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PLANEJAMENTO REGIONAL E DESENVOLVIMENTO

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Academic year: 2022

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PLANEJAMENTO REGIONAL E DESENVOLVIMENTO

DISCIPLINA: PLANEJAMENTO E ORDENAMENTO TERRITORIAL – GB 070

PROF. MARCOS AURÉLIO TARLOMBANI DA SILVEIRA

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Planejamento Regional: Objeto

Planejamento Regional - processo de formulação e arranjo de políticas de desenvolvimento no espaço supra- urbano (escala da região).

ESCALAS:

Relatividade da escala - visão indivisível do espaço não pode ser esquecida.

GLOBAL

LOCAL

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SURGIMENTO DO PLANEJAMENTO REGIONAL

1. A partir da ideia de “regiões deprimidas” no interior dos Estados-nações (ou de unidades territoriais maiores  Europa Ocidental, por ex.);

2. O crescimento do poder estatal, o advento do keynesianismo e a ideia de

“corrigir as desigualdades regionais” pela industrialização;

3. François Perroux e a teoria dos “Polos de Desenvolvimento”, base para o planejamento regional nos anos 1950-1970;

4. As experiências na Itália, nos EUA e no Brasil;

5. Os sucessos (relativos) e os fracassos (idem) das experiências de planejamento regional;

6. O caso do Brasil: a extinção da Sudene e da Sudam em 2001 e a ênfase em

projetos locais (por exemplo, transposição das águas do rio São Francisco,

Polo Tecnológico em João Pessoa, etc.) e/ou setoriais (ex: as ações da

Embrapa e a expansão da soja no sul do Maranhão).

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O PLANEJAMENTO REGIONAL SÓ COMEÇOU DE FATO APÓS A CRISE DE 1929, NO CONTEXTO DO KEYNESIANISMO COM O ESTADO INTERVENTOR

• A primeira experiência efetiva de planejamento regional ocorreu em 1933 nos EUA, com a criação pelo governo Roosevelt do TVA (Tennessee Valley Autorithy), parte do programa New Deal (1933-37), de recuperação da economia frente à crise  combate ao desemprego, criação de dezenas de agências ou autarquias, planos para recuperar agricultura (especialm. crédito aos agricultores), metas para indústria (inclusive controle dos preços), legislação para controlar setor financeiro, etc.

• O Vale do Rio Tennessee (afluente do Ohio, que deságua no Mississipi) abarca vários estados do sudeste (Alabama, Tennessee, Kentucky...), considerados pobres ou pouco industrializados e fortemente afetados pela crise em especial na agricultura.

• O TVA, que existe até hoje, realizou obras no rio permitindo a navegação em cerca

de 1.000 km, construiu dezenas de hidrelétricas, inúmeras rodovias e pontes sobre

o rio, controlou o abastecimento de água e a irrigação , hoje cuida também do meio

ambiente, de usinas nucleares, etc.

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Planejamento Regional – a experiência brasileira

- Pós-Guerra no governo Getúlio Vargas (década de 1930 - discurso nacionalista modernizante);

-Caráter Macro-Econômico e não Físico-Territorial (regional e local);

-Planejamento como intervenção planejada do Estado

-Plano de Metas de Juscelino Kubitschek

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GV ERA UM ADMIRADOR DE ROOSEVELT E PROPÔS

ESTUDOS PARA REALIZAR NO BRASIL ALGO EQUIVALENTE AO TVA

• Em 1945 foi criada a Companhia Hidroelétrica do São Francisco (CHESF), e em 1947 a Comissão do Vale do São Francisco, a CVSF, que mudou de nome várias vezes e hoje se chama CODEVASF e está subordinada ao Ministério da Integração Nacional.

• A CHESF (subordinada ao Ministério de Minas e Energia) construiu várias hidrelétricas (Paulo Afonso, Sobradinho, Xingó...) no rio S.F. e hoje atua também no rio Parnaíba.

• A CODEVASF cuida da irrigação e do abastecimento de água, da

revitalização e tem, junto com o Ministério, o plano de

transposição de águas do rio São Francisco.

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A PARTIR DE 1955, ANO EM QUE FRANÇOIS PERROUX CRIOU A EXPRESSÃO “POLOS DE DESENVOLVIMENTO”, O PLANEJAMENTO REGIONAL VOLTOU-SE PARA A INDUSTRIALIZAÇÃO COM BASE EM POLOS GERADORES DE DESENVOLVIMENTO PELA ECONOMIA DE AGLOMERAÇÃO.

• No Brasil as ideias de Perroux – somadas às da CEPAL (desenvolvimento autocentrado, indústria como setor chave, substituição de importações...) – tiveram grande repercussão, sendo importantes para a criação da SUDENE (1959), da SUDAM (1966) e Outras (Sudeco, Sudesul, Suframa...) 

• A inspiração para elas era que o desenvolvimento depende da ação do

Estado, criando infraestrutura e promovendo a criação e/ou expansão

de polos de desenvolvimento (Manaus para a Amazônia, Recife para o

Nordeste, o Polo Agroindustrial de Juazeiro/Petrolina para o Vale do

São Francisco, e outros).

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A PARTIR DOS ANOS 1980 A IDEIA DE QUE DESENVOLVER SIGNIFICA INDUSTRIALIZAR PERDE FORÇA E NOVAS ESTRATÉGIAS, DIFERENTES DAS DE PERROUX E OUTROS, SÃO APLICADAS.

1. Há algumas críticas sobre a eficácia de desviar recursos de regiões mais dinâmicas para outras deprimidas  os críticos dizem – a partir de dados – que dificilmente há resultados e que isso dispersa os recursos, que poderiam ser melhor aplicados (com melhores resultados) nas regiões onde foram gerados.

2. Há a constatação de que em sua imensa maioria os “pólos de desenvolvimento” eleitos para receber investimentos, ao contrário da teoria, não expandiram/derramaram (spillover) o progresso para a região circundante  permaneceram como enclaves (por ex.:

Manaus ou mesmo Brasília).

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Por outro lado, desenvolver uma região, hoje, pode significar várias coisas além da industrialização: setor dos serviços, em especial – por ex., turismo (ecológico, rural, etc.), educação (atração de estudantes ou profissionais, além de qualificação da mão-de-obra, da formação de empreendedores, etc.), novas tecnologias (software, telecomunicações), finanças, comércio, o lazer (por ex.

festas, festivais), o artesanato, etc.

E também significa preservar obras culturais e natureza

(ecossistemas, belas paisagens). E, logicamente, implica em

sustentabilidade.

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NA EUROPA HÁ DÉCADAS EXISTEM PROGRAMAS DE “CORREÇÃO DOS DESEQUILÍBRIOS REGIONAIS” DESTINADOS TANTO A PAÍSES MENOS DESENVOLVIDOS (ESPANHA, IRLANDA, PORTUGAL,

GRÉCIA), COMO A REGIÕES DEPRIMIDAS DA EU (ESPANHA, ALEMANHA...)

Irlanda e Espanha foram os dois países da UE que mais se desenvolveram nas últimas décadas devido aos incentivos europeus e a legislações/atrativos internos.

Na Alemanha com a reunificação (1989) houve forte – e polêmica transferência de recursos da parte ocidental para a oriental

(mais atrasada)  centenas de bilhões de euros foram gastos.

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NO BRASIL, DUAS DAS MAIS IMPORTANTES EXPERIÊNCIAS DE PLANEJAMENTO REGIONAL FORAM A SUDENE E A SUDAM

Na Espanha, a partir dos anos 1960, houve um constante

programa de planejamento regional voltado para as

regiões menos desenvolvidasa Espanha foi um dos

países europeus que mais cresceu desde essa década

embora alguns problemas persistiram, como o

desemprego elevado.

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CONCLUSÕES: O PLANEJAMENTO REGIONAL DEU RESULTADOS EM CERTAS SITUAÇÕES, MAS EM GERAL NÃO. POR QUE? E QUAIS AS ALTERNATIVAS?

1. Idéias tipo “pólos de desenvolvimento”, baseadas unicamente na industrialização e um centro gerador, geralmente não dão resultados positivos. E no Brasil – além de outros países – a “guerra fiscal” entre estados e municípios obstaculiza o planejamento regional, assim como também a superposição de órgãos, que se tornam rivais;

2. É importantíssimo levar em conta fatores culturais (por ex., Sul da Itália, NE do Brasil...), e políticos, que geralmente atravancam (ou favorecem) as iniciativas de desenvolvimento regional;

3. O planejamento que não buscou a colaboração do mercado

(empreendedorismo, investimentos privados, clima favorável para a

iniciativa privada, pouca burocracia e impostos...) geralmente

fracassou.

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- Complexidade e Visão Sistêmica - cidades e regiões como sistemas complexos; sociedade e espaço interagindo incessantemente; conflitos e instabilidade;

- Desafios para quem analisa, planeja, governa e toma parte do processo de planejamento.

- Métodos diversos - interdisciplinaridade; postura crítico- reflexiva.

- Planejamento Regional e o desafio de superar as deficiências que marcaram o desenvolvimento social e territorial até o presente.

DESAFIOS DO PLANEJAMENTO REGIONAL

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BIBLIOGRAFIA

• ARAÚJO, T. B. A Experiência de Planejamento Regional no Brasil. In: LAVINAS, L.; CARLEIAL, L.M.F.; NABUCO, M.R. (org.). Reestruturação do Espaço Urbano e Regional no Brasil. São Paulo: Editora Annablume; ANPUR, 1993.

pg. 87-95.

• GOMES, P.C.C. O Conceito de Região e sua Discussão. In: CASTRO, I.E.; GOMES, P.C.C.; CORRÊA, R.L. (org.) Geografia: Conceitos e Temas. 7a ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2005. pg. 50.

• MALTA, F. J.N. Planejamento Regional. 2000. Notas de disciplina (Programa de Mestrado em planejamento Urbano e Regional). São José dos Campos: UNIVAP.

• MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL/SECRETARIA DE PROGRAMAS REGIONAIS. Programas de Desenvolvimento Regional. Brasília, fev. 2009.

• PEDRÃO, F. Tendências históricas e vontade política na formação espacial do Brasil. In: GONÇALVES, M.F.;

BRANDÃO, C.A.; GALVÃO, A.C (org.). Regiões e cidades, cidades nas regiões: o desafio urbano-regional. são Paulo: Editora UNESP: ANPUR, 2003. pg. 166-167.

• SANTOS, M. Espaço e método. 4. ed. são Paulo: Nobel, 1997. pg.65.

• SENRA, K.V. Políticas e instituições para desenvolvimento econômico territorial. O caso do Brasil. Serie Desarrolho territorial, Chile, no 8, 109 P., fev. 2010.

• SOUZA, A.B. Planejamento Governamental no Brasil. Disponível em: http://www.angelfire.com/ar/rosa01/page 16.html. Acesso em: 01/03/2005.

• VÍLLAÇA, F. Espaço Intra-Urbano no Brasil. São Paulo: Nobel; FAPESP; Lincoln Institute, 1998, p. 18.

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Referências

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