais chamam a atenção são os acidentes de transportes e as quedas, nas quais o sexo masculino exibe taxas mais elevadas em praticamente todas as faixas etárias e todos os anos considerados. E como tipo de acidente de transporte terrestre, os pedestres sobressaem aos ocupantes de automóvel e outros acidentes em todos os anos.

(54)

4.2. QUALIDADE DOS DADOS

O tema “qualidade dos dados” foi abordado na seção 1.2. Em síntese, como principais aspectos positivos tem-se que a cobertura do SIM do Distrito Federal é alta (99%) e é baixa a taxa de mortalidade por causas mal definidas na população de 60 anos de idade ou mais (4,5%). Há, no entanto, questionamentos quanto à confiabilidade das causas de morte nas estatísticas brasileiras e o Distrito Federal não é exceção. Mas o exato nível da confiabilidade dessa informação é desconhecido. De maneira geral, as informações sobre óbitos no Distrito Federal apresentam melhor qualidade quando comparadas ao resto do Brasil pelos seguintes fatores: a) elevada concentração urbana da população (95%); b) considerável extensão da rede pública de serviços médicos e; c) concentração dos registros em dez cartórios de Registro Civil situados nas principais localidades (VASCONCELOS 1994).

(55)

4.3. COMPARAÇÕES

Em todo o mundo, os componentes não intencionais (Acidentes de transporte e Quedas) das causas externas contribuíram com mais de 3,5 milhões de mortes em 2001, ou cerca de 6 por cento de todas as mortes por causas externas. Mais de 90 por cento das mortes não intencionais ocorreram em países de baixo ou médio desenvolvimento (PBMD), representando cerca de 7 por cento de todas as mortes nestes países (NORTON e col. 2006).

Ainda de acordo com estes autores, o sexo masculino representou quase dois terços de todas as mortes atribuídas aos componentes não intencionais das causas externas em PBMD em 2001, com taxas maiores entre os homens que nas mulheres, o que concorda com este estudo. Os acidentes de transporte contribuíram com a maior parte dos óbitos por componentes não intencionais nos PBMD em 2001, ou cerca de 34% de todas causas externas. A faixa etária de 70 a 79 apresentou a maior proporção de agravos por quedas acidentais, concordando com o encontrado neste estudo.

(56)

Tabela 4.1. Taxa global estimada de mortalidade por causas externas segundo tipo de causa, faixa etária e sexo, 2002.

Masculino Feminino Tipos de causas

externas Total 60-69 70-79 80+ Total 60-69 70-79 80+ Total Acidentes de transporte 57,04 119,69 165,42 344,99 73,68 60,37 106,05 260,65 40,19

Quedas 5,63 16,51 11,89 13,91 7,19 12,86 9,27 11,81 4,05 Suicídios 25,99 52,63 60,45 92,36 36,94 22,77 30,41 36,34 14,90 Violência 14,03 35,18 45,38 66,06 17,44 16,25 23,62 29,71 10,58

Fonte: Organização Mundial de Saúde - Global Burden of Disease Estimates, 2002. Disponível em http://www.who.int/evidence/bod/ [Acesso em 20set06]

Quando os dados são comparados com o Brasil, o Distrito Federal apresenta altos coeficientes, justamente pela qualidade diferenciada das informações no Brasil.

Tabela 4.2. Taxa de mortalidade específica por causas externas segundo tipo de causa e ano. Brasil e Distrito Federal, 1996-2003.

1996 1997 1998 1999 Ano

Brasil DF Brasil DF Brasil DF Brasil DF Total 75,86 95,3 74,89 86 72,74 82,4 71,3 80,3 Acidente de transporte 22,63 37,3 22,4 30,3 19,18 26,6 18,37 26,8 Homicídios 24,78 33,8 25,39 32,7 25,94 32,9 26,2 33,5 Suicídios 4,29 6,48 4,34 6,18 4,32 4,58 3,98 3,86 Demais causas ext. 24,15 17,8 22,77 16,8 23,3 18,4 22,75 16,2

2000 2001 2002 2003 Ano

Brasil DF Brasil DF Brasil DF Brasil DF Total 69,73 77,81 70,16 74,85 71,74 72,04 70,76 77,23 Acidente de transporte 17,46 25,5 18 23,41 18,87 23,95 18,78 26,35

Homicídios 26,76 33,49 27,86 33,04 28,24 29,41 28,79 33,26 Suicídios 3,99 4,19 4,49 3,77 4,38 4,13 4,39 3,85 Demais causas ext. 21,52 14,62 19,81 14,64 20,25 14,55 18,79 13,76

Fonte: Ministério da Saúde/SVS - Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM Notas:

1. Nas tabulações por faixa etária ou sexo, estão suprimidos os casos com idade ou sexo ignorados, respectivamente.

2. Taxa de mortalidade específica: óbitos por 100.000 habitantes.

(57)

entre 1980 e 1994 houve um aumento no número de óbitos por causas externas de 95,4%.

BOCCUCCI e col. (1998) também afirmam que os óbitos entre os indivíduos maiores de 60 anos cresceram 18,9 pontos percentuais entre os anos de 1979 a 1996, o que passou a representar 40% das mortes no Distrito Federal em 1996. Esses dados ainda mostram um aumento das mortes por causas externas no Distrito Federal nesse período.

Entre os idosos as causas externas têm um peso maior no sexo masculino e isso é observado em todos os estudos analisados. MELLO JORGE e col. (1997), analisando a mortalidade por causas externas, observa uma elevação nos números absolutos. Eles identificaram que, no período de 1977 a 1994, esses números quase dobraram e o maior crescimento nos coeficientes se deu nos óbitos do sexo masculino.

(58)

Figura 4.1. Taxa de mortalidade específica por causas externas na população com 60 anos ou mais. Distrito Federal, São Paulo e Porto Alegre, 1996-2003.

Fonte: Ministério da Saúde/SVS - Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM

Em 2003, registrou-se 33.182 casos de morte por acidentes de transporte no Brasil, sendo que 81,2% eram do sexo masculino e 18,8% do sexo feminino. Nos indivíduos de 60-69 anos a mortalidade proporcional foi de 6,8%, 70-79 - 4,5% e nos idosos com 80 anos e mais foi de 1,8% (MINISTÉRIO DA SAÚDE 2005).

Os acidentes de transporte são considerados como a causa violenta mais significativa de morte entre os indivíduos com mais de 60 anos no Distrito Federal. Entretanto, houve uma diminuição de cerca de 45% de 1996 a 2003 na população de estudo.

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reduziu a sua taxa de mortalidade por acidentes de transporte (por 100 mil hab.) de 11 em 1995 para 9,5 em 1996 e para 6,5 em 1997, com novo e substancial decréscimo em 1998.

Além disso, em 1998, os acidentes de transporte decresceram consideravelmente, o que pode ser explicado pela promulgação do novo Código Brasileiro de Trânsito. A implementação desse código teve um impacto significativo na redução dos níveis de mortalidade ainda no primeiro ano de vigência (VASCONCELOS e LIMA 1998).

No tocante aos suicídios, os coeficientes de mortalidade por essas causas no Brasil no ano 2000 foram de 6,9/100 mil hab., sendo a taxa masculina igual a 12,5 e a feminina, 2,3. A Organização Mundial da Saúde (OMS 2002) refere que o suicídio é a maior causa de morte violenta no mundo. As taxas de suicídio na população idosa na Europa nesse mesmo ano mostram uma taxa de 51,3 por 100.000 para os homens e 15,7 por 100.000 para as mulheres.

Os homicídios também têm tido importância ímpar, pois lideram a mortalidade quando considerados entre todas as faixas etárias no Brasil. GAWRYSZEWSKI e col. (2004) apontam que a sobremortalidade masculina neste tipo de causa externa no ano 2000 foi maior que a encontrada entre os outros tipos, o que concorda com este estudo.

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Figura 1.1. Percentual da população segundo faixa etária e ano. Brasil,                    1996-2003
Figura 1.3. Distribuição da população residente com 60 anos ou mais                     segundo sexo
Figura 1.4. Distribuição (%) da população com 60 anos ou mais segundo                     faixa etária e ano
Figura 1.5. Mortalidade proporcional 1  por causas mal definidas na                    população com 60 anos ou mais
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Referências

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