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Cumprimento da NBR 12655 no processo de recebimento do concreto usinado na Grande Florianópolis

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA RHOGAN ARAÚJO MARGARIDA

VITOR VECHI JUNKLAUS

CUMPRIMENTO DA NBR 12655 NO PROCESSO DE RECEBIMENTO DO CONCRETO USINADO NA GRANDE FLORIANÓPOLIS

Palhoça 2018

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RHOGAN ARAÚJO MARGARIDA VITOR VECHI JUNKLAUS

CUMPRIMENTO DA NBR 12655 NO PROCESSO DE RECEBIMENTO DO CONCRETO USINADO NA GRANDE FLORIANÓPOLIS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Engenharia Civil da Universidade do Sul de Santa Catarina como requisito parcial à obtenção do título de Engenheiro Civil.

Orientadora: Profa. Esp. Norma Beatriz Camisão Schwinden.

Palhoça 2018

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Dedicamos este trabalho a todos os familiares, principalmente aos nossos pais, pelo grande apoio e motivação nesta conquista pessoal. Agradecemos, também, aos nossos professores, colegas e amigos, que compreenderam nossas dificuldades e foram fundamentais para a conclusão do Curso de Engenheiro Civil.

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AGRADECIMENTOS

Agradecemos, primeiramente, a Deus, por nos ter dado a oportunidade de estarmos aqui, motivação e determinação para que pudéssemos vencer os obstáculos durante a formação acadêmica.

Às nossas famílias, que sempre estiveram ao nosso lado, pelo incentivo e apoio durante a trajetória acadêmica.

À nossa orientadora, Prof.ª Norma Beatriz Camisão Schwinden, que nos ajudou e orientou, da melhor maneira possível, com sua experiência e dedicação na formulação deste trabalho de conclusão de curso.

Rhogan Araújo Margarida e Vitor Vechi Junklaus

Agradeço, em especial, ao meu pai, Ben-hur Cassius de Margarida, por ser meu exemplo e pela demonstração dos princípios inspiradores de vida, que sigo e agradeço.

Aos meus avós e minha mãe, pelas palavras de motivação e apoio para a formulação deste trabalho.

Aos professores da Universidade do Sul de Santa Catarina, por me possibilitarem um ensino de qualidade, e, também, aos colegas, pela aprendizagem compartilhada. Levarei-os para a minha carreira profissional.

À minha companheira, Bárbara, acima de tudo amiga, pelas palavras de carinho e estímulo e, principalmente, compreensão pelas horas dedicadas a esta pesquisa.

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Primeiramente, agradeço aos meus pais, por todo o suporte e ensinamentos que me deram durante todos estes anos de vida, principalmente pelas oportunidades oferecidas, as quais tentei aproveitar profundamente.

Agradeço, de modo especial, ao meu irmão Bruno Vechi Junklaus, por todo apoio, suporte e compartilhamento de conhecimentos, o qual foi de suma importância para a realização deste trabalho.

Ao meu parceiro e colega, Rhogan Araújo Margarida, pelo incentivo, compartilhamento de seu conhecimento e sua dedicação, somando ideias e ajudando a tornar este trabalho realidade.

A todas as pessoas que, direta ou indiretamente, passaram por minha vida e me ajudaram a crescer como pessoa e contribuíram para a formação do meu caráter.

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“O êxito da vida não se mede pelo caminho que você conquistou, mas sim pelas dificuldades que superou no caminho” (Abraham Lincoln).

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RESUMO

É importante o controle no recebimento do concreto usinado em obra, promovendo a indispensabilidade de manutenções na qualidade da estrutura e seu preço relacionado. Etapa de fundamental execução, na qual recebe conotação na norma técnica NBR 12655 (ABNT, 2015). Este trabalho teve como objetivo identificar se as construtoras da Grande Florianópolis estão aplicando a norma ABNT NBR 12655, mais especificamente, no tocante ao processo de controle do recebimento do concreto usinado na obra. Por meio do checklist criado pelos autores, foram visitadas 25 obras em etapa de concretagem. Ficou evidente a negligência em relação à importância do controle no recebimento por parte das construtoras nas obras visitadas, o que demonstra a necessidade de treinamento da mão de obra das empreiteiras e construtoras. Palavras-chave: Concreto usinado. NBR 12655. Checklist.

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ABSTRACT

It is important the control of the ready-mix concrete received at the construction sites, due to the indispensability of maintenance in the quality of the structure and its related price. Phase of fundamental execution in which it receives connotation in the technical norm NBR 12655 (ABNT, 2015). This study had the objective of identifying if the constructors of Florianópolis are applying the ABNT NBR 12655, more specifically regarding the process of control of the reception of the ready-mix concrete in the construction site. Through the checklist created, 25 construction sites were visited during the concreting phase in the region of Florianópolis. It was evident the negligence in relation to the importance of the ready-mix concrete control received at the construction sites visited, which demonstrates the necessity of training of the workmanship on the part of the constructors.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Slump test ... 24

Figura 2 - Moldagem dos corpos de prova ... 26

Figura 3 - Lacre do caminhão betoneira ... 28

Figura 4 - Nota Fiscal ... 29

Figura 5 - Mapa de concretagem ... 31

Figura 6 - Controle das especificações do concreto na nota fiscal... 39

Figura 7 - Controle dos horários do caminhão-betoneira ... 41

Figura 8 - Comparação do lacre com a nota fiscal ... 43

Figura 9 - Execução do slump test... 45

Figura 10 - Moldagem dos corpos de prova ... 46

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Resultado da checagem da nota fiscal ... 38

Gráfico 2 - Resultado da verificação do horário ... 40

Gráfico 3 - Resultado da verificação do lacre ... 42

Gráfico 4 - Resultado quanto a execução do slump test ... 44

Gráfico 5 - Resultado da moldagem dos corpos de prova ... 46

Gráfico 6 - Resultado da efetuação do mapa de concretagem ... 47

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LISTA DE QUADROS

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Valores máximos para a formação de lotes de concreto ... 23 Tabela 2 - Checklist das obras ... 37

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO... 15 1.1 JUSTIFICATIVA ... 15 1.2 OBJETIVOS ... 16 1.2.1 Objetivo geral ... 16 1.2.2 Objetivos específicos ... 16 1.3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ... 16 1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO... 17 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ... 18 2.1 DEFINIÇÃO DE CONCRETO ... 18

2.2 NORMAS TÉCNICAS BRASILEIRAS ... 19

2.2.1 NBR 12655: 2015 ... 21 2.3 TESTES NORMATIVOS ... 24 2.3.1 Slump Test ... 24 2.3.2 Corpo de prova ... 25 2.4 CRITÉRIOS DE CONTROLE ... 27 2.4.1 Lacre ... 27

2.4.2 Nota fiscal e pedido ... 28

2.4.3 Horário ... 30

2.4.4 Mapeamento ... 30

3 METODOLOGIA DA PESQUISA ... 33

3.1 TIPO DE PESQUISA ... 33

3.2 POPULAÇAO E AMOSTRA ... 33

3.3 INSTRUMENTO PARA COLETA DE DADOS ... 34

4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ... 36

4.1 PLANILHA RESUMO ... 36 4.2 ANÁLISE SEGMENTADA ... 38 4.2.1 Da nota fiscal ... 38 4.2.2 Do horário ... 39 4.2.3 Do lacre ... 41 4.2.4 Do slump test ... 43 4.2.5 Do corpo de prova ... 45 4.2.6 Do mapeamento ... 47

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4.2.7 Da NBR 12655... 48

4.2.8 Considerações ... 49

5 CONCLUSÃO ... 51

5.1 CONSIDERAÇOES FINAIS ... 51

5.2 RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ... 52

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1 INTRODUÇÃO

O concreto, por exercer a função de resistir diretamente aos esforços nas edificações, torna-se um dos materiais mais importantes a se ter atenção na chegada à obra.

Uma das questões fundamentais na negligência do recebimento do concreto em obra são as pessoas não preparadas ou inaptas ao acompanhamento e aceitação do mesmo, podendo assim estar usando em obra um produto que não atinge aos requisitos mínimos impostos pela norma. Consequências de gastos minimizados com inibição de possíveis patologias na estrutura podem afetar a durabilidade, estética, desempenho e resistência da edificação.

Este estudo tem como tema principal a checagem do cumprimento da norma ABNT NBR 12655, no qual garante a qualidade na etapa de concretagem da obra.

Teve como foco a conferência da aplicação da citada norma técnica na região de Florianópolis, mediante ao checklist criado pelos autores, visando atender a todos os pré-requisitos necessários no correto recebimento de concreto usinado in loco.

Desta forma, este trabalho buscou responder a seguinte questão: A norma NBR 12655 está sendo cumprida corretamente nas obras da região de grande Florianópolis, em relação ao recebimento de concreto usinado in loco?

1.1 JUSTIFICATIVA

Devido ao crescimento da construção civil, com o passar do tempo, vem se verificando a real importância do cumprimento das normas pré-estabelecidas em relação à concretagem, visando sempre a garantia da qualidade dos sistemas estruturais em concreto armado, os quais asseguram a durabilidade e o desempenho das edificações.

O estudo foi realizado com o objetivo de dar informações desta etapa para a sociedade, a partir da aplicação de uma pesquisa de campo que traduz a realidade do cumprimento da norma técnica na região de Florianópolis.

Cada vez mais nota-se a importância da realização de empreendimentos que tenham entre seus processos a fiscalização da aplicação das etapas essenciais, assim, evitam-se diversas anomalias patológicas que acontecem atualmente no campo da construção civil, a fim de não remediar, e sim prevenir tais atos.

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16 As etapas propostas por esta pesquisa servem como forma de conferência da correta metodologia na concretagem. Desta forma, interessa como pesquisa de campo em relação à realidade da utilização da norma na Grande Florianópolis.

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo geral

Identificar se as construtoras da Grande Florianópolis estão aplicando a norma ABNT NBR 12655, mais especificamente, no tocante ao processo de controle do recebimento do concreto usinado na obra.

1.2.2 Objetivos específicos

Para atender ao objetivo geral acima, foram designados como objetivos específicos: - realizar pesquisa bibliográfica acerca do tema concreto e atendimento à NBR

12655;

- elaborar um checklist que proporciona a conferência correta do processo na amostra definida quando do recebimento do concreto usinado;

- realizar uma pesquisa de campo com este checklist; - tratar os dados;

- expor considerações a respeito. 1.3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Quanto ao método, trata-se de um estudo de campo, ou seja, é uma averiguação prática realizada em uma área pré-estabelecida atendendo as necessidades que a pesquisa exige. É determinada, também, pela observação do que acontece na realidade empírica.

Segundo Fonseca (2002, p. 20):

Diferentemente da pesquisa qualitativa, os resultados da pesquisa quantitativa podem ser quantificados. Como as amostras geralmente são grandes e consideradas representativas da população, os resultados são tomados como se constituíssem um retrato real de toda a população alvo da pesquisa. A pesquisa quantitativa se centra na objetividade. Influenciada pelo positivismo, considera que a realidade só́ pode ser compreendida com base na análise de dados brutos, recolhidos com o auxílio de instrumentos padronizados e neutros. A pesquisa quantitativa recorre à linguagem matemática para descrever as causas de um fenômeno, as relações entre variáveis, etc.

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17 A utilização conjunta da pesquisa qualitativa e quantitativa permite recolher mais informações do que se poderia conseguir isoladamente.

O instrumento utilizado para coletar os dados em campo foi o formulário em forma de checklist, feito com base em registros técnicos, normas, livros e artigos.

Sabe-se, também, que:

A pesquisa de campo caracteriza-se pelas investigações em que, além da pesquisa bibliográfica e/ou documental, se realiza coleta de dados junto a pessoas, com o recurso de diferentes tipos de pesquisa (pesquisa ex-post-facto, pesquisa-ação, pesquisa participante, etc.). (FONSECA, 2002, p.32).

Neste estudo, será utilizado esse método para verificar a situação atual das concretagens na região da Grande Florianópolis em relação à norma ABNT NBR 12655.

As fontes de consulta para o desenvolvimento da pesquisa bibliográfica foram livros, artigos de periódicos e materiais disponibilizados na rede mundial de computadores. 1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO

O presente trabalho será estruturado em capítulos para facilitar a sua compreensão, que serão apresentados da seguinte forma:

O primeiro capítulo englobará a explicação do tema, com a respectiva justificativa e seus objetivos geral e específicos, finalizando com a estrutura do trabalho.

No segundo capítulo constam as referências bibliográficas atuais, explanando os conceitos referentes aos assuntos do trabalho, bem como as Normas Brasileiras ligadas ao tema. No terceiro capítulo, explicar-se-á de que maneira a pesquisa de campo foi realizada, apresentando o checklist criado e a explanação dos itens que compõem o mesmo.

No quarto capítulo apresentar-se-ão os resultados, as análises e considerações. Por fim, no último capítulo traz-se a conclusão do trabalho.

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Nesta seção, serão apresentados os principais conceitos para o cumprimento da ABNT NBR 12655: 2015 Concreto de cimento Portland – Preparo, controle, recebimento e aceitação – Procedimento, com destaque para as definições de concreto e as normas técnicas brasileiras, dando ênfase na NBR 12655:2015. Em seguida, serão descritos os testes normativos para o controle do recebimento do concreto, sendo eles o Slump Test e avaliação do corpo de prova. Conclui-se com os critérios de controle do recebimento, os quais serão monitorados na pesquisa e devem ser avaliados, e a importância do seu procedimento.

2.1 DEFINIÇÃO DE CONCRETO

De acordo com Carvalho e Figueiredo (2014) e Brooks (2010), o concreto é o material mais utilizado na construção civil. Os autores o definem como o aglomerado que unem agregados, sendo estes miúdos (areias) ou agregados graúdos (pedras britadas). Almeida (2002, p.2) acrescenta à definição da composição do concreto o uso do cimento, água e ar associados aos agregados miúdos e graúdos. Este mesmo autor afirma que o concreto “pode também conter adições (cinza volante, pozolanas, sílica ativa etc.) e aditivos químicos com a finalidade de melhorar ou modificar suas propriedades básicas” (BASTOS, 2006, p.01).

Para se mostrar a relevância do consumo do concreto, Nicola (2010 apud Brunauer e Copeland, 1964) apresentou que o consumo total, em escala mundial, de concreto no ano de 1963 foi estimado em três bilhões de toneladas. Correspondendo, naquele período, ao consumo de uma tonelada de concreto por pessoa. Segundo Nicola (2010), o elevado consumo de concreto se deve a facilidade de encontrar os materiais que o compõe, assim como o baixo custo para a sua produção.

Segundo Mehta e Monteiro (1994), o concreto é o material estrutural de maior uso na atualidade, porque apesar de não ser tão resistente e tenaz quanto o aço, possui uma excelente resistência à água. Ainda, conforme o autor:

Ao contrário da madeira e do aço comum, a capacidade do concreto de resistir à ação da água, sem deterioração séria, faz dele um material ideal para estruturas destinadas a controlar, estocar e transportar água. As razões para o uso tão difundido do concreto são: a facilidade com que elementos estruturais de concreto podem ser executados, numa variedade de formas e tamanhos; mais barato e mais facilmente disponível no canteiro de obra. (MEHTA; MONTEIRO, 1994, p.1-2).

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19 Dentre as formas de produção, o concreto pode ser virado in loco ou ser adquirido pronto. O engenheiro Arcindo Vaqueiro y Mayor, consultor da Associação Brasileira de Empresas e Serviços de Concretagem (ABESC), afirma que o concreto entregue pronto fornece garantias de que a obra se comportará conforme projetada, ou seja, os riscos envolvidos na produção do concreto in loco, devido ao baixo controle de qualidade, são mitigados. Isso ocorre porque “o concreto, em qualquer situação, deve ter boa trabalhabilidade e habilidade passante entre a armadura e atender às características especificadas no projeto.” (MAYOR, s.d.).

2.2 NORMAS TÉCNICAS BRASILEIRAS

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o órgão privado responsável pela regulação e normalização técnica do país. Desde 1940, a ABNT fornece a base necessária com documentos normativos, permitindo a produção, comercialização de bens e serviços para o desenvolvimento sustentável, científico e tecnológico brasileiro.

Neste tocante, com a visão em ser ágil através de respostas com eficiência às demandas “do mercado e da sociedade, comprometida com o desenvolvimento brasileiro, de forma sustentável, nas dimensões econômica, social e ambiental” (ABNT, s.d.), a Associação Brasileira de Normas Técnicas tem como premissas:

a) Ser o Foro Nacional de Normalização, previsto no Sistema Brasileiro de Normalização (SBN), no âmbito do Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (SINMETRO);

b) Ter compromisso com as diretrizes estratégicas do Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (CONMETRO);

c) Ser o representante do Brasil nos foros sub-regionais, regionais e internacionais de normalização;

d) Reconhecer como organismos internacionais de normalização a International Organization for Standardization (ISO), International Eletrotechnical Comission (IEC) e International Telecommunications Union (ITU) e como organizações internacionais com atividades de normalização o CODEX ALIMENTARIUS, Bureau Internationale de Poids e Mesures (BIPM), Organização Internacional de Metrologia Legal (OIML), International Accreditadion Forum (IAF) e International Laboratory Accreditation Cooperation (ILAC);

e) Ser signatário do Código de Boas Práticas de Normalização da Organização Mundial do Comércio (OMC);

f) Ser entidade não-governamental, sem fins lucrativos e de utilidade pública, como agente privado de políticas públicas.

Além de a Associação Brasileira de Normas Técnicas ter como valores:

a) Comunicação: Proporciona os meios necessários para a troca adequada de informações entre clientes e fornecedores, com vista a assegurar a confiança e um entendimento comum nas relações comerciais;

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20 b) Simplificação: Reduz as variedades de produtos e de procedimentos, de modo a simplificar o relacionamento entre produtor e consumidor;

c) Proteção ao Consumidor: Define os requisitos que permitam aferir a qualidade dos produtos e serviços;

d) Segurança: Estabelece requisitos técnicos destinados a assegurar a proteção da vida humana, da saúde e do meio ambiente;

e) Economia: Diminui o custo de produtos e serviços mediante a sistematização, racionalização e ordenação dos processos e das atividades produtivas, com a consequente economia para fornecedores e clientes;

f) Eliminação de barreiras: Evita a existência de regulamentos conflitantes, sobre produtos e serviços, em diferentes países, de forma a facilitar o intermédio comercial. (ABNT, s.d.).

E, no sentido de fornecer documentos normativos técnicos para o desenvolvimento tecnológico brasileiro, a ABNT (s.d.) define normas, como a atividade de prescrições para problemas existentes ou potenciais, visando à obtenção do grau ótimo de ordem em um dado contexto, isto é, a associação elabora, difunde e implementa as normas por ela criadas. Por isso, segundo a ABNT (s.d.), a normalização consiste no processo de formulação e aplicação de regras para a resolução ou prevenção de problemas para a promoção da economia global, recorrendo-se à tecnologia como instrumento para definir de maneira neutra e objetiva as principais condições para que o “produto, projeto, processo, sistema, pessoa, bem ou serviço” cumpra com suas particulares finalidades, sempre levando em consideração a segurança.

De acordo com a ABNT (s.d.), norma é o documento que, através de consenso e aprovação de organismos reconhecidos, estabelece “regras, diretrizes ou características mínimas” para a execução de atividades ou resultados, garantindo a qualidade de um produto ou serviço em seu respectivo contexto. Dessa forma, o órgão assegura as características que são desejáveis nos produtos ou serviços, garantindo “qualidade, segurança, confiabilidade, eficiência, intercambialidade, bem como respeito ambiental” (ABNT, 2018) mediante os custos econômicos. Segundo a Associação:

Quando os produtos e serviços atendem às nossas expectativas, tendemos a tomar isso como certo e a não ter consciência do papel das normas. Rapidamente, nos preocupamos quando produtos se mostram de má qualidade, não se encaixam, são incompatíveis com equipamentos que já temos, não são confiáveis ou são perigosos. Quando os produtos, sistemas, máquinas e dispositivos trabalham bem e com segurança, quase sempre é porque eles atendem às normas. (ABNT, s.d.).

Consequentemente, essas normas estabelecidas são as características desejáveis em produtos e serviços. Quando os produtos e serviços respeitam às expectativas da Associação Brasileira de Normas Técnicas, há uma maior garantia de que esses atendem às expectativas do órgão, comprovando o papel da associação de assegurar a boa qualidade dos produtos. Segundo a ABNT (s.d.), as normas possuem uma elevada contribuição positiva na vida dos consumidores

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21 brasileiros, porque trazem à sociedade benefícios técnicos, econômicos e sociais em diversos setores.

Para as empresas, a utilização das normas significa, de acordo com a ABNT (s.d.), que os fornecedores são hábeis em desenvolver e oferecer produtos e serviços que contemplem especificações para a ampla aceitação em seus setores. “Empresas que utilizam Normas Internacionais podem competir em muito mais mercados ao redor do mundo.” (ABNT, s.d.). Para os clientes, possuir compatibilidade tecnológica em âmbito mundial, garantida pelo cumprimento das normas, fornecem maiores quantidades de ofertas, beneficiando, segundo a ABNT (s.d.), os “efeitos da concorrência entre fornecedores”, tal como para os consumidores, que se beneficiam com o cumprimento das normas pela garantia de qualidade, segurança e confiabilidade. Assim, a ABNT assegura que:

Para qualquer pessoa, as normas contribuem para a qualidade de vida, em geral assegurando que o transporte, máquinas e ferramentas utilizados sejam seguros. Para o planeta que habitamos, as normas sobre a qualidade do ar, da água e dos solos, sobre as emissões de gases e de radiação e sobre os aspectos ambientais de produtos, podem contribuir para os esforços em preservar o meio ambiente. (ABNT, s.d.).

Para a construção civil, a Associação Brasileira de Normas Técnicas elaborou a NBR 12655: 2015 Concreto de cimento Portland – Preparo, controle, recebimento e aceitação - Procedimento, que normaliza a aplicação de cimente Portland abrangendo os procedimentos de preparo, controle, recebimento e aceitação, a qual teve sua revisão em 2015.

2.2.1 NBR 12655: 2015

Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas, a ABNT NBR 12655: 2015 Concreto de cimento Portland – Preparo, controle, recebimento e aceitação - Procedimento, normaliza o preparo, controle, recebimento e aceitação do concreto de cimento Portland em “estruturas moldadas na obra, estruturas moldadas e componentes estruturais pré-fabricados para edificações e estruturas de engenharia”. O concreto pode ser misturado in loco, pré-misturado ou produzido em usinas. A norma ABNT NBR 12655: 2015 define para concretos normais, pesados e leves, os seguintes requisitos: “propriedades do concreto fresco e endurecido e suas verificações; composição, preparo e controle do concreto; e aceitação e recebimento do concreto.” (ABNT, 2015).

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22 Dentre esses, destaca-se o recebimento do concreto. A Associação Brasileira de Normas Técnicas, por meio da norma ABNT NBR 12655: 2015, define que ao profissional responsável pela execução da obra de concreto cabe as responsabilidades de:

a) Escolher da modalidade de preparo do concreto;

b) Definir o tipo de concreto a ser empregado bem como sua consistência, dimensão máxima do agregado e demais propriedades, de acordo com o projeto e com as condições de aplicação;

c) Atender a todos os requisitos de projeto, inclusive quanto à escolha dos materiais a serem empregados;

d) Recebimento e aceitação do concreto;

e) Manter os cuidados necessários pelo processo construtivo e pela retirada do escoramento, levando em consideração as peculiaridades dos materiais (em particular, do cimento) e as condições de temperatura ambiente;

f) Atendimento aos requisitos da ABNT NBR 9062 para a liberação da protensão, da desforma e da movimentação de elementos pré-moldados de concreto;

g) Verificação do atendimento aos requisitos desta Norma pelos respectivos profissionais envolvidos;

h) Efetuar a rastreabilidade do concreto lançado na estrutura. (ABNT, 2015). Além desses requisitos, a ABNT (2015), através da NBR 12655, define que o recebimento do concreto deve ser analisado conforme as propriedades especificadas pelo estado fresco, as quais devem ser efetuadas durante o processo de descarga da betoneira, e quando for referente a concreto dosado em central, deve, da mesma forma, abranger a “aprovação da documentação correspondente ao pedido do concreto” (ABNT, 2015, p.7). Em caso de concreto contratado por empresa especializada, cabe à empresa de serviço de concretagem:

Assumir a responsabilidade pelo serviço e cumprir as prescrições relativas às etapas de preparo do concreto (conforme 3.34), bem como as disposições desta Norma e da ABNT NBR 7212:2012 Execução de concreto dosado em central — Procedimento. A documentação relativa ao cumprimento destas prescrições e disposições deve ser disponibilizada para o responsável pela obra e arquivada na empresa de serviços de concretagem, sendo preservada durante cinco anos. (ABNT, 2015, p.9).

Desta forma, o dono da obra e o seu responsável técnico devem assegurar que a documentação comprobatória do cumprimento da ABNT NBR 12655: 2015, no qual são apresentados os relatórios de ensaios, laudos e demais especificações, estejam disponíveis e se mantenham arquivados no prazo de cinco anos.

O controle de recebimento, segundo a ABNT (2015), deve ser realizado para cada tipo de classe de concreto a ser colocado em uma estrutura, devendo ocorrer ensaios para controle das propriedades especiais, de acordo com “especificação dos requisitos correspondentes às propriedades especiais do concreto, durante a fase construtiva e vida útil da

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23 estrutura”, previsto no tópico 4.2 da NBR 12655:2015, bem como atender a todos os requisitos e condições de durabilidade apresentados na sessão 5.2 da mesma norma.

Em se tratando de concreto preparado por empresas de serviços de concretagem e para concreto dosado em obra, devem ser realizados ensaios de consistência pelo abatimento do tronco do cone, conforme a norma NBR NM 67: 1998 Concreto - Determinação da consistência pelo abatimento do tronco de cone, da Associação Brasileira de Normas Técnicas, ou, em caso de concreto auto adensável, o ensaio de espalhamento, do tempo de escoamento e do índice de estabilidade visual e habilidade passante em fluxo livre, conforme ABNT NBR 15823-2: 2017 Concreto auto adensável Parte 2: Determinação do espalhamento, do tempo de escoamento e do índice de estabilidade visual - Método do cone de Abrams e NBR 15823-3: 2017 Concreto auto adensável Parte 3: Determinação da habilidade passante - Método do anel J.

Ainda, de acordo com a ABNT (2015), devem ser realizados ensaios de resistência à compressão, utilizando-se amostras para testes de aceitação ou rejeição. Os lotes devem ser formados através da divisão da estrutura em lotes, o qual deve seguir os tipos de amostragem, que podem ser:

a) Controle de concreto por amostragem total, definido pelo tópico 6.2.3.1 da NBR 12655:2015;

b) Controle estatístico do concreto por amostragem parcial, definido pelo tópico 6.2.3.2 da NBR 12655:2015; e

c) Casos excepcionais, definido pelo tópico 6.2.3.3 da NBR 12655:2015.

Desta forma, as amostragens do concreto para realização de ensaios de resistência à compressão devem ser feitas, pela divisão correspondente, atendendo aos limites da tabela 1:

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24 Fonte: ABNT (2015, p.9).

Segundo o item 6.2.1 da ANBT NBR 12655:2015 as amostras, essas devem ser coletadas aleatoriamente durante a operação de concretagem. Cada exemplar deve ser constituído por dois corpos de prova da mesma amassada, de acordo com cada idade de rompimento, moldadas no mesmo ato. Será definido como resistência do exemplar o maior dos valores obtidos durante o ensaio de resistência à compressão.

2.3 TESTES NORMATIVOS 2.3.1 Slump Test

O Slump Test, segundo Bortolini (2012), é o ensaio do abatimento do concreto realizado para verificar a trabalhabilidade do mesmo em seu estado plástico, a fim de medir sua consistência e avaliar se está adequado para o uso que se destina, o que, conforme Oliveira (2014 apud Geyer, 2006), permite quantificar a fluidez do material. Essa propriedade é influenciada pela dimensão máxima do agregado graúdo e pela quantidade de água na composição.

Entretanto, para Oliveira (2014 apud Geyer, 2006), o fator água/cimento interfere na resistência mecânica, portanto, possuir um alto abatimento (fluidez) com menor quantidade de água na composição é de grande interesse. Por consequência, os plastificantes são amplamente utilizados na construção civil, por isso a trabalhabilidade deve ser adequada para a obtenção do produto final. Segundo Geyer e Sá (2006) “a trabalhabilidade é uma propriedade do concreto recém misturado que determina a facilidade e a homogeneidade com a qual o material pode ser misturado, lançado, adensado e acabado.”

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25

Fonte: Disponível em: <https://hubpages.com/education/slump-test-for-fresh-concrete>. Acesso em: 15 abr. 2018.

Por esta razão, o Slump Test é um dos métodos mais utilizados para determinar a consistência do concreto. Como corpo de prova para este teste, utiliza-se, segundo Na Engenharia (2017), uma forma tronco-cônica, na qual é colocada uma massa de concreto em três camadas, igualmente adensadas. Decorrido o período da elaboração dos moldes, conforme Meneguizzi e Biavatti (2010), retira-se vagarosamente o molde cônico, medindo-se o desnível do concreto em relação à altura da forma (ou altura inicial). Sendo que o limite de aceitação de deformação da massa é variável de acordo com as especificações do cálculo estrutural, variando normalmente entre 8 e 12 cm com a tolerância sendo informada na nota fiscal. Quanto maior a deformação, mais líquido está o concreto, podendo esta característica ser desejada, na melhoria da plasticidade, ou rejeitada, para não prejudicar a resistência.

2.3.2 Corpo de prova

Com a realização do Slump Test, são elaborados corpos de prova que serão utilizados para testar a resistência do concreto em laboratório. Para Bortoloni (2012), após o recebimento do concreto na obra, são coletadas amostras para realizar ensaios de resistência e verificar se o material adquirido está adequado para uso. Os corpos de prova são moldados de acordo com padrões e ordens específicos. Formas metálicas cilíndricas são preenchidas de

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26 concreto e adensado com uma barra de aço, são aplicados golpes laterais ao molde, a fim de forçar a saída de bolhas de ar, que podem interferir no teste de resistência.

De acordo com Bortoloni (2012), existem dois moldes mais utilizados:

• molde de 100 mm x 200 mm, preenchido por concreto em duas camadas, recebendo 12 golpes com hastes de socamento; e

• molde 150 mm x 300 mm, preenchido em três camadas, recebendo 25 golpes com hastes de socamento.

Segundo o mesmo autor, são moldados quatro corpos de prova por carga de concreto para os ensaios que serão realizados após 7, 14, 21 e 28 dias. Os testes devem ser realizados pela concreteira, porém se recomenda que se façam testes em laboratórios independentes.

Já, conforme a NBR 12655, cada exemplar deve ser constituído por dois corpos de prova da mesma amassada e para a ABNT NBR 5738:2015, para cada idade de rompimento, moldados no mesmo ato. Toma-se como resistência do exemplar o maior dos dois valores obtidos no ensaio de resistência à compressão. Vale ressaltar que é de importantíssima valia, a identificação de qual caminhão foram retirados cada corpo de prova, identificando-os com uma

tag.

Figura 2 - Moldagem dos corpos de prova

(28)

27 2.4 CRITÉRIOS DE CONTROLE

Para facilitar o entendimento, apresentam-se, na sequência, os instrumentos de controle a serem observados quando do recebimento do concreto usinado.

2.4.1 Lacre

Segundo a ABNT NBR 12655:2015, Controle de cimento Portland – Preparo, controle e recebimento – Procedimento, ao estacionarem os caminhões bomba e betoneira em uma obra, devem ser realizados procedimentos para garantir que o concreto utilizado esteja de acordo o encomendado à empresa fabricante e com o especificado no projeto, como afirmam Meneguizzi e Biavatti (2010).

Para Meneguizzi e Biavatti (2010), a conferência do lacre do caminhão deve ser a primeira verificação a ser feita, analisando-se o código e a nota fiscal que devem ser o mesmo. Quaisquer casos de incompatibilidade não são garantidas as características esperadas, o que justifica a devolução do lote. Junto com o código do lacre, constam em nota fiscal, ainda, segundo Meneguizzi e Biavatti (2010), outras informações referentes à resistência, ao abatimento e sua tolerância ao traço, assim como o uso de aditivos. Concluída a checagem desses documentos, o concreto está disponível para a realização de testes.

Por regra, para Nuernberg (2017), as empresas comprometidas com a entrega de produtos de qualidade utilizam o sistema de lacre em seus caminhões, a fim de certificar desde a qualidade e a origem do concreto que está sendo vendido. Este detalhe evita que ocorram remanejamentos de caminhões entre obras, que ainda que seja uma prática comum, possuem alto risco técnico. Na figura 3, apresenta-se como os lacres devem estar colocados nos caminhões de entrega, ou seja, validando que a empresa está entregando um concreto tal qual as especificações constantes da nota fiscal. Reforça-se, assim, a importância da não aceitação de caminhões sem o lacre intacto e sem o número compatível com o da nota fiscal.

De acordo com Asamix (2016), faz-se necessária a verificação do lacre do caminhão betoneira. Observa-se o local onde o concreto é derramado, denominado de bica, a qual deve estar lacrada e o correspondente número do lacre apresentado na nota fiscal. Essa verificação assegura que a quantidade de concreto usinado que está chegando à obra corresponde à mesma quantidade que foi carregada na usina. Fornece a segurança ao comprador de que o produto não foi desviado durante seu trajeto.

(29)

28 De acordo com a NBR 12655 (2015) o recebimento do concreto dosado em central necessita da aprovação da documentação referente ao pedido do concreto.

Figura 3 - Lacre do caminhão betoneira

Fonte: Disponível em: <http://arquieagorabycamilanogueira.blogspot.com/2013_05_09_archive.html>. Acesso em: 15 abr. 2018.

2.4.2 Nota fiscal e pedido

De acordo com Asamix (2016), inicialmente, deve-se verificar a nota fiscal do produto quando da chegada do caminhão betoneira. Na nota fiscal, deve constar os dados do concreto usinado, informações como: traço do concreto, resistência (FCK), abatimento (Slump

Test), brita utilizada e tipo de concreto. Este procedimento tem como finalidade garantir que o

produto entregue corresponda ao produto solicitado, uma vez que exclusivamente pela aparência não é possível se analisar algumas informações, tais como a resistência. Asamix

(30)

29 (2016), ainda, exemplifica como as informações devem constar na nota fiscal: “FCK25,0MPA.B0.SLUMP10±2.BOMB – Isso quer dizer que se trata de um concreto com resistência de 25,0MPa; brita 0; abatimento entre 8 e 12 cm; e é bombeável.”

Figura 4 - Nota Fiscal

Fonte: Disponível em: <http://arquieagorabycamilanogueira.blogspot.com.br/2013_05_09_archive.html>. Acesso em: 15 abr. 2018.

Reforça a publicação da Techne (s.d.) que, durante o procedimento de recebimento do concreto, é necessário se verificar os seguintes itens constantes na nota fiscal do concreto adquirido:

- Nome e endereço da obra onde está sendo entregue o concreto; - Número do lacre do caminhão-betoneira;

- Horário de carregamento;

- Tipo de lançamento (bombeado ou convencional); - Diâmetro máximo do agregado utilizado na mistura;

- Abatimento especificado (medidas em milímetro) e fck solicitado (MPa); - Cimento utilizado, consumo, marca, tipo;

- Aditivo utilizado; e

(31)

30

2.4.3 Horário

Ao estacionarem os caminhões bomba e betoneiras em uma obra, de acordo com Meneguzzi e Biavatti (2010), devem ser executados os procedimentos que garantam que o concreto a ser utilizado esteja conforme o encomendado à empresa fabricante, bem como o que está especificado no projeto. Esta verificação é normatizada pela NBR 12655: 2015.

Para Polesello (2013), faz-se necessário verificar o tempo dispendido pelo caminhão entre a usina e o canteiro de obras. Sendo o concreto um produto altamente perecível, de acordo com ABNT NBR 7212: 2012, que trata da Execução de concreto dosado em central — Procedimento, deve ser aplicado no tempo máximo de cento e cinquenta minutos, contados a partir do momento da mistura feita.

Uma maneira de auxiliar este monitoramento de tempo, de acordo com Polesello (2013), é na verificação da hora de emissão da nota fiscal que fornece uma hora aproximada, visto que esta informação pode não apresentar o momento exato em que os materiais foram misturados no caminhão betoneira. Desta maneira, é possível calcular, aproximadamente, o tempo máximo que a descarga pode ser feita sem que o concreto deixe de apresentar as características exigidas. Caso o tempo máximo aceitável seja ultrapassado, a carga deve ser rejeitada.

2.4.4 Mapeamento

De acordo com a publicação Mapa da obra (2017) da Votorantim Cimentos, o mapeamento da concretagem corresponde ao controle de todo o concreto usinado utilizado na obra. Ter a certificação deste controle é altamente importante, devendo ocorrer em todos os elementos estruturais da construção, pois sem a identificação do local despejado de cada caminhão o ensaio de corpo de prova se torna menos importante.

Destaca Campos (2011) que o processo de mapeamento deve ser realizado pelo encarregado como mestre de obras, engenheiro ou técnico em edificações, o qual deve acompanhar a concretagem do início ao fim. Ressalta, ainda, que o início e o término de cada descarga são as posições mais difíceis de retratar, exigindo maior atenção por parte do responsável. Inicialmente, deve-se ter em mãos a planta da área a ser concretada e, dessa forma, marcar a posição e andar determinado onde será lançado o concreto do caminhão descarregado, identificando, nesta área, o número da nota ou placa do caminhão para posterior conhecimento.

(32)

31

Figura 5 - Mapa de concretagem

Fonte: Disponível em: < http://www.mapadaobra.com.br/inovacao/mapeamento-da-concretagem-traz-informacoes-essenciais-sobre-elementos-concretados/>. Acesso em: 15 abr. 2018.

Por consequência, o documento do processo de concretagem deve ser armazenado para posterior verificação, caso os ensaios que verificam a resistência à compressão não alcancem os resultados esperados. Caso a área do resultado corresponda a uma região crítica, Campos (2011) sugere que sejam elaboradas ações de reforço ou, ainda, em casos de resultados mais graves, a demolição e repetição do processo de concretagem, tomando como base a posição de lançamento do caminhão que produziu o resultado em questão.

De acordo com Zalaf, Magalhães Filho e Braz (2014), condutas inadequadas no recebimento do concreto em obra e a utilização de um produto com possíveis falhas, podem gerar problemas na estrutura da edificação. Em maior ou menor intensidade, tais problemas estão presentes, diferenciando-se somente nas formas de manifestação, origens e causas. Como elenca Zalaf, Filho e Braz (2014, p.38), os principais problemas podem ser divididos em “fissuras ou trincas, esmagamento do concreto, desagregação do concreto, carbonatação, corrosão da armadura, percolação de água e as manchas, e trincas.”

Tais falhas podem ser evitadas com o controle adequado no recebimento do concreto, conforme recomendações da NBR 12655: 2015 (ABNT, 2015). Segundo Zalaf,

(33)

32 Magalhães Filho e Braz (2014), podem ser verificados com a nota fiscal no momento do recebimento do concreto a resistência do concreto, validando se está de acordo com o projeto; agregados graúdos com dimensões acima do especificado no projeto; agregados miúdos com impurezas; e alteração da relação a/c.

(34)

33

3 METODOLOGIA DA PESQUISA

3.1 TIPO DE PESQUISA

Neste trabalho, realizou-se uma pesquisa de campo do tipo quantitativa, que seguiu um plano previamente estabelecido, procurando coletar dados numéricos que ajudarão a concluir o objetivo do estudo.

Segundo Gerhardt e Silveira (2009, p.34):

A pesquisa quantitativa tenta compreender a totalidade do fenômeno, mais do que focalizar conceitos específicos. Possui poucas ideias preconcebidas e salienta a importância das interpretações dos eventos mais do que a interpretação do pesquisador. Coleta dados sem instrumentos formais e estruturados. Não tenta controlar o contexto da pesquisa, e, sim, captar o contexto na totalidade. Enfatiza o subjetivo como meio de compreender e interpretar as experiências. Analisa as informações narradas de uma forma organizada, mas intuitiva.

Por meio de questões pré-definidas, traduziu-se tudo para um formato quantificado, através de números, limitando-se a responder à pergunta proposta do problema inicial de forma direta, como proposto no checklist que norteou a coleta de dados.

Como bem define Prodanov e Freitas (2013, p. 69):

Pesquisa quantitativa: considera que tudo pode ser quantificável, o que significa traduzir em números, opiniões e informações para classificá-las e analisá-las. Requer o uso de recursos e de técnicas estatísticas (percentagem, média, moda, mediana, desvio-padrão, coeficiente de correlação, análise de regressão etc.).

3.2 POPULAÇAO E AMOSTRA

A população da presente pesquisa é formada pela Região Metropolitana de Florianópolis, composta por 9 municípios, sendo eles: Florianópolis, São José, Palhoça, Biguaçu, Santo Amaro da Imperatriz, Governador Celso Ramos, Antônio Carlos, Águas Mornas e São Pedro de Alcântara. Foi utilizada a amostragem intencional, no total de 25 obras em fase de execução dos serviços de concretagem com concreto usinado, sendo eles na infraestrutura ou na estrutura, preferencialmente para edificações de multipavimentos e multifamiliar que serviram de evidência para o levantamento das informações, a fim de realizar o estudo proposto. As concretagens foram escolhidas e visitadas entre 20 de março de 2018 até 25 de maio de 2018.

(35)

34 3.3 INSTRUMENTO PARA COLETA DE DADOS

A ferramenta utilizada para a coleta de dados foi em formato de checklist, construído pelos autores deste trabalho e constituído por itens de importante relevância, os quais foram retirados das bibliografias consultadas e, principalmente, da NBR 12655:2015, que regula este procedimento na obra.

Para o recolhimento de dados, aplicou-se o checklist nas obras visitadas na região, diretamente pelos autores no acompanhamento presencial quando da entrega do concreto usinado pelos fornecedores. Ressalta-se que na chegada do caminhão foi observado e preenchido o checklist sem a necessidade de contato com os responsáveis pelas obras, assim coletando dados reais sem manipulação, que por solicitação de sigilo não serão identificados fornecedores e obras.

O checklist é composto por 6 itens, sendo que todos os itens devem ser atendidos para o cumprimento total da NBR 12655:2015, estes listados a seguir no quadro 1.

Quadro 1 - Montagem do checklist

(continua)

Item Ação Referência

Nota Fiscal

Observou-se se antes da descarga foi comparada a nota fiscal em relação às características do concreto pedido.

Conforme item 3.41 da NBR12655, cabe ao responsável a aprovação da documentação correspondente ao pedido do concreto.

Horário

Analisou-se se o responsável examinou os horários de saída da usina, chegada à obra e início de descarga do caminhão.

Consoante com a NBR 7212, o período compreendido entre a primeira adição de água e o adensamento deve ser inferior a 150 minutos para caminhões betoneira.

Lacre

Verificou-se se o responsável designado analisou o rompimento do lacre e se a numeração é compatível com o da nota fiscal.

Conforme o item 2.4.1 deste estudo, torna-se imprescindível a checagem do lacre para certificar a qualidade do concreto.

(36)

35 Quadro 2 - Montagem do checklist

(continuação)

Slump

Foi reparado se foi feito o teste de slump para comparar o resultado in

loco com o especificado na nota e se

a margem estava dentro do aceitável.

Segundo o item 6.1 da NBR12655, para o concreto usinado, devem ser realizados ensaios de consistência a cada betonada.

Corpo de prova

Constatou-se se foi retirado amostras do concreto de cada caminhão para moldar os corpos de prova.

De acordo com o item 6.2.2 da NBR12655, cada exemplar deve ser constituído por dois corpos de prova da mesma amassada.

Mapeamento

Foi visto se o mapeamento foi realizado.

Conforme item 4.3 h) da NBR 12655, o responsável deve efetuar a rastreabilidade do concreto.

NBR 12655

Neste item será cumprido se todos os requisitos acima estiverem dentro da norma.

Como bem fala a NBR 12655, o concreto deve ser aceito desde que atendidas todas as condições estabelecidas na mesma.

(37)

36

4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Este capítulo aborda os resultados obtidos durante a pesquisa das 25 amostras, na região de grande Florianópolis, em relação ao recebimento do concreto usinado. Para melhor visualização e compreensão dos resultados, optou-se por fazê-las em forma de gráficos. A partir das informações apresentadas, foram analisados e comentados os itens e suas peculiaridades. 4.1 PLANILHA RESUMO

Para análise dos dados coletados nas visitas em obra, foi elaborado um checklist (Quadro 1), que engloba todas as etapas a serem seguidas para o cumprimento da NBR 12655 em relação ao recebimento de concreto usinado.

Estabeleceu-se como objetivo desta pesquisa quantitativa atingir um número de 25 casos, trazendo, assim, uma conotação da real situação das obras na região da Grande Florianópolis, o que pode ser observado na Tabela 2 a seguir.

(38)

37 Tabela 2 - Checklist das obras

(39)

38

4.2 ANÁLISE SEGMENTADA

Para cada item de controle, os autores apontam o que segue.

4.2.1 Da nota fiscal

Tendo em vista o resultado obtido, demonstrado no gráfico 1, observou-se que 72% das 25 obras visitadas negligenciam o ato da fiscalização da nota fiscal, ou seja, a aprovação da documentação correspondente ao pedido do concreto, previsto no item 3.41 da NBR 12655. Na hora da chegada do caminhão à obra, deixaram de conferir informações cruciais para garantia de qualidade, a partir da convicção de estar recebendo o concreto que possua as mesmas características do exigido em projeto (abatimento, brita, fck e tipo de lançamento).

Gráfico 1 - Resultado da checagem da nota fiscal

Fonte: Elaboração dos autores (2018).

A coleta de dados foi feita de maneira visual, no acompanhamento da obra, a partir da conferência da nota fiscal pelo encarregado, como demonstra a figura 6, no destaque em vermelho.

28,00%

72,00%

Nota fiscal

(40)

39

Figura 6 - Controle das especificações do concreto na nota fiscal

Fonte: Acervo dos autores (2018).

4.2.2 Do horário

Um dos pontos mais importantes, no ato do recebimento do concreto usinado em obra, está diretamente ligado à fiscalização e ao controle dos horários relacionados ao tempo de viagem do caminhão entre a usina e a obra solicitante. Sabendo que, de acordo com a NBR 7212, o indicado para o tempo máximo entre saída da usina e o descarregamento na obra é de 2 horas e 30 minutos, o responsável pela empresa contratante deve analisar o cumprimento do intervalo máximo registrado na nota e, somente depois de verificado, fazer a liberação para poder dar sequência ao processo.

Destaca-se que na ocorrência de atrasos superiores aos 150 minutos após a saída do caminhão da usina, o concreto carregado deve ser dispensado, não podendo mais ser usado na concretagem da obra, baseado no dispositivo legal, conforme a NBR 7212: 2012. O gráfico 2

(41)

40

realça a realidade atual, mostrando que apenas 28% dos casos observados segue às especificações impostas pela citada norma no que diz respeito ao controle de horários dos caminhões betoneira e sua devolução, quando inadequado.

Gráfico 2 - Resultado da verificação do horário

Fonte: Elaboração dos autores (2018).

O realce da figura 7 demonstra o controle de horários do caminhão betoneira entre a sua saída da usina e a chegada em obra que, neste exemplo, ressalta-se, teve cumprido o determinado pela norma.

28,00%

72,00%

Horário

(42)

41

Figura 7 - Controle dos horários do caminhão-betoneira

Fonte: Acervo dos autores (2018).

4.2.3 Do lacre

É de extrema importância o acompanhamento do rompimento do lacre na chegada do caminhão betoneira na obra, pois garante que o mesmo não sofreu desvio ou remanejo de carga durante sua viagem, como afirmam Meneguizzi e Biavatti (2010), citados no item 2.4.1 da fundamentação teórica desta pesquisa. Esse resultado foi coletado pelos autores de maneira visual, no acompanhamento do processo da concretagem.

Ficou nítido no gráfico 3 que menos de ¼ das obras analisadas não segue as restrições citadas no checklist proposto pelos pesquisadores, em relação ao controle da numeração e do rompimento do lacre in loco, ainda que o lacre estivesse presente em todos os caminhões analisados e que garantisse que o produto não foi adulterado após a saída da usina.

(43)

42

Gráfico 3 - Resultado da verificação do lacre

Fonte: Elaboração dos autores (2018).

Vale ressaltar que “a conferência do lacre do caminhão deve ser a primeira verificação a ser feita, analisando-se o código e a nota fiscal. Quaisquer casos de incompatibilidade não garantem as características esperadas o que justifica a devolução do lote” (MENEGUIZZI; BIAVATTI, 2010) e, nesse caso, recomendam a sua rejeição. A fiscalização e o controle em relação ao número do lacre imposto na nota e o número do lacre do caminhão devem ser o mesmo, garantindo, assim, que a entrega está sendo feita no local exato e com as características impostas no projeto, como mostra a figura 8.

20,00%

80,00%

Lacre

(44)

43

Figura 8 - Comparação do lacre com a nota fiscal

Fonte: Acervo dos autores (2018).

4.2.4 Do slump test

O ensaio de abatimento do concreto usinado é uma das etapas mais importantes relacionada ao recebimento do mesmo em obra, pois assegura a verificação da sua trabalhabilidade, consistência adequada e fator água cimento para a liberação no ato da concretagem. O item 6.1 da NBR 12655 recomenda que para o concreto usinado, devem ser realizados ensaios de consistência a cada betonada.

Foi atentado, em algumas das obras acompanhadas, a adição de mais água diante da solicitação dos operários para facilitar no espalhamento do mesmo na estrutura, sem nenhum controle ou monitoramento do engenheiro. Vale ressaltar que o acréscimo de água na mistura, aumenta a trabalhabilidade, mas reduz sua resistência final.

Mediante ao teste feito, os resultados do mesmo devem bater com as exigências do projeto. Ficou explícito no gráfico 4 que 76% não realizam o teste, sinalizando a displicência das construtoras quanto à realização in loco do slump test na chegada dos caminhões em obra.

(45)

44

Gráfico 4 - Resultado quanto a execução do slump test

Fonte: Elaboração dos autores (2018).

Na figura 9, ficou demonstrado a preparação do local (plano) e todos os equipamentos usados no processo do slump test, nas poucas obras em que se constatou a sua realização no canteiro de obras. Observou-se que nas poucas obras em que houve este controle, o mesmo, na maioria das vezes, foi executado por uma empresa terceirizada habilitada, garantindo mão de obra especializada e que os testes normativos sejam feitos corretamente.

24,00%

76,00%

Slump test

(46)

45

Figura 9 - Execução do slump test

Fonte: Acervo dos autores (2018).

4.2.5 Do corpo de prova

É de excepcional valor a confecção dos corpos de prova de cada caminhão no ato da concretagem para, futuramente, avaliar as características do concreto utilizado. É importante atender o que preconiza o item 6.2.2 da NBR12655 que determina a preparação de dois corpos de prova da mesma amassada.

Pode-se constatar no gráfico 6 que apenas 24% das obras acompanhadas fizeram esse controle da produção dos corpos de prova, visando garantir a segurança e a identificação imediata, perante qualquer característica diferente de projeto após o rompimento dos mesmos. Diferentemente do gráfico 5 mostrado, as usinas fornecedoras de concreto seguem ao recomendado pela norma e sempre coletam duas amostras de cada caminhão descarregado, para que, em qualquer futura necessidade, perante alguma anomalia no desenvolvimento do concreto, ter-se a prova real da resistência do mesmo, preparada como solicitado no pedido.

(47)

46

Gráfico 5 - Resultado da moldagem dos corpos de prova

Fonte: Elaboração dos autores (2018).

Pode-se contemplar os corpos de prova confeccionados pela concreteira por cada caminhão, no qual são identificados com um papel colado na sua face, anotadas suas respectivas características e informações, como bem demonstrado na figura 10.

Figura 10 - Moldagem dos corpos de prova

Fonte: Acervo dos autores (2018).

24,00%

76,00%

Corpo de

prova

(48)

47

4.2.6 Do mapeamento

Atrelada às funções do corpo de prova, a execução correta do mapeamento da concretagem é de primordial relevância para que se possa identificar com precisão, após algum possível resultado anormal do rompimento dos corpos de prova, qual caminhão e onde exatamente se encontra a distorção identificada.

Registra-se que, a partir da pesquisa de campo representada no gráfico 6, apenas 1/5 das obras tem a prática de ter um responsável, em conformidade com o prescrito no item 4.3 h) da NBR 12655, o qual efetua a rastreabilidade do concreto e elabora o mapa de concretagem. Esta inobservância ao dispositivo legal demonstra um total descaso com a garantia de resistência estrutural da obra em execução, além da falta de capacitação de profissionais para futura análise na ocorrência de anomalias evidentes na estrutura.

Gráfico 6 - Resultado da efetuação do mapa de concretagem

Fonte: Elaboração dos autores (2018).

A figura 11 expõe um mapa de concretagem perfeitamente executado, demonstrado em cores diferenciadas e com auxílio de numeração, cada caminhão, assegurando, assim, a rastreabilidade do concreto e facilitando a análise clara, no caso de futuras necessidades.

20,00%

80,00%

Mapeamento

(49)

48

Figura 11 - Mapa de concretagem

Fonte: Acervo dos autores (2018).

4.2.7 Da NBR 12655

Para cumprimento da norma, todos os itens analisados e comentados pelos pesquisadores devem ser obedecidos. Entretanto, a realidade constatada pela pesquisa e demonstrada no Gráfico 7, que engloba uma análise geral dos requisitos relacionados ao

checklist criado pelos autores, demonstra a total falta de responsabilidade com o controle do

serviço prestado. Salienta-se que apenas 12,5% das 25 obras apuradas cumprem todos os pré-requisitos impostos pela NBR 12655 em relação ao recebimento do concreto usinado em obra, demonstrando como o resultado apontado pela pesquisa serve para chamar a atenção por parte da sociedade e órgãos competentes desta área.

(50)

49

Gráfico 7 - Resultado total do cumprimento da NBR 12655

Fonte: Elaboração dos autores (2018).

4.2.8 Considerações

Ficou evidente que as obras de pequeno porte apresentam padrões inadequados quanto ao aceite e recebimento do concreto usinado, com incúrias cruciais como:

• a não conferência da nota na chegada do caminhão betoneira na obra, podendo, assim, estar recebendo um material que está fora do seu tempo limite de uso e podendo estar diferente do especificado em projeto, por não ser a obra certa; • o não acompanhamento da retirada do lacre do caminhão na chegada à obra,

trazendo, então, a dúvida se este caminhão sofreu ou não algum desvio ou remanejo durante sua viagem, tendo em vista que o lacre garante que o produto não foi adulterado após a saída da usina;

• a não realização do slump test, desconsiderando o processo no qual garante que as especificações impostas em projeto, tais como abatimento e fator água/cimento estão realmente corretas no recebimento do concreto;

• os corpos de prova servem como garantia para o contratante analisar, em caso de uma manifestação patológica ou por necessidade, se a resistência do concreto

12,50%

87,50%

NBR 12655

(51)

50

utilizado em obra está em correta evolução, atingindo após 28 dias sua resistência estipulada em projeto;

• a marcação do mapeamento da concretagem é fundamental para uma futura identificação de alguma alteração na estrutura, que terá identificada com exatidão qual o caminhão utilizado em cada local na estrutura. A despesa de efetuar esta tarefa é irrisória, perto de um futuro custo a ser arcado pela reparação total da estrutura e não somente da área afetada.

Diante deste resultado, ficou perceptível que quase a totalidade das obras visitadas não obedece à NBR 12655, sucedendo grande preocupação, pois a norma garante por parte dos construtores a proteção da garantia de qualidade, salvaguardando, inclusive, no caso de resultados anômalos aos esperados na resistência do concreto, eximindo a construtora e passando a responsabilidade para a empresa que provem o insumo.

No que tange aos porquês da não conferência dos itens da norma por parte dos encarregados, pode-se deduzir que existe uma falta de conhecimento da norma, entende-se, também, o possível não treinamento dos operários in loco por parte dos responsáveis superiores. Coleciona-se como presumível justificativa o custo operacional da execução da norma, pois é necessário um funcionário capacitado para fazer os corpos de prova e teste de abatimento, assim como o mapeamento.

Existe a possibilidade, ainda, como é sabido, diante de algumas obras da região, da contratação de empresa terceirizada que realiza estes testes normativos no descarregamento de cada caminhão, entregando para o contratante/construtor os resultados. Vale ressaltar que a instituição de ensino UNISUL realiza e oferece parte desses testes, como o rompimento de corpo de prova.

(52)

51

5 CONCLUSÃO

Finalizando este trabalho, apresentam-se as conclusões baseadas nos objetivos definidos previamente e seus resultados alcançados durante a pesquisa, ainda, deixando algumas propostas para trabalhos futuros relacionados ao tema.

5.1 CONSIDERAÇOES FINAIS

Este trabalho, aqui finalizado, foi idealizado após conversa entre seus autores sobre seus estágios já realizados. Nesta conversa, chegou-se a conclusão de que havia uma disparidade de ações relacionadas ao recebimento de concreto usinado nas obras dos estágios realizados e que esta situação deveria ser analisada com mais afinco.

Conforme delimitado em sua introdução, este estudo propunha como objetivo geral identificar se as construtoras da Grande Florianópolis estavam atendendo à norma NBR 12655: 2015 quanto ao recebimento do concreto usinado em suas obras.

Como objetivos necessários para se obter o objetivo principal, foram propostas as seguintes metas: realizar uma pesquisa bibliográfica para embasamento do tema; produzir um

checklist para conferência do processo; efetuar uma pesquisa de campo com o checklist;

organizar os dados para melhor conclusão; apresentar conclusões e comentários.

Antes de responder ao objetivo principal, ficou evidente a necessidade de se conceituar os principais objetos deste trabalho diante de uma pesquisa bibliográfica para um apoio técnico.

Com base nos requisitos normatizados pela NBR 12655, no que concerne ao recebimento do concrete usinado em obra, foi criado um checklist que elenca os critérios mínimos essenciais para o cumprimento da norma.

Com a ferramenta de pesquisa, foram visitadas 25 obras. Acompanhando as empresas concreteiras na entrega do concreto usinado para seus clientes, foi analisado visualmente o recebimento e preenchido o checklist sem contato com os responsáveis pelas obras.

Diante de todos os dados coletados em campo, passou-se a tratá-los pela ferramenta Excel e, assim, organizá-los em formato de gráficos, fazendo com que se obtenha melhor clareza nos resultados obtidos no cumprimento de todos os itens e da norma como um todo.

Analisando os gráficos, ficou evidente que quase a totalidade das obras visitadas não cumprem a NBR 12655, mostrando um desprezo com as regras que garantem a segurança

(53)

52

e qualidade das edificações. Podendo ter como desculpas o custo operacional de respeitar à norma, presumir como perda de tempo a realização dos testes, o desconhecimento da norma, ou, ainda, o despreparo da mão de obra.

Deste modo, entende-se que os objetivos propostos pelos pesquisadores foram atendidos, disponibilizando os resultados da pesquisa de campo, bem como o checklist que poderá ser aplicado em outros trabalhos, desde que citados os autores.

5.2 RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

Salienta-se a importância de novas pesquisas nesta área de grande importância para a qualidade de nossas construções, podendo trazer à tona uma realidade, talvez, negligenciada pela sociedade. É importante dar continuidade nesta pesquisa, tendo potencial para ser realizado em outras regiões do Brasil e, assim, trazer a conotação real da situação do recebimento do concreto usinado. Com estes resultados, pode ser feito uma análise comparativa da real situação das regiões pesquisadas, formando uma base de dados de extrema importância para a construção civil.

Referente à NBR 12655, pode-se dar continuidade em pesquisas sobre o cumprimento do controle da qualidade do concreto feito in loco usando, também, como instrumento de inspeção o checklist baseado na norma.

(54)

53

BIBLIOGRAFIA

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