• Nenhum resultado encontrado

Mythologia : cosmogonia, identificação das divindades gregas e romanas, emblema dos deoses

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2023

Share "Mythologia : cosmogonia, identificação das divindades gregas e romanas, emblema dos deoses"

Copied!
48
0
0

Texto

(1)

...

.:.r:,:.

.;

~

..

íe- .:.• .-h.:.~; •.•,..:~:.•. :.

~.O

'0

OO O'.O~' O,O

,:.'; Or : :.: o.~,:.C;O\{;~::!:!n:~

.'

,-

.'.:

(2)
(3)
(4)
(5)

MYTHOLOGIA

COSMOGONIA

IDENTIFICAÇÃO DAS DIVINDADES GREGAS E ROMANAS

EMBLEMAS DOS DEOSES

Lições do Professor Francisco 19nacio Marcondes Homem de Mello

RIO DE JANEIRO

I~P:a.EN"S.A. N".A.CXON".A.L 1896

(6)

~kQ~~~

t{.•••.•..•....••

'-"~-~b

IJJ~ A/' ~

(7)

ESCOLA NACIONAL DE BELLAS ARTES

MYTHOLOGIA

COSMOGONIA

IDENTIFICAÇÃO DAS DIVINDADES GREGAS E ROMANAS

EMBLEMAS DOS DEOSES

Lições do Professor Francisco 19nacio Marcondes Homem de Mello

••••••

ruo

Di!; JANEIRO

t~:i?RENS.A. N.A.CION AL 1896

(8)

·

"

...

(9)

ESCOLA NACIONAL DE BELLAS ARTES

ANNO LECTIVO DE 1896

Programma da Aula de Mythologia

ápprovado pelo Conselho escolar em Sessão de 29 de Ma.io de 1896

A Mythologia. A Fabula. O Myl.ho. O Symbolo. Allegoria.

Anthropomorphismo. Theogonia. Hesiodo. Homero. Ovidio,

Apollo Diana Vulcano Minerva Marte Venus Mercurio Vesta

As Divindades do Céo.

As Divindades da Terra.

As Divindades do Mar e das As Divindades do Inferno.

Os Heroes e Serni-Deoses . Indentificação das Divindades Jupiter

Juno Neptuno Ceres

Os Deoses do Oly~po

Seus attributos. Sua representação na arte antiga e moderna.

Águas.

Gregas e das Divindades Ho- manas.

As Divindades Italicas.

Os templos e os altares do culto dos Deoses.

Os respectivos estylos de architectura , A Mythologia na Arte antiga e moderna.

Escola Nacional de Bellas Artes, 20 de Abril de 1896.

O PROFESSOR

(10)

Alumnos da Aula de Mythologla

J ulieta França.

Corina Torres.

Renato de Castro.

Theodoro Braga.

Manoel Campello.

Jose Octavio C. Lima.

Alfredo K wakowski.

Pedro Coutinho.

José de Moraes Silva Junior.

Aluizio Carlos d' Almeida Stahlembrecher .

~. w.

. -

..".e

(11)

OBRAS CLASSICAS

MYTHOLOGIA

I

OMHPOT:

I A I A ~ OÂr.l:~EIA.l:

H~IOAOT:

0EOl'ONIA

A~lll.l: HPAKAEOr~

EPl'A KAI HMEPAI

AIIOi\i\S1NIOT TOT POAIOrr APrONATTIKS1N

IIINAAPOT:

OA rMllIONIKAI llr0IONIKAI

I.l:0MIONIKAI NEMEONIKAI

Ode IX. Deucalion ePyrrha.

Ode IV. OsArgonautas.

Ode V. Feitos deHercules.

Ode VII. Culto deIlithya.

Ior.pOlt).·~ ç

l

AtaxuÀoç Tragedias.

Eupt7tta7]ç

Apuleius. Metamorphoses. Livro IV. Psyche ,

/

(12)

T11'[ LUCRE1'Il CAIU: De Herum Nuturô.

:\1. T. CICERO: Do Natura De rum. - De Fato.

OVIDIO: lIeroides. Metarnorphoses .

.\ edicão das Xleturn rphoses, de .vmsterdam 1I3~, rccd itadn na Collec-cão .vrmnnrl ~ill'e,tre, I'm 1801.contém 8J gl·:tl·uras dos gl'ancle~mestr-es do 18' scru lo. toda" sobre assumptos mythologicos,

dando-Ihes Iclizjntcrpretacâo . '. ,

CLAUDIANUS: De Ruptu Proserpluui. Gigantomachla .

CRITICA i\lODER~A

J. J. Winckelmann (btlilíothecario eloVaücauo). Ilistoire ele l'art chez les ancíens, 1764, 2 ,"01.in. 4u trad. eu Iran-

çais par Sellius e Robinet .

C. A. DK\IOUSTIER~: Lettres a Emilic sur Ia :\Iythologie.

Paris, 1786- 17:J8. Trata o 3S8um pto sob 1'6rma hurnoristíca.

Segunda edição com estampas. Paris, 1841.

DR. FRED. CREUZER: Symbolik und :\Iythologie der alten Vcelker, besonders der Gricclten. neue Aufl. mito ciner Kupfer sammlung , Leipzlg. '180.- 4 '"01 2ft ed, Darms- tadt, 1819-23, in-Sv 3I ed. Leipzig. 1836-43. TrClduziclll enl

trancez c refundida por: J. D. Guigniaut, sob o título : Religious ele I'antlquitó c.msldcrees daus leurs Iormes symholiques ct rnythologlques. Paris, 1825-1850, U võls.

in.-8. Avec atl ,

G. IIERMANN: Lcttres sur lIomére et Ilésiodc et parti- culícrement sur Ia Theogonle. Ileklelherg . 1818.

- Lettres sur Ia Nature ele Ia Mythologie et manióre

de l'expllquer , Leípzig 1519.

/

----

QUATRE:\IERE DE QU!NCY : Le Jupiter Olympien. (Planchcs

et rigurcs colorIécs) Paris, 1815, in 1'01.max. xíonumcutc de restituição art.stica .

.r.

ODOLAKT DES. ·OS: ;\Iytllologie Píttoresque, 1839. Com 24 Illustrações.

(13)

Sm. WILLIAM S~1[TH: Díctíonurv

ar

Greek und Romau Biography anel Mythology, 1811- {8~9, 3 '"01.in. 8°.

Nova edição sob o titulo: A Cíassícal Díctíonary oí Greek anel Roman Biography, Mythology, anel Geography.

Lonelon, 189í. Monumento de Erudição Classtca. Traducção Franceza Resumida por N., Theil, Paris, 18tH.

Cours ele Mythologie par M. Noel et M. Chapsal. Pa- ris 1854.

TH. MOMMSEN: Histoire Romaine. Paris, 1863-1872.

DOMENICOMONACO,et EDOUARD MONTAGNE:Les Monu- ments elu Musée National ele Naples. Cent soixante - huit Planches. Naples. 1864.

HON.W. E. GLADSTONE:uomertc Synch7'onism London, 1876. Juoentus muruii . Homer. Lonelon, 1891.

A. C. MOREAUDE JONNES:Les Temps Mytho1ogiques.- Essai de Restitution Historique. Paris, 1876.

H.ENÉ MÉNARD: La Mythologie dans l'Art Ancien et Moderne. Paris 1878. 2me Eclition, Paris, 1880.

A. BoucHÉ-LECLERCQUE:Ilistoire ele Ia Dívinatiou dans l' Antiquité. 4 vols. Paris. 1879-1882.

P. DECHARME: La Mythologie de Ia Grece Antique.

Paris, 1879. Seconde Edition, Revue et Corrigée, Paris, 1886.

ERNEST CURTIUS: Griechische Geschíchte. Tracl. íran- çaise 1880-1883.

o

RIE:\1ANN: Lu Grece, Paris. 1884. p. 5.

MAXIME COLLIGNON:Mythologie Figurée de Ia Grece.

Paris, 1885.

(14)

4

HENRI Du CLEUZIOU: La Création de l'Homme et Les Premiers Ages de I'Humanlté , Paris, 1887.

VICTOR DURUY: Histoire des Grecs. Paris. 1887-1889:

L 180.

OLIVIER RAYET: Histoire de Ia Céramique Grecque.

Paris, 1888.

LOUIS DYER, B. A. OXON: Studes of The Gods In Greece.- At Certain Sanctuaries.- Recently Excavated.

London, 1891.

R. ENGELMANN: L' Oeuvre d'Homere.v- Illustrée par l' Art des Auciens. Traduit de l' allemand . Paris, 1891.

KATHERINE A. RALEIGII: The Gxís of Olympos or Mythology of lhe Grceks and Romans. The Twentie.h Edition of A. H. Petiscus. London, 1832.

E. M. BEREKS: The Myths und Legends of Ancient Greece and Rome.- Being a Popular Account of Greece and Rome Mythology. London, 1892.

M. MAXIMECOLLIGNON,W. HELBIG: L' Epopée Homé- rique.- Explíquée par les Monuments , Traduction Fran- çaise De M. Fi. Trawinski. PCll'is, 1894.

DR. CONSTANTINERHOMAIDES:O1ympia. The Hermes of Praxiteles.

2' Edition. Illustrations (7). Athens. 189-1..in foI. maximo.

REV. DR. BREWER: A Guide to Grecian History, My- thology anel Literature. London.

H. DELA VILLEDE MIRMONT: La Mythologie et 1es Dieux dans 1es Argonautiques et dans l'Enéide. Paris, 1894.

(15)

I

COSMOGONIA

DEMIURGIA. o GENESIS. o RIG-VÉDA. A DEOSA NEITH.

THEOGONIA D: HESIODO: O CANTO DAS MU3AS. PLATÃO. ARISTOTELES.

O CANTO DE ORPHEU. CICERO. LUCRECIO. OVIDIO.

As concepções demiurgicas abrem a primeira pagina da historia do pensamento humano.

No genesis das idéas primitivas nenhuma ha tão gran- diosa corno a que se gerou no espírito do homem ao receber as impressões do aspecto do mundo exterior.

A Cosmogonia constitue o começo da vida de todos os povos, rodeando de augustos mysterios o berço da hu- manidade .•.

A creação do mundo, Cosmoqonia - Kórrp.o' - Ytyvop.lXt- foi o problema cheio de eternos encantos, que o espír-ito humano encontrou escripto na face mesma do Universo, ao receber as impressões primelres do aspecto da natu- reza. Ferida por esse maravilhoso espectaculo, a íntel- ligencia do homem foi além, antolhando em uma intuição luminosa os phenomenos portentosos que se deram nas

épocas coevas da formação do planeta.

E' digno da magestade da sciencia, l?,em como da mis- são sublime da arte, affrontar essas culminancias deslum- brantes da mentalidade humana.

D'esse cimo elevado, alongando os olhos pela am- plídão do espaço, divisamos muito além dos horisontes da historía os clarões primeiros que illuminam as origens da humanidade.

(16)

6

Os monumentos das primeiras épocas nos permittem assistir ao despontar elas noções a principio vagas e índe- cíeas elo systema elos mundos.

Assim, a Cosmogonia nos apparcce como a grande ne- bulosa, em que se gerou e desenvolveu-se a Mythologia.

Vejamos como a concepção cosmogoníca se formulou primeiro na mentalidade das raças superiores, revelada nos seus genios mais poderosos.

O Genesis apresenta-nos o quadro sublime da Creação , A luz, principio da vida universal, surge evocada Ú voz do Senhor:

Fiat liuc, et Luto Jacta est .

E o espírito de Deos paira por sobre as aguas: Spi- ritus Dei super aquas terebatur, Concepção cheia de grandeza, magnificamente traduzida pelo genio de Raphael e de E. Delacroix no fresco do Vaticano Spiritus Dei, e no Triumpho da Luz sobre as trevas, no Louvre.

No Rig- Véda o primeiro esboço da natureza exterior contemplada pelo homem nos apparece em um quadro symholíco, em que P'rtooi, o r'l) elos Gregos, representa a Terra; Varuna ou Ouranos dos Gregos, é a abohada celeste; e Duau.s, Dios ou Zeus elos Gregos, rl!presenta o espaço luminoso.

Na Cosmogonia Egvpcia, a Deosa Neith, personificação da ahobada celeste, circumda o espaço luminoso attingindo

li Terra em suas extremidades, e sobre esta a Deosa Maut preside ao equilibrio do Universo,

Na Tlieoçonia de Hesiodo, as Musas que no Olympo encantam a sublime intelligencia de seu Pai, cantam as leis do Universo. (I).

Platão no Tlmêo refere-se ú creação do mundo nos termos seguintes:

" Antes de formar-se o Céa, li materia estava sub- rnettida a' forças variadas, qne ü solicitavam em sentidos oppostos.

(1) Hcrt6õou Eleoyoviot. Canto das xrnsas,NoCantoIv 6 a66.

(17)

7

" Deos a separou dando-lhe forma distinota. Por sua perfe'ção, Deos só podia produzir ohra perfeita.

" Assim, formando o mundo, E11e o dotou com íutcl- Itgencía, n'elle movendo-se perennemente como em um ser animado, todas as forças vivas que constituem a sua essencia ". (2).

No mesmo cyclo de ídéas, mOí"e-se o.systema de Aris- toteles, discípulo de Platão ,

"O systema dos mundos é eterno.

'" Não conhece nem principio nem fim.

"Dos dominios ela scíencía eleve banir-se essa velha ficção, que nos representa a Terra sustentada pelo fabu- loso Atlas."

Na Arqonautica, "Orpheu canta o mar, o céo e a terra, confundidos a principio em um só todo, debaten- do-se depois em temerosa lucta, separando-se afinal em corpos distinctos. Os astros, a lua e 08 caminhos elo sol rasgam no espaço o seu signo írrevogavel. Surgem as montanhas; e os rios, rompendo das rochas, confiam ás Nymphas os seus segredos no sussurro de suas aguas". (3)

Cícero, o grande orador, comprehendeu tambem em suas cogitações philosophícas este transcendente assumpto.

" Deus, cujus hoc templum est omne quod con- spicis .

. ... hísque (homiuibus) anímus datus est ex illis sem- piternis ignibus, qure sídera et stellas vocatis ; qure glo- bosee et rotundre, divinis anírnatee mentibus, circos suas orbesque conficiunt celeritate mirabili."

" Todo este Universo, que nos rodeia, éo templo eleDeos.

"Ao homem deu Elle uma alma, raio d'esses fogos eternos, que vós chamais astros e estrellas, espheras lumi- nosas, que, animadas de intelligencias divinas, descrevem no espaço suas orhitas com maravilhoea velocídade ."

C·)

(2) Timee, trad , de M_ H. ~Iartin.

(3) ATCOÀÀwvwu.roIJ PO?WU, Ap'(ovlwm~01. Livrol v.492:.511.

(r,l Cicer-o, De Republica , liv, 60.YliI : Sonho de Sci pião ,

(18)

Lucrecio nos apresenta um quadro Iadmiravel do sys- tema do Universo. ~

" Nec mare, nec ccelum, nec denique terra, neque aêr,

" Nec similis nostrís rebus res ulla videri:

" Scd nova tempestas queedam, molesque, coorta,

" Diffugêre índé locí partes ccepêre paresque

" Cum paribus jungi res et discludere mundum ." (5) Esta imagem apparece reproduzida com a mesma po- derosa intuição nos conhecidos versos de Ovidio:

" Ante, mare, et tellus, et quod tegit omnía, ceelum,

" Unus erat toto Naturso vultus in Orbe,

" Quem dixere Cahos, rudis, inrligestaque moles.

" Nec quioquam nisi pondus iners congestaque eodem.

" Non bene junctarum discordia semina rerum". (6) Assim, n'essas épocas remotas as inspirações dos poetas, como as cogitações dos phllosophos, confundem-se em um thema commum, que se desdobrou no correr dos tempos, differenciando-se segundo a índole particular de cada povo.

A p.esía traduzio essas grandiosas concepções que nos apparecem no limiar da humanídade, Immortallzarías pelo sentimento religioso elos povos.

A culminancia da historia, como a da arte, está e estará sempre no alto fastigio das eras primitivas.

(5) De Rerum Natura, Livro V, v. 133n410.

(6) Metamorphoses, Livr-o rY. :;a 9.

(19)

II

A MYTHOl.OGIA. SEU CARACTER GE1Al.. SUA IMPORTANCIA NA HISTORIA DA ARTE A MYTHOl.OGIA E O SECUl.O XIX'

Chamado por acto do Governo da Republíca de 15 d'este mez para reger esta Cadeira, venbo hoje abrir o curso de Mythologia do corrente anno lectivo.

O programma, que encontrei adoptado, contém indi- cações geraes que serão aproveitadas em nosso estudo, mas serão ampliados e desenvolvidas em plano mais extenso, segundo o progrumma, que tenho formulado para ser submettído a íllustrada Congregação d'esta Es- cola. Procurarei tornar o ensino o mais concreto possível, acompanhando as mnnifestaçõcs da arte antiga e moderna que tomaram por assumpto as creações da Mythologia.

O fim da lei, creando esta Cadeira, de accordo com a csclarecida iniciativa do digno Direotor d'esta Escola, cuja honrosa presença u'esta aula tem o nosso mais vivo reconhecimento, não foi preconisar este ramo do ensino, dando-Ibe preeminencia sobre tal ou tal outro. A Arte não conhece preferencias.

A unica lei, que rege n'este assumpto, é a expon- taneidade perfeita do genio do artista. O ideal do ensino em materia de arte consiste simplesmente em habilitar a cada um, por meio do preparo mais adequado, a tirar o melhor partido das faculdades que elle recebeu da na- tureza e que convenientemente dirigidas attingem ao seu mais completo desenvolvimento .

Lição deabertura em 20 de Abril.

(20)

10

Sobre a Mythologia tem-se de tal modo exercido em todos os tempos o genio dos grandes mestres, que seria incompleto e mutilado todo o ensino que se desse, pondo de parte essa poderosa manifestação da arte.

A admiração dos seculos não se fatiga em contemplar os primores da arte antiga, que apparecem representados no Jupiter Olympico de Phídias, na Venus de Milo, no Apollo do Belvedere, na Diana Caçadora, no Hermes de Praxiteles, e tantos outros.

Em epocaposterior os grandes genios que constituem

fi maior oulmínancla da arte, Corregio, Poussin, Raphael, Thorwaldsen, Canova e outros, trataram os assumptos mythologicos com tal superioridade, que não se sabe o que mais admirar: si os pr-imores da arte sacra que nos legaram, ou a interpretação que deram a essas con- cepções do genío antigo.

Na arte de nossos dias, vemos a Mythologia inteira passar diante de nós nos admiráveis quadros de Paul Baudry, nos paineis decorativos' da Grande Opera.

E mais recentemente vemos o Presidente da Real Aca- demia de Londres Lord Frederick Leighton tomando em tanta predilecção os assumptos mythologtcos, que tem sido com razão denominado o apostolo do bello na lIly- thologia. N'esta verdadeira restauração da arte antiga, feita pelo grande mestre, a crítlca. assígnala essas com- posições tão felizes de rigoroso estylo archaíco, em que se admiram os largos pannejarnentos, harmonia de linhas,' figuras grupadas em attitudes esculpturaes, correctas e naturaes, respirando graça e movimento.

Assim, no domínio da arte,' a Mythologia nos apparece como uma renovação perpetua.

Para que uma creação da ímag inação possa assim atravessar as idades exercendo tão poderosa influencia sobre os maiores genios, é preciso que ella represente realmente uma alta culminando. da mentalidade humana.

Effectivamente, no genesis mysterioso das concepções do mundo prímitlvo, nenhuma época mais grandiosa do

.

.

--:..

.. -

..

(21)

II

que essa' em que o homem procurando devassa r os arcanos de seu proprio destino, lançava-se além nas profundezas do espaço, librando-se em um raio de luz, entregue á contemplação do infinito.

E' verdade que a formosa Qlha de Tethys não lhe revelou logo todas as magriiflcencias do mundo celeste.

Mas, estava feita a grande ínícíação. De um lado as energias latentes que o Universn encerra em seu seio, ou as mysteriosas aspirações que nos prendem aos mundos do ideal.

De outro lado, a intelligencia do homem chamando á si todas essas energias e submettendo-as ao seu dominio.

Assim nos apparece o mytho de Prometheo arreba- tando ao Céo o fogo eagrado ; ou essa graciosa creação de Psyché, symbolo sublime das provações que preparam a alma humana para o seu destino immortal.

E vêde o espirito geral dominante na Mythologia.

Um sopro de energia viril corre sobre suas creações poderosas, como o fluido divino, o ichor, que tornava' írnmortat a vida dos Deoses.

Em v z da theoría deprimente do trabalho como uma condemnaçao, o ennobrecímento, a glorificação de tudo quanto sahe das mãos do homem.

"Pondo o Céo, observa um artista notavel, em con- tacto com as cousas da terra, os antigos davam por esse meio a todas as acções da vida um fim moral e elevado.

Em seus quadros representando o trabalho humano, appa- rece uma infinidade de pequenos genios alados mistu- rando-se nos differentes misteres d'este, parecendo suavi- sar-lhe as fadigas e nobilital-o por sua presença",

Si ha na Historia um espectaculo que possa excitar a nossa admíração e fixar no mais alto grão a attenção do phílosopno, é este da mudança da mentalidade humana atravez dos tempos.

Em seu perpassar pelo espaço, os astros não occu- param, não occuparão nunca o mesmo ponto

em

que u'este momento se movem.

(22)

12

Tal é tambem o espirito humano, sempre illuminado de novos clarões no cahir das idades, rasgando diante de si horisontes indefinidos.

Hontem o homem povoava os Céos,transportando para elles suas paixões divinisadas, seus sentimentos e até os assomos de sua colera.

Hoje o homem despovoa os Céos, concentra sobre a terra as mysteriosas energias de sua intelligencia; e mais poderoso que os Deoses de Homero, que transpunham de um só passo a amplidão dos Céos, confia seu pensamento a um débil fio que pareceria um prolongamento de seu cérebro e o faz circular em um instante do tempo de uma á outra extremidade do. planeta.

.Qual d'estas idades é mais grandiosa ~

Qual d'ellas traduz melhor os arcanos derradeiros de nossos destinos ~

Não seí nem temos de o saber.

A Arte é antes de tudo uma contemplação,

Estudaremos a Mythologia ti luz da sciencla, não como uma pagina muda do passado, mas. como um precioso documento do esptrIto humano, cheio de luz e movimento.

E' este o poder da Histeria.

As civílísações que passaram, resurgem todas, resti- tuídas ávida.

E para as magnificencias da arte, como para a causa do progresso humano, nada se perde d'aquillo que con- stitue o patrimonio da civilisação universal.

(23)

lU

ORIGENS DA MYTHOLOGIA. POLYTHEISMO. O CULTO DA NATUREZA.

GENIiSIS DAS RELIGiÕES PRIMITIVAS. THEOGONIA. HESIODO, HOMERO, OVIDIO.

ANTHROPOMORPHISMO. A FABULA, O SYMBOLO. ALLEGORIA ."

Chama-se Mythologia a religião dos antigos Gregos e Romanos.

Esta religião era opolutheismo ou a adoração de muitos

Deoses.

Estes Deoses eram a personificação, ou dos seres hu- manos com os seus attributos divinisados, ou das forças da natureza representadas por seres imaginarios.

Assim, a Mythologia é em fundo a religião ou o culto da natureza.

As origens d'este culto perdem-se nas lendas pri- mitivas das populações, que do Egypto e Asia vieram se estabelecer nas terras fronteiras da Europa desde o Peloponeso até a Thessalía e a Thracia.

D'este modo, as tradições que se fundiram na Mytho- logia são em parte Thracias, em parte Egypcias e em parte Phenicias.

A critica moderna tem procurado levar as suas inves- tigações até essas épocas remotíssímas, tentando explicar as creações tão engenhosas quanto originaes d'esse ma- ravilhoso genesis das religiões primitivas.

Não ha senão louvar essas gloriosas audacias do espí- rito humano.

Essas investigações, porém, pertencem a outra scíencía e sahem fóra do quadro de nosso estudo n'este Instituto .

• Segunda lição.

(24)

o

que é positivo é que em época anterior ú invenção da escripta, as circumstancias dos factos prímevos, umas perderam-se, outras avultou-as a imaginação popular, ou- tras accrescentou-as, ornando-as de tabulas e ficções o profundo sentimento theocratico das populações primitivas.

Assim appareceu o mqtlio, que forma todo o fundo da Mythologia.

Após o despontar do período historico, genios creadores recolheram essas tradições e as fixaram na fórma defi- nitiva, ,que chegou até nós.

D'ahí a Theoqonia de Hesiodo, e a Iliada de 1-Iomero, completadas mais tarde pela Arqonautica de Apollouio de Rhodes e pelas Metamorphoses de Ovídio ,

Estamos aqui em presença dos mais portentosos monu- mentos, de que se possa orgulhar o espírito humano.

A Mythologia é pois uma perfeita realidade hístorica no sentido de representar, como representa, um estado certo e deflnido da mentalidade humana em uma época dada.

O carader dominante da Mythologia morphísmo. A fôrma humana, o summo é a fôrma que revestem os Deoses.

D'ahi a deificação da belleza.

Assim, a Mythologia tornou-se a manitestação mais poderosa da arte grega.

Abrangendo em suas maravilhosas concepções todo o vasto quadro da natureza, a Mytllologia é pI,r excellencia a religião dos symholos e das allegorias.

A allegona. é e será sempre uma das mais 'poderosas manifestações da arte.

E a Mythologia é uma eterna allegoria.

D'ahi a sua ímportaucla na historia e no ensino da arte.

Entretanto, pelas ficções que a exornam, creadas pelas concepções maravilhosas do gsnio antigo, é ella tambem designada sob o titulo de Fabula::

N'este caso, porém, a expressão é technica, e toma-se como synonyma. Assim se diz: Os Deoses ela Fabula ;

é o anthropo- ideal, do be110..

••••• 0.

(25)

15

,

c Chompré denominou o seu trabalho sobre a Mythologia, Diccionario da Fabula.

Em sua accepçüo geral, como sabeís, a palavra fábula significa - ficção, conto ou narrativa engendrada para de- monstrar uma moralldade. Taes são as íabulas de h:sopo, as de La Fontaine, etc.

Em nenhum ramo da arte tem se multiplicado tanto os syrnbolos e as allegorias, como na Mçthotoçia,

Importa, pois, conhecer o valor exacto de cada uma

d' estas manifestações da arte. /

Symbolo (cr0v, com; 6d.À),w, cottocar: comparar).

10 Figura ou imagem empregada para desígner d'uma maneira sensível uma causa puramente moral: ex.: aquella menina é o symbolo da candura; o cordeiro é o symbolo da mansidão.

20 Formulario que contém os prmcípaes artigos da fé:

O symbolo d03 Apostilos.

Syrnbolismo Chrístão: pequena pomba representando o Espirito Santo.

Symbolismo Romauo: a aguia representando as armas romanas.

O mesmo no syrnbolísmo moderno: a França, a Russia representadas pela aguia.

Allcgorla (ilHoç, outro; &'(opsúw, dizer; Jlgurar uma cousa e representar outra). Ficção que apresenta um obje- do ao espírito para despertar a idéa de outro objecto;

v. g.: quatro figuras de moças para representar as quatro estações do anno.

A Phüosoplüa, a Theotoqia, de Raphael ;

Um operaria de forja, trabalhando o ferro, como alle- garis do seculo XIX;

As graciosas allegorlas de E. Bisson ; A Carioca (e Pedro Americo;

O Quinze de Novembro de Belmiro de Almeida, e outras.

Nenhuma das grandes manítestações dr arte, põe em

tü~~lento inventivo elo artista, como

a' .

~C

(26)

16

É tambem O mais difficil dos generos e que só póde ser' acommettido com temeroso respeito.

Traduzindo toda a vastidão da concepção imaginosa, a

.composíção, revestindo fórma concreta, deve entretanto

guardar, como velado em uma região superior, o summo ideal que se perde no mysterioso prestigio das grandes creações da imaginação.

Taes são entre outras as magnificas allegorias de Lord Frederick Leighton : a Meditação) o Genio da Culmi- nancia:

A regra unica n'este caso é a inspiração do artista. Si o fogo sagrado o visita, siga elle seu glorioso destino, certo de que sobre o seu trabalho descerá a luz serena e pura, que tornaimmortaes as obras de arte.

,

(27)

IV

NATUREZA DOS DEOSES

E' assumpto de grande interesse no estudo da Mytho- logia, a maneira pela qual os antigos definiam os attri- butos da Divindade.

Cícero, sobretudo, em sua obra De Natura Deorum, demonstra que a Providencia dos Deoses governa o Uni- verso e regula os negocias humanos, livro 20 capítulos 29 a 66.

A these theologica sahe fóru do quadro elenosso estudo.

Mas temos de considerar aqui qual a natureza attribuida á essas Divindades, bem como o seu poder e os seus attributos.

As feições caracteristicas das Divindades Gregas estão magistralmente delineadas pelo mythologista inglez E. M.

Berens, o qual por uma penetrante intuição do passado, parece restituir-nos as primeiras impressões do homem ante os phenomenos portentosos das idades mais remotas.

Os Deoses dos Gregos tinham a apparencía elosmortaes, mas excediam inteiramente a estes em belleza, em grau- deza, em expressão e em força. A altura era considerada pelos Gregos como um elos attributos da belleza, tanto no homem como na mulher: assim, os Deoses eram sempre representados em elevada estatura, ostentando em seu aspecto magestads ou graça.

Os Deoses tinham sentimentos, affectos e habites com- muns aos mortaes, casavam-se ou com outras Divindades,

OLl com os mortaes, e tinham filhos; tornavam alimen- tação, o néctar e a ambrosia, para restaurar. suas forças,

MYT. 2

(28)

18

estavão sujeitos á fadiga e tornavam descanço, como mostra a bella esta tua representando Mercurio sobre o Monte Ida.

Ti~ham igualmente um sommo reparador para renovar suas energias. Seu sangue, um brilhante fluido ethereo, o ichôr, os preservava de toda e qualquer molestia, c tinha o poder de reproduzir-se em nova vida quando derramado, como a seiva de algumas plantas, que se reproduzem em novos exemplares quando mergulhados no sólo qualquer de seus galhos.

Assim, mais do que um simples culto de Deoses fictí- cios, a Mythologia nos apparece sob um aspecto novo, elos mais interessantes que possa offerecer a história das reli- giões. Tal é a crença na exístencía de uma humanidade superior que assim nos apparece no systema religioso de um povo, cuja alta mentalidade não foi excedida pela de nenhum outro. Esta concepção original é sem duvida digna de fixar a attenção do philosopho.

Os Gregos davam a seus Deoses qualidades sobrena- turaes, mas attribuiam-lhes as paixões humanas, ou ter- nas ou viris, e entre e11a8o amor e o odio, a vingança e o ciume; nunca, porém, paixões ignobeís ou depri- mentes.

Os mortaes que desprezavam seu culto, ou profanavam seus ritos, eram punidos com crueís calamidades. Estes Deoses e Deosas entravam em relações com os mortaes, tomavarn-lhes affeíções, visitavam-nos e aceitavam por vezes sua hospitalidade, ou contrahiam consorcio com elles, provindo d'essa união os Heroes ou Semi-Deoses, tão celebrados pelo seu poder e pela sua coragem. '

Havia comtudo uma differença característica que dis- tinguia essencialmente os Deosese os mortaes : esta cara- cteristica era a ímrnortalldade, ela qual só os primeiros gozavam.

Como os Deoses não eram invulneraveis, e eram igual- mente passíveis de dór-, vemos que não raras vezes elles em seus soffrimentos lamentavam-se d'esse privilegio;

(29)

lI!

ou pediam se!' alliviados ü'elle, tal o exemplo de Calypso

I

em sua Ilha, lamentando-se da partida de Ulysses.

E' uma das mais magestosas concepções da Mythologia o poder superior dos Deoses, que não tinha limites nem no tempo, nem no espaço. Silo' conhecidos os sublimes versos de Homero, em que os Deoses são representados transpondo de um só passo a amplidão dos Céos.

Os Deoses tinham o attributo de se tornarem ínvísíveís.

e de se transformarem ú vontade em homens ou em aní- maes, conforme conviesse a seus fins; e bem assim po- diam transformar os seres humanos em arvores, pedras ou uuimaes, ou como puniçüo a seus delictos, ou como meio ele os proteger contra perigo imminente.

Seus trajes eram similhantes aos elos mortaes, porém mais perfeitos, e em tudo de rigorosa correcçüo e alinho.

Traziam armas, lanças, escudos, capacetes, arcos e flechas.

Tinha cada Divindade um carro magnifíco, tirado por aves, por cavallos, ou por anímaes ferozes, docilmente submettidos ao seu poder.

As Divindades do Olympo, que compunham o Conselho dos Deoses, habitavam cada um em sua mansão no cimo do Monte Olympo, em palacios de bronze, sempre enco- bertos pelas nuvens, só descerradas quando os Deoses desciam á terra, fechando-se immediatamente.

Estas nuvens, que constituiam as portas do Olympo, eram rigorosamente guardadas pelas Horas, velando-se assim religiosamente aos olhos dos mortaes o prestígio elos Deoses como em uma região mysteríosa ,

Em sua notável obra O Genio do Chrísüanismo, Cha- teaubriand preconisa esta concepção como o symbolo da realeza antiga.

. Os banquetes dos Deoses, bem como suas festividades, celebravam-se aos accordes da Iyrs de Apollo, casados

ás vozes harmoniosas das Musas, que entoavam o hymno celeste.

Em honra dos Deoses erigiam-se templos magnifícos, e foi este o inicio da. grande arcbítectura, elevando-se até

(30)

20

ás mais sublimes concepções da arte. N'elles se depunham opulentas offerendas, fazendo-se em honra dos Deoses sa- ct-iflcíos de animaes, e em tempos mais remotos, até de víctímas humanas.

. A Mythologia faz' menção de seres gigantescos, arre- messando rochedos, solevando montanhas, e fazendo extre- mecer o solo em que foram sotopostos, produzindo vulcões e terremotos: Taes concepções por mais extranhas que sejam,parecem ter sido oriundas da impressão assom- brosa que no animo tios homens primitivos deviam ter produzido as convulsões elo globo nas eras prehisto- ricos.

Para o homem de hoje taes phenomenos por mais extraordlnarios que sejam, recebem explicação fucil, como resultante de leis physicas perfeitamente deflnidas e conhe- cidas, como se deu com a pavorosa catastrophe de Kra- katoa em 1882.

O mesmo não se dava naséras remotíesimas em que esses cataclysmos temerosos desabavam sobre a irnagi- nação apavorada do homem primitivo. O trovão, o relam- pago e o raio são hoje phenomenos perfeitamente conhe- cidos, e até sujeitos em parte a . poder da sciencla : o homem prlmlttvo, porém, acreditava ver n'elles os effeitos da colera celeste, e um pavor mysterioso se apoderava de todo o seu ser.

Nas concepções da Mythologia, todo o Universo tinha uma vida proprla ; movia-se e respirava, revestindo formas indefinidas de graça e de belleza, que eram personificadas em uma divindade.

. . .

..

-

..

(31)

v

PARALLELO DA MYTHOLOGIA HELLENICA E DA RELlGI:J.O DOS ROMANOS

A Mythologia Grega recebida na Italia, encontrou ahí tradições e crenças religiosas pecullares ás raças ou povos primttívos da península.

D'ahi a dtfferença que em alguns pontos ee carncterlsa entre as Divindades Hellenicas e as Divindades Itallcas.

"As crenças populares da Grecía e da Italia, diz Mom- msen, repousam sobre um fundo commum de noções hauridas na ordem phystca, e transformadas em alle- gorias e 'em symbolos, havendo assim grande analogia entre o Pantheon Grego e o Romano.

"As creações dos Gregos, oriundas de suas crenças reli- , gíoses, eram tão vivas, que elles viram logo n'ellas todo o esplendor e todo o poder das forças naturaes ; e na opulencia de sua imaglnsção, revestiram-nas de todos os attríbutos da belleza. O sentimento religioso dos Italiotas não foi menos intenso, mas segulo direcção diversa: ad- strlc.os á Idéa, elles não a deixam obscurecer-se sob a fórma exterior. Quando o Grego sacrifica, tem os olhos votados para o Céo; o Romano, no mesmo aeto, vela a cabeça: um, contempla em quanto ora, o outro, pensa.

"No seio da natureza, o Romano vê sempre ouniversal e o irnmaterial . Jupiter e Juno tornam-se o ideal do homem e da mulher; a Dea Dia ou Ceres, representa a força productiva, Minerva o poder da memora ,

"Ao espir íto do Romano só Iallam a abstracção e suas formulas. No Grego, pelo contrario, tudo é concreto, tudo se corporifica.

(32)

"Na Grecia a pessoa dos Deoses, SUei representação plastíca é tudo: em Roma, ~lÓpredomina a

iâ:a

da Divin- dade. O mesmo vocábulo latino Religio (vinculo pelo qual nos prendemos perpetuamente li lei moral), representa uma denominação e uma idéa que nada tem de commum com a língua e com o pensamento dos Hellenos.

"No Latium as virtudes poderosas da vida publica e privada, são a pruâencia, a riqueza, a força : o Grego, porém, colloca acima de tudo a supremacia e o culto do bello.

"Assim, os dous povos que por sua alta mentalidade prepararam para a humanidade a culminancia da cíví- lisação, tiveram, sim, origens comrnuns, mas seguiram caminhos diversos.

" Os Hellenos tiveram sobre os seus rivaes a vantagem da intelligencia mais comprehensíva e de um clarão mais luminoso: mas o sentimento profundo do universal no particular, a abnegação e o sacrlficio pessoal, a crença severa e firme nos Deoses do paiz, esses são o patrimonio e a riqueza da nação italica."

Assim, apezar de se haverem fundido em uma só a Mythología Hellenica c a Religião dos Romanos, pela mesma indole e pelo papel historico tão diverso dos dous povos, operou-se a dífferenciação entre as Divindades Gre- gas e as Divindades Italtcas.

Transferidos para o Latium, os Deoses do Olympo e todo o seu brilhante cortejo receberam nova denorninação;

e seu culto, bem como as concepções que lhes são rela- tivas, vieram a variar consideravelmente.

,

(33)
(34)
(35)

As vinte DivindadBs Superiores

(36)

, MOMESGREGOSNOMESLATINOSEMBLEMAS

.

ESTYLODOSIDENTIFICA'tl\O ~. TEMPLOSPHYSICA iaDYNASTIA i'Avof"(X1j,Ananke.Necessitas,FalaNamãodireita,pregosdebronze;namão esquerdaCornueopia. 2OõplXv6ç,Ouranos.Uranus,Ccelus.Firmarncntocstrcllado,osolealua. 3l'1X11X,

r'l j ,

Gaia,GreTeIlus...Canotiradoa2leões,fronteencimada paI'cOI'Oamural,chavenamãodireita, cortejotr-iumphal. 2aDYNASTIA 4Kp6voç,Cronos.Saturnus.

. .

Foice,azas,ampulheta;eserpentecomo symbolodaeternidade. 5'PÉIX,Rhea.

.

Ops;Cyhele.Ag' distis,Dindy-, mene,."..Folhasdecarvalho,corôamural,chave namão.Carrotiradopor2leões...

(37)

.---..-----.1Il"'"~~í NOMESGREG08NOMESLATINOSEMBLEMAS 3aDYNASTIA PARTILHADOMUNDOPELOSDEOSES OSDEOSESDOOLYMPO ALTARDO!>DOZEDRO~~NOLOl1YRE 6iZeúç,~eóç,Zeus,Deus.Jupiter, 7\I"HplX,Hera.Juno. 83IIocrôt8wv,Poseidon.../Neptuno 94~1J!.I.~'t1JP,r"'ifL·~'t·IJP,De- meter,Gemeter....1Ceres 105'A1t6nwv,«f)o7!loç,Apol- 1011,Phoibos..

..

.,Apollo,Phcebus.

Namãodir.raio,naesq.sceptroouaVi- ctoria:folhas'decarvalho.Aguia.Boi.1Dorico.....1OEthei-, Stcphanos(Diadema).Himaíiou,véo(es- u-ellado).SceptroencimadopOI'cuco. Fuso.Pavão.Romã,1Jonico

ESTYLODOS

I ..

IDENTIFICAy~O TEMPLOSPHYSICA Tr-idcnte.CarrotiradopOI'cavallosma- rinhos...............1Dorico Cornucopianamãodireita,globona esquerda.Phorrninx(Lyra)aljava..1Corinthio.

Espigasdeu-igo,Séga 116"AP'T'E(J-tÇ,«f)o(!l1J,Eu- xÀEIIX,Artemís,Phoibe, Eucleia...•.1Diana...1AI'CO,aljava,corça.Crescente.Galgo..1Jonico.

OCéoestrel- lado. OOceano. OPrincipio Procreativo. ALuz.

(38)

EMBLEMASIDENTlFICA9ÃO PHYSICANOMESGREGOSNOMESLATINOSESTYLODOS TEMPLOS 127"HtpCttG'tQÇ,Hephaistos.1Vulcanus.•..1Bigorna,111al't01l0,escudo...••.,...•.... 1',o8'AO~v'lJ,'AO'lJviX,Athene, Athenn.....

.1

Minerva...

. 1

Egide,Capacete,Lança,Coruja,Ser-, pente................1DOl>ICO. 14Q"Ap'IJ',Ares1Marte

· 1

Lança,capacete,escudo,Tomo,Gatlo.!DOl'ico. 151.0'A:PP001't"l],Aphrodite..jVenus,....jCarrotiradopOI'pombasoucysnes. Myrtho. 16H'Epp.~ç,lIermes....1Mercurius•.1Caduceo.Petasoalado;bolsal!amão direita,azasnoscalcanhares.

oFogoele- mental'. Corinthio...1ABellczaPII\'- sica." 1'7U'Ev'tlCt,Hestia...1Vesta..-,Coi-óamural.Chaveeriautanao direita.Leão1Corintliio.

(39)

-

NOMESGREGOSNOMESLATINOS

.

EMBLEMASESTYLODOSIDENTIFICAÇÃO TEMPLOSPHYSICfI J.8AtÓVUeoc,Atv'Jvuaoç,Dio- nysos.

. . . . .

Bacchus,Libcr,'I'hyrso.Coponamãodireita.Cachode uvasnaesqucrda..

.. . . . .

Corinthio, 10'Ata'~ç,ro.oú,wv,Aides, 1Iadcs,Plouton.

.

PluLo......Sceptro,Capacete,Fachoacceso.Ocer- héro, , 20n.p(j.Cf'óv·~,p'~,Perse- phone,Kore.

. .

Proscrpina..Diadorna.Sceptro,CarrotiradopOI' cavallospretos.

(40)

· .

28

DIVINDADES DO CÉO

NOMES GREGOS

'A7t6ÀÀ(IlV,cPOlbOç, Apollon, Phoibos.

"HÀtoç, Helios, l:EÀ~V'IJ, Selene,

'H6IÇ, Eos, 0ip.tç, Themis.

NOMES LATINOS

Apollo, Phcebus.

Sol.

Luna.

Aurora.

Themís.

DIVINDADES DO INFERNO

'A'!O'ljç, IDoIJTtllV, Aides, Ilades, Pluton.

Kóp'IJ, Ihpa,:p6v'lJ, Kore, Persephone, 'Ept"úeç, Eõp.~v(õsÇ, Erinycs, Eume-

ntdes:

Ttat<p6vYj, 'A)"lJx-ew,l\f.t;YCX1PCX,}

Tisiphone, Alekto, Megeera.

Pluto.

Proserpina.

Furiee, Dirte, Tisiphone, Alecto.

Megtera.

DIVI

DADES DO. MAR

TIoaetOwv, Poseidôll. Neptunus.

'A!L<pt-epl-e'lj,Amphitrite. Amphitrite.

'UXECXVOÇ,Okeanos. Oceanus.

N'lJPEÕÇ,Nereus. Nereus.

TIpwnõç, Protcus. Proteus.

Tph~IV, Triton. Triton.

rÀcxuxoç, Glaukos. Glaucus.

T'lJOúç, Tethys. Tethys.

@cxúp.cxç,Thaumas. Thaumas.

AEUXOOÉ'IJ,Leukothee. Leucothea, Leuco-

thoe.

~5tp7jveÇ, Seirenes , Sirenes.

(41)

29

OUTRAS DIVINDADES

NOMES GREGOS NOMES LATINOS

"Epwç, Eros,

Ato),oç, Aiolos.

"Hb"IJ,Hebe,

Cupido:

jEolus.

Juventus.

{

Ganymedes.Catamitus.

Plutus.

Vtctoria , Discordia.

iEsculapius.

Nemesis.

Parcas.

{

Clotho,Atropos.Lachesis,

Nox , Mors.

Morpheus.

Fortuna.

Ate.

Suada, Suadela.

Momus.

Hymeneeus.

Irls.

rrxvup.~a"IJç, Ganymedes, l1;"o'lh·oç, Ploutos.

NiJt·~, Niké,

"Ep tç, Eris,

'AO"lI.À·~1CtOÇ,Asklepios, Nlp.sO"tç, Nemesis.

Mo!prx

r,

Moirai :

KÀw6<i>;A&ZEO"tÇ;"A-rP01COÇ, Clotho, Lachesis, Atropos.

Núl;, Nyx , 0&vrx.oç, Thanatos, MOPif'EOÇ,Morpheus.

T0X:~,Tyche,

"A-r·~, Ate.

JIEte~), Peitho, Mwp.oç, Momos.

(Up.~v, Hymen.

"lpt" Irís.

(42)

,30

AS "MUSAS

(Roia DASMUSA.S r-ou JliLIO ROMANO)

NOMES GREGOS

l\loüacct, Mousai,

1 MsÀ'lto!J.ÉV'll,Melpomene, Tragédia.

2 K).5t(~, Kleio, Histeria,

3 KotÀÀtó'lt'll,Kallíope, Poesia Epica.

4 'EpotT6>, Erato, Poesia Amorosa e Imitação Mímica.

5 T5p~tZÓp'll, Terpsichore, Dança co- ral e Canto.

6 lloÀuf/ovtot, Polymnia, Hymno Su- blime.

7 OÕpotvlot, Ourania, Astronomia.' 8 elÍÀEtot, Thaleía, Comedia.

9 EÚTÉp'lt'lj, Euterpe, Poesia Lyrica.

X'aptTEç, Charites:

Eu~poaúv'll, Euphrosyne.

'ArÀottot, Aglaia.

e

otÀtot, Thalia.

"llpott, Horai:

9otÀÀbl, Thallo.

Kotp1tw, Karpo.

Euvoflolot, Eunomia.

dtX'll1 Dike.

.Elp1Ív'll, Eirene.

llh, Pano látupOt, Satyroi.

NOMES LATINOS

Musee:

Melpomene.

Clio.

Calllope

Erato.

Terpsichore.

Polymnia.

Urania.

Thalia.

Euterpe.

Hesperídes . Grati.re.

Euphrosyne.

Aglaé.

Thalia.

Horee.

ThalIo.

Carpo.

Eunomia . Dicé.

Irene, Pax • Pano

Satyri.

(43)

ai '

~Oll1ES GREGOS NOMES LATINOS

/V!I-<pI:H, Nymphai: Nyrnphee:

'wltEl1.víÕ •." Okeanides, Nyrn-

phas do Oceano. Oceanídes.

N'I]p'I]í.h', Nereides, Nymphas

do Mediterraneo. Nereides.

NI1.tcf8 s c;, Naiades, dos rios} la-

gos, etc , Naíades.

'OpStcf8 •." Oreíades, Monta-

nhas e valles. Oriades ,

N11.7tl1.tl1.t)Napaiai, valles. Napeeee.

âpucf8sc;, Dryades.

'l 1

Dryades.

., Das arvo-

'A!,-11.8p"11.8 •." Hama-r res.

dryades. Hamadryades.

âo8wvUlE" DOdoni-lomforme{ Dodonides.

des. as loca-

N!crtcfo s c;, Nysíades.] lidades'l

As!,-víl1.!, Lemniai. J ou raça.

AIJ.6pwcr{cc, Ambrosia.

E08wpl1., Eudora.

1II1.crtOl'l], n •.OtÀ'I], Pasithoe ou Pedíle,

KOptlIV(cr, Coronis.

nOÀu~tIl, nÀsçl1.ptC;, Polixo ou Plexaris ..

cI>U'!W'I, cI>UÀ'/j'tlúV, Phyton ou Phyleto.

átwv'I] , @U6lV'I], Dione ou Thyone ,

Nysiades.

Lemniee.

Hyades (Nim- bosee) : Ambrosía Eudora .

Pasithoe ou Pedile.

Coronis.

Polyxo ou Plexaris.

Phyton ou Phyleto , Dione ou Thyene.

Referências

Documentos relacionados

mítico fundador do Clube de Cinema de Santos. Imagens escrachadas do que seria o dia-a-dia de Legeard – perambulando pelas ruas de Santos, pesquisando arquivos sobre

empregam, indistintamente, usos aceitos na conversa com amigos quando vão elaborar um texto escrito. b) Falantes que dominam a variedade padrão do português do Brasil demonstram

 Apenas 77% dos que responderam afirmaram que concluíram o ensino básico (9.º ano)..  15% dos alunos apontaram que frequentaram cursos CEF no AEGE.  Depois de terem frequentado

(“Empresa”), relativos ao exercício findo em 31 de Dezembro de 2009, os quais são da responsabilidade do Conselho de Administração. Ao longo do exercício em apreço, o

transferência de renda, que preserve a média (mean- preserving spread), de uma pessoa mais pobre para uma pessoa mais rica; uma transferência de renda do mais rico para o mais

20 rede, sem acarretar esforços de processamento computacional muito elevados. Todavia, pode-se aumentar ou diminuir o número de camadas em função da complexidade

Os resultados mostraram que (i) a eficiência dos fosfatos estudados foi maior nos Latosslos Distróficos do que no Neossolo Quartzarênico Distrófico; (ii) os fosfatos de Arad e

Com apoio da médico e enfermeira, aproveitaremos as reuniões que ocorre na UBS para capacitar a equipe para a realização de exame clínico apropriado, para