-Mec Fascicule I.qxd 28/10/2010 10:31 Page
MINISTERIO DA EDUCAgAO SECRETARIA DE EDUCAgAO ESPECIAL
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARA
A Educa^ao Especial no
Perspectiva da Inclusao Escolar
A Escola Comum Inclusiva
Autores EdiieneAparecidaRopoli Maria Teresa EglerMantoan MariaTerezinhada Consolagdo Teixeira dos Santos RosdngelaMachado
Brasilia 2010
Marcos Seesp-Mec Fasciculo I.qxd 28/10/2010 10:31 Page 7^
PARTE
I1.
SOBRE IDENTIDADE
EDIFERENgAS NA ESCOLA
A
inclusaorompe com
osparadigmas
que sustentamoconservadorismo dasescolas, contestando os sistemaseducacionaisem
seusfundamentos. Ela questiona a fixagaodemodelos
ideais, a normalizagao de perfis espedficos de alunos e a sele^ao dos eleitos para frequentar as escolas, produzindo,com
isso, identidades e diferengas, insergao e/ou exclusao.O
poderinstitiicional quepreside a produgaodas identidadesedas diferengas definecomo
fiormais e especiaisnao apenas os alunos,como tambem
assuas escolas.Os
alunos dasescolascomuns
saonormaisepositivamente valorados.Os
alunosdasescolasespeci- ais sao OSnegativamente concebidosediferenciados.Os
sistemas educacionais constituidos a partirda oposigao- alunosnormaisealunos especiais-sentem-se abaladoscom
aproposta inclusivadeeducagao, poisnaoso criaram espa(;os educacionais distintos para seus alunos, a partir deuma
identidade especifica,como tambem
essesespagosestao organizados pedagogicamenteparamantertalsepara- qao,definindo asatribuicoesdeseusprofessores, curn'culos,programas,avaliagoesepro-mogoes
dosque fazem partede cadaum
desses espagos.Os
que tem opoder de dividirsao osqueclassificam,formam
conjuntos,escolhem os atributosque definem os alunos edemarcam
os espagos,decidem quem
fica equem
sai destes,quem
einclui'do ou excluidodosagrupamentos
escolares.Ambientes escolaresinclusivos sao
fundamentados em uma
concep(^aodeidentidade e diferengas,em
queas relag5esentreambas
naoseordenam em
tornodeoposi^oes bina- rias (normal/especial, branco/negro, masculino/feminino, pobre/rico). Nelesnao se elegeuma
identidadecomo norma
privilegiadaem
relagaoasdemais.Em
ambientesescolares excludentes, aidentidade normale tidasempre como
natural, generalizada e positivaem
relac^ao asdemais, e sua defini(^aoprovem do
processo pelo qual 0poder semanifestana escola, elegendouma
identidadeespecifica atravesda qual asoutras identidades sao avaliadase hierarquizadas.Essepoderquedefineaidentidadenormaldetidoporprofessoresegestoresmaispro- ximosou mais distantesdasescolas, perdeasuaforcadiantedosprinci'pioseducacionais inclusivos, nos quais a identidade nao e entendida
como
natural, estavel, permanente, acabada,homogenea,
generalizada, universal.Na
perspectiva da inclusao escolar, as identidades saotransitorias,instaveis, inacabadase,portanto,os alunosnao saocategori- zaveis, naopodem
ser reunidose fixadosem
categorias, grupos, conjuntos, que se defi-nem
porcertas caracteristicasarbitrariamenteescolhidas.Eincorreto, portanto,atribuira certos alunos identidadesque os
mantem
nos grupos deexcluidos,ou seja,nosgrupos dosalunosespeciais,com
necessidades educacionaises- peciais,portadoresdedeficiencias,com
problemas deaprendizageme outrostais.Einca- bivelfixarno
outrouma
identidadenormal,que naosojustifica aexclusaodosdemais,co-Marcos Seesp-Mec Fasciculo I.qxd 28/10/2010 10:31 Page
AF.ducacao Especial na PerspectivadaInclusao Escolar-AEscolaComumInclusiva
mo
igualmente determinaalgunsprivilegiados.A
ediicagaoinclusiva questiona a artificialidadedas identidades normaiseentendeas diferengascomo
resultantesda multiplicidade, enao da diversidade,como comumente
se proclama.Trata-sede
uma
educaqao que garante odireitoadiferen(;a e naoa diversi- dade, pois assegurar odireitoa diversidadee continuarnamesma,
ouseja, eseguir rea- firmando o identico.A
difererK^a(vem)domultiploenaododiverse.Talcomoocorrenaaritmetica, o multiploesempreum
processo,umaopera^ao,umaacjao.A
diversidadee es- tatica,eum
estado,eesteril.A
multiplicidadee ativa, e fluxo, eprodutiva.Amultiplicidadeeuma maquinade produzirditeren(;as-diterengasquesaoir-
redutiveisa identidade.Adiversidadelimita-seaoexistente.Amultiplicidade estendeemultiplica,prolifera,dissemina.Adiversidadec
um
dado-danatu- rezaou dacultura.Amultiplicidadeeum
movimento.A
diversidade reafirma oidentico.Amultiplicidade cstimulaadiferengaqueserecusaasefundircom o identico (SILVA, 2000, p.100-101).De
fato, a diversidade na escola comporta a cria(;ao de grupos de identicos, formados poralunosqueternuma mesma
caracten'stica,selecionada parareuni-losesepara-los.Ao
nos referirmosauma
escola inclusivacomo
aberta a diversidade,ratificamos o quequere-mos
extinguircom
ainclusaoescolar, ouseja,eliminamosapossibilidadede agruparalu- nose de identifica-los poruma
de suascaracteristicas(porexemplo, a deficiencia), valo- rizando algunsem
detrimento de outrosemantendo
escolascomuns
eespeciais.Atengao, pois ao
denominarmos
as propostas,programas
e iniciativasdetodaordem
direcionadas a inclusao, insistimos nesse aspecto,dado
quesomos
nosmesmos quem
atribui'mos significado, pelaescolhadaspalavrasque utilizamos para expressa-lo. E por
meio
darepresentagaoqueadiferengae aidentidadepassam
aexistiretemos, dessa for-ma, aorepresentaropoder dedefiniridentidades, curn'culose praticas escolares.
2.
ESCOLA DOS DIFERENTES OU ESCOLA DAS DIFERENgAS?
A
educa(;aoinclusiv^aconcebeaescolacomo um
espagode todos,noqual os alunoscons- troemocoiiliecimentosegundosuas capacidades,expressamsuasideias livremente, partici-pam
ativamente dastaretasdeensinoesedesenvolvemcomo
cidadaos,nas suasdiferengas.Nas
escolas inclusivas,ninguem
se conforma a padroesque identificam os alunosco-mo
especiais enormais,comuns. Todosse igualampelassuasdiferengas!A
inclusaoescolarimpoe uma
escolaem
que todos os alunos estao inseridossem
qua- isquercondi(^oespelasquaispossam
serlimitadosem
seudireitodeparticiparativamen-Marcos Seesp-Mec Fascicule I.qxd 28/10/2010 10:31 Paq^_9^-^
AF.duca<,vnoEspecial na PerspeotivadaInclusao Hscolar-AEscolaComumInclusiva
te
do
processo escolar,segundo
suas capacidades, esem
quenenhuma
delas possa ser motivoparauma
diferenciagao queosexcluira dassuas turmas.Coinogarantirodireito adiferen^a nasescolasqueainda
entendem
queas diferen^as estao apenasem
alguns alunos, naqueles quesaonegativamentecompreendidos
e diag- nosticadoscomo
problemas, doentes, indesejaveise amaioriasem
volta?O
questionamento constantedos processes dediferencia(^ao entre escolas e alunos, que decorreda oposi(;ao entreaidentidadenomml
dealguns e especialdeoutros,euma
das ga- rantiaspermanentes dodireitoa diferenq:a.Os
alvosdessequestionamentodevem
recairdi- retamente sobreas praticasdeensinoqueas escolasadotam
eque servemparaexcluir,Os encaminhamentos
dos alunos as classes e escolas especiais, os curn'culos adapta- dos,o ensino diferenciado, aterminalidadeespeci'ficadosni'veis deensinoe outrassolu- qoesprecisamserindagadosem
suas razoesdeadogao, interrogadosem
seusbeneficios, discutidosem
seusfins,eeliminadospor completoecom
urgencia.Saoessasmedidas
ex- cludentes que criam a necessidadede existirem escolas para atender aos alunos que se igualam poruma
falsa normalidade- as escolascomuns
-e que instituem as escolas pa- ra OS alunos que naocabem
nessegrupo-asescolas especiais.Ambas
saoescolasdosdife- rcntes, que naose alinham aos propositosdeuma
escolapara todos.Quando entendemos
esses processes dediferenciagao pela deficiencia ou por outras caracten'sticas que elegemos para excluir, percebemos as discrepancias que nos faziam defenderas escolasdosdiferentescomo
solugao privilegiada para atender as necessida- desdosalunos.Acordamos,
entao, para o sentido includentedasescolas das diferen^as.Essasescolasreunem,
em
seus espacos educacionais, os alunostaisquaiselessao: unices, singulares, mutantes,compreendendo-os como
pesseas que diferemumas
das outras, que nao conseguimoscenterem
conjuntes definidesporum
uniceatributo,o qualelege-mos
para diferencia-las.3.
A ESCOLA COMUM NA PERSPECTIVA INCLUSIVA
A
escola das diferengas e a escola na perspectivainclusiva, esua pedagogia temcomo mete
questionar,colecarem
diivida, contrapor-se, discutirerecenstruir as praticasque,ate entao,tem
mantidoa exclusaoporinstitui'remuma
erganizagaedos processesdeensinoe de aprendizagem incontestaveis, impestos e firmados sobre a possibilidade de exclusao dos diferentes,amedida
queestessaodirecionades paraambienteseducacienaisaparte.A
escolacomum
se torna inclusivaquando
reconheccas diferen(;asdosalunos diantede
processo educativeebusca aparticipa^aoeoprogressedetodos, adotando novaspra- ticas pedagogicas.Nao
efacil eimediata aado^ae dessasnovaspraticas,poisela depen- de demudangas
que vao alem daescola edasala deaula. Para queessa escola possa se concretizar, epatente anecessidadede atualizagaoe desenvelvimento de neves concei- tes,assimcome
a redefini^aoea aplicagaedealternativase praticaspedagogicaseedu- cacionaiscempativeiscom
a inclusao.Marcos Seesp-Mec Fascicule I.qxd 28/10/2010 10:31 Page
AEduca(,-noEspecialnaPerspectivadaInciusao Escolar-AEscolaComumInclusiva
Urnensino para todos os alunoshaquese distinguirpelasua qualidade.
O
desafiodefaze-loacontecer nassalas deaulase
uma
tarefaa serassumida por todos osquecompo- em um
sistema educacional. Urn ensino de qualidadeprovem
de iniciativas queenvol-vem
professores, gestores, especialistas, pais ealunose outrosprofissionaisquecompo- em uma
rede educacionalem
torno deuma
proposta que ecomun^
a todas as escolase que, aoinesmo tempo,econstruida por cadauma
delas,segundo
assuas peculiaridades.O
ProjetoPoliticoPedagogicoeoinstrumento porexcelencia paramelhor desenvolver 0piano de trabalhoeleitoedefinido porum
coletivo escolar;ele retlete a singularidadedo
grupo que o produziu, suas escolhaseespecificidades.Nas
escolas inclusivas,a qualidadedo
ensinonao se confundecom
oque e ministra-do
nas escolas-pndrao, consideradascomo
asque melhorconseguem
expressarum
idealpedagogico inquestionavel,
medido
edefinido objetivamente equese apresentamcomo modelo
aserseguido eaplicadoem
qualquercontextoescolar.As
escolas-padraocabem
namesma
logica que defineas escolas dosdiferentes,em
que as iniciativaspara melho- raro ensinocontinuam elegendo algumasescolas evalorando-as positivamente,em
de- trimentode outras.Cada
escola elinicaeprecisaser,como
os seus alunos, reconhecidae valorizada nas suasdiferengas.3.1.
MUDANgAS NA ESCOLA
Para atendera todose atender melhor, aescola atual tem de mudar, e a tarefa de
mu-
dara escolaexige trabalhoem
muitasfrentes.Cada
escola, aoabrai^aresse trabalho, terade encontrar solugoes proprias para os seus problemas.
As mudangas
necessarias nao acontecem poracasoenem
porDecreto,mas
fazemparteda vontadepoHticado
coletivo daescola, explicitadasnoseu ProjetoPoliticoPedagogico-PPP
evividasa partirdeuma
gestaoescolardemocratica.
E ingenuidade pensar quesituagoes isoladas saosuficientesparadefinirainciusaoco-
mo
op(^aodetodos osmembros
daescolaeconfiguraroperfilda instituigao.Nao
sedes- consideram aqui os esforcosde pessoasbem
intencionadas,mas
eprecisoficarclaroque OS desafios dasmudangas devem
serassumidosedecididos pelocoletivo escolar.A
organizacaodeuma
sala deaulaeatravessada pordecisoesdaescolaque afetamos processes de ensino e de aprendizagem.Os
horarios e rotinasescolares naodependem
apenas deuma
linica sala deaula; o uso dosespac^os da escola para atividades a serem realizadas fora da classe precisa sercombinado
e sistematizado para obom
aproveita-mento
detodos; ashorasde estudo dosprofessoresdevem
coincidirparaqueaformagao continuadasejauma aprendizagem
colaborativa; aorganizacaodo Atendimento
Educa- cionalEspecializado-AEE
naopode
serum mero
apendice navidaescolarou dacompe-
tencia
do
professorquenele atua.Um
conjunto de normas, regras, atividades, rituais, fungoes, diretrizes, orientagoes curricularesemetodologicas,oriundo dasdiversasinstanciasburocratico-legaisdo
siste-ma
educacional, constitui o arcabougo pedagogico e administrative dasescolas deuma
10
-Mec Fasciculo I.qxd 28/10/201C 10:31 Page
AF.ducavaoF.specinlna PerspecHvn daInclusao Escnlar-AFscoliiComumIncUisiva
rede de ensino. Trata-se do que esta
INSTITUIDO
edo
que Libaneo e outros autores (2003) analisaram pormenorizadamente.Nesse
INSTITUIDO,
estao osparametrosediretrizes curriculares, asleis,osdocumen-
tosdaspoliticas, osregimentos edemais
normas
do sistema.Em
contrapartida,existeum
espagoeum tempo
aseremconstrui'dospor todasaspessoas que fazempartedeuma
instituigaoescolar,porqueaescolanaoeuma
estruturaprontaeaca- badaa serperpetuadaereproduzidadegeragaoem
geraqao. Trata-sedoINSTITUINTE.
A
escola cria,nas possibilidades abertas peloINSTITUINTE, um
espa^o de realizagao pessoale profissionalqueconferea equipeescolara possibilidade dedefinir o seu hora- rioescolar, organizarprojetos,modulos
de estudoe outros, conformedecisao colegiada.Assim, confere autonomia a toda equipe escolar, acreditando
no
poder criativo e inova- dordos que fazemepensam
aeducagao.3.2.
0 PROJETO POLITICO PEDAGOGICO, AUTONOMIA
EGESTAO DEMOCRATICA
Autora Maria Tcrezinha da ConsolacaoTeixeirados Santos
A
constata(;aodequea realidadeescolar edinamicaedepende
detodosda fovqa e sen- tido aelaboragaodo
PPP, entendido nao apenascomo um mero documento
exigido pela burocracia eadministracaoescolar,mas como
registro de significadosa serem outorga- dosao processodeensinoede aprendizagem, quedemanda tomada
dedecisoeseacom-panhamento
deagoesconseqiientes.O PPP
naopode
serum documento
paraleloque naodiz respeito,que naoatravessa o cotidianoescolare fica restrito a categoriadeum
arquivoou
deuma
alegoria, decarater residual. Ele altera aestrutura escolar eescreve-loearquiva-lonosregistrosdaescola so serve paraacomodar
a consciencia dos que naotem um
verdadeirocompromisso com uma
escola detodos, portodos epara todos.Nossalegisla^aoeducacionale clarano quetocaa exigenciadeaescolatero seuPPP;
ela nao
pode
se furtar aocompromisso assumido com
a sociedade de formagaoedede- senvolvimentodo
processodeeduca^ao, devidamenteplanejado.A
exigencia legaldo PPP
esta expressa naLDBEN
-Lei N-. 9.394/96 que,em
seu arti-go12, define, entreasatribuigdesde
uma
escola, a tarefa de "[...] elaborare executarsua proposta pedagogica", deixando claro que ela precisa fundamentalmente saber o que querecolocarem
execugao esse querer,nao ficandoapenas naspromessasou nasinten- qoes expostasno
papel.Ao
sistematizar estasescoUiasedecisoes,oPPP,a partirdeum
estudodademanda
dare- alidadeescolarcriaascondigoesnecessariasparaaelabora(;aodoplanejamentoeo desenvol- vimentodotrabalhodasuaequipeedaavaliagaoprocessualdas etapasemetaspropostas.Para Gadotti e
Romao
(1997), o Projeto PoliticoPedagogico deve serentendidocomo
um
horizontedepossibilidades paraa escola.O
Projetoimprime uma
diregaonoscami-Marcos Seesp-Mec Fasciculo I.qxd 28/10/2010 10:31 Page
AF,duca<,"aoEspecinlna PerspectivadaInclusao Escolar-AEscolaComumInclusiva
nhosaserempercorridospela escola. Ele sepropoearespondera
um
feixede indagagoes deseusmembros,
taiscomo: qualeducacaose querequa! tipode cidadaose deseja, pa- ra qual projetodesociedade?O PPP
propoeuma
organiza(^aoque se fundano
entendi-mento
compartilhadodosprofessores, alunose demaisinteressadosem
educagao.Todas asintencoesda escola, reunidasno ProjetoPolitico Pedagogico, conferem-lheo carater
POLITICO,
porque elerepresenta aescolha deprioridadesdecidadaniaem
fun- gao dasdemandas
sociais.O PPP
ganha statusPEDAGOGICO
ao organizar e sistemati- zar essas intengoesem
agoes educativas alinhadascom
asprioridadesestabelecidas.O
carater coletivo e anecessidadedeparticipacao detodoseinerente ao PPP, poisele nao seresume
aum mero
pianoou projetoburocratico, quecumpre
asexigenciasda leiou do sistema deensino. Trata-se de
um documento
norteadordas agdes da escolaque, aomesmo
tempo,oportunizaum
exercicio reflexivodoprocesso paratomada
dedecisoes noseu ambito.O
professor,portanto,ao contribuir para aelaboragaodo
PPP,bem como
aoparticipar desua execugao no cotidiano da escola, tem a oportunidade de exercitarum
ensino de- mocratico, necessario para garantiracesso e permanencia dos alunos nas escolase para assegurar a inclusao, o ensino de qualidadee aconsideragao das diferengas dosalunos nas salasdeaula. Exerceresse papelcomo um
dos mentoresdo PPP
nao euma
obriga- qao formal,mas
o resultado deum
envolvimento pessoaldo
professor. Nesse sentido,vem
antes a sua disposigao de participar,porque contribuir e reconhecer a importancia desua colaboragao para queoprojeto se execute.A
Constitui(;aoFederal de 1988,em
seu artigo 206, explicita,como um
dosprincipios para a educa(;aono Brasil, "[...] a gestaodemocratica doensinopublico". Essapreocupa- qaoe reiterada naLDBEN
(Lein- 9394/96),no
artigo3-,ao assinalarque a gestaodemo-
cratica, alem de estar
em
conformidadecom
a Lei, deveestarconsoante alegislagao dos sistemasdeensino, poiscomo
Leiquedetalhaa educagaonacional,acrescentaa caracte- n'stica das variancesdossistemas nas esferas federal, estadual emunicipal.Ainda
nesse detalhamento, aLDBEN
avanga,noseu artigo 14,afirmandoque:[...]Ossistemasdeensino definirao asnormasda gestaodemocraticadoensi-
nopubliconaeducagaobasica,de acordocomassuas pcculiaridadeseconfor-
me
OSseguintes principios: participacaodosprofissionaisdaediicagaonaela- bora^aodoprojetopedagogico daescola; participac^aodascomunidadesesco- lare localem
conselhosescolaresouequivalentes.Nos
textoslegais, fica claraaenfasedada aoProjeto PoliticoPedagogico de cadaesco- la,bem como
areitera(^aodequea propostasejaconstruidaeadministrada aluzdeuma
gestao democratica.
Outralegislagaoque
vem
corroborar nesse sentidoe o Estatuto da Crianc^a edo Ado-
12
Marcos Seesp-Mec Fasciculo I.qxd 28/10/2010 10:31 Page
AF.duca^ao Especial na PerspectivadaInclusao Escoiar-AF.scolaComumIncUisiva
lescente -
ECA
(LeiN"-.8.069/90), que,no
seu artigo53,enfatiza osobjetivosda educagao nacional,repetindo os prindpiosconstitucionaiseosdaLDBEN, mas
deixandoclaroem
seu paragrafo unico que "[...] e direito dospais ou responsaveis ter ciencia
do
processo pedagogico,bem como
participardadefini(^aodaspropostas educacionais". Evidencia-se na legislagao o carater dacomunidade
escolar participativa e ampliada para alem dosmuros
escolares,com compromisso
conjuntonosrumos
daeducai^aodoscidadaos.A
ges- taodemocratica ampliada nos contornosdacomunidade
ganha, pormeio do
textolegal, condigoes deserexercidacom
autonomia.Embora
a escolanaosejaindependente de seu sistemadeensino, elapode
se articular e interagircom
autonomiacomo
parte desse sistema que a sustenta,tomando
decisoes propriasrelativasasparticularidadesdeseu estabelecimentodeensinoeda sua comuni- dade. Entretanto,mesmo
outorgada porlei,aautonomia escolareconstruida aospoucose cotidianamente.
Do
pontodevista culturaleeducacional, encontram-se poucasexperi- enciasdeconstrugaoda autonomia edo
cultivo dehabitos democraticos.A
democracia, freqiientementeproclamada,mas nem sempre
vivenciada nas redesde ensino, tem noPPP
a oportunidade de ser exercida, e essa oportunidade naopode
ser perdida, paraqueconsiga espalhar-seportodaa instituigao.GadottieRomao
(1997)ma-
nifestam suas posi^oes sobreaconstrugao da democraciana escola eafirmam queesseti-po
degestaoconstituium
passo relevanteno aprendizado da democracia.Os
professoresconstroemademocracia nocotidianoescolarpormeio
depequenos
de- talhesda organiza^ao da pratica pedagogica. Nesse sentido, fazem a diferenga: omodo
detrabalhar os conteudos
com
os alunos; a forma de sugerir a realizagao deatividades na sala deaula; o controle disciplinar;a interagaodosalunos nas tarefas escolares; a sis- tematizagaodo AEE
no contra-turno; a divisao do horario; a forma de planejarcom
os alunos; aavaliagaoda execu^ao das atividadesde forma interativa.Embora
jatenhamos uma
Constituigao, estatutos, legislagao, poh'ticas educacionais e decretosquepropoem
e viabilizamnovas alternativaspara a melhoria do ensino nases- colas, aindaatendemos
a alunosem
espagos escolares semi ou totalmente segregados, taiscomo
as classes especiais, as turmas de acelera(;ao, as escolas especiais, as aulas de reforgo,entre outros.O
saltoda escola dos diferentes para a escola das diferen(^asdemanda
conhecimento, determinagao,decisao.As
propostasdemudanga
variamedependerao dedisposigao, dis- cussoes, estudos,levantamento de dadose iniciativas a serem compartilhadaspelossensmembros,
enfim, degestdes democraticas dasescolas,que favore^amessamudanga.
Muitasdecisoes precisamsertomadas pelas escolasao elaborarem seusProjetos Politico Pedagogicos,entre asquaisdestacamosalgumas,queestaodiretamente relacionadas
com
asmudan^as
quesealinhamaos propositosdainclusao: fazerda aprendizagemoeixodases- colas, garantindo otempo
necessariopara que todospossam
aprender; rcprovararepeten- cia;abrirespa^o paraqueacooperac^ao,odialogo,asolidariedade,acriatividade eoespirito criticosejam praticados por seusprofessores, gestores, funcionariosealunos, pois essas sao habilidadesmmimas
para oexercicioda verdadeiracidadania; valorizare formar continua--Mec Fasciculo I.qxd 28/10/2010 10:31 Page
AEduca<^ao Especial na PerspectivadaInclusao Escolar-AEscolaComumInckisiva
menteoprofessor, paraqueelepossaatualizar-se e ministrar
um
ensinodequalidade.E freqiientea escola seguir outros caminhos, adotandopraticasexcludentese paliati- vas, que as
impedem
dedar osalto qualitativoquea inclusaodemanda.
Elas seapropri-am
desolu^oesutilitarias,prontas para ouso, alheiasarealidadede cadainstitui^aoedu- cacional.Essaspraticasadmitem: ensino individualizado para os alunoscom
deficiencia e/ou problemas de aprendizagem;curn'culos adaptados; terminalidadeespecifica; meto- dosespeciais para ensinodepessoascom
deficiencia; avaliac^aodiferenciada; categoriza- gaoediferenciagao dosalunos; forma(;ao de turmasescolaresbuscando
a homogeneiza- qaodosalunos.No
nivel da sala de aula e daspraticas deensino, a mobilizagaodo
professor e/ou deuma
equipeescolarem
tornodeuma
mudan(;a educacionalcomo
ainclusaonaoacontece demodo
semelhanteem
todas as escolas.Mesmo havendo um
Projeto PoliticoPedagogi- coque oriente asagoes educativas da escola,ha que existiruma
entrega,uma
disposigao individualou grupal desuaequipedese exporauma
experiencia educacional diferente dasqueestaohabituadosa viver. Para que qualquer transformagao oumudanga
seja ver- dadeira,as pessoastem de sertocadaspela experiencia.Precisamser receptivas, disponi- veiseabertasavive-la,baixandosuas guardas,submetendo-se,entregando-seaexperien-cia [...] scmresistencias,scmseguranga,podcr,firmeza, garantias
(BONDTA,
2002).As mudan^as
nao ocorrempelamera
adogao depraticas diferentesdeensinar. Elasde-pendem
da elabora(;aodos professores sobreo que Ihes aconteceno decorrer da experi- encia educacional inckisivaqueeles sepropuseram
aviver.O
quevem
doslivros eoquee transmitido aos professores
nem sempre
penetramem
suas praticas.A
experiencia aque nos referimos nao esta relacionada
com
otempo
dedicado ao magisterio, ao saberacumulado
pela repetigaodeuma mesma
atividadeutilitaria, instrumental. Estamos nos referindo ao saberdaexperiencia, quee subjetivo, pessoal, relativo,adquiridonasocasi- oesem
queentendemos
e atribui'mossentidosaoque nosacontece, aoque nospassa, ao que nos sucede ao vivera experiencia(BONDIA,
2002).O
reconhecimento dequeos alunosaprendem segundo
suascapacidades naosurgedeuma
hora para a outra, so porque as teorias assim afirmam. Acolher as diferengas tera sentidopara o professore faracom
queelerompa com
seusposicionamentossobre o de-sempenho
escolarpadronizadoehomogeneo
dosalunos,se ele tiverpercebidoecompre- endido por simesmo
essas variagoes,ao sesubmeter auma
experienciaque Ihe perpas- sa a existencia.O
professor, entao,desempenhara
o seu papel formador, que naose res- tringe aensinarsomenteauma
parceladosalunosqueconseguem
atingirodesempenho
exemplar esperadopela escola.Eleensina a todos, indistintamente.O
caraterdeimprevisibilidadedaaprendizagemeconstatadoporprofessoresqueapro- veitamas ocasioes para observar, abertamente esem
ideias pre-concebidas, a curiosidade do alunoquevai atras do que querconhecer,quequestiona, duvida, quesedetem
diantedo
queleu,do queIherespondemos, procurandoresolver eencontrarasolugao para oque Iheperturbaedesafiacom
avidez,possuidopelo desejodechegar aoquepretende.Ao
sedeixarlevarporuma
experiencia deensinardessa natureza,querendo entender14
Marcos Seesp-Mec Fascicule I.qxd 28/10/2010 10:31 Page
AF.ducac^aoEspecialnaPerspectivadaInclusao Escolar-AF.f.coiaComumInclusiva
o que ela revela e compartilhando-a
com
sens colegas, o professor podera deduzir que certas praticas e aparatos pedagogicos,como
osmetodos
especiais e o ensino adaptado paraalgunsalunos,nao correspondem ao queseesperadeles.Ambos provem do
contro-leexternoda aprendizagem, deopinioes quecirculam e se firmam entreos professores, que sao creditadas pelo conhecimentolivresco e generalizado epelasinformagoes equi- vocadasque senaturalizain nasescolase fora delas.
Opor-se ainovagoes educacionais, resguardando-se no despreparo paraadota-las, re- sistire refuta-lassimplesinente,distancia o professorda possibilidadedese formare de setransformar pelaexperiencia. Oposi^oesecontraposigoes ainclusao incondicional sao frequentes entre os professorese
adiam
projetos doensinocomum
e especial focadosna insergao dasdiferen(;asnas escolas.E nos bancosescolaresque se aprendea viver entre osnossospares, a dividir as res- ponsabilidades, a repartir tarefas. Nesses ambientes, desenvolvem-se a cooperagao e a
produgao
em
grupocom
base nas diferen^as e talentos de cadaum
e na valorizagao da contribuigao individual paraa consecucao deobjetivoscomuns
deum mesmo
grupo.A
interagao entre colegas deturma, aaprendizagem colaborativa, a solidariedade en- trealunoseentreesteseo professordevem
serestimuladas.Os
professores,quando
bus-cam
obter 0apoiodosalunosepropoem
trabalhos diversificadoseem
grupo, desenvol-vem
formasde compartilhamento edifusao dos conhecimentosnassalasdeaula.A
formagao de turmas tidascomo homogeneas
eum
dos argumentos de defesa dos professores, gestoreseespecialistasem
favorda qualidadedo ensino,que precisa serre- futado, porquesetrata deuma
ilusaoquecompromete
o ensino eexclui alunos.A
avaliagaodecaraterclassificatorio,pormeio
denotas, provaseoutros instrumentos similares,mantem
a repetenciaeaexclusao nasescolas.A
avaliagao continuae qualitati- vada aprendizagem,com
aparticipagaodo aluno, tendo,inclusive,a intengaode avaliar 0 ensino oferecidoetorna-locada vezmaisadequado
aaprendizagem detodos os alunosconduz
aoutros resultados.A
adogao dessemodo
de avaliarcom
basena qualidadedo
ensinoedaaprendizagemjadiminuiriasubstancialmente oniimero dealunosquesaoin-devidamenteavaliadose categorizados
como
deficientesnas escolascomuns.Os
professoresem
geralconcordam com
novasalternativasdese avaliar os processos deensino e de aprendizagemeadmitem
que asturmas saonaturalmente heterogeneas.Sentem-se, contudo, inseguros diante da possibilidade de fazer uso dessas alternativas
em
sala deaula einovarasrotinas detrabalho,rompendo com
a organizac^aopedagogi- capre-estabelecida.Ao
contrariodo
quesepensae sefaz,aspraticasescolaresinclusivasnao implicamum
ensinoadaptadoparaalgunsalunos,
mas
simum
ensinodiferenteparatodos,em
queosalu- nostenham
condigoesdeaprender,segundo
suas proprias capacidades,sem
discrimina- qoese adaptagoes.A
ideiado
curn'culoadaptado estaassociadaa exclusao nainclusao dosalunosque nao conseguemacompanharoprogresso dos demais colegasna aprendizagem.Curn'culos adapta- doseensino adaptadonegam
a aprendizagem diferenciada eindividualizada.O
ensinoMarcos Seesp-Mec Fascicule I.qxd 28/10/2010 10:31 Page
AF.duca<,vioEspecialnaPerspectivadaInclusao Escolar-AF.scolaComumInclusiva
escolar e coletivoe devesero
mesmo
paratodos, a partirdeum
unicocurn'culo. Eo alu-no
queseadapta aocurn'culo,quando
seadmiteine sevalorizam asdiversasformaseos diferentesni'veisde conhecimento de cadaum.
A
aprova^ao e a certificac^ao per terminalidade especifica,como propoe
aLDBEN/1996,
naofaz sentido,quando
seentende que a aprendizagemediferenciada de aluno para aluno, constituindo-seem um
processoque naopode
obedecer auma
termi- nalidade prefixadacom
basena condigao intelectual dealguns.Outra praticausual nasescolas eo ensino dos conteudos das areas disciplinares(Ma- tematica. LinguaPortuguesa, Geografia, Ciencias, etc.)
como
finsem
simesmos
e trata-dos de
modo
fragmentado nassalas de aulas.Aafirmac^aodainterdisciplinaridadeeaafirmac^ao,emultimainstancia,dadisci- plinarizagao:sopodcremosdesenvolver
um
trabalhointerdisciplinar sefizermos usodevariasdisciplinas.[...]Ainterdisciplinaridade contribui paraminimizaros efeitosperniciososdacompartimenta]iza(;ao,masnaosignificaria,de formaalgu- ma,oavangoparaum
curn'ailonaodisciplinar(GALLO, 2002,p.28-29).Um
curn'culo nao disciplinar implicaum
ensinosem
as gavetas das disciplinas,em
quesereconheceamultiplicidadedasareas
do
conhecimentoeotransitolivreentre elas.O
ensinonao disciplinarnao deveser confundidocom
osTemas
Transversais dosPara- metrosCurriculares Nacionais, os quaisnaosuperam
a disciplinarizagao,continuando a organizar o curriculoem
disciplinas,pelas quaisperpassam
assuntosdeinteressesocial,como
omeio
ambiente, sexualidade,etica eoutros.Segundo
Gallo(2002), transversalidadeem
educa(;aoe curn'culonaodisciplinartem a vercom
processosdeensinoede aprendizagemem
queoaluno transitapelos sabereses- colares, integrando-os e construindopontes entreeles, quepodem
parecercaoticas,mas
que refletem omodo como aprendemos
edamos
sentido ao novo.As
propostas curriculares,quando
contextualizadas,reconhecem
e valorizam os alunosem
suaspeculiaridades deetnia, de genero, de cultura. Elaspartem
das vidas eexperiencias dos alunosevaosendo tramadasem
redesde conhecimento,que
supe-ram
a taodecantadasistematizaqaodo
saber.O
questionamentodessas peculiaridades e a visao cn'ticado
multiculturalismo trazemuma
perspectiva para o entendimento das diferengas, a qual foge da tolerancia e da aceitagao, atitudesestas tao carregadas depreconceitoe desigualdade.O
multiculturalismo critico,segundo
Hall (2003),um
estudioso das questoes dapos-modernidade
e das diferen(^asna atualidade, euma
das concepgoesdo
multicul- turalismo. Essa concepgao questionaa exclusao social edemais
formas deprivilegios e de hierarquias das sociedades contemporaneas,indagando
sobre as diferengas eapoiando movimentos
de resistencia dosdominados.
16
-Mec Fascicule I.qxd 28/10/2010 10:31 Page
AF,duai(^noEspecialnnPerspectivndaInclusao Hscolar-AF.scolaComumInclusiva
O
multiculturalismocriticotoma como
referendaaliberdadee aemancipagaoedefen- deque a justiga, a deinocraciae a equidadenaosao dadas,mas
conqiiistadas. Diferedo
multiculturalismo conservador,em
que osdominantesbuscam
assimilarasminoriasaos costumesetradigoesda maioria.Outras praticas educacionais inclusivas que derivam dos propositos de se ensinar a
turma toda,
sem
discriminagoes,porvezes sao refutadas pelos professoresou aceitascom
parcimonia, desconfianga e sob condigoes. Motivosnaofaltam para queeles se compor- temdesse
modo.
Muitos receberam sua propria forma(;ao dentrodo modelo
conservador, quefoisendoreforgado dentro dasescolas.PARTE
II1.
O ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO
-AEE
Uma
das inovagoestrazidaspelaPoliticaNacional de EducagaoEspecial na Perspecti- va daEduca(^ao Inclusiva (2008) e oAtendimento
Educacional Especializado -AEE, um
servigoda educagaoespecialque "[...]identifica,elabora eorganiza recursospedagogicos
e deacessibilidade,que eliminem as barreiraspara aplena participagaodosalunos,con- siderando suas necessidadesespecificas"
(SEESP/MEC,
2008).O AEE complementa
e/ou suplementa a formagao do aluno, visando asua autonomia naescola efora dela,constituindoofertaobrigatoriapelos sistemasdeensino.Erealizado, de preferencia, nasescolas comuns,em um
espago fi'sicodenominado
Sala de Recursos Multifuncionais. Portanto,eparte integrantedo
projeto politicopedagogicoda escola.Saoatendidos, nas Salas de RecursosMultifuncionais, alunos publico-alvoda educa- qao especial, conformeestabelecido na Politica Nacional de Educagao Especial na Pers- pectivada EducagaoInclusiva eno DecretoN.6.571/2008.
•
Alunoscom
deficiencia: aqueles [...] que temimpedimentos
de longo prazo de naturezafisica,mental,intelectualousensorial,os quaisem
intera^aocom
diver- sas barreiras,podem
obstruir sua participa^ao plena e efetiva na sociedadeem
igualdade decondi^oes
com
asdemais pessoas(ONU,
2006).• Alunos com
transtornos globaisdo desenvolvimento:aquelesque apresentamal-teragoes qualitativas das intera(^oessociais recfprocas e na comunicac^ao,
um
re- pertoriodeinteresses eatividadesrestrito,estereotipadoe repetitivo.Incluem-se nessegrupo
alunoscom
autismo, si'ndromesdoespectrodo autismoe psicosein- fantil.(MEC/SEESP,
2008).•
Alunoscom
altashabilidades/superdota(;;ao:aquelesque demonstrampotencialelevadoem
qualqueruma
dasseguintesareas,isoladasoucombinadas:intelectual, academica, lideranga,psicomotricidadeeartes,alemdeapresentargrandecriatividade,envolvimen- tonaaprendizagemerealizagaodetarefasem
areasdeseuinteresse(MEC/SEESP,2008).-Mec Fascicule I.qxd 28/10/2010 10:31 Page
AF.duca(;noEspecialnaPerspectivadaInciusao Escolar-AEscolaComumInclusiva
A
matncula noAEE
e condicionada a matn'culano
ensino regular. Esse atendimentopode
serofereddoem
Centros deAtendimento
Educacional Especializadodaredepubli- ca ou privada,sem
finslucrativos. Tais centros, contudo,devem
estar de acordocom
as orienta(;5esda Poh'ticaNacional de Educa^aoEspecialna Perspectivada Ediica^aoInclu- siva (2008) ecom
as Diretrizes Operacionais da EducagaoEspecial para oAtendimento
Educacional Especializado na EducagaoBasica(MEC/SEESP,
2009).Na
perspectiva da educa(;aoinclusiva, o processode reorientagaodeescolas especiais e centros especializados requer a construgao deuma
proposta pedagogica que institua nestesespagos, principalmente, servi^osdeapoioas escolaspara aorganizagaodassalas derecursos multifuncionais epara a formagao continuada dosprofessoresdo AEE.
Os
conselhos de educa^ao tem atuagao primordial no credenciamento, autorizagao de funcionamentoeorganizaqaodestes centrosde AEE,zelando paraque atuemdentrodo quealegislagao,a Poh'ticaeas Diretrizesorientam.
No
entanto,a preferencia pela escolacomum como
0local do servic^odeAEE,jadefinida notexto constitucional de 1988, foi reafirmada pelaPoh'tica,eexistem raz5es para queesseatendimentoocorra na escolacomum.
O
motivoprincipal de oAEE
serrealizado na propria escola do alunoesta na possibi- lidadede quesuas necessidades educacionaisespecificaspossam
seratendidas ediscuti- dasnodia adiaescolarecom
todos osqueatuam
noensino regular e/ou naeducagaoes- pecial,aproximando
essesalunosdos ambientes de formagaocomum
atodos. Para os pa-is,
quando
oAEE
ocorrenessascircunstancias,propicia-lhes viveruma
experienciainclu- siva de desenvolvimento e de escolarizagao deseus filhos,sem
terde recorrera atendi-mentos
exterioresa escola.Marcos Seesp-Mec Fasciculo I.qxd 28/10/2010 10:32 Page
AF.cluc;j(;'noEspecialna PerspectivadaInclusao Escolar-AF.scolaComumInclusiva
Referencias
AZANHA,
J.M.P.Autonomiadaescola:um
reexame.In:Serie Ideias, n.l6,SaoPaulo:FDE,1993.BONDIA,
]. L.Notassobrea experienciaeo saberda experiencia.In: Revista BrasileiradeEdu- cagao,Jan/Fev/Mar/Abr2002, n-. 19, p.20-28.BRASIL. Ministerio da Educa(^ao. Secretaria de Ediicai^ao Especial. Diretrizes Operacionais da Educacao Especial para oAtendimento Educacional Especializadona Educac^aoBasica. Brasilia:
MEC/SEESP,2009.
BRASIL.Ministerioda Educagao.Secretaria de EducagaoEspecial. PoliticaNacionalde Educa(;ao EspecialnaPerspectivadaEducagaoInclusiva.Inclusao:revistadaeducagaoespecial,v.4,n1,ja- neiro/junho2008. Brasilia:MEC/SEESP,2008.
BRASIL,Constituiqaoda Republica FederativadoBrasil,SaoPaulo: EditoraSaraiva, 1998.
BRASIL,Lei n-9394 de20dedezembrode1996.Estabeleceas Diretrizes eBasesda Educa(;aoNa- cional. DiarioOficialdaUniao.Brasilia, n^ 248, 1996.
CERTEAU,
M.de.A
invcngaodocotidiano: artesdefazer. Petropolis:Vozcs,1994.GADOTTI,
M.Uma
escola, muitasculturas. In:GADOTTI,
M.;ROMAO,
J. E. (Org.)Autonomia daescola:principiosepropostas.SaoPaulo: Cortez,1997.GALLO,
S.Transversalidadeeeducat^ao:pensandouma
educaqaonaodisciplinar.In:ALVES,N.;LEITE
GARCIA,
R. (Orgs.).O
sentidodaescola.3^cd., RiodeJaneiro:DP&A,
2002.HALL,
S.A
identidadcnapos-modernidade.Belo Horizontc: Autentica, 2003.HERNANDEZ,
F;VENTURA,
M.A
OrganizagaodoCurn'culoporProjctosdcTrabalho: oconhc- cimentoeum
caleidoscopio.Porto Alegre:Artmed, 1998.LIBANEO,
J.C,OLIVEIRA
J.F.;TOSCHI, M.S.EducagaoEscolar: poh'ticas,estruturaeorganiza- cao.SaoPaulo: Cortez,2003.MINISTERIO DA EDUCAgAO.
DecretoNo
6.571, de 17 de setembro de 2008. Disponivelem
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Decreto/D6571.htm>. Acesso em: 10
maio2009.
Marcos Seesp-Mec Fasciculo I.qxd 28/10/2010 10:32 Page
AF.duca(^ao [^specialna PerspectivedaInciusao Escolar-AFscolaComumInclusive
ORGANIZAQAO DAS NACOES UNIDAS
-ONU.
Convengaosobre os DireitosdasPessoascomDeficiencia. NovaYorque,2006.
PEREIRA,S. M. Politicasde Estadoeorganiza(^aopolitico-pedagogicada escola:entrcoinstitui-
do e 0instituinte. Ensaio: avaliagao de politicas publicaseducacionais. Vol. 16. Rio deJaneiro, 2008,p.337-358.
5ILVA,T. T. da. (Org.).IdentidadeeDiferengas.
A
perspectivadosEstiidos Culturais. Petropolis:Vozes, 2000.
ZABALA,
A.A
Pratica Educativa.Porto Alegre: Artmed, 1998.39