MARCELA SILVA TEIXEIRA
TRILHANDO COMUNICAÇÕES:
O JORNALISMO COMO FERRAMENTA DE EMPODERAMENTO E
CAPACITAÇÃO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES
Palhoça
2018
MARCELA SILVA TEIXEIRA
TRILHANDO COMUNICAÇÕES:
O JORNALISMO COMO FERRAMENTA DE EMPODERAMENTO E
CAPACITAÇÃO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado
ao Curso de Jornalismo da Universidade do
Sul de Santa Catarina como requisito parcial à
obtenção do título de jornalista.
Orientadora: Daniela Facchini Germann, Ms.
Palhoça
2018
MARCELA SILVA TEIXEIRA
TRILHANDO COMUNICAÇÕES:
O JORNALISMO COMO FERRAMENTA DE EMPODERAMENTO E
CAPACITAÇÃO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES
Este Trabalho de Conclusão de Curso foi
julgado adequado à obtenção do título de
jornalista e aprovado em sua forma final pelo
Curso de Jornalismo da Universidade do Sul
de Santa Catarina.
Palhoça, 04 de dezembro de 2018.
______________________________________________________
Professora e orientadora Daniela Facchini Germann, Ms.
Universidade do Sul de Santa Catarina
______________________________________________________
Prof. Luciano Bitencourt, Esp.
Universidade do Sul de Santa Catarina
______________________________________________________
Prof. Vanessa Pedro, Dra.
Á memória de meus avós, Oscarina e Antônio,
que tanto me ensinaram com sua sabedoria e
generosidade.
AGRADECIMENTOS
Jamais conseguirei expressar em palavras o que os meus pais representam para
mim. Serei eternamente grata por todo o apoio e suporte que eles me deram até hoje. Sem
eles, nada disso seria possível. Obrigada por sempre orientarem o meu caminho e servirem de
grandes exemplos dia após dia.
À minha irmã, que deixou os meus dias mais leves. Obrigada por trazer alegria e
tranquilidade nos momentos mais necessários.
Agradeço ao Vitor por todos os conselhos e por estar sempre presente. Grata por
toda a ajuda e compreensão durante esse ano.
Aos meus amigos, obrigada pelo suporte durante toda essa caminhada.
Especialmente, agradeço à Bruna e Carolina pelos quatro anos de maratonas de estudo e
ombro amigo. Minha experiência acadêmica não seria a mesma sem o auxílio de vocês.
À minha orientadora, Daniela, por ter acredito no projeto. Obrigada por todas as
orientações e incentivos.
Agradeço à equipe da ASAS por ter abraçado essa ideia. Juntos, somos mais
fortes.
“Contar os dramas anônimos como os épicos que são, como se cada Zé fosse um
Ulisses, não por favor ou exercício de escrita, mas porque cada Zé é um Ulisses. E cada
pequena vida uma Odisseia. ” (ELIANE BRUM, 2006).
RESUMO
Trilhando Comunicações é um projeto de oficina de jornalismo, um mecanismo para
compartilhar experiências, dividir conhecimentos e, principalmente, empoderar as crianças e
adolescentes da ONG ASAS por meio das linguagens jornalísticas (fotográfica, sonora,
audiovisual e redação). Todo esse processo de desenvolvimento das aulas e, também, das
produções das narrativas foi registrado e tornou-se uma websérie, que está hospedada num
site com outras informações adicionais sobre o trabalho. A narração e a veiculação do
material estão presentes em diferentes formatos na plataforma. O site conta com fotografias e
outros modelos de exibição da oficina, mas o material principal é a websérie, que traz
filmagens das entrevistas e das aulas durante o semestre. São 8 episódios que apresentam as
experiências dos alunos dentro da oficina. Por meio de aulas práticas, a ideia era que os
alunos vivenciassem o que estavam aprendendo. Trata-se de um processo criativo, ressaltando
a importância de suas histórias e como eles podem contá-las.
SUMÁRIO
1
INTRODUÇÃO... 8
2
JUSTIFICATIVA ... 9
3 OBJETIVOS ... 11
3.1
GERAL ... 11
3.2
ESPECÍFICOS ... 11
4
METODOLOGIA ... 12
5 REFERENCIAL TEÓRICO ... 14
5.1
NARRATIVAS DO COTIDIANO E A IMPORTÂNCIA DE SUAS HISTÓRIAS ... 14
5.2
O JORNALISMO COMO FERRAMENTA DE APRENDIZADO ... 15
5.3
O PAPEL DO JORNALISTA ... 15
5.4
WEBSÉRIE ... 16
6 DESCRIÇÃO DO PRODUTO E PROCESSO ... 20
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 23
REFERÊNCIAS ... 24
APÊNDICES ... 25
APÊNDICE A – Planos de aulas ... 26
1
INTRODUÇÃO
A ASAS (Ações Sociais Amigos Solidários) é uma organização sem fins
lucrativos e tem como objetivo contribuir efetivamente para a educação de jovens,
prioritariamente em situação de vulnerabilidade social. Foi fundada em 2007 e possui o título
de OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) desde junho de 2008. O
trabalho, voltado ao resgate da cidadania e à garantia dos direitos fundamentais, acontece
através de oficinas pedagógicas, lúdicas, esportivas, culturais e ecológicas. A ASAS conta
com o envolvimento de diversos profissionais e voluntários que trabalham pela construção de
um futuro melhor para crianças e adolescentes de diferentes bairros de comunidades de baixa
renda do Norte da Ilha em Florianópolis, SC.
Baseado nesses fatos, nasceu a ideia do projeto da oficina de jornalismo. Um
recurso para compartilhar experiências, dividir conhecimentos e, principalmente, empoderar
as crianças da ONG por meio das linguagens jornalísticas. Todo esse processo de
desenvolvimento das aulas e, também, das construções das narrativas foi registrado e resultou
numa websérie. Para a realização da oficina propusemos a utilização das linguagens
fotográfica, sonora, audiovisual e redação.
Por meio de aulas práticas, a ideia era que os alunos vivenciassem o que estavam
aprendendo. O papel das crianças nesse trabalho foi essencial, somente com o apoio e o
interesse delas foi possível executar o projeto. O que buscamos foi oferecer novos
conhecimentos, assim como também, ver a sua evolução dentro da oficina. Para registrar todo
esse processo e as narrativas das crianças e adolescentes durante esse semestre, foi produzida
uma websérie que está hospedada num site com outras informações complementares sobre o
desenvolvimento da oficina.
2
JUSTIFICATIVA
A escolha de criar este projeto de TCC veio da vontade de unir o jornalismo ao
voluntariado. Vivemos numa realidade onde jovens carentes, além de, muitas vezes,
possuírem uma educação precária, acabam não vislumbrando uma perspectiva de futuro. Em
2017, o Brasil possuía 2.486.245 crianças e adolescentes fora da escola, segundo
levantamento feito pelo Todos Pela Educação, publicado no G1, com base nos resultados da
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio, Pnad. (BRASIL...,2017).
Pensando nessa situação, o projeto veio para ajudar a responder à essa necessidade
da sociedade, pretendendo, desse modo, estimulá-los ao estudo, preenchendo parte dessa
lacuna gerada pela desigualdade social no país. Além de abastecê-los de ferramentas para que
possam narrar e dar forma às suas vivências pessoais e experiências criativas. Segundo
Cremilda Medina (1973, p. 47)
Um dado incontestável que registro na trajetória das últimas décadas: a arte de narrar acrescentou sentidos mais sutis à arte de tecer o presente. Uma definição simples é aquela que entende a narrativa como uma das respostas humanas diante do caos. Dotado da capacidade de produzir sentidos, ao narrar o mundo, a inteligência humana organiza o caos em um cosmos. O que se diz da realidade constitui outra realidade, a simbólica. Sem essa produção cultural – a narrativa – o humano ser não se expressa, não se afirma perante a desorganização e as inviabilidades da vida. Mais do que talento de alguns, poder narrar é uma necessidade vital.
Utilizando o jornalismo como ferramenta de empoderamento, eles puderam
aflorar o pensamento crítico e desenvolver habilidades para capturar as suas próprias
narrativas. Desse modo, gerando um maior conhecimento para os alunos, ressaltando a
importância de suas histórias e como eles podem contá-las. Trata-se de um processo criativo
que envolve o exercício de narrarem seus relatos, utilizando as linguagens jornalísticas e suas
ferramentas para se expressarem.
A definição da temática do projeto relacionada a comunicação envolve os
conhecimentos pessoais adquiridos durante a graduação de Jornalismo. Isto é, foi idealizado
um assunto onde eu tivesse tamanha compreensão a ponto de poder preparar as aulas e dividir
essa experiência. Segundo Carlos Vicchiatti (2005) o jornalista possui um compromisso social
a cumprir: o de integração com a sociedade em que está inserido. Cabe a ele ter consciência
crítica à luz da realidade social e ter capacidade de valorizar a estrutura social em que está, a
ponto de entender dos anseios e demandas dessa sociedade. Buscando um nivelamento da
desigualdade social, deve inspirar-se num verdadeiro realismo e não no romantismo desse
imaginar social.
A narração e a veiculação do material estão presentes em diferentes formatos em
um site. A plataforma conta com fotografias e outros modelos de exibição da oficina, mas o
material principal é a websérie, que traz filmagens das entrevistas e das aulas durante o
semestre. Fazendo com que, dessa maneira, o telespectador consiga se sentir o mais próximo
da rotina das aulas, do aprendizado das crianças e das suas narrativas compartilhadas por meio
das entrevistas.
A websérie foi estruturada com base na convergência entre texto, som e imagem
em movimento. O webjornalismo é capaz de explorar todas as potencialidades que a internet
oferece. Por esse motivo, a escolha se pautou nas diversas possibilidades que a linguagem
desse meio dispõe. O propósito da websérie é construir um relato dinâmico. Em função disso,
a escolha de dividir em episódios com recursos visuais de montagem e onde cada um conta
uma história específica mas que, com a união dos 8 episódios, forma-se uma narrativa maior e
completa. A produção do audiovisual consiste no registro de todo o processo da oficina, e,
também, busca ajudar o ASAS na questão da visibilidade para maior captação de recursos e
auxílios externos, por meio de voluntariado e doações. Acredito que esse seja o meio mais
rico para transmitir as narrativas produzidas e capturar a vivência das crianças com o projeto
proposto.
3
OBJETIVOS
3.1 OBJETIVO GERAL
O empoderamento e a capacitação de adolescentes e crianças em situação de
vulnerabilidade social da ONG ASAS, por meio das linguagens utilizadas pelo jornalismo.
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
a) Organizar, para um semestre, uma oficina para difundir os conhecimentos jornalísticos em
forma de aulas;
b) Utilizar as principais linguagens do jornalismo (fotográfica, sonora, audiovisual e redação);
c) Despertar o interesse das crianças e adolescentes da ASAS pelos processos que envolvem a
comunicação;
d) Proporcionar o desenvolvimento de habilidades jornalísticas nos alunos;
e) Auxiliar na visibilidade da ONG, seu trabalho, história e missão;
f) Registrar, por meio de uma websérie, esse processo das aulas da oficina;
4
METODOLOGIA
O projeto trabalhou com crianças em situação de vulnerabilidade social através da
construção de narrativas do cotidiano. Para tal, iniciamos a proposta buscando conhecer mais
a realidade de algumas ONGs que trabalham com o público definido. Ao longo de dois meses
foram realizados contatos com algumas Organizações Não Governamentais e definiu-se
trabalhar com a ASAS, Ações Sociais Amigos Solidários, por que eles organizam-se com a
logística de oficinas e estavam necessitando de mais voluntários. Desse modo, iniciaram-se as
visitas, com o objetivo de conhecer a realidade da instituição e desses jovens.
Uma vez firmada a parceria, buscamos subsídios para a elaboração da oficina, que
teve duração de um semestre e aconteceu no contraturno escolar, com encontros semanais às
sextas-feiras pela manhã na sede da ASAS. As turmas contavam com crianças e adolescentes,
com idades entre 6 e 15 anos.
Esta oficina teve a seguinte metodologia: foram trabalhadas as linguagens
jornalísticas. Ou seja, os conteúdos das aulas foram as competências e linguagens do
jornalismo, conforme cinco exemplos ilustrados no apêndice A. Aqui entraram
conhecimentos e utilização dos instrumentos como um meio para se comunicar, seja
visualmente ou através da escrita. Tratando do visual, tivemos a compreensão da
comunicação por meio da fotografia e do vídeo. Na escrita, redação e, trazendo lembranças do
rádio, pelo áudio. Dessa maneira, desejou-se estimular o interesse e a curiosidade a respeito
do jornalismo e da construção de histórias.
Os primeiros encontros serviram para ganhar a confiança dos jovens e apresentar
o projeto que foi desenvolvido, colhendo ideias e curiosidades. Para ajudar as crianças e
adolescentes a se apropriarem do conhecimento foram ministradas aulas práticas, onde os
alunos puderam experimentar e executar o que aprenderam na oficina. Pela diferença de faixa
etária, o que envolve a alfabetização, as aulas, algumas vezes, foram distintas para o primeiro
e o segundo grupo. Os adolescentes estudaram conteúdos mais aprofundados e embasados. Já
as crianças, trabalharam com temáticas mais lúdicas e adequadas para a idade.
Leituras de livros e artigos também foram utilizados como referência para a
realização deste projeto, com o objetivo de obter maior conhecimento no assunto tratado.
Utilizou-se como referência o Zinester, projeto fundado pelo fotógrafo Harrison Thane e pelo
jornalista Tom Grass, com crianças da comunidade de Kibera, em Nairobi, Quênia. Um
projeto estruturado em um workshop de 6 semanas, onde os jovens têm aulas de fotografia e
jornalismo. E, como tarefa final, a produção de um zine (espécie de revista com publicações
independentes na forma de panfleto ou revista em miniatura).
Todas as atividades realizadas durante a execução da oficina foram gravadas e
depois transformadas em uma websérie que aborda o trabalho da ASAS, entrevistas com
integrantes e apresentação das produções criadas pelos alunos. As filmagens foram editadas
em episódios, no total, foram 8 episódios variando entre 5 à 8 minutos cada. A série está
hospedada num site com outras informações do projeto, como fotos e informações a respeito
da oficina.
5
REFERENCIAL TEÓRICO
Neste item, iremos apresentar os referenciais teóricos utilizados para a elaboração
deste trabalho.
5.1 NARRATIVAS DO COTIDIANO E A IMPORTÂNCIA DE SUAS HISTÓRIAS
O jornalismo se faz presente e essencial quando constrói e relata narrativas do
cotidiano. Numa sociedade pautada em cima do sensacionalismo e extraordinário, as histórias
reais acabam, muitas vezes, não encontrando espaços. Desse modo, a ideia da websérie é,
justamente, apresentar essas vivências e narrativas cotidianas, abordar o cotidiano anônimo,
tão importante e necessário quanto o extraordinário. Outro fator fundamental é a identificação
do leitor/telespectador com os “anônimos” e as suas histórias de vida. O projeto enriquece
quando quem o protagoniza são pessoas comuns que vivem a luta do cotidiano. Como relata
Cremilda Medina (1973, p. 31)
[...] um jornalista norte-americano me mostrava um conjunto de pequenas brochuras que contavam a história oral de personagens anônimos nova-iorquinos. Cansado da vida na grande imprensa, Arthur Tobier se agregou, já em plena maturidade profissional, a um grupo de artistas do East Side e começou a escrever uma série de histórias de personagens da cidade que jamais chegariam à consagração nos meios de comunicação ou nos documentos oficiais. Cada livrinho, subsidiado por uma fundação, era incorporado como leitura de histórias imediatas na rede de escolas públicas da East Side de Nova York. Ou seja, os meninos da periferia do grande mundo moderno e capitalista, na maioria hispano-americanos, se identificavam com os heróis (ou melhor, anti-heróis) que travam a luta do cotidiano. Aqueles quase folhetos de trinta, quarenta páginas saíam a cada dois meses com histórias de vida de anônimos. Na escola, a leitura desses folhetos corria ao largo dos livros didáticos, mas os alunos preferiam a linguagem jornalística e se identificavam com as aventuras narradas, colhidas dos depoimentos de protagonistas escolhidos por Tobier.
A autora ainda aborda a questão das fórmulas e pautas jornalísticas. Práticas que
acabam distanciando, cada vez mais, das “pessoas reais” em suas narrativas do cotidiano. Por
esse motivo, a escolha da temática e do roteiro da websérie, no qual os alunos puderam, além
de relatar suas experiências nesse semestre, contar sobre as suas vidas e, consequentemente,
suas relações com o jornalismo. Segundo Cremilda Medina (1973, p. 40)
O embate se trava no momento em que é preciso abandonar o conforto das fórmulas engessadas nos manuais jornalísticos e ir ao mundo para viver o presente, as situações sociais e o protagonismo humano. Inverter a relação sujeito-objeto do técnico em informação de atualidade para a relação sujeito-sujeito do mediador social, para além de ser um problema epistemológico, é uma fogueira em que se queimam as certezas, as rotinas profissionais, o ritmo mecânico do exercício jornalístico.
Walter Benjamin (1985, p. 198) aponta que a experiência que passa de pessoa a
pessoa é a fonte a que recorreram todos os narradores. As melhores narrativas são as que
menos se distinguem das histórias orais contadas pelos inúmeros narradores anônimos. Assim
sendo, o contexto da websérie teve como intenção, além de trazer registros da oficina, ouvir
essas crianças e adolescentes. Com o propósito de construir a realidade, conforme orientam as
teorias construcionistas, no sentido de não consentir que os acontecimentos continuem no
limbo do aleatório. Mas, sejam trazidos aos horizontes do significativo. (TRAQUINA, 2005,
p. 171).
5.2 O JORNALISMO COMO FERRAMENTA DE APRENDIZADO
A metodologia de oficina, dividida num semestre, foi proposta pensando numa
melhor maneira para poder compartilhar as linguagens jornalísticas. Dessa maneira, os alunos
puderam aprender, na teoria e na prática, os novos conhecimentos. Para Adelmo Genro Filho
(1989) um dos papéis mais relevantes do jornalismo é a produção social do conhecimento.
A ideia de exercer o projeto num formato de aulas é, justamente, para que os
alunos pudessem colocar a mão na massa e aprender de um modo mais divertido, lúdico e
interessante. Assim, instigando produções criativas e baseadas nas linguagens e formatos
estudados durante a oficina.
“O educando funda seu aprendizado e alça vôo na criatividade,
quando percebe o significado das noções teóricas na experiência viva” (MEDINA, 1973, p.
30).
5.3 O PAPEL DO JORNALISTA
A motivação por trilhar caminhos dentro do jornalismo voltado ao social inicia-se,
muitas vezes, dentro da própria universidade. Quando instigados, não somente a debater
questões sociais, mas, a, especialmente, agir, os alunos começam a enxergar as lacunas
sociais. Assim, buscam maneiras de ajudar a completá-las por meio da sua futura profissão.
Enxergar o jornalismo como uma ferramenta que pode fazer a diferença é algo essencial. É a
formação do jornalismo conectado às questões sociais. E, esse foi o objetivo do projeto:
abastecer-se do jornalismo por meio de uma ação social e pautar temáticas pouco abordadas
pela mídia tradicional. Os meios de comunicação se estabelecem como representações
comuns a todas as comunidades. Por esse motivo, os jornalistas acabam se tornando peças
fundamentais, uma vez que se tornam instrumentos dos quais a sociedade apoia-se para
buscar suas representações e afirmar o seu espaço social.
Na tentativa de tratar os acontecimentos por meio de uma abordagem puramente
objetiva, que não lhe diz respeito, o jornalista peca em seu compromisso social, perdendo em
conteúdo (MEDITSCH, 1992, p. 46). Carlos Vicchiatti (2005, p. 22) complementa o autor
afirmando que, face a isso, o jornalismo não se engaja na sociedade e, pior, não aponta
soluções aos problemas da coletividade na qual está inserido. Segundo Marta Sfreddo (1997,
p. 68)
Até que ponto o trabalho que desempenhamos como comunicadores – lembrem, a comunicação é social – tem servido de olhos, ouvidos e voz para fazer com que os cidadãos reflitam a ponto de almejar uma mudança real e definitiva para as futuras gerações. De novo vale perguntar qual o nosso papel neste contexto [...] Nosso papel é o de despertar consciências, motivar atitudes positivas, evitando a superficialidade e a omissão perniciosa, que só fazem aumentar as diferenças sociais. [...] Uma boa dose de autocrítica e a certeza de que também somos seres falíveis podem nos tornar profissionais mais conscientes de nosso papel em plena era da informação. [...] O enfoque central, porém, deve ser o cidadão e a sua necessidade de viver dignamente e com liberdade.
O jornalismo possui um papel e um dever muito claro com a sociedade. Uma
responsabilidade social que não deve permitir que o técnico sobreponha o humano. Cremilda
Medina (1982, p. 22) destaca que a sua função é estabelecer pontes na realidade dividida,
estratificada em grupos de interesse, classes sociais, extratos culturais e faixas até mesmo
etárias. O problema anteriormente era como tornar acessível o debate no interior da
comunidade. Porém, hoje, a problemática encontra-se em selecionar aquilo que seja comum a
várias comunidades, isto é, observar o que deverá se tornar propriamente social.
5.4 WEBSÉRIE
Vivenciamos este acontecimento e percebemos como a migração de produtos
audiovisuais da TV para o computador, bem como o surgimento de novos formatos
específicos para a Web, vem promovendo mudanças no modo de circulação e consumo de
conteúdos audiovisuais. Mas, também, afeta a dimensão das narrativas, fazendo com que
apareçam gêneros híbridos, decorrentes, da convergência das mídias. Como exemplo de um
produto que surge nesse meio, pode-se citar as webséries, as quais mantém a tradição do
audiovisual com narrativas seriadas, isto é, histórias que possuem continuidade narrativa,
contada através de capítulos e episódios. O primeiro episódio de uma série encerra uma
história completa, com início, meio e fim, mas sempre atrelado ao corpo da narrativa maior.
Hoje, as fronteiras formais e materiais que acabavam dividindo os suportes e as linguagens
foram quebradas, assim, a diferenciação entre os meios já não é tão evidente e as novas
tecnologias permitem inovação e geração de diversos conteúdos simultâneos e diferentes. De
acordo com Daniela Zanetti (2013, p. 72)
Antes da TV, porém, as formas de narrativa seriada de caráter massivo já se encontravam na técnica de folhetim, no radiodrama ou radionovela, e nas obras seriadas produzidas para o cinema no início do século passado. A serialização faz parte da estética audiovisual contemporânea, contendo elementos que possibilitam a continuidade de certos produtos – através de capítulos, episódios e temporadas – e o desenvolvimento de novas obras, com mais ou menos variações.
Dessa maneira, a identidade é referente ao seu propósito, o de informação e
entretenimento, enquanto que o formato faz referência à extensão, linguagem, ritmo e
estrutura. Trata-se de um exemplo de como o audiovisual consegue se reinventar no
“ciberjornalismo”, utilizando as possibilidades hipermidiáticas de movimento, integração de
linguagens e interatividade e convergência, para tornar-se um produto específico do meio
digital. Daniela Zanetti (2013, p. 75) completa abordando que
Como “nova mídia”, o computador conectado à Internet também gera conteúdo próprio e distinto das mídias anteriores, como é o caso das webséries – muito embora, como pressupõe os processos de remediação, aspectos das mídias tradicionais sejam incorporados. Ainda que o suporte de veiculação desse tipo de conteúdo seja a Web, sendo acessível através de uma interface gráfica, trata-se de uma obra elaborada para ser assistida numa tela, mesmo que de forma “não massiva”, e não atrelada a uma programação contínua, como estabelece a TV. Com relação à linguagem, a websérie recorre a estratégias já familiares de construção narrativa televisual.
Além disso, como destaca Manovich (2005 apud ZANETTI, 2013, p. 75)
A websérie se caracteriza como sendo um produto típico da Internet. Decorre do processo de “migração” do audiovisual para o computador, que pode ter se iniciado quando, ainda em 1991, foi lançado pela Apple o primeiro programa de computador para reprodução de imagens em movimento, o Quicktime, que permitia a apresentação de breves imagens em movimento e com visualização privada.
E, a jornalista conclui afirmando que
Neste momento, o computador passa a funcionar como exibidor/projetor. Apesar de datar de 1995 a primeira websérie, deve-se considerar, contudo, que ainda não havia, de modo generalizado, uma ampla rede de Internet e uma banda larga que permitisse a disponibilização de vídeos em streaming, tecnologia frequentemente utilizada para a distribuição de conteúdo multimídia. Nesse processo, conteúdos característicos da TV tiveram que se adaptar às pequenas telas do computador e às diferentes formas de consumo de conteúdos audiovisuais na Web (ZANETTI, 2013, p. 75).
O audiovisual já deixou de estar atrelado somente ao controle exclusivo das
grandes empresas de comunicação, disseminando-se pelas novas mídias e sendo utilizado por
amadores e profissionais. Dessa forma, criaram-se nichos que vêm sendo disputados por
diferentes setores relacionados à disposição, produção e distribuição de recursos de consumo
e realização audiovisual. Quanto à televisão, o tempo de duração dos episódios das webséries
parece ser um dos principais aspectos de diferenciação em relação às tradicionais séries de
TV. Essas, são integradas a uma grade de programação rígida das emissoras, e por isso os
episódios necessitam de um tempo fixo de duração. A fragmentação da narrativa é necessária
para que sejam inseridos os comerciais. Já na Web, os episódios são bem mais curtos,
geralmente variando de 3 a 10 minutos.
O mesmo ocorre quanto à circulação e produção das séries. Na TV, elas possuem
divulgação garantida feita pelas emissoras e/ou produtoras. As webséries, dependem do
próprio público para se espalharem pela rede. Além disso, devem estar atreladas e vinculadas
a outros sítios, como sites e páginas em redes sociais, como forma de garantir maior
visibilidade, viralização e interatividade. Por esse motivo, a websérie Trilhando
Comunicações faz parte de um produto transmidiático, está hospedada num site, onde estão
disponíveis outras informações e conteúdos do projeto. Para Jenkis (2008), esse tipo de
atividade de compartilhamento também dota os indivíduos de um poder específico de
participação dentro das chamadas comunidades de conhecimento.
Beatriz Becker (2009, p. 102) defende que as práticas jornalísticas audiovisuais
experimentam mudanças expressivas nos formatos de notícias que demandam reflexões
críticas consistentes para valorizar o jornalismo como forma de conhecimento e para a
democratização da sociedade. Motivo pelo qual, também, optamos por utilizar a websérie
nesse projeto que atrela o jornalismo ao voluntariado, ao social. Segundo Cebrián Herreros
(2007, p. 54 apud LONGHI, 2014, p.73)
A característica de aglutinação de linguagens no audiovisual é definidora do sentido etimológico do termo, o que resulta na sua capacidade de trazer um novo a partir da junção de dois meios anteriormente separados. Cebrián Herreros (2007) ressalta essa especificidade conceitual do termo, ao falar sobre seu sentido “restrito”, onde a interrelação dos dois termos – áudio e visual – estabelece uma integração de ambos para originar um novo produto: o audiovisual pleno, “dentro del cual ya no es posible examinar por separado cada uno de los componentes si no se quiere destuir el sentido que transmitem”. Segundo tal acepção, ainda conforme Cebrián, o audiovisual não é uma soma, mas uma unidade expressiva total e autônoma (CEBRIÁN HERREROS, 2007: 54)”.
Raquel Longhi concorda com o autor completando que
No cenário de jornalismo convergente, em que não apenas técnicas, como também linguagens se rearranjam e se renovam, o audiovisual representa o princípio conceitual da aglutinação de meios, e, no ambiente hipermidiático, torna-se
efetivamente uma unidade expressiva autônoma e, mais ainda, renovada de modo de informação.
Dentro das webséries, podemos encontrar diferentes especificidades. São essas
que Daniela Zanetti (2013, p. 85) cita em
A especificidades das webséries é decorrente, dentre outros fatores, da utilização dos recursos disponíveis nas plataformas on line de exibição de vídeos, que afeta dois aspectos do consumo de obras audiovisuais: i) a dimensão da fruição: a possibilidade de assistir os episódios no momento e na sequência que se desejar, e de ter que dedicar menos tempo para essa atividade, uma vez que os episódios são bem mais curtos que os das séries televisivas, resultando num consumo mais rápido e “descomprometido”; ii) a dimensão da produção e do “gerenciamento” desses produtos: há uma maior liberdade de criação por parte dos realizadores, sem limitações de tempo ou de grades de programação, e possibilidades de experimentação técnica, estética, etc., além de retorno quase imediato do espectador, que pode ser manifestar por meio de comentários, “curtidas”, compartilhamentos.
Esses aspectos demonstram o quanto as webséries já ocupam um lugar específico
no campo de produção audiovisual, possuindo instâncias próprias de reconhecimento e
consagração, especialmente nos Estados Unidos, onde podemos encontrar importantes
festivais direcionados a esse tipo de produto, como Los Angeles Web Series Festival e
HollyWeb Web Series Festival. Já aqui no Brasil, existem editais públicos de realização
audiovisual específicos para websérie e, também, no Youtube pode-se encontrar a página
WebSeriados.com, o “primeiro canal dedicado às webséries nacionais”. Assim, é um nicho
que está crescendo cada vez mais e, como prova disso, podemos encontrar diversos concursos
e premiações específicos para a área dentro e fora do país.
6
DESCRIÇÃO DO PRODUTO E PROCESSO
A oficina aconteceu por um semestre com encontros semanais, às sextas-feiras
pela manhã, na sede da ASAS. No primeiro encontro, além de contar como funcionaria a
oficina e, consequentemente, as próximas semanas, recolhi curiosidades e ideias vindas dos
alunos a respeito do jornalismo e da comunicação. Baseado nisso, foi possível iniciar a
preparação e montagem das aulas. Sempre fundamentando os conhecimentos que seriam
passados em cima, não somente das questões que os alunos trouxeram, mas, também, em
conteúdos que já havia separado para conversarmos a respeito.
A receptividade da oficina por parte das crianças e adolescentes da ASAS não
poderia ter sido melhor. Além de abraçarem a proposta, estavam sempre dispostos a aprender
mais e isso refletia diretamente no interesse demonstrado durante as aulas. Todo esse processo
estava sendo registrado por meio de fotografias e, especialmente, filmagens. Foram utilizadas
duas câmeras, uma GoPro Hero+3 para planos mais abertos e uma Nikon d3100 para planos
mais fechados e com destaque para detalhes. Após a finalização da oficina, entrevistei 8
alunos que haviam participado de, praticamente, todas as aulas. O objetivo com essas
entrevistas era saber qual tinha sido a experiência dessas crianças, as suas reflexões, sonhos e
narrativas do cotidiano. Entrevistas com a equipe da ONG também foram realizadas para a
produção do primeiro episódio da websérie, o qual traz uma visão sobre o trabalho da ASAS e
sobre o trabalho da oficina proposta. As conversas foram gravadas com as duas câmeras, uma
principal e outra utilizada como making off, e com um microfone de lapela.
O objetivo com todo o material audiovisual coletado e, juntamente, com as
entrevistas era montar uma websérie. Onde, teria a seguinte estrutura: dividida em episódios,
o primeiro seria um panorama maior sobre a ong e a proposta das aulas e os próximos
fragmentados por alunos. Isto é, cada criança teria o seu episódio, conforme apresentado nos
roteiros no apêndice B. Aqui, a ideia foi mesclar as partes da entrevista com filmagens dos
alunos durante o semestre de oficina. Além disso, cada criança desenhou lembranças e
momentos que considerou importante de suas falas na entrevista. Esse desenho foi recortado
em pedaços que foram distribuídos ao longo do seu episódio, como uma maneira de costurar
uma linha narrativa criando um “início, meio e fim”.
Foi desenvolvida, também, uma identidade visual que percorresse todos os
episódios da websérie. Dessa maneira, formando uma união e semelhança entre todos. Para
esse recurso, foram utilizados: trilha sonora, vinheta de abertura e finalização, frase destaque,
cores e fonte. A trilha foi escolhida para dar um ritmo mais dinâmico para os episódios. Já a
vinheta e a finalização trabalharam em conjunto com as cores. Ou seja, cada episódio possui
uma cor, a qual se repete na abertura e no fechamento do capítulo. Assim como também,
serve de filtro para os momentos onde os recortes dos desenhos (linha narrativa) aparecem.
Todos os episódios iniciam e finalizam da mesma maneira, dando continuidade a criação da
identidade visual. Primeiramente a criança sorrindo e, no final, brincando com a câmera por
meio de caretas. Cada capítulo também possui uma frase destaque, a qual é trazida nas
mesmas cores utilizadas no restante desse episódio. E, essa frase também foi aplicada para
nomear o capítulo.
A trilha utilizada chama-se Good Times, de Nicolai Heidlas Music, e pertence a
biblioteca de músicas sem direitos autorais do youtube. A sua escolha pautou-se no fato de ser
uma composição alegre e divertida, fazendo jus a uma temática que envolve crianças e que
representa os seus relatos e momentos na oficina. A definição do estilo da vinheta girou em
torno da brincadeira com as cores. Por esse motivo, a opção por imagens em preto e branco,
dando maior destaque a cor selecionada para aquele episódio. E, a ideia da cor ir entrando
“em pedaços”, em blocos. Para que, no final, o último pedaço forme o espaço destinado ao
nome da websérie. O qual, também, muda de cor com uma transição do preto para o branco.
O mesmo recurso repete-se ao final de cada episódio, porém sem o título novamente e com a
brincadeira das caretas. Os cenários que aparecem no decorrer da websérie são os locais onde
tivemos as aulas. Muitas vezes, dentro da própria ONG ou nos espaços vizinhos da
instituição. Já os cenários das entrevistas foram escolhidos baseando-se nos lugares onde: os
planos pudessem ficar em médio curto, onde a iluminação do cômodo fosse suficiente para
uma luz natural na gravação e, também, onde estivesse mais silencioso. Para que, assim, não
fosse possível vazar sons através do microfone. Já na edição, para auxiliar no dinamismo, os
planos ficaram alternando-se entre plano médio, médio curto e primeiro plano. Ainda na
montagem, foram utilizados variados recursos, tais como: transições, destaque para nome e
idade da criança no momento da apresentação, seguindo, também, conforme a cor do seu
episódio, insert de imagens das duas câmeras, da produção do desenho e do making off da
entrevista e frase destaque nomeadora com a cor determinada.
A elaboração do site foi pensada como uma plataforma para hospedar a websérie:
https://trilhandocomunicac.wixsite.com/webserie. A sua estética é num conceito mais
minimalista com as abas divisórias home, websérie, fotos, sobre e contato. Na home, há como
abertura do site um vídeo curto rodando com recortes de todos os episódios e o título e
subtítulo do projeto na capa. Na aba websérie, os episódios estão em ordem, todos com a
mesma thumb, somente diferenciados pela cor característica de cada. Apesar do material
audiovisual ser o principal, o site também conta com uma aba para fotos, destinadas para as
fotografias tiradas durante todo o semestre desse processo da oficina. E, a divisória “sobre”
engloba um breve texto descrevendo o projeto, seus objetivos e justificativas.
No que se refere a divulgação do material, esse processo será auxiliado pela
ASAS. A ONG compartilhará o projeto em suas mídias sociais, que possuem mais de 2.000
seguidores, e divulgará em seus grupos com parceiros, voluntários e colaboradores. Além
disso, pretendo, futuramente, seguir com o trabalho inscrevendo-o em congressos e
premiações acadêmicas, tais como Intercom e Set Universitário Famecos, e, também,
inscrever em concursos voltados a materiais audiovisuais.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao iniciar a elaboração desse projeto, eu já tinha em mente que iria aprender
muito mais do que ensinaria. E, de fato, isso ocorreu. Foi um semestre de uma verdadeira
troca de experiências e conhecimentos, uma imersão numa realidade completamente nova e
diferente. Com as crianças, pude perceber, cada vez mais, como o jornalismo possui o poder
de se reinventar e utilizar a criatividade ao seu favor. Cada atividade proposta, além de ser
executada perfeitamente, era melhorada. Os alunos traziam de casa pesquisas e ideias de
materiais que podíamos criar. E, então, tudo tomava forma.
Foi possível ver uma enorme evolução no exercício de narrarem seus relatos,
vivências pessoais e experiências criativas, utilizando as linguagens jornalísticas. Apesar do
projeto estar sempre atrelado ao lúdico, por ser tratarem de crianças e necessitar ser algo
interessante e divertido para elas, era visível o amadurecimento aula após aula. Os seus
horizontes foram expandidos quando eles puderam perceber o tamanho do universo que
abrange a comunicação. Um verdadeiro mundo se abriu em suas mentes e, constantemente,
novas ideias iam surgindo.
Durante as entrevistas e vendo os frutos que foram gerados, acredito que o projeto
conseguiu cumprir integralmente e com sucesso os seus objetivos propostos. Por se tratar de
um trabalho “itinerante”, é possível estudar futuras possibilidades de implementação de
“Trilhando Comunicações” em outros contextos: ONGs, comunidades, bairros, lugares… É a
produção de um espaço para que possam apresentar suas próprias narrativas, afinal, suas
histórias importam.
REFERÊNCIAS
BECKER, Beatriz. Jornalismo audiovisual de qualidade: um conceito em construção. Estudos
em jornalismo, Florianópolis, v.6, n.2, p. 95 – 111, jul./dez. 2009. Disponível em:
<
https://periodicos.ufsc.br/index.php/jornalismo/article/view/1984-6924.2009v6n2p95/1127
>
Acesso em: 10 abr. 2018
BENJAMIN, Walter. Magia e Técnica, Arte e Política. São Paulo: Brasiliense, 1985.
GENRO FILHO, Adelmo. O segredo da pirâmide: para uma teoria marxista do jornalismo.
Porto alegre: Ortiz, 1989.
G1, 05 abr. 2017. BRASIL possui quase 2,5 milhões de crianças e adolescentes fora da
escola, diz estudo. Disponível em: <
https://g1.globo.com/educacao/noticia/brasil-possui-quase-25-milhoes-de-criancas-e-adolescentes-fora-da-escola-diz-estudo.ghtml
> Acesso em:
01 maio 2018.
JENKINS, Henry. Cultura da Convergência. São Paulo: Aleph, 2008.
LONGHI, Raquel Ritter. O audiovisual como gênero expressivo e sua reconfiguração no
jornalismo online. Estudos em Comunicação, n.16, p. 69-88, jun. 2014. Disponível em:
<
http://www.ec.ubi.pt/ec/16/pdf/EC16-2014Jun-04.pdf
> Acesso em: 05 abr. 2018
MEDINA, Cremilda. A Arte de Tecer o Presente: Narrativa e Cotidiano. São Paulo:
Summus, 1973.
MEDINA, Cremilda. Profissão Jornalista: Responsabilidade Social. Rio de Janeiro: Forense
Universitária, 1982.
MEDITSCH, Eduardo. O conhecimento do jornalismo. Florianópolis: Ed. da UFSC, 1992.
SFREDDO, Marta. “Papel do Profissional de Comunicação”. Revista comunicando, Caxias
do Sul, p. 24-25, 1997.
TRAQUINA, Nelson. Teorias do Jornalismo: Porque as notícias são como são.
Florianópolis: Insular, 2005.
VICCHIATTI, Carlos Alberto. Jornalismo: comunicação, literatura e compromisso
social. São Paulo: Paulus, 2005.
ZANETTI, Daniela. Webséries: narrativas seriadas em ambientes virtuais. Revista Geminis,
v.4, n.1, p. 69- 88. 2013. Disponível em:
<
http://www.revistageminis.ufscar.br/index.php/geminis/article/view/128
> Acesso em: 16
maio 2018.
APÊNDICE A – Planos de aulas
PLANO DE AULA - 20 DE ABRIL
Conteúdo: Materiais audiovisuais
Objetivos
Levar o aluno a:
Conhecer os diferentes produtos possíveis dentro do audiovisual, tais como: telejornal,
documentário, websérie, clipe, etc;
Aprender qual recurso é necessário em cada material e as suas peculiaridades
(enquadramento, roteiro, filmagem, planos, edição).
Resumo do conteúdo a ser trabalhado
Com base nos novos aprendizados, elaboração de um roteiro e divisão de funções dentro do
produto audiovisual escolhido.
Metodologia
Inicialmente, por meio de uma conversa expositiva, serão apresentados os tipos de materiais
audiovisuais e suas especificidades. Em seguida, a turma será dividida em grupos onde cada
equipe escolherá qual produto audiovisual deseja trabalhar e por quê. Depois, trabalharão em
cima de um roteiro. Ao final da aula, esse trabalho será filmado conforme a história criada e
as divisões definidas para cada, como por exemplo: diretor, apresentador, repórter, ator,
assistente de câmera, entrevistados.
Recursos necessários
Papel, lápis, câmeras, microfones e equipamentos jornalísticos lúdicos criados pelos alunos
nas primeiras aulas.
PLANO DE AULA - 11 DE MAIO
Conteúdo: Estudo dos jornais
Objetivos
Levar o aluno a:
Identificar a finalidade dos textos do gênero notícia;
Identificar as informações básicas contidas na notícia;
Compreender as informações produzidas;
Conhecer as diferentes seções de um jornal impresso.
Resumo do conteúdo a ser trabalhado
Estudar a forma de elaboração de um jornal impresso e, depois, produzir um próprio jornal da
ASAS baseado no que aprenderam.
Metodologia
Levar jornais de diferentes veículos de comunicação para a aula. Questionar sobre o que eles
sabem sobre o jornal e qual a parte que mais se interessam. Observar quais as semelhanças
entre um jornal e outro e conversar sobre o que cada seção aborda. Para auxiliar, entregar
materiais impressos explicando sobre cada divisão do jornal e um material com caça palavras
e outras brincadeiras associadas a temática da aula. Trabalhar a questão de achar o lide de
algumas matérias. No final, produzir um jornal da ASAS com assuntos do cotidiano da
instituição em cada seção. P.s.: relembrar o fato de que, apesar da diferença por ser impresso,
os jornais onlines costumam possuir as mesmas divisórias.
Recursos necessários
Materiais impressos, jornais, cartolina, canetas, câmeras, microfones e equipamentos
jornalísticos lúdicos criados pelos alunos nas primeiras aulas.
PLANO DE AULA - 8 DE JUNHO
Conteúdo: Produção de uma reportagem escrita
Objetivos
Levar o aluno a:
Praticar a escrita e despertar o desenvolvimento de produções textuais;
Conhecer e produzir uma pauta.
Resumo do conteúdo a ser trabalhado
Baseado num passeio até a praia, os alunos devem produzir uma pauta e uma reportagem
sobre algo que acharam interessante e que renderia uma história.
Metodologia
Inicialmente, conversar sobre como será o passeio na praia. Posteriormente, será mostrado
como fazer uma pauta e qual é o seu objetivo, dando dicas de possíveis temáticas. Como não
são todos os alunos que sabem escrever, será proposto a produção de reportagens por meio de
desenhos e outros recursos e a própria escrita. Depois, seguiremos rumo ao passeio e, na
volta, em sala, iniciar a criação das reportagens.
Recursos necessários
Papel, lápis, câmeras, microfones e equipamentos jornalísticos lúdicos criados pelos alunos
nas primeiras aulas.
PLANO DE AULA - 10 DE AGOSTO
Conteúdo: Produção de ensaios fotográficos
Levar o aluno a:
Conhecer os diferentes produtos possíveis dentro da fotografia, tais como:
fotojornalismo, fotografia publicitária, retrato, etc;
Aprender qual recurso é necessário em cada material e as suas peculiaridades
(enquadramento, iluminação, planos, foco e edição).
Resumo do conteúdo a ser trabalhado
Com base nos novos aprendizados, elaboração de um ensaio fotográfico dentro da ONG ou
nos espaços vizinhos.
Metodologia
Inicialmente, por meio de uma conversa expositiva, serão apresentados os tipos de materiais
fotográficos e suas especificidades. Em seguida, a turma será dividida em grupos onde cada
equipe escolherá qual produto fotográfico deseja trabalhar e por quê. Depois, trabalharão em
cima da pré produção desse ensaio. Ao final da aula, esse trabalho será fotografado conforme
a narrativa criada e as divisões definidas para cada (fotógrafo, repórter, modelo, editor, entre
outros).
Recursos necessários
Papel, lápis, câmeras, microfones e equipamentos jornalísticos lúdicos criados pelos alunos
nas primeiras aulas.
PLANO DE AULA - 14 DE SETEMBRO
Conteúdo: Produção de um programa de rádio com base nas leituras dos livros
Objetivos
Levar o aluno a:
Incentivar a prática da leitura;
Desenvolver a habilidade de construir uma narrativa/roteiro em cima de uma história
retirada de um livro;
Conhecer as características do áudio, por meio do rádio, como forma de comunicação.
Resumo do conteúdo a ser trabalhado
Elaboração de um programa de rádio fundamentado a partir de histórias que serão lidas nos
livros da biblioteca da ASAS.
Metodologia
Primeiramente, conversar sobre o áudio como uma ferramenta de comunicação e como ele
está presente hoje em dia no nosso cotidiano, como por exemplo: rádios e podcasts. Depois,
seguiremos à biblioteca da ONG e cada um escolherá um livro. Após a leitura, será criado um
roteiro de um programa de rádio com base nas narrativas dos livros escolhidos. E, então,
iniciaremos a gravação da atividade.
Recursos necessários
Papel, lápis, câmeras, microfones, gravador e equipamentos jornalísticos lúdicos criados pelos
alunos nas primeiras aulas.
APÊNDICE B – Roteiros
EPISÓDIO 1 - INTRODUTÓRIO
VÍDEO ÁUDIO Vinheta de abertura: João, Jully, Vitória e Rafaella
sorrindo em preto e branco enquanto diferentes cores usadas em outros eps vão entrando para formar o bloco do “Trilhando Comunicações”
Trilha sonora “Good Times” – Nicolai Heidlas Music
Corte seco para o vídeo das meninas desenhando e escrevendo sentadas na mesa.
Entra bloco de texto com lettering com fundo colorido: “ASAS é uma ONG que possui como objetivo
contribuir com a educação de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social do Norte da Ilha em Florianópolis” – transição de entrada e saída
Trilha Sonora
Corte seco para o vídeo das crianças desenhando e escrevendo sentadas nas mesas. – ângulo diferente: visão de cima
Trilha Sonora
Corte seco para o vídeo dos meninos desenhando e escrevendo sentados na mesa. Entra bloco de texto com lettering com fundo colorido: “Sua missão é promover, ampliar e qualificar o potencial dos jovens por meio de projetos sociais, visando o acesso à cidadania e a novas oportunidades” – transição de entrada e saída
Trilha Sonora
Corte seco para a entrevista com a conselheira tutelar – entra GC com fundo colorido e transição de entrada e saída
O norte da ilha reúne a maior população, a concentração de população do município de Florianópolis. E isso acarreta em diversas dificuldades.
Fundo: trilha sonora
Corte seco para o vídeo do Miguel desenhando
Corte seco para o vídeo da Luisa e da Ana montando o cenário
Corte seco para o vídeo da Luisa montando o cenário
OFF: Porque a política pública sempre tá atrasada. Por que? Muita gente
Pouco recurso. E isso desencadeia, principalmente
Na área da criança e adolescente, que deveria ser prioridade absoluta, conforme a constituição.
Fundo: trilha sonora
Corte seco para a entrevista com a conselheira tutelar Corte seco para a entrevista com a conselheira tutelar – zoom in para mudar o plano. “Muito grande” e “poucos recursos” entrar com lettering com fundo colorido e transição de entrada e saída.
Corte seco para a entrevista com a conselheira tutelar – zoom out para mudar o plano.
Entretanto, ela não é priorizada.
O que acontece: quando a população é muito grande, a gente acabava trabalhando com poucos recursos. Nós não temos mais escolas por ter
Mais população. Nós não temos mais projetos de contraturno por ter maior população. Não. Nós temos os mesmos que outras regiões de Florianópolis com população inferior.
Fundo: trilha sonora
Corte seco para o vídeo do Johnantan mostrando o seu desenho
Corte seco para o vídeo da Maria desenhando Corte seco para o vídeo da Eduarda mostrando o seu desenho e acenando e mandando beijo
Corte seco para o vídeo do Vitor desenhando Corte seco para o vídeo do Johnantan fazendo careta
OFF: E isso acaba desencadeando a desigualdade social As questões sociais ficam mais latentes
Na nossa região, né? O índice de violência aumentou desenfreadamente no Norte da Ilha nos últimos anos, isso é comprovado, a polícia militar vem trazendo dados
frequentemente
sobre essa informação. E tudo isso afeta diretamente as nossas crianças.
Um projeto de contraturno, qual é o benefício dele, diretamente?
Corte seco para a entrevista com a conselheira tutelar Para uma criança, no seu desenvolvimento. Toda criança que tem a oportunidade de estar num projeto em um período que não é o escolar. Porque o escolar tem uma programação, daquele ano, daquele semestre, né? Ele não vai fugir muito disso. Agora, quando tu tens a oportunidade de fazer outras atividades, num outro horário disponível
Fundo: trilha sonora
Corte seco para o vídeo da Maysa mostrando o seu desenho
Corte seco para o vídeo do Deivi mostrando o seu desenho
OFF: tu amplia as
possibilidades dessa criança e desse adolescente. Principalmente uma região onde a gente
não tem parques. É um simples exemplo da região do Norte da Ilha.
Fundo: trilha sonora
Corte seco para a entrevista com a conselheira tutelar. “novos moradores, atividades, jogar bola, brincar e conhecer outras crianças” entrar com lettering com fundo colorido e transição de entrada e saída.
Nós temos 2 praças, duas praças para o Norte da Ilha, uma região que somando dão inúmeros bairros, inúmeras pessoas. Todo dia chegam moradores novos na cidade. E nós temos duas praças. Onde as nossas crianças e os nossos
adolescentes vão fazer as suas atividades? Onde eles vão jogar bola, onde eles vão brincar, onde eles vão conhecer outras crianças, onde eles vão poder se ajudar
Fundo: trilha sonora
Corte seco para o vídeo da Maysa e da Luisa falando sobre os brinquedos
Corte seco para o vídeo da Maysa e da Luisa falando sobre os brinquedos – diferente ângulo: lateral Corte seco para o vídeo da Maysa e da Luisa falando sobre os brinquedos – diferente ângulo: frontal Corte seco para o vídeo da Maysa e da Luisa falando sobre os brinquedos – diferente ângulo: lateral
OFF: tanto seja num reforço escolar, numa dificuldade básica A convivência dessas
crianças e adolescentes, ela fica aonde?
Se não tiver um projeto de contraturno, eles não têm essa convivência.
Fundo: trilha sonora
Corte seco para a entrevista com a fundadora - entra GC com fundo colorido e transição de entrada e saída
Eu entrei nesse caminho do trabalho voluntário e realmente eu achei minha paixão. Eu achei esse tipo de trabalho
Fundo: trilha sonora
Corte seco para o vídeo da Maysa brincando e rindo no passeio na praia
OFF: Eu não ganho nada em dinheiro, mas eu ganho tanta coisa em outras coisas. E a felicidade das crianças
Fundo: trilha sonora
Corte seco para a entrevista com a fundadora Asas também é voar, né?
Fundo: trilha sonora
Corte seco para o vídeo das crianças brincando com o cachorro no passeio na praia
OFF: O nome nós inventamos porque nós queremos dar as crianças o poder de ir, de achar o caminho deles
Fundo: trilha sonora
Corte seco para a entrevista com a fundadora Porque nós acreditamos, e isso é provado, que esse período de 6 até 25 anos, quando se cobra tudo isso, dai se dá uma vida digna, vamos dizer. Para os jovens que já passam por tantas dificuldades aqui e que tem uma saída muito mais fácil pelos outros caminhos
Fundo: trilha sonora
Corte seco para o vídeo das crianças correndo em direção à câmera – vídeo pouco lento
OFF: Essa é a nossa luta.
Fundo: trilha sonora
Corte seco para a entrevista com a psicopedagoga - entra GC com fundo colorido e transição de entrada e saída
O ASAS é um projeto que de fato funciona. Ele oferece para as crianças e adolescentes uma série de possibilidades: esportivas, de aprendizagem, de convívio em grupo que fazem com que eles vejam o mundo de uma forma diferente.
Corte seco para o vídeo das Maysa e da Ana fazendo as brincadeiras do caça palavras das seções do jornal Corte seco para o vídeo Vitória fazendo as brincadeiras do caça palavras das seções do jornal
OFF: Pensamos nas crianças e adolescentes como um todo, é nas suas diversas possibilidades
o trabalho envolve, principalmente, respeito. Respeito por cada
Fundo: trilha sonora
Corte seco para a entrevista com a psicopedagoga – zoom in para mudar o plano
História, por cada criança que nos procura.
Fundo: trilha sonora
Corte seco para o vídeo das mãos do Carlos mexendo nos papéis da aula sobre os jornais - Entra bloco de texto com lettering com fundo colorido: “Nasceu a ideia do projeto da oficina de jornalismo. Um recurso para compartilhar experiências, dividir conhecimentos e, principalmente, empoderar as crianças da ONG por meio das linguagens jornalísticas” – transição de entrada e saída e vídeo pouco lento
Trilha Sonora
Corte seco para o vídeo do Maicon gravando a Maysa como repórter na horta - Entra bloco de texto com lettering com fundo colorido: “Com aulas práticas, a ideia é que os alunos vivenciem o que estão
aprendendo” – transição de entrada e saída
Trilha Sonora
Corte seco para o vídeo das crianças usando os
microfones e a câmera criada por eles para gravar uma reportagem - Entra bloco de texto com lettering com fundo colorido: “pretendendo, desse modo, estimulá-los ao estudo e abastecê-los de ferramentas para que possam narrar e dar forma às suas vivências pessoais e experiências criativas” – transição de entrada e saída
Trilha Sonora
Corte seco para a entrevista com a Jully, João e Rafaella
Jully: Eu, assim, foi incrível estar falando com vocês na câmera. Foi legal para mim, acho que para Rafa, para o João, para todo mundo que participou do J.A mostrar o nosso talento pela câmera. Foi bom a gente mostrar o talento que a gente tem dentro da gente que a gente quer colocar para fora mas a gente não pode.
Fundo: trilha sonora
Corte seco para o vídeo das crianças no roda-roda no parquinho – vídeo pouco lento
OFF: O jornalismo foi muito bom para gente porque a gente foi descobrindo a nossa personalidade na frente das câmeras.
Fundo: trilha sonora
Corte seco para a entrevista com a Jully, João e Rafaella
Corte seco para a entrevista com a Jully, João e Rafaella – zoom in para mudar o plano
Eu nunca pensei que eu fosse chegar nesse nível. Para mim é tudo muito novo, então, eu acho que a gente mesmo que participou do jornalismo, a gente se superou, deu o nosso melhor, deu os nossos pensamentos ali. A gente fez tudo, cada dia mais, para tá o bom e melhor para quem tá nos assistindo gostarem
E a gente ter orgulho da gente, as pessoas que nos assistiram e que nos viram ali, que tavam nos vendo
Fundo: trilha sonora
Corte seco para o vídeo dos meninos lutando e fazendo jornalismo esportivo
OFF: ter orgulho pelo o que a gente fez. A gente fez isso não por
Fundo: trilha sonora
Corte seco para a entrevista com a Jully, João, Rafaella e Vitória
Pelo TCC dela, também pelo TCC dela, mas por amor assim. Porque a gente gostou. E eu vou combinar com eles aqui rapidinho.
Rafaella e João: rapidão
Entrevista com a Jully, João, Rafaella e Vitória: abraçados combinando um segredo
Trilha Sonora
Corte seco para a entrevista com a Jully, João, Rafaella e Vitória
Então eu acho que a minha experiência de vida aqui no J.A foi maravilhosa, obrigada por você que está assistindo. Espero que vocês tenham gostado
Jully e Rafaella: do nosso trabalho, do nosso debate
Jully: tudo que a gente fez a gente se esforçou. Alguma coisa para falar? Vitória: estou em paz. Rafaella: eu adorei o J.A Jully: eu também, faria tudo de novo, e vamo lá? Todos: 1,2,3 e fica Marcela.
Todos: Grupo J.A
Fundo: trilha sonora
Corte seco para a Vinheta de finalização: Todos fazendo caretas em preto e branco enquanto as cores vão entrando por blocos. Vídeo acelerado.
Trilha sonora – transição exponential fade
EPISÓDIO 2 - Eu acho que eu tenho que ajudar pessoas. Ajudar pessoas é importante
VÍDEO ÁUDIO Vinheta de abertura: João sorrindo em preto e branco
enquanto a cor laranja vai entrando para formar o bloco do “Trilhando Comunicações”
Trilha sonora “Good Times” – Nicolai Heidlas Music
Corte seco para o vídeo de apresentação do João. No momento em que fala o seu nome e idade, entrar com lettering com fundo laranja e transição de entrada e saída.
Prazer, meu nome é João, tenho 9 anos. Eu moro em Canasvieiras e eu moro com a minha mãe, com o meu pai e com a minha cachorra e minhas 2 gatas. Para mim, quando a minha mãe achou o ASAS eu fiquei “ah, não deve ser tão legal, né? Tem que acordar cedo de manhã. Bem que eu já sou bem acostumado em acordar cedo. Vou fazer então né”. Aí no primeiro dia que eu vim eu adorei, foi uma experiência ótima! Foi a melhor experiência
Fundo: trilha sonora
Transição curta para o segundo vídeo de apresentação do João.
E eu adoro as pessoas que me acolheram aqui no ASAS
Fundo: trilha sonora
Corte seco para o vídeo do João como repórter e o Alan gravando com a câmera criada por eles.
Trilha sonora
Corte seco para o vídeo do Alan como repórter e o João gravando com a câmera criada por eles. Corte seco para o vídeo do João lendo o roteiro.
OFF: Eu adorei
As aulas. No primeiro dia eu achei que não ia
Fundo: trilha sonora
Corte seco para a entrevista do João. Ser tão legal assim. Mas, no segundo dia, eu achei nossa, é muito legal!
Fundo: trilha sonora
Corte seco para o vídeo do João e da Jully na bancada conversando.
Corte seco para o vídeo do João e da Jully na bancada e o Alan gravando com a câmera criada por eles e a Luisa gravando com a Gopro.
Corte seco para o vídeo do João fazendo o trajeto até a mesa onde irá desenhar. Alternar entre imagens gravadas pela Nikon e imagens gravadas por ele pela Gopro.
OFF: Dai eu sou apresentador e a Jully é apresentadora. E é muito legal
fazer isso
Minha experiência? Eu não tenho o que dizer sobre
jornalismo. Jornalismo é muito legal. Eu leio jornal todo dia.