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Considerações sobre uso de modelo construtivista no ensino de Engenharia: disciplina de projeto com graduandos e mestrandos

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Academic year: 2021

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Considerações sobre uso de modelo

construtivista no ensino de Engenharia:

disciplina de projeto

com graduandos e mestrandos

Fernando Schnaid Maria Isabel Timm

Milton Zaro

Núcleo de Multimídia e Ensino a Distância da Escola de Engenharia/UFRGS

Linha de Pesquisa: Paradigmas para o ensino científico e tecnológico/PGIE/UFRGS

(2)

Apresentação

• Projeto inicial

• Metodologia de trabalho

• Contexto do ensino de Engenharia

• Referencial teórico

• Condições da aplicação da experiência

• Descrição da experiência e dos materiais

• Avaliação e discussão

(3)

Projeto inicial

• A aplicação da experiência ocorreu no primeiro semestre letivo de 2002, na disciplina Ensaios Geotécnicos, do curso de graduação e

mestrado em Engenharia Civil da Universidade Federal do Rio Grande do Sul/UFRGS, a partir de pesquisa que vem sendo desenvolvida há cerca de dois anos, coordenada pelo professor Fernando Schnaid.

• Projeto produzido pela doutoranda Maria Isabel Timm para a disciplina Fundamentos de

Psicologia Cognitiva Aplicada à Informática Educacional I, do PGIE, sob orientação da professora Léa Fagundes.

(4)

Metodologia de trabalho

• Está sendo realizada dentro do escopo das

pesquisas sobre modelos didático-pedagógicos aplicáveis ao ensino de Engenharia, que vêm sendo desenvolvidas pelo Núcleo e deverá

integrar atividade da linha de pesquisa proposta pelo mesmo grupo ao Programa de

Pós-Graduação em Informática na Educação (PGIE) da UFRGS: Paradigmas para a pesquisa

(5)

Metodologia de trabalho

Necessidade: mudanças no perfil do engenheiro • ABET– Accreditation Board for Engineering and

Technology: matemática, ciências e engenharia;

projetar e conduzir experimentos; analisar e interpretar resultados; projetar um sistema, componente ou processo para atender a

determinados requisitos; atuar em equipes

multidisciplinares; identificar, formular e resolver problemas de engenharia; poder compreender a natureza da ética e da responsabilidade

profissional; comunicar-se efetivamente (por

escrito e oralmente); entender o impacto das soluções da engenharia no contexto social e ambiental; buscar a aprendizagem permanente

(6)

Metodologia de trabalho

Análise das publicações

sobre ensino de Engenharia

• Publicações recentes sobre o ensino de

engenharia (Ludwig,2002), indicam

• Esgotamento do chamado modelo positivista

• Proposta de novo modelo pedagógico, focado

no aluno, como sujeito do processo

ensino-aprendizagem. O professor seria um mediador

da ação do aluno no processo de construção

do seu conhecimento

(7)

Metodologia de trabalho

Apropriação da formulação teórica

• Piaget (1987, 1991, 1997, 2001) descreve o

que chamou de epistemologia genética: o

processo mental através do qual o ser humano

agrega novos conhecimentos, integrando-os ao

conjunto de suas informações e vivências

anteriores.

(8)

Metodologia de trabalho

Apropriação da formulação teórica

• Moraes (2000): o professor deve

comprometer-se com o paradigma do construtivismo, “adotar

uma concepção de realidade em construção. E,

em conseqüência, viver de acordo com isso,

assumir atitudes construtivistas

. É

considerar-se permanentemente incompleto, inacabado e

em constante construção” (p. 128)

(9)

Metodologia de trabalho

Reflexões durante o estudo da teoria

Observação empírica sobre

a prática do ensino de Engenharia

• Modelo pedagógico misto (construtivismo

modular): alunos têm objetivos definidos (em cada módulo ou unidade do conteúdo), são expostos a alguma forma de acesso às

informações (aulas expositivas ou pesquisa bibliográfica) e depois se lançam à utilização

desse conteúdo, por conta própria, seja através de exercícios ou de práticas de laboratório

(10)

Metodologia de trabalho

Reflexões durante o estudo da teoria

Ludwig (2001): pesquisa sobre prática

pedagógica dos professores de

Engenharia Elétrica

- De 11 observados, nenhum se dizia

construtivista, mas

apenas 2 não

incentivavam participação

em aula

- Interpretação dos autores: na Engenharia

aulas expositivas, com participação

(11)

Metodologia de trabalho

Reflexões durante o estudo da teoria

Adequação da proposta ao ensino de Engenharia

Aulas expositivas X

Construção do conhecimento

Falsa questão na Engenharia

Não são excludentes: a natureza da aprendizagem de Engenharia

(12)

Metodologia de trabalho

Reflexões durante o estudo da teoria

O modelo construtivista não configura uma

idéia de natureza exatamente procedimental,

mas uma postura sobre uma prática

pedagógica, em permanente processo de

auto-construção, o que pode parecer (e pareceu, no

caso apresentado) estranhamente subjetivo a

professores de Engenharia, uma área do

conhecimento marcada pela natureza prática,

aplicativa e mensurável

(13)

Metodologia de trabalho

Apropriação da formulação teórica

Momentos do trabalho a serem dimensionados

• Identificar as estruturas mentais necessárias para a compreensão integral do conteúdo em pauta;

• Identificar as etapas de assimilação, acomodação e organização dessas estruturas

• Despertar curiosidade pelo conteúdo;

• Conscientizar o que sabe sobre o assunto (estruturas prévias) e as perguntas que terá de responder para saber mais (necessidade de conhecer);

• Sentir-se motivado a pesquisar as soluções do desafio (agir sobre o objeto)

• Trabalhar sobre o novo tema (assimilação)

• Aplicar o que aprendeu, na solução do problema

(acomodação, o novo conhecimento passa a fazer parte do banco de dados mental do aluno)

(14)

Condições de aplicação

Gerais

• Estruturas cognitivas = unidades de estudo (construtivismo modular)

• Formulação flexível: não seriam dadas aulas expositivas como ponto de partida mas elas poderiam ocorrer, em momentos que o

professor considerasse necessário,

prioritariamente a partir das dúvidas e questões trazidas pelos alunos, depois que já tivessem tomado contato com o conteúdo, através do estudo dirigido e das mídias de apoio

(15)

Condições de aplicação

Estimular curiosidade e consciência sobre o que sabe

• Exposição dos conteúdos preferencialmente de forma dialogada com os alunos, alicerçada em interrogações ao próprio aluno

• Exposição fortemente apoiada no material de multimídia: dois livros, uma série de cinco

vídeos (em fita, na biblioteca), clipes sobre

equipamentos disponíveis on-line, conjuntos de lâminas animadas com áudio, ambiente virtual com ferramentas de comunicação síncrona e assíncrona

(16)

Condições de aplicação

Identificação de estruturas cognitivas

• Estudos dirigidos foram estruturados nas

unidades de conteúdo (estruturas cognitivas que deveriam ser assimiladas e acomodadas pelos alunos)

• As etapas de assimilação e acomodação, dentro de cada um dos grandes itens, deveriam ser

identificadas ao longo da observação. Não foi realizado na íntegra, devendo ter continuidade ao longo das próximas edições da experiência

(17)

Condições de aplicação

Motivação para ação do aluno sobre o objeto de estudo Assimilação

• Estudos dirigidos, contendo questões a

ser respondidas com o auxílio do material

disponibilizado e através de discussão

(18)

Condições de aplicação

Auto-avaliação, acomodação

O processo de consciência e

auto-avaliação dos alunos foi feito ao longo da

resolução dos estudos dirigidos, em grupo,

e nas reuniões de toda a turma, indicado

pela observação do próprio professor,

pela qualidade das participações orais, e

na comparação com os resultados formais

apresentados

(19)

Condições de aplicação

Aplicar o que aprendeu - acomodação

O desafio proposto:

• Prática real de um projeto de Engenharia

de Fundações, integrado ao projeto de

ampliação das obras do Aeroporto

Internacional Salgado Filho, de Porto

Alegre (disponível em vídeo e livro)

(20)

Condições de aplicação

Avaliar o que aprendeu - feed-back - organização

• Questionários de avaliação dos próprios

alunos

• Observações do professor

(21)

Implantação e observação

da experiência

• A experiência ocorreu

a partir de um

trabalho de produção de material e

observação, realizado ao longo de um

período de dois anos

, entre 2002 e 2003,

tendo sido

aplicada neste formato

com

turmas de cerca de 25 alunos de

graduação de Engenharia Civil e cerca de

15 alunos do Mestrado em Geotecnia.

(22)

Implantação e observação

da experiência

• Foram

disponibilizados

ao grupo os

conteúdos em multimídia da disciplina,

através de web-site, dois livros, vídeos,

apresentações audiovisuais de som e

lâminas e planilhas com resultados de

ensaios

. O processo de observação do

conjunto da experiência foi feito

parcialmente pela doutoranda do PGIE

Maria Isabel Timm

(23)

Implantação e observação

da experiência

• Material hipermídia apresentado • Aula a distância • Aulas em vídeo • Apresentações audiovisuais • Planilhas de resultados de ensaios

(24)

Implantação e observação

da experiência

• Uma aula a distância inicial cumpriu a função de

surpreender e estimular a curiosidade dos alunos. Foi responsável por:

• sensibilizar o interesse do aluno, mobilizando sua

curiosidade para a relevância da engenharia geotécnica

• disparar o processo, identificando-o como uma experiência pedagógica de estímulo ao

auto-aprendizado, com base em material de multimídia

• apresentação do desafio: projeto baseado em um caso de obra real

• orientar alunos quanto ao nível de exigência, prazos e condições em que o trabalho seria executado

(25)

Implantação e observação

da experiência

Mudança na natureza dos Encontros com o professor

• Os alunos chegaram à aula sempre com um trabalho realizado, em grupo, com apoio no material de multimídia disponibilizado. Os encontros, em geral, começavam com a

pergunta do professor de “quem usou o quê?” • Os alunos trabalharam em grupos e

coletivamente, em aula. O ambiente das aulas foi dedicado prioritariamente a discussões

(26)

Implantação e observação

da experiência

Mudança na natureza dos Encontros com o professor

O

acesso ao material foi definido pelos

próprios alunos

, bem como sua escolha

de outras fontes. Assistiram aos vídeos

individualmente ou em grupo,

encaminhando

dúvidas ao professor

através de forum, chat ou até mesmo em

telefonemas ao professor

(27)

Implantação e observação

da experiência

Mudança na natureza dos

Encontros com o professor

• Quando o grupo passou ao estudo dos

Pressiômetros, com

grande exigência de

conhecimento anterior

, o grupo passou

por uma compreensível

turbulência

, que

foi atribuída, por alguns alunos, a

“esse

(28)

Avaliação geral da experiência

Os projetos foram considerados plenamente satisfatórios

• os alunos compreenderam o problema proposto (fazer um projeto)

• conscientizaram os conhecimentos envolvidos no diagnóstico e solução desse problema (a visualização dos fenômenos físicos e a sua respectiva representação matemática),

lançando-se à pesquisa dos que não faziam parte de seu repertório cognitivo anterior

• integraram esse conjunto de conhecimentos em um cenário de interação das variáveis do

(29)

Avaliação do professor

• Pergunta freqüentes não apareceram

desta vez, possivelmente pelo uso do

material de apoio disponibilizado

• Aquisição de conteúdo -

Não houve

prejuízo em relação aos resultados

encontrados em outros anos

. Todos os

alunos atingiram um nível mínimo

(30)

Avaliação do professor

• Domínio do jargão técnico - Nas

primeiras aulas, os alunos não

conseguiam usar a linguagem técnica.

Ao

longo da disciplina, demonstraram um

perceptível amadurecimento no uso e na

familiaridade com os termos técnicos

(31)

Avaliação do professor

• Apresentação formal dos conteúdos

-Nem todos os alunos identificaram o

momento de apresentação de conteúdos,

por isso algum descontentamento com a

nova cultura de aprendizado autônomo

conhecida e não desejada.

• Sugere-se que modelos puramente

construtivistas sejam mais eficientes com

alunos maduros e com turmas pequenas

(32)

Avaliação do professor

• Complementação da apresentação de

conteúdos através do material

disponibilizado

(web-site, vídeos, livros),

na qual se supõe que os alunos estiveram

sozinhos, ou em pequenos grupos,

gerando e respondendo perguntas sobre o

conteúdo.

• Todos os alunos realizaram esse

momento do aprendizado

(33)

Avaliações dos alunos

• Foram produzidos dois questionários, um para os alunos de Mestrado e outro de Graduação, com itens para

serem tabulados e espaço dedicado a opiniões pessoais.

• Foram devolvidos dez questionários respondidos por alunos de graduação e 18 por mestrandos. Os

resultados estão tabulados por tema e por grupos específicos de alunos.

• Os autores consideram que o questionário passado não obedeceu a uma metodologia rigorosa de pesquisa,

servindo apenas como ponto de partida para reflexão e, possivelmente, para a caracterização de futuras

(34)

Avaliações dos alunos

(35)

Avaliações dos alunos

(36)

Avaliações dos alunos

(37)

Avaliações dos alunos

(38)

Avaliações dos alunos

(39)

Avaliações dos alunos

Pontos positivos

• Entre os alunos de graduação, foram citados 16 pontos positivos, contra 7 pontos negativos, o que, em uma observação simplista, indica de imediato que a experiência foi bem sucedida • Entre os pontos positivos: auto-aprendizado;

trabalhos voltados à vida profissional; incentivo à busca de conhecimento; grande ligação entre a prática e a teoria; discussão de situações reais; execução de projetos; estudo dirigido é

(40)

Avaliações dos alunos

Pontos positivos

• Entre os mestrandos, o desequilíbrio numérico também é evidente à primeira vista: há 23

pontos positivos e 13 negativos.

• Entre os pontos, sete se referiram à qualidade do material de multimídia; sete relacionaram aspectos ligados à prática profissional; três

enfocaram o estímulo ao auto-aprendizado e à independência em relação ao professor; e os demais se diluíram em itens relacionados à convivência agradável com o professor, à integração com o grupo, à versatilidade das aulas e outros.

(41)

Avaliações dos alunos

Pontos negativos - graduação

• Entre os pontos negativos, a reclamação de que algumas questões levantadas nas discussões do grupo não eram “fechadas” (aspas do aluno) pelo professor de maneira clara e objetiva. Um aluno informou que em alguns momentos teve dificuldade de resolver os problemas,

considerando que nesses casos, seria necessária uma aula formal.

• Dois alunos citaram que a integração entre alunos de graduação e mestrado não foi produtiva, porque os interesses são

(42)

Avaliações dos alunos

Pontos negativos - mestrado

• Entre os pontos negativos, houve cinco

opiniões relacionadas com a

situação de

aula não-convencional, ou seja, a mesma

queixa relativa à falta de aulas

expositivas

• As outras opiniões foram relacionadas a

questões gerenciais, como horário, falta

de aulas práticas e outras

(43)

Conclusões

• o ensino de Engenharia tem

especificidades que precisam ser

resguardadas no planejamento de

atividades didático-pedagógicas

,

relacionadas à complexidade dos

conteúdos, os quais vêm sendo

estruturados ao longo de muito tempo,

sendo

impraticável abrir mão de situações

de exposição de conteúdos

, de forma

(44)

Conclusões

• é necessário incorporar à prática pedagógica de Engenharia atividades de natureza construtivista, de forma a garantir a consolidação dos

conhecimentos abordados através de ações individuais

• a apresentação dos conteúdos pode e deve ser feita de forma múltipla e complementar, ora

apoiada sobre a exposição do professor, ora em material didático de boa qualidade, incluindo

livros e múltiplas mídias eletrônicas, incluindo vídeos e Internet

(45)

Conclusões

• é possível basear a apresentação de conteúdos, pelo professor, em estratégias dialogadas, como por exemplo na forma de perguntas em que os alunos vão desenvolvendo por si mesmos os raciocínios necessários à compreensão dos

conteúdos, ou na forma de relato de casos, nos quais os alunos podem identificar os raciocínios necessários

• é necessário estabelecer estratégias de ensino integradoras de múltiplos domínios e conteúdos, como é o caso da realização de projetos, que

sintetiza a própria atividade prática da Engenharia

(46)

Conclusões

• é possível e necessário flexibilizar a noção de modelo pedagógico, seja ele construtivista ou positivista, uma vez que ambos os conjuntos de práticas pedagógicas contêm estímulos de

natureza distintas, porém fundamentais à

estruturação de competências, habilidades e

abstrações necessárias ao aluno de Engenharia • são necessárias pesquisas mais aprofundadas

para melhor informar os professores dessa área a respeito das reais possibilidades de cada

modelo, bem como da formulação de modelos especificamente voltados à necessidade do

ensino de Engenharia, baseados em

paradigmas cognitivos e no perfil desejável do aluno dessa área

(47)

• Maria Isabel Timm –

betatimm@ufrgs.br

• Fernando Schnaid –

fernando@ufrgs.br

(48)

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