Engenheiro Civil : Eduardo de Aquino Gambale
Engenheiro civil, membro da equipe de Tecnologia de Concreto do Centro Tecnológico de Engenharia Civil da Eletrobrás Furnas, em Goiânia, com atuação na área de Tecnologia de Concreto, especialmente na Análise Térmica do Concreto Massa. Enxadrista e herpetologo amador
Cérebro de Engenheiro e Coração de Biólogo
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 5 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 5
O fenômeno térmico do
Concreto Massa
Goiânia – GO 22/11/2017
Cathedral of Our Ladyof the Angels
Ponte no Rio Orinoco Venezuela
Casa (cimento branco) México
Comportamento e desempenho térmico
do concreto:
Por que e quando se preocupar ?
A reação de hidratação do cimento provoca,
durante o endurecimento do concreto, variações
dimensionais que, quando restritas, podem levar a
fissuração do concreto.
Prestação de serviços em
mais de 50 obras
distribuídas pelos
cinco continentes
do planeta
Atuação internacional
Colômbia Equador Bolívia Argentina USA Uruguai Itaipu Angola Botswana Portugal Irã China Malásia República dominicana Venezuela México Costa rica Panamá Argélia IraqueDefinição : Barragem, açude
ou represa, é uma barreira
artificial, feita em curso de
água
para
a
retenção
de
grandes quantidades de água.
Viga Munhão
Ogiva
Elementos de uma Usina
Hidrelétrica
Tipos de Barragem
Barragem de Gravidade
Tipos de Barragem
Barragem do tipo Arco
Hover Dam
Malha 3D
0 5 10 15 20 25 30 35 40 0 6 12 18 24 Idade (Hora) T e m p e ra tu ra ( ºC ) CP II F 32 CP IV CP Branco
Complexidade - recentes avanços processos construtivos
Novas concepções de cimentos
Dosagens influem diretamente na fissuração do concreto
Centro Administrativo Rio Negro Barueri,SP
É aquele que, ao ser aplicado numa estrutura, requer a tomada
de precauções que evitem fissurações derivadas de seu
comportamento térmico.
Concreto Massa - definição
Termômetro 363 0 20 40 60 80 20 30 40 50 Idade (dias) T e m p e ra tu r a (° C ) Temperatura Calculada Leituras no Termômetro 363
Tipos de Fissuras
Fissuras do concreto no estado plástico Sedimentação;
Assentamento diferenciais dentro da massa do concreto; Movimentação das formas ou fundação;
Impedimento da sedimentação pela armadura ou agregado; Retração superficial;
Variação da temperatura ambiente.
Fissuras do concreto no estado endurecido Retração hidráulica;
Deformação autógena;
Acabamento (uso excessivo da desempenadeira) Concentração de esforços;
Projeto inadequado das Juntas de dilatação; Oxidação das armaduras;
Formação da Etringita tardia;
Ataque químico (fonte externa e interna); Fissura estrutural
Composição química do cimento : quantidade de C3A e C3S
Finura do cimento (m²/g) : moagem e área específica
Principais fatores que influenciam significativamente
na velocidade de hidratação do cimento:
Transmissão de Calor no Maciço de Concreto Energia Solar Convecção e condução Calor Hidratação
Condução (Difusividade térmica) Fonte de
Calor Interna Fonte de
Calor Externa
A tensão de tração na flexão é ultrapassada pela tensão instalada
Por que aparece a fissura de origem térmica da
hidratação do cimento ?
Peça de Concreto
Livre de tensão
Resfriada sem restrições
Resfriada com restrições
Tensão = 0 Tensão = 0 Tensão <> 0 20 25 30 35 40 45 50 55 60 0 25 50 75 100 Idade (dia) T e m p e ra tu ra ( oC )
Eng° Walton Pacelli e Roy Carlson executando cálculo térmico pelo método de Carlson em Itumbiara-GO, 1985.
Desenho da Arquiteta Maria Luiza de Ulhôa Carvalho.
“Existem ótimos
planejamentos de
construção, que produzirão
temperatura favoráveis no
concreto massa sem grande
custo, mas informações para
auxiliar a seleção desses
planejamentos geralmente
têm faltado.”
“A base do método dos elementos finitos foi desenvolvida por Douglas Mchenry” Roy W. Carlson
Tensões de origem térmica
Caracterização do Concreto Parâmetros Viscoelásticos Cálculo no Campo de Tensões Segurança Coeficiente dilatação Módulo de elasticidade Resistência à tração Fluência Parâmetros Térmicos Fatores de Projeto e execução Cálculo no Campo de Temperatura Instrumentação Difusividade Térmica Condutividade Térmica Calor Específico Elevação Adiabática Dimensões da peça Intervalo de colocação Condições de lançamento Temperatura ambiente Temperatura de colocação Uso de pós refrigeração Consumo de cimento Tipo de cimento; outrosModelos de dados
exemplo : Rede Neural
Utilização de um banco de dados (Literatura)
Equipe de FURNAS - Editor Walton Pacelli de Andrade
Concretos: Massa, Estrutural, Projetado e Compactado com Rolo Ensaios e Propriedades
Ed. Pini, São Paulo-SP, 1997.
Execução de Ensaios
Parâmetros térmicos e viscoelásticos - Obtenção
Calor Específico do Concreto Teste Kolmogorov-Smirnov (d = 0,149)
Distribuição Normal Esperada
0,00 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60
Calor Específico (cal/g.ºC)
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 N ú m e ro d e O b s e rv a ç õ e s
Distribuição dos resultados de calor específico
1890 observações
Parâmetros térmicos e viscoelásticos - Obtenção
Difusividade Térmica do Concreto Teste Kolmogorov-Smirnov (d = 0,098)
Distribuição Normal Esperada
-0,05 0,00 0,05 0,10 0,15 0,20 0,25 0,30
Difusividade térmica (m2/dia)
0 50 100 150 200 250 300 N ú m e ro d e O b s e rv a ç õ e s
Distribuição dos resultados de difusividade térmica 513 observações
-4
-3
-2
-1
0
1
1,5
Concreto Fundação-4
-3
-2
-1
0
1
1,5
Concreto FundaçãoSimulação UNIDIMENSIONAL
Modelo BIDIMENSIONAL
Simulação TRIDIMENSIONAL
Muro lateral direito
UHE São Manoel
Viga Munhão
UHE Corumbá
METODOLOGIA de calculo
Em1962, a segurança de uma barragem em Arkansas Estados
Unidos foi questionada devido à uma grande fissura vertical.
Este foi o primeiro caso em que foi utilizado o método dos
elementos finitos para resolver um problema da Engenharia.
Tipos de elementos finitos :
unidimensional
Bidimencional
Tridimensional
METODOLOGIA de calculo
t
T
t
Ta
T
h
2∇
2+
∂
/
∂
=
∂
/
∂
Temperatura
Lei de Fourier - propagação de calor Princípio da conservação da energia
c
k
h
2=
/
ρ
.
ρ
T(oC) = temperatura do elemento de volume considerado;
t(dia) = variável tempo;
Ta(oC) = elevação adiabática de temperatura no elemento de volume do concreto;
h2(m2/dia) = difusividade térmica.
k (kcal/(m.d.oC) = condutividade térmica;
c (Cal/goC) = calor específico;
METODOLOGIA de calculo
Aplicando o método de Galerkin chega-se a seguinte equação:
[
h
C
t
]
[
W
t
C
T
t
t
]
t
t
T
(
+
∆
)
=
2+
/
∆
−1.
(
)
+
.
(
)
/
∆
Uni dimensional:
Capacidade térmica do Elemento : Ki= h2/l
i 1 -1
-1 1
Ci= li/6 2 1 1 2 Calor Específico do Elemento :
Vetor carga térmica : Wi(t) =
.li
/
2
t
Ta
∂
∂
1UHE São Manoel
Muro lateral direito
Junho 2016
UHE São Manoel
Muro lateral direito
Julho 2016
UHE São Manoel
Muro lateral direito
Agosto 2016
UHE São Manoel
Muro lateral direito
Novembro 2016
Entrada de dados
Calcula C
Calcula
K e t=t+dt
Calcula T(t)
Armazema T(t)
Muda hc ? Parar Cálculo ?Entrou uma nova camada ?
Aumenta dimensão
Fim
Outro hc S S N N S Nt= dt
Calcula W(t)
METODOLOGIA de calculo
Campo Tensional
Material viscoelástico linear com envelhecimento
Princípio da superposição de Boltzmann-McHenry
( )
=
∫
−
t tt
z
t
z
f
t
0)
(
).
,
(
σ
ε
i
f
j i ij jσ
ε
=
∑
∆
=.
1(
t
≥
z
)
∆ = j ij f jσ
ε
. j ε
ij
f
= vetor (n) de deformações de origem térmica = α.δT = α.(Ti-Tl);
= matriz (n, n) cujo elemento da linha j coluna i > j é a fluência do concreto.
( )
σ
tnσ
j j n = =∑
∆ 1σ<Tração (flexão ou pura) Critério utilizado :
Campo Tensional
ij
f
=1/E(ti)+Fk(ti).ln (tj+1)
'
...
0
...
...
...
0
...
...
0
...
...
0
...
...
0
]
[
, , 1 , 2 , 1 1 , 1 3 , 2 3 , 1 2 , 2 2 , 1 1 , 1 ,
=
− − − n n n n n n n n j if
f
f
f
f
f
f
f
f
f
f
E(ti)=ti/(a+b.ti)
a e b são coeficientes (metodo dos minimos quadrados)
Fk = Coeficiente de fluência
O que fazer para minimizar:
Dosagem: consumo de cimento, tipo de cimento, aditivo etc. Plano de concretagem: espessura das camadas, intervalo
de colocação, lançamento noturno, concreto bombeado, forma deslizante, etc.
Procedimento construtivo: pré-refrigeração (armazenamento do material na sombra, água gelada, gelo, refrigeração do agregado etc) ou pós refrigeração (serpentina ou outros recursos)
Fatores cuja influência é significativa na
temperatura da estrutura
1. CONSUMO DE CIMENTO
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 0 10 20 30 Idade (dia) E le v a ç ã o A d ia b á ti c a ( o C ) 200 kg/m³ 250 kg/m³ 300 kg/m³ 350 kg/m³ 400 kg/m³Fatores cuja influência é significativa na
temperatura da estrutura
2.
TEMPERATURA DE APLICAÇÃO NA PRAÇA
350 kg/m³ do cimento tipo CP II
Te m pe ratura am bie nte = 25oC Es pe s s ura da cam ada= 1 m e tro
52 54 56 58 60 62 64 66 68 70 72 10 15 20 25 30 35
Te mpe ratura de colocação do concre to na praça (oC)
T e m p e ra tu ra m á x im a ( o C )
Fatores cuja influência é significativa na
temperatura da estrutura
3.
ESPESSURA DA CAMADA
350 kg/m³ do cimento tipo CP II
Te m pe ratura am bie nte = 20oC - Te m pe ratura de colocação = 25 oC Inte rvalo de colocação das cam adas = 3 dias
45 50 55 60 65 70 75 0,5 0,75 1 1,25 1,5 1,75 2
Espe ssura da camada (m)
T e m p e ra tu ra m á x im a ( o C )
Fatores cuja influência é significativa na
temperatura da estrutura
4.
PLANO DE CONCRETAGEM
Plano :
1 camada de 0,50 m depois de 5 dias uma camada de 1,00 metros depois de 4 dias camadas de 1,50 metros a cada 8 dias
20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 Idade (dia) T e m p e ra tu ra ( ºC ) 1º Camada 2º Camada 3º Camada 4º Camada 5º Camada 6º Camada 7º Camada
Fatores cuja influência é significativa na
temperatura da estrutura
5.
INTERVALO DE LANÇAMENTO
350 kg/m³ do cimento tipo CP II
Te m pe ratura am bie nte = 20oC - Te m pe ratura de colocação = 25 oC Es pe s s ura da cam ada= 1 m etro
54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 1 2 3 4 5
Inte rv alo de colocação (dias)
T e m p e ra tu ra m á x im a ( o C )
Fatores cuja influência é significativa na
temperatura da estrutura
6.
TIPO DE CIMENTO
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 0 5 10 15 20 25 30 Idade (dia) T e m p e ra tu ra ( o C ) CP II CP III CP IVPRÉ-REFRIGERAÇÃO
Como evitar a FISSURAÇÃO ?
Gelo em escamas
Gelo em cubos
PRÉ-REFRIGERAÇÃO – Cálculo da % de GELO
C o n s u m o d e C im e n to = 4 0 0 k g /m3 C o n s u mo d e á g u a = 1 8 0 k g /m3 T e m p e r a tu r a a m b ie n te = 3 5 oC 0 1 0 2 0 3 0 4 0 5 0 6 0 7 0 8 0 9 0 0 5 1 0 1 5 2 0 2 5 Q u e d a d e te m p e ra tu ra (∆t(oC )) % G e loPrincípio da conservação da Energia:
(somatório de Q=0)
PRÉ-REFRIGERAÇÃO – CAMINHÃO BETONEIRA
Geladinho
Tecnologista Élcio Guerra
Ganhador do prêmio “Liberato Bernardo”
PÓS-REFRIGERAÇÃO
Circulação de ÁGUA em SERPENTINAS
Como evitar a FISSURAÇÃO ?
-1.00 -0.50 0.00 0.50 1.00 -1.00 -0.50 0.00 0.50 1.00 1.50 2.00 2.50 3.00 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33
Comportamento termo-químico-mecânico
A reação de hidratação é responsável tanto pelas
variações dimensionais sofridas pelo concreto,
quanto pela evolução das propriedades térmicas e
mecânicas do material.
Bloco da Fundação de uma Edificação
Injeção de Resina Epoxi
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O fenômeno térmico é um problema importante e deve ser levado em consideração em concretos com características massivas.
Do ponto de vista da engenharia, diversas medidas podem ser tomadas de modo a prevenir a fissuração do concreto provocada pelos efeitos da reação de hidratação, como por exemplo:
1. Escolha da composição do concreto;
2. Proteção do concreto contra a incidência dos raios solares (armazenamento na sombra dos materiais, cura com água da estrutura, sacos de aniagem molhado,etc);
3. Controle do ritmo de execução da estrutura, isto é, da espessura das camadas de concretagem e do intervalo de lançamento entre camadas consecutivas;
4. Diminuição da temperatura de lançamento do concreto (pré refrigeração);