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Rev. Bras. Enferm. vol.46 número2

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Academic year: 2018

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EDITORIAL

Morte Materna - a Morte Anunciada

o Brasil ostenta uma veg onhosa situação em relação à- mota l idade matern a , com u ma taxa estimada em 1 56 óbitos por 1 00.000 N.V. , colocando-se do lado de pa íses como o Peru , Equador, Bolívi a , H a iti e pa íses africanos.

Recomendados pela OMS e implantados a n ível nacional e em alguns estados, os Comitês de M o te M aterna vêm revelando a face mais cruel do problema : além da sub-notiicação em tomo de 50% , estima-se que cerca de 90% das motes poderiam ser evitadas por um adequado acompa­ nhamento pré-natal e pela correta assistência ao pato e ao puerpério .

A s principais a usas de mote matena no Brasil, s ã o a toxemia (33 , 1 %) , a s hemorragias (2 1 ,4%) e as infecões (1 7%) . Todas facilmente evitáveis à luz do conhecimento cientíio e da· tecnologia d isponíveis. Por que então a mote de milhares de mulheres brasileiras?

A análise dos fatores associados à mote materna evidenciam que esta reca i sobre as camadas mais pobres d a sociedade, às qua is, a lém de dispor de precárias condições de vida , têm menos acesso aos seviços de saúde e educação. As mulheres que conseguem chegar aos serviços de saúde, não têm atenção adequada , que lhes identifique os riscos a nte-natal e g estacional; em caso

. positivo , não têm acesso aos n íveis do sistema de maior complexidade, ca pazes de intervir nos

riscos ou problemas de saúde já instalados .

Por outro lad o , o "ser mulher" determina uma situação específica frente à saúde, não só associada à esfera biológ ica reprodutiva , mas também, pelas implicações das d iferenciações de gênero sobre a saúde, que se trad uzem em maior prevalência de desn utrião em men i nas e de depressão em mu lheres; na maior responsabilidade que lhes é conferida pelo controle da fecu ndi­ dade; no a buso de procedimentos médicos especificamente destinados à mulher, como operações cesa reanas e histerectomias; no desgaste adicional de energia que a mulher traba lhadora assume em vi tude da sua responsabi lidade com as atividades domésticas , entre outras.

A reversão desse q uadro alarma nte está associada, de um lado, às mod iicações necessárias ao setor saúde, que levem à consol idação do SUS e a mudanças nas práticas assistenciais, possibilitando assim que a Assistência I nteg ral à Saúde da Mulher seja efetiva mente i mpl�mentada e u n iversal izad a , além da melhoria das condições gerais de vid a .

A o mesmo tempo , é necessário elevar a consciência de cidadania d a s mulheres brasileiras, de modo que possam patici par do processo de decisão e controle das condutas que lhes são dirigidas. Nesse conteto, os movimentos de mulheres têm um papel estratégico , através das denúncias, da d i vulgaão de informações e do debate em torno das questões relacionadas à saúde da mul her,

bem como através de propostas alternativas de ed ucação e atend i me nto .

Nós , enfermeiras, temos uma dupla i nserção nesse processo , sujeit% bjeto , trabalhadoras de saúde e mulheres. Este nú mero da REBEn se propõe a contribuir para a reflexão da categoria , ao trazer 4 tetos que fa lam da mulher: da mote , da vida, de enfermeiras trabalhando com mulheres e de uma proposta de ogan ização regional para estudos e pesq u isas .

Referências

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