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Curso TÉCNICAS PSICOMOTORAS APLICADAS À EDUCAÇÃO. Disciplina PSICOMOTRICIDADE

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Academic year: 2021

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Curso

TÉCNICAS PSICOMOTORAS

APLICADAS À EDUCAÇÃO

Disciplina

(2)

Curso

TÉCNICAS

PSICOMOTORAS

APLICADAS À

EDUCAÇÃO

Disciplina

PSICOMOTRICIDADE

Dina Lúcia ROCHA

(3)

Sobre

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Olá, me chamo DINA LÚCIA CHAVES ROCHA, foi com grande satisfação que preparei este material sobre Psicomotricidade, para você. Antes de iniciarmos os nossos estudos sobre este tema que é tão rico, gostaria de relatar a minha trajetória, falar um pouco das minhas experiências e qual a minha relação com a Psicomotricidade.

Em 1994, me graduei em Psicologia no Centro Universitário Celso Lisboa. Durante a graduação fiz formação em Orientação Vocacional. Em 2000 concluí uma Pós-Graduação em Psicomotricidade, nesta instituição. Busquei estágio na Pestalozi do Brasil para cumprir 120h, nesta época o estágio era obrigatório. Ao terminar o estágio, fiquei como voluntária por mais 2 anos e meio. Paralelamente ao trabalho desenvolvido como voluntária na Pestalozi, trabalhei como voluntária durante 1 ano no azilo Bezerra de Menezes. Neste período pude vivenciar na prática “toda” teoria aprendida. Em 2001 Iniciei o Mestrado em Ciências Pedagógicas, no ISEP – Instituto Superior de Estudos Pedagógicos. Paralelamente ao Mestrado, fui convidada para atuar como professora no antigo AVM, atualmente IAVM – Instituto a Vez do Mestre. Terminei o Mestrado em dezembro de 2003, desenvolvendo uma pesquisa na área de Educação e Psicomotricidade. Minha tese teve como tema: “A Importância das Atividades Psicomotoras Escolares na Educação Infantil”. Em 2004 iniciei uma formação em Arteterapia, na clínica Pomar, com Ângela Philippini. Comecei a pesquisar sobre a criatividade e suas implicações na vida do ser humano. Atualmente, continuo atuando como Psicóloga Clínica (consultório particular) e como Professora em alguns cursos de Pós-Graduação do IAVM – Presencial, como:

Psicomotricidade, Arteterapia, Psicopedagogia, Educação

Inclusiva, Docência do Ensino Superior, Docência do Ensino Fundamental e Médio, Administração Escolar, Supervisão e Orientação Educacional, entre outros. Espero que este material didático possa contribuir com a sua formação e na sua prática como Psicomotricista.

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Su

m

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o

07

Apresentação

09

Aula 1

Fundamentos da psicomotricidade

23

Áreas de Atuação da

Aula 2

Psicomotricidade

37

Aula 3

Psicomotricidade funcional e

relacional

63

Aula 4

Desenvolvimento psicomotor

humano

91

Aula 5

A criança: suas relações,

desenvolvimento motor e suas

habilidades

113

Aula 6

Instabilidades, defasagens,

perturbações psicomotoras

129

AV1

Estudo dirigido da disciplina

133

AV2

Trabalho acadêmico de

aprofundamento

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Psicomotricidade

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Apresen

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É com enorme satisfação que lhe apresentamos A

PSICOMOTRICIDADE. Neste caderno Você terá a oportunidade de ter um panorama histórico sobre a Psicomotricidade, sua origem, seus conceitos, seus objetivos. O trabalho psicomotor é de suma importância para o desenvolvimento humano, sua motricidade e suas habilidades. Através da psicomotricidade funcional e relacional poderemos aplicar a psicomotricidade através das áreas de atuação, que são: estimulação, educação, reeducação e terapia psicomotora. Um trabalho preventivo com a psicomotricidade permitirá evitar certas defasagens, dificuldades, instabilidades psicomotoras e irá favorecer o processo de ensino-aprendizagem.

Objetivo

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Este caderno de estudos tem como objetivos:

 Apresentar como se deu o surgimento do termo

PSICOMOTRICIDADE, estudos e pesquisas desenvolvidas.  Favorecer o entendimento sobre a Psicomotricidade funcional

(áreas psicomotoras) e relacional (conceitos relacionais).  Discutir as quatro áreas de atuação do Psicomotricista, que

são: estimulação, educação, reeducação e terapia psicomotora.  Demonstrar como se dá o desenvolvimento motor, afetivo e cognitivo e a sua importância para o desenvolvimento das habilidades.

 Abordar as possíveis dificuldades, defasagens e instabilidades na falta de um adequado desenvolvimento da psicomotricidade humana.

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Fundamentos da

Psicomotricidade

Dina Lúcia Chaves Rocha

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ULA

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Apresen

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Nesta aula iremos abordar um breve histórico da

Psicomotricidade, conceitos e definições de alguns teóricos da área. Veremos que a Psicomotricidade é uma ciência e tem como objetivo um adequado desenvolvimento motor, afetivo, cognitivo e um ato motor econômico, harmonioso e preciso.

O processo evolutivo pode ser percebido e observado tanto do ponto de vista das espécies, quanto do ponto de vista de cada ser humano e suas habilidades. Sendo assim finalizaremos esta aula abordando três conceitos fundamentais estudados por Vitor da Fonseca, que são: Ontogênese, Filogênese e Retrogênese.

Objetivo

s

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de:

 Saber sobre a origem da Psicomotricidade e sua evolução histórica;

 Analisar as diferentes definições sobre a psicomotricidade;  Conhecer os estudiosos e teóricos da área e suas contribuições;  Compreender os objetivos do trabalho psicomotor;

 Entender e analisar a importância da Filogênese, Ontogênese e Retrogênese para o desenvolvimento da motricidade humana e suas habilidades.

(10)

Aula 1 | Fundamentos da psicomotricidade 10

Breve Histórico da Psicomotricidade

O termo Psicomotricidade apareceu pela primeira vez com Dupré, no ano de 1920 (início do século XX), significando um entrelaçamento entre o movimento e o pensamento.

Dupré, que era médico, precisou as diferentes etapas do desenvolvimento psicomotor e os distúrbios que podem surgir no decorrer de tal desenvolvimento.

Tendo sua origem na Medicina, a

Psicomotricidade se apoiou por muito tempo no modelo médico para estruturar a razão de suas práticas.

É também da década de 1920 a associação entre as dificuldades de aprendizagem e as doenças.

Inúmeros outros pesquisadores realizaram importantes estudos que se refletem até os momentos atuais no âmbito da Psicomotricidade. Foram significativos os trabalhos de Claparède, Montessori, Shilder, Gesell, Wallon, Piaget, Ajuriaguerra, dentre outros.

Especialmente nas duas últimas décadas podemos contar com os trabalhos de importantes pesquisadores como: Jean Le Boulch, Germaine Rossel, Dalila Molina de Costallat, Simone Ramain, André Lapierre, Bernar Aucouturier, Aleksandr Luria, P. Vayer, J. Bèrges, G. Lagrange, J. Legido, Jean – Claude Coste, S. Lebovici, R. Diatkine, Françoise Désobeau, J. Guillarme, Vítor da Fonseca e outros.

Os estudos de Maria Helena Souza Patto (1991, p.41) enfatizam a medicalização do fracasso escolar, ou seja, de que forma as crianças que tinham dificuldades

Breve histórico da psicomotricidade 10 O que é psicomotricidade 13 Objetivos da psicomotricidade 14 Filogênese, Ontogênese e Retrogênese da Motricidade Humana 16

(11)

Aula 1 | Fundamentos da psicomotricidade 11

escolares eram vistas como necessitadas de

atendimento/tratamento médico.

Os primeiros especialistas que se ocuparam de casos de dificuldade de aprendizagem escolar foram os médicos. O final do século XVIII e o século XIX foram de grande desenvolvimento das ciências médicas e biológicas, especialmente da psiquiatria. Datam desta época as rígidas classificações dos “anormais” e os

estudos de neurologia, neurofisiologia e

neuropsiquiatria conduzidos em laboratórios anexos a hospícios. Quando os problemas de aprendizagem escolar começaram a tomar corpo, os progressos da nosologia já haviam recomendado a criação de pavilhões especiais para os “duros de cabeça” ou idiotas, anteriormente confundidos com os loucos; a criação desta categoria facilitou o trânsito do conceito de anormalidade dos hospitais para escolas: as crianças que não acompanhavam seus colegas na aprendizagem escolar passaram a ser designadas como anormais escolares e as causas de seu fracasso são procuradas em alguma anormalidade orgânica.

Inicialmente a pesquisa teórica, no campo da Psicomotricidade, fixou-se no desenvolvimento motor da criança. Depois foi estudada a relação entre o atraso no desenvolvimento motor e o atraso intelectual. Em seguida, surgiram estudos sobre o desenvolvimento da habilidade manual e aptidões motoras em função da idade cronológica.

Esses estudos facilitaram o entendimento e abriram novos questionamentos sobre as relações existentes entre o desenvolvimento psicomotor adequado, o desenvolvimento intelectual e a idade cronológica.

(12)

Aula 1 | Fundamentos da psicomotricidade 12

Além dos médicos, os psicólogos também se interessaram pelo desenvolvimento psicomotor da criança, entre os psicólogos temos: Piaget e Zazzo.

Wallon em seus trabalhos apresenta informações relevantes sobre o desenvolvimento de recém-nascidos, sobre o desenvolvimento psicomotor da criança e a relação existente entre tônus corporal e emoção,

Também a neuropsiquiatria, educação física, psiquiatria, evoluíram e reconheceram que a melhora física e comportamental poderia ser realizada a partir do fluxo motor, utilizando as técnicas corporais.

Atualmente, pesquisa-se também as ligações entre as áreas psicomotoras e as dificuldades escolares das crianças de inteligência normal.

Fica evidenciado, portanto, na história da Psicomotricidade como campo de estudo, que em seu início houve ênfase na doença. Isso possivelmente se deve a sua origem na Medicina. Contudo, os estudiosos não ficaram focando somente a área clínica e oportunizaram um trabalho psicomotor educativo de base. Tal trabalho, além de ser preventivo dos desvios e defasagens no processo evolutivo de aprendizagem

escolar da criança, pode contribuir para o

desenvolvimento psicomotor adequado desde a mais tenra idade, priorizando a harmonia e firmeza nos movimentos e uma melhor ligação desses movimentos com o pensamento.

Em Alexandre Mello encontramos referências mostrando que em 1982, no 1º Congresso Brasileiro de

Terapia Psicomotora, Psicomotricistas brasileiros

buscaram uma definição que viabilizasse o

(13)

Aula 1 | Fundamentos da psicomotricidade 13

especialmente no âmbito da Sociedade Brasileira de Terapia Psicomotora¹.

Psicomotricidade é uma ciência que tem por objetivo o estudo do homem, através do seu corpo em movimento, nas relações com seu mundo interno e externo.

(Mello, 1987, p.31) Ajuriaguerra (apud Loureiro, 1983), definiu a Psicomotricidade como “a realização do pensamento através do ato motor preciso, econômico e harmonioso.” (p.01)

Segundo Meur e Staes (1991), inicialmente: (...) a pesquisa teórica fixou-se sobretudo no desenvolvimento motor da criança. Depois estudou a relação entre o atraso no desenvolvimento motor e o atraso intelectual da criança. Seguiram-se estudos sobre o desenvolvimento da habilidade manual e aptidões motoras em função da idade.

(p.06)

O que é Psicomotricidade?

Neste item iremos colocar algumas definições de psicomotricidade.

Observe como cada autor define

psicomotricidade. Provavelmente você irá encontrar

muitas semelhanças entre as definições, mas cada autor ao defini-la acrescenta um detalhe singular à psicomotricidade ao seu modo de vê-la.

Psicomotricidade é uma ciência que tem como objetivo o estudo da relação entre o pensamento e a ação, envolvendo a emoção. (Rocha, 2003, p.03) Você sabia? ¹ A partir de 1987, a Sociedade Brasileira de Terapia Psicomotora passou a denominar-se Sociedade Brasileira de Psicomotricidade. Dica da professora

Para utilizar o corpo como forma de expressão da individualidade se faz necessário desenvolver, explorar, dominar, conhecer este corpo suas possibilidades e diferenças.

Consequentemente sua interação com o mundo e o que nele existe será de uma forma mais

harmônica, precisa e emocionalmente segura.

(14)

Aula 1 | Fundamentos da psicomotricidade 14

Elizabete José e Maria Coelho (1999) afirmam: A psicomotricidade integra várias técnicas com as quais se pode trabalhar o corpo (todas as suas partes) relacionando-o com a afetividade, o pensamento e o nível de inteligência. Ela enfoca a unidade da educação dos movimentos, ao mesmo tempo que põe em jogo as funções intelectuais. As primeiras evidências de um desenvolvimento mental normal são manifestações puramente motoras.

(p.108) Como estamos vendo, a função motora, o desenvolvimento intelectual e o desenvolvimento afetivo estão intimamente ligados. A Psicomotricidade tem como foco a relação existente entre a

motricidade, a mente e a afetividade e facilitar a

abordagem global da criança se configurando como uma técnica, cuja aplicação se dá através da Estimulação Psicomotora, Educação Psicomotora, Reeducação Psicomotora e Terapia Psicomotora.

A psicomotricidade é, inicialmente, uma determinada organização funcional da conduta e da ação; correlatamente é um certo tipo de prática da reabilitação gestual.

(Chazaud, 1987, p.11)

Objetivos da Psicomotricidade

Ajuriaguerra (apud Costallat in Rocha, 2003, p.04) em relação ao ato motor, representa a tríade da atuação da Psicomotricidade na escola.

Para navegar Utilize o site da Sociedade Brasileira de Psicomotricidade para obter informações atuais e acompanhar novas discussões, assim como saber de encontros e seminários de psicomotricistas: www.psicomotricida de.com.br

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Aula 1 | Fundamentos da psicomotricidade 15

 ECONOMIA

Gerenciamento Cerebral = PODER  HARMONIA

Qualidade em sentimentos = QUERER  PRECISÂO

Determinação no espaço e tempo = FAZER Costallat (in Rocha, 2003, p.4) complementa dizendo: “Nenhuma atitude humana se realiza sem o poder, o querer e o fazer (...)”.

É justamente em busca deste movimento harmonioso e econômico que Psicomotricistas - através da técnica psicomotora - tentam educar o movimento, acreditando que o ato motor acompanha os componentes de ordem cognitiva e afetiva.

A psicomotricidade tem como objetivo destacar a relação existente entre motricidade, mente e afetividade, facilitando a abordagem global da criança, já que a função motora, o desenvolvimento intelectual e afetivo estão intimamente ligados (Meur e Staes, 1991). “ECONOMIA” “PRECISÃO” ATO MOTOR “HARMONIA” Dica da professora

Muitas das imagens utilizadas nesta apostila foram retiradas do BANCO DE IMAGENS. www.fotosearch.co.br

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Aula 1 | Fundamentos da psicomotricidade 16

Filogênese, Ontogênese e Retrogênese da

Motricidade Humana

Por que falamos sobre a origem da vida e das espécies quando falamos da filogênese, ontogênese e retrogênese?

Qual será a ligação que esses termos têm com a motricidade humana?

Para entendermos o desenvolvimento humano, da motricidade humana, se faz necessário, abordarmos os termos estudados por Vitor da Fonseca (1998):

ontogênese, filogênese e retrogênese.

Diante do conhecimento da filogênese, da ontogênese e da retrogênese, é possível observar que a evolução está ligada à origem da terra, para chegar à origem da vida, determinando a origem das espécies, os primeiros vertebrados, os primeiros répteis, os primeiros mamíferos, aonde se chega ao homem.

Filogenética e ontogeneticamente falando, a motricidade humana é adquirida primeiro e depois se adquire o pensamento, pode-se comprovar isto quando observamos o feto locomover-se no líquido amniótico e a motricidade que leva ao desenvolvimento do cérebro.

FILOGÊNESE

Filogênese, evoluções pelas quais as formas vivas inferiores vão se modificando através dos tempos, para produzirem outras, cada vez mais elevadas. Os caminhos da Filogênese nos levam até o homem, destacando o princípio da vida e seu significado para haver a transformação. FETO NO LÍQUIDO AMNIÓTICO. FONTE DA IMAGEM: WWW.FOTOSEARCH .COM.BR

(17)

Aula 1 | Fundamentos da psicomotricidade 17

Quando falamos da filogênese, falamos da origem da vida.

Para compreendermos os caminhos da filogênese, que nos levam até o Homem, temos, em primeiro lugar, de destacar a unidade da vida e o significado da sua síntese, que nos impede de separar radical e abruptamente o mundo inorgânico do mundo orgânico e, evidentemente, o mundo vegetal do mundo animal.

(Filogênese, Ontogênese, Retrogênese. p. 34)

HABILIDADES FILOGENÉTICAS

Gallahue e Ozmun (2001):

As habilidades filogenéticas são resistentes às influências ambientais externas. Habilidades motoras – como as tarefas manipulativas rudimentares de alcançar, agarrar e soltar os objetos; as tarefas estabilizadoras de ganhar controle da musculatura total do corpo; e as habilidades locomotoras fundamentais de caminhar, pular e correr – são exemplos do que pode ser considerado como habilidades filogenéticas.

(p.67)

ONTOGÊNESE

A ontogênese é uma série de transformações sofridas pelo ser vivo desde a fecundação até o ser perfeito.

A ontogênese da motricidade encontra-se na embriologia e na neonatologia, daí a importância dos estudos da concepção, da fecundação, da nidação (localização do óvulo no endométrio) e da gestação do zigoto (por onde um ser humano, único e determinado, começa a sua vida). (Filogênese, Ontogênese, Retrogênese.

p. 125)

Quer saber mais?

Para Bee (in Mastroianni, 2004) “(...) as sinapses são criadas durante toda a vida, ou seja, a aquisição de novas habilidades significa novas sinapses formadas.” TRANSFORMAÇÕES DESDE A FECUNDAÇÃO ATÉ O SER PERFEITO. FONTE DA IMAGEM: WWW.FOTOSEARCH. COM.BR

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Aula 1 | Fundamentos da psicomotricidade 18

A ontogênese compreende, em primeiro lugar, a medula e, em segundo, o encéfalo. (Filogênese, Ontogênese e Retrogênese. p. 144) HABILIDADES ONTOGENÉTICAS Gallahue e Ozmun (2001): As habilidades ontogenéticas ao contrário, dependem basicamente do aprendizado e das oportunidades ambientais. Habilidades como nadar, andar de bicicleta e patinar no gelo são consideradas ontogenéticas porque não aparecem automaticamente nos indivíduos, mas requerem um período de prática e de experiência e são influenciadas pela cultura do indivíduo. Todo o conceito de filogenia e ontogenia precisa ser reavaliado à luz do fato de que muitas habilidades antes consideradas filogenéticas podem ser influenciadas pela interação ambiental.

(p.67) .

RETROGÊNESE

A retrogênese é a maturação, a transformação da forma, da estrutura e da função.

Voltando ao assunto da filogênese, ontogênese e retrogênese, podemos então, falar no desenvolvimento humano da vida intra-uterina para a vida extra-uterina até a morte, fazendo surgir às evoluções, as maturações, biológica e socialmente falando. Essa afirmação pode-se resumir pelo quadro seguinte:

Filogênese Ontogênese Estádio do Desenvolvimento Humano

Peixe Réptil Feto

recém-nascido

NEUROMOTRICIDADE

(protomotricidade) Hipotonia axial

Hipertonia das extremidades Reptação ventral Dica de leitura “O cérebro é o Instrumento da Aprendizagem” (Relvas, 2007, p. 34). Sugerimos a leitura de Marta Relvas: “Fundamentos Biológicos da Educação”; “Neurociência e Transtornos de Aprendizagem”. Neles vocês encontrarão informações importantes sobre a constituição e o funcionamento do cérebro humano. Fonte da imagem: www.fotosearch.com. br TRANSFORMAÇÃO DA FORMA DA ESTRUTURA E DA FUNÇÃO. FONTE DA IMAGEM: WWW.FOTOSEARCH .COM.BR

(19)

Aula 1 | Fundamentos da psicomotricidade 19 Mamífero 10 meses TÔNICO-MOTRICIDADE (paleomotricidade) Quadrupedia Simetria funcional Mimanualidade Primata 12 – 24 meses SENSÓRIO – MOTRICIDADE (arquimotricidade) Controle postural Segurança gravitacional Lateralização funcional Independência do polegar Homem 6 anos PERCEPTIVO – MOTRICIDADE

Desenvolvimento da locação dextralidade Assimetria funcional Especialização hemisférica Somatogmosia Adolescência PSICOMOTRICIDADE (neomotricidade) Desenvolvimento prático Melodia cinética Planificação motora Maturidade sociomotora (Filogênese, Ontogênese e Retrogênese, 1998, p. 14)

O que se pode concluir é que a filogênese e a

ontogênese, através de seus processos evolutivos,

produzem a motricidade.

O adulto constrói a ontogênese da motricidade da criança.

As grandes mudanças da infância à adolescência, desta à vida adulta e à velhice são inevitáveis, elas atingem todas as áreas do comportamento humano e, naturalmente, da Psicomotricidade.

(Filogênese, Ontogênese e Retrogênese. p. 347) O corpo está posicionado como origem do conhecimento e meio de relação e comunicação com o mundo exterior.

O corpo é, portanto o experimento da criança no mundo é ele que recebe calor, luz, pressão, afeto, e reagindo a essas sensações poderá se desenvolver e ter consciência de sua existência, podendo, então, fazer escolhas e evoluir.

(20)

Aula 1 | Fundamentos da psicomotricidade 20

EXERCÍCIO 1

Filogenéticamente e Ontogenéticamente falando, se adquire:

( A ) Primeiro a força e depois a criatividade;

( B ) Primeiro a motricidade e depois o pensamento; ( C ) Primeiro o pensamento e depois a linguagem; ( D ) Primeiro o pensamento depois a linguagem; ( E ) Primeiro a motricidade e depois a fala.

EXERCÍCIO 2

Evolução pelas quais as formas vivas inferiores vão se modificando através dos tempos, para produzirem outras, cada vez mais elevadas:

( A ) Retrogenética ( B ) Retrogênese ( C ) Adaptação ( D ) Filogênese ( E ) Ontogênese

EXERCÍCIO 3

Pesquise uma definição de Psicomotricidade, diferente das apresentadas nesta aula:

____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________

(21)

Aula 1 | Fundamentos da psicomotricidade 21

EXERCÍCIO 4

Quais os objetivos do trabalho com a Psicomotricidade? ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________

RESUMO

Vimos até agora:

 O termo Psicomotricidade apareceu pela primeira vez com Dupré no ano de 1920. Nesta época associavam as dificuldades escolares às doenças;

 Psicomotricidade é uma ciência que tem como objetivo o estudo da relação entre o pensamento e a ação, envolvendo a emoção. Mantendo o foco na motricidade, na mente e na afetividade;

 A função motora, o desenvolvimento

intelectual e o desenvolvimento afetivo estão intimamente ligados;

 Os termos Filogênese, Ontogênese e

Retrogênese estão diretamente associados a origem da terra, da vida, das espécies;

 Filogênese- é a evolução das formas vivas inferiores, para produzirem outras mais elevadas;

(22)

Aula 1 | Fundamentos da psicomotricidade 22

 Ontogênese- é uma série de transformações sofridas pelo ser vivo desde a fecundação até o ser perfeito;

 Retrogênese- é a maturação, a transformação da forma, da estrutura e da função;

 O corpo está posicionado como origem do

conhecimento e meio de relação e

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Áreas de Atuação da

Psicomotricidade

Dina Lúcia Chaves Rocha

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Estudos de pesquisadores apontam como principais campos de atuação ou formas de abordagem da Psicomotricidade a

Estimulação Psicomotora, Educação Psicomotora, Reeducação Psicomotora e Terapia Psicomotora. Em certos momentos os três campos de atuação se confundem, apesar de possuírem características próprias que serão abordadas a seguir. Muitos são os materiais possíveis de serem utilizados (bola, tatami, bambolês, entre outros) independente da área de atuação. O psicomotricista deve ter claro o seu objetivo ao utilizar os materiais, no caso da bola, pode ser usada para massagear o corpo do bebê, para um jogo simbólico ou de regras.

Objetivo

s

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de:

 Diferenciar as áreas de atuação da Psicomotricidade, que são: Estimulação, Educação, Reeducação e Terapia Psicomotora;  Entender o momento, local adequado de utilizar as técnicas;  Identificar e diferenciar as técnicas e os objetivos do trabalho

psicomotor com a Estimulação, Educação, Reeducação e Terapia Psicomotora.

(24)

Aula 2 | Áreas de atuação da psicomotricidade 24

Estimulação Psicomotora

Contribui para o desenvolvimento harmonioso da criança no começo de sua vida. Caracteriza-se por atividades que visam o adequado desenvolvimento da sua capacidade maturacional. Tais atividades procuram despertar o corpo e a afetividade por meio de movimentos e jogos. Este programa é indicado a recém-natos e pré-escolares.

Alguns autores referem-se à estimulação

psicomotora como sendo estimulação precoce, mas

o termo mais adequado, segundo Bueno (1998) é

estimulação essencial.

Estimulação= Despertar, desabrochar o movimento.

Os atos cotidianos (diários) de amamentar, dar banho, vestir, despir, dar colo, ninar (embalar), colocar na cama, são manipulações que não devemos subestimar. Ao manipular o corpo da criança (bebê) seja para massagear, para fazer carinho (acariciar) ou

para realizar algum movimento, mencionado

anteriormente, estamos estimulando e favorecendo a motricidade e o psiquismo da criança.

Estas manipulações devem ser acompanhadas de afetividade, o contato da mãe com a criança deve ser agradável, prazeroso. Esse contato estreito com a mãe dá à criança segurança e proteção.

Educação Psicomotora

Começaremos citando um dos mais conceituados autores da área da Psicomotricidade.

Dica da professora O psicomotricista tem como alternativa trabalhar a psicomotricidade à partir das seguintes técnicas: Estimulação, Educação, Reeducação e Terapia Psicomotora. Estimulação psicomotora 24 Educação psicomotora 24 Reeducação psicomotora 26 Terapia psicomotora 27

(25)

Aula 2 | Áreas de atuação da psicomotricidade 25

Le Boulch (1992 a, p.24 e 25) apresenta o objetivo da educação psicomotora proposta pela comissão de renovação pedagógica para o 1º grau, na França:

A educação psicomotora deve ser considerada como uma educação de base na escola primária. Ela condiciona todos os aprendizados pré-escolares; leva a criança a tomar consciência de seu corpo, da lateralidade, a situar-se no espaço, a dominar seu tempo, a adquirir habilmente a coordenação de seus gestos e movimentos. A educação psicomotora deve ser praticada desde a mais tenra idade; conduzida com perseverança, permite prevenir inadaptações difíceis de corrigir quando já estruturadas (...).

Já Morizote (1979, p.16) define a Educação Psicomotora como:

Uma atividade através do movimento visando um desenvolvimento de capacidades básicas–sensoriais, perceptivas e motoras -, propiciando uma organização adequada de atitudes adaptativas, atuando como agente profilático de distúrbios da aprendizagem.

A Educação Psicomotora permeia todas as aprendizagens da criança e tem um papel fundamental nas aprendizagens escolares, principalmente na

Educação Infantil. É realizada em todos os momentos

da vida do indivíduo, por meio das percepções vivenciadas.

É, portanto, trabalhada através de uma série de

atividades, principalmente exercícios e jogos,

procurando promover um adequado desenvolvimento físico, mental, afetivo e social. Levando em conta tais exercícios e jogos estão sempre colaborando para o desenvolvimento das áreas psicomotoras, uma

Importante “A educação psicomotora é uma técnica.” (Meur e Staes, 1991, p. 06) Importante “Trabalhar com a Psicomotricidade nesta fase inicial torna esse processo mais rico de possibilidades, de experimentações, de vivências, de experiências vivificantes.” (Rocha, 2004, p.55)

(26)

Aula 2 | Áreas de atuação da psicomotricidade 26

atividade psicomotora nunca trabalha somente uma área.

A educação psicomotora promove uma

intervenção direta a nível motor, emocional e cognitivo, estruturando o indivíduo como um todo. Promove a facilitação das condições naturais e prevenção de dificuldades, defasagens, inadequações, distúrbios

motores, afetivos e cognitivos. É realizada,

primeiramente, na família, depois na escola e no meio social.

A educação psicomotora para Lapierre, é uma ação psicopedagógica que utiliza os meios da educação física, com a finalidade de normalizar ou melhorar o comportamento do indivíduo.

(in Alves, 2003, p.115)

Segundo, Vayer & Picq (1985), a consciência do corpo, o domínio do equilíbrio, o controle e mais tarde a eficácia das diversas coordenações (gerais e seguimentares), a organização do esquema corporal, a orientação no espaço e melhores possibilidades de adequação ao mundo exterior, são os principais objetivos da educação psicomotora.

Reeducação Psicomotora

Objetiva a retomada das vivências,

aprendizagens, fases ou etapas ultrapassadas

inadequadamente. Na reeducação ou terapia

psicomotoras, o psicomotricista, por meio do diálogo corporal e afetivo, deve favorecer vivências para retomar fases ou movimentos corporais mal-estruturados.

A reeducação psicomotora é dirigida às crianças que sofrem perturbações instrumentais (dificuldades ou atrasos psicomotores). Trata-se de diagnosticar Quer saber mais? Aquisição de conhecimento chama-se: “Desenvolvimento Cognitivo”. “A escola é o instrumento cultural que vai ajudá-la a entender e aperfeiçoar seu universo pessoal e de relacionamento. A função da escola é fornecer experiências pessoais e culturais que organizem simultaneamente as emoções crescentes e as imagens intelectuais que lhes são associadas.” (Centro

Internacional da Infância, 1987, p.02)

(27)

Aula 2 | Áreas de atuação da psicomotricidade 27

as causas do problema e de fazer um balanço das aquisições e das carências, antes de fixar um programa de reeducação.

(Meur e Staes, 1991, p. 21) A Reeducação Psicomotora, segundo Mello (1989) trabalha com portadores de sintomas de ordem psicomotora, como: debilidade psicomotora, atraso e instabilidade psicomotora, dispraxias, distúrbios do tônus da postura, do equilíbrio e da coordenação, e deficiências perceptivo motoras.

Célia Barreto (1982) ressalta que muitas vezes os distúrbios psicomotores não se apresentam sozinhos, mas num contexto global, onde problemas mentais, psiquiátricos e neurológicos, podem estar presentes.

Coste (1981, p.10) coloca de uma forma muito clara os objetivos da reeducação psicomotora:

A reeducação psicomotora tem por objetivo desenvolver esse aspecto comunicativo do corpo, o que equivale a dar ao indivíduo a possibilidade de dominar seu corpo, de economizar sua energia, de pensar seus gestos a fim de aumentar-lhes a eficácia e a estética, de completar e aperfeiçoar seu equilíbrio.

Terapia psicomotora

Atua diretamente nos conflitos mais profundos, seja funcional ou relacional (desorganização total de sua harmonia corporal e pessoal, agressividade acentuada, pulsões motoras incontroladas, casos de excepcionalidade, dificuldades de relacionamento corporal, transtornos psicomotores com transtornos da personalidade). Dica da professora Vale à pena relembrar! Estimulação Psicomotora, Educação Psicomotora, Reeducação Psicomotora, bem como a Terapia Psicomotora são técnicas de aplicação da Psicomotricidade. Essas técnicas podem ser aplicadas tendo o lúdico, os jogos como aliados para uma maior interação com o indivíduo.

Importante

Alexandre Mello (1989) diz que nas áreas e/ ou campos de atuação psicomotora é muito importante a relação entre o profissional (Terapeuta, Reeducador, Educador ) e a pessoa tratada.

(28)

Aula 2 | Áreas de atuação da psicomotricidade 28

Jean-Claude Coste (1981, p.76) afirma que “o aspecto relacional e afetivo da relação terapêutica pode ser o elemento determinante da dinâmica da cura”.

A Terapia Psicomotora é indicada segundo André Lapierre e Aucouturier (1980) às crianças com grandes perturbações e cuja adaptação é de ordem patológica.

Vítor da Fonseca (1993) coloca como indicação para a Terapia Psicomotora a debilidade motora, crianças psicóticas, deficientes motores, debilidade mental, deficiência visual e a reinserção profissional.

Alguns dos materiais utilizados

As áreas ou campos de atuação – Estimulação, Educação Psicomotora, Reeducação e Terapia - poderão fazer uso de materiais, dinâmicas, brincadeiras e jogos específicos ou adaptados. Entre eles podemos citar colchões ou tatami, bolas de vários tamanhos e materiais diversos, aros, bambolês, minhocão, barras, guache, giz de cera, lápis de cor, corda, tesoura, cola, jogos educativos, cilindros, papéis de cores e texturas variadas, cadeiras, escada, massa de modelar, argila, No Dicionário Michaelis (2000) encontramos as seguintes definições:

Estimular= Excitar, encorajar, Incitar à atividade

fisiológica característica (um nervo ou músculo).

Estímulo= Qualquer coisa que torna mais ativa a

mente, ou inicia à atividade ou a um aumento de atividade.

Educação = Desenvolvimento das faculdades do ser

humano; Desenvolvimento e aperfeiçoamento de uma função pelo próprio exercício; Ensino; Civilidade.

Reeducar = Tornar a educar; Aperfeiçoar a

educação de.

Terapia = Terapêutica.

(29)

Aula 2 | Áreas de atuação da psicomotricidade 29

espelho, brinquedos sonoros, instrumentos musicais e

muitos outros.

Contudo, uma das principais diferenças entre os campos está no projeto/objetivo de trabalho, e é isto que vai diferenciar a forma de utilização dos diversos recursos.

As atividades lúdicas passam a ter mais funções, deixam de ser somente recreativas e socializadoras para permitir um trabalho entre o pensamento destas crianças e o seu corpinho. Os pensamentos, os sentimentos, os desejos destes pequenos seres tomam uma outra dimensão, passam a comandar e a direcionar seus corpos de forma mais harmônica e equilibrada. Seus movimentos ao longo deste processo

parecem mais seguros e

determinados, ter a intenção de um movimento e conseguir realizá-lo é gratificante e nos faz acreditar que somos capazes, nos traz uma certa segurança emocional.

(Rocha, 2003, p.55) Em Bueno (1998) encontramos a descrição de alguns materiais utilizados em sessões psicomotoras, são eles:

Colchonetes e colchões – Usado para

atividades no chão (geralmente essas atividades são sensório-motoras), em jogos dinâmicos de jogar, pular, jogos de equilíbrio.

Em atividades simbólicas: de cobrir, fazer desaparecer (morte simbólica); como uma agressão (sufocar, enterrar, esconder); para a regressão (repousar, local de receber toque afetivo).

Bolas ou balões – Facilitam a integração e a

livre expressão, principalmente nas primeiras sessões. Tem um dinamismo próprio de movimento, são usados

Dica da professora Material retirado do livro de Jocian Machado Bueno. PSICOMOTRICIDADE : Teoria e Prática. Mais detalhes na Bibliografia.

(30)

Aula 2 | Áreas de atuação da psicomotricidade 30

como facilitadores sensório-motores. Podem ter sua função simbólica de sensualidade, sexualidade, afetividade e agressividade.

Tecidos coloridos, lençóis, panos diversos, cobertores de lã e similares – Favorecem muito as

atividades simbólicas, ideais para momentos mais regressivos, afetivos e fusionais, transmite maciez, calor, pode fazer desaparecer, virar fantasia, envolver, esconder.

Cordas – Podem ser usadas nas áreas

sensório-motora e simbólica. Segundo Bueno despertam desejo de agressão, dominação e união, são mediadores de contato, de posse, facilitam o jogo e a relação à distância ou aproximada (podem amarrar ou apenas unir).

Caixas de papelão Prioritariamente favorecem as situações simbólicas que estimulam a fantasia (espaço para entrar, entrar e sair, passar por dentro, projetar-se para dentro de corpo inteiro, pode virar berço, abrir, fechar, provocar sons.

Papel – Pode ser usado nos espaços

sensório-motor e simbólico.

No espaço cognitivo, ao utilizar a coordenação motora fina, dobramos, manuseamos e transformamos em diversas construções.

Arcos, bambolês, anéis de borracha e similares – São mais abordados a nível

sensório-motor. Exercem fascinação, pelos seus movimentos (favorecem a dinâmica e o jogo de ações no jogar, lançar, saltar, no provocar sons e ritmos).

Importante “Por experiências sensorimotoras entendemos (1) a oportunidade de mover-se e (2) as informações absorvidas pela vista, audição, paladar e outros sentidos. As experiências sociais uma subclasse de experiência sensorimotora, supõem interação com outros da mesma espécie. Como as experiências sensorimotoras, nossa distinção é abstrata. “ (Davidoff, 1983, p.85) Dica da professora As caixas de papelão, também podem, suscitar a afetividade e a regressão.

(31)

Aula 2 | Áreas de atuação da psicomotricidade 31

Nos jogos simbólicos, podem trazer à tona: agressividade (bater, prender), afetividade (casa, espaço), inclusão , sedução do envolver, entrar e sair, o comunicar-se a distância.

Blocos de espuma ou almofadas e travesseiros – São materiais que favorecem os jogos

simbólicos, propiciam a construção, agressividade, afetividade, envolvimento.

Terra, argila, massinha – Para moldar,

amassar, deformar. São símbolos da fase anal.

Bancos e cadeiras Favorecem as construções, jogos e limites. Servem para os jogos sensório-motores e simbólicos.

Instrumentos musicais – Propiciam o som e o

ritmo. Desenvolvem o prazer, a auto afirmação (através da expressão pelo instrumento) e a criatividade.

Música – Pode funcionar como ponto de

referencia, propicia segurança, facilita o relacionamento e é capaz de quebrar o “clima desagradável” (criado por dificuldades pessoais, projeções, e transferências).

Sucata – Favorece as atividades cognitivas, de

construção. O trabalho com a sucata projeta a criatividade do indivíduo. Temos dois tipos de Sucata, são elas:

 Sucata Natural – sementes, pedras, folhas, penas, galhos, pedaços de madeira, areia, terra.

 Sucata Industrializada – embalagens, copos plásticos, chapas metálicas, tecidos, garrafas plásticas, papéis, papelão, isopor, caixas de ovos, etc.

Importante

“As atividades deverão ir de um nível mais fácil (de movimentos, de pensamento/raciocín io) para um nível mais difícil, até que o indivíduo lhe dê sinal de onde começa a ficar complexo para ele ou em que momento ele começa a apresentar dificuldades, impossibilidades para realizar tal atividade. Aí nós Psicomotricistas ou Especialistas em Psicomotricidade começamos efetivamente a atuar.” (Rocha, 2004, p. 57) Dica da professora Devemos tomar cuidado com o tipo de música à utilizar. A música adequada é favorável ao trabalho psicomotor.

(32)

Aula 2 | Áreas de atuação da psicomotricidade 32

Materiais variados – Podemos chamar de materiais variados: tintas, giz, pneus, sapatos e mais todos os descritos à seguir.

 Para um espaço sensório-motor - tobogãs, camas elásticas, escorregadores, balanças, tatames, materiais para construir (montar, fazer conexões).

 Para um espaço simbólico – bonecos de

trapo, fantoches assexuados (vários

tamanhos), bebês, mamadeiras, bichos de pelúcia, bichos de plástico, telas.

 Para um espaço cognitivo – brinquedos educativos, pedaços de madeira sem cor

(diferentes em tamanhos, formas,

espessuras), quebra-cabeças. Rocha (2004, p. 58) nos diz que:

A observação deste indivíduo nas atividades livres, num primeiro momento, onde vamos deixar que ela interaja com os materiais e quem sabe proponha as próprias atividades irão nos dar um parâmetro do que é para este indivíduo o mais fácil e o mais difícil, neste momento ela vai estar nos dizendo de onde devemos partir. Trabalhar com as crianças, adolescentes, adultos, idosos sempre do mais fácil para o mais difícil é uma forma de inclusão, pois, possibilita que este indivíduo e nós profissionais percebamos as suas possibilidades e tentemos superá-las. Quando propomos uma atividade e a criança (pessoas de todas as idades) reconhece que pode fazer, percebe que tem chances de êxito, diminuímos a possibilidade dela criar resistências, agora, se pedimos a ela que faça algo que julgue não conseguir, ela poderá se negar a tentar, temendo um resultado não satisfatório.

Dica da professora

Para não limitar a criatividade

sugerimos materiais sem muita

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Aula 2 | Áreas de atuação da psicomotricidade 33

PARA REFLETIR Apenas Brincando...

Quando estou construindo com blocos no quarto de brinquedos,

Por favor, não diga que estou apenas brincando, porque enquanto brinco, estou aprendendo sobre equilíbrio e formas. Quando estou me fantasiando, arrumando a mesa e cuidando das bonecas. Por favor, não me deixe ouvir você dizer: - ele está apenas brincando. Porque enquanto eu brinco, eu aprendo. Eu posso ser mãe ou pai algum dia.

Quando estou pintando até os cotovelos,ou de pé diante do cavalete, ou modelando argila, por favor, não diga que estou apenas brincando, porque enquanto eu brinco, eu aprendo. Estou expressando e criando. Eu posso ser artista ou inventor algum dia.

Quando estou entretido com um quebra-cabeça ou com algum brinquedo na escola, por favor, não sinta que é um tempo perdido com brincadeiras. Porque enquanto brinco, estou aprendendo.

Estou aprendendo a me concentrar e resolver problemas. Eu posso estar numa empresa algum dia.

Quando você me vê aprendendo, cozinhando, ou experimentando alimentos.

Por favor, não pense porque me divirto, é apenas uma brincadeira.

Eu estou aprendendo a seguir instruções e perceber as diferenças.

Eu posso ser um chefe algum dia.

Quando você me vê aprendendo a pular, saltar, correr e movimentar meu corpo. Por favor, não diga que estou apenas brincando. Eu estou aprendendo como meu corpo funciona. Eu posso ser um médico, enfermeiro ou um atleta, algum dia.

Quando você me pergunta o que fiz na escola hoje. E eu digo: - eu brinquei. Por favor, não me entenda mal. Por que enquanto eu brinco, estou aprendendo. Estou aprendendo a ter prazer e ser bem sucedido no trabalho. Eu estou me preparando para o amanhã. Hoje, eu sou uma criança e meu trabalho é brincar.

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Aula 2 | Áreas de atuação da psicomotricidade 34

EXERCÍCIO 1

O psicomotricista tem como alternativa trabalhar a psicomotricidade a partir das seguintes técnicas: ( A ) Estimulação e Re-estimulação motora;

( B ) Estimulação, Educação, Reeducação e Terapias alternativas;

( C ) Estimulação, Educação Física, Reeducação;

( D ) Estimulação, Re-estimulação, Reeducação motora; ( E ) Estimulação, Educação, Reeducação e Terapia

Psicomotora.

EXERCÍCIO 2

Correlacione: ( A ) Estimulação Psicomotora ( B ) Educação Psicomotora ( C ) Reeducação Psicomotora ( D ) Terapia Psicomotora

( ) É o ponto de partida de todas as aprendizagens pré-escolares e escolares.

( ) Estimulação Precoce.

( ) Objetiva a retomada das vivências,

aprendizagens, fases ou etapas ultrapassadas

inadequadamente.

( ) Contribui para o desenvolvimento harmonioso da criança no começo de sua vida.

( ) Estimulação Essencial.

( ) Deve ser considerada como uma educação de base na escola elementar.

( ) Atua diretamente nos conflitos mais profundos,

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Aula 2 | Áreas de atuação da psicomotricidade 35

( ) Este programa é indicado a recém-natos e

pré-escolares.

( ) Por meio do diálogo corporal e afetivo, deve favorecer vivências para retomar fases ou movimentos

corporais mal-estruturados.

( ) Despertar, desabrochar o movimento.

EXERCÍCIO 3

Pesquise definições, conceitos diferentes das

apresentadas nesta aula para as áreas de atuação do Psicomotricista, não esqueça de colocar as fontes: Estimulação Psicomotora- Educação Psicomotora- Reeducação Psicomotora- Terapia Psicomotora- ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________

EXERCÍCIO 4

Qual das quatro áreas você, enquanto futuro profissional da psicomotricidade, se identificou mais? Justifique: ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________

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Aula 2 | Áreas de atuação da psicomotricidade 36

RESUMO

Vimos até agora:

 O psicomotricista tem como alternativa trabalhar a psicomotricidade à partir das seguintes técnicas: Estimulação, Educação, Reeducação e Terapia Psicomotora;

 Contribui para o desenvolvimento harmonioso da criança no começo de sua vida;

 Alguns autores referem-se à estimulação

psicomotora como sendo estimulação

precoce, mas o termo mais adequado, segundo Bueno (1998) é estimulação essencial;

 A educação psicomotora promove uma intervenção direta a nível motor, emocional e cognitivo, estruturando o indivíduo como um todo. Promove a facilitação das condições naturais e prevenção de dificuldades,

defasagens, inadequações, distúrbios

motores, afetivos e cognitivos;

 Aquisição de conhecimento, chama-se:

desenvolvimento cognitivo;

 A reeducação psicomotora objetiva a

retomada das vivências, aprendizagens, fases ou etapas ultrapassadas inadequadamente;  A terapia psicomotora atua diretamente nos

conflitos mais profundos, seja funcional ou relacional;

 Muitos são os materiais utilizados nos trabalhos psicomotores.

(37)

Psicomotricidade

Funcional e

Relacional

Dina Lúcia Chaves Rocha

A

ULA

3

Apresen

ta

çã

o

Iniciaremos nossos estudos abordando, nessa aula, a psicomotricidade funcional e suas áreas psicomotoras. O

movimento é o caminho para trabalharmos cada parte do corpo desta criança que vivência, percebe, aprende, se relaciona e interage através do seu corpo. Este trabalho corporal auxilia na formação e na estruturação da personalidade. Finalizaremos esta aula abordando a psicomotricidade relacional e seus principais conceitos. Devemos estar atentos a estes conceitos e muitos outros que compõem as relações. A afetividade é importantíssima e fundamental na relação estabelecida entre o psicomotricista, professor e seu cliente, aluno. Toda relação, terapêutica ou não, deve ser pautada no afeto se queremos obter progressos e resultados positivos.

Objetivo

s

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de:

 Saber diferenciar o trabalho com a psicomotricidade funcional e relacional e identificar a importância de se trabalhar com o funcional e o relacional em qualquer trabalho psicomotor;  Conhecer todos os conceitos funcionais e relacionais;

 Reconhecer a importância do desenvolvimento das áreas

psicomotoras para um desenvolvimento adequado,

harmonioso, e preciso;

 Entender a função do desenvolvimento da lateralidade e sua predominância para a escrita e leitura.

(38)

Aula 3 | Psicomotricidade funcional e relacional 38

Psicomotricidade Funcional

Muitas são as áreas psicomotoras que compõem a psicomotricidade funcional. Nesta aula iremos abordar as seguintes: Tônus, Coordenação Motora Global ou Ampla, Coordenação Motora Fina, Manual, Óculo-Pedal, Esquema Corporal, Lateralidade, Estrutura Espacial, Estrutura Temporal, Ritmo, Percepção.

As áreas psicomotoras, à seguir, fazem parte da psicomotricidade funcional:

TÔNUS

A tonicidade revela o tono ou tônus muscular. Todo movimento é realizado sobre um fundo tônico que tem ligação com as emoções.

Verificamos, às vezes, que existem crianças que não conseguem controlar o tônus de seus braços e pernas. Umas são hipertônicas, isto é, possuem um aumento do tônus. Seus músculos apresentam uma grande resistência, pois estão contraídos em excesso. Têm seus movimentos voluntários e automáticos comprometidos, não balançam os braços ao andar, ou escrevem tão forte que chegam a rasgar a folha. Outras são hipotônicas. Apresentam uma pequena resistência muscular, isto é, têm uma diminuição da tonicidade muscular da tensão. Seu traçado é tão leve que mal se enxerga. (Oliveira, 2000, p.27 e 28)

Exerce um papel fundamental no

desenvolvimento psicomotor. Permitem atitudes,

postura, emoções e garante manifestações de todas as atividades motoras.

Fonseca (1995) diz que o grau de tônus dos músculos para a realização de determinadas tarefas,

Importante “Mente e corpo devem trabalhar juntos em harmonia, os movimentos precisam seguir a rapidez dos pensamentos, se e quando necessário.” (Rocha, 2004, p.56) Psicomotricidade funcional 38 Psicomotricidade relacional 53

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Aula 3 | Psicomotricidade funcional e relacional 39

em repouso ou em movimento, possui papel fundamental no desenvolvimento motor e psicológico.

Costallat in Bueno (1998) “Considera o tônus como um estado de atenção necessário para a harmonia do gesto e equilíbrio do organismo.” (p.54)

São classificações do tônus, segundo Bueno (op. cit.):

 Tônus Muscular - refere-se ao movimento executado.

 Tônus Afetivo – refere-se ao estado de espírito.

 Tônus Mental – capacidade de atenção no momento da atenção.

EQUILÍBRIO

Capacidade de assumir e manter uma posição corporal, seja em pé, sentada, de joelhos.

Trata-se do equilíbrio postural do indivíduo. Sobre o equilíbrio postural encontramos em Oliveira (2000):

Através da movimentação e da experimentação, o indivíduo procura seu eixo corporal, vai se adaptando e buscando um equilíbrio cada vez melhor. Consequentemente vai coordenando seus movimentos, vai se conscientizando de seu corpo e das posturas. Quanto maior o equilíbrio, mais econômica será a atividade do sujeito e mais coordenadas serão as suas ações.

(p.41) A criança ao exercitar o seu equilíbrio postural atua com o equilíbrio estático e equilíbrio dinâmico. Aonde muitas das vezes ela se encontra em movimento

Dica da professora Além do equilíbrio postural a psicomotricidade visa o equilíbrio psicológico, mental. Manter o equilíbrio e a harmonia entre o corpo e a mente é fundamental.

(40)

Aula 3 | Psicomotricidade funcional e relacional 40

e para, ou está parada e dá impulso em seu corpo para se movimentar. Uma das atividades que retrata bem o que acabamos de relatar é a brincadeira de estátua, onde a criança está correndo e ao comando tem que parar e ficar estática, equilibrando todo o corpo.

COORDENAÇÃO MOTORA GLOBAL OU AMPLA

A Coordenação Motora Global ou Ampla está ligada à atividade dos grandes músculos, na realização de uma seqüência de movimentos com o máximo de eficiência, economia.

Com base em Dalila Costallat (1983), a Coordenação Motora Ampla é definida como a ação simultânea de grupos musculares diferentes, com vistas à execução de movimentos amplos e voluntários, envolvendo o trabalho de membros inferiores (pernas), superiores (braços) e do tronco.

Em Gislene Oliveira (2000) encontramos referências a estas atividades que envolvem os grandes músculos na execução de movimentos amplos.

Diversas atividades levam à conscientização global do corpo, como andar, que é um ato neuromuscular que requer equilíbrio e coordenação; correr, que requer, além destes, resistência e força muscular; e outras como saltar; rolar; pular; arrastar-se; nadar; lançar - pegar; sentar.

(p.42) Ainda em Oliveira (op.cit.) encontramos uma citação que fala da importância da Coordenação Motora Global e da conscientização do corpo.

Através da movimentação e da experimentação, o indivíduo procura seu eixo corporal, vai se adaptando e buscando um equilíbrio cada vez melhor. Consequentemente,vai coordenado seus Quer saber mais? Segundo Gallahue e Ozmun (2003), o equilíbrio é a habilidade de um indivíduo de manter a postura de seu corpo inalterada, mesmo quando, colocado em diferentes posições. Dica da professora “A Psicomotricidade pode se utilizar de jogos, dinâmicas, atividades livres ou direcionadas para trabalhar as áreas psicomotoras (...).” (Rocha, 2004, p. 57 e 58)

(41)

Aula 3 | Psicomotricidade funcional e relacional 41

movimentos, vai se conscientizando do seu corpo e das posturas. Quanto maior o equilíbrio, mais econômica será a atividade do sujeito e mais coordenadas serão as suas emoções.

(p.41) Tal movimentação e experimentação de forma Global e Ampla, leva, portanto, à conscientização do corpo e seu Esquema Corporal.

A coordenação motora global diz respeito à atividade dos grandes músculos. Através da movimentação a da experimentação, o indivíduo procura seu eixo corporal, vai se adaptando e buscando um equilíbrio cada vez melhor. Consequentemente, vai coordenando seus movimentos, vai se conscientizando do seu corpo e das posturas. Quanto maior o equilíbrio, mais econômica será a atividade do sujeito e mais coordenadas serão as suas ações.

(Oliveira, 2000, p.41)

COORDENAÇÃO MOTORA FINA

Se expressa através dos movimentos

coordenados que utilizam os pequenos músculos, movimentos precisos, específicos. Tais como: picar, cortar, desenhar, pintar, escrever, agarrar.

A coordenação motora fina diz respeito à habilidade e destreza manual e constitui um aspecto particular da coordenação motora global. Temos que ter condições de desenvolver formas diversas de pegar diferentes objetos. Uma coordenação elaborada dos dedos da mão facilita a aquisição de novos conhecimentos. É através do ato de preensão que uma criança vai descobrindo pouco a pouco os objetos de seu meio ambiente.

(Oliveira, 2000, p. 42)

Dica da professora

Permita que seus alunos e/ou clientes explorem seus corpos através dos movimentos amplos. Promova um circuito com corridas, saltos, agachamentos, lançamentos, rolamento, cambalhotas, etc. Dica da professora Fazem parte da coordenação motora fina: Óculo-manual Óculo-pedal

(42)

Aula 3 | Psicomotricidade funcional e relacional 42

Trabalhamos a coordenação motora fina quando utilizamos as extremidades do nosso corpo, as mãos, os pés, os olhos, a boca.

Muito escutamos falar do movimento de pinça e da sua importância para o desenvolvimento da habilidade da escrita. O movimento de pinça utilizado em algumas atividades trabalha os pequenos músculos das mãos, trabalha a tonicidade desses músculos, torna-os mais capazes de segurar adequadamente objetos, acariciar, escrever, desenhar, pintar.

ÓCULO-MANUAL

É o movimento coordenado dos olhos e das mãos, na realização de uma tarefa. Os olhos acompanham o movimento das mãos. Faz parte da coordenação motora fina.

É necessário que haja também um controle ocular, isto é, a visão acompanhando os gestos da mão. Chamamos a isto de coordenação óculo-manual ou viso-motora.

(Oliveira, 2000, p.43) Esta coordenação é primordial para a escrita. Elizabete José e Maria Coelho (1999, p.80) falam da importância da Coordenação Visomotora no processo de Alfabetização (escrita e leitura).

As crianças que não conseguem coordenar o movimento ocular com os

movimentos das mãos terão

dificuldade nas atividades que envolvem a coordenação visomotora olho-mão. Nesse caso, a dificuldade na escrita fica caracterizada, uma vez que os olhos não guiam os movimentos motores da mão, impossibilitando a criança de perceber por onde deve iniciar o traçado das letras.

Dica da professora Coordenação Óculo Manual, Óculo-Manual, Coordenação Viso-Motora e Coordenação Visomotora têm o mesmo significado, a denominação modifica de acordo com o autor.

(43)

Aula 3 | Psicomotricidade funcional e relacional 43

ÓCULO PEDAL

É o movimento coordenado dos olhos e dos pés, na realização de uma tarefa. Os olhos acompanham o movimento dos pés. Também faz parte da coordenação motora fina.

Este movimento é bem estimulado quando o indivíduo sofre amputação ou já nasce com alguma deficiência nos membros superiores.

O movimento coordenado dos olhos com os pés facilitam o desenvolvimento da escrita, pintura, desenho, movimentos do cotidiano (comer, escovar os dentes, etc.) com os pés.

ESQUEMA CORPORAL

A criança, a partir das interações, das relações que estabelece, dos estímulos, das experiências, vai, não só, descobrindo o mundo que a cerca, as pessoas, os objetos, ela vai principalmente se descobrindo de um modo geral.

As interações afetivas e emocionais, o

reconhecimento de sensações, sentimentos,

percepções, possibilita que ela vá se percebendo como alguém que pensa, deseja, tem sentimentos. Estas interações possibilitam a formação do EU, a formação da sua personalidade.

O corpo é uma forma de expressão da individualidade. A criança percebe-se e percebe as coisas que a cercam em função de seu próprio corpo. Isto significa que, conhecendo-o, terá maior habilidade para se diferenciar, para sentir diferenças.

(Oliveira, 2000, p. 47) Dica da professora Você já tentou desenhar, recortar, escrever com os pés? Tente e estimule mais esta habilidade!

(44)

Aula 3 | Psicomotricidade funcional e relacional 44

Paralelamente, a criança, vai tomando

conhecimento da sua estrutura física, conhecendo o seu próprio corpo, suas partes, suas possibilidades e potencialidades. A criança aos poucos vai descobrindo a sua composição corporal e a função de cada parte, vai descobrindo a conexão entre essas partes e o que é possível fazer, a partir dela. Ao se movimentar, vivenciar experiências através do seu corpo ela vai se conscientizando, não só, das possibilidades, mas também das potencialidades.

EX. Ela pode utilizar as suas mãos para pegar um copo com água e matar a sua sede (possibilidade). Estas mesmas mãos podem em sua escola, ao trabalhar com massinha de modelar, imprimir a força necessária para amassar e modelar tal material (potencialidades).

Para utilizar o corpo como forma de expressão da individualidade se faz necessário desenvolver, explorar, dominar, conhecer este corpo suas possibilidades e diferenças. Consequentemente sua interação com o mundo e o que nele existe será de uma forma mais harmônica, precisa e emocionalmente segura.

Meur (1991) diz que: Primeiro a criança percebe o seu corpo num todo, tem uma percepção global. Após este primeiro momento ela começa a tomar consciência dos seguimentos corporais.

Esta consciência se realiza de forma interna e externa:

 Interna (sentindo cada parte do corpo);  Externa (vendo cada seguimento no espelho,

num colega, em uma figura).

Dica da professora

O professor também deve ter consciência do seu próprio corpo, para trabalhar o corpo do outro devemos trabalhar em primeiro lugar o nosso próprio corpo.

Dica da professora POSSIBILIDADE – Possível. POTENCIALIDADE – Força, capacidade de realização.

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